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ÉPOCA DE COLHEITA E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES


EM ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa cv. BRS RORAIMA)1
Oscar José Smiderle2, Carlos Tadeu dos Santos Dias3
HARVEST TIME AND PHYSIOLOGIC QUALITY OF SEEDS
IN IRRIGATED RICE (Oryza sativa cv. BRS RORAIMA)
ABSTRACT A época de colheita é um dos fatores mais importantes
RESUMO
Harvest time is one of most important factors influencing que influenciam as características da semente de arroz, seja para
rice seed characteristics for purpose of either planting or milling. semeadura ou para consumo. Com o objetivo de determinar a
With the objective to determine a proper harvesting time, irrigated época adequada de colheita de arroz irrigado, para a cultivar BRS
rice seeds of cultivar BRS Roraima were harvested at 15, 22, 29, Roraima, sementes foram colhidas aos 15, 22, 29, 36, 43 e 50 dias
36, 43 and 50 days after flowering (DAF), and assessed according após o florescimento (DAF) e avaliadas quanto à umidade,
to humidity, viability, dry mass of 1,000 seeds, whole grain yield, viabilidade, massa seca de 1.000 sementes, rendimento de grãos
productivity and storability. Seeds harvested 29 DAF showed inteiros, produtividade e armazenabilidade. As sementes colhidas
high quality and its productivity was equivalent to the subsequent aos 29 DAF tiveram alta qualidade e a produtividade foi
periods. Seeds harvested 50 DAF showed good performance, equivalente à dos períodos subseqüentes. Aquelas provenientes
except for whole grain yield. Harvests 15 and 22 DAF were da colheita aos 50 DAF exibiram bom desempenho, exceto em
unsuitable, reducing the physiologic quality of seeds, mill rendimento de grãos inteiros. Colheitas realizadas aos 15 e 22
efficiency and high initial humidity. The adequate harvest time DAF são impróprias, reduzindo a qualidade fisiológica das
for cultivar BRS Roraima is between 29 and 43 DAF, when seeds sementes, o rendimento de engenho e a alta umidade inicial. A
present higher yield, dry mass, whole grain yield, physiologic época adequada de colheita para a cultivar BRS Roraima está
quality and storability. entre 29 e 43 DAF, quando suas sementes apresentam maior
produtividade, massa seca, rendimento de grãos inteiros, qualidade
KEY-WORDS: Physiologic quality; whole grain; humidity. fisiológica e armazenabilidade.

INTRODUÇÃO qualidade e com maior rendimento. O arroz atinge o


ponto de maturação adequado quando dois terços dos
A qualidade física e fisiológica da semente de grãos da panícula estão maduros. A colheita
arroz depende da cultivar, estágio de maturação, antecipada, com umidade elevada, aumenta a
conteúdo de unidade e danos mecânicos (impactos, proporção de grãos malformados e gessados. O arroz
abrasões e tensões), que podem ocorrer durante a colhido taArdiamente, com umidade muito baixa, afeta
colheita, secagem, beneficiamento e mesmo no a produtividade pela degrana natural, ocorrendo o
período de armazenamento. trincamento dos grãos e a redução do rendimento de
A maioria das cultivares apresenta redução no grãos inteiros no beneficiamento.
rendimento de grãos inteiros, após atingirem um O arroz trincado é também mais susceptível à
determinado grau de maturação. Grãos muito secos infestação por insetos. O trincamento apresenta,
ficam sujeitos a rachaduras no campo, que favorecem ainda, a desvantagem de poder reduzir a viabilidade,
sua quebra nas operações de colheita e posterior ou o valor de plantio do arroz para semente. Trincas
beneficiamento. Altas percentagens de grãos que ocorrem através de toda a secção da semente
quebrados diminuem sensivelmente o tipo e o valor diminuem o vigor da plântula, pela redução da
comercial de um lote de arroz (Faroni et al. 1987). disponibilidade de endosperma, e, conseqüentemente,
Colher na época certa é de fundamental de nutrientes, durante a fase de germinação e
importância para se obter um produto de melhor emergência (Steffe et al. 1980).

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A colheita precoce resulta em decréscimo na Em vista da escassez de informações de caráter
produção, pelo desenvolvimento incompleto das regional sobre a influência da colheita e do armaze-
sementes, que se apresentam, quando com alto namento na qualidade de sementes de arroz irrigado,
conteúdo de umidade, freqüentemente gessadas. Um objetivou-se, com a presente pesquisa, determinar a
excessivo número de sementes imaturas também é época mais adequada de colheita da cultivar BRS
produzido quando do cultivo de variedades de Roraima, visando à produtividade, qualidade fisiológica
maturação desuniforme. Grãos gessados, além de de sementes, rendimento de engenho e armazena-
conferirem má aparência ao produto acabado, são bilidade do arroz, no Estado de Roraima.
mais fracos e quebram-se nas operações de
beneficiamento (Morse et al. 1967, Juliano 1980, Luh
MATERIAL E MÉTODOS
& Mickus 1980, Webb 1980).
O estágio de maturação também influencia a
viabilidade e o vigor dos grãos de arroz, para fins de O experimento foi instalado em área irrigada
semeadura. O ponto de completa maturação da por inundação, em solo classificado como Gleissolo
semente é considerado o momento em que esta atinge Háplico Tb distrófico, localizada na Fazenda Santa
a máxima massa seca, durante a fase de desenvol- Cecília (2º48'27,484"N, 60º39'17,564"W e altitude de
vimento e maturação no campo (Rajanna & Andrews 85 m), município do Cantá, Estado de Roraima. A
1970, Gonçalo & Maciel 1975). Em São Paulo, Lago cultivar de arroz (Oryza sativa L.) estudada foi a
et al. (1991) verificaram que o melhor intervalo de BRS Roraima.
colheita da cultivar IAC 4440 (arroz irrigado) está O delineamento experimental utilizado foi o
entre 36 e 43 dias após o florescimento. Sementes inteiramente aleatorizado, composto de seis
colhidas antes da completa maturação são mais leves, tratamentos (colheitas aos 15, 22, 29, 36, 43 e 50 dias
mal formadas e menos vigorosas, com reflexos após o florescimento – DAF), avaliados em três
negativos no armazenamento e após o plantio. períodos (zero, seis e doze meses) e em quatro
A dormência em sementes de arroz, principal- repetições. Cada parcela experimental constou de
mente quando recém-colhidas, pode apresentar quatro linhas de 6,0 m de comprimento, espaçadas
obstáculos à sua análise, comercialização e plantio 0,30 m entre si, e, nas colheitas, foram aproveitadas
imediato. A intensidade e persistência dessa dormência apenas as duas linhas centrais, menos 0,5 m nas
variam grandemente com a cultivar. Variações extremidades.
semelhantes na dormência entre cultivares de arroz O solo no local de instalação do experimento
também foram constatadas por Lago et al. (1977) e apresentava as seguintes propriedades químicas: P
Tella et al. (1977). Vieira (1975) verificou que a (Mehlich-1) traços; matéria orgânica 20,6 g dm-3; pH
dormência das sementes da cultivar Nato foi muito (água) 5,2; K+ 48,6 mg dm-3; Ca2+ 0,67 cmolc dm-3; e
intensa, até 35 dias após a antese, com germinação Mg2+ 0,33 cmolc dm-3, bem como textura apresentando
de apenas 10%. 49,6 % de areia; 26,5 % de argila; e 23,9% de silte.
Embora o período de dormência das sementes No plantio, nas parcelas experimentais, foram
de arroz varie entre cultivares, podendo persistir, para aplicados 100 kg ha-1 de P2O5 e 80 kg ha-1 de K2O,
algumas cultivares, de 90 a 120 dias (Franco et al. nas formas de superfosfato simples e de cloreto de
1997), as condições de armazenamento, principal- potássio, respectivamente. A adubação nitrogenada,
mente com a elevação da temperatura, segundo na forma de uréia, foi parcelada, sendo aplicados 60
Bewley & Black (1994), podem reduzir esse período, kg ha -1 de N no perfilhamento e 60 kg ha -1 na
proporcionando aumentos significativos na germi- diferenciação do primórdio floral (15 e 45 dias após a
nação das sementes. emergência, respectivamente). As práticas culturais
A preservação da qualidade fisiológica das necessárias para a implantação e condução dos
sementes mantidas em armazém convencional é um experimentos foram realizadas de acordo com as
dos desafios enfrentados pela tecnologia de sementes. recomendações técnicas para a cultura do arroz
No armazenamento, a longevidade das sementes está irrigado em Roraima.
sujeita à ação de fatores externos, que afetam a Por ocasião do cacheamento, o campo foi
qualidade. vistoriado diariamente, para a determinação da data

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do florescimento, ou seja, do estágio de antese, & Silveira Júnior 1984, Lago et al. 1991), logo após a
quando havia, aproximadamente, 50% das espiguetas uniformização da umidade. Em seguida, as sementes
abertas, considerado como o início do período de remanescentes foram mantidas em condições comuns
desenvolvimento e maturação dos grãos (Stansel de armazém, na Embrapa Roraima, em recipientes
1975). de papel, e novos testes de germinação e rendimento
As colheitas foram iniciadas quinze dias após de engenho foram realizados aos seis e doze meses,
o florescimento, quando, pelo menos, um grão da para se determinar a qualidade fisiológica das
panícula do colmo principal apresentava maturidade sementes e o rendimento de grãos inteiros.
R7 (Counce et al. 2000) e, então, a intervalos de sete Para comparação dos resultados, foram
dias, até o total de cinqüenta dias, passando pelos realizadas análises de variância, fazendo-se a
estágios R8 e R9. Esses estágios são descritos por transformação dos valores expressos em percen-
Counce et al. (2000) e validados, para cultivares tagem para a escala arcoseno( x + 1 2 ), conforme
brasileiras de arroz irrigado, por Freitas et al. (2006). recomendam Steel & Torrie (1980). Para as variáveis
As panículas foram colhidas manualmente no campo. que apresentaram efeito significativo de tratamentos,
A trilha foi realizada em trilhadeira estacionária e, pelo teste F (5% de significância), realizaram-se
em seguida, as sementes foram embaladas em sacos análises de regressão. Para as análises estatísticas,
plásticos, para minimizar perdas de umidade, e levadas utilizou-se o aplicativo computacional Statistical
ao laboratório. As sementes obtidas foram imedia- Analysis System (SAS Institute 2003).
tamente avaliadas, quanto à umidade. Determinou-
se, ainda, o grau de umidade (base úmida) para cada
colheita, utilizando-se duas amostras de 100 sementes RESULTADOS E DISCUSSÃO
cada, as quais foram mantidas em estufa a 105°C,
por 24 horas (Brasil 1992). Os resultados obtidos nas determinações de
Logo após as colheitas, as sementes foram conteúdo de umidade, massa seca de 1.000 sementes,
secas a 40°C, por um período de 48 a 72 horas, até produtividade e grãos inteiros de arroz estão
atingirem umidade em torno de 13% e, então, representados nas Figuras 1, 2 e 3. Pelos resultados
colocadas em condições ambientes de armazém, por obtidos para a determinação do conteúdo de umidade
quatro dias, para a uniformização da umidade no das sementes, nas seis colheitas realizadas, foram
interior dos grãos, quando foram feitas novas observadas diferenças significativas, com redução
avaliações de conteúdo de umidade das sementes, constante, ao longo do período, segundo uma equação
para verificar os valores obtidos para o armaze- de regressão linear (Figura 1). Para a massa seca de
namento. Os valores de umidade das sementes 1.000 sementes, obteve-se o valor máximo de 24,4 g,
estavam em torno de 11%. O rendimento de grãos aos 41 DAF, próximo à quarta colheita, o que
inteiros foi ajustado para 13% de umidade e permaneceu estável até os 48 DAF (Figura 2). Não
transformado em kg ha-1. Avaliou-se, também, a houve diferença significativa dos 30 aos 48 DAF.
qualidade fisiológica das sementes, pelo teste de Rajanna & Andrews (1970), estudando a maturação
germinação e primeira contagem de germinação de sementes de arroz da cultivar Bluebonnet-50,
(vigor), bem como o rendimento de grãos inteiros. O constataram que o máximo peso seco foi atingido em
teste de germinação foi realizado com quatro amostras época antecipada, ou seja, dos 25 aos 30 dias após a
de 100 sementes cada, colocadas em substrato papel antese. Esse ponto em que se atinge o mais alto valor
de germinação, formando rolos, mantidas em de massa seca coincide, normalmente, com o ponto
germinador à temperatura constante de 25°C. A de máxima qualidade fisiológica de sementes
primeira contagem foi realizada aos cinco dias e a (Carvalho & Nakagawa 2000).
última aos quatorze dias após a semeadura (Brasil A produtividade de sementes aumentou
1992). acentuadamente com o desenvolvimento e maturação
O rendimento de grãos inteiros, após o das sementes, nas seis colheitas (Figura 2). A
beneficiamento para consumo, foi avaliado com duas produtividade máxima foi obtida aos 50 DAF (6.857
amostras de 100 g por repetição, em engenho de kg ha-1). Essa produtividade foi obtida quando o
prova, marca Suzuki (Dorfman & Rosa 1980, Infeld material apresentava umidade adequada para a

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191

40 85

75

Graos inteiros (%)


65
Umidade (%)

30
55
y 0 = -0,055x 2 + 4,36x - 10,94 (R2 = 0,90**)
45
20 2
y = 42,16 - 0,458x (r = 0,91**) y 6 = -0,076x 2 + 6,01x - 45,02 (R2 = 0,95**)
35
y 12 = -0,065x 2 + 4,99x - 21,97 (R2 = 0,93**)
25
10
15 22 29 36 43 50
15 22 29 36 43 50 Colheitas (DAF)
Colheitas (DAF)
Figura 1. Valores médios de umidade (%) das sementes de arroz, Figura 3. Valores médios de germinação (%) de sementes de arroz,
cv. BRS Roraima, colhidas em diferentes épocas, em cv. BRS Roraima, colhidas em seis épocas e
Cantá, RR. armazenadas por 0, 6 e 12 meses, em Boa Vista, RR.

colheita (20,62%), porém, com tendência de redução buído à cultivar de arroz e aos processos de pós-
no rendimento de grãos inteiros (Figura 3). Steffe et colheita (Juliano & Duff 1991).
al. (1980) relataram que as variedades de arroz Infeld & Silveira Júnior (1984) determinaram
testadas na Califórnia alcançavam o rendimento os pontos de colheita para quatro cultivares de arroz,
máximo de grãos inteiros quando o conteúdo de na região de Pelotas, Rio Grande do Sul. Verificaram,
umidade encontrava-se um pouco acima daquele em para a cultivar Lebonnet, rendimento máximo de grãos
que ocorre o máximo de produtividade, como foi inteiros (64,9%) aos 34 DAF, com teor de água de
constatado na presente pesquisa, com a cultivar "BRS 18,5%. O rendimento máximo para a cultivar
Roraima" (Figuras 1 e 3). Bluebelle ocorreu aos 38 dias, com teor de água de
O rendimento de grãos inteiros apresentou 19,5%. Estes períodos são próximos aos obtidos para
tendência polinomial crescente, dos 15 aos 39 DAF, a cultivar BRS Roraima, na presente pesquisa. No
e, a partir daí, permaneceu estável até os 43 DAF entanto, esta cultivar apresentou maior percentual de
(Figura 3). Os menores valores foram observados grãos inteiros, variação que pode ser atribuída à
entre 15 e 22 DAF, o que pode ser atribuído à característica própria da cultivar (Juliano & Duff
imaturidade, formação incompleta e gessamento dos 1991).
grãos (Lago et al. 1991, Castro et al. 1999). O É importante observar que o retardamento da
aumento de grãos quebrados, ocorrido entre 43 e 50 colheita de arroz, com o objetivo de colher material
DAF, foi causado, possivelmente, pelo tempo mais seco e demandar menos gastos com mão-de-
excessivo que as sementes permaneceram no campo, obra e energia na secagem, pode ser anti-econômico,
após a maturação completa, podendo, ainda, ser atri- se as perdas decorrentes da quebra de grãos e a
desvalorização do lote sobrepujar os ganhos oriundos
do menor custo de secagem. Chuvas na colheita e
7000 26 outros fatores adversos durante o armazenamento
PROD
M1000S das sementes, dependendo das propriedades das
6000
22 sementes, podem também resultar em maior ou menor
PROD (kg ha-1 )

M1000S (g)

5000 danos (Ojayi & Clark 1997).


18
Verificando-se o comportamento do rendimento
4000
de grãos inteiros nas avaliações durante o armaze-
14
3000 y PROD = -3,36x 2 + 301,8x - 344,3 (R2 = 0,82*) namento, aos seis e doze meses (Figura 3), define-se
y M1000S = -0,01x 2 + 0,84x + 7,05 (R2 = 0,99**) o período entre 37 e 41 DAF como o de maior
2000 10
15 22 29 36 43 50 rendimento. Este foi semelhante ao verificado
Colheitas (DAF) imediatamente após a colheita, com tendências de
percentuais semelhantes e reduzida perda durante a
Figura 2. Valores médios de produtividade de sementes (PROD)
e massa de 1.000 sementes (M1000S) de arroz, cv. avaliação. Tais resultados indicam que o processo de
BRS Roraima, colhidas em seis épocas, em Cantá, RR. secagem realizado não interferiu na qualidade física

Goiânia, GO, Brasil – www.agro.ufg.br/pat Pesquisa Agropecuária Tropical


ISSN 1517-6398 / e-ISSN 1983-4063 v. 38, n. 3, p. 188-194, jul./set. 2008

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192 O. J. Smiderle & C. T. dos S. Dias (2008)
das sementes (Faroni et al. 1987). A utilização de 100
y 0 = -0,011x 2 + 0,558x + 42,67 (R2 = 0,23*)
0
temperaturas de secagem elevadas poderia ter y 6 = 0,016x 2 -1,832x +82,70 (R2 = 0,69*)
6
ocasionado perdas maiores. Nas três avaliações, 80 y 12 = -0,014x 2 + 0,298x + 57,29 (R2 = 0,19*)
12
houve tendência de aumento no rendimento, dos 15

Vigor (%)
para 29 DAF, quando praticamente se estabilizou, até 60
a quinta colheita, tendendo a reduzir-se, a partir daí,
até a colheita aos 50 DAF (Figura 3). 40
Um comportamento polinomial quadrático dos
valores médios percentuais de germinação e de vigor 20
15 22 29 36 43 50
das sementes (Figuras 4 e 5) foi verificado durante o Colheiras (DAF)
período de armazenamento em laboratório.
Imediatamente após a colheita (zero mês), as Figura 5. Valores médios da primeira contagem de germinação
percentagens de germinação foram semelhantes em (vigor) de sementes de arroz irrigado, cv. BRS Roraima,
colhidas em seis épocas e armazenadas por 0, 6 e 12
todas as épocas avaliadas, com destaque para o
meses, em Boa Vista, RR.
período de 29 a 50 DAF (Figura 4). O vigor das
sementes apresentou tendência decrescente, em
função das épocas de colheitas realizadas (Figura 5). durante o armazenamento, verificaram-se, ainda,
Gonçalo & Maciel (1975), estudando a maturação baixos percentuais de sementes dormentes.
do arroz 'EEA-404', em Pelotas (RS), verificaram, As sementes, nas duas primeiras colheitas,
aos 22 dias após a antese, valores de vigor próximos apresentaram boa viabilidade (Figura 5), porém menor
de 90%. Porém, pontos máximos simultâneos para armazenabilidade, quando comparadas às demais,
germinação, vigor e peso seco foram obtidos aos 36 sendo, portando, mais frágeis. No entanto, a
dias. germinação foi semelhante à das sementes colhidas
As sementes colhidas aos 15 DAF e nos aos 43 e 50 DAF, aos doze meses de armazenamento
períodos subseqüentes apresentaram ótima armaze- (Figura 4).
nabilidade, com germinação entre 87% e 95%, após As sementes colhidas aos 29 DAF tiveram alta
doze meses de armazenamento (Figura 4). Nesta qualidade fisiológica, porém, apresentaram
época, verificou-se tendência de perda maior de produtividade de sementes inferior (Figura 2) à dos
qualidade nas sementes colhidas a partir de 43 DAF. períodos imediatamente subseqüentes (36, 43 e 50
A secagem realizada nas sementes, logo após a DAF). Sementes provenientes da colheita realizada
colheita, pode ter contribuído (Bewley e Black 1994) aos 50 DAF tiveram também bom desempenho
ou ser característica fisiológica não manifestada pela produtivo, mas com tendência de decréscimo no
cultivar; ou, ainda, uma resposta às condições de rendimento de grãos inteiros. Já a qualidade fisiológica
cultivo e/ou armazenamento a que foram submetidas teve decréscimo mais acentuado, sendo comparati-
as sementes. Ademais, tanto na colheita, como vamente mais prejudicada do que o rendimento de
grãos aos 50 DAF.
100 O comportamento insatisfatório dessas
0
sementes, ainda imaturas e mal formadas, ou com
6
95 retardamento de colheita (50 DAF), resultando em
12
maior fragilidade (Castro et al. 1999) durante o
Germinação (%)

90 armazenamento, revela que a germinação não pode


ser considerada, separadamente, como índice de
y 0 = -0,020x 2 + 1,67x + 62,06 (R2 = 0,95**)
85 qualidade de sementes durante a maturação, pois os
y 6 = -0,013x 2 + 0,98x + 76,63 (R2 = 0,79**)
altos valores de viabilidade inicial não foram
y 12 = -0,027x 2 + 1,77x + 64,51 (R2 = 0,84**)
80 substanciados por outros fatores de qualidade. Ao
15 22 29 36 43 50 contrário, tais sementes mostraram deficiências, não
Colheitas (DAF)
só quanto à armazenabilidade, mas também com
Figura 4. Valores médios de germinação (%) de sementes de arroz,
relação à massa seca e ao rendimento de grãos
cv. BRS Roraima, colhidas em seis épocas e
armazenadas por 0, 6 e 12 meses, em Boa Vista, RR. inteiros (Figuras 2 e 3).

Maturação e Colheita dos Grãos

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