Sie sind auf Seite 1von 12

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

TEORIA DO FOGO
– O risco de incêndio
– Causas e consequências dos incêndios
– Fenomenologia da combustão: conceitos básicos
– Química do fogo
– Triângulo do fogo e tetraedro do fogo
– Comburente
– Energia de activação
– Combustível
– Temperaturas características
– Limites de inflamabilidade
ditado popular – Classes de fogos
1 – Classificação das combustões 2

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Desde os primórdios que o Homem sempre As primeiras reacções ao fogo foram apenas
foi ameaçado por riscos de diversos tipos e medidas de protecção: mecanismos
origens. destinados a combater os incêndios quando
Com a descoberta do e onde se manifestavam.
fogo abriram-se novas Como exemplo, a
oportunidades à preocupação de
Humanidade, mas surgiu egípcios, fenícios e
também o risco de hebreus no
incêndio. patrulhamento das suas
cidades, em especial à
noite, para detectar e
combater qualquer foco
3
de incêndio. 4

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Em Portugal, a primeira iniciativa de


Foram os romanos que decretaram as organizar um serviço de incêndio remonta a
primeiras medidas preventivas contra 1395, com a publicação de uma Carta Régia
incêndios, naquilo que hoje se designa por de D. João I onde se lia:
segurança passiva.
“ (...) que os pregoeiros dessa cidade
Após graves incêndios em 64 e 192 foram pelas freguesias em cada noite andem
decretadas diversas medidas, tais como: pela dita apregoando que cada
um guarde e ponha guarda ao fogo em suas casas.
• proibição de construir acima de determinada altura
E que no caso que se algum fogo se levantasse, que
• alargamento das ruas todos os carpinteiros e calafates venham aquele
• construção de muros lugar com seus machados, para haverem de atalhar
o dito fogo.
corta-fogo
E que todas as mulheres que ao dito fogo acudirem,
• criação de locais de tragam cada uma seu cântaro ou pote para
acarretar água para apagarem o dito fogo (...)”
5 6

abastecimento de água

1
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Desde essa data, a forma como o risco de


incêndio foi encarado teve a sua evolução, O risco de incêndio manifesta-se em diversas
essencialmente, na óptica das medidas de formas, podendo ser tipificados de acordo
protecção e na organização dos serviços de com os seguintes critérios:
incêndio, como é exemplo: • tipo de ambiente (local) onde se verificou
• a Câmara Municipal do Porto que em 1612 incêndio
equipou os carpinteiros, que ocorriam aos incêndios,
com os machados que necessitavam • tipo de combustíveis envolvidos
• a Câmara Municipal de Lisboa que em 1646 • causas dos incêndios
contratou os primeiros bombeiros remunerados
• consequências dos incêndios
• quando em 1781 foi criada em Coimbra a primeira
organização de bombeiros com carácter permanente
• e a criação de organismos ao nível do Estado, com
7 8
responsabilidades na área dos incêndios

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Local Causas
A maioria das causas resulta da actividade humana,
destacando-se a título de exemplo:
Tipo
Incêndio
1998 1999 2000 2001 2002 2003 16
Causas desconhecidas

Florestal 8040 6814 7992 7940 8680 7016 Instalações eléctricas 5

5
Agrícola 4737 6621 6425 7681 7749 7083 Ferramentas diversas e AC

Brincadeira de crianças 6
Incultos 33759 23875 32974 27279 21817 15591
Equipamentos de aquecimento 6
Urbano 8381 8922 8597 8288 7653 7798
Relacionado com outros equipamentos 7

Industrial 1573 1609 1591 1547 1514 1445 12


Relacionado com fumadores

Transportes 2603 2844 2847 2778 3010 3162 Provocado ou suspeito


15

Outros 8125 8303 9114 3456 5255 6916 Equipamentos de cozinha 28

TOTAL 67218 58988 69540 58969 55678 49011 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Fonte: Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil 9 Incêndios em habitações nos EUA em função das respectivas causas – 1987 – 1996 10

Fonte: National Fire Protection Association

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Causas
De entre as causas humanas dos incêndios destacam-se Consequências
o descuido, desconhecimento, fogo posto
Classificam-se me 4 grandes grupos:
Como exemplo de causas humanas pela não adopção de
medidas de segurança adequadas ou deficientemente
controladas, podem apontar-se: • vitimas (mortos e feridos)
• fuga de gás ou derrame de liquido combustível
• objectos de fumo (cigarros)
• prejuízos materiais
• trabalhos a quente ou com chama nuas
• confecção de refeições
• lareiras, fogueiras e outros espaços com chama nua • danos ambientais
• reacções químicas não controladas
• aparelhos de aquecimento deficientemente utilizados • danos de natureza social
• sobrecarga de instalações eléctricas 11 12

• instalações eléctricas mal protegidas

2
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Consequências Consequências
Vítimas de incêndios no continente Vítimas de incêndios
Recorrendo a estatísticas dos EUA, verifica-se que:
Ano Mortes Feridos
• 80% das vítimas mortais em incêndios registou-se
1998 38 632
em habitações
1999 58 677 • 3 a 5% registou-se nos locais de trabalho
2000 56 691 • 59% dos incêndios em habitação com vítimas
2001 66 747 mortais são provocados por cigarros
• das vítimas mortais em incêndios 20% são
2002 24 701
menores de 5 anos e 40% maiores de 65 anos
2003 35 734
• 69% das vítimas mortais em habitações verificou-
Fonte: Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil 13
se no período nocturno (entre as 20h e as 08h) 14

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Consequências Consequências
Prejuízos materiais Prejuízos materiais

Não existem dados fidedignos relativamente Os incêndios provocam anualmente nas


aos prejuízos em Portugal. empresas enormes prejuízos materiais e
muitas vitimas, quer por queimaduras e
Na maior parte dos casos são apenas
ferimentos, mas sobretudo por intoxicação.
contabilizados as perdas directas.
Mesmo não havendo acidentes
Não são apuradas as perdas de exploração,
pessoais, resulta para os
particularmente importantes nas actividades
trabalhadores a provação do
empresariais (comércio, industria e serviços)
seu trabalho habitual durante
um período de tempo
15
considerável. 16

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Consequências
Consequências
Prejuízos materiais
Perdas resultantes de incêndio nos EUA de 1992 a 2001
Danos ambientais
Perdas directas Neste tipo de consequências incluem-se as
Ano Nº Incêndios Mortes Feridos
(x 106 US $) derivadas dos produtos de combustão (fumo e
1992 1 946 500 4 730 28 700 9 276 gases) lançados para a atmosfera, bem como
1993 1 952 500 4 635 30 475 9 279
derrames de produtos afectados pelo incêndio e
1994 2 054 500 4 275 27 250 8 630
seu transporte pela água utilizada na extinção,
1995 1 965 500 4 585 25 775 9 182
que possam contaminar solos, linhas de água,
1996 1 975 000 4 990 25 550 9 406
1997 1 795 000 4 050 23 750 8 525
etc.
1998 1 755 000 4 035 23 100 8 629
1999 1 823 000 3 570 21 875 10 024 Esta situação é mais frequente em incêndios de
2000 1 708 000 4 045 22 350 11 207 certa dimensão em unidade industriais e
2001 1 734 500 3 745 20 300 10 583 armazéns onde existam matérias perigosas.
2001 - 2 451 800 33 440
17 18

Fonte: United States Fire Administration

3
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Consequências Consequências
Danos de natureza social Danos de natureza social
Para além das consequências da perda de vidas e Os incêndios nos centros urbanos antigos
da ocorrência de feridos, advém ainda estão relacionados com 2 tipos de
implicações de ordem social resultantes desses
danos pessoais cujo impacto é difícil de avaliar e
vulnerabilidades:
quantificar. • dos edifícios per si
Outro tipo de prejuízo é de ordem social (redução
de postos de trabalho, subemprego temporário) • de factores exteriores à construção
dificilmente perceptível nas estatísticas.
Nesta classe podem ainda ser incluídos os danos
no património cultural, seja em edifícios
classificados, obras de arte, livros, arquivos
históricos, etc.
19 20

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Consequências Consequências
Centros Urbanos Antigos Centros Urbanos Antigos

• dos edifícios per si • de factores exteriores à construção


– Características construtivas – Exiguidade da rede viária (ruas estreitas)
– Antiguidade construção – Estacionamento deficiente
– Edificações degradadas – Acessibilidade difícil
– Materiais de grande combustibilidade – Insuficiência de meios de combate a incêndio
– Perda da função de compartimentação – População residente
– Inexistência de paredes corta-fogo
21 22

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

As consequências dos incêndios exigem Em Portugal é competência do Estado e


especial atenção de todos para se das entidades que exploram os edifícios,
promover a segurança contra incêndio de garantir a segurança de pessoas e bens
forma efectiva. face ao risco de incêndio, pelo
cumprimento de medidas de segurança
O objectivo é proteger as pessoas, o
em 2 aspectos fundamentais:
património, os bens e o ambiente,
implicando uma actuação em 2 áreas: • medidas de natureza preventiva
• técnica e regulamentar; • medidas de natureza
interventiva, face à
• formação, educação, planeamento e
ocorrência de um incêndio
organização

23 24

4
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Medidas de natureza preventiva Objectivos da segurança contra incêndio

Este tipo de medidas são da maior


importância, podendo agrupar-se em: • reduzir o risco de eclosão de incêndio
• educação de segurança • limitar a propagação do fogo, fumo e
gases de combustão
• engenharia de segurança
• promover a evacuação rápida e segura
• planeamento de segurança
de todos os ocupantes
• inspecção de segurança
• facilitar a intervenção dos bombeiros,
• investigação de incêndios em segurança

25 26

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Entidades com responsabilidade na segurança


Objectivos da segurança contra incêndio contra incêndio

A protecção do património é uma 2ª prioridade, • Corpos de Bombeiros (municipais, associativos, privativos)


salvaguardada pelas mediadas que visam a
• Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil
protecção de pessoas e ambiente. (fiscalização, orientação e coordenação)

A protecção do património é considerada, de • Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes


maneira geral, da responsabilidade dos (regulamentação) Direcção Geral de Geologia e Energia
proprietários, usufrutuários ou de quem é Direcção Geral do Turismo
responsável da administração desses bens. • Entidades licenciadoras Direcção Geral da Empresa
Inspecção Geral das Actividades
Esta responsabilidade pode ser endossada a uma Culturais
entidade seguradora, mediante um contrato de • Instituto Português da Qualidade (normalização)
seguro estabelecido entre as partes.
•Laboratório Nacional de Engenharia Civil (ensaios e
testes)
27 28

• Entidades seguradoras

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Fenomenologia
da Combustão Energia de activação:
Conceitos básicos Quantidade de energia que é absorvida ou
libertada quando decorre uma determinada
Reacção Química:
reacção química, que se podem classificar em
Fenómeno em que uma ou mais matérias (reagentes) se endotérmicas e exotérmicas.
decompõem e/ou associam reagindo entre si, dando
origem a outras matérias (produtos de reacção). Endotérmica quando se verifica uma absorção
Os produtos da reacção não exibem as mesmas da energia do exterior.
características (físicas e químicas) dos produtos que
reagiram entre si para lhes dar origem.
Exotérmica quando se liberta a energia para o
exterior.
Para que ocorra uma reacção química é necessário que
se verifiquem determinadas condições, tais como uma A libertação de energia pode assumir as formas
determinada proporção entre os reagentes e as de de dissipação de calor ou radiação luminosa.
adequadas condições ambientais. 29 30

5
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Química do Fogo
Catalisadores: O fogo é uma reacção química entre um
É um produto que, estando presente numa agente combustível e um comburente,
reacção química, pode influenciar (positiva ou chamada combustão, provocada por uma
negativamente) a velocidade dessa reacção, energia de activação.
sem no entanto sofrer qualquer transformação
no decorrer da reacção. Não pode existir fogo sem a junção
Catalisador positivo: acelera a velocidade da simultânea dos três elementos que
reacção constituem o triângulo do fogo:
Catalisador negativo: limita ou dificulta a ⌫ Combustível
progressão da reacção
⌫ Comburente
31
⌫ Energia de activação 32

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Triângulo do fogo
Os fenómenos do fogo são bastante
complexos, pelo que o conceito do
triângulo do fogo não os descreve
EL

completamente.
CO
IV

MB
ST
BU

UR

O triângulo do fogo deve ser encarado


M

E
CO

NT

como uma descrição simples das


E

condições necessárias par que se


desencadeie a combustão.
ENERGIA DE ACTIVAÇÃO
33 34

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Uma vez iniciada a combustão, a própria


Tetraedro do Fogo
energia de reacção ao libertar-se pode
fornecer a energia de activação
C

necessária ao envolvimento de mais


om
a
gi
er

bu
En

matéria combustível e comburente na


stí
v
el

reacção, garantindo que o processo se


mantenha.
ia
de
ca
C
om

em
bu

ão

A auto-sustentação da combustão é
re


nt

ea
e

garantida pela reacção em cadeia


R

referida, dando origem a um outro Para garantir a combustão contínua é necessário


conceito. um quarto elemento: a reacção em cadeia.
35 36

6
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Comburente Comburente
A presença do comburente é essencial para
que ocorra o fenómeno da combustão Existem outros tipos de comburentes, como
O mais comum é o oxigénio, devido à sua o cloro e vapor de enxofre
abundância no ar (atmosfera contém 21%)
O teor mínimo de oxigénio para alimentar Existem ainda produtos químicos com
uma combustão de combustíveis líquidos ou oxigénio na sua composição que, em certas
sólidos é de 16 %. condições (temperaturas + elevadas), se
Os combustíveis sólidos podem arder, sem decompõem e libertam esse oxigénio.
chama, numa atmosfera com apenas 6 % de
oxigénio. 37 38

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Fontes de energia de activação Fontes de energia de activação

A energia de activação necessária para a


iniciação da combustão pode ter várias
Origem Eléctrica:
origens:
• resistência (aquecedor eléctrico, secador)
Origem Térmica: • arco voltaico (abertura ou fecho interruptor)
• meios de ignição (fósforos, pontas de cigarros) • electricidade estática
• instalações geradoras de calor (fornos, caldeiras)
• descarga eléctrica na atmosfera
• radiação solar (libertação de vapores)

• superfícies quentes (placa de fogão)


39 40

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Fontes de energia de activação Combustível

• Sólido: madeira, carvão, outros materiais


orgânicos, metais, etc.
Origem Mecânica:
• Líquido: gasolina, petróleos, álcoois, óleos,
• chispas provocadas por ferramentas ou
etc.
atrito (contacto entre 2 peças metálicas em movimento)
• Gasoso: metano, gás natural, acetileno,
propano, butano, hidrogénio, etc.
Certos combustíveis gasosos podem apresentar-se
Origem Química: na fase líquida quando armazenados, como é o caso
• reacção química do metano e gás natural, propano e butano.

41 42

7
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

No caso de um combustível sólido receber energia


Combustão dos sólidos suficiente poderá ocorrer um de três processos:
Muitos materiais sólidos, em particular •O combustível destila libertando vapores (pirólise) que,
materiais orgânicos, podem apresentar dois misturados com o comburente, arderão sob a forma de
chama logo que possuam a necessária energia de
tipos de combustão: activação (exemplos: carvão ou madeira, nas fases iniciais da
combustão);
– com chama
•O combustível funde-se e só depois se vaporiza,
– sem chama seguindo o comportamento descrito para os combustíveis
líquidos (exemplo: a cera);
•A superfície do combustível, em contacto com o
Embora os produtos finais sejam os mesmos, comburente e com a necessária energia, arde sob a
os diferentes produtos intermédios fazem forma de incandescência (brasas) sem formação de
com que os mecanismos de queima sejam chamas (exemplos: alumínio, magnésio ou, ainda, o carvão e
a madeira, nas fases mais avançadas da combustão).
diferentes.
43 44

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Combustão de líquidos
Na combustão dos combustíveis sólidos
mais usuais (madeira, carvão, palha, papel,
Em rigor, não se pode falar da combustão
etc.) verifica-se que podem coexistir as
de um líquido, pois o que arde é o vapor
duas modalidades: chamas e brasas.
libertado por esse mesmo líquido.

Nesses casos, a combustão inicia-se com a


Assim, para que a combustão tenha lugar, é
formação de chamas, passa gradualmente
necessário que a quantidade de vapor
a uma fase em que coexistem as chamas e
libertada pelo líquido seja tal que a mistura
as brasas, ardendo apenas sob esta última
resultante de vapor e ar esteja dentro do
forma após a extinção das chamas.
domínio da inflamabilidade, como iremos ver
adiante.
45 46

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Combustão de gases Temperaturas características


As condições mais favoráveis à ocorrência de uma
reacção de combustão surgem naturalmente
quando o combustível é um gás. Para cada substância combustível existem
três temperaturas típicas importantes para
As moléculas do combustível gasoso, com mais
liberdade de movimento que as de um sólido ou
caracterizar a respectiva perigosidade do
liquido, podem mais facilmente encontrar as combustível;
moléculas de oxigénio com as quais vão reagir.
Ou seja, a maior ou menor probabilidade
As poeiras e líquidos pulverizados (nevoeiros de, ao misturar-se em proporções
combustíveis) constituem ambientes adequadas com o oxigénio, se verificar uma
potencialmente muito perigosos, dado o elevado
reacção de combustão.
nível de divisão dos materiais combustíveis, onde
poderão ocorrer reacções de combustão muito
rápidas e violentas. 47 48

8
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Temperaturas características Temperatura de inflamação

Essas três temperaturas características de É a temperatura mínima à qual uma


cada combustível são: substância é capaz de emitir vapores
combustíveis em quantidade suficiente
•Temperatura de inflamação;
para formar com o comburente uma
•Temperatura de combustão; mistura que, por acção de uma fonte de
energia, se pode inflamar, extinguindo-se a
•Temperatura de ignição.
combustão após a retirada dessa fonte.

49 50

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Temperatura de inflamação Temperatura de combustão

A substância, propriamente dita (sólida ou A temperatura de combustão é a


líquida), não entra em combustão, mas temperatura mínima à qual uma substância
apenas os seus vapores e enquanto se emite vapores combustíveis em quantidade
mantiver a presença da fonte de energia suficiente que, em contacto com o
que provocou a ignição. comburente, se inflamam por acção de uma
fonte de energia exterior e ardem
O acto de retirar a fonte de energia
continuamente, mesmo que a fonte de
provocará a extinção porque, a essa
ignição seja retirada.
temperatura, a substância não emite
vapores em quantidade suficiente para
manter a combustão.
51 52

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Temperatura de ignição O quadro seguinte ilustra as características


de alguns combustíveis mais correntes,
A temperatura de ignição é a apontando os valores das respectivas
temperatura mínima à qual os vapores temperaturas características definidas.
libertados por uma substância (sólida ou
líquida) ou um gás combustível entram
espontaneamente em combustão (se auto-
inflamam) mesmo sem a presença de uma
fonte da energia exterior.
A partir desta temperatura não é necessária
a presença duma chama ou qualquer outra
fonte de energia de activação para que se
desencadeie a combustão. 53 54

9
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

De acordo com a norma portuguesa NP-


Temperatura de Temperatura de Temperatura de
COMBUSTÍVEL Inflamação Combustão Ignição
(oC) (oC) (oC)

Madeira de pinho + 225 + 265 + 280


1936 (1983), o valor da temperatura de
Papel + 230 --- + 230
inflamação permite classificar um
Carvão de madeira --- --- +250 a +350
combustível líquido, sob o ponto de vista
Polietileno + 340 --- + 350
da sua tendência para libertar vapores
Poliestireno + 345 --- + 490
combustíveis, nas seguintes categorias:
Gasolina - 46 --- + 280
• 1ª categoria - a temperatura de
Álcool etílico + 12 --- + 425
inflamação é menor ou igual 21 ºC.
Acetona - 18 --- + 335
Estes líquidos combustíveis libertam
Petróleo + 30 + 43 +250 a +450
vapores à temperatura ambiente, pelo que
se consideram muito inflamáveis;
Óleo lubrificante pesado + 221 + 268 + 400

Propano --- --- + 450

Acetileno --- --- + 305


55 56

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

• 2ª categoria - a temperatura de Como exemplos podem apontar-se:


inflamação está compreendida entre 21 e
55 ºC. Estes líquidos combustíveis são • 1ª categoria - gasolina, álcool (a
designados por inflamáveis; 80º ou mais), acetona e éter de
petróleo;
• 3ª categoria – a temperatura de • 2ª categoria - petróleo, aguarrás,
inflamação é igual ou superior a 55 ºC. aguardente e álcool (a menos de
Estes líquidos combustíveis são, muitas 80º);
vezes, designados por não inflamáveis.
• 3ª categoria - gasóleo, fuel e óleos
lubrificantes.
57 58

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Limites de inflamabilidade Limites de inflamabilidade

Os limites entre os quais se situam as


A ignição de uma mistura só se consegue se concentrações combustível-ar que tornam possível
a proporção combustível/ar estiver dentro a combustão designam-se por limites de
de certos limites, a que chamamos limites inflamabilidade:
de inflamabilidade. •Limite superior de inflamabilidade (LSI) -
Se a concentração de combustível for valor mais elevado da concentração de combustível
no ar que ainda garante a possibilidade da sua
demasiado elevada (mistura rica) ou combustão;
demasiado baixa (mistura pobre) a
combustão não se verifica. •Limite inferior de inflamabilidade (LII) -
valor mais baixo da concentração de combustível
no ar acima do qual é possível a sua combustão.
59 60

10
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Campo de inflamabilidade Quanto maior for o espaçamento entre os


4% 11% limites inferior e superior de inflamabilidade
1% 2% 3% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 12% 13% 14%
(campo de inflamabilidade) de um dado
combustível maior é a probabilidade de
Campo Inflamabilidade existir uma mistura combustível-ar em
condições de entrar em combustão.
LII LSI
No quadro seguinte apresentam-se os
Abaixo do limite inferior
NÃO HÁ COMBUSTÃO valores dos limites de inflamabilidade
de inflamabilidade a (inferior e superior), medidos em
mistura é muito pobre percentagem volumétrica no ar, para alguns
combustíveis gasosos e vapores de
Acima do limite superior
de inflamabilidade a combustíveis líquidos.
NÃO HÁ COMBUSTÃO
mistura é muito rica61 62

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Limites de inflamabilidade
CAMPO DE INFLAMABILIDADE
COMBUSTÍVEL
LII LSI Existem diversos factores que influenciam o
HIDROGÉNIO 4,1 % 74,2 % campo da inflamabilidade.
MONÓXIDO DE
CARBONO
12,5 % 74,2 % Os aumentos da temperatura e da
pressão fazem alargar o domínio de
PROPANO 2,1 % 9,5 %
inflamabilidade, sendo o efeito da
ACETILENO 2,5% 100 % temperatura o mais pronunciado.
GASOLINA (VAPOR) 1,4 % 7,6 %
De forma inversa, o abaixamento de
ÉTER (VAPOR) 1,7 % 48 % qualquer daqueles dois parâmetros fará
ÁLCOOL (VAPOR) 3,5 % 18 % diminuir o referido domínio.
63 64

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Limites de inflamabilidade Classes de fogos – NP 1800


Fogos resultantes da combustão de
Outro factor importante é a percentagem de Classe
Sólidos materiais sólidos (madeira, carvão,
oxigénio no comburente. A papel, cortiça, tecidos, PVC, etc);

No caso limite de termos oxigénio puro, o LSI Classe


Fogos resultantes da combustão de
para o metano passa de 15 para 61%, Líquidos líquidos ou sólidos liquidificáveis (álcool,
B gasolina, éter, óleo, azeite, ceras, etc);
enquanto o do hidrogénio aumenta de 75 para
94%. Classe
Fogos resultantes da combustão de
Gases gases (butano, propano, acetileno,
Inversamente, um empobrecimento do ar em C hidrogénio, etc);
oxigénio vai fazer diminuir o LSI, que por vezes
Fogos resultantes da combustão de
coincide com o LII, levando o domínio da
Classe Metais e metais (sódio, potássio, magnésio,
inflamabilidade a zero e a mistura não é outros alumínio, radioactivos, etc).
D
inflamável. 65 66

11
Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Classificação das combustões


Nos fogos da Classe A a combustão
manifesta-se inicialmente com a formação É tanto mais rápida quanto:
de chamas e, após uma desgaseificação, ⌫ Maior for o grau de divisão do combustível
brasas. (troncos, tábuas, etc);
Nos fogos das Classes B e C a combustão ⌫ Mais perigosa for a natureza do combustível
manifesta-se sempre com a formação de (gasolina, gasóleo, etc);
chamas. ⌫ Maior for a quantidade de combustível, em
Nos fogos das Classe D a combustão especial no que diz respeito à superfície exposta
manifesta-se com a formação de brasas directamente ao comburente (derrame de
metálicas. combustíveis);
⌫ Maior for o grau de renovação ou
67 alimentação do comburente (recinto aberto ou 68

fechado);

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Classificação das combustões Classificação das combustões


⌫ Combustões lentas: Quando se produz
As combustões, em função da sua
a uma temperatura suficientemente baixa
velocidade, em 4 categorias:
para que não haja emissão de luz, isto é,
• lentas inferior a 500 ºC.
• vivas ⌫ alguns exemplos:
• deflagração
• explosão

DIGESTÃO OXIDAÇÃO
69 70

Teoria do Fogo Teoria do Fogo

Classificação das combustões Classificação das combustões


⌫ Combustões vivas: É aquela que ⌫ Deflagração: É uma combustão muito
produz emissão de luz, vulgarmente rápida cuja propagação se dá a uma
designada por fogo. velocidade inferior à do som (340 m/s).
Devido à mistura dos gases inflamados com (Ex. tiro de pólvora)
o ar forma-se uma chama.
No caso dos sólidos, verifica-se
incandescência a partir da ignição do sólido e ⌫ Explosão: É a combustão resultante da
também da formação de brasas quando o mistura de gases com o ar numa
combustível já não liberta gases suficientes percentagem bem determinada, sendo a
para provocar chama. propagação superior à velocidade do som,
destruindo e produzindo grande ruído (Ex.
71 detonação) 72

12

Das könnte Ihnen auch gefallen