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No final de novembro de 2006, foi implantado dentro da Igreja Adventista, uma outra
igreja, denominada “Nova Semente”. Esta pertence ao Distrito Central da Associação Paulistana
da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil, no Estado de São Paulo, cujo objetivo é alcançar
pessoas da classe “A” inseridas no mundo pós-moderno das grandes cidades.
Dirigida pelo Pr. Kleber de Oliveira Gonçalves (doutor em Missiologia Urbana) Diretor
mundial do Centro de Estudos Seculares e Pós-modernos (CSPS – Center for Secular and
Posmodern Studies) da Conferência Geral. Filiado ao Centro de Estudos de Missão Global- um
dos departamentos da Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que compreende
os esforços de evangelismo direcionados a cinco grupos específicos: muçulmanos, judeus,
hindus, budistas e seculares (pós-modernos), os programas-show desse projeto de
"evangelização" é realizado no Centro de Convenções Milenium.
Quero partilhar, então com os leitores adventistas meu pensamento, que pretendo,
estejam pautados no “assim diz o Senhor” e no Espírito de Profecia. Particularmente, vejo com
muita preocupação e desconfiança tal projeto, pelas razões que relaciono abaixo:
1) A proposta de ser uma congregação destinada para a classe “A” da sociedade não
soa bem, isto é demais para membros que cresceram acreditando em um Deus que não
faz acepção de pessoas e que não está interessado em suas riquezas, mas sim, em seu
coração. Ainda que a liderança diga que esta é uma experiência evangelística
diferenciada e importante para alcançar essa classe de pessoas, de nível econômico e
culturalmente elevado. De fato, a Mensageira para a Igreja Remanescente, Ellen G.
White afirmou que "nem todas as mentes são alcançadas pelos mesmos métodos".
(Testimonies 6, 616). Mas, ela também alertou: "Muitos supõem que, para se aproximar
das classes mais altas, é preciso adotar uma maneira de vida e um método de trabalho
que se harmonize com seus fastidiosos gostos. Uma aparência de riqueza, custosos
edifícios, caros vestidos, equipamentos e ambiente, conformidade com os costumes do
mundo, o artificial polimento da sociedade da moda, cultura clássica, as graças da
oratória, são considerados essenciais. Isso é um erro. O caminho dos métodos do
mundo não é o caminho de Deus para alcançar as classes mais elevadas. “O que na
verdade os tocará é uma apresentação do evangelho de Cristo feita de modo coerente
e isento de egoísmo” (A Ciência do Bom Viver, p. 213, 214).
2) A Igreja Nova Semente em certo sentido promove o liberalismo, ao permitir que as mulheres
usem joias e adornos exteriores. Ao fazerem isso, estão condescendendo com o mundo. Esses
neo-adventistas não percebem que o compromisso que temos com Deus, como um povo
peculiar que somos, é de sermos diferentes. Para o visitante, amigo, curioso ou pessoas que
venham assistir sem nenhuma ligação oficial com a igreja, vejo com maus olhos a aceitação da
prática, pois os adventistas deveriam mostrar como são e como vivem realmente, assim
também para aquele que já conhece a mensagem adventista, este vai até achar que a Igreja
Adventista denominacional deve ter problemas de dupla personalidade ao visitar a nova
modalidade de igreja vinda do seio do adventismo. (I Pedro 3:3, 4). Ellen White afirma: “A
abnegação no vestir faz parte de nosso dever cristão. [...] abster-se de ostentação de joias e
ornamentos de toda espécie, está em harmonia com nossa fé” (Evangelismo, p. 269). “Joias e
vestuário dispendioso não nos darão influência” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 249). Por
causa de aparência pessoal e exterior, muitas pessoas em muitos lugares receberam disciplina
eclesiástica ou até foram desligadas dos livros da igreja adventista em tempos anteriores.
3) Vejo com desconfiança a máxima “Fiéis aos princípios. Sensíveis à cultura”, colocadas como
um dos valores da mesma. Este princípio é extremamente contrário ao princípio cristão
delineado no texto de Romanos 12:2 que nos exorta a reformar e não a ficar semelhante à
cultura que nos rodeia.
4) Nessa "versão pós-moderna" da IASD, não há ênfase nas doutrinas distintivas da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, no seu surgimento profético, esconde sua origem, fazendo muitas
coisas contrárias ao tradicionalismo. Descarta todo o histórico denominacional, sem incluir a
crença no dom de profecia (manifestado através do ministério de Ellen G. White) entre suas
crenças fundamentais.
5) Parece ser uma tentativa de esconder sua identidade, pensando em não criar preconceito e,
com isso, abrir portas no futuro. Sei que devemos ser prudentes, mas essa também é uma
estratégia errada. Precisamos apresentar a mensagem bíblica com amor, de forma positiva, mas
também com profundidade, clareza e refletida em nossa forma de viver. A irmã Ellen G. White
já advertira: “Os homens empregarão todos os meios para tornarem menos destacada a
diferença entre os adventistas do sétimo dia e os observadores do primeiro dia da semana.
Foi-me apresentado um grupo com o nome de adventistas do sétimo dia, o qual estava
aconselhando que a bandeira ou o sinal que nos torna um povo distinto, não devia ser
salientada de maneira chocante; pois pretendiam que esse não seria o melhor método para
assegurar êxito a nossas instituições. Não estamos, porém, em tempo de arriar nossa
bandeira, de nos envergonharmos de nossa fé. Esta distintiva bandeira, descrita nas palavras:
‘Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a
fé de Jesus’, deve ser levada através do mundo até ao tempo do fim de graça. (...) Cumpre
que a verdade alcance as almas prestes a perecer; e caso ela seja de algum modo oculta, Deus
é desonrado, e sobre nossas vestes se encontrará o sangue das almas. (...) Nunca, por um
momento, deve ser dada a ninguém a impressão de que lhe seria proveitoso ocultar sua fé e
doutrinas ao povo incrédulo do mundo, temendo não ser tão altamente estimado se seus
princípios forem conhecidos. Cristo exige de todos os Seus seguidores confissão aberta,
varonil de sua fé” (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 422).