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11.10.

19

Art 3 da constituição –

A soberania do estado é exercida pela função constituinte;

Os órgãos do estado exercem os poderes constituídos para garantir os fins do estado (art 9 da
CRP);

Diferente papel do tribunal normal (desaplica a lei art204) enquanto o tribunal constitucional
pode declarar a inconstitucionalidade através da aplicação do 282);

Povo – comunidade política, limitado pela nacionalidade, : conjunto de cidadãos que tem vinculo
jurídico de cidadania com o estado;

Nação – não é um conceito jurídico que não deve ser confundido em constitucional – tem um
património cultural comum. Um conjunto de traças históricos comuns.

Lei da nacionalidade:

Duas formas de reconhecer:

1) Atribuição da nacionalidade – o estado reconhece alguém originariamente como


cidadão português;
2) Aquisição de nacionalidade – alguém que não nasce português pode adquirir essa
cidadania:
a. Casamente ou união de facto com português;
b. Art. 6 processo de naturalização
3) A lei conjuga os grandes critérios para nacionalização:
a. Ius sanguini – os ascendentes são portugueses;
b. Ius soli – ter nascido em território portugues, ou residir em Portugal
4) Artigo 1) soma os dois critérios;

Elemento do território próxima aula;

Dignidade da pessoa humana

Antigo testamento;

Novo testamento,

Platão

Agostinho

Aristóteles

Tomás de aquino;

Marsilio de padoa
Maquievel

Hobbes

Montesquieu

Rosseau

Kant

Hegel

Locke

Como é que estas ideias se conciliam nos sistemas britânico, americano e português.

Análise do art 6 da CRP :

O estado é único – tem a ver com a forma de poder do estado sobre o território – tem
a ver com o número de centros de poder – existe apenas um centro de poder constituinte – só
tem uma autoridade para decretar uma constituição.

As regiões autónomas não têm uma constituição, mas sim um estatuto – que decorre
da CRP e que se aplica à região autónoma.

Portugal é um estado unitário regional parcial.

Estados compostos – com vários centos de poder constituintes (várias normas constitucionais):

1) Federativos:
a. Sobreposição vertical entre a constituição da federação e a constituição do
estado federado
i. Cada estado federado recebe o poder de se auto-organizarem, define o
seu próprio sistema político;
ii. O poder da auto-regulação encontra limites na própria constituição
federal;
1. Tudo o que contrariar a constituição federal é inválido;
iii. Embora tenha um poder constituinte não é um estado soberano – pois
tem sempre limite numa constituição.
2) União real:
a. Existe uma monarquia que é apoiada em órgãos constitucionais comuns aos
vários territórios que convivem com órgãos próprios de cada território.
i. Este é o exemplo do UK (segundo alguma doutrina);
1. Existe um monarca, mas depois existem regiões com
parlamentos;

A federação não se confunde com uma confederação:

A confederação não é um estado – é uma união de estados através de tratado;

Confederação – o tratado (que poder ter natureza constituintes) determina em que termos os
estados confederados transmitem poderes soberanos dos estados confederados; a
confederação não é um estado pois não tem estabilidade; os estados unidos antes de serem
formados como estado federado, eram uma confederação.

Um estado federado não é soberano – o estado federado não tem autodeterminação;

Ume estado confederado é semi-soberano – o estado manterá a soberania que não transitou
para a confederação.

União real Vs União Pessoal

União pessoal não é estado, é um conjunto de estados que tem o mesmo chefe de estado, mas
mantém absolutamente a sua independência.

Exemplo da CW – a austrália tem o mesmo chefe de estado que a Inglaterra.

Outra classificação – Relação entre o Poder e o Povo:

Regime Político – relação entre o Poder e o Povo – quem exerce o poder?

Numa democracia o poder é exercido pelo povo – os governantes são os mesmos que os
governados; (soberania popular e pluralismo democrático);

Autoritarismo – (caso de Salazar) o estado limita a liberdade e subordina a liberdade ao poder,


em tudo o que não se ofenda o poder, os cidadãos podem exercer livremente.

Totalitarismo - o estado absorve em si a totalidade da sociedade, não existe nenhuma


autodeterminação individual. O estado define por si o projeto de vida das pessoas. Totalitarismo
perfeito – Platão;

Forma de governo – modo de determinar o chefe de estado (Monarquia ou républica); menos


relevante pois esta situação não influencia a dignidade da pessoa humana;

Sistema de Governo – relação entre os órgãos que participam no governo:

1) Parlamentarismo
2) Presidencialismo
3) …

Próxima aula

Antigo testamento e novo testamento – dignidade da pessoa humana.

Dignidade da Pessoa Humana:

Antigo Testamento:

1) Reside a descoberta da noção de pessoa humana enquanto criatura à imagem de Deus;


2) O homem passa a ser assim uma imagem da própria divindade
3) Esta noção de que cada homem é criatura feita à imagem de deus, confere dignidade a
cada humano;
4) A importância da liberdade é também revelada pela descrição do Êxodo, quando retira
o homem da escravatura de outro povo;
5) No conflito Caim e Abel, “que é feito do teu irmão?” surge a noção de que cada homem
é assim responsável por outro, por ser igual a ele em dignidade, tem a função de
preservar a dignidade do outro; bem como a ideia de solidariedade social;
6) Também o poder que deus atribui a Adão para pecar, revela que até para deus a
Liberdade da pessoa humana é plena (mesmo que com sanções por pecar).

Novo Testamento:

1) Desenvolve a noção de que a dignidade humana reside no facto de ser criatura feita à
imagem de deus;
2) Cada humano (pelo simples facto de ser) tem um valor sagrado, que o distingue dos
demais seres;
3) A cada homem é reconhecido um espaço de liberdade irrenunciável;
4) Essa liberdade exige dignidade; (uma liberdade espiritual – mesmo que não física- como
defende S Agostinho)
5) A cada homem pertence um conjunto de direitos inatos e inderrogáveis;
6) Referência à existência da limitação do poder ou de intervenção pública ou privada
sobre esta esfera de direitos e liberdades irrenunciáveis ou inderrogáveis da pessoa
humana;
7) Como Cristo veio para salvar toda a humanidade, e salva todos porque todos são iguais,
imprime a regra de igualdade entre todos os homens;
8) A igualdade de todos os homens perante Deus, coloca todos os homens em situação de
igualdade;
9) Com a doutrina de Cristo a conceção de poder sofre uma alteração profunda:
a. Existência de limitações intransponíveis ao Poder Político;
b. Comporta todo um novo fundamento para o Poder Político;
10) Com a expressão “dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus” o novo
testamento procura retirar o poder político da intromissão da esfera do Divino;
11) São Paulo refere ainda:
a. Não nenhum poder que não venha de Deus;
b. Defendendo que reside em deus todo o fundamento do poder político;
c. Apresentando-se a teoria de justiça como limitação ao poder
12) Em suma:
a. Todos os homens são iguais perante Deus e iguais perante a lei (art. 13);
b. Desta forma Cristo morreu para salvar todos (art 15) para todos ;
c. Cada pessoa humana é dotada de um espaço de liberdade interior ou espiritual,
sendo esta realidade limitativa do poder político
Platão:

1) O melhor governo é o governo dos sábios;


2) Ideia do filósofo rei, aquele que tem a sabedoria e por isso não precisa de limites
3) Primeiro a conceptualizar governos totalitários
4) As leis não existem para garantir a liberdade mas sim para fortalecer o laço com o
estado;
5) Identifica cidadãos superiores e inferiores; e recusa aos filhos destes qualquer
educação;
6) Refere que não existe individuo fora do estado, e que este existe no estado e para o
estado, num modelo de ausência de qualquer direito da pessoa humana;
7) É ao estado que cabe o controlo dos casamentos e a seleção dos nubentes (eliminando
a liberdade individual) (viola artg 36; art 47);
8) O governo de um homem sábio é preferível ao governo das leis, não devendo o
governante ser limitado pelas leis;
9) Absolutismo paternalista; anti-constituição
10) Mais tarde platão verifica uma inflexão política relevando que sem leis o homem não
se diferencia dos animais selvagens; e que a inteligência e liberdade não devem ser
limitadas por ninguém
11) A pena de morte é aceitável já que liberta a alma do mau companheiro corpo;
12) Platão não ultrapassa a ideia de individuo, não considerando de todo a pessoa humana;
13) Assim a pessoa humana e o sujeito em si, não tem qualquer posição jurídica perante o
Poder.
14) Para platão a justiça reside na possibilidade do poder inibir-se de exercer castigo
perante os mais débeis.

Mais tarde entende que as leis servem para programar toda a vida do homem.

Daí perceber que as leis podem não defender os interesses do individuo.

As leis podem servir para limitar o poder ou para limitar a liberdade.

A bíblia defende que o homem é único – a alma e corpo são sum só;

Para platão o homem é composto por corpo e alma.

Algoria da caverna – quem está na sombra não sabe que está, e tem de ser retirado por quem
ve a luz. E essa retirada tem de ser pela força.

Livro V da republica – quando aos caes de caça, aves de estimação e restantes animais e por isso
não se faz criação de todos, cria-se apenas os melhores, de igual forma deverá ser em relação
ao homem.

Este pensamento passa para a europa através de santo agostinho.

Contributo de S. Agostinho (ideologia judaico-cristão):


1) O Homem como animal racional criado à imagem de deus
2) Defende a unidade da espécie humana (art 13);
3) A dignidade da pessoa humana assenta na perceção de que Deus dotou o Homem de
inteligência que o permitiu elevar-se acima de todas as outras criaturas;
4) É na razão e na inteligência humana que assenta a ligação com Deus, sendo esse o ponto
inicial da Dignidade humana;
5) Refere ainda o livre arbítrio “fazemos voluntariamente tudo o que sabemos e temos
consciência de que o fazemos porque queremos”
6) Valorização da vontade humana;
7) A vontade livre é um bem que deus nos deu – refletindo o respeito que deus tem pela
sua criatura homem;
8) O homem é livre até de se revoltar contra deus, enquanto deus se limita a intervir
perante este exercício de liberdade (art 27);
9) Chama a atenção que deus deu ao homem a liberdade de dominar os seres irracionais
e não de dominar o homem;
10) Desta forma a escravatura é fonte do pecado;
11) Define justiça como “a virtude que dá a cada um o que lhe pertence” - segundo o que
resulta da lei eterna de Deus;
12) Assim a justiça reside aqui como fim da ação do estado (artº 9);
13) “se não há justiça, o que distingue o estado dum bando de ladrões”;
14) Onde não há justiça não há estado
15) Justiça o fundamento de validade do Direito.
16) Caso haja um governo injusto mais vale respeitar do que cair na anarquia;
17) O estado que é corrupto não deve ter resistência;
18) Quando este estado aprova leis, tem de se impedir que o juiz julgue a lei, e crie a
anarquia - o contrário ao 204 da CRP;
19) Para o bem das pessoas o cristão tem de controlar o estado, pois o estado será melhor
se for controlado por cristãos (ao contrário do que defende o próprio cristianismo) –
este pensamento tem o nome de sacerdotalismo – que domina a idade média com a
inquisição, as cruzadas;

Aristóteles-
1) O homem é um ser social
2) o melhor governo é o governo das leis Porque a lei é isenta de paixão.
3) A lei é neutra.
4) Aristóteles é o pai do conceito de constituição.
5) Apenas a lei garante a justiça
6) Aristóteles assenta o conceito de justiça na relação de proporcionalidade e igualdade
7) Para ariistótels a injustiça acontece quando alguém tem (ou quer) mais do que lhe é
devido.
8) Introduz o principio da justiça distributiva e de justiça corretiva
9) Justiça distributiva na relação entre o estado e cidadãos – a cada um segundo o seu
mérito (art 104 a );
10) Justiça corretiva – relação entre indivíduos – proporcionalidade dos contributos
individuais;
11) Desenvolve o conceito de equidade como forma da lei (da justiça) ceder perante os
casos concretos que, não tendo sido previstos pelo legislador, têm de ser corrigidos para
evitar injustiças.
12) A base do entendimento do estado de direito (estado limitado pelo direito).
13) A importância proporcionalidade e da equidade.
14) Não prevê o direito da pessoa como pessoa.
15) Aristoteles defendia a escravatura com base na conceção dum estatuto natural.
16) Defende o pluralismo social e político (art 2), art 114
17) Defende que o fim do estado é que os homens vivam bem, segundo os critérios da
igualdade e da justiça (art 9, d)
18) Defende a separação entre Estado e Sociedade Civil;
19) É ceptico dizendo que a maioria obedece mais à força do que à palavra, e mais ao castigo
que aos bons exemplos;
20) Para Aristóteles eram cidadãos aquele que tinham o poder de sufrágio nas assembleias
e que participavam no exercício do poder público;
21) Retirava os escravos da noção de cidadão, e assim de todos os direitos.
22) Par Aristóteles não existe pessoa fora do estado;
23) Retira toda a liberdade individual, o principio de legalidade é resumido como “o que a
lei não ordena é porque proíbe”;
24) A pessoa como ser livre e com sentido em si mesmo, não existe ainda em Aristóteles.
25) Defende que a escravatura resulta da lei natural, há homens que nascem para mandar
outros para obedecer;
26) O homem separa-se dos restantes animais pela razão;
27) A democracia é qualificada como a degeneração da republica;
28) A democracia é o resultado da liberdade de participação;
29) Um sistema em que os pobres e livres, por maioria, governam, são donos do Estado (art
48) participação na vida pública);
30) Esta realidade poderia levar os pobres (o povo simples) a fazer da sua vontade lei
31) Existe o perigo do estado cair nas mãos duma multidão indigente e subtraída ao domínio
das leis – o que nada o diferenciaria da tirania;
32) Assim as leis, e o seu poder de limitar o poder, impediria esta maioria indigente de se
tornar tirana (art 3) (art 21 – resistência)
33) A constituição é assim o limite à tirania (art 3);
34) Defendia a propriedade privadas e a família, assente na liberdade individual.
35) A liberdade humana deve ser valorizada, muito embora em caso de conflito com o
estado, prevalece o interesse do estado.
36) Diferenciação entre lei e juiz, e a valorização do papel do juiz.

S. Tomás de Aquino
1) Pessoa significa relação – o homem é um ser social
2) Cada pessoa é distinta; possui racionalidade existência independente e distinta
3) Reside o principio de individualidade
4) A pessoa enquanto pessoa;
5) Que devido À sua racionalidade e livre arbítrio, tornando-se sujeito ativo no âmbito da
ordem do universo;
6) O homem é dono dos seus próprios atos (responsável por eles)
7) A sua criação divina dota-o de dignidade e consequentemente de direitos e garantias
fundamentais;
8) A lei tem um fim do bem comum;
9) A lei justo é aquela:
a. Visa o bem comum;
b. Todos são obrigados a cumprí-la, até o autor;
c. A lei deve ser proporcional, e distribuir dessa forma o esforço por todos – só
assim atinge o bem comum.
10) Surge em são tomas de aquino o prinicipio do direito À resistência perante uma lei
injusta (art 21).
11) Existe uma lei natural que regula a lei divina, lei positiva, lei eterna;
a. Lei divina – lei que deus aprova e que está na bíblia;
b. lei eterna – diz o que é o bem – aprovada por deus, o homem não consegue
compreender a lei eterna, porque é imperfeito
c. Lei natural – deus coloca na nossa natureza um sentido de justiça – está na
natureza do humana na consciência;
d. A lei positiva – que respeita a lei natural - e que é uma obrigação do legislador
para assegurar que a lei positiva obedece à lei natural. Se a lei positiva violar a
lei natural então é : injusta, e por ser injusta é invalida. A lei positiva tem um
parâmetro de validade, que neste caso é a lei natural, à qual tem de submeter
para poder ser aplicada. Assim o juiz pode desaplicar a lei. Lei 204 da CRP.
Desaplicação da lei; o juiz, dotado de razão, consegue aceder à lei natural, então
consegue aplicar ao caso concreto a lei tão claramente com o legislador. Assim
o juiz consegue criar direito, dado que, conhecendo a lei natural, consegue
compreender qual a lei justa par ao caso, e desaplicando a lei positiva, aplicar
uma outra.
i. A este modelo chama-se constituição social judiciária. Na sociedade
qualquer pessoa consegue fiscalizar a validade da lei. E em função disso,
o juiz surge como centro do poder. O centro do poder não está na lei,
está no juiz.
ii.
Marsilio de Padoa
1, antecipa o que será dito e discutido nos sec xviii, o entendimento de que res pública do Papa
tem limites, o princípio da liberdade religiosa tem de ser respeitado; 2, precursor da defesa da
liberdade e ao mesmo tempo um precursor da defesa da democracia; 1, a cidade, a polis, o
estado, tem um prepósito do bem-viver das pessoas. A ideia de solidariedade substancia-se na
ideia de que os mais têm ajudarem quem menos tem. 3, o poder deve estar limitado pela lei,
recuperando o pensamento de Aristóteles; 4, a lei é a expressão do consenso social, apurado
pelo princípio da prevalência da maioria (rosseau buscou destas ideias no sec xviii); 5, dentro dos
poderes do estado o poder principal é o poder legislador, Locke assume mais tarde a supremacia
do poder legislativo, já dito por Pádua;

1) Cristão aristotélico;
2) Obra defensor pacis – condenada pelo papa joão xxii em 1327
3) A sua obra antecipa a idade moderna;
4) Contraria a conceção teocrática da cúria papal que intrometia o poder da igreja
à do estado;
5) Restaura a descrição critã entre o poder temporal e o poder espiritual;
6) Considera a paz o bem supremo do homem; que quem não a tem a deve
procurar, e que quem a tem tudo deve fazer para a manter;
7) A paz de que marsilio fala, está associada à liberdade individual; aplicada aos
cidadãos (excluindo escravos, mulheres e estrangeiros);
8) A sociedade deve ter em atenção o bem comum; vinculando o governante a esta
missão de preservar e lutar pelo bem comum, no qual inclui a liberdade
individual;
9) O governante criaria assim na cidade a finalidade do viver bem e com dignidade
de cada cidadão,
10) Muito embora defenda que o ser humano se inclina mais para o mal do que para
o bem, elas se encontram impelidas pelos laços de sangue a presetar auxílio
reciproco (Cicero); - um principio de solidariedade – de um direito quase natural
a alicerçar os deveres de amizade e solidariedade humana;
11) Obrigação do ser humano em não praticas atos injustos contra terceiros, assim
como de impedir outras pessoas de praticarem tais atos injustos.
12) Nega que cristo tenha confiado à igreja o poder coercivo de submeter todos à lei
divina;
13) Defende que só o governante através da autoridade da lei legislada, possúí
capacidade coerciva; nega à igreja qualquer poder de tipo coativo;
14) Inicia o principio de liberdade religiosa;
15) Seguindo o principio aristotélico do governo das leis – encontra limites ao
legislador – nem tudo se pode regular pelas leis – limita o poder do governante
à lei – num principio de legalidade, ou de constitucionalidade: todos os
governantes devem exercer o seu cargo de acordo com a lei e não além do que
ela determina”;
16) Impõe ao governante o dever de ordenar aquilo que é justo, dado que o
governante deve ser alguém com atributo de prudência e bondade moral e
justiça.
17) Reconhece o direito de quem foi sujeito a uma injustiça obtenha uma reparação
– de modo a que tudo retorne ao equilíbrio ou à igualdade proporcional;
18) Reconhecendo a importância da vontade dos súbditos, a sua liberdade dada por
Deus em função da razão humana, destaca que os subtidos se devem reger pelo
governante, mas que, simultaneamente o governo eleito é superior aquele que
não o é;
19) Dá elevada importância à eleição do governante;
20) Prefere a monarquia eletiva à monarquia sucessória;
21) Defende que a lei deve ser resultado da vontade do povo na tua totalidade ou
na sua parte preponderante;
22) Que a lei feita pelo povo torna-se mais facilmente aceite por este;
23) Defende a separação entre quem faz a lei e quem a aplica,
24) Fazer as leis competiria ao povo e o fazer cumprir as leis cumpriria aos principe;
25) Dando ao povo/legislador o poder de depor o principe;
26) Atribui ao povo/legislador a causa eficiente primária, e ao princípe, por ter
recebido a autoridade do legislador, a causa secundária, executora ou
instrumental;
27) Colocando no povo a prevalência da titularidade da soberania, Marsilio torna-se
precursor de Locke;
28) Ao defender a soberania popular, e a inexistência de diferenças dentro do povo
de cidadãos, marcilio é precursor de rosseau na ideia de que a vontade geral do
povo não pode nunca ser em causa e na qual se centram todos os poderes (a
maioria nunca se engana).
29) É o pai da modernidade constitucional

Marsilio, platão e rosseau – preocupam-se com quem deve ser o titular do poder. A
pergunta certa seria como é que se deve limitar o poder. A questão não é saber em
quem depositar o poder, mas sim como limitar o poder do governante. Os três
identificam o inimigo a quem tiram o poder (Marsilio Igregja; Platão corruptos; Rosseau,
Monarca Absoluto) e dá ao seu “amigo”.
Marsilio de padoa – percursor duma corrente positivismo. Hobes diz o mesmo.

Maquiavel
1, a crueldade pode ser boa! ( O rei deve preferir ser temido que ser amado), 2, os fins justificam
os meios, e o poder deve usar todos os meios para alcançar os fins pretendidos – incluindo a
guerra; 3, a propriedade é mais importante do que a vida (ex: os Homens esquecem mais quem
lhes matou os pais do que quem lhes roubou uma propriedade); 4, os fins justificam os meios –
a ideia de razão de estado – pela primeira se encontra a expressão estado como hoje se entende.
Ou seja, há imperativos do estado que se impões contra aquilo que é a regra normal. Artg 282,
nº4 da CRP – consagra a ideia da razão de estado – “Há situações em que normas
inconstitucionais podem ser aplicadas”.

Maquiavel cria a ideia de estado – statu – jean Boudin vem referir depois a soberania,
perante o qual o monarca só responde perante deus

HOBBES

1) o ser humano tem direitos alienáveis; 2) o poder existe para garantir a segurança, tudo
se justifica em nome da segurança. 1) Os direitos naturais do Homem são alienáveis,
decorrem do seu próprio nascimento a que não pode renunciar, direitos que
caracterizam a própria natureza Humana; todos somos racionais por natureza, e cada
um de nós tem o direito natural de julgar, em cada momento, quais são os melhores
meios para defesa da sua própria vida. Hobbes justifica a legitima defesa. Cada ser
humano tem o direito a um mínimo de existência, o mínimo para sobreviver
(alimentação e vestuário); o homem é por natureza livre, e defende que o homem é
essencialmente mau, invejoso. Desta forma, aqueles que mais força têm, tendem a mal
tratar os mais fracos, a maldade é uma característica típica da natureza humana. Assim
a vivencia em sociedade, seria uma vivencia em guerra civil, de fortes contra fracos.
Assim a única forma de corrigir é no caso de cada um abdicar de parte da sua liberdade
a favor do estado soberano. 2) a criação da autoridade social, obedece a um contrato.
Em que cada um cede parte da sua liberdade em favor da segurança. Assim se cria um
poder soberano, total sobre todos, quando se renuncia o direito de liberdade em favor
do estado, o poder tende a ser absoluto e totalitário. Daí nasce a dúvida permanente
Liberdade Vs Segurança.

O homem é naturalmente mau, por observação da guerra civil. Cada elemento da sociedade
prefere abdicar de parte da sua liberdade para o estado, para garantir a segurança – assim o
contrato social que forma o estado, coloca a liberdade de cada um na mão do soberano(s).

O Soberano não é parte do contrato, logo o contrato não é parte do contrato, é beneficiário do
contrato, e por isso não o pode violar. Não resulta daqui um estado totalitário, no sentido em
que o povo, ao celebrar um contrato com o soberano para a sua segurança (garantido os meios
de subsistência) pode romper com o contrato quando o soberano não fizer as suas funções.

Hobbes diz que a soberania é o poder de aprovar leis que não encontram nenhum limite sem ser
os direitos alienáveis das pessoas (vida e acessórias à vida).

Primeira consequência: positivismo – antes da lei nada pode ser injusto, justo e injusto não pode
ter lugar, sem estado não há lei, sem lei não há injusto nem justo.

Não pode haver um juiz que desaplique a lei.

No tempo de Hobbes existia o conceito de absolutismo parlamentar- idêntico ao de Hobbes mas


ligado ao parlamento. Estado absoluto e não totalitário.

Montesquieu (no tempo de monarquia absolutista França Luís XIV): o Homem tem o
direito alienável de Liberdade e estabelece a relação entre a garantia da liberdade e a divisão de
poderes. 3 poderes do Estado: Legislativo, Executivo, Judicial. A melhor forma de garantir a
liberdade é limitar o poder. Autor da separação de poderes. Ele (francês) observa a constituição
britânica, que conclui que o poder deverá ser divido, pela sua natureza. Esta separação tem
interdependências. A limitação de poder é a única forma de garantir a liberdade.

Pai do modelo da constituição britânica – monarquia parlamentar.

Num estado, numa sociedade dotada de leis a liberdade política não consiste em cada
um fazer o que quer mas sim de “fazer tudo o que a lei permite”.

Identifica o sistema republicano com a democracia, onde o poder pertence a todo o


povo, sendo a lei feita por todo o povo.

A liberdade pressupões a limitação de poder, sendo necessário que o poder limite o


próprio poder; a separação entre poderes (3) torna-se condição de liberdade;

A existência dum estado livre necessita que todos tenham o poder de se autogovernar,
afirmando que o poder legislativo é a expressão da vontade do povo. – como Marsílio de Pádua;

Refere que a escravatura é um ato desumano, afirmando que num estado de soberania
popular, nenhum homem se pode vender ou tornar-se escravo.
Kant:

A pessoa como centro da constituição,

revolução neste pensamento liberal. 1) o estado é um estado assente no Direito e na


Constituição. Significando que exige a obediência à lei. 2) a liberdade é um direito inato, de cada
um, e é por isso que em Kant radica o principio da autonomia da vontade. 3) o principio da
Humanidade, 4) a ideia da dignidade humana:

2) principio da humanidade – o ser humano não é uma coisa, e por isso cada um de nós é
sempre um fim em si mesmo. [uma criança nasceu com problema de sangue, não sendo
transplantada a medula, a criança morria, a única forma era a criança ter um irmão
compatível. O irmão foi concebido para este fim. A jurisprudência disse que nunca é
concebível que nasça uma nova vida com o propósito de salvar uma vida, se a esta
couber uma desvantagem futura, deficiência ou morte. Isto porque esta criança (a nova)
é sempre um fim em si mesmo, não podendo ser utilizado como objeto ou meio para
algo. secXXI USA];
a. O ser humano fica vinculado à sua humanidade não podendo dispor da sua
humanidade, a ponto de se reduzir a objeto ou a meio, ou de sujeitar outra a
desumanizar-se (tornar-se objeto ou meio).

4) principio da dignidade do homem – expurga deus do conceito da dignidade humana.


Criando a ideia de que a dignidade é um valor absoluto, e irrenunciável. A dignidade não tem
preço. Cada um de nós tem dignidade porque não tem preço, pois não pode ser coisa, objeto
ou instrumento; esta é a ideia base da dignidade humana.

Sociabilidade insociável:

 Na coexistência entre os homens Kant identificava o que pareceria um paradoxo, a


sociabilidade insociável. Cada um dos indivíduos possui a necessidade de viver em
sociedade para assim ser entendido como homem. De outro lado, nas relações humanas
Kant identificava um antagonismo correspondente ao choque entre os homens
explicável pelo egoísmo e pela resistência ao posicionamento dos outros.
 Destes conflitos resulta o que Kant chamou, na quarta proposição de “Idéia de uma
história universal segundo um propósito cosmopolita”, de cultura, que seria o valor
social do homem. Os conflitos impulsionam os homens para novas formas de
pensamento, retirando dos homens suas disposições naturais, alcançando um todo
moral.

Assim Paz estava relacionada com a propriedade privada;~A paz perpétua

A paz perpétua trata que o direito deve circunscrever-se às condições de uma hospitalidade
universal. A pessoa que está em seu território, no seu domínio, pode repelir o visitante se este
interfere em seu domínio.

No entanto, caso o visitante mantenha-se pacífico, não seria possível hostilizá-lo. Também, não
se trata de um direito que obrigatoriamente o visitante poderia exigir daquele que o tem assim,
mas sim, de um direito que persiste em todos os homens, o do direito de apresentar-se na
sociedade.
O direito de cada um na superfície terrestre pode ser limitada no sentido da superfície. Já o
indivíduo deve tolerar a presença do outro, sem interferir nele, visto que tal direito persiste a
toda espécie humana. Então, o direito da posse comunitária da superfície terrestre pertence a
todos aqueles que gozam da condição humana, existindo uma tolerância de todos a fim de que
se alcance uma convivência plena.

Veja que o ato de hostilidade está presente no ato do direito de hospitalidade. Mesmo que o
espaço seja limitado, os indivíduos devem se comportar pacificamente com o intuito de se
alcançar a paz de convívio mútuo.

O relacionamento entre as pessoas está na construção dos direitos de cada um, sendo
indispensável para a compreensão do direito cosmopolítico de modo a garantir as condições
necessárias para termos uma hospitalidade universal.

Por fim, a não violação do direito cosmopolitano e o direito público da humanidade criará
condições para o favorecimento da paz perpétua, proporcionando a esperança de uma possível
aproximação do estado pacífico.

o Apenas a paz permite que se estabeleça o meu e o teu;


 Recupera a ideia aristotélica da importância das leis;
 Um poder centrado nas leis e não nos homens;
 Um poder limitado pelas leis;
o Estado enquanto instituição firmada na liberdade, igualdade e
independência civil;
 O Estado é uma sociedade de homens erigida sob normas
jurídicas;
 Designa a importância da constituição civil – principio supremo da constituição
– firmada na maioria dos votos do povo;
 Se a expressão da lei resulta da vontade do povo, então existe uma proibição
genérica de oposição ao cumprimento da lei.
o Desobedecer à lei é um contrassenso , tal como é contrassenso que a
constituição permita derrubar a própria constituição; [ideia defendida
por Mársillio de Pádua];
 Esta ideia faria com que a lei suprema não fosse de facto
suprema
 A républica, fundada no principio da liberdade e da igualdade, proporcionaria a
verdadeira paz – sendo esse o próprio princípio do direito.
 Liberdade - direito único originário – direito inato – possibilidade de não
obedecer a quaisquer leis externas a que não se lhe tenha dado consentimento
– primado da humanidade e da autonomia da vontade.
o Lei universal do direito – age externamente de tal modo que o uso livre
to teu arbítrio possa coexistir com a liberdade de cada um, segundo uma
lei universal;
 Igualdade – relação pela qual nenhum homem pode vincular juridicamente
outro, sem que ele se submeta ao mesmo tempo à lei e poder reciprocamente
também de igual modo vinculado por ela;
o Igualdade perante a lei – não igualdade material.
 Princípio da humanidade:
o Age de tal modo que possas ao mesmo tempo que esse comportamento
se torne lei universal; imperativo categórico é o dever de toda pessoa
agir conforme princípios dos quais considera que seriam benéficos caso
fossem seguidos por todos os seres humanos
 Inspiração em Voltaire;
 Inspiração em Rosseau; (faz aos outros como querias que te
fizessem a ti);
o Reconhecimento de direitos inatos alienáveis; - seguindo o principio de
rosseau de procurar o bem com o menor mal para outro – kant
reformula para age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua
pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente
como fim e nunca como simples meio.
O imperativo categórico é enunciado com três diferentes fórmulas (e suas variantes). São elas:

1. Lei Universal: "Aja como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua
vontade, uma lei universal." Variante: "Age como se a máxima da tua ação fosse para ser
transformada, através da tua vontade, em uma lei universal da natureza."
2. Fim em si mesmo: "Aja de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na
pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente
como meio."
3. Legislador Universal (ou da Autonomia): "Aja de tal maneira que tua vontade possa
encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como um legislador universal através das tuas
máximas." Variante: "Age como se fosses, através das tuas máximas, sempre um membro
legislador no reino universal dos fins."

A menoridade humana – que resulta na humanidade através do Direito - crítica.

Kant define a palavra esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade. Segundo esse
pensador, o homem é responsável por sua saída da menoridade. Kant define essa menoridade
como a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento autonomamente,
ou seja, sem a tutela de uma razão alheia.

A permanência do homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar. A covardia
e a preguiça são as causas que levam os homens a permanecerem na menoridade. Um outro
motivo é o comodismo. É bastante cômodo permanecer na área de conforto. É cômodo que
existam pessoas e objetos que pensem e façam tudo e tomem decisões em nosso lugar. É mais
fácil que alguém o faça, do que fazer determinado esforço, pois já existem outros que podem
fazer por mim. Os homens quando permanecem na menoridade, são incapazes de fazer uso das
próprias pernas, são incapazes de tomar suas próprias decisões e fazer suas próprias escolhas.

Em seu texto "O que é o Iluminismo?", Kant sintetiza seu otimismo iluminista em relação à
possibilidade de o homem seguir por sua própria razão, sem deixar enganar pelas crenças,
tradições e opiniões alheias (Daí ser defensor, inicialmente da revolução Francesa, pela
secularização do Estado – até o reio da Prussia o impedir de comentar atos políticos). Nele,
descreve o processo de ilustração como sendo "a saída do homem de sua menoridade", ou
seja, um momento em que o ser humano, como uma criança que cresce e amadurece, se torna
consciente da força e inteligência para fundamentar, sob o conhecimento à priori, a sua
própria maneira de agir, sem a doutrina ou tutela de outrem.

 O Homem não é uma coisa:


o Nunca sendo admissível a sua utilização como objeto ou simples meio;
o O ser humano é um fim em si mesmo;
 Fim que limita a liberdade dos outros, obrigando-os sempre
considerar a humanidade como um fim;
o Quem tencionar servir-se da humanidade do outros, desconsiderando
que estas por serem racionais devem ser sempre tratadas como um fim,
violam os direitos das pessoas humanas;
 Conceito jurídico de ser humano:
o O ser humano nunca pode ser um simples meio nem tratado como
sendo um objeto;
o O ser humano encerra sempre um fim em si mesmo, assumindo-se
como sujeito da história do direito pois é o fundamento de todas as
coisas.

A humanidade, como um todo, precisa, então, sair do estado de natureza (status naturalis)
através do Direito cosmopolita, que há de se realizar, segundo Kant, por uma federação de
nações (Foedus Amphictyonum), obtendo aí um Direito derivado de uma vontade geral
universal. Esse Direito tem de ser permanente, significando o fim das hostilidades, logo, a paz
a ser fundada na liberdade dos membros (os Estados) desta sociedade – enquanto cidadãos –,
não na dependência de todos os membros à legislação comum – enquanto súditos –, e no
respeito mútuo (direito de hospitalidade), que possibilitem a coexistência de todos no mundo,
um mundo que é finito.

O fim do Direito – da obrigação moral, cujo princípio a priori é dado pela razão pura – é
conservar-se supremo para fomentar a paz. Paz é muito mais do que o fato da inexistência de
violência, ela é um valor, expressando o bem do mundo.

Pressuposto do Direito Cosmopolita:

Direito Público:

Direito Interno

Direito das Gentes

Direito Cosmopolita - O Direito aqui representa a saída da humanidade do estado de


natureza, onde a simples coexistência com outros, na ausência de leis, resultaria em uma guerra
em potencial.

Esta saída (do estado natureza menoridade humana) é marcada pelo pactum societatis,
a formação de uma comunidade, e pelo pactum subjectionis, a submissão dos cidadãos a um
soberano (ainda que o soberano seja o próprio povo).

Surgida na tradição liberal, na teoria de Estado de Kant encontra-se como pressuposto


a busca da paz, enquanto existência de relações não violentas, garantida externamente, e não
internamente, por um poder superior às próprias relações.

Com efeito, a separação entre sociedade civil e Estado, ligados por uma suposta
representação do primeiro no segundo através de uma constituição civil (entendida como um
pacto originário dos cidadãos), a qual objetiva (em todos os seus sentidos), como diria Kant,
princípios a priori obtidos pela razão.
A necessidade desta separação está na idéia moderna de imparcialidade, isto é, não se
pode confiar no próprio sujeito que cria, age e julgar a si mesmo

República:

há que se afirmar que a harmonia (ou a ordem), frente aos princípios da liberdade e da
igualdade, ocorre por meio de um sistema representativo, constituído por meio da política.

A política adapta-se ao Direito. Mantendo aquele ideal de imparcialidade moderna


(objetividade), Kant refere que o governo, concomitantemente, coloca os cidadãos em
independência uns dos outros, garantindo sua liberdade e igualdade, como coloca um terceiro,
o governador, no lugar dos cidadãos, já que ninguém pode legislar, executar e julgar a si próprio
pois levaria à parcialidade e à subjetividade.

Kant entende, que esta relação entre cidadãos e governo, por alcançar a objetividade, é
dada pela a priori pela razão.

Logo, o governo, investido do poder executivo (potestas executoria), é tido como uma
pessoa. A este sistema representativo Kant atribuiu o nome de república.

Contributos de KANT:

A ideia de paz internacional – ideia cosmopolita;

A construção de dignidade da pessoa humana – uma pessoa que não tem preço – artº 1
da CRP;

Cristo, Locke, Aquino pensaram na questão da pessoa sem preço, mas não a ligaram à
dignidade, esta ligação resulta no estatuto jurídico da pessoa.

Kant tem uma estrutura Platónica – baseado na dignidade da pessoa humana – mas o
homem tem de ser tirado da minoridade -o homem ter de viver segundo princípios éticos –
quando se guia por princípios de valor ético – o homem tem de se elevar, sair da menoridade, e
viver como um verdadeira homem, que se guia pela razão. Quando Kant diz que o homem é
digno, aquele que é dono de si mesmo, e que se domina a si mesmo. Homem que reprime os
seus desejos.

A humanidade é independente de determinações físicas.

Hegel:
O estado como centro da constituição;

1) defensor da conceção do estadualista da constituição. É o pai da esquerda moderna,


como da direita moderna. É o autor base da esquerda marxista, como da direita
fundamentalista. Divinização do estado e transpersonalista do Estado 2) a Importância da
liberdade:

a) A liberdade é a substancia do espírito. A liberdade, a luta pela liberdade, o progresso


da liberdade é o sentido da história.
b) A liberdade verdadeira só se realiza dentro do estado. O Estado é o melhor garante
da liberdade. Isto leva ao totalitarismo do estado (pensamento partilhado por
Mussolini – tudo pelo estado nada contra o estado);
c) Em cada ser humano é uma realidade abstrata mas ao mesmo tempo tem uma
realidade concreta, que lhe conferem um perfil única (ser humano abstrato e ser
humano concreto – desenvolvido mais tarde pelas correntes existencialistas);
d) Sê pessoa e respeita os outros como pessoas!
e) O Estado como referencial da existência e da essência do homem
f) O estado procura preservar a universalidade, elevando-se acima dos interesses
corporativos e da sociedade civil,
g) O estado integra em si os interesses particulares e os interesses coletivos;
h) O homem apenas tem sentido no estado;
i) O individuo apenas pode realizar a sua liberdade como membro do estado;
j) Apenas no estado o cidadão representa pela realização da liberdade dos indivíduos,
apenas como membro do estado que o homem adquire a sua objetividade;
k) O cidadão tem o dever de pertencer ao estado, tendo este um direito soberano sobre
o individuo;
l) Três ideias para o estado totalitário:
a. Estado forte, absoluta, vocacionada para a prossecução da universalidade
de fins – traduzindo uma única ética substancial; o estado tem um fim em si
mesmo [Ao contrário de Kant];
b. A liberdade apenas existe dentro do estado; o estado sabe o que é permitido
ou não;
c. Subordinação do indivíduo ao estado, assumindo-se este como senhor dos
destinos e dos direitos daquele numa clara visão transpersonalista;

Rosseau:
Opõe-se à separação de poderes, no sentido que apenas na representação do povo
poderá haver a elaboração de leis.

Muito embora caiba ao soberano a verdadeira vantagem de julgar as pessoas segundo


essa lei.

A lei, enquanto expressão duma maioria, está sempre certa, pelo que não é possível
opor-se a ela. A minoria, que erradamente não concorda com a maioria, deverá ser ignorada.
Quebra assim com a ideia da democracia plural.

Importância da soberania popular.

Ponto de partida- o homem já era feliz no estado de natureza, a propriedade privada é que o
corrompeu; contudo este estado natural não é um homem em si, é um bom selvagem, não se
concretiza enquanto homem. Para Rosseau o homem só se realiza dentro do estado.

O homem realiza-se no estado através da liberdade que é garantida por um Estado forte, mas
que é baseado na soberania do poder legislativo.

O poder legislativo é a congregação de todo o povo, atinge-se a liberdade quando participo na


elaboração da lei. Não há maior liberdade do que aquela em que cada um decide as leis a que
vai obedecer. Dupla vertente do povo: legislador e destinatário das leis. O processo normativo
(deliberação) em que cada pessoa se tenta libertar das suas emoções e procura o bem comum,
será inevitável que a maioria, neste esforço, atinja o bem comum. Será impossível que a maioria
se engane, uma maioria a deliberar num poder legislativo – dai a diferente entre a vontade de
todos (vontade social, empírica) e a vontade geral (decisão legislativa). Então a minoria, se é
minoria, não procuraram o bem-comum, não se libertaram das suas emoções. Então é
necessário obriga-las a serem livres. A lei pode ser ilimitada. (principio acompanhado por
Marsilio de Padua).

Um sistema coativo que impede qualquer resistência ao poder legislativo (inicio do estado
totalitário). O Juiz não poderia desaplicar a lei, pois esta é perfeita (enquanto Montesquieu não
entende bem ser esta razão para a não desaplicação).

O cidadão não é o juiz da lei, quando o soberano lhe diz que ele deve morrer por funções de
estado, então deverá fazer, a sua vida não é um bem de natureza, mas sim um bem que lhe é
configurado pelo estado.

Rosseau – ele vai perceber que nenhum estado resiste se se basear apenas no terror. É assim
necessário fazer uma transformação do homem. Assim faz uso da educação, propaganda,
religião, culto da personalidade; assim deve criar-se a transformação da pessoa. Emilio – manual
de educação – o estado deve desnaturalizar o homem, cada individuo deve querer-se como
parte da unidade dum todo. O modelo de educação é copiado pelo modelo de esparta, educação
para os fins do estado. “uma cidadã tem 5 filhos no exercito de esparta, a mãe vê um escravo e
pergunta como foi a guerra; o escravo diz que os filhos morreram; ela diz que não foi isso que
perguntou, e o escravo acrescenta que se ganhou a guerra; então a ciddã corre para o templo e
dá graças aos deuses, isto sim é uma cidadã”.

O sistema de Rosseau vai negar a separação de poderes. Contraria a ideia de Montesquieu.


Considera o poder judicial nulo. O poder legislativo é tão importante que poderá sobrepor-se
aos demais poderes.

Este pensamento criou a convenção Francesa no momento da Revolução, e ainda nos momentos
da União Soviética ( Soviética – convenção). Sistema Convencional – nega a separação de
poderes, e concentra todos numa só convenção. Daqui sai um sistema francês que
historicamente vai atribuir poderes ao parlamento, recusando a separação de poderes que
Montesquieu tinha previsto.

Locke: (viveu 50 anos antes de rosseu e cinquenta depois de hobbes)


1) Considera que em cada homem (mesmo no esta do de natureza – há coisas boas e mas)
– Enquanto Hobbes considerava a guerra e Rosseau um estado de paz;
2) Define que se o temperamento for bom e a educação eficaz o homem tenderá a fazer
mais o bem;
3) Como em todos os casos haverá homens que não cumprirão as regras, e não respeitarão
o estado de paz; Assim a todos os homens no estado de natureza caberiam dois direitos:
a. O de preservar o que tinham, perante as ameaças dessa minoria
b. E os de julgar e punir os infratores;
4) Mas como ao homem não é possível ser vítima e juíz, seria necessário um novo estado
para que o homem tivesse a razão de proteger uns e punir os outros;
5) Assim o estado de sociedade surge para conciliar os homens que num estado de
natureza não saberiam fazer frente à agressão da minoria;
6) Este estado de sociedade teria um poder directivo, que faça as leis e as aplique,
mediante o recurso à força se necessário;
a. Defende contudo que esta força do estado não pode ser tão branda que leve à
anarquia, nem tão excessiva que leve à tirania
b. Contrato Social - Defende um regime intermédio, em que a autoridade recebe
dos homens o direito de julgar, ficando obrigada a cumprir os direitos
individuais de cada homem:
i. Vida, liberdade e propriedade
7) Os homens em estado de sociedade não abdicam a favor do soberano a nenhum destes
direitos a favor do soberano; mas perdem o direito de fazer justiça pelas próprias mãos;
contrato social.
8) Inerente limitação do poder político;
9) O homem no estado de natureza vive em perfeita liberdade e igualdade;
10) A vivencia em sociedade, sendo determinada pela proteção da propriedade, pressupõe
o consenso dos homens em subordinar-se ao poder do estado;
11) As regras de conduta servem para regular essa relação;
12) A sociedade política exige um pacto de vontade de um conjunto de homens;
autorizando o poder legislativo a criar leis em seu nome; segundo regras de maioria que
por assim ser, passa a ser um acto da totalidade da sociedade;
13) O estado tem o fim de conservar e promover os bens civis dos homens
14) Identifica os bens civis do homem como a vida, liberdade, integridade física, proteção
contra a dor e a propriedade dos bens exteriores;
a. Assume a existência de bens sagrados – direitos de humanidade e cidadania –
que não podem ser lesados pelo estado ou pela igreja;
15) Recupera a ideia de marsillio de padua – o poder supremo do estado é o poder
legislativo;
a. Este poder não pode ser arbitrário, devendo obedecer ao ideal de bem da
sociedade;
b. No pode assim deliberadamente empobrecer, destruir ou escravizar;
16) Retoma a ideia de Marsillio de Pádua no que respeita à liberdade religiosa;
17) Separa os meios de atuação do estado e da relegião;
a. Estado – tutela dos assuntos da vida e das coisas que dizem respeito a esta vida;
b. Religião – o cuidado alma e das coisas celestes;
18) Locke refere que foi a falta de tolerância que provocou os conflitos religiosos e não o
confronto de ideias;
a. Suprmir a injusta descriminação dos direitos, muda as leis, suprimia pena de
tortura, e tudo ficará protegido e em segurança.;
19) É um percursor do liberalismo pela importância que coloca no homem, nos direitos da
pessoa, na limitação do poder;
20) Defende o direito à propriedade privada, nos mesmo tempo que Maquievel
21) Ambos (Hobbes e LoCke) iniciam seu pensamento focando num estado de natureza,
que, através do contrato social, vai se tornar o estado civil.
22) É grande a diferença entre Hobbes e Locke no modo como esses três componentes são
entendidos. Para Locke, o estado de natureza não foi um período histórico, mas é uma
situação que pode existir independentemente do tempo. O estado de natureza dá se
quando uma comunidade se encontra sem uma autoridade superior ou relação de
submissão. Logo o Estado, para Locke, tem uma função muito diferente daquele que é
idealizado por Hobbes. Enquanto este verifica no Estado o único ente capaz de coibir a
natureza humana e dar coesão ao Estado sob a égide da figura absoluta, o Estado
lockeano é apenas o guardião que apenas centraliza as funções administrativas.
23) duas características fundamentais do contrato social: a confiança e o consentimento.
24) Para Locke, os indivíduos de uma comunidade política consentem a uma administração
com a função de centralizar o poder público. Uma vez que esse consentimento é dado,
cabe ao governante retribuir essa delegação de poderes dada agindo de forma a garantir
os direitos individuais, assegurar segurança jurídica, assegurar o direito à propriedade
privada ( vale ressaltar que para Locke, a propriedade privada não é só, de fato, terra ou
imóveis, mas tudo que é produzido com o seu trabalho e esforço, ou do que é produzido
pelas suas posses nesta mesma relação, e a propriedade que o homem tem sobre ele
próprio, [vida liberdade e propriedade]) a esse indivíduo, sendo efetivado para
aprofundar ainda mais os direitos naturais, dados por Deus, que o indivíduo já possuía
no estado natural.
25) Ao contrário de Hobbes, para Lock Uma vez que a relação estado-indivíduo é baseada
em uma relação de consentimento e confiança, é totalmente possível que, se o
governante quebrar a confiança, agindo por má-fé ou não garantindo os direitos
individuais, a segurança jurídica e a propriedade privada, ou, ainda, não garantindo os
direitos naturais, que uma vez dados por Deus seria impossível alguém cerceá-los, o
povo se revolte e o destitua do cargo.
26) É um pensamento inédito, já que na filosofia política corrente à época jamais se poderia
questionar o poder do governante, uma vez que teria sido dado por Deus.
27) É na justificativa de que, uma vez que o governante não respeite os direitos naturais
dados por Deus, era dever do povo questionar o poder e rebelar-se.
28) Passada a fase de estabelecimento do contrato, deve ser marcado pela distinção entre
executivo e legislativo, com predomínio do segundo e com a garantia que os direitos
naturais seriam preservados.

A declaração e virginia, 12 junho de 1776 – todos os homens nascem igualmente livres e


independentes. (Locke direitos naturais, Sícero, Antigo Testamento, dignidade sagrada que
limita o estado, tomas de aquino , ponte na idade média).

“todos os homens nascem com estas direitos, têm direitos que não podem despojar nem
provar por qualquer contrato”

Declaração de apoio aos direitos e à pessoa humana.

Em 1776 – declaração de independência USA – que tornam como verdades autoevidentes (ius
cogent) a constituição existe para proteger a pessoa.

Os governos são instituídos para assegurar os direitos de vida, liberdade e felicidade,


sempre que o governo viole esses direitos, o povo pode modificá-lo, ou removê-lo da forma que
considerarem mais proporcional.

Constituição americana – jonh medisson – que diz que o poder mais perigoso é o poder
legislativo.

Sistema Francês – Rosseau e Montesquieu;

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