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Índice
2Veja também
3Referências
4Ligações externas
Zoroastro, profeta iraniano que teria nascido entre os séculos XVII e XIV a.C., criou uma
doutrina religiosa, o zoroastrismo, que se baseava numa luta permanente entre o bem e o mal.
Quando Zoroastro perguntou, à divindade do bem, Aúra-Masda, sobre o que seria felicidade
na terra, a resposta teria sido: "Um lugar ao abrigo do fogo e dos animais ferozes; mulher;
filhos; e rebanhos de gado".[2]
Por volta do século 6 a.C., na China, dois filósofos apontaram dois caminhos para se atingir a
felicidade: Lao Tsé defendeu que a harmonia na vida podia ser alcançada através da união com
o tao, ou seja, com as forças da natureza.[3] Já Confúcio enfatizou o dever, a cortesia, a
sabedoria e a generosidade como elementos que permitiriam uma existência feliz. [4]
O dalai lama Tenzin Gyatso defende a autorreflexão e a serenidade como caminhos para se
atingir a felicidade
Para o filósofo grego Aristóteles, que viveu no século IV a.C., a felicidade é uma atividade de
acordo com o que há de melhor no homem. O homem, diferente de todos os outros seres
vivos, é dotado de linguagem (logos), e a atividade que há de melhor no homem deve ser
realizada de acordo com a virtude, então, aquele que organizar os seus desejos de acordo com
um princípio racional terá uma ação virtuosa e a vida de acordo com a virtude será
considerada uma vida feliz. Assim, a felicidade, para o filósofo grego, é uma atividade da alma
de acordo com um princípio racional, isto é, uma atividade de acordo com a virtude. Por isso,
ela está ligada à ideia de satisfação. Com isso, vemos que a concepção aristotélica de felicidade
diverge em muito da concepção contemporânea, por exemplo, que considera a felicidade
como a paz de espírito ou um estado durável de emoções positivas. Para Aristóteles, um
homem feliz é um homem virtuoso. Nesse sentido, muitas vezes se sugere que o
termo eudaimonia não seja traduzido, destacando a diferença do que concebemos atualmente
como felicidade. A palavra eudaimonia é composta por "eu" ('bom') e "daimōn" ("espírito").
Trata-se de um dos conceitos centrais na ética e na filosofia política de Aristóteles.[8]
Epicuro, filósofo grego que viveu nos séculos IV e III a.C., defendia que a melhor maneira de
alcançar a felicidade é através da satisfação dos desejos de uma forma equilibrada, que não
perturbe a tranquilidade do indivíduo [9].
Pirro de Élis, filósofo grego contemporâneo de Epicuro, também advogava que a felicidade
residia na tranquilidade, porém divergia quanto à forma de se alcançar a tranquilidade.
Segundo Pirro, a tranquilidade viria do reconhecimento da impossibilidade de se fazer um
julgamento válido sobre a realidade do mundo. Tal reconhecimento livraria a mente das
inquietações e geraria tranquilidade. Este tipo de pensamento é, historicamente, relacionado à
escola filosófica do ceticismo[10].
A psicologia positiva - que dá maior ênfase ao estudo da sanidade mental e não às patologias -
relaciona a felicidade com emoções e atividades positivas[16]. Segundo essa percepção, o
homem estaria responsável pela própria felicidade, sem depender dos outros ou de um deus.
Assim, o indivíduo deve se condicionar psicologicamente, a partir de atitudes como ser
positivo, ser grato, fazer o bem. Dessa forma, o ato de fingir ser feliz seria uma maneira de se
condicionar a estar feliz[17].
A economia do bem-estar defende que o nível público de felicidade deve ser usado como
suplemento dos indicadores económicos mais tradicionais, como o produto interno bruto,
a inflação etc.
Estudos científicos iniciados em 1970 por David T. Lykken, geneticista e professor de Psicologia
da Universidade de Minnesota, indicam que a felicidade também depende de fatores
hereditários. O autor e outros pesquisadores afirmam que, quanto ao bem-estar subjetivo,
dependemos em parte da “grande loteria genética que ocorre no momento da concepção” –
daí resultaria o fato de as pessoas serem predominantemente otimistas ou pessimistas.
[18]
Outros estudos científicos recentes têm procurado achar padrões de comportamento e
pensamento nas pessoas que se consideram felizes. Alguns padrões encontrados são:
ausência de problemas
ser autoconfiante
pertencer a um grupo[19]
independência pessoal
Hoje, o conceito de felicidade está intimamente atrelado ao "culto do indivíduo". Ser feliz é o
resultado de um "projeto de produção da felicidade", segundo Joel Birman[20]. Essa percepção
confere maior autonomia ao indivíduo e relaciona felicidade à qualidade de vida e à
autoestima. Por isso, a depressão se torna o maior sofrimento na modernidade: ser infeliz é o
"fracasso performático do sujeito", define Birman [20].
Veja também
Paradoxo do hedonismo
Referências
3. ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões: o fascinante universo das crenças e
doutrinas que acompanham o homem através dos tempos. Tradução de Margarida e
Flávio Quintiliano. São Paulo. Publifolha. 2001. p. 70.
4. ↑ WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões: o fascinante universo das crenças e
doutrinas que acompanham o homem através dos tempos. Tradução de Margarida e
Flávio Quintiliano. São Paulo. Publifolha. 2001. p. 68.
7. ↑ WILKINSON, P. O Livro Ilustrado das Religiões. São Paulo: Publifolha, 2001. pp. 45-46
13. ↑ NICOLA, U. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à idade moderna. Tradução
de Maria Margherita de Luca. São Paulo. Globo. 2005. p. 303.
14. ↑ http://educacao.uol.com.br/biografias/jeremy-bentham.jhtm
15. ↑ http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2007/07/30/000.htm
17. ↑ Freire Filho, João. "A felicidade na era de sua reprodutibilidade científica:
construindo “pessoas cronicamente felizes”." Ser feliz hoje: reflexões sobre o
imperativo da felicidade. Rio de Janeiro: FGV (2010): 49-82.
18. ↑ Jacir J. Venturi (30 de julho de 2015). «Ontem feliz, hoje estou triste». Jornal Gazeta
do Povo. Consultado em 5 de agosto de 2015
19. ↑ NIVEN, D. 100 segredos das pessoas felizes. 14ª edição. Rio de Janeiro: Sextante,
2001. 189p
Ligações externas