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Chapecó
2016
Guilherme Ficcagna Lodi
Chapecó
2016
RESUMO
LODI, Guilherme F. Estudo de viabilidade da instalação de uma usina de reciclagem de
resíduos de construção e demolição. 2016. Trabalho de Conclusão (Graduação em Engenharia
Civil) - Curso de Engenharia Civil, UNOCHAPECÓ, Chapecó, 2016.
O setor da construção civil traz diversos impactos ambientais, e um dos principais, é a geração
de resíduos de construção e demolição (RCD), onde grande parte deste resíduo é descartado
ilegalmente, e também existe a falta de um gerenciamento dos RCD por parte dos municípios
e seus geradores. E em virtude da necessidade da população buscar cada vez mais a preservação
do meio ambiente, procurando um desenvolvimento sustentável, a reciclagem de RCD traria
diversas vantagens como a diminuição do descarte ilegal e da extração de matérias-primas,
geração de empregos, aumento da vida útil dos aterros sanitários e a produção de material para
reutilização. Nestas circunstâncias, o objetivo deste trabalho foi elaborar um estudo de
viabilidade econômica e financeira de uma usina de reciclagem de resíduos sólidos de
construção e demolição na microrregião de Chapecó , para isso foi feito pesquisas junto a
fornecedores de equipamentos e máquinas e também com a ABRECON, buscando entender
como funciona e quais as necessidades de uma usina de reciclagem de RCD, com isso foi
possível buscar os custos de cada item que compõe uma usina de reciclagem de RCD e suas
receitas, e então, com os custos e receitas foi elaborado uma planilha eletrônica e realizado
fluxos de caixa para os quatro cenários criados, os cenários criados e analisados utilizaram as
mesmas variáveis, a única diferença entre eles era o volume de RCD reciclado em cada um.
Dois cenários foram criados baseados em uma pesquisa do plano de gestão integrada de
resíduos sólidos (PGIRS) de Chapecó onde mostra que é recolhido 2.257,26m³/mês de RCD, e
os outros dois cenários foram criados com base na pesquisa de JOHN (2000) onde fala que a
geração mínima é de 230kg/hab.ano, então foi verificado a população de Chapecó e usado a
taxa de JOHN(2000) para descobrir a geração total de RCD. Os cenários foram separados em
duas categorias, otimista e realista, o otimista prevê que a empresa irá reciclar 60% do volume
recolhido e o realista 40%. Com o fluxo de caixa pronto foi utilizado técnicas econômicas onde
foi possível chegar à conclusão que três dos quatro cenários apresentados podem se tornar
viáveis desde que não seja gasto com a compra do terreno para a instalação da usina um valor
maior que o valor presente líquido (VPL) que é de R$879.110,55 para o cenário 1,
R$2.710.041,24 para o cenário 3 e de 837.712,61 para o cenário 4, e em todos os cenários além
do financiamento de R$1.000.000,00 o investidor terá que desembolsar mais dinheiro para
manter a empresa nos primeiros anos.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 17 - Financiamento
IN – Instrução Normativa
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 9
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................. 10
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 10
1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 10
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 10
1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 10
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ...................................................................................... 12
2.1 RESIDUOS SÓLIDOS ................................................................................................. 12
2.2 EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS ................................................................ 14
2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................................................ 15
2.4 SOLUÇÕES PARA OS RCD ....................................................................................... 17
2.4.1 Os 3 Erres ............................................................................................................. 19
2.4.2 Utilização do entulho reciclado ........................................................................... 20
2.4.2.1 Utilização em pavimentação. ........................................................................ 20
2.4.2.2 Utilização como agregado para o concreto................................................... 20
2.4.2.3 Utilização como agregado para a produção de argamassas .......................... 20
2.4.3 Reciclagem............................................................................................................ 21
2.5 GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS........................................................................ 22
2.5.1 Planos de gerenciamento obrigatórios................................................................. 23
2.5.2 Ações nos órgãos da administração pública ........................................................ 23
2.6 USINAS DE RECICLAGEM DE RESIDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO .............. 23
2.7 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS .............................................................................. 24
2.7.1 Fluxo de caixa ...................................................................................................... 25
2.7.2 Taxa mínima de atratividade ................................................................................ 25
2.7.3 Payback e payback descontado ............................................................................ 26
2.7.4 Taxa interna de retorno ........................................................................................ 26
2.7.5 Valor presente líquido .......................................................................................... 26
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 28
3.1 ESTUDO E VISITAS.......................................................................................................... 28
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................... 30
4.1 EQUIPAMENTOS, VEÍCULOS E MÁQUINAS ....................................................................... 30
4.2 DESPESAS ABERTURA DA EMPRESA ............................................................................... 31
4.3 CUSTO DA SUPERESTRUTURA......................................................................................... 31
4.4 CUSTO DO MOBILIÁRIO ................................................................................................. 32
4.5 LICENÇAS AMBIENTAIS ................................................................................................. 33
4.6 ENTULHO ....................................................................................................................... 34
4.7 FUNCIONÁRIOS - TRIBUTAÇÃO ...................................................................................... 34
1 INTRODUÇÃO
Com o rápido crescimento do Brasil nos últimos anos, surgiu também as dificuldades, e uma
delas é a geração de resíduos sólidos de construção e demolição (RCD), que provoca grandes
problemas, principalmente ambientais.
O principal problema dos RCD é com a sua deposição clandestina e a sua elevada geração de
resíduos, juntamente com este problema, existe a falta de efetividade e compromisso dos
geradores de RCD, e também das políticas públicas no seu gerenciamento.
Somado a isso, a Lei nº 12.305/10, determina que o poder público, o setor empresarial e a
coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e demais determinações estabelecidas nesta
lei.
A reciclagem no Brasil começou a ter destaque a partir de 2002 com a criação da Resolução
307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Segundo a Associação Brasileira
para a Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição (ABRECON), em 2002 havia
apenas 16 usinas de reciclagem de RCD, e atualmente existem 310 usinas em todo o país, e
indica que 83% pertencem a iniciativa privada, 10% à gestão pública e 7% são usinas público-
privada.
Diante disso, e sabendo que a indústria da construção civil é a responsável pela maior parte da
geração dos RCD, chegando a até 70% dos resíduos sólidos em alguns municípios, devemos
buscar um desenvolvimento sustentável na construção civil, com o objetivo de reduzir,
reutilizar e reciclar esses resíduos.
1.2 OBJETIVOS
Realizar estudo de oferta e demanda de mercado para resíduos sólidos da construção civil.
Analisar a viabilidade econômica para a implantação da usina de reciclagem com base nos
aspectos de custo e de mercado encontrados.
1.3 JUSTIFICATIVA
Com o rápido crescimento da construção civil no Brasil nos últimos anos, aliado a falta de
infraestrutura para suportar esse crescimento, provocaram grandes problemas, principalmente
ambientais, dos quais está o destino dos resíduos gerados na construção civil.
Como o descarte destes resíduos é feito muitas vezes em córregos, ruas, aterros clandestinos e
outros locais indevidos, tem afetando o meio ambiente, a sociedade e também a economia, então
está se buscando alternativas para solução deste problema, como programas de gerenciamento
de resíduos, que desde 2002 as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de resíduos
da construção civil é estabelecido pela resolução 307 do CONAMA.
De acordo com a ABRECON, cerca de 60% do lixo sólido das cidades vem da construção civil,
e 70% desse total poderia ser reutilizado.
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Para a NBR 10004 (ABNT, 2004) os resíduos são classificados conforme seus potenciais
riscos ao meio ambiente e à saúde pública, para serem gerenciados adequadamente, a norma
define os resíduos sólidos como:
No entanto, uma outra classificação que é dada pela Resolução 307 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA) é mais adequada, definindo os resíduos da construção civil da
seguinte forma:
“Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta
Resolução, da seguinte forma:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de
infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto
(blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e
gesso; (Redação dada pela Resolução nº 469/2015).
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;
(Redação dada pela Resolução n° 431/11).
De acordo com John e Agopyan (2000), os resíduos de construção são constituídos de vários
produtos, que podem ser classificados em solos, materiais cerâmicos, materiais metálicos e
materiais orgânicos, a proporção entre s tipos de resíduos é variável, dependendo da sua origem.
Conforme Lipsmeier (2000) dos setores da economia o que mais produz resíduos na União
Europeia (UE) é a construção civil, que gera cerca de 100 milhões de toneladas de resíduos por
ano. E Monteiro et al (2001), confirma que a construção civil no Brasil também é a que mais
gera resíduos sólidos, em média as construções de novas edificações geram em torno de
300kg/m² edificado, enquanto que em países desenvolvidos a média é de 100kg/m².
Segundo John e Agopyan (2000), a quantidade de RCD gerado nas regiões urbanas na maioria
das vezes é maior que à dos resíduos domiciliares. Estima-se que a que os brasileiros geram de
220 a 670 kg/hab/ano, com mediana de 510 kg/hab/ano.
De acordo com Pinto (1999), os resíduos de construção e demolição (RCD) representam entre
41% a 70% dos resíduos sólidos urbanos (RSU) nas cidades brasileiras de médio e grande porte.
De acordo com Jadovski (2005), as quantidades da geração de RCD no mundo estão expressas
na tabela 1.
Schneider e Philippi Jr., 2004, p.24 São Paulo 17.000 ton/dia Ano 2003
4 mil ton/dia, ou
Hamassaki, 2000, p.179 São Paulo
90.000m³/mês
De Baptisti, 1999, p.111 São Paulo 107.000 ton/mês
Fonte: JADOVSKI (2005), adaptada por autor.
De acordo com Barreto (2005), o setor da construção civil produz grandes impactos ambientais,
desde a extração das matérias-primas necessárias para a produção dos produtos, na execução
dos serviços nos canteiros de obra, até a destinação dos resíduos gerados, provocando uma
mudança na paisagem urbana.
Souza et al (2004), relata que a indústria da construção civil é uma grande consumidora de
recursos naturais, sendo motivo de discussões quanto à necessidade de se buscar o
desenvolvimento sustentável. Conforme John (2000), o consumo dos recursos naturais podem
variar dependendo da região e de fatores como taxa de resíduos gerados, vida útil das estruturas
construídas, necessidades de manutenção, perdas incorporados nos edifícios e da tecnologia
empregada
“A cadeia produtiva da construção civil consome entre 14 e 50% dos recursos naturais
extraídos do planeta; no Japão corresponde a cerca de 50% dos materiais que circulam
na economia e nos EUA, o consumo de mais de dois bilhões de toneladas representa
cerca de 75% dos materiais circulantes.” (BRASIL, 2008, p.2).
Ainda conforme o autor a produção de areia e brita para a construção civil, vem atendendo a
demanda nacional, mas, a disponibilidade desses recursos em lugares localizados próximos a
grandes aglomerados urbanos do país vem diminuindo devido ao mau planejamento, problemas
ambientais, zoneamentos restritivos e uso competitivos do solo. Cada vez mais está sendo
limitado a exploração desses recursos, tornando as perspectivas de uma garantia de suprimento
futuro aleatórias. Até o momento, o baixo preços desses agregados só foi possível pelo fácil
acesso as suas reservas e as pequenas distâncias de transportes, mas como as restrições estão
cada vez maiores, por razão de novas licenças. Em resumo, a sociedade está necessitando de
uma demanda cada vez maior desses agregados, e ao mesmo tempo, impedindo ou restringindo
a produção.
Segundo o autor, cerca de 75% dos resíduos gerados pelas construção civil nos municípios vem
de eventos informais (obras de construção, reformas e demolições geralmente feitas pelos
próprios usuários dos imóveis). Os munícipios devem exercer o papel de disciplinar o fluxo dos
resíduos, especialmente a geração de resíduos provenientes destes eventos informais.
Pinto (2005) fala que a falta de efetividade, e também de políticas públicas que disciplinem e
ordenem os fluxos de destinação destes resíduos, juntamente com a falta de compromisso dos
geradores de resíduos no manejo, e na destinação dos resíduos, provocam os seguintes impactos
ambientais:
• existência e acúmulo de resíduos que podem gerar risco por sua periculosidade.
De acordo com John e Agopyan (2000), o principal problema dos RCD é relacionado a sua
deposição irregular e aos grandes volumes produzidos, a deposição irregular é comum em todo
o mundo, e Pinto (1999) confirma isso estimando que no Brasil de 10% a 47% dos RCD gerados
são depositados irregularmente.
De acordo com Ângulo (2000), a construção civil deve passar por mudanças, devido a
necessidade de a população ter novas relações com o meio ambiente buscando um
desenvolvimento sustentável. Reduzindo desperdícios, melhoria de qualidade dos produtos,
novas técnicas de construção, projetos de sustentabilidade ambiental, aumento da durabilidade
dos componentes e a reciclagem de seus resíduos, estes são exemplos de preocupações no
campo da pesquisa voltada a sustentabilidade.
A reciclagem dos resíduos de construção e demolição no Brasil é bastante recente, mas vem
chamando a atenção dos gestores urbanos pelas possibilidades que apresenta enquanto solução
de destinação dos RCD e solução para a geração de produtos a baixo custo (PINTO, 1999).
2.4.1 Os 3 Erres
Conforme Zordan (2002), a forma mais fácil de reciclagem do entulho é a sua utilização em
pavimentações as vantagens de utilizar ele em pavimentações é:
- Menor utilização de tecnologia para sua produção, implicando menor custo do processo;
- Permite utilizar todos componentes minerais do entulho, sem necessidade de separação deles;
- Maior eficiência do resíduo quando adicionado aos solos saprolíticos em relação a mesma
adição feita com brita. Enquanto a adição de 20% de entulho reciclado ao solo saprolítico gera
um aumento de 100% do CBR, nas adições de brita natural o aumento do CBR só é perceptível
com dosagens a partir de 40%;
Ainda conforme o autor, o entulho reciclado também pode ser utilizado como agregado para o
concreto não estrutural, substituindo os agregados convencionais (areia e brita), as suas
vantagens são listadas a seguir:
- Permite utilizar todos componentes minerais do entulho, sem necessidade de separação deles;
Zordan (2002), relata que, após ser processado por equipamentos de reciclagem, ele pode ser
utilizado como agregado para argamassas de assentamento e revestimento.
Miranda e Selmo (2001), após analisarem o uso de entulho reciclado como agregado para produção
de revestimentos de argamassas, chegaram aos seguintes resultados:
2.4.3 Reciclagem
Conforme John e Agopyan (2000), a reciclagem de RCD é viável do ponto de vista ambiental
e técnico. Os riscos ambientais para este tipo de reciclagem é considerado baixo, embora deva
ter um controle, especialmente se os RCD forem de instalações industriais.
De acordo com Valverde (2001), com a necessidade da reciclagem dos entulhos da construção
civil, se criou a possibilidade de substituir os agregados naturais por parte dos produtos da
reciclagem. Na Europa e nos EUA, a participação dos produtos reciclados tem crescido
continuamente.
Pinto (1999), destaca a elevada geração de resíduos sólidos, desencadeada pelo acelerado
desenvolvimento da economia, faz com que seja inevitável o uso de políticas de valorização
dos resíduos e sua reciclagem, nos países desenvolvidos, e em regiões de países em
desenvolvimento. Historicamente, a atividade de construção sempre se configurou como uma
grande geradora de resíduos e também como potencial consumidora dos resíduos gerados por
ela mesma, e por outras atividades de transformações.
O gerenciamento dos RCD deve ser uma ação educativa, fazendo com que as empresas
envolvidas no processo possam exercer suas responsabilidades sem produzir impactos
socialmente negativos. (SCHNEIDER, 2000).
E conforme a ABRECON (2015), em pesquisa setorial feita entre 2014 e 2015, avaliou que a
quantidade de municípios com atividades de reciclagem e que possuem Plano de
Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição implantado, é de 55%, 28% não
possuem e 16% não sabiam.
As usinas públicas trazem vantagens econômica, como a redução de gastos com limpeza urbana
e obtenção de agregados reciclados com menor custo que os naturais, mas, a atividade das
usinas públicas é intermitente, devido as mudanças de gestão ou desinteresse, e ao baixo
conhecimento técnico (MIRANDA; ÂNGULO; CARELI, 2009).
Conforme o artigo 20 da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), estão sujeitos à
elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, os geradores de resíduos dos
serviços públicos de saneamento básico, resíduos industriais, resíduos de serviços de saúde e
resíduos de mineração, estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem
resíduos perigosos, ou, que gerem resíduos mesmo que não perigosos não sejam equiparados
aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal, as empresas de construção civil, os
responsáveis pelos terminais e outras instalações de serviços de transporte e também os
responsáveis por atividades agrossilvopastoris. (CONAMA, 2002).
“As primeiras usinas de reciclagem instaladas foram pelas Prefeituras de São Paulo, SP (1991),
de Londrina, PR (1993), e de Belo Horizonte, MG (1994).” (MIRANDA; ÂNGULO; CARELI,
2009, p.58).
John e Agopyan (2000), várias prefeituras brasileiras já operam centrais de reciclagem de RCD,
produzindo agregados utilizados basicamente em obras de pavimentação. O desafio do próximo
período é generalizar a prática, inclusive através da viabilização da atividade privada. Para que
esta meta seja atingida, são necessárias políticas públicas consistentes, abrangendo as áreas de
legislação, pesquisa e desenvolvimento, legislação tributária e educação ambiental.
Em 2002 havia apenas 16 usinas de reciclagem de RCD no Brasil, mas, após a resolução
CONAMA 307 de 2002, o cenário mudou de 3 novas usinas por anos, para 9 usinas por ano.
Em pesquisa setorial que avaliou dados de 2008 a 2013 está taxa subiu, chegando a 10,6 usinas
por ano. Porém entre 2013 e 2015 houve uma estabilidade na quantidade de usinas instaladas
por ano. Conforme a Associação Brasileira para a Reciclagem de Resíduos de Construção Civil
e Demolição, existem pelo menos 310 usinas em todo o país, o Estado de São Paulo é o que
mais possui usinas instaladas, chegando a 54% do total, devido maior atividade da construção
civil que gera mais RCD, pelo preço mais elevado dos agregados naturais. O percentual de
usinas fixas no país é de 74%, 21% de usinas móveis e 5% são móvel e fixa. (ABRECON,
2015).
“As Plantas Fixas são definitivas. A principal vantagem é uma qualidade superior dos
produtos reciclados. Há ainda a vantagem de usar equipamentos maiores e mais
potentes. A segunda planta é a Semi-Móveis, indicada para a construção de barragens
hidrelétricas e para construções de estradas. Sua construção é feita sobre bases de
estrutura metálica. É fácil a montagem e a desmontagem. A terceira e última é a Planta
Móvel, indicada para empreendimentos que requerem mobilidade. Outra vantagem é a
eliminação dos custos com montagem e desmontagem. As plantas móveis são mais
flexíveis e não necessitam de obras civis.” (CORRÊA et al, 2009, p.2-3)
De acordo com ABRECON (2015), os resultados da Pesquisa Setorial feita entre 2014 e 2015
com 105 usinas que responderam à pesquisa, indica que 83% das usinas pertencem a iniciativa
priva, 10% à gestão pública e 7% são usinas público-privada.
Ainda conforme o autor, a maior parte das usinas estão concentradas nas cidades de maior porte,
sendo 44% delas em cidades com mais de 500 mil habitantes, 44% em cidades com mais de
100 mil habitantes e 12% estão em cidades com menos de 100 mil habitantes, isso constata que
o negócio pode ser viável mesmo em cidades pequenas. O número de funcionários envolvidos
na reciclagem varia nas usinas, sendo que 60% delas possuem de 5 a 10 funcionários, 25% de
11 a 20 funcionários e 15% de 21 a 50 funcionários.
O fluxo de caixa é uma ferramenta de planejamento financeiro que tem como objetivo mostrar
a situação de caixa da empresa em determinado período, podendo ser de curto, médio ou longo
prazo. O fluxo de caixa compreende as entradas e saídas de caixa periódicas (meses, trimestres,
anos etc.), o capital inicial da empresa, e o saldo final de cada período. (DOS SANTOS, 2001).
“O fluxo de caixa é um receptor dos dados financeiros gerados por todas as áreas da empresa.
Projeções de recebimentos de vendas e pagamentos de com pras, pessoal, serviços de terceiros,
juros, impostos, receitas e gastos diversos são informações importadas de diversas áreas da
empresa pelo fluxo de caixa.” (DOS SANTOS, 2001, pg. 64)
“As informações geradas pelo fluxo de caixa permitirão que a empresa decida a melhor
destinação para o excesso de caixa. Aplicá-lo no mercado financeiro, liquidar dívidas
antecipadamente ou fazer investimentos permanentes na expansão ou melhoria dos processos
de operação são algumas das alternativas possíveis, depen dendo dos saldos de caixa e
respectivo cronograma informados pelo fluxo de caixa.” (DOS SANTOS, 2001, pg.57)
A taxa mínima de atratividade é especifica para cada empresa, e significa a taxa de juros mínima
aceitável quando a empresa faz um investimento, a forma de determinar a TMA varia, no Brasil
as empresas fixam essa taxa conforme decisão interna da administração. Normalmente as
empresas praticam uma TMA entre 12 e 15% ao ano. (DOS SANTOS, 2001).
O payback pode ser definido em “[...] quanto tempo ocorrerá a recuperação do capital investido
em função do fluxo de caixa gerado. É habitual o cálculo do tempo de retorno com base no
lucro contábil, apesar de essa prática distorcer o valor calculado para esse parâmetro de
avaliação. Isso acontece porque no cálculo do lucro contábil já é deduzida a parcela de
depreciação que se destina a permitir a recupera ção do investimento.” (DOS SANTOS, 2001,
pg. 150)
Quanto menor for o tempo de retorno (payback) mais rapidamente se recupera o investimento.
Um tempo de retorno baixo, significa que a taxa de lucro sobre o investimento é alta, o problema
que esse tipo de método é limitado e não considera o valor do dinheiro no tempo, e também não
considera os fluxos de caixa após a recuperação do capital. O tempo de retorno descontado
(payback descontado), é uma alternativa para uma melhor precisão do tempo de retorno, pois
ele considera os fluxos de caixa pelo seu valor presente. (DOS SANTOS, 2001)
O método de cálculo da TIR é um processo interativo, pois é a resolução de uma equação. Para
um projeto de investimento típico, o cálculo da TIR chega a uma equação de grau 10. (DOS
SANTOS, 2001)
“Quando a Taxa Interna de Retorno (TIR) é maior do que a Taxa Mínima de Atratividade
(TMA), o investimento é vantajoso. Se a TIR e a TMA forem iguais, o projeto de investimento
estará numa situação de indiferença. Caso a TIR seja menor do que a TMA, o projeto de
investimento não será economicamente recomendável.” (DOS SANTOS, 2001, pg. 155)
e saídas de caixas trazidas a valor presente. O cálculo do valor presente do fluxo de caixa é
efetuado com a utilização da Taxa Mínima de Atratividade (TMA) da empresa como taxa de
desconto.” (DOS SANTOS, 2001, pg. 155)
Quando o VPL for maior que zero, significa que o investimento é promissor, pois existe lucro
econômico, e com o VPL maior que zero também significa que a taxa interna de retorno (TIR)
do projeto é maior que a TMA da empresa, com o VPL menor que zero, significa que o
investimento não é economicamente viável. Na comparação de vários projetos de investimento,
o que tiver o VPL maior será o melhor. O VPL indica se o investimento é bom ou não, mas não
demonstra as gradações, pois o investimento pode ter um pequeno VPL e mesmo assim ser
muito lucrativo. (DOS SANTOS, 2001)
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo tem como finalidade verificar a viabilidade de instalação de uma usina de
reciclagem de RCD, para isso os procedimentos adotados foram análise documental, conversas
com pessoas do ramo através de telefone e e-mail. Também foi feito visitas a uma empresa
fabricante de equipamentos para usinas e o SINDUSCON ambos em Chapecó, o principal
objetivos nessas conversas, era descobrir como realmente funciona, quais seus procedimentos
e o que é necessário em uma usina de reciclagem de RCD.
Com isso, foi observado que para verificar a viabilidade de uma usina de RCD é necessário
saber os investimentos iniciais da empresa, que são: aquisição de terreno para instalação da
usina, construções (escritório, depósito de máquinas, guarita, cercamento da área da usina),
equipamentos para reciclar o entulho, veículos para transporte do material reciclado,
equipamentos para os veículos, máquinas para carregamento do material reciclado e para
alimentar a usina, mobília dos escritórios, documentação para legalização da empresa.
Após isso, foi feito uma pesquisa de preços dos investimentos iniciais citados acima, todos
foram realizados na microrregião de Chapecó.
Por fim, com todos os preços e custos em mãos, foi realizado um fluxo de caixa com horizonte
de projeto de 10 anos, devido a vida útil dos equipamentos e suas depreciações, o fluxo de caixa
foi elaborado em uma planilha eletrônica e é composto por receitas e custos, e também foi
considerado que não ficaria com estoque, tendo 100% do que produzir como venda. Após o
fluxo pronto, foi então utilizado técnicas econômicas para verificar a viabilidade do projeto, os
parâmetros para considerar um cenário viável é que este tenha TIR maior que a TMA, que foi
considerada em todos os cenários de 13,90% ao ano.
Para uma usina de reciclagem de RCD de pequeno/médio porte, conforme foi indicado por
empresas do mesmo ramo, necessita de uma área de no mínimo 10.000m² para a implantação
dos equipamentos e estoque do entulho e material já reciclado. O terreno onde a usina será
instalada, não foi considerado nos cenários escolhidos, pois o valor do terreno varia de um local
para outro, portanto em todos os cenários criados e apresentados no item 2.9.13, foi calculado
um valor para a aquisição do terreno e pagamento do IPTU, respeitando a TMA.
Primeiramente precisamos descobrir o volume de RCD que a usina terá que reciclar por hora,
para isso, foi considerado os cenários descritos no item 2.9.13, e então foi solicitado a empresas
do ramo orçamentos de usinas completas que suprissem essa demanda, e então, chegamos ao
custo de R$402.000,00 para uma usina com capacidade de reciclar até 50m³/h de RCD, e para
um volume menor que 12,5m³/h no valor de 283.000,00. Nas tabelas 3 e 4 podemos observar
os componentes das duas usina e seus respectivos valores.
Também será necessário um caminhão com caçamba basculante para fazer a entrega do material
reciclado, e também uma retroescavadeira para alimentação da usina com o entulho e para
carregamento do agregado reciclado. Para conseguir esses valores foi entrado em contato com
empresas do setor de veículos e máquinas pesadas onde repassaram os valores conforme tabela
5.
Tabela 5 – Valores Veículos e Máquinas.
Veículo/Máquina Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)
Caminhão Basculante* 1 170.000,00 170.000,00
Carregadeira de Rodas 1 280.000,00 280.000,00
Total (R$) 450.000,00
Fonte: Autor
*Caçamba basculante não inclusa.
Para fazer o transporte do agregado reciclado é necessário uma caçamba basculante, portanto
foi realizado contato por e-mail e telefone com empresas do ramo e solicitado orçamento, no
qual foi repassado o valor conforme tabela 6.
Além desses custos existe o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) do
caminhão, que foi verificado o valor venal do veículo através de tabela fornecida pela Secretária
de Estado da Fazenda (SEFAZ), e calculado a partir da alíquota de 1% para caminhões,
chegando ao valor de R$ 1.448,44.
A empresa será considerada de pequeno porte (EPP), que são empresas que tem faturamento
anual entre R$ 360.000,01 e R$ 3.600.000,00, e irá optar pelo regime de tributação Simples
Nacional, as empresas pertencentes a esse regime de tributação podem ter um faturamento bruto
anual de no máximo R$ 3.600.000,00. Para calcular o imposto sobre prestação de serviços e
venda do agregado, foi verificado o faturamento bruto anual do cenário e então verificado nas
tabelas de Alíquotas e Partilha do Simples Nacional relativo a indústria e a prestação de
serviços, as tabelas encontra-se no Anexo B e C.
O barracão terá a dimensões de (15x30 m) com pé direito de 6 metros, e sua estrutura será em
pré-moldado, com fechamento em alvenaria e cobertura metálica, dentro do barracão será feito
os escritórios, vestiários e sanitários com total de 75 m², também terá fechamento em alvenaria
e com pé direito de 3 metros o forro será de laje maciça, a guarita será de 9m² com pé direito
de 3 metros, fechamento em alvenaria e o forro será de laje maciça, o cercamento será feito em
todo o entorno do terreno com pilares pré-moldados e tela com 2 metros de altura e mais 2 fios
de arame farpado.
Além disso, é necessário a execução das fundações dos equipamentos da usina, este foi
orçado por uma empresa do ramo no valor de R$25.000,00.
Fonte: Autor
4.4 CUSTO DO MOBILIÁRIO
Em relação aos equipamentos, móveis dos escritórios, vestiários e cozinha o custo dos mesmos
foi buscado em empresas do ramo, a Tabela 7 especifica o tipo de produto e seu respectivo
valor.
Para fazer o levantamento de custos das licenças necessárias para o funcionamento da usina,
foi verificado junto a Prefeitura Municipal de Chapecó e com a Secretaria de Desenvolvimento
Rural e Meio Ambiente (SEDEMA) de Chapecó, está verificou a atividade da empresa e a
classificou na atividade com código Nº 71.60.06 (Unidade de reciclagem de resíduos da
construção civil), que se encontra na Instrução Normativa Nº04 (Atividades Industriais).
Através disso, foi verificado que a empresa necessita das seguintes licenças e estudos:
Após isso, foi visitado uma empresa especializada na área ambiental e solicitado os orçamentos
das licenças e dos estudos, a tabela 8 demonstra os valores.
Total 28.113,21 -
Fonte: Autor
4.6 ENTULHO
A matéria prima da empresa que é o entulho gerado pela construção civil, será recebido através
das prestadoras de serviço de coleta de entulho, construtoras e demais geradores de entulho.
Foi considerado que o gerente que também é o dono da empresa, irá retirar em pró-labore R$
3.000,00, os encargos para essa modalidade, são Imposto de renda retido na fonte (IRRF), e o
Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), chegando ao custo total para empresa de R$
3.387,45, conforme tabela do anexo D.
Para o contador da empresa será pago o valor de R$440,00/mês, esse valor foi retirado junto a
uma empresa de contabilidade.
O valor do diesel foi verificado no site www.anp.gov.br que pertence a Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), e então foi verificado os preços praticados nos
postos de combustíveis da cidade de Chapecó no período de 06/11/2016 a 12/11/2016,
chegando a média de 2,925 R$/litro.
Para obter o valor mensal gasto de telefone foi verificado junto a empresas do ramo de
internet/telefone o custo de planos mensais, chegando ao valor de 159,70/mês.
O custo da água foi considerado a taxa mínima cobrada pela Companhia Catarinense de Águas
e Saneamento (CASAN) em Chapecó que é R$ 59,70/mês, e mais o esgoto que é 100% do valor
da água, chegando ao custo final de R$ 119,40/mês.
Referente ao custo mensal de energia, foi verificado os equipamentos utilizados na usina e seus
respectivos consumos que foram repassados pela empresa fornecedora dos equipamentos,
chegando ao total de 46,5 kW/h, além desses consumo foi considerado o gasto da energia das
demais áreas da empresa, através do simulador disposto no link http://simulador.celesc.com.br
chegando ao valor de 562 kWh, a tabela 11 demonstra a energia gasta e seu respectivo custo.
Foi também considerado um valor mensal para ações de marketing como anúncios nas rádios
da região e no facebook, para anúncios na rádio uma vez ao dia na parte da manhã o valor do
plano é de R$270,00/mês, e para os anúncios no facebook será de R$100,00/mês.
Nas tabelas 12,13 e 14 encontram-se o resumo de todos os custos que já foram apresentados
acima.
Para fazer o correção anual dos preços de venda do agregado e recebimento do entulho, foi
utilizado o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(IPC-Fipe), que o acumulado dos últimos 12 meses em outubro de 2016 estava em 7,62%, para
o reajuste do salário foi utilizado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE), que o acumulado dos últimos 12 meses em
outubro de 2016 estava em 8,50%, e para o reajuste das licenças ambientais, despesas anuais e
mensais, foi utilizado o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que o acumulado dos
últimos 12 meses em outubro de 2016 estava em 8,80%. E para quantificar o crescimento do
volume de entulho a ser reciclado, foi utilizado a taxa de crescimento populacional de Chapecó,
que entre 2000 e 2010 cresceu 2,25% ao ano de acordo com (PNUD et al, 2016).
Foi verificado a vida útil e depreciação dos equipamentos conforme tabela 15.
A vida útil do caminhão de acordo com a IN-SRF nº162 de dezembro de 1998, é de 4 anos com
depreciação de 25% ao ano, mas em conversas com fornecedores deste tipo de veículo foi
repassado que a sua vida útil é maior que 10 anos, portanto para o fluxo a vida útil do caminhão
foi utilizada igual ao do projeto, com depreciação de 10%, os demais itens da tabela 15 foi
considerado que ao final de sua vida útil, não terá valor residual.
Com todos os custos citados acima, foi criado um fluxo de caixa com horizonte de projeto de
10 anos devido a vida útil dos equipamentos, o fluxo contém os seguintes custos: Custos iniciais
do empreendimento, Custos das Licenças ambientais, custos de legalização da empresa,
despesas com salários, despesas administrativas, despesas gerais, impostos sobre venda e sobre
serviços, financiamento e também as receitas geradas através da venda do material reciclado,
do serviço de recebimento do entulho e do valor residual das construções.
Para esse fluxo de caixa foi adotado uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 13,90%, está
taxa foi adotada de acordo com a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic)
do Banco Central do Brasil no dia 25/11/2016.
Com a TMA e fluxo de caixa definidos, criamos 4 cenários com diferentes volumes de entulho
para reciclar, os volumes foram definidos de acordo com a pesquisa realizada pela PGIRS de
Chapecó que indica uma geração de 2.257,26 m³/mês de RCD, como existem 2 indústrias que
recebem esse resíduo, foi considerado que a usina não receberá 100% dessa geração de RCD,
para um cenário otimista foi considerado 60% da geração total, e para um realista 40%, e como
a taxa de geração de RCD do cenário 1 e do cenário 2 ficou abaixo da taxa mínima no Brasil
que de acordo com JOHN, (2000), é de 230kg/hab.ano, por isso, foi criado mais dois cenários
utilizando a taxa de geração de RCD em 230kg/hab.ano considerando um otimista e outro
realista . A tabela 16 demonstra os dados que cada cenário irá usar.
Observa-se que a usina do cenário 3 terá uma produção de 12,55m³/h, portanto foi considerado
uma usina maior que dos cenários 1, 2 e 4, com isso os investimentos iniciais do cenário 3
aumentam em R$119.00,00 comparado aos outros cenários.
4.14 FINANCIAMENTO
Tabela 17 - Financiamento
Tipo Valor Juros (% ao Valor da
Nº de Parcelas
Financiamento Financiado (R$) mês) parcela (R$)
Cartão BNDES 1.000.000,00 1,19 48 27.144,13
Fonte: Adaptado de BNDES (2016).
Com os resultados acima, podemos afirmar que os cenários 1, 3 e 4 que obtiveram uma TIR
maior que a TMA utilizada se mostram atrativos a investimentos, e também estes cenários tem
um tempo de retorno (payback) considerado baixo para um investimento de alto valor, já o
cenário 2 não se mostra um bom investimento, pois sua TIR é negativa e seu tempo de retorno
do investimento é maior que 10 anos (nunca irá se pagar).
Analisando os fluxos de caixa de todos os cenários, também é visto que todos os cenários além
do financiamento de R$1.000.000,00 o investidor terá que aplicar mais dinheiro para manter a
empresa funcionando. No cenário 1 o investidor terá que desembolsar mais R$289.848,91 até
o início do 4 ano, no cenário 3 o valor gasto é de R$216.545,21 no início das atividades da
empresa, e no cenário 4 o valor a ser investido além do financiamento é de R$316.903,56 até o
início do 4 ano do projeto.
Podemos concluir que o cenário 1, 3 e 4 são os cenários que poderiam se tornar viáveis, mas,
como não foi considerado a compra de um terreno no fluxo de caixa, esses 3 cenários só se
tornaram viáveis, se a compra do terreno tiver um custo menor ou igual ao VPL de cada cenário,
que é de R$879.110,55, R$2.710.041,24 e R$837.712,61 respectivamente, se isso for
respeitado, os cenários serão viáveis.
5 CONCLUSÃO
O principal objetivo desta pesquisa, foi demonstrar a viabilidade econômica e financeira da
instalação de uma usina de reciclagem de resíduos de construção e demolição na microrregião
de Chapecó.
Além disso, foi verificado que o investidor em todos os cenários terá que fazer um investimento
para manter a empresa em funcionamento, pois apenas o cenário 3 teve lucro no seu primeiro
ano de funcionamento, os demais cenários só tiveram um saldo positivo em seu 5 ano de
trabalho.
Além disso, a crescente geração de resíduos e a destinação incorreta dos RCD, a instalação de
uma usina de reciclagem de RCD seria uma alternativa para a diminuir os descartes ilegais e da
extração de matérias-primas, e também a vantagem de reutilizar esse agregado reciclado como
matéria-prima na construção civil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÂNGULO. S.C. Variabilidade de agregados graúdos de resíduos da construção e
demolição reciclados. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade
Politécnica, São Paulo, 2000.
BRASIL. Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Brasília.
CÁLCULOEXATO. Disponível
Em:< http://calculoexato.com.br/parprima.aspx?codMenu=TrabSalAnual>.Acesso em: 15 nov.
2016.
SILVA, JIS GOMES; CATÃO, A. D.; DINIZ, MJD. LL. Reduzir, Reutilizar e Reciclar-
Proposta de Educação Ambiental para o Brejo Paraibano. In: Anais do 2º Congresso Brasileiro
de Extensão Universitária Belo Horizonte–12 a.
APÊNDICE A
APÊNDICE B
APÊNDICE C
APÊNDICE D
ANEXO A
Tabela de Ross-Heideck
ANEXO B
Tabela Simples Nacional - Indústria
ANEXO C
Tabela Simples Nacional - Serviços
ANEXO D
Tabela IRRF