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Imunidades Tributárias
Direito
Tributário
Imunidades Tributárias
Editora
Inclui bibliografia
ISBN
CDD 343.04
Gabarito 165
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O STF, contudo, já decidiu que taxa de serviços não pode ser graduada em razão
da capacidade contributiva. Assim, o Sílvio Santos tem que pagar mais impostos que o
homem comum, mas não mais taxa de coleta de lixo.
A isenção tributária decorre de Lei e de acordo com o art. 175 do Código Tribu-
tário Nacional – CTN é definida como forma de exclusão do crédito tributário.
Parte da doutrina a considera como dispensa legal do tributo. Todavia, outra
parte tem o entendimento de que a isenção é uma forma de exclusão de parcela das hi-
póteses de incidência da norma tributária.
Diferente da imunidade, que é realmente uma forma de não incidência consti-
tucional do tributo, tendo em vista que impede que uma norma legal defina como fato
gerador as matérias tratadas no rol da CFRB.
Dessa forma, se não há previsão legal de incidência das matérias imunes, não se
admite a ocorrência do fato gerador, por simples ausência de previsão legal, e conse-
quentemente a formação da obrigação tributária principal.
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Já na isenção, não se impede a instituição de tributo sobre os fatos previstos na
norma isentiva. Assim sendo, por expressa previsão legal, tem-se a ocorrência do fato
gerador e, consequentemente, a formação da obrigação tributária e, posteriormente, o
seu crédito, que, por sua vez, é então excluído.
A imunidade, por sua vez, é oriunda de uma determinação constitucional para
que seja vedada a instituição de impostos tocantes a determinadas pessoas ou situações.
Esta clássica colocação refere-se apenas às imunidades previstas no art. 150, VI, da CF,
pois, em alguns outros dispositivos constitucionais percebemos hipóteses de imunidade
relativas a contribuições e até em relação a taxas.
A Constituição proíbe que o legislador ordinário inclua determinadas situações
na hipótese de incidência de um tributo, influenciando, portanto, na competência tribu-
tária. É, na verdade, exclusão da competência tributária dos entes federados.
Na imunidade, sequer teremos a incidência do tributo, já que não cogitaremos
nem da ocorrência de fato gerador.
Assim, o legislador ordinário municipal, por exemplo, ao instituir a Lei referente
ao IPTU, que é da sua competência, já está previamente desautorizado a determinar que
o imposto incida sobre um templo de qualquer culto; está proibido de fazê-lo, tendo,
assim, sua competência limitada.
Distingue-se a imunidade da isenção, por esta última se originar de uma determi-
nação contida numa Lei Ordinária, e, não na Constituição. A Lei instituidora da isenção
retira parte da hipótese de incidência da regra criadora do tributo, o que, para boa parte da
doutrina, impossibilitaria a concretização do fato gerador. Entretanto, pela sistemática
do CTN, aceita pelo STF, ocorrendo a isenção, haveria o fato gerador e, consequen-
temente, a incidência do tributo, ficando impedido o ente tributante, todavia, de constituir
o crédito tributário, não podendo, desta forma, cobrar o cumprimento da obrigação que
surgiu – é uma exclusão da possibilidade do sujeito ativo constituir o crédito tributário.
No caso de isenção não houve nenhuma limitação constitucional à com-
petência do ente, ao contrário, foi tão plenamente exercida, que o tributante pôde se
utilizar da faculdade de dispensar o pagamento do tributo de certas pessoas ou sobre
determinados fatos. O que há, segundo o CTN, é a exclusão do crédito tributário.
Distingue-se a isenção da não-incidência, pois no caso desta última não há
fato gerador, não há incidência e não surge, portanto, obrigação tributária. Já na isenção,
há o fato gerador, há a incidência: o que não há é a constituição do crédito tributário da
Fazenda Pública referente àquela obrigação do sujeito passivo.
Por fim, oportuno também destacar que existem duas teorias para explicar o con-
ceito de imunidade: imunidades são limitações da competência para: a) proteger valores;
b) também porque houve exaurimento da capacidade contributiva.
A palavra exaurimento causa-nos estranheza, porém, pagamos tributos com o
fim de contribuir com o Estado, existem, de acordo com a Constituição, algumas pesso-
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as, alguns bens ou algumas situações, que é inato a eles contribuir para com a sociedade,
de outras formas. Exemplo: a entidade assistencial não precisa contribuir com dinheiro,
visto que trabalha fazendo a caridade e, assim sendo, já exauriu, já cumpriu a sua capa-
cidade contributiva.
Essas imunidades que existem por causa de valores ou ainda por aquelas pessoas
que já têm capacidade contributiva demonstrada por outra forma, elas (as imunidades)
têm que serem obedecidas por todas as normas e por todas as leis abaixo da Consti-
tuição. Ou seja, as leis devem servir para colocarem em prática a imunidade, mas na
verdade, nem sempre isso acontece. Exemplo: na imunidade a entidade assistencial e a
instituições de educação, no texto da constituição diz que é concedida a imunidade desde
que atendidos os requisitos da Lei. Vem o CTN e diz não pode distribuir as suas rendas a
qualquer título, seja para contratar gestor, advogado ou qualquer coisa, isso é muito vago,
muito genérico e dá margem a poda da imunidade.
Pergunta: o CTN, com relação a esse artigo, é inconstitucional? Resposta: neste
caso, se nós entendermos que esse artigo é uma poda, é inconstitucional ou então, pode-
mos dar a esse artigo uma interpretação constitucional. Seja: o artigo 14, I do CTN deve
ser entendido como proibição da Distribuição Disfarçada de Lucro (DDL). Por exem-
plo: a título de remunerar alguém, na verdade está entregando dinheiro a esse alguém.
São casos de simulação. Isso é proibido na imunidade.
Isto porque imunidade é o impedimento que a Constituição faz à competência,
é uma limitação à competência ou ainda, é o impedimento que a própria Constituição
faz na tributação.
Em virtude de sua importância, o tema é tratado como Princípio da Imunidade por-
que é uma regra que limita o poder de tributar, portanto é uma norma do Sistema Tributário.
Temos que lembrar que imunidade, tanto nas questões da teoria: proteger valores
ou do exaurimento da capacidade contributiva, quanto na questão prática, onde temos
que lembrar, em termos de graduação que, a imunidade está na Constituição, não se trata
de isenção, e não aparece a palavra imunidade “nunca”.
Todas as imunidades existem para proteger valores e, as leis tributárias devem
cuidar dos detalhes, mas não podem podar ou impedir a imunidade.
Conceito tradicional de imunidade: não-incidência qualificada na Constitui-
ção Federal de 1988.
Conceito moderno: regra constitucional que mutila a competência tributária ao
suprimir certos fatos, pessoas ou coisas, precisamente, determinados. Não há, por-
tanto, imunidades implícitas.
A doutrina em geral interpreta as regras de imunidade de forma extensiva. Já, o
STF interpreta de forma restritiva.
Enquanto a maioria dos princípios diz respeito a tributos, a maioria das imunida-
des refere-se a impostos.
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1.2. Imunidade recíproca – art. 150, VI, a
Atenção
A imunidade refere-se apenas a impostos. Taxas e contribuições podem ser co-
bradas entre as pessoas políticas.
Esta imunidade protege, também, as autarquias e fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, mas apenas em relação ao que tiver vinculação com as
suas finalidades essenciais.
A imunidade para a Administração Indireta é condicionada. Já, para a Adminis-
tração Direta é incondicionada.
Pela literalidade da CF/88 a imunidade não protege as empresas públicas e as
sociedades de economia mista.
A doutrina, porém, considera que são imunes as que prestam serviço público, pois,
seriam equiparadas às autarquias. Só não seriam imunes as que atuam na ordem econômica.
E há precedente do STF nesse sentido. Esta Corte considerou a empresa pública
Correios e Telégrafos imunes, acatando essa posição doutrinária.
Outras imunidades de impostos sobre patrimônio, renda e serviços rela-
cionados às finalidades essenciais das respectivas entidades. São imunes:
Os templos de qualquer culto (art. 150, VI, b). Esta imunidade visa a proteger
a livre manifestação religiosa. Todas as religiões ou seitas, sem qualquer discriminação,
desde que tenha relação com a finalidade da igreja.
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Para tornar mais didático o entendimento, observe as seguintes situações:
1. Uma igreja tem um pátio do lado do imóvel principal, onde ocorrem as celebra-
ções e, no momento que não tem o culto, aluga esse pátio para uma terceira empresa. Per-
gunta: será que o dinheiro obtido com essa renda do aluguel do pátio, goza de imunidade?
2. Outra igreja, que arrecada dinheiro dos seus fiéis na venda de produtos reli-
giosos, e com esse dinheiro, a igreja adquire bens do tipo a concessão de um canal de
televisão. Pergunta: será que a renda obtida com esse canal de televisão pode ser objeto
de imunidade?
- O que não acontece com a igreja que usou o dinheiro para a concessão de
um canal de televisão, visto que não usou a renda obtida para abrir mais igrejas, e sim
para entrar numa atividade que é eminentemente comercial e lucrativa. Resta claro que a
imunidade foi desqualificada, que é desarrazoado e desproporcional, pois um meio reli-
gioso, algo etéreo, que não material deve utilizar o valor da imunidade que é preservada
aos templos que é a liberdade religiosa.
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CTN, que tem status de Lei Complementar. Os requisitos são:
Toda a instituição, toda a pessoa jurídica e a física precisam ter lucro, caso con-
trário não sobrevivem. Resposta: o asilo pode ter lucro, o que não pode é ter fins econô-
micos, deve ter fim educacional ou assistencial, conforme a entidade. Exemplo: com o
lucro o asilo pode contratar um advogado para fazer o parcelamento, ou um gestor para
que se tenha um melhor resultado.
Vejamos o que o CTN fala no art. 14:
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IV - cobrar imposto sobre:
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas funda-
ções, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo.
(Redação dada pela Lcp n.º 104, de 10.1.2001).
Pergunta: quer dizer que se o asilo não pode distribuir qualquer parcela do seu patrimô-
nio ou renda? Não pode usar o lucro para contratar um gestor ou um advogado, senão perderá
a imunidade? Resposta: sim. É esse entendimento que a Fazenda tem atribuído ao art. 14, I do
CTN e, esse entendimento viola uma imunidade constitucional que existe para proteger valores.
Sobre os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão não inci-
dirão impostos. Esta imunidade afasta os impostos que diretamente incidem sobre estes
produtos, como o II, IE, IPI e o ICMS.
Já, os impostos que não têm relação direta com os produtos, incidem. O livreiro,
portanto, deve pagar o IR, assim como o IPTU da livraria. Estes itens são protegidos in-
dependentemente da natureza de seu conteúdo, porque imunidade visa a garantir a livre
manifestação do pensamento.
O STF já decidiu, por exemplo, que são imunes: lista telefônica, álbum de fi-
gurinhas e revista pornográfica. Já, os produtos que não têm conteúdo algum, não são
imunes, como os cadernos e as agendas.
Com relação aos insumos de produção, a doutrina dominante tem uma posição
extensiva da imunidade. Considera, por exemplo, a tinta de impressão imune. Já, o STF
não, pois considera só o papel imune. Mas, todo o papel que faça parte do processo
produtivo, ainda que não componha o produto final. Por isso, são imunes os filmes e os
papéis fotográficos (Súmula 657 do STF).
A doutrina dominante considera os livros eletrônicos imunes, mas não há juris-
prudência relevante sobre o tema.
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aquilo que ela representa. Assim, não são imunes o relógio e as joias em ouro.
São imunes as moedas e as barras de investimento em ouro, pois são ativos financeiros.
Outras imunidades
Há ainda imunidades específicas de certos impostos. Algumas de contribuições e
algumas raras de taxa (exemplo: o inciso LXXIII do art. 5.º estabelece que a ação popular
seja “isenta” de custas judiciais).
SÍNTESE DO CAPÍTULO
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em sede constitucional, ou seja, ainda que o termo utilizado na Constituição seja isenção,
como é o caso de contribuições para a Previdência Social (art. 195, § 7.º), na verdade
trata-se de imunidade. O que significa a vedação da cobrança de tais tributos mediante
edição de leis complementares ou ordinárias, muito menos, como só acontecer nestas
plagas, por portarias ou ordens de serviços de órgãos burocráticos do Estado.
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“A capacidade contributiva afere-se através de critério objetivo, ou seja, o valor
do próprio bem, de modo que os termos da Lei Municipal questionada não ferem o
princípio referido.”
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as taxas" (STF – 2.ª Turma - RE 364202 - rei. Min. Carlos Velloso – J. 05/10/2004).
Assim, é possível a cobrança das taxas, desde que sejam preenchidos os requisitos le-
gais e constitucionais.
QUESTÕES
3. A norma constitucional que veda aos entes federativos a instituição de impostos sobre
templos de qualquer culto representa:
a) anistia tributária.
b) remissão tributária.
c) imunidade tributária.
d) isenção tributária.
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4. O Princípio Constitucional da imunidade recíproca;
5. Entidade beneficente de assistência social sem fins lucrativos pode gozar desde que
atenda aos requisitos legais de imunidade de:
a) todos os tributos.
b) todos os impostos.
c) os tributos que incidam sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com as fina-
lidades essenciais da entidade.
d) os impostos que incidam sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com as
finalidades essenciais da entidade.
e) os tributos que incidam sobre as atividades discriminadas em Lei Complementar.
a) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras dos Esta-
dos e dos Municípios.
b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da União.
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c) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem do Município valorizado
em decorrência de obra pública.
d) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da União.
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c) pressupõe a existência de capacidade tributária e a isenção pressupõe ausência de
capacidade tributária.
d) equivale à incompetência tributária e só pode vir prevista na Constituição e a isenção
pressupõe competência tributária e vem fixada em Lei.
e) só alcança os impostos, e a isenção pode ser concedida para qualquer tributo.
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GABARITO
Capítulo 1
1 - D │ 2 - C │ 3 - C │ 4 - D │ 5 - C │ 6 - D │ 7 - A │ 8 - D │ 9 - B │ 10 - D
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