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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA: MEDIDAS ELÉTRICAS E


INSTRUMENTAÇÃO

MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA CC E CA

PROF. FABRICIO P. S.
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CC

MÉTODO INDIRETO
Pode-se medir a potência de um circuito de corrente contínua utilizando-
se um amperímetro e um voltímetro, calculando-se a potência através da
equação (1).
𝐖 = 𝐕. 𝐈 (1)
Este método leva os resultados a terem menos precisão do que uma
medida direta, pois além dos erros de leitura, é envolvida, ainda, uma
operação matemática.
Outro problema é a disposição dos aparelhos que será realizada a
seguir. 2
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CC

A. Derivação Longa
A medida de potência feita pela
derivação longa é mostrada na
figura 1.
Figura 1 – Medida de Potência (Derivação Longa)

Neste caso, a corrente que circula pela carga é a real marcada no


amperímetro, enquanto a tensão registrada no voltímetro é a queda
tanto na carga quanto no amperímetro.
Isto fornece um valor superior e irreal da queda de tensão na carga.
Logo, tem-se uma potência consumida maior do que a real. 3
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CC

A. Derivação Longa
Este tipo de disposição é indicada
quando se tem tensões elevadas e
correntes reduzidas, pois o efeito da
queda de tensão no amperímetro e
atenuada. Figura 1 – Medida de Potência (Derivação Longa)

O erro cometido é mostrado abaixo: Nota-se, então, quanto menor for o


valor da resistência do amperímetro
em face da resistência da carga,
menor será o erro da medida.

4
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CC
A. Derivação Curta
A medida de potência feita pela
derivação curta é mostrada na
figura 2.
Figura 2 – Medida de Potência (Derivação Curta)

Neste caso, a queda de tensão medida pelo voltímetro é a real sobre a


carga, porém a corrente medida pelo amperímetro é maior do que a
que circula pela carga, pois há uma parte que passa pelo voltímetro.
Logo, tem-se uma potência consumida maior do que a real.
5
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CC
A. Derivação Curta
Este tipo de disposição é indicada
quando se tem tensões reduzidas e
corrente elevadas, pois a corrente
no voltímetro é reduzida.
Figura 2 – Medida de Potência (Derivação Curta)

O erro cometido é mostrado abaixo:


Nota-se, então, quanto maior for o
valor da resistência do voltímetro
face à resistência da carga, menor
será o erro da medida.

6
EXEMPLO 1
Calcular o erro obtido na medição de potência utilizando-se um
amperímetro e um voltímetro, nos dois tipos de derivação
apresentados.
Nota-se que para este caso, a
Dados: Resistência do amperímetro: RA = 0,01Ω derivação curta é mais eficaz na
Resistência do voltímetro: RV = 1.000Ω medição do que a derivação longa,
que apresentou um valor incompatível.
Resistência da carga: R = 0,1Ω

(b) Derivação Curta


Solução: (a) Derivação Longa

7
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA CC E CA
MÉTODO DIRETO
Na medida direta de potência utiliza-se um wattímetro.
Os wattímetros eletromecânicos pertencem à uma classe de instrumentos
denominados instrumentos eletrodinâmicos.
Os instrumentos eletrodinâmicos possuem dois circuitos independentes que permitem
que os mesmos sejam utilizados como amperímetros, voltímetros, wattímetros
(medidores de potência ativa) e varímetros (medidores de potência reativa)
dependendo da maneira como as bobinas são conectadas.
O torque produzido nestes instrumentos surge de forças magnéticas produzidas por
correntes elétricas que circulam em duas bobinas, sendo que uma bobina é fixa e a
outra é móvel.
8
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA CC E CA
OBS.:
• Bc - é fixa e de poucas espiras de fio grosso;
• Bp - é móvel e está em série com resistência não indutivas
Instrumentos Eletrodinâmicos (manganina) de alto valor.

A Figura 3 esquematiza estes


instrumentos que constam
essencialmente das seguintes partes,
além das molas restauradoras:
a) uma bobina fixa Bc constituída de
duas meias bobinas idênticas;
b) uma bobina móvel Bp, à qual esta
preso o ponteiro, colocada entre as
duas meias bobinas Bc. Figura 3 – Esquema de um
instrumento eletrodinâmico. 9
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA CC E CA
O movimento do conjunto móvel, bobina Bp,
resulta da interação entre o campo
magnético, criado pela corrente ic, e a
corrente ip da bobina Bp,
O seu funcionamento e assim idêntico ao do
instrumento de bobina móvel, sendo o imã
permanente substituído por Bc, fazendo-se
a ressalva de que os eletrodinâmicos são
utilizáveis tanto em corrente contínua como
em corrente alternada.
A notação Bc e Bp é justificada pela
utilização destes instrumentos como
wattímetros, onde Bc é chamada "bobina Figura 3 – Esquema de um
de corrente" e Bp, "bobina de potencial". instrumento eletrodinâmico. 10
EXPRESSÃO DO TORQUE PARA INSTRUMENTOS
ELETRODINÂMICOS
A energia armazenada no campo
magnético do sistema mostrado na Figura 3
é expressa por:

Onde:
Lc e Lp são respectivamente, as indutâncias
próprias das bobinas Bc e Bp;
M é a indutância mútua devido ao
acoplamento magnético entre as bobinas.
As correntes ic e ip são, respectivamente, as
correntes nas bobinas Bc e Bp. Figura 3 – Esquema de um
instrumento eletrodinâmico. 11
EXPRESSÃO DO TORQUE PARA INSTRUMENTOS
ELETRODINÂMICOS
O torque instantâneo, ao qual é submetida a bobina Bp, é dado
por:
Na equação anterior 𝜃 é a posição angular do ponteiro que está
acoplado à bobina Bp.
Portanto, a partir da equação da energia armazenada no campo
magnético, o torque instantâneo em função de 𝜃 será escrito como
sendo:

12
EXPRESSÃO DO TORQUE PARA INSTRUMENTOS
ELETRODINÂMICOS
Observe que a derivada dos dois primeiros termos da equação da
energia armazenada no campo magnético é nula devido a
indutância mútua ser uma função de 𝜃 mas as correntes ic e ip e as
indutâncias próprias Lc e Lp não.

Isto porque a indutância mútua depende da permeância magnética


do meio de acoplamento magnético das bobinas (neste caso o ar) e
esta permeância varia em função do descolamento do ponteiro de
um ângulo 𝜃 (rotação da bobina Bp).
13
EXPRESSÃO DO TORQUE PARA INSTRUMENTOS
ELETRODINÂMICOS
Sabe-se que o ponteiro será deslocado até uma posição angular tal
que o torque produzido pelas correntes ic e ip seja igual ao torque
restaurador TR produzido pela mola. Então teremos:

O instrumento pode ser construído de modo tal que o termo


seja constante. Deste modo a posição angular do ponteiro torna-se:
A expressão mostra a posição
angular instantânea do ponteiro.
14
EXPRESSÃO DO TORQUE PARA INSTRUMENTOS
ELETRODINÂMICOS
Em regime permanente, o ponteiro do galvanômetro de bobina
móvel (sendo o sistema eletrodinâmico de funcionamento
equivalente) alcança uma posição fixa que corresponde ao valor
médio de 𝜃.
Deste modo, a posição final 𝜃𝑎𝑣 do ponteiro de um instrumento
eletrodinâmico será dada por:
Sendo:
𝜃𝑎𝑣 : Posição angular média do ponteiro;
T: Período do movimento angular do ponteiro.
15
EXPRESSÃO DO TORQUE PARA INSTRUMENTOS
ELETRODINÂMICOS
Assim, substituindo

em

teremos:
1 𝑇
ou 𝜃𝑎𝑣 = 𝐾 ∙ න 𝑖𝑐 ∙ 𝑖𝑝 ∙ 𝑑𝑡
𝑇 0

16
MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CA

A potência em circuitos de
corrente alternada é dada por:
𝑊 = 𝑉. 𝐼 cos 𝜑
Portanto, somente com a leitura
da tensão e corrente não se
obtém a potência ativa, há
necessidade do uso de
wattímetro.
Figura 4 – Wattímetro eletrodinâmico.

17
O WATTÍMETRO ELETRODINÂMICO
A. Princípio de Funcionamento
Seja:
i = corrente instantânea na bobina
amperimétrica;
id = corrente instantânea na bobina
voltimétrica;
Rad = Resistência adicional;
Para um instrumento eletrodinâmico temos:

𝑚 = 𝑘1 . 𝑖. 𝑖𝑑
Onde: 𝑚 = conjugado motor; Figura 4 – Wattímetro eletrodinâmico.

𝑘1 = constante.
18
O WATTÍMETRO ELETRODINÂMICO
𝑣
Mas: 𝑖𝑑 = 𝑅
𝑑

Onde:
𝑣 = tensão instantânea do circuito;
𝑅𝑑 = é a resistência do circuito voltimétrico do wattímetro.
𝑘
𝑚 = 𝑘1 . 𝑖. 𝑖𝑑 ∴ 𝑚 = 𝑅1 . 𝑣. 𝑖 = 𝑘 ′ . 𝑣. 𝑖
𝑑

Mas:
𝑖 = 𝐼𝑀Á𝑋 . sin 𝜔𝑡
𝑣 = 𝑉𝑀Á𝑋 . sin 𝜔𝑡 + 𝜑
Então:
𝑚 = 𝑘 ′ . 𝑉. 𝐼. 2(𝑠𝑖𝑛2 𝜔𝑡. cos 𝜑 + sin 𝜔𝑡. sin 𝜑 . cos 𝜔𝑡)
19
O WATTÍMETRO ELETRODINÂMICO

B. Valor Médio do Conjugado Motor

Resolvendo:

20
O WATTÍMETRO ELETRODINÂMICO
A bobina móvel do wattímetro (bobina voltimétrica) é provida de uma mola que tem dupla
função:
1. conduzir corrente e oferecer conjugado resistente ao movimento da bobina ou do
ponteiro.
2. Quando se estabelece o equilíbrio entre o conjugado motor e o conjugado resistente,
estabelece-se a relação:
𝑘 " . 𝑉. 𝐼 cos 𝜑 = 𝜏. 𝛼
Onde:
𝜏 = constante da mola; O desvio do ponteiro é proporcional a potência
𝛼 = desvio do ponteiro. ativa que o wattímetro “enxerga”. Ele serve
para corrente contínua também.
Então:
𝜏
𝑉. 𝐼 cos 𝜑 = . 𝛼 = 𝑘. 𝛼
𝑘"
21
O WATTÍMETRO ELETRODINÂMICO
B) Erro de fase: Bobina voltimétrica
C. Erros do Wattímetro Eletrodinâmico não é perfeitamente resistiva (forma
um ângulo θ [em minutos]):
A) Erro devido à derivação da bobina
voltimétrica:

configuração A
configuração B

Figura 5 – Wattímetro eletrodinâmico.


Figura 6 – Erros de Fase. 22
O WATTÍMETRO ELETRODINÂMICO

D. Constante do Wattímetro
É dada por W/divisão, por exemplo: um wattímetro de 5 A, 300 V com 150 divisões na
escala.

E. Amplificação do Campo de Medida


Para a corrente:
Para a tensão:
a - Dividir a bobina de corrente em
a – Alterar a resistência adicional (de manganina); várias partes (colocando-as em série ou
b – Utilizar TP. em paralelo) ➔ Série = I; Paralelo = 2I
(2 partes);
b – Utilizar TC.
23
O WATTÍMETRO ELETRODINÂMICO

E. Amplificação do Campo de Medida


Utilização de TP e TC conjuntos.

Figura 7 – Uso de TP e TC.


24
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
MONOFÁSICOS
A Figura 8 ilustra um wattímetro conectado na configuração A para
medir a potência ativa da carga.

Figura 8 – (a) Conexão do wattímetro na configuração A; (b) sentido das correntes nas bobinas.
25
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
MONOFÁSICOS
A Figura 8 ilustra um wattímetro conectado na configuração A para
medir a potência ativa da carga.

Na figura, os terminais 1 e 2
correspondem aos terminais
da bobina de corrente
enquanto os terminais 3 e 4
são os terminais da bobina de
potencial.

Figura 8 – (a) Conexão do wattímetro na configuração A.


26
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
MONOFÁSICOS
Na Figura 9 é ilustrada a conexão do wattímetro na configuração B.

Figura 9 – (a) Conexão do wattímetro na configuração B; (b) sentido das correntes nas bobinas.
27
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
MONOFÁSICOS
Comparando as conexões para as configurações A e B observa-se
que, independente da conexão das bobinas, as correntes ic e ip
sempre entram pelos terminais 1 e 3, respectivamente.
Esta é uma convenção utilizada pelos fabricantes de wattímetros
analógicos para a conexão das bobinas do equipamento.
O valor mostrado pelo instrumento, nas conexões A ou B,
desprezando as perdas do equipamento, será o valor médio da
potência ou potência ativa em Watts fornecida para a carga, ou
seja:
28
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
A. Carga Y Equilibrada com Nó Comum Acessível

Onde:

WT = potência total da carga equilibrada;

W = potência lida pelo wattímetro.

Figura 10 – Utilização de um Único Wattímetro.


29
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
B. Carga Y ou Δ Equilibrada sem Nó Comum Acessível
Artifício: Criação de um neutro artificial.

Condições: R1 = R3 = R2 + Rv

Onde:

Rv = é a resistência do circuito voltimétrico


do wattímetro.
Figura 11 – Criação de Neutro Artificial.
30
CONEXÃO DE WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
C. Carga Equilibrada ou Não, Tensões Simétricas
ou Não: Método dos três wattímetros
São necessários wattímetros bifásicos ou trifásicos para
medir potência, caso o sistema seja desequilibrado.

O método do wattímetro trifásico de medição de potência,


indicado na Figura 12, funcionará independentemente de a
carga estar equilibrada ou desequilibrada, conectada em Figura 12 – Método dos três wattímetros
para medição de potência trifásica.
triângulo ou estrela.
O método dos três wattímetros é adequado para mediação de potência em um sistema
trifásico no qual o fator de potência (FP) varia constantemente.
A potência média total é a soma algébrica das três leituras do wattímetro
(WT=W1+W2+W3 ).
31
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
C. Carga Equilibrada ou Não, Tensões Simétricas
ou Não: Método dos três wattímetros
Note que o ponto de referência ou comum “o” na Figura
12 é selecionado arbitrariamente.
Se a carga estiver conectada em estrela, o ponto “o” pode
ser ligado ao ponto neutro “n” (ou comum).
Para uma carga conectada em triângulo, o ponto “o” pode Figura 12 – Método dos três wattímetros
para medição de potência trifásica.
ser ligado a qualquer ponto.

Se, por exemplo, o ponto “o” estiver ligado ao ponto b, a bobina de tensão no wattímetro
W2 apresenta uma leitura zero e P2 = 0, indicando que o wattímetro W2 é desnecessário.
Portanto, dois wattímetros são suficientes para medir a potência total.

32
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
C. Carga Equilibrada ou Não, Tensões Simétricas ou Não
Seja o sistema sem neutro com três wattímetros:

As potências instantâneas em cada fase são:

A potência instantânea total da carga é dada por:

Figura 13 – Utilização de Três Wattímetros. 33


CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
A potência média total da carga:

Mas os wattímetros indicam:

Tem-se:

Substitui-se em Wwatt, tem-se: Figura 13 – Utilização de Três Wattímetros.

34
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
Mas para um circuito sem neutro:

Portanto:

Esse sistema independe:


a) Do equilíbrio das correntes; Figura 13 – Utilização de Três Wattímetros.
b) Da simetria das tensões;
c) Da posição do ponto O.
35
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
Método dos Dois Wattímetros

Tomando o ponto O e ligando em


qualquer das fases, o wattímetro dessa
fase indicará zero, podendo ser ele
removido.

A esse procedimento damos o nome de


conexão Aron, cuja única restrição é a
sua utilização em sistemas com neutro.
Figura 14 – Conexão Aron com Wattímetros.
Com isso se economiza um wattímetro.

Exemplo de conexão Aron (fase B como


referência). 36
CONEXÃO DE UM WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
O método dos dois wattímetros é de modo geral o mais usado
para medições de potência trifásica.
Os dois wattímetros devem estar ligados apropriadamente a
duas fases quaisquer, conforme mostrado na Figura 15.
Observe que a bobina de tensão de cada wattímetro mede a Figura 15 – Método gráfico dos dois
tensão de linha. wattímetros para medição de potência
trifásica.
Perceba também que o terminal :±: da bobina de tensão está ligado à linha na qual a bobina
de corrente correspondente está conectada.
Embora os wattímetros individuais não leiam mais a potência absorvida por qualquer fase em
particular, a soma algébrica das leituras dos dois wattímetros é igual à potência média total
absorvida pela carga, independentemente se ela estiver conectada em estrela ou triângulo, e
se estiver equilibrada ou não.
A potência real total é igual à soma algébrica das leituras dos dois wattímetros, PT=P1+P2 . 37
MÉTODO DOS DOIS WATTÍMETROS QUANDO SE TEM
CARGA EQUILIBRADA
Consideremos a carga conectada em estrela equilibrada
da Figura 16. Nosso objetivo é aplicar o método dos dois
wattímetros para encontrar a potência média absorvida
pela carga.
Suponha que a fonte esteja na sequência abc e a
impedância de carga seja Zy = Zy∠𝜃.
Por causa da impedância de carga, cada bobina de Figura 16 – Método dos dois wattímetros aplicado
tensão está adiantada em relação à sua bobina de a uma carga conectada em estrela equilibrada.
corrente em 𝜃, de modo que o fator de potência é cos𝜃.

Lembramos que cada tensão de linha está adiantada em relação à tensão de fase correspondente a 30°.
Portanto, a diferença de fase total entre a corrente de fase 𝐼𝑎 e a tensão de linha 𝑉𝑎𝑏 é 𝜃 + 30° e a
potência média lida pelo wattímetro W1 e W2 são: 𝑃 = 𝑉 𝐼 cos 𝜃 + 30° = 𝑉 𝐼 cos 𝜃 + 30°
1 𝑎𝑏 𝑎 𝐿 𝐿
𝑃2 = 𝑉𝑐𝑏 𝐼𝑐 cos 𝜃 − 30° = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃 − 30°
38
𝑃1 = 𝑉𝑎𝑏 𝐼𝑎 cos 𝜃 + 30° = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃 + 30°
𝑃2 = 𝑉𝑐𝑏 𝐼𝑐 cos 𝜃 − 30° = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃 − 30°
39
MÉTODO DOS DOIS WATTÍMETROS QUANDO SE TEM
CARGA EQUILIBRADA
Utilizando as identidades trigonométricas:
cos 𝐴 + 𝐵 = cos 𝐴 cos 𝐵 − sin 𝐴 sin 𝐵 e cos 𝐴 − 𝐵 = cos 𝐴 cos 𝐵 + sin 𝐴 sin 𝐵
Para determinar a soma e a diferença das leituras dos dois wattímetros nas equações de P1 e
P2:
𝑃𝑇 = 𝑃1 + 𝑃2 = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃 + 30° + cos 𝜃 − 30°
𝑃𝑇 = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃 cos 30° − sin 𝜃 sin 30° + cos 𝜃 cos 30° + sin 𝜃 sin 30°
𝑃𝑇 = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 2 cos 30° cos 𝜃 uma vez que 2 cos 30° = 3.
𝑃𝑇 = 3𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃
Portanto, constatamos que a soma das leituras dos wattímetros fornece a potência média
total,
𝑃𝑇 = 𝑃1 + 𝑃2
40
MÉTODO DOS DOIS WATTÍMETROS QUANDO SE TEM
CARGA EQUILIBRADA
De modo similar,
𝑃1 − 𝑃2 = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃 + 30° − cos 𝜃 − 30°
𝑃1 − 𝑃2 = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃 cos 30° − sin 𝜃 sin 30° − cos 𝜃 cos 30° − sin 𝜃 sin 30°
𝑃1 − 𝑃2 = −𝑉𝐿 𝐼𝐿 2 sin 30° sin 𝜃 uma vez que 2 sin 30° = 1
𝑃2 − 𝑃1 = 𝑉𝐿 𝐼𝐿 sin 𝜃
Portanto, a diferença entre as leituras do wattímetro é proporcional à potência reativa total,
ou seja, 𝑄𝑇 = 3(𝑃2 − 𝑃1 )

A potência aparente total pode ser obtida como segue: 𝑆𝑇 = 𝑃𝑇2 + 𝑄𝑇2
A tangente do ângulo do fator de potência pode ser obtida como segue:
𝑄 𝑃 −𝑃
tan 𝜃 = 𝑃𝑇 = 3 𝑃2 +𝑃1 sendo 𝐹𝑃 = cos 𝜃
𝑇 2 1

41
MÉTODO DOS DOIS WATTÍMETROS QUANDO SE TEM
CARGA EQUILIBRADA
Logo, o método dos dois wattímetros não apenas fornece as potências reativa e real totais,
como também pode ser usado para calcular o fator de potência.
Das Equações (PT), (QT) e (tan 𝜃), concluímos que:
1. Se P2 = P1, a carga é resistiva.
2. Se P2 > P1, a carga é indutiva.
3. Se P2 < P1, a carga é capacitiva.
Embora esses resultados sejam derivados de uma carga conectada em estrela equilibrada,
eles são igualmente válidos para uma carga conectada em triângulo equilibrada.
Entretanto, o método dos dois wattímetros não pode ser usado para medição de potência
em um sistema trifásico quadrifilar a menos que a corrente através da linha neutra seja
zero. Usamos o método dos três wattímetros para medir a potência real em um sistema
trifásico quadrifilar.
42
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PARA A CONEXÃO
ARON PARA QUANDO SE TEM CARGA EQUILIBRADA
Seja a figura: Pelo diagrama fasorial considerando uma
carga indutiva com ângulo 𝜓.

Figura 17 – Conexão Aron com 2 Wattímetros.

Figura 18 – Diagrama Fasorial das Tensões e Correntes para ψ Indutivo. 43


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PARA A CONEXÃO
ARON PARA QUANDO SE TEM CARGA EQUILIBRADA
OBS.: Se a) 60 < ψ < 90 ou

b) -90 < ψ < -60

No caso a) W2 apresenta leitura negativa.

No caso b) W1 apresenta leitura negativa.

Portanto se algum medidor apresenta leitura negativa


basta inverter a sua bobina de corrente ou de
potencial (melhor) para se ler valores positivos.

Figura 18 – Diagrama Fasorial Mas na verdade a potência deve entrar negativa


das Tensões e Correntes para
ψ Indutivo.
para efeito de cálculo.

44
EXEMPLO DE APLICAÇÂO
Dois wattímetros são instalados conforme abaixo, para medir a potência da
carga desequilibrada constituída de um motor trifásico M, de 6 kW, cos(ψ) =
0,8 indutivo ligado em triângulo e de uma resistência de 4 kW entre fases A e
B. Determinar as leituras dos wattímetros W1 e W2.
Solução: O problema consiste em calcular as
correntes nas fases A e B e obter as tensões VAC e
VBC. Seja a figura, considerando só o motor.

Corrente na linha:

Corrente na fase:

Como as correntes estão defasadas de ψ de suas


respectivas tensões, tem-se que,
ψ = cos−1 0,8 = 36,9° 45
APLICAÇÂO

Considerando o motor e a resistência.

Portanto:

46
APLICAÇÂO

Finalmente:
As potências são dadas por:

𝑊𝑇 = 𝑊1 + 𝑊2 = 10.000 [𝑊]

47
CONEXÃO DE WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS COM NEUTRO
A. Carga Equilibrada ou Não, Tensões Simétricas ou Não: Método
dos Três Wattímetros

Figura 19 – Utilização de Três Wattímetros.


48
CONEXÃO DE WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS COM NEUTRO
B. Carga Equilibrada e Tensões Simétricas
Caso Especial: pode-se utilizar apenas 1 wattímetro em qualquer das fases.

Figura 20 – Utilização de um Único Wattímetro.

49
CONEXÃO DE WATTÍMETRO EM CIRCUITOS
TRIFÁSICOS COM NEUTRO
C. Utilização de TP e TC
Cada wattímetro, dependendo das
conveniências, pode utilizar um
transformador de potencial e/ou um
transformador de corrente segundo a
transformação a seguir:

Mas,

Figura 21 – Utilização de TP e TC. 50


EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Se um wattímetro que tem bobina voltimétrica = 150 [V] e bobina
amperimétrica = 10 [A] marcou 300 [W]. Qual a potência ativa no
primário? Qual o fator de potência da carga?
Dados da medição e do circuito: kc kp
• Corrente primária = 1870 [A];
• Usa TC 2000/5 [A].
• Tensão primária = 138 [kV];
• Usar TP 138000/115 [V].

Fator de Potência = ????

Logo:

51
BIBLIOGRAFIA
• Referências
• Alexander, Charles K. Fundamentos de circuitos elétricos I, Charles K. Alexander, Matthew N. O. Sadiku;
tradução: José Luci mar do Nascimento; revisão técnica: Antônio Pertence Júnior. - 5. ed. - Dados
eletrônicos. - Porto Alegre: AMGH, 2013.
• Medidas Elétricas: Fernando N. Belchior, UNIFEI.
• DE MEDEIROS FILHO, Solon. Fundamentos de medidas elétricas. Ed. da UFP, 1979.
• MEDEIROS FILHO, Sólon de. Medição de energia elétrica. Editora Universitária UFPE, Segunda edição,
Recife, 1980.

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