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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NA NBR 6118:2014 E SEUS IMPACTOS EM EDIFICAÇÕES


DE PEQUENO PORTE

Aluno: Eng. Civil Glênio da Luz Lima Júnior

Orientador: Professor DSc. Li Chong Lee Bacelar de Castro

Instituto de Ensino Superior Planalto – IESPLAN

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-graduação em Projeto Estrutural de Edifícios em


Concreto Armado e Protendido – PEECAP

RESUMO

A revisão na NBR 6118, publicada em 2014, trouxe algumas mudanças que


demandarão adaptações não só na execução dos projetos de cálculo estrutural, mas também
da indústria da construção civil e até mesmo nos projetos arquitetônicos.
Este artigo tem o objetivo de apresentar as principais alterações na referida norma e
demostrar os principais impactos em edificações de pequeno porte. Para isso, será feito um
comparativo entre os resultados obtidos com um pórtico simples calculado conforme a NBR
6118 de 2007 e 2014 – Projeto de Estruturas de Concreto: Procedimento. Foram analisados
os resultados de consumo de aço, concreto, formas, cargas na fundação e estabilidade global
e custo.’
De maneira geral, a comparação dos resultados apresentou distorções da ordem de
14% a -10% na relação entre os modelos calculados conforme NBR 6118 de 2007 e 2014.
Entre os itens avaliados, os que apresentaram maior distorção foram a somatória de cargas
no edifício (14,31%), volume total de concreto (11,40%) e parâmetro Alfa ∝ (-10,17%).

Palavras-chave: NBR 6118:2014. Mudanças. Comparativo. Projeto Estrutural


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1. INTRODUÇÃO

A NBR 6116 vem passando desde sua revisão em 2003, por várias alterações que
a tornaram mais abrangente e complexa, quando comparada a versão de 1980. Tais
melhorias vieram principalmente no intuito de atualizar a norma às evoluções tecnológicas
tanto do ponto de vista dos materiais utilizados na construção civil quanto e nas ferramentas
numéricas e computacionais disponíveis para o cálculo. Outro aspecto importante
considerado nas últimas revisões, foi a preocupação com a durabilidade das edificações,
observada principalmente no aumento dos cobrimentos das armaduras e nas seções
mínimas dos elementos estruturais.
O objetivo precípuo do presente artigo é apresentar os principais tópicos
modificados na revisão 2014 da NBR 6118 além de apresentar, em um exemplo prático,
quais são os reais impactos dessas alterações em edificações de pequeno porte (até dois
pavimentos). Para isso será modelado, com o auxílio do software TQS, dois pórticos de
acordo com as versões 2007 e 2014 da norma. Posteriormente, os resultados obtidos serão
comparados e analisados.
O escopo desse trabalho se limita as principais alterações ocorridas no cálculo de
concreto armado, omitindo, portanto, mudanças no ocorridas no cálculo de concreto
protendido.

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2. PRINCIPAIS MUDANÇAS NA NBR 6118:2014

2.1. RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO

Entre as principais inovações, a NBR 6118 traz no item 1.2 de sua revisão de 2014
a introdução do grupo II de resistência que abrange concretos entre 55 e 90 Mpa. Com isso
foi mantido a essência das formulações de cálculo para concretos do grupo I (C10 a C50) e
apresentado uma nova formulação paras as classes C55 a C90.

2.2. AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DO PROJETO

A revisão atual determina que os projetos estruturais devam ser verificados por
profissional habilitado e independente do projetista, sem descriminação com relação ao porte
da obra, como previa a versão anterior.

2.3. CRITÉRIOS VISANDO DURABILIDADE

COBRIMENTO DA ARMADURA
As principais modificações que ocorreram nos critérios de durabilidade das
edificações foram com relação aos cobrimentos das armaduras.
A tabela 7.2 introduz recomendações para elementos em contato direto com o solo
que passa a ser 30 mm para as classes de agressividade ambiental I e II, 40 mm para classe
III e 50 mm para classe IV.
Outra modificação importante foi na especificação de cobrimento em superfícies
expostas a ambientes agressivos, como reservatórios, estações de tratamento de água e
esgoto que passam a exigir cobrimento da classe de agressividade IV (50 mm), diferente da
versão anterior que previa um cobrimento de 45 mm para esses casos. Para os demais
casos, não houveram alterações no cobrimento.

CONPOSIÇÃO QUÍMICA
Com relação a composição do concreto, ocorreu uma alteração no texto do item
7.4.4 que na versão anterior na norma não permitia a utilização de aditivos que contivessem
cloreto na sua composição. O novo texto estabelece que não é permitido o uso de aditivos
“a base de cloretos”, possibilitando seu uso, desde que se obedeça aos limites estabelecidos
na NBR 12655.

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2.4. CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DO CONCRETO

Com a inclusão do grupo II de resistência do concreto (C55 a C90), foi introduzido


na norma uma nova formulação para os concretos dessa classe, tendo em vista que o
comportamento mecânico do concreto não é linear a medida que que aumenta sua
resistência.

RESISTÊNCIA A TRAÇÃO
Para a classe I a formulação para o cálculo da resistência a tração direta
permaneceu a mesma, para a classe II foi apresentado a seguinte equação:
𝑓 , = 0,3𝑓 / , para concreto do grupo I
𝑓 , = 2,12 𝑙𝑛(1 + 0,11𝑓 ) , para concreto do grupo II

Por meio do gráfico abaixo, plotado através das fórmulas de 𝑓 , , é possível a


relação do fct em relação ao fck:

Figura 1: Resistência média a tração do concreto


MÓDULO DE ELASTICIDADE
Para o cálculo do módulo de elasticidade inicial, foi incluído o parâmetro 𝛼 , que
considera os principais tipos de agregado graúdo. A equação para os dois grupos é dada
abaixo:

𝐸 = 𝛼 ∙ 5600 𝑓 , para classe I


/
𝐸 = 21,5 ∙ 10 ∙ 𝛼 ∙ + 1,3 , para classe II
Sendo,
𝛼 = 1,2 para basalto e diabásio;
𝛼 = 1,0 para granito e gnaisse;
𝛼 = 0,9 para calcário;
𝛼 = 0,7 para arenito;
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A nova revisão traz ainda uma fórmula para determinação do módulo de elasticidade
do concreto em idade menor que 28 dias, substituindo o fck por fcj , conforme expressões a
seguir:
( ) ,
𝐸 (𝑡) = ∙ 𝐸 , para classe I
( ) ,
𝐸 (𝑡) = ∙ 𝐸 , para classe II

Onde,
𝑓 (𝑡) é a resistência a compressão do concreto na idade em que se pretende estimar
o módulo de elasticidade, em MPa.

MÓDULO DE ELASTICIDADE SECANTE


Para o módulo de elasticidade secante foi incluído o parâmetro 𝛼 , que é função
do fck no lugar da constante 0,85:

𝐸 = 𝛼 ∙ 𝐸 , onde 𝛼 = 0,8 + 0,2 ≤ 1,0

A NBR 6118:2014 traz ainda uma tabela com os módulos de elasticidade inicial e
secante para utilização prática em projetos estruturais:

Tabela 1: Valores estimados de módulo de elasticidade em função da resistência característica


à compressão do concreto (considerando granito como agregado graúdo) (NBR 6118:2014)

DIAGRAMA TENÇÃO X DEFORMAÇÃO


A formulação para determinação do diagrama tensão x deformação permanece a
mesma para concretos do grupo I. Para o grupo II, a NBR 6118:2014 traz a seguinte
formulação:

,
𝜀 = 2,0%° + 0,085%° ∙ (𝑓 − 50)

𝜀 = 2,26%° + 35%° ∙ [(90 − 𝑓 )/100]

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Figura 2: Diagrama tenção X deformação idealizado (NBR 6118:2014)

FLUÊNCIA
A tabela que fornece os valores do coeficiente de fluência e de deformação
especifica de retração também foi alterada conforme pode ser observado abaixo:

Tabela 2: Valores característicos superiores da deformação específica de retração e do


coeficiente de fluência (NBR 6118:2014)

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2.5. ANCORAGEM

O comprimento de ancoragem básico, que é a dimensão necessária para ancorar


uma barra reta a força-limite Asfyd, foi alterado na atualização da norma, passando a ter que
atender ao comprimento mínimo de 25 ϕ, conforme fórmula abaixo:
∅𝑓
𝑙 = ≤ 25∅
4𝑓
Para o comprimento de ancoragem necessário passa a ser calculado pela seguinte
expressão:
𝐴,
𝑙 , = 𝛼𝑙 ≥𝑙 ,
𝐴,
Onde,
α = 1,0 para barras sem gancho;
α = 0,7 para barras tracionadas com gancho, com comprimento no plano normal ao
do gancho ≥ 3 ϕ;
α = 0,5 quando houver barras transversais soldadas e gancho com comprimento no
plano normal ao do gancho ≥ 3 ϕ;
lb conforme comprimento de ancoragem básico;
lb,min é o maior valor entre 0,3 lb, 10ϕ, 100mm.

2.6. AÇÕES

INPERFERÇÕES GLOBAIS
A análise dos desaprumos dos elementos verticais de estruturas, contraventadas ou
não, passam a ser realizados conforme figura abaixo:

Figura 3: Imperfeições geométricas globais (NBR 6118:2014)


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Observa-se que a consideração de ɵ1min para estruturas de nós fixos não está mais
presente na norma.
Com relação às ações de vento e desaprumo, diferente na versão anterior que
recomendava a aplicação apenas da mais desfavorável, a versão 2014 passa a considerar
as seguintes possibilidades:
a) Quando 30% da ação do vento for maior que a ação do desaprumo, considera-
se somente a ação do vento;
b) Quando a ação do vento for inferior a 30% da ação do desaprumo, considera-se
somente o desaprumo respeitando a consideração de ɵ1min, conforme definido
acima;
c) Nos demais casos, combina-se a ação do vento e desaprumo, sem necessidade
de consideração do ɵ1min. Nessa combinação, admite-se considerar ambas as
ações atuando na mesma direção e sentido como equivalentes a uma ação do
vento, portanto como carga variável, artificialmente amplificada para cobrir a
superposição.
A norma fala ainda que a comparação pode ser feita com os momentos totais na
base da edificação e em cada direção e sentido da aplicação da ação do vento, com
desaprumo calculado com ɵa, sem a consideração do ɵ1min.

MOMENTO MÍNIMO
A envoltória do momento mínimo de 1° ordem de pilares retangulares passa a ser
considerado conforme figura abaixo:

Figura 4: Envoltória mínima de 1° ordem (NBR 6118:2014)


Para esses casos a verificação do momento mínimo pode ser considerada atendida
quando, no dimensionamento adotado, obtém-se uma envoltória resistente que englobe a
envoltória mínima de 1° ordem.
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2.7. LIMITE PARA DIMENSÕES DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

PILARES
A NBR 6118:2014, limitou a dimensão mínima dos pilares em 14 cm, diferente da
versão anterior que previa pilares com até 12 cm de espessura. A área mínima de 360 cm² e
o coeficiente de majoração das ações 𝛾 , permanecem conforme versão 2007.
Por ter impacto direto nas edificações de pequeno porte, talvez a supressão de
pilares com bw de 12 cm seja a mudança mais sentida entre construtores e arquitetos, que
terão que adaptar seus projetos e métodos construtivos para se adequar à nova situação.

LAJES
Sempre visando a durabilidade e segurança, a NBR 6118:2014 traz um aumento
significativo nas seções mínimas das lajes de piso, cobertura e balanço conforme descrito
abaixo:
a) 7 cm para cobertura não em balanço; (versão anterior era 5 cm)
b) 8 cm para lajes de piso em não balanço; (versão anterior era 7 cm)
c) 10 cm para lajes em balanço; (versão anterior era 7 cm)
d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso menor ou igual a 30 kN;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso maior de 30 kN;
f) 15 com para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de l/42 para
lajes de piso biapoiadas e l/50 para lajes contínuas;
g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel.

Em virtude da frequência na ocorrência de acidentes em marquises ou lajes em


balanço, a nova revisão da norma traz uma importante inovação no que diz respeito à
segurança desses elementos estruturais. A partir de sua implantação, todos os esforços
solicitantes em lajes em balanço com espessuras entre 18 e 10cm, devem ser majorados
pelo coeficiente 𝛾 conforme tabela abaixo:

Tabela 3: Valores do coeficiente adicional 𝜸𝒏 para lajes em balanço (NBR 6118:2014)

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2.8. ANÁLISE ESTRUTURAL

LIMITES PARA REDISTRIBUIÇÃO DE MOMENTOS


A capacidade de rotação dos elementos estruturais é função da posição da linha
neutra no ELU. Quanto menor for x/d, tanto maior será essa capacidade. Devido a inclusão
do grupo II de resistência de concreto, os valores x/d para vigas e lajes foram atualizados
conforme expressões abaixo:
a) x/d ≤ 0,45, para concretos do grupo I
b) x/d ≤ 0,35, para concretos do grupo II

A norma determina ainda que quando for efetuada uma redistribuição, reduzindo-se
um momento fletor de M para 𝛿M, em uma determinada seção transversal, a profundidade
da linha neutra nessa seção x/d, para o momento reduzido 𝛿M, deve ser limitada por:
a) x/d (𝛿-0,44)/1,25, para concretos do grupo I
b) x/d (𝛿-0,56)/1,25, para concretos do grupo II

ANÁLISE NÃO LINEAR


A NBR 6118:2014 determina que a verificação da capacidade de rotação de rótulas
plásticas deve ser feita para cada uma das combinações de carregamento consideradas. Os
valores adotados podem ser obtidos através da interpolação linear da figura abaixo:

Figura 5: Capacidade de rotação de rotulas plásticas (NBR 6118:2014)

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ANÁLISE PLÁSTICA
A norma estabelece que para garantia de condições apropriadas de ductilidade,
dispensando a verificação explícita da capacidade de rotação plástica, deve-se ter a posição
da linha neutra limitada em:
a) x/d ≤ 0,25, para concretos do grupo I
b) x/d ≤ 0,15, para concretos do grupo II

2.9. ANÁLISE DE 2° ORDEM

ENVOLTÓRIA MÍNIMA COM 2° ORDEM


A consideração da envoltória mínima para pilares retangulares pode ser realizada
através de duas análises à flexão composta normal, calculadas de forma isolada e com
momentos fletores mínimos de 1°ordem atuantes nos extremos do pilar, nas suas direções
principais.

Figura 6: Envoltória mínima com 2° ordem (NBR 6118:2014)

2.10. DOMÍNIOS DE ESTADO-LIMITE ÚLTIMO

O diagrama de domínios do estado-limite último sofreu alterações no que se refere


ao encurtamento e a linha neutra que passam a ser função de 𝜀 e𝜀 , conforme figura
abaixo:

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Figura 7: Domínios de estado-limite último da seção transversal (NBR 6118:2014)


A versão 2007 da norma considerava as constantes 2,0%0 e 3,5%0 para os valores de 𝜀
e𝜀 , respectivamente.

2.11. ARMADURAS MÍNIMAS

ARMADURA MÍNIMA PARA FLEXÃO EM VIGAS


A tabela de taxas de armadura mínima de flexão para vigas sofreu uma simplificação
no que se refere à forma da seção, que agora só apresenta seção retangular. Outra inovação
foi a inclusão do grupo II de resistência.

Tabela 4: Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas (NBR 6118:2014)

A versão 2007 da norma trazia ainda, que para elementos estruturais


superdimensionados podia-se utilizar armadura menor do que a mínima desde que o
momento fletor seja igual ao dobro do Md. A revisão 2014 da norma apresenta um texto
similar, excluindo, no entanto, elementos em balaço.

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ARMADURA DE PELE EM VIGAS


A taxa de armadura mínima lateral traz a mesma formulação da versão anterior da
norma (0,10% Ac,alma), é apresentado, no entanto, uma observação de que não é necessária
uma armadura superior 5 cm²/m por face. Essa medida, visa evitar uma armadura de pele
exagerada em vigas com grande inércia.

ARMADURA MÍNIMA EM LAJES


Com relação as armaduras mínimas das lajes, a revisão 2014 da norma apresenta
uma inovação exigindo a armadura negativa em lajes sem continuidade (Figura 8). Segundo
a norma, essa armação deverá atender a formulação: 𝜌 ≥ 0,67𝜌 e se estender no mínimo
até 0,15 do menor vão da laje a partir da face de apoio.

Figura 8: Armadura negativa de bordas sem continuidade

2.12. DETALHAMENTO DE LAJES

No detalhamento de lajes maciças, a NBR 6118:21014 determina que para lajes que
sejam dispensadas de armadura transversal para força cortante conforme item 19.4.1 e
quando não houver avaliação explícita dos acréscimos das armaduras decorrentes da
presença de momentos envolventes na laje, a armadura deverá se estender até no mínimo
4 cm além do eixo teórico do apoio, não sendo permitido o escalonamento dessa armadura.

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3. APRESENTAÇÃO DO MODELO

Para verificar teoricamente os impactos das modificações na norma, será feito um


comparativo entre os resultados obtidos com um pórtico calculado conforme a NBR 6118 de
2007 e 2014 com o auxílio do software TQS versão 18.14.

Figura 9: Pórtico

3.1. PREMISSAS ADOTADAS

Em ambos os modelos foram adotadas as mesmas premissas nos dados de


entrada (sobrecargas nas lajes, velocidade do vento, classe de agressividade ambiental,
etc).
Para a sobrecarga de parede, foi considerado uma carga de 1300kgf/m³ e uma
espessura acabada em função da dimensão das estruturas, 15 e 19 cm para os modelos da
NBR 6118:2007 e 2014 respectivamente.
O pórtico considerado, consiste em uma estrutura composta de 2 pavimentos, 9
pilares dispostos em módulos de 4 metros, lajes maciças e uma marquise com 1,2 metros
em balanço.
A espessura dos pilares e lajes partiu do mínimo estipulado por cada versão da
norma, as vigas seguiram a espessura dos pilares. Com exceção do pilar P5, todos os
pilares do modelo 1 (NBR 6118:2007) ficaram com espessura de 12 cm. No modelo 2 (NBR
6118:2014) todos os pilares ficaram com espessura mínima estipulada pela norma, 14 cm.
A geometria obtida pode ser observada na figura 9.

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Figura 10: Geometria do modelo

1.1. PARÁMETROS ADOTADOS

Foram adotados os seguintes parâmetros de projeto:


 Classe de agressividade ambiental ............. II - Moderada
 fck mínimo (kgf/cm2) ................................... 250.0
 Velocidade básica do vento (m/s) ................ 35.0
 Método para análise de 2ª ordem global..... P-Delta

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4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para avaliar o impacto das alterações ocorridas na revisão 2014 da NBR 6118, será
comparado os resultados obtidos em cada modelo.

Tabela 5: Resumo dos resultados

Parâmetro Modelo NBR Modelo NBR Diferença


6118:2007 6118:2014
Soma de reações do
pórtico espacial (tf) 132,1 151,1 14,31%
Concreto (m³) 19,3 21,5 11,40%
Forma (m²) 298,1 300,6 0,84%
Aço (kg) 1719,4 1700,7 -1,09%
Gama Z 1,04 1,03 -0,96%
Alfa ∝ 0,59 0,53 -10,17%
Custo (R$) R$ 30.171,00 R$ 31.277,50 3,67%

Analisando os resultados globais obtidos na comparação dos dois pórticos, pode-


se observar que os itens com maior alteração positiva foram a somatória das reações do
pórtico, que teve elevação da ordem de 14% e o volume de concreto, com acréscimo na
ordem de 11%. Ambos são resultado do aumento na seção dos elementos estruturais
impostos pela revisão 2014 da norma, que além do incremento no peso próprio da estrutura,
gera uma necessidade de paredes mais grossas e consequentemente mais pesadas,
gerando uma elevação significativa nas cargas das estruturas.

Tabela 6: Cargas nos pilares

Carga (ton.) Carga (ton.)


Pilar Modelo NBR Modelo NBR Diferença
6118:2007 6118:2014
P1 8,8 10,4 18,18%
P2 19,6 22,4 14,29%
P3 8,7 10,3 18,39%
P4 15,8 16,9 6,96%
P5 31,4 35,7 13,69%
P6 16,5 17,6 6,67%
P7 8,3 9,4 13,25%
P8 14,8 19,1 29,05%
P9 8,2 9,3 13,41%
Total 132,1 151,1 14,38%

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Observando individualmente, o incremento nas cargas do pórtico calculado na


versão 2014 da norma variou de 6,67 a 29,05%, fato que pode gerar um aumento
significativo no custo das fundações.
Os parâmetros de estabilidade Alfa ∝ e Gama Z sofreram uma redução, com
destaque par o parâmetro Alfa ∝, com uma diminuição de cerca de 10% no modelo 2014.
Essa melhora na estabilidade global da estrutura é resultado da elevação de sua inércia,
principalmente devido ao aumento das seções dos elementos estruturais.
Através da Tabela 7, pode-se observar ainda que as quantidades de aço, não
tiveram alterações significativas, assim como ocorreu com as formas. Embora o consumo
de aço tenha permanecido basicamente o mesmo, com uma redução de apenas 1,09%,
avaliando cada elemento estrutural separadamente, pode-se observar uma redução
importante no consumo de aço dos pilares, na ordem de 10% e um acréscimo de 5% nas
vigas.

Tabela 7: Consumo de Aço

Elemento Modelo NBR Modelo NBR Diferença


6118:2007 6118:2014
Pilares (kg) 444,2 397,6 -10,49%
Vigas (kg) 436,6 458,5 5,02%
Lajes (kg) 838,6 844,6 0,72%
Total (kg) 1719,4 1700,7 -1,09%

Com relação aos pilares, a redução no consumo de aço deve-se principalmente ao


coeficiente de majoração 𝛾 , que diminui à medida que a largura do pilar aumenta reduzindo
assim a taxa de armadura. Já o acréscimo nas vigas deveu-se principalmente ao aumento
das cargas de parede e peso próprio.

Tabela 8: Consumo de Concreto

Elemento Modelo NBR Modelo NBR Diferença


6118:2007 6118:2014
Pilares (m³) 2,6 3,0 15,38%
Vigas (m³) 6,3 7,4 17,46%
Lajes (m³) 10,4 11,1 6,73%
Total (m³) 19,3 21,5 11,40%

Por fim, considerando valores de R$ 500, R$ 5 e R$ 40 para os insumos básicos


concreto, aço e forma respectivamente, foi calculado o valor estimado para estrutura
conforme apresentado na Tabela 8.

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Embora a diferença no custo de concreto tenha ficado na ordem de 11,40%, a


diferença de custo total, considerando os insumos estudados, ficou relativamente baixa,
tendo o modelo calculado segundo NBR 6118:2014 ficado 3,67% mais oneroso.

Tabela 9: Consumo de Concreto

Insumo Modelo NBR Modelo NBR Diferença


6118:2007 6118:2014
Concreto R$ 9.650,00 R$ 10.750,00 11,40%
Aço R$ 8.597,00 R$ 8.503,50 -1,09%
Forma R$ 11.924,00 R$ 12.024,00 0,84%
Total (R$) R$ 30.171,00 R$ 31.277,50 3,67%

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5. CONCLUSÃO

Através da análise dos resultados é possível concluir que de forma geral, o impacto
foi relativamente pequeno no que diz respeito aos itens verificados. Com relação ao consumo
de materiais, a maior variação foi no volume de concreto. Devido ao aumento nas dimensões
mínimas dos elementos estruturais, esse item teve um acréscimo de 11,40% em relação ao
mesmo modelo, calculado na versão anterior da norma. Os demais itens avaliados, forma e
aço, obtiveram variações irrelevantes, 0,84% e -1,09% respectivamente.
Com relação ao custo da estrutura, levando-se em consideração apenas os itens
avaliados, foi verificado uma variação positiva de 3,67%, puxada principalmente pelo volume
de concreto. Deve-se levar em consideração ainda no custo total da obra, os impactos
referentes à alvenaria, que deverá ser adaptada para blocos de 14cm de espessura, e
fundação, que com um incremento médio de 14,31% nas cargas pode sofrer onerações.
Com relação a estabilidade global da estrutura, observou-se que o aumento das
seções mínimas imposto pela norma, impactou de forma positiva nos parâmetros avaliados,
com uma redução de 0,96% no Gama Z e de 10,17% no parâmetro Alfa ∝.
De maneira geral é possível concluir que a revisão 2014 da NBR 6118 vem se
adequar não só aos avanços tecnológicos, com a inclusão do grupo II de concreto por
exemplo, mas também com a realidade brasileira no que se refere a mão de obra e
manutenção de nossas edificações. Nota-se um viés que prioriza a segurança e
durabilidade, levando-se em consideração as particularidades e deficiências presentes na
indústria da construção brasileira.

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6. BIBLIOGRAFIA

ABNT, NBR 6118:2007. Projetos de Estruturas de Concreto - Procedimento. Associação


Brasileira de Normas Técnicas, Brasil, 2007.

ABNT, NBR 6118:2014. Projetos de Estruturas de Concreto - Procedimento. Associação


Brasileira de Normas Técnicas, Brasil, 2014.

TQS. A V18 e a NBR 6118:2014. Site TQS. Disponível em:


<http://www.tqs.com.br/v18/destaques/nbr6118#7>. Acesso em: 03 de setembro de 2015.

HAMPSHIRE, SERGIO. Palestra: Revisão da norma brasileira NBR 6118:2014 – Partes 1 a


8. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=uFxa8E_7jWg>. Acesso em: 10 de
setembro de 2015.

SILVA, R. R. Impacto das Mudanças na Norma NBR 6118 no dimensionamento de Estruturas


em concreto Armado de Edifícios. 2008. Trabalho de Diplomação. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

BUENO, B SUELY, KIMURA, ALIO E. ABNT NBR 6118:2014 – Considerações sobre a nova
norma. 2014. Slides de Palestra. Disponível em: < https://
http://ie.org.br/site/ieadm/arquivos/arqnot8870.pdf>.

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