Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Capa:
Carlos Bentes
Revisão e diagramação:
Charles Reuel de Andrade Bentes
2ª edição: 2016
ISBN
CDD
CDU
+José Moreno
Bispo anglicano
Reitor da American Pontifical Catholic University (EUA)
Autor de Desperte o Poder do Alto.
INTRODUÇÃO 1
1
LANGSTON, A.B. A Doutrina do Espírito Santo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Casa publicadora Batista, p. 13-22.
2
ZŌĒ (ζωή/). É a vida mais elevada, a vida do Espírito. Sempre que a Bíblia fala de Vida Eterna ela usa esta palavra (Jo 3.16;
4.14; 5.24-26; 6.27, 33, 35, 49, 47, 48, 51). Das 135 referências do Novo Testamento grego, 122 diz respeito a vida eterna ou
a vida que só Deus possui. Apenas 13 referências diz respeito a esta vida terrena.
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 6
homem possui um espírito e tem vida, o homem é um espírito incorporado. A essência do
homem está no seu espírito. Por isso nós nos limitamos a proclamar, apenas a grande
diferença que existe entre o espírito e a vida, sem procurar reconciliar os dois no próprio
homem.
Tentamos definir vida e espírito, queremos agora dizer alguma coisa sobre o
Espírito infinito e absoluto que é Deus. Há uma diferença entre o Espírito Infinito e o
espírito finito.
As escrituras declaram que o espírito humano foi criado à imagem e semelhança de
Deus. Mas semelhança nunca significa identidade. O Espírito Infinito difere, em essência
do espírito finito, da mesma forma que a vida difere do espírito humano, em essência. Ele
existe por si só.
A questão da essência do espírito, seja finito, seja Infinito, é como a essência da
eletricidade; ninguém sabe o que é. Essas coisas não estão ao alcance do homem. São
grandes segredos que não foram até agora desvendados. Só uma revelação do Altíssimo
nos poderia esclarecer tais pontos.
Segundo a Bíblia, há duas qualidades de espírito, um Infinito, que não podemos
dizer de qualquer outro. Primeiro, Ele é Auto-Existente, isto é, tem existência própria. Ele
é todo suficiente para e em si mesmo, em relação à questão da sua existência. Se tudo
quanto existe hoje cessasse de existir, o Espírito Infinito continuaria a existir
absolutamente, como existe hoje neste vasto universo. Ele existe por si mesmo. Segundo,
Ele é Criador. Este poder nenhum outro ser o possui (Gn 1.1). Este assunto de criação é
tão inexplicável como a Auto-existência de Deus, porém a Bíblia, do princípio ao fim,
ensina esta doutrina. Ele sempre existiu e deu existência a tudo quanto existe.
Em relação ao espírito finito (humano), há três coisas a notar:
1º) O espírito humano é criatura, isto é, foi criado;
2º) Ele é de vontade livre, no animal a vontade instintiva é determinada pela sua
natureza. Sua vontade tem que obedecer aos ditames da sua própria natureza. O animal
faz o que a sua natureza lhe ordena ou permite fazer. Porém os atos do homem, ou os atos
do espírito-alma, são dele mesmo, de sua própria vontade, e não apenas a conseqüência do
meio em que vive, ou da sua natureza. O homem pode com auxílio divino, contrariar a sua
natureza e até mudá-la. Por isso ousamos dizer que o espírito humano é um ser moral e,
naturalmente reconhece as duas obrigações para com seu Criador. O espírito humano é
um ser religioso;
3º) O espírito humano é um espírito incorporado. Ele age por meio de um corpo
físico via alma. Este fato de que o espírito é incorporado tem influenciado toda a história
do homem. Sem tentar explicar, digamos que sempre a carne lutou contra o espírito (Gl
5.17).
Não há melhor ciência a ser estudada do que esta a que nos propomos. Estudarmos
Deus e o homem é deveras fascinante, todavia infindável. É maravilhoso conhecermos
estes dois espíritos, pois aprendemos andar numa comunhão mais profunda.
TEXTOS: Gn 1.1-26; 3.22; 11.7; Is 6.8-10, Mt 3.16-17; 28.19; Jo 1.18; 14.16; At 2.32-33;
5.3-4; 10.38; 2 Co 13.13; Cl 1.15-17; 1 Jo 5.20.
“A razão nos mostra a unidade de Deus; apenas a Revelação nos mostra a Trindade
de Deus” (Strong).
A palavra trindade em si não aparece na Bíblia. Sua forma grega TRIAS parece ter
sido usada primeiro por Teófilo de Antioquia (181 d.C.), e sua forma latina, TRINITAS,
por Tertuliano (220 d.C.). Com Trindade queremos dizer que há três distinções eternas em
uma essência divina, conhecidas como PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO. Aqueles que
descreem na trindade divina, o fazem por um monoteísmo exclusivista na acepção da
palavra, em cuja prática pecam contra o mandamento cristão que determina: “Examinai
todas as coisas, retende o bem” (1Ts 5.21).
Embora Deus seja um só, ele nunca está só. Diz Irineu: “Estão sempre com ele a
palavra e a sabedoria, o Filho e o Espírito Santo, por meio dos quais tudo fez livre e
espontaneamente”. Segundo Irineu, esses três são um só Deus porque possuem uma só
dynamis, um só poder de ser, uma só essência, a mesma potencialidade. “Potencialidade”
e “dinâmica” são termos latinos e gregos para significar o que expressamos em nossa
língua pelo termo “poder do ser”.3
Os pais capadócios, especialmente Gregório de Nazianzo, faziam claras distinções
entre os conceitos empregados para definir o dogma trinitário. Havia duas séries de
conceitos: a primeira dizia “uma divindade”, “uma essência” (ousia - οὐσία), e “uma
natureza” (phiysis); a segunda, “três substâncias” (hypostaseis - ὑποστάσεις), “três
propriedades” (idiotetes), e “três pessoas” (prosopa, personae). A divindade era entendida
como uma essência ou natureza em três formas, três realidades independentes. Todas as
três tinham a mesma vontade, a mesma natureza e a mesma essência.4
3
TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. Edições Paulinas, Editora Sinodal, 1987, p. 61.
4
TILLICH, Paul. Op. Cit., p. 92.
5
BENTES, Antônio Carlos Gonçalves. Teontologia. Lagoa Santa - MG: edição do autor, 2015, p. 160,161.
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 9
nos dar através dele, já no início da história humana, conhecer a raiz da maravilhosa
doutrina da Trindade.
3. Além do plural (Elohim), o texto do Antigo Testamento utiliza-se de verbos, adjetivos
e pronomes também no plural em plena concordância em gênero e número com o
substantivo plural Elohim. Ex: Gn 1.26; 3.22; 11.7; Js 24.19. Não podeis servir a Iahweh,
pois Ele é um Deus santo... A frase deste texto é no hebraico Elohim Kdoxim, o adjetivo
Kadosh ( = )קדַּ ְשׁsanto, pluralizado em Kdoxim ()קְ דֹ ֔ ִשׁים, concorda com o plural Elohim.
4. A linguagem do Antigo Testamento alude a trindade divina atribuindo os títulos PAI,
FILHO e ESPÍRITO SANTO, às três pessoas divinas. Ex: Is 63.16; Sl 2.7; Gn 1.2; Is
11.2; Ml 2.10; Sl 45.6-7l; Pv 30.4; Is 63.10.
5. Há na língua hebraica dois adjetivos que expressam o sentido de unidade: ERRAD
( = )אֶ ָ ֽחדum e IRRID ( = ) ְי ִ ֽחידúnico.
O monoteísmo exclusivista tem por base fundamental o texto constante de Dt 6.4,
que em hebraico diz: (“ ) ְשׁמַ ע יִ ְשׂ ָראֵ ל יְ הוָה אֱ�הֵ ינוּ יְ הוָה אֶ ָ ֽחדXimah Israel Iahweh Eloheinu
Iahweh Errad”, que traduzido fielmente significa: “Escuta Israel: O eterno é nosso Deus,
O Eterno é um” (Tradução do rabino Meir Masliah Melamed). Este texto hebraico foi
traduzido por 70 rabinos para o grego comum do seu tempo, fielmente, conforme consta a
Septuaginta: Ἄκουε, Ισραηλ· κύριος ὁ θεὸς ἡµῶν κύριος εἷς ἐστιν· = “Akoue Israel,
kurios o Theon emon eis esti” - que traduzido literalmente significa: “Ouve Israel, o
Senhor o Deus nosso, o Senhor é um”. Jerônimo traduziu o grego dos 70 para o latim,
conforme consta da Vulgata: “Audi, Israel, Dominus Deus noster, Dominus inis est”. A
tradução inglesa diz: “Hear, o Israel, the Lord our God is one Lord”. A tradução
espanhola diz: “Oye Israel, Jehová nuestro Dios, Jehová uno é”. Isto significa que o texto
hebraico exprime precisamente ser a divindade Criadora, Eterna, uma unidade composta,
posto que é isto que exprime o adjetivo ERRAD, conforme comprovam os seguintes
exemplos: Gn 2.24 - “Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-
se os dois uma (ERRAD) só carne”. Neste texto o adjetivo ERRAD admite a associação
de dois em um só: Jz 20.1-11; 1 Sm 11.7; Ed 3.1; 6.20. Em todos estes textos, o adjetivo
ERRAD demonstra que admite associação de dois e de muitos sem lhe alterar o sentido.
E, pasmem os monoteístas exclusivistas, é este adjetivo ERRAD, que é aplicado a
Divindade em todo o Antigo Testamento.
IRRID ( = ) ְי ִ ֽחידúnico. IRRID é uma unidade absoluta, exclusiva, que em absoluto,
não admite qualquer associação para poder exprimir o seu sentido restrito, absoluto, posto
que, qualquer associação que se lhe fizer, altera-lhe 100% o sentido que tem. Veja as
referências: Gn 22.2,16; Jz 11.34; Jr 6.26; Am 8.10. Todos estes textos e outros que
poderíamos acrescentar à relação evidenciam o adjetivo - IRRID (único). Este adjetivo é
um adjetivo absoluto que não admite associação com ninguém, porque qualquer
associação lhe altera o sentido, deixando de ser único para ser apenas um entre outros.
Este adjetivo IRRID nunca é usado (aplicado) em relação a Deus no texto hebraico do
Antigo Testamento.
É impossível, até o momento, descobrir a razão porque os tradutores da Bíblia para
o português haverem traduzido o vocábulo ERRAD (um), como o sentido de IRRID
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 10
(único): “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é único Senhor”. Chegamos a pensar: será
que Jesus ao citar este texto em resposta à pergunta do escriba, conforme Mc 12.29, haja
dado ao mesmo este sentido, motivando assim a tradução constante de nossas versões?
Mas consultando a versão hebraica do Novo Testamento e o Novo Testamento Grego
Koinê, verificamos que Jesus foi 100% fiel ao texto hebraico e a seu valor literal, citando
sem nenhuma alteração.
7
PAULO II, João. O ESPÍRITO SANTO. 2ª ed. Lorena, SP: Editora Cléofas, 2003, p. 8-10.
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 12
Já no Antigo Testamento emergem dois traços da misteriosa identidade do Espírito
Santo, depois amplamente confirmado pela revelação do Novo Testamento.
O primeiro traço é a absoluta transcendência do Espírito, que por isso é chamado
“santo” (Is 63.10,11; Sl 51.13). Para todos os efeitos o Espírito de Deus é “divino”. Não é
uma realidade que o homem pode conquistar com as suas forças, mas um dom que vem
do alto: só se pode invocá-lo e acolhê-lo. Infinitamente “outro” a respeito do homem, o
Espírito é comunicado com total gratuidade a quantos são chamados a colaborar com Ele
na história da salvação. E quando esta energia divina encontra um acolhimento humilde e
disponível, o homem é arrancado do seu egoísmo e libertado dos seus temores, e no
mundo florescem o amor e a verdade, a liberdade e a paz.
Outra característica do Espírito de Deus é o poder dinâmico que Ele revela nas Suas
intervenções na história. Às vezes corre-se o perigo de projetar sobre a imagem bíblica do
Espírito concepções ligadas a outras culturas como, por exemplo, a concepção do
“espírito” como algo evanescente, estático e enerte. A concepção bíblica do ruach está ao
contrário, a indicar uma energia supremamente ativa, poderosa, irresistível: o Espírito do
Senhor – lemos em Isaías – “é torrente transbordante” (Is 30.28). Por isso, quando o Pai
intervém com o seu Espírito, o caos transforma-se em cosmo, no mundo acende-se a vida,
e a história põe-se novamente em caminho.
a) O Pai, ou a Primeira Pessoa da Trindade - o Nome Pai em sua aplicação a Deus. (1Co
8.6; Ef 3.15; Hb 12.9; Tg 1.17; Dt 32.6; Is 63.16; 64.8; Jr 3.4; Ml 1.6; 2.10; Mt 5.45;
6.6-15; Rm 8.16; 1Jo 3.1; Jo 1.14,18; 5.17-26; 8.54; 14.12,13). A primeira pessoa é o
Pai da Segunda num sentido metafísico. Esta é a paternidade originária de Deus, da
qual toda paternidade terrena é apenas um pálido reflexo.
b) O Filho, ou a Segunda Pessoa da Trindade - o Nome Filho em sua aplicação à
Segunda pessoa. A Segunda pessoa da trindade é chamado Filho ou Filho de Deus em
mais de um sentido do termo. (Jo 1.14,18; 16,18 ; Gl 4.4; 2Sm 7.14; Jó 2.1; Lc 3.38;
Jo 1.12; Jo 5.18-25; Mt 6.9; 7.21; Jo 20.17; Mt 8.29; 11.27; 26.63; 27.40; Jo 10.36; Jo
1.49; 11.27; 2Co 11.31; Ef 1.3; Jo 17.3 ; 1Co 8.6; Ef 4.5,6 ; Lc 1.32,35; Jo 1.13; Cl
1.15; Hb 1.6; Jo 1.1-14; 1 Jo 1; 1-3 ; 2 Co 4.4; Hb 1.3 ; Jo 1.14,18 ; 3.16,18; 1Jo 4.9;
Mq 5.2; Jo 1.14,18 ; 3.16; 5.17,18,30,36; At 13.33; Jo 17.5 ; Cl 1.16; Hb 1.3; At
13.33; Hb 1.5; 2 Sm 7.14; Jo 5.26; Jo 1. 3,10; Hb 1. 2,3; Jo 1.9; Sl 40.7,8; Ef 1.3-14.
c) O Espírito Santo, ou a Terceira Pessoa da Trindade - O nome aplicado à terceira
pessoa da trindade. (Jo 4.24; Gn 2.7; 6.17; Ez 37.5,6; Gn 8.1; 1Rs 19.11; Jo 3.8; Sl
51.11; Is 63.10,11; Sl 71.22; 89.18; Is 10.20; 41.14; 43.3; 48.17; Jo 14.26; 16.7-11;
Rm 8.26; Jo 16.14; Ef 1.14; Jo 15.26;16.7; 1Jo 1.1; Jo 14; 16-18; Rm 8.16; At 16.7;
1Co 12.11; Is 63.10; Ef 4.30; Gn 1.2; 6.3; Lc 12.12; Jo 15.26; 16.8; At 8.29; 13.2; Rm
8;11; 1Co 2.10,11; Lc 1.35; 4.14; At 10.38; Rm 15.13; 1Co 2.4. A relação do Espírito
Santo com as outras pessoas da trindade, são controvérsias trinitárias que levaram a
conclusão de que o Espírito Santo, como o Filho, é da mesma essência do Pai e,
portanto, é consubstancial com Ele. E a longa discussão acerca da questão, se o
Espírito Santo procedeu somente do Pai ou também do Filho, foi firmada finalmente
pelo Sínodo de Toledo em 589, pelo acréscimo da palavra. Filioque (e do Filho) à
versão latina do Credo de Constantinopla: Credimus in Spiritum Sanctum que a Patre
Filioque procedidit. (Cremos no Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho).
O Pai só pode ser o Pai, o Filho só pode ser o Filho, e o Espírito só pode ser o
Espírito, Eles não podem trocar de lugar uns com os outros. Por outro lado, não existe
nenhuma hierarquia de poder, glória ou autoridade na Trindade ontológica. A submissão
do Filho ao Pai, por exemplo, é a submissão do Filho à sua própria vontade, porque a
vontade divina é uma, mesmo tendo o Pai e o Filho consciência de uma vontade distinta e
pessoal. A essência da vontade de Deus é uma. O Filho, então, não deseja coisas
diferentes das quais o Pai deseja, se submetendo ao Pai e negando Seus desejos. O Filho
sempre deseja o que o Pai deseja e vice versa. Os dois são iguais. E o Espírito Santo é
igual também.
No centro da fé cristã não está o ser humano, nem a Igreja, mas Deus. Este Deus
único, todavia, é percebido de maneiras diversas por nós.
Segundo a concepção bíblica, Deus é um Ser Tripessoal. Como, porém, Deus é um
Ser Pessoal, o único caminho para conhecê-lo, de modo a corresponder ao “objeto de
conhecimento”, é por um encontro pessoal. Quem pode dizer que “conhece” uma pessoa
antes de encontrá-la, cultivar a comunicação com ela e ter com ela um relacionamento
pessoal? Não é possível imaginar a fé cristã sem a dimensão da experiência. Deus não
pode ser conhecido “em si”, ele pode ser compreendido unicamente na relação conosco.
É esclarecedor ver que o Antigo Testamento usa para “conhecer” a mesma palavra
(Yāda’ - � ) ָידַ עque usa para ter “relações sexuais” (Gn 4.1; 19.8; Nm 31.17,35; Jz 11.39;
21.11; 1 Rs 1.4; 1 Sm 1.19). O conhecimento de Deus, portanto, na concepção bíblica,
pode ser comparado, sem problemas, ao encontro intenso e prazeroso entre um marido e
sua esposa! O professor de teologia enterrado em seus livros dificilmente é um modelo
apropriado de “conhecimento” no sentido bíblico, mas a relação sexual entre marido e
mulher sim.�
O significado da revelação 10
O CREDO DE ATANÁSIO
“Assim como aquele que nega a doutrina da trindade pode perder a sua alma; aquele
que luta demasiadamente para entendê-la pode perder o seu juízo” (Dr. Robert South).
11
Maria Freire da Silva. Doutora em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e leciona na
Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção em São Paulo.
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 19
estão de tal forma unidos que se interpenetram e interagem mutuamente e se abraçam
completamente numa entrega recíproca. O Filho está totalmente no Pai e vice-versa.
No Ocidente, Mário Victorino formula na mesma linha acerca da Trindade dizendo
que essa existe alter in altero, ou seja, omnia simul existunt in counitione. Porém, segue
sempre associado, desde o ponto de vista da representação, o significado fundamental de
que as três pessoas divinas estão em comunidade tal, que podem ser compreendidas
metaforicamente só como dançarinos comunitários em uma dança em comum. Isso leva à
afirmação de que, consequentemente, as pessoas divinas se caracterizam por um estar face
a face com o outro numa perfeita intimidade, que uma pessoa está presente e atua na
outra.
Boaventura trata a realidade trinitária afirmando que a verdade trinitária é o
princípio fundante e explicativo de todas as demais verdades cristãs e humanas. A
Trindade como comunidade é a resposta e a solução à sociedade humana e a seu impulso
de abertura vinculante e de interligação. O mistério da Trindade não é uma verdade
ahistórica, atemporal e abstracta, e sim iluminadora e paradigmática com implicações
históricas. Porém, devemos compreender que o esquema teológico de Boaventura é
entrelaçado pela filosofia e mística em um sistema unitário, compacto e inseparável. Para
ele, a Trindade é um Tu tripessoal que é fonte e modelo da mais profunda relação
comunitária (MERINO, 1977, p. 178-210).
A nossa fé se encaixa na consciência plena de nossa identidade cristã e de nossa
responsabilidade ante os desafios. Para escapar ao círculo vicioso da sociedade, é preciso
tentar estabelecer uma comunicação, um diálogo, ou melhor ainda, uma espécie de
pericórese.
Deus é em si unidade e pluralidade, e na superabundância do seu amor, do amor
que é em si, pode dar-se ao mundo, esse amor por nós (LADARIA, 1999).
O Concílio de Florença, em decreto aos Jacobitas, ensina que Cristo dá testemunho
de que o Pai está n’Ele e ele no Pai (Jo 10,30). “O Pai e eu somos uma mesma coisa”
(10,38) – a existência do Espírito Santo no Pai. A concepção grega de pericórese
desempenha um papel muito amplo, tomando como ponto de partida a pessoa do Pai,
como princípio único, Origem e Fonte da divindade, ensina que a vida divina flui do Pai
ao Filho e por meio do Filho ao Espírito Santo. Acentuando a compenetração mútua das
três pessoas divinas, salva a unicidade da substância divina. A concepção latina parte da
natureza divina e espiritual, Deus é antes de tudo um Espírito Absoluto que pensa e ama.
Partindo da unidade da substância divina, explica como essa, pelas processões divinas
imanentes, se constitui em Trindade de pessoas. Aparece, portanto, em primeiro lugar a
idéia de consubstancialidade.
O Concílio de Latrão IV (1215) ensina que as três pessoas divinas constituem um
único princípio de todas as coisas (Dz 704; cf. Dz 254, 281, 284).
A tradição cristã afirma que a pessoa se realiza cabalmente e se salva na comunhão-
koinonia. Por isso, faz da comunhão-koinonia com Deus, e entre os seres humanos, o
cosmos, a essência da salvação.
“Deus, antes mesmo da criação, já era; e era todo amor e comunhão porque existia
eternamente como Trindade. Antes mesmo que houvesse qualquer objeto criado para ser
alvo do amor divino, Deus já era amor e relacionava-se em amor por ser esta a natureza da
Trindade. O Deus revelado na Bíblia não pode ser compreendido a não ser através da
experiência comunitária do amor”.14
“Nosso ingresso na igreja de Jesus Cristo dá-se em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Ser salvo por Cristo e tornar-se membro da sua igreja é penetrar no
mistério da Trindade e ser envolvido por um Deus que é comunhão”. “O Deus cristão e
bíblico não existe solitariamente, ele é sempre a comunhão das três pessoas divinas”.15
É nesta relação de amor, neste dar e receber, nesta eterna e perfeita comunhão que
fomos criados conforme a imagem e semelhança do Deus trino. Fomos criados para amar,
conviver em amizade e comunhão com o Criador e toda a sua criação. Conhecer a Deus é
mergulhar neste mistério e participar desta comunhão eterna que nutre a alma humana e
resgata o sentido da nossa verdadeira humanidade.
“O Ser de Deus é um ser relacional, e sem o conceito de comunhão é impossível
falar sobre a realidade de Deus. A partir da Trindade nada existe por si mesmo,
individualmente. Comunhão é a razão de ser do homem”.16
12
SOUSA, Ricardo Barbosa. O CAMINHO DO CORAÇÃO. Encontro Publicações, 2002, p. 59.
13
BOFF, Leonardo. A Trindade e a Sociedade. 3ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1986, p. 74.
14
SOUSA, Ricardo Barbosa. Op. Cit, p. 59.
15
SOUSA, Ricardo Barbosa. Op. Cit, p. 60.
16
SOUSA, Ricardo Barbosa. Op. Cit, p. 60.
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 22
A TRINDADE PERICORÉTICA
A Teologia Moderna parte das três Pessoas juntas. Realça o fato de que as três estão
sempre inter-relacionadas e em eterna comunhão (pericórese) [on-line]. Esta relação é tão
absoluta que os divinos Três se unificam sem se fundirem, sendo então um único Deus
vivo.
Queremos propor uma breve introdução sobre termo teológico denominado
pericorese, bem como sua contribuição tanto para a vida dos cristãos em suas respectivas
comunidades de fé, como também para a vida em sociedade, no tocante ao enfrentamento
de seus desafios de convivência pacífica.
Muito antes de se tornar um termo religioso ou teológico, a palavra pericorese (do
grego περιχώρησις) descreve uma dança de roda, característica das crianças em momento
de brincadeiras [1]. Esta palavra é composta de três radicais: 1) peri, que significa “à volta
de”, ou “movimento circular” (como por exemplo perímetro, periférico); 2) corea, que
significa “dança”, ou “bailado” (como por exemplo coreografia); e por fim, 3) esis, que é
um sufixo usado para formar palavras de ação ou processo. Assim, PERICORESE era a
palavra designada para o nome de uma dança tradicional em que um grupo de pessoas
dançava de maneira circular e de mãos dadas.
“A palavra pericorese (gr. περιχώρησις, dança de roda), foi usada no séc. IV por
Gregório Nazianzeno, que procura explicar a interpenetração, a coabitação do Pai no
Filho e no Espírito Santo; do Filho no Pai e no Espírito Santo; e do Espírito Santo no Pai e
no Filho. Não é possível entender plenamente este mistério, muito menos é possível falar
adequadamente sobre ele. Mas podemos crer no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo,
o único Deus, como declarado nas Antigas Escrituras: “Ouça, Israel, o Senhor nosso
Deus é o único Senhor. Ame, pois, o Senhor seu Deus de todo o seu coração, e de toda a
sua alma, e de todas as suas forças” – Dt 6.4-5. Posteriormente, o Autor destas sagradas
palavras, significativamente, acrescentou: “e de todo o seu entendimento” – Mc 12.30.
Que o tenhamos!
Queremos dar apenas dois exemplos bíblicos de pericorese:
1. Filipe pediu para Jesus lhe mostrar o Pai. A resposta foi direta: “Estou há tanto
tempo com vocês e não me têm conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como
você diz: Mostra-nos o Pai?” – Jo 14.8-9. Imediatamente antes, o Senhor já havia
declarado: “Se vocês me conhecessem a mim, também conheceriam a meu Pai; e já desde
agora o conhecem e o têm visto”– Jo 14.7.
2. “Vocês ouviram que eu lhes disse: Vou, e venho para vocês” – Jo 14.28”.17
Igreja Pericorética
18
GUNDRY, Stanley. TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA. 1ª ed. Editora Mundo Cristão, p. 366.
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 26
Há três maneiras consagradas de aprofundar racionalmente a doutrina trinitária:19
1. As correntes ortodoxas;
2. A latina;
3. A moderna.
A Teologia Latina (da Igreja romana católica) e outras partem da natureza divina,
que é espiritual. O Espírito absoluto sem princípio e origem de tudo é o Pai. O Pai gera o
Filho, Pai e Filho se amam e juntos espiram o Espírito Santo. A mesma natureza se
encontra nos três, por isso há um só Deus.
A Teologia Moderna parte das três Pessoas juntas. Realça o fato de que as três estão
sempre inter-relacionadas e em eterna comunhão (pericórese)20 [on-line]. Esta relação é
tão absoluta que os divinos Três se unificam sem se fundirem, sendo então um único Deus
vivo.
O Triteísmo afirma que existem três deuses: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Nesta
visão não se considera a pericórese, quer dizer, o entrelaçamento eterno entre os divinos
Três.
O Subordinacionismo considera somente o Pai como o Deus verdadeiro. O Filho e o
Espírito Santo são subordinados a ele, sem possuir a mesma natureza divina; aqui se nega
a igualdade divina entre as Três Pessoas.
O Modalismo afirma que existe somente um único Deus [só uma Pessoa], mas três
modos de sua manifestação no mundo. Quando Deus cria, usa a máscara de Pai; quando
liberta, o pseudônimo de Filho; e quando santifica e reconduz de volta ao Reino, se
apresenta com a cara de Espírito Santo; nesta visão se abandona a Trindade de Pessoas.
19
BOFF, Leonardo. A Santíssima trindade é a melhor Comunidade. Editora Vozes: São Paulo, 2000, pp. 174,175.
20
Pericórese. Expressão grega que literalmente significa Uma pessoa conter as outras duas (em sentido estático) ou então cada
uma das pessoas interpenetrar as outras e reciprocamente (sentido ativo); o adjetivo pericorético quer designar o caráter de
comunhão que vigora entre as divinas Pessoas.
21
BOFF, Leonardo. A Santíssima trindade é a melhor Comunidade. Editora Vozes: São Paulo, 2000, p. 175.
Autor: A. Carlos G. Bentes. E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 27
CONCEPÇÕES FALSAS ACERCA DA TRINDADE
Triteísmo
UNITARISMO Sabelianismo
ÁRIO
Pai (V.T.)
P Criador Filho N.T.)
P
Espírito
(Hoje)
F Criatura
F ES
SS
Trindade Modalística
Impessoal O modalismo afirma que
E.
S. existe só uma única
pessoa, que se revela a Três deuses
nós de três diferentes
O arianismo nega a formas (ou modos)
plena divindade do Filho
e do Espírito Santo
Introdução
A doutrina da Trindade é essencial ao cristianismo bíblico; ela descreve os relacionamentos existentes
entre os três membros da Divindade de um modo consistente com a Escritura.
É fundamental nessa doutrina a questão de como Deus pode ser ao mesmo tempo um e três. Os primeiros
cristãos não queriam perder o seu monoteísmo judaico enquanto exaltavam o seu Salvador. Surgiram
heresias quando pessoas procuravam explicar o Deus cristão sem se tornarem triteístas (como os judeus
rapidamente os acusaram de ser). Os cristãos argumentaram que o monoteísmo judaico do Antigo
Testamento não excluía a Trindade.
Ário Atanásio
Resultados do Concílio
O arianismo não foi extinto em Nicéia; na realidade, ele cresceu em importância. Além disso, surgiu o
macedonismo, que subordinava o Espírito Santo essencialmente da mesma maneira que o arianismo havia
subordinado Cristo.
Subordinacionismo Ário Modernas Testemunhas A unidade inerente da natureza de Deus somente se identifica A essência unipessoal de Deus exclui o
de Jeová e várias outras de maneira apropriada com o Pai. O Filho e o E. Santo são conceito de subsistência divina com uma
seitas menos conhecidas entidades discretas que não partilham da essência divina. Divindade. A “trindade na unidade” é auto-
contraditória e viola os princípios bíblicos de
um Deus monoteísta.
Trinitarianismo Hipólito Diferentes trinitarianos A Divindade caracteriza-se pela triunidade: Pai, Filho e A subsistência dentro da Divindade é
Econômico Tertuliano “neo-econômicos” Espírito Santo são três manifestações da única substância articulada por meio de termos como
idêntica e indivisível. A perfeita unidade e “distinção” e “distribuição” afastando de
consubstancialidade estão envolvidas de maneira especial em modo eficaz a noção de separação ou divisão.
ações triádicas manifestas como a criação e a redenção.
Trinitarianismo Atanásio Basílio O ser de Deus é perfeitamente unificado e simples: de uma só Diz-se que a subsistência divina ocorre
Ortodoxo Gregório de Nisa essência (homoousia). Essa essência de divindade é possuída simultaneamente em três modos de ser ou
Gregório de Nazianzo em comum pelo Pai, Filho e Espírito Santo. As três Pessoas hipóstases. Como tal, a Divindade existe
Agostinho são consubstanciais, co-inerentes, co-iguais e co-eternas. “indivisa em pessoas divididas”. Essa
Tomás de Aquino concepção contempla uma identidade de
Lutero, Calvino natureza e cooperação de funções sem a
Cristianismo ortodoxo negação das distinções das pessoas da
contemporâneo Divindade.
Quadro adaptado do gráfico nº 23 do livro: Teologia Cristã em Quadros.
21
Concepção Atribuição de Divindade / Eternidade Referente (s) Crítica (s)
Pai Filho Espírito Santo Analógico
Monarquismo Originador Um homem virtuoso Um atributo Eleva a razão acima do testemunho
Dinâmico único do (mas finito) em cuja vida impessoal da revelação bíblica no que concerne
universo. Ele é Deus estava da Divindade. Não à Trindade.
eterno, auto- dinamicamente presente de atribui nenhuma Nega categoricamente a divindade
existente, sem maneira singular. Cristo divindade ou de Cristo e do E. Santo, solapando
princípio ou certamente não era Divino, eternidade ao Espírito assim a sustentação teológica da
fim. embora a sua Humanidade Santo. salvação
tenha sido Deificada.
Monarquismo Plenamente Plena Divindade / Deus eterno somente Uma pessoa Despersonaliza a Divindade.
Modalista Deus e Eternidade atribuídas na medida em que o Representando três Para compensar as suas deficiências
plenamente somente no sentido de título designa a fase papéis diferentes no trinitárias, essa concepção propões
eterno Como o ser outro modo do Deus na qual o Deus uno, mesmo drama. idéias claramente heréticas (por
modo ou único, e idêntico com a sua em seqüência Água-gelo-vapor exemplo, o patripassianismo). O seu
manifestação essência. Ele é o mesmo temporal, conceito de manifestação sucessivas
primordial do Deus manifesto em manifestou-se em da Divindade não pode explicar os
Deus único, seqüência temporal termos da função de aparecimentos simultâneos das três
singular e específica a uma função regeneração e pessoas, como no batismo de Cristo.
unitário (encarnação). santificação
Subordinacionismo O Deus único e Um ser criado e, portanto, Uma emanação do Pai Mente-idéia-ação Conflita com o farto testemunho
ingênito que é Não eterno. Embora deva não pessoal e não bíblico acerca da divindade tanto de
eterno e sem Ser venerado, ele não eterna. É visto como Cristo como do E. Santo. Sua
princípio Possui a essência uma influência ou Concepção hierárquica também
Divina. uma expressão de afirma três pessoas essencialmente
Deus. Não se lhe separadas com relação ao Pai, Cristo
atribui divindade. e o E. Santo. Isto resulta em uma
soteriologia inteiramente confusa.
Trinitarianismo A igual divindade do Pai, Filho e Espírito Santo é claramente Uma fonte e o seu É mais hesitante e ambígua no seu
“Econômico” elucidada na observação das características relacionais/operacionais rio. A unidade entre tratamento do aspecto relacional da
simultâneas da Divindade. Por vezes a co-eternidade não se a raiz e o seu ramo. Trindade.
manifesta inteligivelmente nessa concepção ambígua, mas parece ser O sol e a sua luz
uma implicação lógica.
Trinitarianismo Em sua destilação final, esta concepção apresenta resolutamente o Todas as analogias A única deficiência tem que ver com
Ortodoxo Pai, o Filho e o Espírito Santo como co-iguais e co-eternos na deixam de expressar as limitações inerentes à própria
Divindade com relação tanto à essência quanto à função divinas adequadamente o linguagem e pensamento humanos.
trinitarianismo
ortodoxo
Quadro adaptado do gráfico nº 23 do livro: Teologia Cristã em Quadros.
22
Uma Apresentação Bíblica da Trindade
1. Deus é um (errad).
2. Cada uma das Pessoas da Deidade é divina.
Elementos 3. A unidade de Deus e a Trindade de Deus não são contraditórias.
essenciais da 4. A Trindade (Pai, Filho e E. Santo) é eterna
Trindade 5. Cada uma das Pessoas tem a mesma essência e não é inferior ou superior às
outras em essência.
6. A Trindade é mistério que nunca poderemos entender plenamente.
Ensino
Bíblico Velho Testamento Novo Testamento
“Escuta Israel: O eterno é nosso Deus, O Assim ao Rei eterno, imortal, invisível,
Deus é Um Eterno é um” (Tradução do rabino Meir Deus único, honra e glória pelos séculos
Echad - errad Masliah Melamed). dos séculos. Amém (1Tm 1.17; 2.5,6;
(Dt 6.4; 20.2,4; 3.13-15) 1Co 8.4-6; Tg 2.19)
O Pai: Ele me disse: “Tu és meu filho, eu ...eleitos segundo a presciência de Deus
hoje te gerei” (Sl 2.7). Pai...(1Pe 1.2; cf. Jo 1.7; 1Co 8.6; Fp
2.11).
Três Pessoas O Filho: Ele me disse: “Tu és meu Filho, Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis
Distintas eu hoje te gerei” (Sl 2.7; cf. Hb 1.1-13; que se lhe abriram os céus, e viu o
descritas como Sl 68.18; Is 6.1-3; 9.6) Espírito de Deus descendo como pomba,
Divinas vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus,
que dizia: “Este é o meu filho amado, em
quem me comprazo” (Mt 3.16,17).
O E. Santo: No princípio criou Deus os Então disse Pedro: “Ananias, por que
céus e a terra...e o Espírito de Deus encheu Satanás teu coração, para que
pairava por sobre as águas (Gn 1.1,2; cf. mentisses ao E. Santo? Não mentisses
Êx 31.3; Jz 15.14; Is 11.1). aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4; cf.
2Co 3.17).
23
Uma Apresentação Bíblica da Trindade
24
Uma Apresentação Bíblica da Trindade
25
A UNIDADE DO ESPÍRITO DE DEUS E SUAS SETE MANIFESTAÇOES
4. “Um só Deus e Pai... o qual está em todos” (Ef. 4.6); “Seu Espírito que em vós
habita” (Rm. 8.11); “Jesus Cristo está em vós” (1 Co 13.5). Esses três versículos
revelam que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo estão em nós. Quantas
Pessoas estão nós? Três ou uma? Não devemos dizer que Três Pessoas separadas
estão em nós, nem dizer que somente uma Pessoa está em nós, mas que os Três em
um está em nós. As Três Pessoas da Trindade não são Três Espíritos, mas um único
Espírito (Ef 4.4). As três Pessoas estão em um Espírito, por isto temos o Pai, o Filho
e o Espírito Santo. Distinguindo-se a essência (οὐσία - uçia) da personalidade
(ὑποστάσις - hypóstasis) a verdade é que somente a Pessoa do Espírito Santo habita
em nós.
26
3. ONIPOTÊNCIA - Jó 33.4; Lc 1.35,37; Rm 15.19; 1 Ts 1.5. O Espírito Santo é o
Todo Poderoso.
4. ETERNIDADE - Hb 9.14: “quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito
eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa
consciência, para servirdes ao Deus vivo?”.
5. DEIDADE - Is 6.8-10; At 28.25-27; Ex 16.7; Hb 3.7,8; Jr 31.33,34; Hb 10.15,16;
At 5.3,4. A Bíblia apresenta o Espírito Santo como possuidor dos atributos divinos e
exercendo a autoridade divina. Desde o século IV d.C. a sua deidade tem sido
raramente negada por aqueles que concordam em que ele é uma Pessoa. Isto é, embora
tenha havido muitas disputas concernentes à questão se o Espírito Santo é uma Pessoa
ou é apenas uma “força” impessoal, uma vez que se admita que, verdadeiramente, ele é
uma Pessoa, o fato que ele é Uma Pessoa divina ajusta-se facilmente em seu lugar.
Nas Escrituras encontramos alusões freqüentes à deidade do Espírito Santo. No
Antigo Testamento, por exemplo, aquilo que é dito sobre Deus Pai é dito também a
respeito do Espírito de Deus. As expressões “Deus disse” e “o Espírito disse” são
repetidamente intercaladas. E as obras do Espírito Santo aparecem como obras de
Deus.
O mesmo fenômeno ocorre nas páginas do Novo Testamento. Em Isaías 6.9,
Deus diz: “Vai, e dize a este povo”. E o apóstolo citou esse mesmo texto em Atos
28.25, começando com estas palavras: “Bem falou o Espírito Santo aos vossos pais
pelo profeta Isaías...” Nesse caso, o apóstolo atribuiu o falar de Deus ao Espírito Santo.
O Espírito Santo tem personalidade, ainda que Ele não possua um corpo físico.
Personalidade é individualidade consciente que possui inteligência, sentimentos e
vontade. E quando um ser possui as características, propriedades e qualidades de
personalidade, então personalidade pode ser atribuída a este ser. Personalidade, quando
é usada com relação a Divindade, não pode ser medida por padrões humanos, pois
Deus não é à imagem do homem, mas o homem é que foi feito à imagem de Deus.
Deus não é um homem endeusado, antes o homem é que é uma espécie de Deus
limitado (Salmo 8.5). Somente Deus possui personalidade perfeita e absoluta.
Por que há dificuldades para falarmos da Pessoa do Espírito Santo?
Porque para falarmos do Pai e do Filho, dispomos de noções bem mais definidas
e acessíveis de paternidade e de geração ou de filiação. Esses termos significam
especificamente a primeira e a segunda Pessoas, e são termos relativos, que
caracterizam essas Pessoas em suas relações mútuas. “Espírito”, porém, não diz nada
disso. Só nos é falado da terceira Pessoa em termos comuns e absolutos: “Espírito”
convém também ao Pai e ao Filho; igualmente o termo “Santo”: não são termos que
significam uma pessoa. “Processão” se aplica igualmente ao Verbo-Filho. Não há
revelação objetiva da Pessoa do Espírito Santo como da Pessoa do Filho-Verbo em
Jesus e, por ele, da Pessoa do Pai. Sobre esse assunto, falou-se de uma espécie de
“Kenosis” do Espírito Santo; ele se esvaziaria de certo modo de sua própria
personalidade para ser inteiramente relativo, de um lado, para “Deus” e para Cristo; de
22
CONGAR, Yves. Revelação e experiência do Espírito. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 5,6.
27
outro lado, para os homens chamados a realizar a imagem de Deus e de seu Filho.
“Para se revelar, não utilizou - como Iahweh no Antigo Testamento e Jesus no Novo - o
pronome pessoal ‘Eu’”.23 O Espírito Santo nos é revelado e conhecido, não em si
mesmo, ao menos não diretamente, mas porque ele age em nós.24 Além disso, enquanto
as atividades de entendimento dele são não apenas perceptíveis, mas transparentes e,
portanto, definíveis, as da afetividade e do amor não foram analisadas do mesmo
modo.25
23
H. MÜHLEN, Mysterium salustis. Paris, 1972. v. 13, p. 182.
24
Observação de São Bernardo, Sermo 88 de diversis, 1: Pl 183, 706; De Pentecoste sermo 11: PL 323.
25
Cf. TOMÁS DE AQUINO, Sum. Theol. 1ª, q. 37; a. 1; Compend. Theo., c. 59.
28
Provas Contundentes da Personalidade do Espírito Santo:
1. O Espírito Santo exerce atributos de uma personalidade:
2. Conhecimento (1 Co 2.11; Ne 9.20);
3. Vontade (1 Co 12.11; At 15.28; 16.6,7);
4. Mente (Intelecto) (Rm 8.27; Ne 9.20);
5. Emoções (Ne 9.20; Is 63.10; Rm 15.30; 5.5; Ef 4.30).
O espírito Santo exerce um cargo que somente poderia ser exercido por uma
pessoa (Jo 14.17,26; 1 Jo 2.1). Paráklētos [παράκλητος] é uma palavra grega que é
traduzida consolador.
26
Bíblia King James. Novo Testamento. Editoras: SRG Publicações, SBIA e Abba, 2007, p. 256.
29
Pronomes pessoais são usados com referência ao Espírito Santo (Jo 16.7,8).
A Bíblia mostra-nos que há uma distinção entre o Pai e o Filho e o Espírito
Santo. (Jo 14.26; Mt 28.19; Lc 3.21,22; Jo 15.26; 2 Co 13.13).
NOTA: Ário, um presbítero de Alexandria do 4o século da nossa era, introduziu o
ensino, sustentando que Deus é uma eterna pessoa, que Ele criou Cristo, o qual por sua
vez criou o Espírito Santo, negando assim a sua Divindade. Esse ensino obteve grande
aceitação na Igreja de então, mas foi corrigido pelo Credo Niceno, de 325 d.C.
O Espírito Santo tem nomes que denotam o seu caráter e sua obra.
1. O Espírito de Deus (Gn 1.2; Ex 31.1; 1 Sm 10.10; 11.16; Jó 33.4; 1 Co 3.16;
7.14; 2 Co 3.3; 1 Pe 4.14; Mt 12.28; 1 Jo 4.2).
2. O Espírito Santo (Sl 51.11; Mt 3.11; 12.32; 28.19; Mc 1.8; 12.36; 13.11; Lc
1.35; 1.41; 2.25,26; 16.22; 4.1; 10.21; 11.13; 12.10,12; Jo 1.33; 20.22; At
1.2,5,8; 2.2,33,38; 4.8,25,31; 5.3,32; 6.3,5; 7.51,55; 8.15,17,19; 9.17,31;
10.38,44,45; 11.15,16; 13.2,4,9,52; Rm 5.5; etc.).
3. O Espírito Santo da Graça (Hb 10.29; Zc 12.10).
4. O Espírito Santo de Santidade (Rm 1.4).
5. O Espírito Santo da Justiça e Purificador (Is 4.4; Jo 16.8-11).
6. O Espírito Santo da Verdade (Jo 14.17; 16.13).
7. O Espírito Santo da Vida (Rm 8.2).
8. O Espírito Santo da Sabedoria e Revelação (Ef 1.17; Is 11.2).
9. O Espírito Santo da Promessa (Ef 1.13; Gl 3.14; Jl 2.28; Lc 24.49; At 1.4-8).
10. O Espírito da Glória (1 Pe 4.14).
11. O Espírito de Cristo (Gl 4.6; At 16.7; Rm 8.9; 1 Pe 1.11).
12. O Consolador (Jo 14.16; 14.26; 15.26; 16.7; 1 Jo 2.1).
13. O Espírito de Adoção (Rm 8.15; Gl 4.5-6).
27
HALL, Christopher A. LENDO AS ESCRITURAS COM OS PAIS DA IGREJA. 2ª ed. Viçosa: Editora ULTIMATO.
p. 127,128.
30
14. O Espírito de Súplicas (Zc 12.10; Rm 8.26,27).
15. O Espírito de Elias (Lc 1.13-17; 1.39-45). Elias andou em plena comunhão
com o Espírito que este passou a ser chamado de “O Espírito de Elias”.
31
O Penhor 28
Quando confiamos em Cristo, Deus não nos dá o Espírito somente como selo.
Ele é também o penhor (algumas traduções trazem “garantia”) de acordo com
passagens como 2 Co 1.22 e Efésios 1.14.
“Porque é o Próprio Deus que nos dá a certeza, com vocês, de nossa vida em
Cristo. E foi Deus quem nos separou para si mesmo. Como dono, pôs sua marca (selo)
em nós, e colocou o Espírito Santo em nossos corações como garantia de tudo o que ele
tem para nós” (2 Co 1.21,22).
Nos tempos do apóstolo Paulo os comerciantes usavam penhores com três
finalidades: como pagamento adiantado, “entrada” que fechava um negócio;
representava um compromisso de pagamento, e era uma amostra do que haveria de vir.
Imagine que você esteja querendo comprar um carro. O penhor seria a entrada
que você paga, fechando o negócio. Representaria também o compromisso de pagar o
carro. E seria urna amostra do que seguiria – as parcelas restantes do dinheiro. De
maneira semelhante o Espírito Santo é o penhor de que Deus nos comprou, a garantia.
Sua presença mostra o compromisso que Deus assumiu de nos redimir completamente.
Talvez o melhor de tudo, a presença do Espírito Santo, vivendo em união conosco, nos
dá um gosto antecipado, uma amostra de nossa herança, da nossa vida futura na
presença de Deus.
Em Números 13, quando os espias de Israel partiram para olhar a terra de Canaã,
era a época das primeiras uvas maduras. “Vieram até ao vale de Escol, e dali cortaram
um ramo de vide com um cacho de uvas” (Nm 13.23). Este eles levaram consigo para
mostrar ao povo de Israel. O cacho de uvas era o penhor da sua herança. Era um
pequeno antegosto do que os esperava na Terra Prometida. Era a garantia de Deus de
que se eles marchassem adiante em fé, receberiam completamente o que agora tinham
só em parte.
Recentemente uma das maiores lojas de mantimentos de Nova Iorque expôs um
cesto de belíssimas uvas na vitrine. Sobre o cesto havia um cartaz: “Esperamos para os
próximos dias um caminhão de uvas como estas.” As uvas eram um “penhor” do que
haveria de vir. As primícias, comparadas com a colheita toda, são somente um
punhado; assim, concluindo do conhecido para o desconhecido, perguntamos com o
poeta: “O que Tua presença há de ser, Seja na terra um tal prazer Coroa a vida em
Ti?”.
O Novo Testamento fala três vezes do penhor do Espírito:
1) “(Deus) também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nossos
corações” (2 Co 1.22). A presença do Espírito em nossa vida é a garantia de que Deus
vai cumprir Sua promessa.
2) “Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o
penhor do Espírito” (2 Co 5.5). Aqui o contexto dá a ideia de que o Espírito em nós é a
garantia de que Deus nos dará corpos espirituais quando Jesus vier.
3) “(O Espírito Santo) é o penhor da nossa herança até ao resgate da Sua
propriedade, em louvor da Sua glória” (Ef 1.14). Nesta passagem o Espírito é a prova
28
GRAHAM, Billy. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova, p. 79-81.
32
de que Deus garante a nossa herança até que o futuro traga a redenção total dos que são
propriedade de Deus.
Em resumo, podemos dizer que quando somos batizados no corpo de Cristo, o
Espírito entra em nossas vidas e nos sela através da Sua presença. Ele é a garantia de
Deus, dando-nos certeza de que nossa herança virá.
A conclusão sobre este assunto nos é fornecida por Matthew Henry: “A garantia
(esta é a palavra usada pelo Novo Testamento na Linguagem de Hoje para penhor) é
parte de pagamento, que assegura o pagamento integral. A mesma coisa acontece com
o dom do Espírito Santo; toda a sua influência e atuação, santificando e confortando,
tem sua origem no céu e é glória em semente e botão. A iluminação do Espírito é
garantia (penhor) de luz eterna; a santificação é garantia de santidade perfeita; Seu
conforto é garantia de alegrias eternas. Ele é a garantia até a redenção da propriedade
que foi comprada. Já podemos falar de propriedade, porque a garantia dá tanta certeza
aos herdeiros como se já a tivessem; foi comprada para eles pelo sangue de Cristo.
Fala-se de redenção, de resgate, porque ela foi confiscada e hipotecada pelo pecado;
Cristo a devolve a nós. É resgate em alusão à lei da redenção”.
O SELO 29
29
GRAHAM, Billy. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova, p. 77-79.
33
Parece-me que Paulo tinha duas ideias em mente quando fala de nós sermos
Selados com o Espírito Santo. Uma é segurança, a outra propriedade. Ser Selado, no
sentido de segurança, é ilustrado no Antigo Testamento, quando o rei Dario colocou
Daniel na cova dos leões, pôs uma pedra sobre a entrada e a lacrou com seu selo (Dn
6.17) para que Daniel não saísse. Nos tempos antigos, como por exemplo no tempo da
rainha Ester (Ester 8.8), os reis também costumavam colocar com um anel sua marca
ou selo em cartas e documentos escritos em seu nome. Depois de feito isto, ninguém
podia reverter o que estava escrito ou dar ordens em contrário.
Pilatos fez a mesma coisa quando deu ordens aos soldados para guardarem o
túmulo de Jesus. Ele disse aos sacerdotes: “Aí tendes uma escolta; ide e guardai o
sepulcro como bem vos parecer. Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a
pedra e deixando ali a escolta” (Mt 27.65,66). A palavra “selo” usada nesta passagem é
a mesma, no grego, usada em passagens que falam do selo do Espírito Santo.
A. T. Robertson diz que o selo na pedra do sepulcro era “provavelmente uma
corda presa sobre a pedra e lacrada em cada ponta à rocha da caverna, como em Daniel
6.17. Isto foi feito na presença da guarda romana, encarregada de proteger esta marca
de autoridade e poder de Roma”. Quando o Espírito Santo nos sela ou põe em nós Sua
marca, nós estamos seguros em Cristo de uma maneira muito mais significativa.
Um dos pensamentos mais eletrizantes que já passou por minha mente foi a
consciência de que o Espírito Santo me selou. E ele selou você também – se você for
um crente.
Nada pode tocar em você. “Porque estou bem certo de que nem morte, nem vida,
nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem
altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.38,39).
Mas este selo do Espírito significa mais que segurança, Significa também
propriedade. Lemos no Antigo Testamento que Jeremias comprou uma propriedade,
pagou por ela diante de testemunhas e selou o documento de acordo com a Lei e os
costumes (Jr 32.10). Agora ele era o proprietário.
A alusão ao selo como prova de compra deve ter sido especialmente significativa
para os efésios. Éfeso era um porto marítimo, e havia intenso comércio de madeira com
os portos vizinhas. O método usado na compra era este: o mercador, depois de escolher
a madeira, carimbava-a com seu anel, seu sinete – uma prova reconhecida de
propriedade. No tempo devido, o mercador enviava um encarregado de confiança, com
o sinete; este localizava todos os troncos que tinham a mesma marca e os levava.
Matthew Henry resume a ideia assim: “Os crentes são selados por Ele (o Espírito
Santo), ou seja, separados para Deus, colocados à parte, distinguidos com a Sua marca,
pois pertencem a Ele”.
Você e eu somos propriedade de Deus para Sempre!
NOTA: Sem o Espírito Santo, o homem não pode nem sequer começar a ser um cristão
(Rm 8.9). É o Espírito Santo que faz dele um filho de Deus (Rm 8.14). Que lhe
assegura a realidade daquela filiação (Rm 8.16).
Para o cristão, o Espírito precisa ser a Lei da sua vida, seu dirigente, o padrão
mediante o qual julga todas as coisas, a Pessoa cujas dádivas ele mais deseja (Rm
34
8.4,5,9). O Espírito lhe traz dons grandiosos (1 Co 12.4-11). O Espírito lhe traz
libertação da Lei do Pecado e da Morte (Rm 8.2). O homem cuja vida o Espírito entrou
é um homem liberto. O Espírito lhe traz paz (Rm 8.6). O Espírito lhe traz vitória no
conflito da alma (Gl 5.16-17). O Espírito lhe traz vida abundante (Jo 7.38-39; 10.10).
Seu corpo mortal é vivificado pelo Espírito (Rm 8.11). O homem natural (ANTROPOS
PSIQUIKOS) ou o não cristão, sem Cristo e sem o Espírito Santo, pode ser declarado
existente, mas não pode ser declarado vivo. O Espírito lhe traz PODER capacitando-o a
mortificar as obras da carne (Rm 8.13); lhe traz PODER para testemunhar de Cristo (At
1.8).
O Espírito do homem nascido de novo (2 Co 5.17) mesclado com o Espírito
Santo (1 Co 6.17) é o poder de Deus que nele habita ou, num outro modo de declarar o
fato, é o Cristo Ressurreto que reside nele. O espírito do homem é aquela parte que tem
afinidade com Deus, e que, portanto lhe dá a comunhão com o Senhor e poder para
obter a vitória no conflito (carne x Espírito) (Gl 5.16-17).
35
com o seu doce Espírito, “Pois em um só Espírito fomos todos batizados em um só
corpo, ...” (1 Co 12.13). Somos o seu povo, seus filhos.
1) A unção da alegria (Hb 1.9; Lc 1.5-15, 41-44; Gl 5.22; Ne 8.10). Temos
dentro de nós uma alegria inefável dada pelo Espírito que habita em nós.
2) A unção do conhecimento interior (1 Co 2.9-16; 1 Jo 2.20, 27; Ex 31.1-11;
35.30-35; Dn 1.17). Os gnósticos dos tempos de João achavam que somente
uma classe especial poderia ter acesso ao conhecimento supremo de Deus.
Eles costumavam ungir com óleo, o que supostamente, iniciava os seus
discípulos em verdades superiores.
36
6º ) Bondade (gr. Agathōsunē - ἀγαθωσύνη). É zelo pela verdade e pela retidão,
e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc. 7.37-50) ou na repreensão
e na correção do mal (Mt 12.12.13).
7º ) Fé (gr. Pistis - πίστις). É lealdade constante e inviolável a alguém com quem
estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23;
Rm 3.3; 1 Tm 6.12; 2 Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).
8º ) Mansidão (gr. Prautēs - πραΰτης). É moderação, associada à força e à
coragem; descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e
também humildemente submeter-se, quando for preciso (2 Tm 2.5; 1 Pe 3.15) Mt
11.29; Mc 3.5; 2 Co 10.1; 10.4-6; Gl 1.9; Nm 12.3; Ex 32.19,20.
9º ) Temperança (gr. Egkrateia - ἐγκράτεια). É o controle ou domínio sobre
nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade dos votos conjugais; também a
pureza (1 Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
4) A unção quebra o julgo (Is 10.27) do pecado, das obras do carne, e nos faz
produzir o Fruto do Espírito.
2. A UNÇÃO DO SACERDOTAL Ex 29.1-7; 30.22-33; 40.1; 2 Co 1.21; 1 Pe
2.5,9; Ap 1.5,6; 2.26,27; 5.10; 20.6; 22.5).
É a unção que vem com o Batismo no Espírito Santo. Ela torna as sacerdotes
sacrossantos. O Sumo-Sacerdote recebia a unção (Ex 29.7) e, mais tarde, os demais
sacerdotes (Ex 40.15). Esta unção acontecia durante a consagração dos sacerdotes, que
durava 7 dias, depois da preparação do sacrifício (Ex 29.1-3), da purificação ritual (Ex
29.4) e do vestir das roupas sacerdotais (Ex 29.5,6) na entrada do santuário (Ex 29.7;
28.41; 29.29; 40.13; Lv 4.5).
A unção separava os sacerdotes da esfera dos impuros. Jesus após ser ungido (Lc
3.21, 22; 4.14-19) passou a realizar os milagres. Esta unção nos leva ao patamar dos
sinais e maravilhas, ao sucesso de ganhar almas.
1) Esta unção manifesta a presença do Espírito Santo: (1 Sm 16.12-23; 2 Rs
3.12-16).
2) Ela produz profunda comunhão com o Espírito Santo (Rm 8.14-16).
3) Ela produz um maior companheirismo como Espírito e com os irmãos
(At 10.38; Sl 133).
37
que Dá aos cristãos, o poder entender os mistérios divinos (1 Jo 2.20, 27). Através da
unção, receberam o Espírito que traz à mente aquilo que Jesus disse (Jo 14.26; 15.26;
16.13, 14). A unção pelo Espírito é o poder que opera no crente.
O crente recebe uma participação na unção messiânica que Jesus recebeu. Jesus,
o ungido, assoprava o Espírito (Jo 20.22). Hoje os ungidos assopram e Deus cura, dá
poder, batiza no Espírito Santo etc...
1) A UNÇÃO REAL É DUPLA (At 10.38). É a unção com o Espírito e com
Poder.
2) É UNÇÃO PARA FAZER O BEM E CURAR OS OPRIMIDOS (At
10.38; Lc 4.14-18).
3) É UNÇÃO PARA EVANGELIZAR, LIBERTAR E RESTAURAR: Lc
3.21, 22; 4.14-19.
Não fique em Gilgal, Betel e Jericó, vá até o Jordão, peça a unção dobrada (2 Rs
2.1-15).
Com a unção dobrada Eliseu:
1. Multiplicou o azeite da viúva: 1 Rs 4.1-7
2. Abriu a madre da Sunamita: 2 R 4.16, 17
3. Ressuscitou o filho da Sunamita: 2 Rs 4.25-36
4. Tirou a morte da panela: 2 Rs 4.38-41
5. Multiplicou os pães: 2 Rs 4.42-44
6. Curou Naamã: 2 Rs 5.
7. Fez flutuar o ferro do machado: 2 S 6.1-7
8. Revelou os conselhos do rei assírio: 2 Rs 6.8-12
9. Depois de morto ainda ressuscitou um soldado falecido: 2 Rs 13.20, 21.
Você tem a unção do Santo, use-a.
38
pequenos e grandes. Ali andam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar.
Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno. Dando-lho tu,
eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens. Escondes o teu rosto, e ficam
perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó. Envias o teu
Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra”.
Na Preservação Da Natureza: Hb 1.3: “... e sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder...”. (Palavra do seu Poder refere-se ao Espírito Santo).
O Espírito Santo antes do dilúvio: Gn 6.3.
O ESPÍRITO SANTO APÓS O DILÚVIO:
1. José e Bezaleel: Gn 41.38: “Acharíamos um homem como este em quem haja
o espírito de Deus? ”; (cf. At 7.9-10; Ex 31.1-6; 35.30-35).
2. Nos costureiros: Ex 28.3: “Falarás também a todos os que são sábios de
coração, a quem eu tenho enchido do espírito da sabedoria, que façam vestes a Arão
para santificá-lo; para que me administre o ofício sacerdotal”.
3. Em Moisés: Nm 11.17,25: “Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei
do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo,
para que tu não a leves sozinho. Então o SENHOR desceu na nuvem, e lhe falou; e,
tirando do espírito, que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; e
aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca
mais”; (cf. Is 63.11).
4. Em Josué: Nm 27.18: “Então disse o SENHOR a Moisés: Toma a Josué,
filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe a tua mão sobre ele”; (cf. Dt
34.9).
5. Nos 70 anciãos e Eldade e Medade: Nm 11.16-17,25-30.
6. Nos Juízes: Jz 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 14.6,19; 15.14.
7. Em Saul e Davi: 1 Sm 10.6,10; 11.6; 16.13-14; 19.23; Sl 51.11; 2 Sm 23.2.
8. Nos mensageiros de Saul: 1 Sm 19.20.
9. Nos profetas: Nm 24.2; 1 Sm 10.5-6; 19.20-24; Ne 9.30; Mq 3.8; Ez 2.2;
3.24; 1 Pe 1.11; 2 Pe 1.21; Natã (2 Sm 12.1; 24.11); Elias (1 Rs 17.1,2); Eliseu (2 Rs
2.9); Amasai (1 Cr 12.18); Azarias (2 Cr 15.1); Jaaziel (2 Cr 20.14); Zacarias (2 Cr
24.20).
39
O ESPÍRITO SANTO NA ERA PÓS-PENTECOSTAL
40
de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber
os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não
ter sido glorificado”.
De acordo com essa passagem, o espírito santo não estava disponível no tempo
em que Jesus Cristo falou estas palavras e com certeza ele não estava disponível antes
daquele tempo também. Durante todo esse período (da queda de Adão ao dia de
Pentecostes) se Deus queria se comunicar com alguém, Ele colocava Seu espírito sobre
ele. Vamos ver alguns exemplos relatados no Antigo Testamento, começando com
Números 11:16-17. De acordo com o contexto, Moisés queria ajudantes para governar
o povo de Israel e Deus respondeu seu pedido nos versos 16-17:
“E disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel,
que sabes serem anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da
congregação, e ali estejam contigo. Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do
espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para
que tu não a leves sozinho”.
Como está claro nesta passagem, Moisés tinha espírito e o tinha sobre ele. É
importante apontar duas coisas aqui: primeiro que o espírito não estava em Moisés, mas
sobre ele. Segundo: o fato de que Moisés tinha o espírito de Deus sobre ele, não era
porque ele decidiu que gostaria de ter espírito. Mesmo se ele decidisse que gostaria de
ter espírito, não havia nenhuma garantia que ele teria, pela simples razão de que o
espírito não estava disponível. Na verdade, era Deus que decidiu colocar Seu espírito
sobre Moisés e não o contrário. O mesmo é verdade para aqueles setenta homens
também: o espírito de Deus veio sobre eles, não porque eles decidiram recebê-lo, mas
porque Deus o colocou sobre eles para fazer a comunicação com eles possível. Aqui
estão mais algumas passagens do Antigo Testamento sobre Deus colocando seu espírito
sobre as pessoas: Juízes 3:9-10: “E os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, e o
SENHOR levantou-lhes um libertador, que os libertou: Otniel, filho de Quenaz, irmão
de Calebe, mais novo do que ele. E veio sobre ele o Espírito do SENHOR, e julgou a
Israel, e saiu à peleja…”.
Otniel tinha espírito antes? Não. Deus o colocou sobre ele pela razão que ele era
o juiz de Israel e Deus quis se comunicar com ele. Vamos ver outro exemplo: Juízes
6:33-34: “E todos os midianitas e amalequitas, e os filhos do oriente se ajuntaram, e
passaram, e acamparam no vale de Jizreel. Então o Espírito do SENHOR revestiu a
Gideão, o qual tocou a buzina [para ajuntar o povo de Israel para a guerra], e os
abiezritas se ajuntaram após ele”.
Gideão tinha espírito antes? Não. Era Gideão que recebia o espírito de Deus ou
era Deus quem colocava o espírito sobre Gideão? Para receber algo ele deve estar
disponível e espírito não estava disponível depois da queda de Adão. Então era Deus
Quem escolheu colocar Seu espírito sobre Gideão pela razão que Gideão era juiz de
Israel naquela época e Deus quis se comunicar com ele. Há mais exemplos similares no
Antigo Testamento. Se alguém também examinar o caso de Saul, o primeiro rei de
Israel, pode ser visto que quando ele desobedeceu a Deus, o espírito de Deus que estava
sobre ele se retirou dele (ver: 1 Samuel 15:26, 16:14).
Então para resumir: Adão e Eva eram originalmente corpo, alma e espírito.
Contudo, no dia em que eles comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal,
41
eles perderam o espírito. A morte é a perda da vida. É por isso que eles morreram
naquele dia, exatamente como Deus tinha dito, com suas mortes físicas também a
seguir. Desta época em diante o espírito não estava disponível. Por outro lado, para
Deus se comunicar com o povo, eles têm que ter espírito. Por esta razão durante este
período, Deus tinha que colocar Seu espírito sobre certos homens de Sua escolha.
Por exemplo, todos os profetas tinham o espírito de Deus sobre eles. Deus o
colocou sobre eles para lhes dar revelação. Portanto, a respeito deste período antes do
dia de Pentecostes três coisas precisam ser notadas:
1. O espírito santo não estava disponível.
2. Deus colocou Seu espírito sobre aqueles que Ele quis se comunicar.
3. Eles poderiam perder o espírito, o que significa que eles o tinham sob
restrições.
Devido ao atributo de onipresença, o Espírito Santo sempre agiu na velha
dispensação, como também agirá durante a Grande Tribulação, porém ele veio habitar
permanentemente na dispensação da graça na Igreja.
Assim como a divindade habita (κατοικῆσαι - katoikēçai) permanentemente em
Cristo Jesus (Cl 1.19; 2.9). Assim também o Espírito Santo habita permanentemente na
Igreja (Ef 2.22; 3.17; Tg 4.5).30
As palavras κατοικεῖ (katoikei) e κατοικῆσαι (katoikēçai) que vem do verbo
κατοικέω (katoikéō) significam habitar permanentemente, são diferente de παροικέω
(paroikéō) e do substantivo παροικία (paroikía) que significa estar ou habitar num lugar
com um estranho, residir por pouco tempo.
Ef 2.22: no qual também vós juntamente sois edificados para morada
(κατοικητήριον) de Deus no Espírito.
kατοικητήριον [katoikētērion] – κατοικέω [katoikéō].
Ef 3.17: que Cristo habite [κατοικῆσαι] pela fé nos vossos corações, a fim de
que, estando arraigados e fundados em amor.
κατοικῆσαι [katoikētsai] – κατοικέω [katoikéō].
Tg 4.5: Ou pensais que em vão diz a escritura: O Espírito que ele fez habitar
[κατῴκισεν] em nós anseia por nós até o ciúme?
κατοικέω. Viver ou morar num lugar de forma estabelecida ou definitiva.31
30
Habita - κατοικέω. κατοικεῖ: 1. viver, residir, habitar Mt 2.23; 12.45; At 1.20; 2.5; 7.2, 4a, 48; 17.24,26; 22.12; Ef 3.17;
Cl 2.9; Hb 11.9; 2Pe 3.13; Ap 3.10; 17.8.—2. habitar, morarem Mt 23.21; Lc 13.4; At 1.19; 2.14; Ap 17.2. κατοικία é
morada permanente enquanto que παροικία é estadia por pouco tempo, habitar num terra estranha. Metáfora: a vida do ser
humano aqui na terra é semelhante a uma residência temporária (Strong).
31
Louw, Johannes P. Léxico Grego-Português do NT. Sociedade Bíblica do Brasil.
42
O Espírito Santo na Conversão: Jo 16.8; At 2.38.
1. O Espírito Santo inicia o processo da conversão: Jo 16.8; 1 Co 12.3; Jo 6.44;
2. O Espírito Santo completa o processo: 2 Ts 2.13; Fp 1.6; Tt 3.5-7.
OS TRÊS BATISMOS
43
I. O BATISMO NO CORPO DE CRISTO: 1 Co 12.13; 10.2.
1 Co 12.12-13: 12 Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos
membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim
também com respeito a Cristo. 13 Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em
um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós
foi dado beber de um único Espírito.
1 Co 10.1,2: Pois não quero, irmãos, que ignoreis que nossos pais estiveram
todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar; e, na nuvem e no mar, todos
foram batizados em Moisés. (O Pai era o agente, Israel era o paciente e Moisés o
elemento).
Todos foram batizados em Moisés. Batismo cristão destaca a união do crente
com Cristo, e Paulo usa a linguagem do batismo em comparar os israelitas e aos
Coríntios. Todos os israelitas atravessaram o calvário e libertação do Êxodo em virtude
de sua identificação com o seu líder, Moisés. Observe a repetição de “todos” nos vv. 1-
3 (também 12:13). “Todos” os membros da igreja de Corinto foram batizados em o
corpo de Cristo que é a Igreja.
Ef 4.4,5: Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em
uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo.
1. O AGENTE É O ESPÍRITO;
2. O PACIENTE É O CRENTE;
3. O ELEMENTO É O CORPO DE CRISTO.
44
batismo pelo Espírito em 1 Co 12.13 significa o ato pelo qual o Espírito nos incorpora à
Igreja, e que portanto é idêntico à conversão, ao passo que, nos Evangelhos, e
principalmente em Atos, o batismo com o Espírito refere-se a uma experiência pós-
conversão, confirmatória e autenticadora em sua essência.
Lloyd-Jones argumenta que uma das diferenças decisivas entre 1Co 12.13 e as
passagens em Atos sobre o batismo com o Espírito Santo, é quanto ao agente do
batismo, ou seja, a pessoa que batiza. Ele acredita que na expressão ἐν ἑνὶ πνεύµατι
ἡµεῖς πάντες εἰς ἓν σῶµα ἐβαπτίσθηµεν [en rheni pneumati rhēmeis pantes eis rhen
sōma ebaptísthēmen] a preposição ἐν tem força instrumental, e que deve, portanto, ser
traduzida “por um só Espírito”, e não “em um só Espírito”. Ele argumenta que “por” é
a tradução da maioria das versões em Inglês, e que a preposição e)n ocorre em várias
outras ocasiões no Novo Testamento com a mesma força instrumental (ele cita Mt 7.6;
26.52; Lc 1.51; Rm 5.9). Ele cita ainda várias outras autoridades na área de exegese
que mantém esta opinião. Ele conclui que, em 1 Co 12.13, é o Espírito quem nos batiza
no corpo de Cristo. Nas demais passagens, o agente é o Senhor Jesus, o que é algo
muito diferente. A confusão existe pelo fato de que a mesma palavra “batismo” é
usada. Em 1 Co 12.13 ela se refere à conversão, mas nas demais passagens, a uma
experiência posterior à conversão, e portanto, distinta da mesma.
II. O BATISMO NAS ÁGUAS:
1. O AGENTE É O PASTOR;
2. O PACIENTE É O CRENTE;
3. O ELEMENTO É A ÁGUA.
Mt 28.19: Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
At 10.44-48. 44 Enquanto Pedro ainda dizia estas coisas, desceu o Espírito Santo
sobre todos os que ouviam a palavra. 45. Os crentes que eram de circuncisão, todos
quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que também sobre os gentios se
derramasse o dom do Espírito Santo; 46. porque os ouviam falar línguas e
magnificar a Deus. 47. Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar a água
para que não sejam batizados estes que também, como nós, receberam o Espírito
Santo? 48. Mandou, pois, que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então lhe
rogaram que ficasse com eles por alguns dias.
Quando somos batizados nas águas, somos sepultados e ressuscitados
(simbolicamente) em Cristo: Rm 6.3-5; Gl 3.27; Cl 3.1-4.
Rm 6.3-5: 3. Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo
Jesus fomos batizados na sua morte? 4. Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo
na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai,
assim andemos nós também em novidade de vida. 5. Porque, se temos sido unidos a ele
na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua
ressurreição.
Gl 3.27: Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de
Cristo.
Cl 3.1-4: Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas
que são de cima, onde Cristo está, assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que
são de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, e a vossa vida está escondida
45
com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também
vós vos manifestareis com ele em glória.
III. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO:
1. O AGENTE É JESUS;
2. O PACIENTE É O CRENTE;
3. O ELEMENTO É O ESPÍRITO SANTO.
Mt 3.11: Eu, na verdade, vos batizo em água, na base do arrependimento; mas
aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno de levar-lhe
as alparcas; ele vos batizará no Espírito Santo, e em fogo.
Mc 11.8: Eu vos batizei em água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo.
Lc 3.16: Eu, na verdade, vos batizo em água, mas vem aquele que é mais
poderoso do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das alparcas; ele vos
batizará no Espírito Santo e em fogo.
At 1.4-8: 4 Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de
Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. 5
Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito
Santo, dentro de poucos dias. 6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe,
dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel? 7 Respondeu-lhes: A vós
não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria
autoridade. Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da
terra.
At 2.1-4: 1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no
mesmo lugar. 2 De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 E lhes apareceram umas línguas como que
de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. 4 E todos ficaram
cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes
concedia que falassem.
At 8.14-17: 14. Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, tendo ouvido que
os da Samária haviam recebido a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João; 15. os
quais, tendo descido, oraram por eles, para que recebessem o Espírito Santo. 16. Porque
sobre nenhum deles havia ele descido ainda; mas somente tinham sido batizados em
nome do Senhor Jesus. 17. Então lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito
Santo.
At 10.44-48: 44 Enquanto Pedro ainda dizia estas coisas, desceu o Espírito Santo
sobre todos os que ouviam a palavra. 45. Os crentes que eram de circuncisão, todos
quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que também sobre os gentios se
derramasse o dom do Espírito Santo; 46. porque os ouviam falar línguas e
magnificar a Deus. 47. Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar a água
para que não sejam batizados estes que também, como nós, receberam o Espírito
Santo? 48. Mandou, pois, que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então lhe
rogaram que ficasse com eles por alguns dias.
At 11.15-17: 15. Logo que eu comecei a falar, desceu sobre eles o Espírito
Santo, como também sobre nós no princípio. 16. Lembrei-me então da palavra do
Senhor, como disse: João, na verdade, batizou em água; mas vós sereis batizados no
46
Espírito Santo. 17. Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que dera também a
nós, ao crermos no Senhor Jesus Cristo, quem era eu, para que pudesse resistir a Deus?
At 19.1-7: 1. E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo
atravessado as regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, 2.
perguntou-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? Responderam-lhe
eles: Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo. 3. Tornou-lhes ele: Em que
fostes batizados então? E eles disseram: No batismo de João. 4. Mas Paulo respondeu:
João administrou o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele
que após ele havia de vir, isto é, em Jesus. 5. Quando ouviram isso, foram batizados
em nome do Senhor Jesus. 6. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles
o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam. 7. E eram ao todo uns doze
homens.
Quando somos batizados no Espírito Santo, somos mergulhados nele. Agora
além dele estar em nós, estamos inseridos nele.
47
O Batismo no Espírito Santo é conhecido, biblicamente, por vários termos. Ele é
chamado de “enchimento” (At 2.4); “derramamento” (At 2.33; 10.45), “recebimento”
(At 2.38; 8.17) e “descida” (At 10.44; 11.15; 19.16). A expressão “Batismo no Espírito
Santo” ocorre com maior proeminência nos evangelhos (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo
1.33). Essa variedade de termos mostra que nenhuma palavra resume completamente o
que está envolvido nessa experiência. Há, contudo, uma distinção necessária, no Novo
Testamento, entre o batismo “do” Espírito (1 Co 12.13), que é realizado pelo Espírito,
integrando o indivíduo no corpo de Cristo, diferentemente, do batismo, “no” Espírito,
que é realizado por Cristo, revestindo-o com poder. A palavra “batismo”, no grego, é
baptízō (βαπτίζω) e, literalmente, significa “imergir”. Assim, quando Cristo batiza o
crente no Espírito, na verdade, o está imergindo na força do Espírito.
O cristão crê que o Espírito Santo é quem conduz as pessoas à fé em Jesus Cristo
e é quem lhe dá a capacidade para viver uma vida Cristã plena e verdadeira. Ele é
descrito na Bíblia como um ‘conselheiro’ ou ‘ajudante’ (παράκλητος - paráklētos em
Grego), guiando-os no caminho da verdade.
Nesse contexto, o Batismo no Espírito Santo é visto como uma experiência que
normalmente decorre de um momento de oração e é distribuído segundo a vontade do
Espírito Santo.
A Bíblia também fala que o Espírito Santo concede dons espirituais (ou seja,
habilidades), tais como os dons de profecia, de curas e o de falar e/ou interpretar uma
variedade de línguas, entre outros. Alguns acreditam que esses dons foram derramados
apenas aos cristãos do tempo do Pentecostes, mas os proponentes do Batismo no
Espírito acreditam que essas habilidades sobrenaturais são ainda hoje disponíveis.
Assim, a Efusão do Espírito Santo traria uma proliferação de eventos intuitivos (ideias,
fatos, nomes, condutas, pensamentos), que são tomados como revelações divinas para
os cristãos de hoje.32
32
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batismo_no_Esp%C3%ADrito_Santo.
48
alto, sejam revestidos de poder. Em At 1.5,8, no contexto da Grande Comissão, Jesus
faz alusões diretas e específicas sobre o cumprimento futuro dessa promessa.
O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
49
O PROPÓSITO DA PROMESSA
Jo 20.22: “E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o
Espírito Santo”.
No domingo da ressurreição, logo depois de apresentar-se como Cristo
Glorificado, Ele soprou sobre os discípulos e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo”.
Tal declaração não pode constituir a consumação das profecias do A.T., de João Batista
e do próprio Cristo a respeito do derramamento do Espírito Santo, pois 40 dias depois
(At 1.4-5) ainda mandou que os discípulos esperassem a Promessa do Pai (O Batismo
no Espírito Santo). Ele descreveu ainda o efeito daquele Batismo em At 1.8, e no
versículo 9 lemos que, ao proferir estas palavras, Cristo foi assunto aos céus. Assim 40
dias depois da tarde do domingo da Ressurreição, e no momento em que soprou o
Espírito Santo, Cristo ordena-lhes que esperassem a “PROMESSA DO PAI”.
50
O ESPÍRITO SANTO HABITOU E USOU ALGUNS HOMENS NO
ANTIGO TESTAMENTO E ATÉ ANTES DO PENTECOSTES.
(Ex 28.3; 31.3; 35.31; Dt 34.9; Lc 1.13-17,41,67; 2.25-30).
No entanto foram casos isolados e para um ministério específico. Todavia hoje o
Espírito Santo habita na Igreja, o Corpo de Cristo na Terra, e habita em cada crente
individualmente (1 Co 3.16; 6.17,19; Gl 4.6; Ef 2.22). A sua vinda oficial sobre a
Terra, sobre a Igreja, foi no dia de Pentecostes; só houve um Pentecostes, mas o seu
efeito ainda se repete.
Mas, nunca devemos nos esquecer que o Espírito Santo nunca deixou de ter
atuação na terra (Gn 1.2; 6.3; Ne 9.30) e nas vidas dos fiéis do A.T., como também não
deixará de atuar na Grande Tribulação, principalmente sobre os 144.000 que hão de ser
selados (Ap 7.1-8). Na parte final da GRANDE TRIBULAÇÃO o Senhor derramará
sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o Espírito de Graça e de
Súplicas, e olharão para aquele (JESUS) a quem traspassaram (Zc 12.10). Assim, o
Espírito Santo efetuará a conversão de uma nação num dia (Is 66.7-8). Aí então se
cumprirá a profecia de Isaías e de Paulo: Is 59.20: “E virá um Redentor (Goel) a Sião e
aos que em Jacó se desviarem da transgressão, diz o Senhor”. Rm 11.26,27: “e assim
todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Redentor (Goel) que desviará
de Jacó a impiedade; e esta será a minha aliança com eles, quando Eu remover os seus
pecados” (Tradução Bíblia King James).
Devemos fazer uma tênue distinção entre a tripersonalidade divina (ὑποστάσεις –
hypostáseis)33 e a essência (οὐσία - ouçia)34 divina para entendermos a questão do Filho
estar na Terra e o Espírito Santo no céu e vice-versa.
Jo 16.7: “Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu (a ὑποστάσις -
hypóstasis do Filho) vá; pois se eu não for, o Ajudador (a ὑπόστασις - hypóstasis do
Espírito Santo) não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei”.
Em nenhum ponto a alma devota sente mais suas limitações do que quando é
confrontada com a responsabilidade de entender a TRIPERSONALIDADE de Deus. O
homem depois da queda tornou-se incapaz, à parte da iluminação divina, de
compreender o Criador soberano, e o salvo só recebe esse conhecimento de Deus
através da iluminação do Espírito Santo.
O estudo da personalidade de Deus está amalgamado ao estudo da Trindade, pois
“Deus na sua essência é uno, Ele é um ser simples, único, no sentido que não existem
nele partes componentes que, quando adicionada uma à outra, componham o ser de
Deus. Ele é essencialmente um, porém a pluralidade de pessoas na deidade não nega a
unidade essencial de Deus” (R.C. Sproul).
Estamos acostumados a pensar em relação segundo a qual um ser equivale a uma
pessoa. Cada pessoa que conheço no mundo é um ser distinto. Entretanto, nada existe
no puro conceito do ser que requeira que limitemos tal ser a uma única personalidade,
simplesmente porque estamos acostumados a pensar em uma pessoa que envolve um
ser” (R.C. Sproul).
33
ύπόστασις. Natureza substancial, essência, ser real, realidade Hb 1.3; 11.1.
34
ουσία – ousia. Palavra grega usada para se referir à essência.
51
“Na trindade, temos uma essência - οὐσία – ousia (ser) e três subsistências
(ὑποστάσεις - hypostáseis). As três pessoas da deidade subsistem na essência divina”
(R.C. Sproul).
“Dizemos que há três personas ou subsistências (ὑποστάσεις), verdadeira e
adequadamente assim chamadas, que são mutuamente distintas, cada uma possuindo
inteligência, subsistindo por si mesma e não transmitida ou transmissível às outras,
quais chamamos pessoas, de acordo com a definição que temos desse termo” (Hermann
Venema).
Quando Jesus diz: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos”. Isto denota que a Pessoa do Filho (ὑπόστασις) que está no céu, também
em essência (οὐσία) está conosco aqui na Terra.
Isaías também escreveu acerca daquele tempo (Is 32.15; 44.3). Ezequiel
acrescenta: “Porei dentro em vós o meu Espírito...” (Ez 36.27). Todavia nesta
dispensação o Espírito Santo exerce o seu ministério pleno na Igreja.
52
INFUSÃO E EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO: Jo 4.14; 7.38-39; Ef 5.18.
O Batismo no Espírito Santo não se trata de receber parte do Espírito na ocasião
do novo nascimento, e a totalidade depois na ocasião do batismo no Espírito Santo.
Como pessoa que é, o Espírito Santo é indivisível e tudo quanto fez em nós é feito
interiormente (Nm 11.17,25-26; Jo 4.14; 7;38-39; 1 Co 12.13; 2 Rs 2.9).
Quando aceitamos Cristo, o Espírito Santo entra em nós, e planta em nós uma
fonte perene e jorrante. Ele nos enche de paz e de satisfação. Porém à proporção que
enche a nossa vida, esta fonte vai engrossando de volume, fazendo-se um rio impetuoso
de águas vivas a espraiar-se pela alma e pelo corpo chegando ao transbordamento, ao
qual a Bíblia chama de “Batismo no Espírito Santo”.
Aqui desejo chamar atenção para o fato de que, quanto à relação entre nós e o
Espírito Santo, entram duas pessoas, uma divina e outra humana. A pessoa divina
habita na pessoa humana (Ef 2.22), e quer encher a sua vida com a divina Presença.
Paulo em Ef 2.22 fala de Deus habitando no espírito (o nosso).
Sendo de relações pessoais, a questão de ficar-se “cheio do Espírito Santo”
realiza-se à proporção que o crente permite ao Espírito dominar sua vida, em todas as
suas atividades e faculdades. Às vezes acontece que o crente abre de vez a sua vida ao
Espírito, e por sua parte, o Espírito de vez enche o crente. Parece que foi isso que
aconteceu na casa de Cornélio. Porém, em geral há um intervalo maior. E mesmo
depois deste batismo inicial temos a ordem de nos enchermos continuamente (Ef 5.18;
At 2.4; 4.31).
Ter o Espírito habitando em nós é diferente de tê-lo presidindo nossa vida. E,
pelo Espírito a presidir, queremos indicar a experiência “SER CHEIO DO ESPÍRITO”.
E ceder mais e mais à habitação do Espírito significa sermos mais e mais cheios do
Espírito. Mas isso não é o mesmo que ser revestido do poder do alto. O Espírito dentro
de nós enriquece a vida interior; o Espírito sobre nós unge com PODER para o
SERVIÇO.
O batismo no Espírito Santo não é só falar Línguas (Mc 16.17; 1 Co 14.2).
Devemos crescer na Graça e no Conhecimento do Nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pe
3.18). Devemos buscar os melhores dons (1 Co 12.31; 14.1) e seguir o amor (1 Co 13).
Deus nos dará as manifestações e os ministérios do Espírito Santo para a edificação e
aperfeiçoamento da Igreja, e durante o nosso crescimento e amadurecimento, no devido
tempo surgirão os frutos do Espírito (Gl 5.22-23; Sl 1.3; Jr 17.7-8; Jo 15.1-8; Ef 4.11-
16; 1 Co:12.1-11,28-31; 14.2,26; Rm 12.6-8).
O DIA DE PENTECOSTES
53
de Páscoa, os sacerdotes colhiam o molho da cevada, previamente selecionado. Eram
as primícias da colheita, que deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o
restante da colheita podia ser ceifado. A festa tipifica Cristo, “as primícias dos que
dormem” (1 Co 15.20). O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para
subir ao Pai e nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos
nele creem segui-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna.
54
mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os primeiros quaquers, entre os
convertidos de Wesley e Whitefield, entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e
entre os irvingistas”. Podemos multiplicar as referências, demonstrando que o falar em
línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: O
falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co 14.2).
Muitos calvinistas são antipentecostais, por este motivo colocamos este artigo de
Vicent Cheung:
A afirmação da soberania de Deus significa isto: se Deus quiser fazer uma pessoa
falar num idioma que ela nunca aprendeu, ele pode e fará. É simples assim. Se ele faz
isso ou não é uma coisa, mas não deveria haver dúvida que é possível, mesmo hoje.
35
http://www.vincentcheung.com/2009/03/09/cessationism-and-rebellion/.
55
todas as alegações de falar em línguas hoje são falsas, estão devemos proibir o falar em
línguas. Em outras palavras, se o cessacionismo é correto, então estamos obrigados a
fazer exatamente o oposto do que Paulo ordena nesse versículo sobre a base que a
situação mudou, de forma que a mesma preocupação apostólica requereria que
proibíssemos todo o falar em línguas.
Jesus diz: “Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que
dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino
dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado
grande no Reino dos céus” (Mateus 5.19). Deus me ordena: “Não matarás”. Se você
deseja promover uma doutrina que requeira de mim (Vicent Cheung) mudar isso para,
“sempre matarás”, então antes de eu ir para a matança, irei demandar que você produza
um mandamento bíblico direto que substitua o primeiro, ou um argumento bíblico
apoiando o novo mandamento ou obrigação que seja claro e perfeito, sem qualquer
possibilidade de erro ou lugar para crítica. Se eu percebo sequer a mínima falha ou
fraqueza, irei permanecer com o que é claro e direto, isto é, “não matarás”.
Você pode dizer: “Tudo bem dizer que não devemos proibir falar em línguas,
mas devemos proibir a falsificação”. Como isso é relevante neste ponto? Se na tentativa
de se opor à falsificação, você se opõe a todas as alegações de falar em línguas como
56
uma questão de princípio, então você volta a desafiar o mandamento de Paulo
novamente. Se você admite que não devemos proibir falar em línguas, mas devemos
julgar cada caso por seu próprio mérito, eu concordaria contigo, mas então você não
mais seria um cessacionista.
Então, no curso do sermão, ele ofereceu cinco princípios que tinha derivado: A
igreja primitiva tinha 1) Uma mensagem transcendente, 2) Uma congregação
regenerada, 3) Uma perseverança resoluta, 4) Uma pureza evidente, e 5) Uma liderança
qualificada. Contudo, qualquer expositor honesto deveria ter adicionado, 6) Um
ministério de falar em línguas, curar coxos, ressuscitar mortos, expelir demônios,
destruir mentirosos, romper prisões, sacudir casas, amaldiçoar feiticeiros, ter visões,
predizer o futuro e realizar milagres. Todas essas coisas são registradas no Livro de
Atos, não são?
57
rejeitá-lo, mas nada foi dito. Ele nem mesmo o mencionou. Mas eu pensei que
deveríamos retornar ao padrão no Livro de Atos. Qual Livro de Atos ele estava lendo?
Esse é o campeão da pregação expositiva que tantos cristãos adoram? Mas eu pensei
que a pregação expositiva compeliria o pregador a abordar tópicos com os quais ele não
se sente confortável, e apresentar o que ele poderia achar difícil de aceitar. O que
aconteceu com isso?
Eu vou lhe dizer qual é o padrão no Livro de Atos – é o padrão de não permitir
que a desonestidade e o preconceito obscureçam os ensinos claros da palavra de Deus.
Se nos forçássemos a ser caridosos sem justificação, poderíamos dizer que MacArthur
evitou a questão para economizar tempo de mencionar algo no qual ele não crê. Mas
ele violou, no mínimo superficialmente, seu próprio padrão de pregar a Palavra de
Deus como ela está escrita. É muito difícil, se não impossível, excusar alguém de
mencionar os milagres quando ele mesmo, com tanto zelo e indignação, repreende a
igreja por falhar em seguir o padrão no Livro de Atos.
Jesus disse que receberíamos poder quando o Espírito Santo viesse sobre nós.
Assim, onde está o poder? Você que não acredita na continuação dos dons
sobrenaturais: Você diz que tem o Espírito, que todos os crentes têm o Espírito, mas
onde está o poder? Seu hipócrita – você finge ter isso redefinindo o conceito. E você
que crê na continuação dos dons sobrenaturais: Você alega ter o Espírito, mas onde está
o poder? Seu hipócrita – você insulta o Espírito implementando um padrão baixo, de
forma que as falsidades e os excessos são numerados juntamente com o que é genuíno,
se é que há manifestações de fato genuínas entre vocês. Quando Elias desafiou os
falsos profetas, ele não tornou isso fácil para si mesmo ou para o Senhor. Ele não
derramou gasolina nos sacrifícios, mas derramou muita água. Ele era da opinião que se
Deus não fizesse isso, então que não fosse feito, mas se Deus fizesse, então que não
houvesse dúvida que foi um milagre do Senhor, e não dos esquemas e artimanhas dos
homens.
Vocês dizem que têm o Espírito, mas quando os discípulos foram cheios com o
Espírito no Livro de Atos, houve tamanhas manifestações de poder que fizeram os
incrédulos tremer. Onde está o poder? É verdade que uma demonstração de poder
divino nem sempre equivale a milagres, mas existe alguma manifestação de poder entre
vocês? Qualquer uma que seja? Onde está a autoridade divina em sua pregação? Onde
está a sabedoria divina em seu conselho? Onde está a ousadia divina em suas ações?
Você tem seus métodos expositivos, seus diplomas de seminário, seus ensaios de
ordenação, e os livros deste ou daquele teólogo em sua biblioteca. Mas você não tem o
poder.
58
36
Cessacionismo e Rebelião
Por outro lado, visto que o cessacionista ensina que a profecia cessou, então
embora a Bíblia diga “busquem os dons espirituais”, ele não desejará os dons
espirituais, visto que os dons espirituais não estão mais em operação, e aqueles dons
que as pessoas pensam ter são necessariamente falsos. Isso também se aplica à profecia
em particular. Assim, embora Paulo diga, “não tratem com desprezo as profecias”, o
cessacionista deve tratar todas as profecias com desprezo, visto que ele crê que a
profecia cessou, de forma que todas as profecias hoje são falsas. Sua visão para com a
profecia deve ser “rejeitar todas as coisas”, em vezes de por “à prova todas as coisas”.
Mas novamente, se o cessacionismo é falso, então essa pessoa estaria pregando rebelião
contra os mandamentos bíblicos de desejar e provar as manifestações espirituais.
36
CHEUNG, Vicent. http://www.vicentecheung.com./2009/03/2009/cessationism-and-rebellion.
37
Veja Don Codling, Sola Scriptura and the Revelatory Gifts (Sentinel Press, 2005).
38
Se a profecia cessou, mas penso que continua, eu desejarei a mesma e falharei em receber, e então é possível que eu
pense que a tenha recebido (e isso é possível porque eu falsamente penso que ela continua) e passe a profetizar. Isso seria
uma falsa profecia. Há de fato dano nisso, mas o problema não está em pensar que a profecia continua, mas em pensar que
eu tenho o dom quando não o tenho. Assim, essa é uma questão relacionada, mas separada, e é abordada pela instrução de
Paulo, isto é, testando-se a suposta profecia, e não imposto a doutrina antibíblica do cessacionismo.
59
Visto que os mandamentos “busquem os dons espirituais”, “não tratem com
desprezo as profecias”, e “ponham à prova todas as coisas” são revelados por
autoridade divina e infalível, o cessacionista deve apresentar um argumento infalível
para torná-los inaplicáveis hoje. Se não pode fornecer isso, mas ainda advoga o
cessacionismo em face desses mandamentos bíblicos explícitos, então não é óbvio que
ele tem condenado a si mesmo diante de Deus, mesmo que esta pessoa esteja correta
que os dons cessaram? Nenhum cristão deveria ousar seguir tal pessoa ou crer em sua
doutrina. Se uma pessoa prega o cessacionismo, mas não pode prová-lo – se não pode
fornecer um argumento infalível para ele (visto que o mandamento para buscar as
manifestações espirituais é claro e infalível), então isso significa que ele
conscientemente prega rebelião contra alguns dos mandamentos claros da Bíblia. Por
que, então, ele não deveria ser removido do ministério, ou mesmo excomungado da
igreja?
Visto que os argumentos para o cessacionismo são forçosos e frágeis, e visto que
a doutrina apresenta um perigo tão grande, é melhor acreditar na Bíblia como ela está
escrita, e obedecer aos seus mandamentos como estes estão declarados – isto é,
“busquem os dons espirituais” e “ponham à prova todas as coisas”. Essa posição é fiel
às declarações diretas da Escritura, mas requer resistência corajosa aos argumentos
falaciosos, intimidações acadêmicas e tradições eclesiásticas.
60
A EVIDÊNCIA FÍSICA E BÍBLICA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
61
Santo (1 Co 6.17; 14.2), ora diretamente ao Pai, em Cristo, sem ter de aceitar as
limitações do Intelecto, ou melhor, do nosso PSIQUÊ.
62
línguas deveriam ser usadas para edificarem a Igreja (1 Co 14). É evidente quando uma
pessoa ou um grupo recebem o Batismo no Espírito Santo não é possível seguir as
instruções contidas em 1 Co 14 sobre o uso das línguas, todavia depois de recebido o
Batismo o crente deve procurar se educar segundo a Bíblia e tudo deverá ser feito para
edificação da Igreja.
Em Coríntios todos falavam ao mesmo tempo (1 Co 14.6,23,27). Isto está em
desacordo com a Bíblia e torna-se numa desordem. Além disso, não havia
interpretações, o que 1 Co 14.5,28 revela como sendo impróprio também na
assembleia.
Devemos nos lembrar que o recebimento do Batismo do Espírito Santo não era
chamado de “O DOM DE LÍNGUAS”, e sim “O DOM DO ESPÍRITO SANTO” (At
10.45; 11.15-17), o qual incluía o falar em línguas. Os exemplos bíblicos anteriores nos
mostram que todos deveriam falar em línguas ao receberem o Batismo no Espírito
Santo. Mas Paulo mostra que há também um falar em línguas dentre os vários dons
dados à Igreja para o ministério do Corpo (1 Co 12.10,30; 14.5,26).
Foi a confusão destes dois, aliás que o Senhor procurou corrigir em Coríntios.
Alguns vinham às reuniões e falavam em línguas demasiadamente, sem nenhuma
interpretação, produzindo abusos e confusão. Assim, através do Apóstolo Paulo, o
Senhor esclareceu este problema. Ele os ensinou que a assembleia do povo de Deus
deve ser respeitada e que cada pessoa deveria edificar a Igreja (1 Co 14.12); e que as
mensagens em línguas dadas na Igreja deveriam ser interpretadas para que todos
pudessem ser edificados (1 Co 14.5,28).
Paulo esclarece, no entanto, que ele não está se referindo ao uso privado de
língua, nas orações e louvor deles ao Senhor (1 Co 14.4,15,18,19). A isto ele chama de
“ORAR NO ESPÍRITO” e “CANTAR NO ESPÍRITO” e confirma o fato de que
deveríamos praticá-lo. Por exemplo: Ef 5.18,19 nos exorta que estejamos cheios do
Espírito e que falemos “entre nós” com cânticos espirituais. Ef 6.18 nos exorta que
oremos sempre “no Espírito Santo”, e em Jd 20 somos exortados a edificar-nos através
do nosso orar no Espírito Santo. Paulo, aliás disse que ele praticava o falar em línguas
abundantemente (mais que todos os coríntios juntos). Paulo está escrevendo aos
cristãos de Coríntio no que se refere à conduta deles na assembleia e como eles
deveriam “falar aos homens” através do ministério e comunicação.
63
O PROPÓSITO DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
At 1.8. Poder para Testemunhar. Isto não somente envolve o nosso testemunho
verbal, mas também uma qualidade de vida a qual produz o testemunho visível a que
Jesus se refere em Mt 5.16.
A Bíblia enfatiza esta experiência numa escala mais ampla, mais permanente e
contínua do que aquilo que comumente entendemos. A ênfase, freqüentemente, tem
sido forte no ato inicial do recebimento do Batismo no Espírito Santo, mas fraca nos
efeitos contínuos que ele tem que ter em nossas vidas. O recebimento da Promessa e o
sermos cheios com o Espírito Santo retratam a invasão da nossa vida e caminhar por
completo pelo Espírito de Deus. Significa sermos imersos ou mergulhados no reinado
do Espírito. Ao divorciarmos o INICIAL do CONTÍNUO, fazemos com que as pessoas
não tenham o suficiente. Ao enfatizarmos o começo da jornada e não a própria jornada,
temos um foco errado, o qual produz uma ênfase errada em nossas vidas práticas. Uma
das maiores ênfases de Paulo, em seus escritos resume-se em Gl 5.25. “Se vivemos no
Espírito, andemos também no Espírito” - em outras palavras, não é suficiente entrarmos
no reinado ou esfera do Espírito. Devemos continuamente andar sob a influência do
Espírito (Andemos = STOIKHÕMEN (στοιχῶµεν) = caminhar continuamente em
linha reta).
64
praticavam isto. Entretanto, é possível que façamos um período de espera por falta de
Fé ou devido a nossa tentativa de nos tornar dignos antes que o recebamos. Uma das
maiores lições que aprendemos, no entanto, caso esperamos, é que isto não é
necessário. Uma longa espera não é uma virtude, pelo contrário é frustração ao
indivíduo como também à graça de Deus (Gl 2.21). Quanto tempo alguém espera,
dependerá de sua Fé e de sua obediência.
Devemos responder com Fé e Obediência para que recebamos o Espírito.
É uma experiência tanto sobrenatural como humana; é o movimento do Espírito
Santo combinado com entrega, resposta e Fé, humanas. O milagre não é tanto de que a
pessoa esteja falando, e sim o que ela esteja falando. O Espírito Santo lhes deu as
palavras no dia de Pentecostes, mas eles é que falaram (At 2.4). A verdade sobre a ação
cooperativa entre Deus e o homem é ilustrada em vários lugares: Mt 10.19,20; 1 Co
14.14,15; 3.9.
65
Com calma, deixe que as palavras de louvor fluam. Algumas pessoas quando chegam a
esse ponto dão vazão total às palavras que fluem do seu interior como uma verdadeira
enxurrada arrastando tudo ao redor; em outras pessoas, ao chegarem a esse ponto, as
palavras afloram com pequenas gotas esparsas. Neste caso, continue, porque você já
conseguiu, agora é só uma questão de tempo para você se desinibir totalmente e liberar
o seu espírito.
66
servos do Senhor serem batizados no Espírito Santo, infelizmente não tem
conhecimento algum da personalidade (Psiquê) e do espírito do homem, e ao
empregarem as suas técnicas, por eles consideradas infalíveis (e em muitos casos
realmente são), mas que para outras pessoas que a elas se submetem são verdadeiras
catástrofes espirituais.
Muitos dos chamados batizadores dizem que o batismo no Espírito Santo é algo
destinado somente a alguns crentes muito especiais - colocam tal experiência como
alguma coisa tão excepcional, elevada, inatingível, dificílima de ser conquistada.
Chegam a afirmar que o batismo no Espírito Santo é o ápice, o maior objetivo da vida
cristã, o diploma de crente e a garantia de salvação.
Dentro de raciocínio tão absurdo, o crente simples que não se julga tão especial
como os demais, sente-se desanimado logo de início e quando vai orar pedindo o
batismo, já ora sabendo, de antemão, que não vai recebê-lo. Sua alma e seu espírito já
estão minados pelo derrotismo.
Tais batizadores molestos deveriam ler as palavras de Pedro em At 2.39, onde
vemos que o batismo não é difícil e nem é para crentes muito especiais, mas é para
todos os que creem; não é a conclusão final da salvação, mas apenas mais um dom que
acompanha.
Muitos obreiros dizem que o batismo no Espírito Santo é a coisa mais fácil do
mundo, basta abrir a boca e começar a falar que tudo fluirá normalmente. - São pessoas
que caem num erro exatamente oposto ao anterior. Inegavelmente falar em línguas é
fácil, basta abrir a boca e as palavras fluem normalmente (embora nem sempre), mas
isso só acontece com quem já foi batizado, porém quando as pessoas estão buscando o
batismo a coisa não parece tão fácil assim, e se o obreiro continuar insistindo em seu
ponto de vista, poderá deixar o interessado num total estado de desorientação e
derrotismo espiritual porque não consegue receber algo “tão fácil assim”.
Tais obreiros deveriam compreender que existem mais variados tipos de
bloqueios mentais e espirituais que podem impedir o crente de receber o batismo. Não
é difícil recebê-lo, o difícil é romper os bloqueios. Quando a pessoa está tendo
dificuldades para ser batizada, o obreiro agiria melhor se lembrasse das palavras de
Jesus que nos exorta a continuar buscando o batismo com insistência (Lc 11.9-13).
Portanto os obreiros deveriam continuar apoiando e acompanhando em oração aquele
que busca o batismo até que seus bloqueios sejam vencidos e seu espírito seja liberado.
Há aqueles que insistem em dizer que para receber o batismo o interessado tem
que esquecer de tudo, do mundo e de si mesmo - insistem que o interessado tem que
desligar seu intelecto, ficar com a mente completamente vazia. É verdade que devemos
procurar deixar de lado os problemas que nos rodeiam, mas é completamente errado
insistir num desligamento total, pois o apóstolo Paulo nos diz que não perdemos a
consciência, muito pelo contrário, o espírito do profeta (1 Co 14.32) continua
consciente e com domínio de si mesmo. O ideal é o obreiro insistir com o crente para
não procurar entender o que está falando (1 Co 14.14), pelo menos enquanto busca o
67
batismo, pois quem fala em línguas pode não saber o que fala, mas tem plena
consciência que está falando.
Há aqueles que insistem em dizer que o crente deve voltar a sua mente só para
Deus. Ao contrário do erro anterior, esses agora procuram forçar a mente direcionando-
a para Deus, ao mesmo tempo que procuram enchê-la de técnicas e princípios a serem
observados como indispensáveis para se receber o batismo. Com isso aquele que busca
acaba se embaralhando em meio a tantos conceitos a serem observados e se perde no
seu próprio raciocínio, não conseguindo ligar a sua mente a Deus.
Verdadeiramente existem alguns pontos a serem observados que podem ajudar o
crente a receber o batismo, porém outros pontos não são rígidos e devem ser frisados
antes de se começar a orar buscando o batismo e não quando se está buscando. Além
disso o batismo se recebe pela Fé (Gl 3.2,5) e não pelas leis que observamos. A Fé não
é irracional, muito pelo contrário, ela “também” se apóia no intelecto (Rm 12.1,2; At
17.2) e é necessário que se apresente alguns argumentos racionais a fim de se estimulá-
la, e através dela o interessado receba o batismo. Mas o intelecto pode sufocar a Fé se
ele tiver que ficar observando as regras, ditas indispensáveis, que o conduzem a receber
o batismo.
Há aqueles que procuram criar um tremendo estado emocional ao redor dos que
buscam o batismo. É verdade que quando as emoções estão livres o Espírito Santo pode
ser liberado, todavia alguns obreiros dizem que os buscadores devem ficar gritando
desesperadamente: “Glória, glória, glória...” ou então glória a Deus, Glória a Jesus,
aleluia, louvado seja,... e outros acham que as pessoas devem chorar até molhar o chão.
Tais tipos de atitudes em geral frustram aqueles que buscam o batismo,
principalmente porque as pessoas passam a dar louvor de maneira mecânica. Em
segundo lugar enquanto a pessoa estiver forçando a sua mente a falar mecanicamente
glória, ela não consegue se ligar verdadeiramente com Deus; e em terceiro lugar,
aqueles crentes que são menos emotivos e não conseguem chorar, desesperadamente se
sentirão incapazes de recebê-lo, pois acharão que Deus não os ouve pelo fato de não
serem emotivos.
Aqueles que ensinam que as coisas devem ser assim, deveriam se lembrar que o
batismo se recebe pela Fé (Gl 3.2,5,14) e não pelos atos exteriores que praticamos.
Deveriam se lembrar também que Deus deve ser adorado em espírito (Jo 4.24) e
racionalmente (Rm 12.1,2), e não mecanicamente, portanto devemos conduzir o
interessado a uma genuína atitude de louvor, e então o Espírito Santo fluirá como rios
de água viva (Jo 7.37-39).
Há aqueles que ensinam que o batismo no Espírito Santo deve ser conseguido
através de votos, promessas, etc. Tudo isso só serve para frustrar aqueles que buscam o
batismo desse modo. Devemos nos lembrar que o batismo vem pela Fé (Gl 3.2,5) e é
Dom de Deus (At 2.38), devem os interessados continuar buscando com insistência (Lc
11.5-13) até que seus bloqueios sejam quebrados e não se esqueçam que subornar ou
coagir a Deus é uma forma de Bloqueio.
68
Há finalmente aqueles que insistem em dizer que a pessoa que ora pedindo o
batismo e não recebe, é porque está com uma das seguintes falhas:
1. Tem pecado oculto;
2. Não tem fé verdadeira para receber;
3. Não o tem buscado com insistência.
Obviamente esses motivos podem ser verdadeiros e chegam a impedir o batismo,
mas devemos evitar a tendência que temos de sempre querer vê-los presentes em todas
pessoas que buscam e não recebem o Batismo. Muitas vezes a pessoa tem vida
irrepreensível, tem fé e busca com afinco, mas infelizmente tem bloqueios que
precisam ser rompidos. Portanto antes de sairmos por aí fazendo julgamentos
precipitados, seria melhor que incentivássemos estas pessoas e orássemos com elas (Jo
7.27-39).
1. Línguas Demoníacas - Aqueles que ficam com medo das línguas que estão
recebendo serem demoníacas, devem tirar tais receios da mente e encarar a coisa da
seguinte forma: Se antes ele estava louvando e glorificando a Deus em espírito e em
verdade, é impossível que de repente, sem mais nem menos, ele possa ser usado como
instrumento de Satanás. A Bíblia afirma que ninguém que fala pelo Espírito de Deus
poderá dizer: “Anátema Jesus”, por outro lado ninguém pode dizer: Senhor Jesus!
senão pelo Espírito Santo (1 Co 12.3).
2. Línguas da Carne - Aqueles que ficam com medo das línguas serem da carne, devem
saber que toda língua vem mesmo através da carne. Muitos crentes pensam que quem
fala língua é o Espírito Santo e passam anos pedindo o batismo e não recebem. Não é o
Espírito Santo quem fala em línguas, ele apenas concede a “inspiração” (At 2.4), mas
quem fala é o próprio crente (At 2.4; 1 Co 14.4,5,14,15,18,39). Repare os verbos e veja
que é o crente que fala em línguas, e não, o Espírito Santo. Portanto não espere que o
Espírito force a você a falar, mas busque o Dom e quando sentir um transbordamento
em seu interior (Jo 7.37-39), apenas abra a boca e pela fé (Gl 3.2,5) receba as línguas e
deixando que elas fluam naturalmente do seu espírito, através da sua alma e do seu
corpo.
Não queremos dizer com isto que não existam línguas demoníacas e línguas da
carne, mas podemos saber se as línguas são verdadeiras ou falsificações.
Através do Dom de Discernimento de espíritos ou pela própria experiência cristã
poderemos julgar e discernir se as línguas são verdadeiras ou não.
Quem fala as línguas poderá julgar-se para saber se fala línguas espirituais ou
demoníacas ou da carne. Se a pessoa, numa atitude de adoração a Deus apenas abre a
boca e elas fluem naturalmente, então as línguas são espirituais, porém se aquele que
fala em línguas busca inspiração demoníaca, então as línguas são de origem maligna. E
se aquele que fala em línguas repete premeditando cada palavra que vai falar, então a
língua que fala é da carne.
Outra consideração aqui é quando a pessoa que fala em línguas repete sempre as
mesmas palavras e frases. Se ela fala mecanicamente pode ser que seja da carne
(memória), mas se tais palavras são emitidas em adoração a Deus pode ficar
69
descansada porque as línguas certamente fluem do Espírito Santo, todavia esta pessoa
deve buscar receber mais e mais novas línguas.
Lembre-se que se você não quer falar línguas você não as falará, porque o
espírito do profeta está sujeito ao profeta (1 Co 14.32). Você pode impedir a ação do
Espírito Santo no seu espírito.
Lembre-se também que não entendemos as línguas espirituais, a não ser que
recebamos também o Dom de Interpretação de línguas (1 Co 14.13,14), mas raramente
isto acontece, então fale as línguas ainda que se sinta infantil ou até mesmo ridículo.
Deus deseja que tenhamos uma fé infantil para receber o seu Dom; fale em línguas e
sinta a comunhão com Deus, se aproprie pela fé da promessa que também é para você.
Aleluia!
70
Tm 2.8; Sl 47.1,5; At 2.1; 3.8; Sl 149.3; 150.4). Tais manifestações tem um efeito
muito grande como desinibidores. Não se deve forçar a pessoa a agir com total controle
dos seus impulsos ou, ao contrário, com total expansividade; cada pessoa tem a sua
própria personalidade. Devemos deixar estas pessoas livres para agir com liberdade. (1
Co 14.6,15-17,23,32,33,40).
Realmente não incentivamos reuniões para buscar o batismo no Espírito Santo
em cultos públicos (mas se o Espírito assim quiser operar, quem somos nós para
dizermos que não está certo), em geral tais reuniões devem ser de caráter fechado e
apropriadas para isso. Não porque vá escandalizar alguém, e sim porque os cultos
públicos são de caráter essencialmente evangelístico e não avivalístico.
Aquelas pessoas que combatem tais manifestações e alegam que o culto vira uma
“baderna”, deveriam se lembrar que:
a) As línguas são um sinal da presença divina. Mesmo que alguém se
escandalize e chame os crentes de bêbados (At 2.13; Ef 5.18) ou de loucos (1 Co
14.23), as línguas são um forte sinal da presença de Deus justamente para os incrédulos
(1 Co 14.22), e em geral quem se escandaliza e combate esse tipo de Manifestações não
são os incrédulos, mas, sim os crentes frios, formalistas, vazios e mais incrédulos que
os próprios incrédulos (1 Co 14.21).
b) Paulo não combatia o falar em línguas, sendo ele próprio o maior falador de
línguas - ao contrário do que muitos querem aceitar, Paulo incentivava o falar em
línguas, e fazer tudo com ordem. O termo “ordem” aqui empregado não quer dizer
necessariamente que diversos crentes não pudessem falar línguas ao mesmo tempo,
mais sim que se buscassem a interpretação do que era falado, afim de que toda a igreja
fosse edificada (1 Co 14.5,13,18,39).
c) Na igreja primitiva havia total liberdade para a manifestação das línguas e
demais dons espirituais (1 Co 14.26; At 4.31; 5.12-16). Eram comuns as reuniões em
que diversas pessoas falavam em línguas ao mesmo tempo (At 2.1-4; 10.44-46; 19.6,7)
e a própria história da igreja testifica acerca disto. Portanto não é correto basear-se em
1 Co 14 e afirmar que nos cultos da igreja apostólica somente uma ou no máximo três
pessoas podiam falar línguas e que as demais deviam ficar caladas. Existem reuniões
em que todas as pessoas podem falar ao mesmo tempo, visando a sua edificação
própria (1 Co 14.4; Jd 20), porém se for entregue uma mensagem profética, aí sim cada
um fale ao seu tempo enquanto os demais ficam calados esperando a interpretação e ao
mesmo tempo julgando a profecia, ou esperando a sua vez também de profetizar em
línguas.
3º) A IMPOSIÇÃO DE MÃOS COM AUTORIDADE
Uma terceira maneira de ajuda externa para quem busca o batismo no Espírito
Santo é a imposição de mãos com autoridade (ministério apostólico).
As mãos são instrumentos usadas pelo Senhor para derramar as suas bênçãos, e
são muitos os exemplos bíblicos (tal prática foi usada pelo Senhor Jesus: Mt 8.3,15;
9.18; Mc 6.5; 10.16; 16.18; Lc 24.50) pelos apóstolos (At 5.12; 19.11) e outros (At
19.17; Gn 48.14). Mas muito mais que isso, desde o V.T., a imposição de mãos já era
um sinal de autoridade (Gn 48.14; Nm 11.17). No N.T., a prática tornou-se comum na
igreja:
71
a) Para consagração de obreiros (1 Tm 5.22; At 6.6; 13.1-3; 9.17).
b) Em relação aos dons espirituais, para conferir algum dom para alguém (1 Tm
4.14; 2 Tm 1.6).
c) Para as curas (Mt 8.3,15; Mc 16.17,18; At 3.7)
d) Para que as pessoas recebessem o batismo com a imposição de mãos de
obreiros ungidos (At 8.17; 9.17; 19.6). Não é necessário haver imposição de mãos, pois
no dia de Pentecostes e em Cesaréia não se usou este recurso.
Em geral quase todos que buscam o batismo com o Espírito Santo tem alguma
forma de inibição e precisam de algum sinal de desbloqueio a fim de estimular a sua fé
e liberar o seu espírito para o Espírito Santo fluir através dele. Esse sinal externo tão
necessário, nada mais é que a imposição de mãos com autoridade. Esse sinal tem um
efeito maior quando, antes de se começar a orar, esclarecemos as pessoas que vão
buscar o batismo, sobre o que é imposição de mão e que a pessoa que assim fará
durante a oração tem autoridade para isso; autoridade que lhe foi delegada por Deus,
por Jesus, pela igreja e pelo ministério. Aquele que imporá as mãos deve saber também
da autoridade investida e ao impor as mãos deve ordenar a benção sobre a pessoa,
mandando-a falar em línguas (At 19.6). Algumas pessoas gostam de impor as mãos de
imediato sobre a cabeça de alguém e orar o tempo todo com as mãos impostas. A
experiência nos ensina que tal procedimento não é bom porque o interessado pode ter
bloqueios tão profundos e poderá demorar um pouco, ou até mesmo muito tempo, para
receber o batismo, e tendo as mãos impostas sobre si por todo esse tempo, poderá se
sentir mais inibido ainda ou então começará a duvidar da validade de tal prática. O
ideal é incentivarmos a pessoa a ficar buscando o batismo até encher-se do Espírito
Santo e, quando ela já estiver cheia, então, imponha as mãos e ordene com autoridade a
benção. Nesse caso o efeito é muito maior.
Lembre-se: batismo com o Espírito Santo não é batismo nas águas e nem
garantia de salvação. É uma dádiva de Deus e que O torna mais real para o crente, mas
é uma dádiva que deve ser buscada por quem a deseja de fato.
O batismo com o Espírito Santo é a Promessa do Pai para todos os crentes, em
todos os lugares, em todas as épocas. É evidenciado pelo falar em outras línguas,
desconhecidas por quem fala, mas sujeitas a vontade de quem fala.
O crente não deve buscar o batismo com o Espírito Santo a fim de o “status” de
super-homem ser atingido, ou ser considerado um homem (ou uma mulher) espiritual,
mas deve buscar o batismo como uma porta introdutória para buscar os dons espirituais
e entender mais sobre os diferentes canais de inspiração.
72
ou testificar a outro sobre Jesus ou ainda obedecer Seus mandamentos na vida Cristã.
Significa apagar ou sufocar a vontade do Espírito. As igrejas podem fazer isso,
proibindo profecias e a expressão dos dons. Os indivíduos podem fazê-lo estando com
medo e apreensivos e não respondendo àquilo que o Espírito os inspira a fazer. Na
verdade, nesta progressão, o próximo passo após apagar o Espírito seria sem dúvida
nenhuma, entristecê-lo. Os que habitualmente persistem em apagar a sua operação e
vontade, eventualmente, entristecê-lo-ão.
Apagar o Espírito 39
39
GRAHAM, Billy. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova, p. 141-142.
73
agrade-O, pois Ele é o que mora em você; obedeça-Lhe quando Ele Se manifesta
testemunhando de Cristo, seja através de você ou de outros”.
Você já entristeceu ou apagou o Espírito em você, qualquer que seja o meio?
Este assumo é sério, exige de nós todo o cuidado. Se este foi o caso, saiba que o
momento de confessar isto a Deus é exatamente este; arrependa-se. E depois viva cada
dia na plenitude do Espírito, sensível à Sua orientação e ao Seu poder em sua vida.
Como já vimos, alguns não veem diferença entre o batismo no Espírito Santo e a
plenitude do Espírito. Entretanto, de acordo com o conceito que temos de batismo e
plenitude, podemos apontar quatro aspectos que distinguem um do outro.
Primeiro, a plenitude ou o enchimento do Espírito é algo que deve ocorrer
durante a vida cristã (Ef 5.18), enquanto que o batismo no Espírito acontece apenas
uma única vez (bênção que deve ser buscada logo no início da vida cristã).
Segundo, a experiência da plenitude do Espírito pode e deve repetir-se ao longo
da existência do crente no mundo (At 4.31), mas o batismo é um ato único. "Quando a
plenitude não é conservada, ela se perde. Se foi perdida, pode ser recuperada".
Terceiro, a vida cheia do Espírito deve ser buscada com diligência pelo crente
(Ef 5.18), enquanto que o Batismo no Espírito Santo é buscado e recebido tornando-se
um ato único e é dom de Deus.
Quarto, por causa de negligência pessoal nem todos os crentes verdadeiros têm a
vida cheia do Espírito, mas o batismo no Espírito todos os crentes verdadeiros que
buscam o Batismo no Espírito recebem (At 2.1-4; 10.44-48; 11.15-17; 19.1-7).
Infelizmente muitos que já receberam o Batismo no Espírito, que são cheios dos
dons espirituais, carecem da plenitude do Espírito. Há abundancia de dons e carência
40
SEVERA, Zacarias de Aguiar. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba - PR: Editora A. D. Santos, 2014, p. 256.
74
do fruto do Espírito (Gl 5.22-23) e têm uma vida carnal cheia das obras da carne (Gl
5.19-21).
Mt 7.22,23: 22. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos
em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos
milagres?’ 23. Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim
vocês que praticam o mal!
Os discípulos que receberam o Espírito no sopro de Jesus (Jo 20.22). Que foram
batizados no Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2.4), foram cheios do Espírito
Santo novamente (At 4.31). "Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam
reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra
de Deus".
Todos os cristãos sinceros foram batizados pelo Espírito Santo no Corpo de
Cristo, incorporados ao Corpo de Cristo e, portanto, podem participar da Ceia do
Senhor (10.16). Em Cristo não pode haver preconceito ou distinção racial, cultural,
econômica ou social, pois a todos que creem foi dado o direito de beber do único
Espírito de Deus, de modo que suas vidas expressam o fruto do Espírito que neles
habita (Gl 5.22,23; Jo 7.37-39).
O batismo pelo Espírito em 1 Co 12.13 significa o ato pelo qual o Espírito nos
incorpora à Igreja, e que portanto é idêntico à conversão, ao passo que, nos Evangelhos,
e principalmente em Atos, o batismo com o Espírito refere-se a uma experiência pós-
conversão, confirmatória e autenticadora em sua essência.
Em nossa casa (de Billy Graham) temos um reservatório que recebe água de duas
fontes das montanhas através da casa. As pessoas que moravam ali antes de nós diziam
que a quantidade de água destas duas fontes nunca varia. Sempre é a mesma, em
tempos de seca ou de chuva. Nós usamos a água que precisamos, mas pela água
corrente das fontes o reservatório está sempre transbordando. Literalmente é isto que
quer dizer “ser cheio do Espírito”.
Todos os cristãos devem ser cheios do Espírito. Qualquer coisa menos que isto é
só parte do plano de Deus para nossa vida.
O que a Bíblia quer dizer quando fala da plenitude do Espírito Santo? Vamos
definir o termo: Ser cheio do Espírito é ser controlado ou dominado pela presença e
pelo poder do Espírito. Em Efésios 5.18 Paulo diz: “E não vos embriagueis com vinho,
no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito.” Ele está contrastando duas coisas.
Alguém cheio de álcool é controlado ou dominado por este. A Presença e o poder do
álcool sobrepujaram suas capacidades e atitudes normais.
É interessante que nós dizemos às vezes que alguém está “sob a influência” do
álcool. Isto de certa forma traduz o que é ser cheia do Espírito. Estamos “sob a
influência” do Espírito. Ao invés de fazermos as coisas baseadas somente em nossa
força ou habilidade, Ele nos dá poder. Ao invés de fazermos somente o que nós
queremos fazer, somos agora guiados por Ele. Infelizmente milhões de filhos de Deus
41
GRAHAM, Billy. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova, p. 103-106.
75
não se alegram da riqueza espiritual ilimitada que está à sua disposição, porque não
estão cheios do Espírito Santo.
Eu me lembro de uma grande professora de Bíblia de nome Ruth Paxson, que eu
ouvi falar muitas vezes sobre este assunto. Ela foi hóspede em nossa casa, e eu ainda
tenho algumas anotações que fiz durante suas palestras.
Ela nos mostrou com clareza que a vida de muitos cristãos reflete os hábitos e os
padrões deste mundo. Sem dúvida eles foram batizados com o Espírito Santo no corpo
de Cristo, e vão para o céu, mas estão perdendo tantas coisas que Deus quer que eles
tenham nesta vida. Consciente ou inconscientemente eles estão mais interessados em
imitar o sistema deste mundo dominado por Satanás que imitar a Cristo. Na verdade
não querem sofrer a desonra com Cristo fora do acampamento (Hb 13.13). Os dons que
receberam não são usados, sua vida não apresenta o fruto do Espírito. Também não têm
vontade de evangelizar os espiritualmente necessitados do seu círculo de conhecidos.
Seu zelo em viver em obediência aos mandamentos de Cristo é fraco. Sua vida
devocional é irregular, quando não cessou de todo, e eles preferem ler os jornais antes e
mais que a Palavra de Deus. Quando oram, isto é para eles uma obrigação ou tarefa
enfadonha, e não uma alegria. O pecado perdeu para eles um pouco da sua
pecaminosidade, como para Ló em Sodoma; não têm mais tanta sensibilidade para o
pecado, e sua consciência perdeu a eficácia. Sabem que pecaram, mas não se apressam
a confessar.
Atualmente os cristãos têm mais equipamento e tecnologia para evangelizar o
mundo que nunca antes. Têm pessoal mais qualificado. Mas a grande tragédia é esta:
falta aos cristãos frequentemente a plenitude do Espírito, ou seja, a verdadeira
dependência do poder de Deus para seu ministério. No primeiro século temos
abundância de ilustrações do tipo de poder que eles precisam e não têm. Em uma
cidade as pessoas disseram dos cristãos: “Estes que têm transtornado o mundo
chegaram também aqui” (Atos 17.6). De tempos em tempos, nos séculos seguintes, o
mesmo poder do Espírito Santo foi derramado sobre o mundo. Exemplos isolados
temos ainda hoje. Mas como seria se todo o poder do Espírito fosse liberado em todos
os crentes verdadeiros? O mundo seria de novo transtornado, “virado de pernas para o
ar”.
Acho que é apropriado dizer que todo cristão não cheio do Espírito é incompleto.
A ordem de Paulo aos cristãos de Éfeso, “enchei-vos do Espírito”, é válida para todos
os cristãos, em qualquer época, em qualquer lugar. Não há exceções. A conclusão
lógica é que se nós recebemos a ordem de ser cheios do Espírito, estaremos pecando se
não o formos. E o fato de que nós não estarmos cheios é um dos maiores pecados
contra o Espírito Santo.
É interessante observar que, na língua grega original (πληροῦσθε) que Paulo está
usando, a ordem “enchei-vos do Espirito” na verdade transmite a ideia de ser
continuamente enchido. Uma vez não é suficiente, como se nós fôssemos um balde.
42
GRAHAM, Billy Op. Cit., p. 103-106.
76
Devemos nos encher constantemente. Poderíamos traduzir: “Encham-se e continuem se
enchendo do Espírito de Deus”, ou “Estejam sendo cheios”. 43
Literalmente, Efésios 5.18 quer dizer: “Continuem se enchendo do Espirito”. Dr.
Merrill C. Tenney comparou isto com uma antiga cozinha de fazenda. Em um canto
havia um tanque; acima dele um cano trazia continuamente água de uma fonte,
mantendo o tanque sempre completamente cheio de água boa. O que sobrava saia por
outro cano. Assim como este tanque, o cristão não deve esperar até estar vazio do
Espírito, para se encher de novo; deve estar aceitando constantemente a orientação e a
energia do Espírito, e estar sempre transbordando.
Rios transbordantes e vida abundante são bênçãos à disposição de todos os
cristãos. Se em nossas vidas não correm rios de água viva, não é porque Deus os esteja
negando, mas porque nós não os queremos ou nos recusemos a cumprir as condições
para tê-los.
Em João 4, falando com a mulher samaritana no poço de Jacó, Jesus também
estava ensinando este ser continuamente cheio do Espírito: “Quem beber desta água,
tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá
sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar
para a vida eterna” (João 4.13,14).
Jesus falou do Espírito Santo nos mesmos termos em João 7.38: “Quem crer em
mim, como diz a Escritura, do Seu interior fluirão rios de água viva.” A fonte que
transborda e o rio que não seca são figuras das inesgotáveis bênçãos do Espírito Santo
disponíveis a todos os cristãos. Se nós não temos esta água viva que Jesus fala – este
ser constantemente cheio do Espírito Santo – não é porque Deus não nos queira
concedê-la, mas porque não a queremos ou não queremos nos enquadrar nas condições
que Deus estabeleceu para recebê-la.
Uma vez, lendo João 7.38, de repente fiquei dominado de temor ao compreender
a grandeza das palavras de Jesus. Ele não estava falando de gotas de bênçãos, poucas e
a intervalos, como uma chuva leve num dia de primavera. Estava falando de rios de
água viva. Pense no Amazonas, no Mississipi, no Danúbio, no Iangtsé: não importa
quanta água tiremos deles, eles não secarão, mas continuarão o seu caminho cheios. As
fontes que lhes dão origem continuam enviando água generosamente. Estes rios
ilustram a vida de um cristão cheio do Espírito. Nunca há falta de suprimento, porque o
Espírito Santo é fonte inesgotável.
O crente tem tudo do Espírito Santo, mas o Espírito comumente não tem tudo do
crente. Sua presença é expansiva: Ele enche tanto do crente do que estiver vazio de
egoísmo e pecado.
Assim, a exortação para encher-se do Espírito é uma exortação de completa
rendição a Ele.
Quanto mais Ele nos enche, maior será a manifestação do Seu poder em nossas
vidas (Atos 6.3-5; 11.24).
43
πληροῦσθε. Presente imperfeito passivo de πληρόω = encher. A ideia da palavra é controle. O Espírito deve controlar e
dominar a vida do crente.
77
O PROPÓSITO DOS DONS DO ESPÍRITO SANTO
Não nos esqueçamos que Paulo era um apóstolo, cuja incumbência foi escrever
mais livros do Novo Testamento do qualquer outro escritor.
78
IDEIAS ERRONEAS ACERCA DOS DONS
Alguns têm sido levados a crer que os dons do Espírito não são para nós hoje em
dia. Citam o texto de 1 Coríntios 13.8 e dizem que “havendo línguas, cessarão”.
Contudo, o mesmo versículo diz que a ciência “desaparecerá”. Acaso isto já aconteceu?
Uma leitura cuidadosa do contexto deixa claro que estas operações imperfeitas cessarão
quando vier o que é perfeito. Isto será por ocasião da vinda de Cristo. Os dons foram
dados por Cristo à sua igreja - capacitações espirituais para uma guerra espiritual - e
seria loucura ignorá-los ou ir à batalha sem eles.
Muitas pessoas têm ideia errônea acerca da natureza desses dons. Alguns há que
acreditam que Deus dá a uma pessoa um ou mais desses dons e eles se tornam sua
propriedade exclusiva para ela proceder como lhe aprouver. Acreditam que essa pessoa
pode chamá-los à operação em qualquer tempo que quiser. Primeiro, notemos que 1 Co
12.1 a palavra dons está escrita em itálico. Isto significa que ela foi colocada pelos
tradutores e não consta do texto original. Uma tradução mais literal seria: “A respeito
dos espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. O versículo 7 diz: “Mas a
manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” (RC). “A cada um,
porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum” (RA).
79
propósitos de Deus para aquela nação e não aos dons espirituais ou à vocação
ministerial relacionados com a obra do Espírito Santo na igreja (cf. 12.6-8; 1Co 12).
Em segundo lugar, a tradução do texto não foi feliz ao colocar o adjetivo
“irrevogáveis” na passagem de Romanos 11.29 visto que a palavra utilizada no original
grego é ametamélētos (ἀμεταμέλητος) que significa “que não está arrependido de”,
mostrando claramente um equívoco no sentido do texto. Deus não se arrepender acerca
da concessão de um dom não deve ser entendido como sinônimo de que Deus não pode
retirar esse dom.
Por outro lado, a própria experiência cristã nos ensina que os dons de:
Variedades de línguas, interpretações de línguas e Profecia só se manifestam após o
batismo no Espírito Santo (mas, é bom lembrar que a profecia já era atuante no Velho
Testamento). Isso é bastante compreensível, se considerarmos que para que eles se
manifestem é necessário que o Espírito Santo exerça o controle da língua de quem fala
(Tg 3.1-12) e esse controle passa a existir, com certeza, no momento do batismo do
Espírito Santo.
44
O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) foi um projeto do governo brasileiro, criado pela Lei n° 5.379,
de 15 de dezembro de 1967, e propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos, visando "conduzir a pessoa humana
80
OS DONS DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO 45
a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores condições
de vida". (Wikipédia).
45
SPROUL, R. C. O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO. Editora Cultura Cristã, 1997, p. 146-148.
81
Disse então o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel,
que sabes serem os anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da
revelação, para que estejam ali contigo. Então descerei e ali falarei contigo, e tirarei
do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão eles o peso do povo
para que tu não o leves só (Nm 11.16,17).
Uma das finalidades da imposição de mãos é dotar o servo de Deus com algum
dom espiritual.
Em primeiro lugar façamos uma pequena consideração sobre a parábola dos
talentos (Mt 25.24-30) e a parábola das minas (Lc 19.13-26). Estas parábolas têm
algumas coisas em comum: Em Mateus, Jesus frisa a recompensa que será dada a todos
os salvos, independente do serviço cristão; Em Lucas, Jesus frisa o galardão individual
que cada um receberá proporcional ao serviço cristão. Ambas parábolas tratam da
obrigação que cada servo tem de comercializar o “Dom” (Talentos e Minas) que
recebeu de acordo com sua própria capacidade individual (Mt 25.15-17). O Senhor
cobrou o resultado do trabalho de cada um, e o que Ele desejava eram outros talentos e
outras minas, iguais aos que havia dado a cada servo. O Senhor dá dons espirituais e
deseja que, não só usemos em sua obra, como também que multipliquemos esse dom,
levantando mais pessoas com o mesmo dom que recebemos; em outras palavras, quem
tem o dom de língua deve falar línguas, como também capacitar outras pessoas
igualmente a falarem em línguas; quem tem o dom de curar, deve usá-lo para curar as
enfermidades, mas também capacitar outros a terem os dons de curar e assim
sucessivamente.
Diante do exposto muitos poderão se levantar contra dizendo que é um absurdo
nós gerarmos um profeta, ou outro ministério qualquer, pois é o Senhor quem nos dá o
dom e não nós. Concordamos plenamente com essa afirmação. É o Senhor quem dá os
dons, mas nós não podemos ignorar o papel do elemento humano em três aspectos: a)
Deus pode nos usar a fim de despertar o interesse por algum dom em qualquer pessoa.
b) Deus pode nos usar para orientar uma pessoa menos experiente como usar o dom
82
espiritual que nós recebemos e no qual já temos mais experiência quanto ao uso.
c)Podemos ser usados pelo Senhor para investirmos (ou transferirmos) a outra pessoa
o mesmo dom do qual estamos investidos, e há base bíblica para isto, além do que já
podemos deduzir através das parábolas dos talentos e das minas.
Vejamos o exemplo de Paulo: O Apóstolo desejava comunicar algum dom
espiritual à igreja de Roma (Rm 1.11). Ele desejava ver a igreja de Roma, a fim de
comunicar aos crentes romanos algum dom espiritual. Embora o sentido de tais
palavras seja muito questionado por várias pessoas e mesmo admitindo-se que o
referido versículo possa ter mais de uma interpretação, ninguém pode contradizer que o
termo “comunicar”, em grego “metadō - µεταδῶ”, significa “repartir ou distribuir”, no
sentido de dar, entregar, doar, conferir, etc..., ou seja, Paulo desejava ir a Roma a fim
de distribuir algum dom espiritual entre os romanos, ou repartir seus próprios dons,
recebidos do Senhor.
“Porque muito desejo ver-vos, a fim de REPARTIR (metadídōmi - µεταδίδωµι)
convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados” (RA).
“Porque anseio ver-vos para vos conferir algum dom espiritual, a fim de que
sejais firmados”. (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas).
A ação de Paulo em Éfeso - Nessa cidade, Paulo após instruir os discípulos sobre
o que era o batismo no Espírito Santo, orou por eles e impôs-lhes as mãos e eles não só
foram batizados no Espírito Santo como também receberam o dom de Profecia (At
19.6).
83
Embora o Senhor dê os dons espirituais, ele pode muito bem usar seus vasos, já
possuidores de algum dom, para despertar ou direcionar outras pessoas para os mesmos
dons, ou até mesmo para outros dons. Um dos modos mais práticos e mais freqüentes
para isso é justamente a imposição de mãos de alguém dotado de autoridade (2Tm
1.16), ou de presbitério da Igreja (1 Tm 4.14).
Um dos problemas mais complicados encontrados pelo pensador antigo (que continua
complicado até hoje) era o da unidade e da diversidade, ou “do uno e do múltiplo”. Era a
questão de encontrar sentido no meio das diversas manifestações da realidade: como todas as
coisas se encaixam de modo que faz sentido?
Hoje em dia, quase sempre falamos do universo sem pensar muito. O termo universo é meio
híbrido, em que as palavras unidade e diversidade (o uno e o múltiplo) misturam-se para
formar uma palavra única. As instituições de ensino superior são geralmente chamadas
“universidades”, porque ali se estudam os diversos elementos do universo. 46
46
SPROUL, R. C. Filosofia Para Iniciantes. São Paulo: Editora Vida Nova, 2002, p. 16.
84
OPERAÇÕES
DONS DONS
ESPIRITUAIS MINISTERIAIS
A unidade dos dons espirituais está na Pessoa do Espírito Santo, pois os dons
pertencem a ele, e a diversidade está nos membros do Corpo (Igreja) de Cristo. Nós os
membros deste Corpo somos os canais por onde a Manifestação (fanerosis) flui. A
corrente elétrica flui através dos fios, flui através do filamento de uma lâmpada e então
acontece uma manifestação – a luz. Da mesma maneira, também, a energia divina flui
através de nós, os membros, e acontece a manifestação – os dons espirituais, os
ministérios e as operações.
“Soberanamente o Espírito Santo distribui dons à sua Igreja. A Igreja é um corpo
de membros dotados por Deus, que funciona dentro do arcabouço da unidade e da
diversidade”.47
Fp 2.13: “Porque Deus é o que opera (energiza) em vós tanto o querer como o
efetuar (energizar), segundo a sua boa vontade”.
1 Co 12.7: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for
útil”.
47
SPROUL, R. C. Ministério do Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997, p. 157.
85
A Trindade e a Doutrina das Diversidades:
1ª) DIVERSIDADE DE DONS. Mas o Espírito é o mesmo (1 Co 12.4);
2ª) DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS. Mas o Senhor é o mesmo (1 Co 12.5);
3ª) DIVERSIDADE DE OPERAÇÕES. Mas é o mesmo Deus que opera tudo em
todos. (1 Co 12.6);
4ª) DIVERSIDADE DE MEMBROS: 1 Co 12.13: “Agora, porém, há muitos
membros, mas um só corpo”. Leia: 1 Co 12.12-27.
DIVERSIDADE DE DONS
86
DONS GERAIS
1. Dom da justificação (Rm 5.15,16)
2. Dom da Vida Eterna (Rm 6.23)
3. Dom (?) (Rm 1.11; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6)
4. Dons Irretratáveis (Rm 11.29)
5. Dom do Celibato (1 Co 7.7) “O dom de celibato é aquela capacidade especial que
Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para permanecerem solteiros e
apreciarem a sua condição; para continuarem solteiros e não sofrerem tentações sexuais
insuportáveis” (Peter Wagner).
6. Dom da Intercessão (2 Co 1.11): “É a capacidade especial que dá a certos
membros do Corpo de Cristo para orar extensos períodos de tempos sobre bases
regulares, recebendo respostas freqüentes e específicas para as suas orações, em grau
muito maior do que aquilo que se espera do crente comum” (Peter Wagner).
2 Co 1.11: “Contando também com a ajuda das vossas orações por nós, para que,
pelo favor (dom) que nos foi concedido pela intercessão de muitos; da mesma forma,
por muitos, sejam oferecidas ações de graças a nosso favor” (King James).
87
10. PROFECIA (Rm 12.6; 1 Co 14.3; 12.10) – PROFĒTEÍA (προφητεία). Significa
falar aos homens para a Edificação, Exortação e Consolação;
Definição: É a capacidade dada por Deus para profetizar uma mensagem de Deus
em língua conhecida, que você recebeu diretamente do Espírito Santo para aquela
situação específica. O exercício do dom inclui tanto enunciação como prenúncios.
11. SERVIÇO – DIAKONIA (διακονία). Geralmente o termo significa o cuidado das
necessidades físicas (At 6.1,2; 1 Pe 4.11; Lc 22.24-27; Mt 20.27,28) - “O dom do
serviço é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo
para que identifiquem necessidades não-satisfeitas envolvidas em alguma tarefa ligada
à obra de Deus e para usarem os recursos disponíveis para satisfazerem a essas
necessidades e ajudarem a cumprir os alvos desejados” (Peter Wagner).
12. ENSINO – DIDASKŌ (διdάσκω). Este dom tem por finalidade instruir e
consolidar outros na Verdade do Evangelho. “O dom do ensino é aquela capacidade
especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para comunicarem
informações relevantes para a saúde e o ministério do Corpo e seus membros, de tal
modo que outros crentes possam aprender” (Peter Wagner).
88
o Dom da Administração e serem bem sucedidos em suas igrejas menores. A palavra
usada em 1 Co 12.28 é KYBERNĒRSEIS (κυβερνήσεις)�de kybérnēsis
(κυβέρνησις) que significa a ação de pilotar um navio. E a palavra usada em Rm 12.8
– proístemi (προϊστημι)�significa chefiar, presidir e governar.
89
De acordo com a Rev. Caio Fábio D'Araujo Filho este dom se manifesta em três
circunstâncias específicas:
1. Diante de situações de dificuldades. Em Lc 21.14,15, Jesus diz que quando os
discípulos se encontrassem em apuros na presença de autoridades, Ele lhes daria
sabedoria, à qual ninguém poderia resistir. Foi o caso de Estevão, em At 6.8-10, que
falava com tanta sabedoria que ninguém podia opor-lhe resistência.
2. Em questões de divisões dentro da Igreja. 1 Co 6.5 diz que o sábio no meio da
irmandade é aquele que tem uma palavra pacificadora, apazigua ânimos, reaproxima
irmãos, acalma situações, encontra sempre um modo de reconciliação para cada coisa.
3. Manifesta-se antes de tudo nas atitudes. É o que diz Tiago no capítulo 3 verso
l3 à 18.
Dick Iverson diz que este Dom manifesta-se das seguintes maneiras:
1. Pelo Espírito no nosso interior, ou poderíamos dizer, por intuição espiritual:
ouvir, com os ouvidos espirituais a voz do Espírito (Rm 8.16);
a. At 16.6-8. Aqui o Espírito proibiu que Paulo fosse a Bitínia.
b. 1 Rs 3.16-28. Salomão, lidando com as duas prostitutas, é um exemplo
perfeito da aplicação deste dom.
c. 2 Sm 12.1-14. Aqui vemos que o profeta Natã não somente tinha
conhecimento sobrenatural, mas também sabedoria e direção
sobrenaturais na aplicação deste conhecimento.
d. At 8.20-23. Pedro viu o coração de Simão como um livro aberto, e
pelas palavras do conhecimento e da sabedoria, lidou com ele.
2. Como aplicação bíblica revelada, isto seria uma “palavra vivificada do
Senhor” para uma situação específica. A palavra específica dada por Deus
quando o pregador está pregando realmente atinge o alvo.
a. At 1.15-23. Enquanto Pedro e o resto dos 120 estavam em oração,
Deus abriu o seu entendimento quanto ao que deveria ser feito. Ele o
fez, vivificando uma passagem bíblica a Pedro. Ele usou o Salmo 109,
onde Davi estava fazendo uma oração imprecatória contra os seus
inimigos.
b. At 2.14-36. A palavra da Sabedoria estava também envolvida aqui, na
revelação da passagem do Velho Testamento a Pedro (Jl 2.28,29).
c. At 15.13-18. Aqui Tiago recebeu sabedoria e revelação em relação a
uma passagem do Velho Testamento (Am 9.11,12), o que ajudou a
trazer a solução a um problema muito delicado e difícil na Igreja
primitiva.
90
Sabedoria. Diz Kenneth: “A sabedoria à qual Tiago se refere é a sabedoria para lidar
sabiamente com as questões da vida - a sabedoria está à disposição de qualquer um que
pedir. Deus realmente outorga sabedoria, mas esta não é a manifestação sobrenatural da
Palavra da Sabedoria”.
Escrevendo aos crentes, Tiago disse que se Algum de vós tem falta de sabedoria,
peça a Deus, que a TODOS dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Paulo,
porém, disse (1 Co 12.8): A um é dada a palavra da Sabedoria - a um; não a Todos, mas
a UM. Isso dá a entender que nem todos terão essas manifestações dos dons espirituais
do Espírito Santo. Paulo termina, dizendo que as manifestações do Espírito Santo são
dadas somente segundo o Espírito quer.
Exemplos Bíblicos do dom da Palavra da Sabedoria:
1) José (Gn 41)
2) Jaaziel (2 Cr 20.12-23)
3) Natã (2 Sm 12.1-14)
4) Paulo (At 23.6-10)
5) Jesus (Lc 4.3-14; 7.22; Jo 4.9-26; Mt 22.15,41-46)
6) Estevão (At 6.8-10).
1) Conhecimento Humano Natural que certamente está aumentando (Dn 12.4). Por
importante que este conhecimento seja, muitas vezes cria tanto orgulho que algumas
pessoas são impedidas de entrar no Conhecimento do Senhor (1 Co 2.14; 8.1).
91
2) O Conhecimento Sobrenatural deste mundo decaído. É a tentativa da mente natural
de conseguir informação por meios sobrenaturais que não mediante o Espírito Santo.
Inclui o oculto, o psíquico e as investigações “metafísicas” que Satanás está usando
para enganar um número crescente de pessoas hoje. Exemplo: O programa da Rede
Bandeirantes de Televisão - Terceira Visão.
Lembrete: o fato de que algo seja revelado não significa, que ele deva ser
proferido imediatamente, ou até mesmo mais tarde. Uma palavra de conhecimento,
muitas vezes, vem inesperadamente, e tem freqüentemente, o propósito de nos levar à
oração com relação ao que Deus nos mostra. Ela pode envolver uma necessidade na
vida de um parente, de algum crente, ou de uma igreja local.
92
19. O Dom do Discernimento de Espíritos.
É a capacidade dada por Deus por revelação, de reconhecer que espíritos estão
por detrás de diferentes manifestações ou atividades (At 16.16-18). Na dimensão
espiritual há espíritos divinos tanto quanto espíritos malignos. É com o Dom de
Discernir que podemos saber a origem das manifestações.
Tipos de Discernimentos:
1) Discernimento Natural;
2) Discernimento Intelectual Verdadeiro (1 Co 2.15,16);
3) Discernimento Sobrenatural Falso;
4) O Dom do Discernimento de espíritos.
20. O DOM DA FÉ. É o maior dos três dons de poder. É um dom do Espírito para o
crente, para que este possa realizar milagres. Quando se opera o Dom da Fé, é a Fé
concedida por Deus que funciona através dos homens (At 3.16).
93
3ª) O Dom da Fé. É a habilidade dada por Deus de se crer Nele para o
impossível numa determinada situação. Ele não é tanto a Fé geral que crê em Deus para
suprir as nossas necessidades, etc, mas ele vai um passo além, onde “simplesmente
sabemos” que uma determinada coisa é a vontade de Deus e que vai acontecer.
48
JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.70.
49
Ibid. 70.
94
A palavra “dynamis” (δύναµις) aparece 119 vezes no Novo Testamento. Esta
palavra em 1 Co 12.10 - Dynamis é traduzida milagre, todavia nos outros textos é
traduzida por milagre, obra poderosa, poder, força, poderoso, virtude e de diversas
formas em outras versões. Energēmata (ἐνεργήµατα) plural de enérguēma
(ἐνέργηµα) vem de energuéō – energizar (ἐνεργέω) que dá origem a palavra energia
em Português.
O Novo Testamento emprega três palavras gregas diferentes para expressar
“milagres”:
1. Téras (τέρας). Que significa prodígio, presságio ou maravilhas;
2. Dynamis (δύναµις). Que significa poder miraculoso;
3. Sēmeion (σηµεῖον). Que significa milagres, símbolo, sinal ou maravilha.
50
JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.72.
51
Ibid. p. 72.
95
direita de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o
Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam” (Mc 16.17-20).
Na carta aos Hebreus, lemos: “testificando Deus juntamente com eles, por sinais e
prodígios, e por múltiplos milagres e dons do Espírito Santo, distribuídos segundo a sua
vontade” (Hb 2.4).52
Cremos que a Grande Comissão é ainda obrigação dos cristãos atuais. Se a ordem
está em vigor, o poder para cumprir a ordem ainda deve estar disponível. O Espírito
Santo foi enviado para estar conosco sempre. Por certo seus dons de poder serão
sempre concedidos aos que sinceramente confiam nele para obter essas capacitações
divinas. Os dons do Espírito são desejáveis para um ministério efetivo aos enfermos.53
52
JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.73.
53
JETER, Huhg. Ibid. 73.
96
intrepidez e que o Senhor coopere conosco estendendo a Sua mão para fazer curas,
sinais e prodígios por intermédio do Nome de Jesus (At 4.29,30).
97
completo, e apenas dois desses 680 manuscritos não incluem esses versículos (9-20).
Dentre três versões do latim, 8.000 contém os versículos a que nos referimos. As
versões góticas, egípcias e armênicas - todas contém esses versículos. Somente no
Século IV é que começaram a surgir dúvidas sobre esses versículos.
98
1. Os dons de curar;
2. Operações de Milagres;
3. Fé.
Além dos casos individuais de cura mencionados, também está registrado que o
senhor curou:
1. Muitos: Mc 1.34; 3.10; Lc 7.21;
2. Doenças diversas: Mt 4.24: Mc 1.34; Lc 4.40;
3. Multidões: Mt 12.15; 19.2; Lc 5.15; 6.17-19;
4. Todos os que estavam enfermos: Mt 8.16; 12.15; 14.14; Lc 4.40; 6.19; 9.11.
99
Por que Jesus Curou?
1. Para mostrar compaixão: Mt 14.14; 20.34; Mc 1.40,41; 5.19; 9.22; Lc 7.13;
2. Para cumprir profecias: Mt 8.17; Is 53.4;
3. Para provar que fora enviado de Deus: At 2.22; Jo 5.36;
4. Para capacitar os curados a servir: Mt 8.14,15;
5. Para comunicar Vida Abundante: Jo 14.6;
6. Para destruir as obras do diabo: 1 Jo 3.8; At 10.38;
7. Para manifestar as obras de Deus: Jo 9.3; Mt 9.8; 15.31; Mc 2.12; Lc 5.26;
7.16.
OS DONS VERBAIS
100
palavra hebraica que é traduzida “profetizar” significa “sair fluindo” e transmite o
pensamento de “borbulhar como uma fonte, gotejar, sair ao borborrões, jorrar”. A
palavra grega - profeteia significa “falar em prol de alguém”. Significa falar em nome
de Deus, ou ser Seu porta-voz (Ex 7.1). A profecia é a própria voz de Cristo falando a
Igreja. Assim como oramos por alguém e é Deus quem cura, assim também quando
alguém inspirado, movido pelo Espírito Santo profetiza, não é o elemento humano
quem está falando pelo seu intelecto, mas é o Espírito Santo fornecendo-lhes as
palavras.
101
OS ELEMENTOS OU PROPÓSITOS DO DOM DE PROFECIA (1 Co 14.3)
55
VINE, W. E. VINE. DICIONÁRIO EXPOSITIVO. DITORIALCARIBE, 1999, p. 631.
56
IVERSON, Dick. O ESPÍRITO SANTO HOJE. CURITIBA: COMUNIDADE CRISTÃ DE CURITIBA, p. 97-99.
102
nada, na verdade, seja visto ou ouvido, fortes impressões vêm durante a reunião numa
maneira oportuna.
b) Através de visões ou êxtases; talvez isso esteja mais no campo do ministério
do Profeta, ainda que possa acontecer a qualquer pessoa (Ananias é um exemplo em At
9.10-16). Esta era uma experiência comum para os profetas do A.T.(Is 6; Ap 1.11; Nm
24.1-6).
c) Através de sonhos e visões noturnas (Dn 7.1-28; Gn 37.5-9; Nm 12.6; Jl
2.28).
d) Por intermédio de um anjo (Ap 1.1; At 10.22; 27.23-26).
103
Há três espíritos potencialmente envolvidos na profecia:
1. O Espírito Santo (2 Sm 23.2; Jr 1.9; At 19.6; 21.11;1 Co 12.3,7-10)
2. Espíritos imundos e mentirosos (Is 8.19,20; 1 Rs 22.22; Mt 8.29; At 16.17;
Ef 2.1-3; 1 Tm 4.1,2; 2 Tm 2.25,26).
3. O espírito humano (Jr 23.16; Ez 13.2,3).
1. Todo crente que tenha o Espírito dentro de si. (Pv 14.15; 1 Jo 4.1; 1 Co 14.20). A
habilidade de discernirmos os erros varia de acordo com os níveis de maturidade e
experiência (1 Jo 2.27; 1 Co 2.15; 1 Ts 5.21; Jo 10.27). O Senhor deu às suas
ovelhas uma habilidade excepcional de reconhecerem a Sua Voz.
2. Os anciãos da igreja local (Hb 13.17; 2 Tm 4.1-3; 1 Tm 5.17; Ef 4.11-16).
3. Aqueles que tenham o dom de discernimento (1 Co 12.10).
4. Os profetas (1 Co 14.29).
57
IVERSON, Dick. O ESPÍRITO SANTO HOJE. CURITIBA: COMUNIDADE CRISTÃ DE CURITIBA, p. 101-104.
104
Aqui estão algumas referências que tratam com o que poderíamos chamar de
ofício de profeta (ou poderíamos, em outra forma igualmente bíblica, dizer “dom “ de
profeta).
Dom de Profecia: 1 Co 12.10; 1 Co 14.5,24-31; At 21.9.
Ofício de profeta: At 13.1; 1 Co 14.32,37; 12.28,29; Ef 2.20; 3.5; 4.11.
O profetizar-se se refere a um dom ou manifestação do Espírito: “profeta” se
refere a um homem.
A profecia é diretiva em si mesma, ou é confirmativa?
Observamos que há muito pouca evidência de que os apóstolos dependeram de
profecias para direção ou em decisões de importância. Até mesmo em Atos 13.1-5, a
palavra profética somente confirmou o chamado de Paulo que havia sido previamente
declarado (At 9.15). Ainda que uma direção possa ser dada até certo ponto, em
profecia, durante a imposição das mãos do presbitério (1 Tm 4.14) e através do
ministério do profeta, esta não deveria ser a única direção a seguir-se. Ao invés a
direção deveria confirmar o que o Senhor já tem incutido num indivíduo pessoalmente.
Novamente, direção pessoal nunca foi uma função principal da profecia. Paulo
recebeu, repetidas vezes, profecias que diziam que prisões e tribulações o esperavam
em Jerusalém. Contudo, tal conhecimento profético não foi a sua direção (At 20.22-24;
21.10-14). Geralmente, a direção vinha às pessoas diretamente, e era somente
confirmada por outros. Num caso como o mencionado na questão, tal profecia deveria
ser, simplesmente, “colocada de lado” e uma confirmação deveria ser aguardada. O
Senhor nunca Se opõe ao nosso desejo sincero de recebermos uma confirmação. Ele,
na verdade, no diz que tudo deveria ser confirmado pela boca de duas ou três
testemunhas (2 Co 13.1).
Quais referências bíblicas são usadas para ensinarem que as profecias já
cessaram?
Provavelmente, a passagem principal que é usada para ensinar isto é 1 Co 13.8-
13.
Alguns dizem que esta passagem ensina que “o que é perfeito” veio com a
complementação do cânon bíblico e que os dons do Espírito (profecia, línguas) se
tornaram obsoletos. Contudo Paulo está declarando uma verdade que é freqüentemente,
mencionada por ele: o fato de que a Igreja está crescendo a uma maturidade completa,
de que o corpo está crescendo “em tudo naquele que é o cabeça” e alcançará a sua
completa perfeição (Ef 4.13-16; 2.20-22).
Paulo, nesta passagem está pondo em contraste aquilo que é perfeito (maduro)
com aquilo que é em parte ou é fragmentário ou imaturo. Vemos a isto claramente no
versículo 11.
Aqui ele coloca em contraste a infância com a varonilidade. Isto corresponde
perfeitamente com a sua analogia em Ef 4.13-14. O conceito de que não necessitamos
de profecias porque as Escrituras já estão totalmente escritas não é válido. O propósito
das profecias nunca foi somente o de se escrever a Bíblia. Provavelmente as profecias
105
que foram faladas e não foram registradas, pelos profetas são muito mais que as que
foram registradas. Além disso, ainda que a palavra de Deus esteja totalmente escrita,
ela ainda não foi completamente cumprida. E a maneira pela qual Deus traz este
cumprimento é, grandemente, através do Seu falar a Palavra diretamente ao interior da
vida da Igreja uma vez mais. Há criatividade e vida na palavra “Rhema”. Deus sempre
fala a fim de que as coisas comecem a existir. Se tirarmos a sua voz, tiraremos a
“Rhema” ou “palavra do seu poder” que nos conduz ao nosso objetivo (Hb 1.3).
Quais são alguns exemplos de coisas em minha vida que contaminam as minhas
profecias?
Uma das áreas principais é a “raiz da amargura”, a qual contamina a muitos (Hb
12.15; Tg 3.11-14; Cl 3.19; Ef 4.31).
Poderíamos dizer que qualquer coisa que afete uma atitude negativa importante
em nossas vidas poluíra o fluxo de profecias. Não é a água que está suja, e sim o
encanamento pelo vaso. Algumas das outras áreas de importância são: o orgulho, a
depressão, o antagonismo, uma atitude arrogante ou teimosia, um espírito
independente, rebeldia, dogmatismo, etc. Todas estas atitudes podem ser observadas
em tudo que fazemos, até mesmo na operação dos dons.
Quais são algumas das razões principais pelas quais os crentes se contêm de
profetizar?
1. Medo:
a) Medo das pessoas (de suas faces).
b) Medo de não compreenderem a Deus e dizerem algo errado ou algo que seja
simplesmente de suas próprias mentes.
c) Medo que sua fé venha a falhar (desvanecer-se) no meio da profecia.
d) Medo de suas próprias vozes.
2 Tm 1.7. “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de
amor e de moderação”.
2. Colocando-se, mentalmente, o profetizar fora de alcance. Tomando-se a atitude que
isto está além de suas habilidades de algum dia obterem êxito: Esta atitude de fazer as
coisas espirituais inatingíveis e supercomplicadas é, freqüentemente, baseada numa
auto-imagem fraca ou auto-rejeição.
3. Não permanecendo expostos em um ambiente onde as profecias estejam fluindo. Se
bebermos do rio por um tempo suficiente, também estaremos envolvidos.
4. Não vivendo na Palavra. Se a Palavra de Cristo não estiver habitando ricamente
numa pessoa, então o Espírito terá pouco que extrair dela. A nossa profundidade na
Palavra também será refletida nas nossas profecias.
5. Querendo-se começar do topo: o desejo de serem profundos ao invés de
permanecerem no que é simples. Uma pessoa que tenha mania de perfeição,
freqüentemente, desanima-se com facilidade neste ponto. Este pode, também ser um
fator de motivação que faz com que as pessoas tentem profetizar além de sua fé e
maturidade, ou que seja super dramáticas ou autoritárias ao profetizarem. Elas sentem
que a profundidade ou a maneira autoritária pela qual elas falam ou o volume e
entusiasmo com os quais elas falam tornarão a profecia mais importante e farão com
106
que ela tenha um maior impacto. No entanto, é a motivação das pessoas e o nível real
de unção que fazem a diferença.
Quais são alguns pontos práticos de sabedoria que devem governar o profetizar-
se na assembleia?
1) Abstenha-se de repreender, censurar ou açoitar as pessoas através de profecias. Isto
também se aplica a profecias extremamente negativas, ásperas ou sentenciosas.
2) Evite profetizar suas ênfases favoritas.
3) Evite a tentação de divulgar “um conselho pessoal” com relação a alguma
necessidade da qual por acaso, você esteja ciente.
4) Evite corrigir a liderança através de profecias.
5) Evite introduzir num culto uma direção totalmente nova através de profecias.
6) Evite “pregar” em longos períodos enquanto estiver profetizando, através de uma
elaboração ou expansão da mensagem depois que a unção deixar.
7) Evite profecias redundantes ou repetitivas. Quando a mente de Deus já foi
claramente comunicada através de várias mensagens, não tome a palavra para repeti-la,
mas deixe que ela permaneça clara, concisa e poderosa. A força das profecias é
dissolvida pela prolixidade.
8) Permaneça na harmonia e no curso que o culto esteja tomando. Não vá contra a
corrente. Isto frustra e obstrui a mensagem que o Senhor quer que seja expressa. Se um
conflito desenvolver-se e duas ou mais correntes separadas estiverem fluindo, então a
liderança deverá ter a responsabilidade de agir e dirigir a reunião, segundo o que eles
sintam que seja a direção do Espírito.
9) Abstenha-se de gritar, berrar, lamuriar-se ou de outros extremismos na voz e na
conduta. O ideal é o falar-se inspirativamente, porém, observando-se todas as leis
gerais de comunicação (boa gramática, pronunciação e tom bom, etc.). Isto é
simplesmente parte do fazer-se “tudo decentemente e com ordem”. O princípio de que
“o espírito do profeta está sujeito ao profeta” aplica-se aqui. Deus deixa que o homem
tenha um controle completo. O entregar-se a transes e êxtases ou a alguns estados onde
o controle seja perdido é o que os espíritas e outras seitas praticam. Um fruto do
Espírito é o autocontrole. Ele não toma; ao invés, Ele o dá.
10) Abstenha-se de injetar os seus próprios problemas pessoais tais como: mau humor,
pressões ou circunstâncias; um coração vazio, ira, impetuosidade, opiniões, etc.
11) É importante que qualquer elemento negativo seja expurgado do seu próprio
espírito. Evite falar sobre assuntos onde você saiba que você ainda tem um
envolvimento emocional negativo.
12) Abstenha-se de falar se você tiver uma mensagem turvada ou obscura. Se a
trombeta der som incerto, ela produzirá confusão (1 Co 14.23-40; 4.12).
13) Agarre-se à Palavra. Isto é especialmente importante para principiantes. Não nade
para muito longe da praia até que tenha certeza que o seu próprio navio esteja, em si
mesmo, bem estabelecido. O próprio Espírito parece restringir, até certo ponto, aos
principiantes a profetizarem a própria Palavra escrita com muito poucos comentários
adicionais. Assim sendo, Ele tira uma Palavra da Palavra, e faz com que ela se torne
viva para uma dada ocasião. Relacionado com isto, está o princípio de ficarmos dentro
107
da nossa medida da fé. O maior proveito possível será recebido de suas profecias
quando você estiver dentro dos limites de sua própria fé e maturidade (Rm 12.6).
Estas três categorias gerais de línguas podem ser, claramente, vistas nas
Escrituras:
1. Línguas que são faladas no momento em que recebemos o Batismo no
Espírito Santo. (At 2.4; 10.45-47; 19.6).
2. Línguas para uma comunhão Pessoal com Deus numa maneira contínua. (1
Co 14.1-4,15; Jd 20; Rm 8.26,27; Ef 6.18).
3. Línguas que são dadas na assembleia para uma comunicação ao Corpo e para
serem um sinal ao incrédulo (1 Co 12.10; 14.5; 14.21,22).
Foi a confusão destas três categorias de línguas que o Senhor procurou corrigir
na Igreja de Corinto. Aparentemente, alguns falavam em línguas demasiadamente nas
reuniões, sem que interpretações fossem dadas.
58
IVERSON, Dick. O ESPÍRITO SANTO HOJE. CURITIBA: COMUNIDADE CRISTÃ DE CURITIBA, p. 105-109.
108
Isto produzia confusão e abusos. Portanto, o Senhor, através de Paulo,
classificou-as para eles. Além disso, deveríamos entender que há três maneiras gerais
em que a Bíblia usa a palavra “dom” ou “graça”.
Paulo ensina que 99% de línguas são para um uso particular e pessoal na oração,
louvor e auto-edificação. Todavia, há aqueles a quem o Espírito move para que
levantem as suas vozes em línguas na assembleia, para que sejam, em seguida,
interpretadas, a fim de abençoarem ao povo.
109
Este foi o grande sinal durante o Pentecostes. Eles ouviram as pessoas falando,
sobrenaturalmente, em suas próprias línguas maternas. Este sinal proporcionou a
salvação de três mil judeus que foram obedientes.
Ainda que as línguas sejam um sinal, os incrédulos nem sempre as aceitam como
tal, especialmente se forem praticadas sem a ordem devida (todos falando ao mesmo
tempo - 1 Co 14.23). Eles dirão: “estais loucos”. Na verdade muitos cépticos e críticos
respondem desta maneira, até mesmo quando as línguas são praticadas no modo
apropriado. Muitos hoje igualam as línguas a uma tagarelice incoerente que é falada
num estado de loucura emocional ou psicológica. Isto é, exatamente, o que um grupo
de pessoas orgulhosas disse no dia de Pentecostes (At 2.13). Isto é exatamente, o que
Deus disse que os homens diriam.
110
Portanto, deve haver uma revelação sobrenatural, assim como a mensagem em línguas
foi sobrenatural. A interpretação deveria ser dada como uma resposta imediata à
mensagem em línguas.
111
As únicas línguas que Paulo disse que necessitam de interpretação são as faladas
na igreja com o propósito de comunicarem aos homens.
Geralmente, isto é evidente em si mesmo. Uma pessoa, durante o minguamento
da adoração, ou durante a oração e espera em Deus em silêncio, distintamente levanta a
sua voz por pouco tempo, falando numa língua que é desconhecida aos presentes. Esta
é a categoria entre a “variedade (tipos) de línguas” que necessita ser interpretada.
Basicamente, alguém que tenha recebido este dom deveria fazer a interpretação.
Pode ser outra pessoa, além daquela que esteja dando a mensagem em línguas (1 Co
14.27), ou pode ser a própria pessoa que falou a mensagem em línguas (1 Co 14.5-13).
Paulo parecia indicar em 1 Co 14.27, que, em qualquer reunião está de acordo com a
ordem que uma pessoa faça as interpretações. Uma versão traduz esta passagem assim:
“Que o mesmo intérprete explique a palavra a todos”. Parece que esta é uma tradução
fiel do propósito deste versículo no original.
Provavelmente, uma maior ênfase necessita ser colocada no dom de interpretação
de línguas. Parece que esta tem sido uma área de entendimento negligenciado no
passado. Na verdade, nem todos ou qualquer um deveria tentar exercitá-lo. As
tentativas de interpretação por aqueles que não receberam, especificamente, este dom
são, provavelmente, a causa de não haver um maior número de interpretações puras.
112
Um outro princípio é que sua voz e inspirações internas são suaves. É possível
que não as percebamos se supormos que elas sejam impressões ou impulsos humanos.
Freqüentemente, o Senhor move-Se fortemente e com grande clareza e certeza no
principiante. Porém isto pode diminuir à medida em que ele aprende mais sobre a fé e a
ter uma maior sensibilidade ao Espírito Santo.
59
IVERSON, Dick. O ESPÍRITO SANTO HOJE. CURITIBA: COMUNIDADE CRISTÃ DE CURITIBA, p. 111-114.
113
3) É um sinal de que a pessoa se arrependeu e recebeu o Espírito Santo. É o
sinal inicial do recebimento do Espírito Santo (At 2.4,38,39; 10.46,47; 19.6).
4) Para lidar com orgulho humano. Para entrar em contato com Deus o homem
deve tornar-se como uma criança (1 Co 1.18-31; Mt 18.2-5). Isto é parte do “opróbrio”
que carregamos (do ponto de vista do mundo e do nosso intelecto humano).
5) Para que Deus possa falar, sobrenaturalmente, aos homens (1 Co 12.10; 14.5;
13.22).
6) Para que os homens possam falar com Deus sobrenaturalmente (1 Co
14.2,16-18). Isto se refere à adoração (1 Co 14.15,16; At 2.11; 10.45,46).
7) Para edificarmos a nós mesmos (1 Co 14.4,15,16; Jd 20; Ef 6.18).
8) Para serem um sinal ao incrédulo (1 Co 14.22).
9) Para cumprirem profecias bíblicas (Is 28.11).
10) Isto é um sinal do crente (Mc 16.17; At 10.45,46; Jo 7.38,39; At 1.8).
A alma e o corpo, sem o auxílio, não estão equipados com as faculdades que
possibilitam uma completa expressão do espírito humano. O espírito recém nascido
comunica-se com o Senhor através da língua (linguagem) recém nascida.
A linguagem que a nossa alma conhece e os pensamentos que a nossa mente
pensa colocam grandes restrições na livre expressão do nosso espírito. O nosso espírito,
com o Espírito Santo nele habitando, transcende a alma e sempre requer um outro meio
de expressão, além daquele que a alma proporciona. É por isto que é de grande valor
que não limitemos as nossas orações e a nossa adoração ao que a mente compreende. É
uma vantagem ao invés de desvantagem que não saibamos o que estamos dizendo. Isto
faz com que as nossas capacidades mentais que são limitadas sejam ignoradas e nos
lança na esfera ilimitada do Espírito de Deus.
O orar em línguas é uma grande chave para o crente em seu caminhar no
Espírito. Este era um dos grandes segredos de Paulo (1 Co 14.18). Enquanto o nosso
espírito não estiver fluindo na oração, a nossa vida de oração não está nem “a meio
caminho andado”. Temos que aprender a nos entregar e a orar no Espírito para que
tenhamos uma vida de oração eficaz e alegre.
Através de nossa perseverança em, profundamente, usarmos as línguas em
nossas vidas privadas, o Espírito Santo, continuamente transmite poder e energia a todo
o nosso ser. Através desta avenida, Deus pode dar-nos revelações e um estímulo às
nossas mentes, permear todo o nosso sistema emocional com o Seu Espírito, além de,
continuamente influenciar a nossa vontade afim de que vivamos numa obediência
absoluta a Ele.
Também desta avenida, a nossa saúde física pode ser libertada e emergir do
Espírito que concede vida, e que está dentro de nós, os nossos corações são reavivados
e os violentos ataques de doenças e enfermidades são impedidos.
É por isto que Paulo ao colocar restrições e controles com relação a línguas na
assembleia, fez exatamente o oposto referindo-se ao seu uso privado. Ele encorajou o
uso copioso de línguas.
É através deste meio que podemos rejuvenescer e reanimar ao nosso homem
interior por completo (Is 40.29-31).
114
NOTA: Um outro aspecto da nossa auto edificação através de línguas é visto
através de um exame cuidadoso de 1 Co 14.5 o qual poderia, com toda validade, ser
interpretado assim: “Quisera que todos vós falásseis em línguas afim de que possais
profetizar...” (no grego, a construção destas sentenças pode expressar um propósito).
115
É o Espírito Santo que fala ou sou eu?
De certa maneira, são ambos, mas é de grande ajuda ao nosso entendimento que
compreendamos que temos que falar. Usamos os nossos próprios órgãos vocais por um
ato de nossas próprias vontades, cooperando com o Espírito Santo que nos está
movendo.
At 2.24. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar”. Observe
que “eles” é que falaram.
1 Co 14.15.“Orarei... com o Espírito...” “Cantarei... com o Espírito”.
Não é exatamente correto que digamos que o Espírito Santo fala em línguas. Ele
nos estimula e nós falamos em língua. Contudo, numa forma geral é apropriado que
digamos que o Espírito está falando através de nós. Este princípio é ilustrado nestas
duas referências:
At 13.2 “... disse o Espírito Santo...” (provavelmente através de um dos profetas
presentes).
1 Tm 4.1 “O Espírito afirma expressamente...” (contudo foi através de Paulo que
a mensagem veio na verdade).
O Subconsciente.60
CONSCIENTE
SUBCONSCIENTE
60
BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 79.
116
Seria impossível conservar tudo na memória ativa de modo que é “armazenado”
no inconsciente. Seu subconsciente contém todos os sentimentos, pensamentos,
motivações já registradas em sua vida. A mente já foi comparada a um “iceberg”.
A ponta que está de fora é a parte consciente, mas a parte submersa é sete vezes
maior, é o subconsciente.
61
http://site.suamente.com.br/mente-consciente-subconsciente-%E2%80%93-entendendo/.
62
http://site.suamente.com.br/mente-consciente-subconsciente-%E2%80%93-entendendo/.
117
Diz o Dr. Thomas A. Harris a respeito da mente consciente e subconsciente: “As
provas parecem indicar que tudo que esteve em nossa consciência é gerado com
detalhes e armazenado no cérebro e pode ser reproduzido no presente”. Muitas
respostas do passado são reproduzidas no presente se alguém nos toca uma ferida
psicológica.
A mente subconsciente tem muitas recordações doloridas, “Longe dos olhos,
longe do coração” não é válido aqui. O que é bloqueado de nossa memória consciente
ainda influencia e dá colorido ao nosso pensar e ações a menos que seja curado.
Se uma ferida emocional é profunda demais, a pessoa não pode simplesmente
usar a inteligência e a força de vontade para resolver o problema. Os problemas do
subconsciente são involuntários.
O subconsciente motiva nossas ações como a propaganda subliminar pode, sem
que o percebemos, afetar o tipo de coisas que compramos.
A vida de Deus está dentro de nós, devemos cooperar com Deus para que a sua
vida (zōē - ζωή) possa se manifestar em todas as facetas de nossa vida (Jo 12.24, 25).
O Espírito é a fonte de motivação; contudo, temos que obedecer e cooperar sem
esperarmos que Ele nos avassale e nos sobrepuje. Fazemos isto, estando totalmente
conscientes e com uma posse voluntária dos nossos sentidos.
63
BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 80.
118
É apropriado que os crentes orem ou adorem em línguas juntos ao mesmo
tempo?
119
deveriam ser feitos em unidade e com o único propósito de adorar a Deus ou orar. O
ponto principal é, essencialmente: “com quem temos o propósito de comunicarmo-nos,
Deus ou o homem?”.
Os dons e o amor 64
DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS
O NASCIMENTO DOS MINISTÉRIOS NA IGREJA 65
64
MORENO, José A. Peraçoli. Desperte o Poder do Alto. 1ª ed. Olinda, PE: Editora livro Rápido, 2008, p. 65.
65
ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 322-
324.
120
A segunda corrente ministerial depende da cultura greco-romana e consta de
bispos (prefeitos, diretores, gestores, administradores) e diáconos (domésticos, criados,
servos) que são dois termos profanos. Designam determinadas funções da sociedade
romana, sem, todavia serem cargos institucionais no sentido que os da tradição hebraica
possuem. Os bispos tinham uma função de inspetor, vigia ou administrador; eram os
altos funcionários, que controlavam as cidades com funções diretivas.
ESTRUTURA ECLESIÁSTICA 67
Examinando as Escrituras Sagradas, encontramos duas estruturas que sustentam a
Igreja:
A Estrutura Funcional, composta de bispos, presbíteros, diáconos e discípulos
(1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9);
A Estrutura Ministerial, composta de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores
e mestres, e os demais dons ministeriais (Ef 4.11; 1 Co 12.28).
(a) Na Estrutura Funcional. A fim de poder exercer uma função na Igreja, todo
cristão deve preencher as qualificações exigidas pela Palavra de Deus:
O bispo – 1 Tm 3.1-7
O presbítero – Tt 1.5-9
O diácono – 1 Tm 3.8-13
O discípulo – Atos 2.42; 1 Co 11.2
66
ESTRADA, Juan Antonio Op. Cit., p. 326.
67
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 56,57.
121
rebanho de Deus (1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 2.2). Os diáconos são a provisão de Deus para
a supervisão dos aspectos naturais da Igreja local (At 6.3-6; 1 Tm 3.8-13).
A palavra “presbítero” é uma transliteração da palavra grega “PRESBYTEROS”
(πρεσβύτερος). Esta palavra simplesmente significa “idoso” ou “velho”. Na Igreja do
N.T. este termo é usado especialmente para designar um homem que é o oposto do
neófito. Portanto a palavra “presbítero” descreve um homem e não um ofício.
Duas palavras que são geralmente confundidas com a palavra “presbítero” são
palavras “bispo” e “pastor”. Quando verificamos a relação destas palavras no N.T., não
há mais necessidade de confusão. A palavra “bispo” descreve um ofício (At 1.20) ou a
posição que o presbítero ocupa. A palavra “pastor”, que tem a conotação de
alimentador ou apascentador, descreve o trabalho que realiza o presbítero, no ofício de
bispo. Para melhor ilustrar esta diferença, note os versículos bíblicos seguintes, nos
quais estes termos são usados:
At 20.17,28: De Mileto mandou a Éfeso chamar os presbíteros
(πρεσβυτέρους) da igreja... Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o
Espírito Santo vos constituiu bispos (ἐπισκόπους), para pastoreardes (ποιµαίνειν) a
igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue.
1Pe 5.1,2: Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu,... pastoreai o rebanho
de Deus que há entre vós.
Tt 1.5-7 ... para que ... constituísses presbíteros, conforme te prescrevi... que o
bispo seja irrepreensível...
1 Pe 2.25. Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos
convertestes ao Pastor e Bispo das vossas almas.
Essas três denominações são aplicadas aos mesmos irmãos plurais e co-iguais por
Paulo e Lucas em Atos 20 e por Pedro em 1 Pedro 5.
De Mileto (Paulo) mandou a Éfeso chamar os presbíteros (presbuteron no
grego) da Igreja (At 20.17). A respeito desses idênticos homens, Paulo declara em v.
28: sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos (ou superintendentes; no grego,
episkópous - ἐπισκόπους).
Paulo ainda instrui esses presbíteros, esses bispos, a pastorear (no grego,
ποιµαίνω - poimainō) a igreja de Deus. E a respeito desses mesmos homens que Paulo
escreve posteriormente em Efésios 4.11: E Ele mesmo concedeu uns... para pastores
(ποιµήν -poimen, no grego) com vistas ao aperfeiçoamento dos santos.
122
A estrutura funcional: o diácono 68
68
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 57,58.
69
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 57,58
70
MORENO, José . Op. Cit., p. 59,60.
123
“Bispo”, no original grego, significa: “aquele que olha de cima”. Ele é um
ministro ordenado e consagrado para supervisionar a obra de Deus. É um presbítero,
atuando como primus inter pares (primeiro entre seus iguais), ou seja, exercendo a
função de supervisor do presbitério.
Do ponto de vista estritamente bíblico, os termos "bispo“ e "presbítero" são
intercambiáveis e podem aplicar-se ao mesmo homem ou a homens com funções
idênticas ou muito parecidas. O bispo é designado para exercer funções de chefia ou
superintendência. Todo bispo é presbítero (comparar os versículos 17 e 28 de At 20;
ver também: Tt 1.6-7), mas, obviamente, nem todo presbítero é bispo.
O bispo é o pastor principal da diocese e como tal a pastoreia (At 20.28).
Tradicionalmente, ele tem atuado como pastor de pastores (os presbíteros e os
diáconos), tornando-se um conselheiro para eles e um pai espiritual, exercendo
autoridade e disciplina no que se refere às suas vidas e ministérios.
Na igreja primitiva, sob o governo apostólico, aquilo que depois se tornou a
função de um bispo, era realizado por um apóstolo. Paulo teve que disciplinar um outro
apóstolo (Pedro) e certamente o fez investido da autoridade "daquele que olha de cima"
(o bispo) – Gl 2.11-14.
124
DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS (1 Co 12.5)
Estes ministérios foram dados por Deus, e são todos necessários para que os
propósitos de Deus sejam cumpridos na Terra. Um dos cinco não é suficiente.
Precisamos de tudo que Deus tem providenciado. O desejo de Cristo é ter uma Igreja
Gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.17) , e Ele providenciou o ministério quíntuplo
para este plano soberano em Seu povo - até que todos cheguemos à unidade da Fé (Ef
4.13). Enquanto este objetivo não for atingido, enquanto não chegarmos à perfeita
varonilidade, podemos esperar que estes ministérios sejam importantes e funcionem na
igreja de Jesus Cristo. Eles não foram dados apenas para uma época apostólica em
particular, mas foram dados à Igreja, até o tempo em que a Igreja chegue à medida da
estatura da Plenitude de Cristo (Ef 4.13).
Apóstolos de Fundação 71
Os apóstolos do Novo Testamento tinham um tipo singular de autoridade na
igreja primitiva: autoridade para falar e escrever palavras que eram “palavras de Deus”
em sentido absoluto. Não acreditar neles ou desobedecer a eles era o mesmo que não
crer em Deus e desobedecer a Deus. Os apóstolos, portanto, tinham autoridade para
escrever palavras que se tornaram palavras da Bíblia. Este fato por si só nos sugere que
havia algo de singular no ofício de apóstolo, e não esperaríamos que ele continuasse
hoje, porque atualmente ninguém pode acrescentar palavras à Bíblia e tê-las na conta
de palavras de Deus ou como parte das Escrituras.
71
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 760—764.
125
IGREJA
OS DONS
MINISTERIAIS
OS 12 APÓSTOLOS
JESUS
O próprio Novo Testamento possui três versículos nos quais a palavra apóstolo
(gr. apóstolos - ἀποστόλος) é usada em um sentido amplo, não para se referir a
qualquer ofício específico na igreja, mas simplesmente com o sentido de “mensageiro”.
Em Filipenses 2.25, Paulo chama Epafrodito “vosso mensageiro (apóstolos) e vosso
auxiliar nas minhas necessidades”; em 2 Co 8.23, Paulo refere-se àqueles que
acompanharam a oferta que ele estava levando para Jerusalém como “mensageiros
[apostoloi] das igrejas”; e em João 13.16, Jesus diz: “...nem é o enviado [apóstolos]
maior do que aquele que o enviou”.
Mas há outro sentido para a palavra apóstolo. Com freqüência muito maior no
Novo Testamento refere-se a um ofício especial, “apóstolo de Jesus Cristo”. Nesse
sentido estrito do termo, não há mais apóstolos hoje, e não devemos esperar mais
nenhum apóstolo. A razão disso baseia-se no que o Novo Testamento diz sobre as
qualificações de um apóstolo e sobre quem foram eles.
126
sentido restrito, que é o mais comum no Novo Testamento, refere-se a um ofício
específico, “apóstolo de Jesus Cristo”. Esses apóstolos tinham autoridade única
para fundar e liderar a igreja primitiva e podiam falar e escrever a palavra de
Deus. Muitas de suas palavras escritas tornaram-se as Escrituras do Novo
Testamento.
O ministério do apóstolo parece ser lançar o alicerce de igrejas locais (Ef 2.20).
Ao fazê-lo, eles estabelecem novas assembleias que já estavam estabelecidas, mas
precisavam ser melhor alicerçadas.
O apóstolo tem o equipamento sobrenatural chamado “governo” (1 Co 12.28).
O missionário que é realmente chamado por Deus e enviado pelo Espírito Santo
é um apóstolo.
O Novo Testamento nunca menciona os missionários mas, o cargo de
missionário não deixa de ser importante. Está incluído aqui no cargo de apóstolo.
O missionário terá a capacidade dada por Deus de todos os Dons Ministeriais:
1. Fará o trabalho do Evangelista. Levará as pessoas à salvação.
2. Fará a obra do Mestre. Ensinará as pessoas e os firmará na Fé.
3. Fará a obra do Pastor. Pastoreará por algum tempo essas mesmas pessoas.
Ao estudarmos de perto a vida do apóstolo Paulo, notamos que ele disse que
nunca edificou em alicerce deitado por outra pessoa. Esforçava-se para pregar o
Evangelho onde Cristo ainda não fora proclamado (Rm 15.20), e sempre permanecia
numa localidade entre seis meses a três anos.
Sua vocação principal não era ser pastor, mas permanecia no local por um tempo
suficiente para deixar seus convertidos firmados na Verdade antes de ir para outro
lugar.
Algumas características do ministério apostólico:
a) Ele é caracterizado por humildade (1 Co 4.9; 2 Co 10.18; 1 Co 12.12).
b) Ele se sacrifica (2 Co 11.22-29; 1 Co 4.9-13)
c) O seu ministério é acompanhado por sinais e maravilhas (2 Co 12.12).
d) Ele é paciente (2 Co 12.12).
e) Ele é estabelecido no Corpo por Deus, e não pelo homem (1 Co 12.28)
f) Ele não é dominador sobre o rebanho (2 Co 1.24; 1 Pe 5.3).
g) Ele precisa produzir fruto apostólico (1 Co 9.1,2).
Alguns se perguntam se existem apóstolos hoje. Ninguém, nem sequer Paulo,
poderia ser um apóstolo no mesmo sentido dos DOZE originais. Havia somente “doze
apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14).
As qualificações deles (12) foram delineadas em At 1.21,22, quando então os 11
apóstolos selecionaram um apóstolo para ocupar o lugar de Judas Iscariotes. Vemos,
que para ser um dos Doze apóstolos do Cordeiro, era necessário ter acompanhado os
Doze Apóstolos originais e Jesus durante o período inteiro do Seu ministério de três
anos e meio (Paulo não estava com eles). Mesmo assim, hoje existem apóstolos no
sentido de Barnabé, Paulo, e ou terem sido apóstolos.
Ef 4.11. E Ele mesmo concedeu uns para APÓSTOLOS... Se Deus tivesse tirado
esse ministério, ou qualquer outro, fora dessa lista, a Bíblia deveria nos ter informado.
Todos os dons do ministério foram dados com vista ao aperfeiçoamento dos santos para
127
o desempenho do ministério, e para edificação do Corpo de Cristo. Esses dons incluem
os apóstolos.
128
Muitos supõem que o profeta não faz nada a não ser profetizar. Mas o principal
ministério do profeta é PREGAR e ENSINAR a Palavra de Deus.
João Batista era um grande profeta, todavia não há nenhum registro de nenhuma
profecia a não ser que após ele viria o Messias. Mas João pregou a mensagem do
Reino.
Aconselho os irmãos a lerem os livros de Kenneth Hagin: “Compreendendo a
UNÇÃO”; “ELE concedeu Dons aos Homens”; “Os Dons do Ministério”.
Um pequeno exemplo: “Um dia na congregação da Assembleia de Deus em
Manaus no bairro chamado São Jorge, estava pregando uma mensagem e no meio
desta, uma jovem entrou no templo, e neste momento me veio uma palavra de
conhecimento - O Espírito Santo revelou-me que aquela moça pretendia dar fim a sua
vida. Passei então a narrar para aquela igreja local e para aquela jovem o que me vinha
ao meu espírito; ela veio chorando a frente e confirmou tudo aquilo que o Senhor
estava revelando”.
Todos estes ministérios são susceptíveis de abusos por parte dos homens. Há
falsos apóstolos que se autonomeiam, explorando o povo de Deus (2Co 11.11-15). Há
falsos profetas, que profetizam do seu próprio coração (At 13.6). Há falsos evangelistas
que enganam o povo de Deus com métodos antibíblicos e engodos. Há falsos mestres
que introduzem “heresias” destruidoras (2Pe 2.1). Há falsos pastores que são
mercenários, e não amam as ovelhas, e tosquiam o povo de Deus (Ez 34.1). Por toda a
131
Bíblia há severas advertências contra esses tipos de coisas. Devemos rescindir os falsos
ministérios, todavia devemos tomar cuidado para não rejeitar os verdadeiros
ministérios.
DIVERSIDADES DE OPERAÇÕES
DIVERSIDADES DE OPERAÇÕES (1Co 12.6)
72
JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.70.
73
Ibid.
132
O SIGNIFICADO DOS MILAGRES 74
133
Sodoma e Gomorra. O evento foi extraordinário não porque envolveu uma violação da
lei natural, mas porque o Senhor o profetizou para Abraão (Gn 18) e explicou que
estava prestes a causá-lo em razão dos pecados dos habitantes dessas cidades. A
significância religiosa é que Deus é o Juiz moral do nosso universo e que Ele punirá os
pecados.
Termos bíblicos para milagres nos ajudam a identificar sua significância
religiosa. Uma coisa que nos ajudará a determinar a significância dos milagres é o
vocabulário usado para descrevê-los.
134
“Certamente me lembrarei das maravilhas da Antigüidade”. (Sl 77.11) Eliú convida-
nos a considerarmos as suas maravilhas – “Considera as maravilhas de Deus” (Jó
34.14,16).
As maravilhas, denominadas Pēlē’s, implicam peculiaridade reservada a Deus.
Os milagres, denominados Pēlē’s, estão potencialmente nele, devendo ser atribuídos
somente a Ele (Ex 15.11; Sl 136.4).
Segundo a terminologia e etimologia hebraica os milagres são sinais, portentos e
maravilhas. Os sinais são milagres educativos, elementos didáticos d’Aquele que criou
e governa todas as cousas. Os portentos são milagres de poder, de exuberância, de
superabundância de capacidade. As maravilhas são milagres peculiares, exclusivos,
inconfundíveis, que trazem sobre si o selo de Deus.
Desde o princípio, quando Moisés e Arão foram ordenados por Deus para realizarem
seus “MÔFETS” (milagres) diante de Faraó (Ex 4.21: �הַ מֹּֽ פְ ִתים- hamôfetim), até o uso final,
os “MÔFETS” são uma demonstração de poderes extraordinários.�
De maneira sucinta, poderíamos dizer que a singularidade do uso do termo, refere-se: a
acontecimentos onde a mão de Javé esteve presente, aos acontecimentos do Egito, aludidos
tanto ao presente, como ao passado (Ex 4.21; 7.3; 11.9; Dt. 4.34; 6.22, 26.8), em seguida
refere-se ao que Deus fez no meio de Israel (Is 8.18), e finalmente, ao que Deus fará no futuro
(JI 2.30). Os “MÔFÊTS”, atos sobrenaturais do Deus de Israel são incomparáveis, são feitos
grandiosos, pois “só Ele” pode realizar, estas grandes e terríveis cousas diante dos olhos
humanos (Dt 10.21). Os “MÔFÊTS”, são singulares, são grandes e terríveis pela atuação do
único que pode realizá-los, de Javé.
135
Entre os termos usados para designar-se o milagre, encontramos a palavra ÔT
( )אוֹתque é geralmente traduzida por “sinal”. Esta palavra dentro da etimologia
hebraica tem sua origem na narrativa da criação, quando Deus, após haver criado os
luminares, declara que os havia colocado como sinais (“milagres”) dos tempos, o sol, a
lua, e as estrelas (Gn 1.14). A expressão usada é MÊÔRÔT ( ) ְמאֹ רֹ תpara “sinais”. Esta
palavra aparece pela ultima vez, referindo-se ao sábado, quando o próprio Deus, afirma
tê-lo dado ao povo de Israel também como “sinal”, entre Ele e o povo (Ez 20.20 )לְ אוֹת.
Os ÔTS recebem vários significados nas páginas do Velho Testamento. Entre
estes, destacam-se dois. O significado conseqüente do uso natural da palavra e o
sobrenatural. O uso natural, refere-se sempre a algum elemento, físico ou espiritual,
escolhido por Deus para testemunho entre Ele e o Seu povo. Este elemento, que pode
ser denominado como objeto do milagre, deveria servir de “memorial” aos que haviam
recebido benefícios divinos, feito um pacto com Deus, ou ainda, haviam recebido urna
ordem objetiva dEle. Os ÔTS são usados especialmente referindo-se: a colocação dos
luminares como determinantes do tempo (Gn 1.14), a circuncisão dos primogênitos (Gn
17.11 )לְ אוֹת, a aspersão do sangue pascal (Ex 12.13 )לְ אוֹת, a institucionalização do
sábado (Ez 20.20 )לְ אוֹת, a obrigação de conhecimento da lei (Dt 6.8 )לְ אוֹת, a pessoa do
profeta (Ez 24.27). É importante observar que estes acontecimentos possuem o caráter
de peculiaridade; somente o povo de Deus ou o escolhido por Ele podem usufruir deste
milagre.
‘Ot ()אוֹת. Esta palavra hebraica significa “sinal milagroso”. Tem uma grande
variedade de significados. A palavra é usada para designar os corpos celestiais como
“sinais” que distinguem as estações (Gn 1.14) e para designar uma insígnia ou um
estandarte (Nm 2.2). No entanto, quase todas as suas 80 ocorrências no Antigo
Testamento hebraico incorporam o significado de sinais milagrosos, indicando um ato
claro e inconfundível de Deus. Como visto acima, ot é freqüentemente usado com
mofet, e as duas palavras juntas são traduzi das como “sinais e prodígios”.
136
Várias outras palavras hebraicas são usadas para descrever milagres. Por
exemplo, milagres são “poderosos feitos” (yalla) ou “poderes miraculosos” (giborah)
que são obras inconfundíveis (maasheh) de Deus. Examinaremos essas palavras
hebraicas com maiores detalhes à medida que estudarmos cada milagre na Bíblia.
137
4. Acalmando a Tempestade (Mc 6.45-52).
5. Pescando aonde não havia peixe (Jo 21.5-12).
6. Pedro encontrando dinheiro na boca do peixe (Mt 17.27).
7. A libertação dos apóstolos e outros (At 12.1-17; 16.25-40; 5.17-25).
8. A transladação de Felipe de Gaza a Azoto (At 8.39-40). Azoto fica 32 Km
ao norte de Gaza.
9. A cegueira temporária de Elimas (At 13.8-12).
10. Paulo picado pela cobra nada sofreu (At 28.3-6).
DIVERSIDADES DE MEMBROS
138
honra àquilo que menos tinha, 25 para que não haja divisão no corpo; pelo contrário,
cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. 26 De maneira
que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele
todos se regozijam. 27 Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros
desse corpo.
INSPIRAÇÃO 76
76
PINHO, G. de A. Apostila de Antropologia. São José dos Campos - SP.
139
Espírito Santo. O homem inspirado por Deus passa a ser um canal de ligação entre
Deus e o mundo.
1. A CADEIA SEQÜENCIAL DE INSPIRAÇÃO DIVINA:
1.1. O Corpo é:
a) Matéria orgânica;
b) Invólucro da alma e do espírito, e portanto o instrumento da alma para
o homem se relacionar com o mundo;
c) Templo do Espírito Santo.
1.2. A alma é:
a) Vida do corpo;
b) Personalidade do indivíduo, ou seja uma interação de instintos,
sentimentos, sentidos, intelecto e vontade;
c) Auto-consciência do Indivíduo, com suas funções analítica, descritiva e
impulsiva.
1.3. O espírito é:
a) O comunicador da alma ao corpo;
b) A consciência moral do homem, com suas funções conectivas e morais;
c) O elemento de ligação entre Deus e o homem, e entre o homem e Deus.
Quando o homem se liga com Deus, a cadeia de ligação pode nascer no intelecto
humano, portanto na alma, ou na própria função conectiva do espírito (intuição). Se
nascer no intelecto, daí passa à vontade (pois o homem deve querer se ligar com Deus),
da vontade passa à função descritiva (que pode restringir ou não) e daí à função
impulsiva que a impulsiona ao espírito, e daí através da adoração, meditação ou
serviço, chega ao Espírito Santo, e dele a Deus.
A ligação Deus-homem faz um caminho inverso. Começa no Espírito Santo e
penetra no espírito humano, através da inspiração e função conectiva, chegando então
na alma, onde é impulsionada pela função impulsiva e depois pela função descritiva, e
daí passa à vontade (pois o homem deve permitir que Deus se ligue com ele) e da
vontade vai atuar no intelecto ou nos demais atributos da personalidade. A alma
transferirá ao corpo as manifestações inspirativas, e esse por sua vez as demonstrará ao
mundo físico através das diferentes formas de manifestações da inspiração divina como
veremos a seguir.
Deus tem diversas formas de falar aos seus servos (Hb 1.1; At 10.9-17). No texto
de At 10.9-17 veremos que Pedro teve um êxtase (Ekstasis - ἔκστασις). O
significado específico de êxtase é quando a consciência deixa parcial ou totalmente, de
operar, através da influência do poder divino. É quando os sentidos humanos ficam
temporariamente suspensos e entramos na dimensão do Espírito.
140
Seguido do êxtase vieram outras manifestações inspirativas: “Pedro viu o céu
aberto”; ouviu uma voz e ficou perplexo (dieporei).
141
há a possessão mental da pessoa e de tal maneira que é levada a um grande desgaste
físico e mental, quando não chega até mesmo a um desequilíbrio da personalidade.
5. Inspiração Motora ou Ativa - É quando a ação inspirativa do Espírito Santo
nos leva alguma ação (Gn 41.8-38; Ex 31.1-4,5; 35.34; Jz 3.10,11; 13.25; 15.14-20; 1
Sm 16.13-23; At 8.4-7,39,40).
Desses cinco tipos de inspiração mental até agora mencionados, são os três
últimos (e em especial a inspiração oral) que mais nos chamam a atenção por três
motivos: (1) Em primeiro lugar pelo nível de familiaridade que o crente deve ter com o
Espírito Santo. (2) Em segundo lugar pela autoridade conferida àquele que fala, isto é,
o crente fala com autoridade espiritual, que o ouvinte perceberá nitidamente que é Deus
falando através do homem e não homem apenas, ele é profeta de Deus (em grego
‘προφήτης’ pro quer dizer “no lugar de” e phētēs, do verbo phemi quer dizer “falar”,
portando profeta - é aquele que fala em lugar de alguém, e esse alguém é Deus). (3) Em
terceiro lugar pela própria impressão que deixa nos ouvintes.
Todos esses cinco tipos de inspiração mental admitem desenvolvimento de
acordo com o próprio exercício da fé, mas há um outro tipo de inspiração mental que
não admite gradação, a PLENÁRIA.
142
Quanto ao tempo, ao cânon bíblico já foi encerrado e completo desde os dias
apostólicos, e ninguém pode acrescentar-lhe ou subtrair-lhe coisa alguma sob a pena de
cair na maldição de Deus (Ap 22.18,19). Apesar de ter sido escrita a tantos séculos e
numa época tão diferente dos nossos dias, a bíblia é sempre atual.
COMO O CÂNON BÍBLICO JÁ ESTÁ ENCERRADO, NÃO EXISTE MAIS
EM NOSSOS DIAS A “INSPIRAÇÃO PLENÁRIA”.
2.2. AUDIÇÃO
Dentre todos os meios de Deus falar com os seus servos, a forma audível talvez
seja a que mais deixa os crentes surpresos, e até mesmo assustados, ao descobrirem que
Deus fala de uma maneira clara, audível e real. Em Ex 33.11 lemos que o Senhor falava
com Moisés cara a cara, casos idênticos ocorrem com Josué (Js 5.13-15), Gideão (Jz
6.12-23), Samuel (1 Sm 3.1-14), Elias (1 Rs 19.12-18), Isaías (Is 6.8-13), Jeremias (Jr
1.4-10), Ezequiel (Ez 2.1,2), Habacuque (Hc 2.2), os apóstolos (Mt 17.5,6), Paulo (At
9.5), João (Ap 1.11), etc... Só a expressão “assim diz o Senhor” e outras semelhantes,
ocorrem na Bíblia aproximadamente 2.600 vezes.
143
2.3. VISÃO
Outra forma bíblica de Deus se revelar ao homem é por meio de Visões. Esse
método de inspiração é tão antigo e difundido que os primeiros profetas eram
chamados de videntes (1 Sm 9.9). As visões muitas vezes estão associadas ao êxtase,
não porque o vidente fique fora de si, mas sim porque normalmente fica extático,
parado, adormecido. Por essa mesma razão, muitas vezes as visões estão associadas aos
sonhos (Nm 24.4,16; At 22.17,18).
144
mensagem seja entendida pelo próprio homem e considerando-se ainda que é o
intelecto um dos principais bloqueadores da inspiração divina, pois o homem
plenamente consciente mantém controle de si mesmo; ao dormirmos não temos mais o
pleno controle de nosso intelecto e portanto não conseguimos nos dominar, e ao mesmo
tempo não estamos totalmente inconscientes e portanto podemos receber algo em nosso
intelecto. Justamente por estarmos em estado de semiconsciência e também porque os
sonhos estão intimamente associados às nossas experiências espirituais, os sonhos
espirituais aparecem em forma de figuras e símbolos e sem uma forma ordenada,
havendo necessidade de que os mesmos sejam interpretados a fim de sua mensagem se
aclarar.
Desde os dias mais antigos, os profetas recebiam as suas mensagens por meio de
sonhos (1 Sm 9.9; Jr 23.28) e Deus se revela assim para pessoas crentes (Gn 46.2; Jó
7.14; 20.8; 33.14,15) e até para descrentes (Gn 40.8-13; 41.25-32; Dn 2.28). Quando a
pessoa não entende o sonho, recorre à interpretação (Dn 2.3,4,16,19). Vale acrescentar
que a interpretação do nosso sonho também vem de maneira inspirada pelo dom da
Palavra da Sabedoria (Dn 1.17; 1 Co 12.8) e não por meio de regras fixas como fazem
os “interpretadores profissionais” que andam por aí. Contudo devemos observar que
assim como uma língua estranha falada por um servo de Deus, pode ser entendida por
alguém que conhece, do mesmo modo o sonho pode ser interpretado por regras gerais
de interpretação bíblica, conhecendo-se a linguagem figurada e os símbolos da bíblia;
mas assim como as línguas são em geral desconhecidas e interpretadas somente pela fé,
do mesmo modo os sonhos em geral não são inteligíveis, sendo interpretados somente
pela fé.
2.4. INTUIÇÃO
145
formas de inspiração até agora estudadas, estão sujeitas a desenvolvimento em função
da Fé.
A intuição é uma forma de conhecimento empírico e espiritual, não adquirido
pelas atividades analíticas do intelecto, e também independente das sensações da alma
e de influências externas. A intuição é resultante da ação do Espírito Santo sobre a
sensibilidade espiritual do homem que segundo a cadeia inspirativa irá atuar sobre a
alma, em especial sobre os seus atributos personalísticos, que são: os instintos, os
sentimentos, os sentidos e até mesmo sobre o intelecto. A definição segundo o
dicionário do MEC é a seguinte: “é a percepção clara, direta e imediata, de verdades
sem a necessidade da intervenção do raciocínio”.
146
especial as mulheres, enquanto que os homens já são mais retraídos nos seus próprios
sentimentos então é de se esperar que uns inibam esse tipo de inspiração enquanto que
outros exagerem, dando vazão aos sentimentos da carne e achando que estão sendo
usados por Deus. Vale acrescentar aqui que o estado do espírito pode atuar de tal modo
sobre a personalidade (que é basicamente atribuição da alma) que a Bíblia pode se
referir a indivíduos dando-lhes no seu todo atributos que são do Espírito.
Concluindo podemos dizer que a comoção é uma alteração sentimental podendo
até mesmo chegar a perturbação e algumas vezes ao desequilíbrio, com claras
manifestações físicas, principalmente: alegria imensa (Lc 1.47), tristeza profunda (Sl
34.18), insatisfação (At 17.16; Mc 8.12), dor (Mt 14.14; Lc 10.33;15.20), medo (Jo
12.27), perturbação (Jo 11.33;13.21; At 16.16-18; 2 Co 2.13), quebrantamento (Sl
51.17), perplexidade (At 10.7).
147
A visão de Daniel foi tão tremenda que o seu corpo não resistiu. Por isto, ele desfalece.
Observa-se aqui que não foi por uma ação direta do Espírito Santo que Daniel
“desmaiou”. O seu corpo (físico) é que estava com dificuldades para conceber uma
presença tão poderosa do Poder de Deus: “E não ficou força em mim; desfigurou-se a
feição do meu rosto, e não retive força alguma” (Dn 10.8). “Nas Sagradas Escrituras, o
cair no Espírito não chega a ser um fenômeno; é mais uma reação reverente diante do
sobrenatural. Registra-se apenas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, 11
casos de pessoas que caíram prostradas, com o rosto em terra, em sinal de adoração a
Deus. E tais casos não se constituem num histórico; são episódicos isolados. Não têm
foro de doutrina, nem argumentos para se alicerçar um costume, nem para se
reivindicar uma liturgia; não podem sacramentar alguma prática”.77
Em que circunstâncias deram-se os diversos casos de cair por terra nos relatos
bíblicos:
1. A força de uma visão nitidamente celestial.
77
MARTINEZ, J. F. O Cair no Espírito. http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-
BR&article=934&menu=7&submenu.
148
2. O impacto de um encontro com Deus.
Além das visões, certos encontros com Deus, tanto no Antigo como no Novo
Testamento, levaram à prostração. Mencione-se, por exemplo, o que aconteceu a Saulo
no caminho de Damasco. O encontro com Jesus foi tão formidável, que forçou o
implacável perseguidor a cair por terra, e a reconhecer a autoridade e a soberania do
Filho de Deus: “E caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que
me persegues?” (At 9.4). Como nos casos anteriores, nada havia sido programado.
Saulo foi levado a recurvar-se em virtude da sublimidade do Senhor Jesus. Noutras
ocasiões, porém, os encontros com Deus deram-se de maneira suave. A entrevista de
Natanael com Jesus é um exemplo bastante típico dessa suavidade tão santa. O que
também dizer do encontro de Gideão com o anjo do Senhor? Ou do encontro de
Jeremias com Jeová? Este encontro veio na medida certa; veio de acordo com o caráter
suave e melancólico do profeta. Mas tivesse Jeremias o temperamento colérico de
Paulo, certamente o Senhor teria agido com impacto para que o vaso fosse quebrado e
moldado conforme a sua vontade. Como se vê, as experiências variam de acordo com
as circunstâncias e a personalidade das pessoas envolvidas no plano de Deus.
A autoridade do nome de Cristo é mais que suficiente para fazer com que todos
os joelhos dobrem-se diante de si. Aliás, chegará o momento em que todos os seres,
quer nos céus, quer na terra, quer sob a terra, hão de se curvar diante da infinita
grandeza do nome do Senhor Jesus: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e
lhe deu um nome que é sobre todo o nome para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.9,10).
Na noite de sua paixão, o Senhor demonstrou quão grande era a sua autoridade:
“Quando, pois, (Jesus) lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra” (Jo 18.6). Ao
contrário dos casos anteriores, nessa passagem quem cai por terra são os ímpios.
Recurvam-se estes não em sinal de reverência a Deus, mas em razão da autoridade e
soberania irresistíveis de Cristo. Caso semelhante ocorreu com Ananias e Safira.
Ambos caíram por terra em decorrência de sua iniqüidade: “Disse então Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e
retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não
estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos
homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo estas palavras caiu e expirou. E um grande
temor veio sobre todos os que isto ouviram” (At 5.3-5). Casos como esses não são
raros. Em nossos dias, muitos são os ímpios que, por se levantarem contra os
escolhidos do Senhor, caem por terra e, às vezes, fulminados. Noutras ocasiões, porém,
o Senhor revelou-se de maneira tão suave, que se faz homem diante dos homens. Que
encontro mais doce do que aquele que se deu junto ao poço de Jacó? O Senhor revela-
se de maneira surpreendentemente afável à mulher samaritana. E a experiência de
Nicodemos? Ou a de Zaqueu?
149
Daquilo que até agora vimos acerca do “cair no Espírito” podemos tirar as
seguintes conclusões, tendo sempre como base as Sagradas Escrituras:
1. Não se pode realçar a experiência, nem guindá-la a uma posição superior à
da Palavra de Deus. A experiência é importante, mas varia de pessoa para pessoa;
cada experiência é uma experiência; tem suas particularidades. A experiência tem de
estar submissa à doutrina, e não há de modificar, por mais extraordinária que seja,
nenhum artigo de fé.
2. O cair por terra não pode ser visto nem como evidência da plenitude do
Espírito Santo, nem como sinal de uma vida consagrada. A evidência do batismo no
Espírito Santo são as línguas estranhas; e a vida consagrada tem como característica o
fruto do Espírito. O cair por terra pode ser admitido, no máximo, como reação
esporádica de alguma visitação dos céus. Se provocado, ou repetido, deixa de ser
reação para tornar-se liturgia.
3. Caso ocorra alguma prostração, deve-se fazer as seguintes perguntas: 1)
Qual a sua procedência? 2) Teve como objetivo promover o homem ou glorificar a
Deus? 3) Foi usada para catalisar a atenção dos presentes? 4) Foi provocada por
sopros, toques ou por algum objeto lançado no auditório? 5) Houve sugestão
coletiva? 6) Prejudicou a boa ordem e a decência da igreja? 7) Conta com o respaldo
bíblico suficiente? 8) Tornou-se o centro do culto?
4. Devemos estar sempre atentos, pois o adversário também opera sinais
espetaculares com o objetivo de enganar os escolhidos: “Surgirão falsos cristos e
falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora,
enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24).
5. Nos diversos exemplos de prostração que fomos buscar na Bíblia,
observamos o seguinte: Os personagens que se prostraram, ou foram prostrados, em
virtude de alguma experiência sobrenatural, caíram em reação ao poder de Deus. Não
era algo programado, nem ministro algum induzira-os a cair. Ou seja: ninguém
precisou soprar neles ou neles tocar para que caíssem. Tais modismos têm levado a
irreverência e a bizarria ao seio do povo de Deus. Há alguns que se tornaram tão
ousados que jogam até os seus paletós a fim de provocar prostrações coletivas. Isto é
um absurdo! É antibíblico!
6. Os casos de prostração narrados na Bíblia deram-se em virtude da
reverência e temor que os já citados personagens sentiram ao presenciar a glória
divina. No Novo Testamento, o termo usado para prostração é prosekynēsan
(proseku/nhsan) que, no original, significa: cair por terra em sinal de devoção. Em
Apocalipse 5.14, a expressão grega aparece para mostrar os anciãos prostrados aos
pés do Cristo glorificado.
7. Voltemos à questão. Pode acontecer prostração numa reunião evangélica?
Pode! Mas não tem de acontecer necessariamente; pode, mas não precisa acontecer,
nem ser provocada. Caso aconteça, deve ser encarada como reação e não como fato
doutrinário. John e Charles Wesley, por exemplo, experimentaram um poderoso
avivamento, mas jamais elevaram suas experiências à categoria de doutrina. As
150
heresias nascem quando se supervaloriza a experiência em detrimento da doutrina.
Não podemos nos esquecer de que algumas das mais notáveis heresias deste século,
como a Igreja Só Jesus, nasceu em pleno período de avivamento.
8. De uma certa forma, todo avivamento provoca extremismos. Cabe-nos,
porém, buscar o equilíbrio tão necessário à Igreja de Cristo. Era o que ocorria em
Corinto. Não resta dúvida de que os irmãos daquela comunidade cristã haviam
recebido uma forte visitação dos céus. Todavia, tiveram de ser doutrinados e
disciplinados. A esses irmãos, escreveu Paulo: “E os espíritos dos profetas estão
sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em
todas as igrejas dos santos” (1 Co 14.32,33).
Finalmente, jamais devemos abandonar a Bíblia. Ênfases, como o cair no
Espírito, hão de surgir sempre. Não devemos nos impressionar com elas; tratemo-las
com o devido equilíbrio. Pois o equilíbrio bíblico e teológico há de manter a igreja de
Cristo em permanente avivamento. E o verdadeiro avivamento não extingue o
Espírito, mas sabe como evitar os excessos.
REVELAÇÃO E CONHECIMENTO
151
1. Revelação - Em grego apocalypsys (ἀποκάλυψις) que quer dizer “tirar o
véu”, ou mostrar algo que antes estava encoberto ou escondido. A revelação não é um
dom espiritual como muitas pessoas creem, mas é simplesmente o fato de Deus mostrar
algo que jamais seria conhecido por outro meio (Dn 2.19,20,22; Ap 1.1,2). A revelação
pode ser dada por qualquer um dos canais inspirativos já mencionados: Inspiração
Mental (At 1.19), Audição (Ap 1.10), visão (Ap 1.19), intuição (At 10.10-16,28), e
arrebatamento (Ap 1.10).
Devido ao fato de ser o dom de profecia aquele que mais depende da revelação
divina, é que o apóstolo Paulo escreve em 1 Co 14.6. “... de que vos aproveitarei; se
vos não falar por meio de revelação ou de profecia,...”.
2. Conhecimento ou Ciência - É uma outra forma de recebimento dos dons
espirituais. Nesse caso o conhecimento dos fatos não vem por revelação e sim poderá
ser adquirido por meio de pesquisa inspirada como Lucas (Lc 1.1-4) ou pelo
conhecimento da Palavra de Deus (Jo 14.26). O Espírito Santo dirige a pessoa na
aquisição do conhecimento adquirido, inspirando tal pessoa através dos diferentes
canais inspirativos já estudados principalmente a inspiração mental (Lc 1.1-4) e a
intuição (em especial a convicção interior - João 14.26). O conhecimento serve de base
principalmente para os chamados dons de Revelação ou Saber, ou seja: “A Palavra de
Conhecimento, a Palavra de Sabedoria e discernimento de espíritos” (1 Co 12.8,10; Lc
21.14,15; 1 Jo 4.1-3).
Devido ao fato dos chamados dons de Revelação se apoiarem no conhecimento
doutrinário da Bíblia é que o apóstolo Paulo escreveu em 1 Co 14.6. “... de que vos
aproveitarei; se vos não falar ou por meio... de ciência ou de doutrina?”
152
2. Oração e Jejum - É o mais eficiente modo de recebermos a mensagem divina.
Orar quer dizer conversar. Quando oramos, falamos a Deus da nossa vontade de sermos
usados por Ele e lhe damos liberdade de fazer conosco a sua vontade assim na terra
como no céu (Mt 6.10). Durante a oração há momentos que devemos permanecer em
silêncio, a fim de permitirmos que Deus fale conosco. Nesses momentos é que
percebemos que o Senhor nos revela coisas grandes e ocultas que não sabemos (Jr
33.3).
Jesus falando aos seus discípulos mostrou a importância da oração e da
insistência a fim de recebermos o que buscamos (Lc 11.9-13). Paulo exorta aqueles que
falam línguas que orem a fim de interpretá-las (1 Co 14.13).
Embora não haja recomendações bíblicas específicas com respeito a
obrigatoriedade do jejum, inegavelmente ele é um complemento da oração e é uma
forma de buscarmos poder (Mt 17.20,21).
Além da oração no nosso vernáculo, há ainda a oração em outras línguas que nos
leva a uma profundidade bem maior, pois quando oramos em línguas é o nosso espírito
humano via Espírito Santo que está orando, Paulo afirma que quando oramos em
línguas é o nosso espírito que é edificado (1 Co 14.2-4,14,15; Jd 20). Centenas de
pastores da atualidade afirmam que o segredo dos seus ministérios é a oração em
línguas.
3. Santificação - Em grego é hierós (ἱερός) e em hebraico é kadoshe ( )קדַּ ְשׁe quer
dizer “separação”. Esse é um dos aspectos da salvação e consiste na separação do
crente das coisas do mundo (2 Co 6.14-7; Sl 1) e separação para Deus (1 Pe 1.15-17; 2
Co 3.18; Hb 9.14). A santificação vem em decorrência da própria leitura e meditação
da Palavra (Jo 17.17; 15.3.; Ef 5.26; Sl 119.9) e também da oração (1 Tm 4.5; Sl 32.6).
A santificação por si só nos faz idôneos e preparados para toda boa obra (2 Tm 2.21; Js
3.5).
SENSIBILIDADE ESPIRITUAL
O atleta para participar de uma competição, além de ter que treinar, precisa
também ir progressivamente participando de competições de importâncias gradativas, a
fim de se preparar psicologicamente para competições maiores. Do mesmo modo o
atleta cristão precisa ir adquirindo sensibilidade espiritual (Hb 3.7,8).
153
Vencendo os Fatores Bloqueadores
A inspiração e a utilização dos dons espirituais são progressivos. Deus quer que
as busquemos e que adquiramos sensibilidade espiritual, porém devemos compreender
que há fatores bloqueadores que precisam ser vencidos tais como: incredulidade,
intelecto e medo;
1. Incredulidade é vencida pelo exercício da fé. A incredulidade pode impedir a
salvação (Hb 3.7,8), impediu até mesmo a operação de milagres por parte de Jesus
Cristo (Mc 6.2-6), pode quebrar a cadeia inspirativa e impedir as manifestações dos
dons espirituais.
Por outro lado somos salvos pela fé (Ef 2.8), recebemos o batismo no Espírito
Santo pela fé (Gl 3.2,5), exercemos os dons espirituais pela fé. O dom da Fé é
progressivo. A Fé é progressiva e deve ser desenvolvida (2 Ts 1.3; Jd 20), sendo a
Palavra de Deus o maior fator para desenvolvimento da Fé (Rm 10.17).
O Espírito Santo está Sempre pronto a falar conosco, então devemos aceitar pela
fé, aquele pensamento que nos vem à mente, aquela voz quase inaudível que nos chega
aos ouvidos, aquela visão rápida que atinge os nossos olhos, e também aquela sensação
inexplicável que nos agita por dentro. Uma vez que aceitemos tudo isso pela fé, uma
certeza nascerá em nosso interior e pela fé falaremos ou faremos esse algo que como
um impulso nos chega.
Se quisermos ser realmente usados por Deus, não devemos duvidar do impulso
que nos vem, ainda que as pessoas ao nosso redor procurem abafar a VOZ do Espírito
Santo em nosso espírito (1 Co 14.39; Hb 11.1,2,33,34).
2. O intelecto humano é vencido pela mente de Cristo - o raciocínio humano ao
procurar julgar tudo, mostra-se ineficiente quando se pretende julgar as coisas
espirituais, pois gera dúvidas que podem inibir a inspiração (2 Co 10.5).
Inegavelmente não perdemos a consciência quando somos usados por Deus (1
Co 14.32) e devemos de fato julgar tudo (1 Ts 5.19-21), mas devemos cuidar acima
disso em termos uma mente pura (Fp 4.7,8) e saturada pelo Espírito Santo a fim de
estarmos em sintonia com a mente de Cristo (1 Co 2.12-16). Tendo a nossa mente
sempre voltada para as coisas espirituais, não duvidaremos em falar ou fazer algo que
nos vem de impulso, pois teremos a plena certeza que tal impulso nos vem de Deus,
mesmo que o nosso intelecto fique infrutífero (1 Co 14.14), pois não compreendemos
com clareza o que está acontecendo e nem porque falamos ou fizemos algo, porém isso
não deve nos preocupar, se considerarmos que os profetas bíblicos nem sempre
entendiam a mensagem que recebiam (Dn 12.8).
3. O Medo e o desinteresse são vencidos pela autoridade espiritual. Um dos
piores, senão o pior de todos os fatores bloqueadores é o medo, ou seja o medo de
crítica, o medo de estar agindo pela carne, o medo de influências demoníacas, o medo
da própria inexperiência, o medo do desconhecido, o medo de ter medo, etc... O medo
pode fazer com que o crente enterre o talento que tanto buscou e recebeu do Senhor
(Mt 25.24-30) ou pelo menos que se desinteresse por ele e o negligencie (1 Tm 4.14).
Aqueles que assim pensam e conseqüentemente tem medo de utilizar os dons
espirituais, deveriam temer mais ainda o fato de não os utilizar. Deveriam se lembrar
que quem busca recebe (LC 11.9-13) e uma vez que Deus deu algum dom, Ele não o
154
retira (Rm 11.29). A quem muito é dado, muito será cobrado (Lc 12.47,48) e aquele
que não exercita o dom torna-se culpado diante de Deus (Mt 25.24-30; Ez 3.18). O
próprio apóstolo Paulo e profeta Samuel compreendiam isso e sabiam que eram
responsáveis se não desempenhassem a contento os seu ministérios (1 Co 9.16; 1 Sm
12.23).
Antes que alguém sinta medo agora pelo tamanho da responsabilidade, e não
queira mais pedir dom algum, deve se lembrar que a salvação é dada a qualquer um
pela Graça e independente dos dons espirituais (Ef 2.8; Mt 25.20-23), deve se lembrar
ainda que os dons são dados segundo a capacidade de cada um, portando Deus não dará
dom algum a alguém que não possa exercê-lo (Mt 25.15) e por fim deve lembrar que os
galardões serão dados segundo ao modo como os dons foram recebidos (Lc 19.16-19).
Mas o mais importante é saber que quando o crente recebe algum dom do
Senhor, recebe juntamente com ele a autoridade espiritual para exercê-lo
condignamente em nome daquele para quem tudo é possível (Lc 9.16; Lc 10.1-20; Mc
16.15.17-20).
155
3. A nossa própria falta de maturidade espiritual (limitações espirituais) - O
nosso espírito é o canal de ligação com Deus e está sempre pronto para cumprir a sua
missão (Mt 26.41; Mc 14.38), porém também ele encontra limitações resultantes de
nossa incompreensão das coisas espirituais e da nossa maturidade. Exemplos: Samuel e
Sansão.
Diante de tudo que até agora foi exposto vemos que Deus quer se revelar ao
homem. Mas como pode o homem finito e limitado compreender toda a imensidão do
Deus Infinito que nem o céu dos céus pode contê-lo (1 Rs 8.27; 2 Cr 2.6; 6.18)?!
Moisés nos diz: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus mas as
reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre,...”.
“Há mais coisas entre o céu e a terra que jamais pode sonhar a nossa vã
Filosofia” (Shakespeare).
156
membros para glorificá-lo. Ele nos concedeu expressões de louvor e adoração que
abrangem todo o nosso ser.
Deus prescreve pelo menos nove maneiras de adoração nas escrituras, que
abrangem a totalidade de nosso ser. Três maneiras incluem o nossa voz, Três as
nossas mãos e três maneiras incluem o nosso corpo.
a) Boca - Deus deseja que louvemos com os nossos lábios (Sl 42.4: Pois eu
costumava ir com a multidão, conduzindo a procissão à casa de Deus, Sl 66.8:
“Bendigam o nosso Deus, ó povos, façam ressoar o som do seu louvor”). Gritos de
louvor a Deus podem tomar parte ao culto cristão, conforme os padrões bíblicos (Sl
47.1: Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com gritos alegres - BJ; Sl 98.4:
Aclamai a Iahweh, terra inteira, daí gritos de alegria! - BJ). Na ocasião da entrada
triunfal de Jesus em Jerusalém, toda a multidão dos discípulos passou a louvar a Deus
em alta voz, por todos os milagres que tinham visto... Ora, alguns dos fariseus lhe
disseram em meio à multidão: Mestre repreende os teus discípulos. Mas ele lhes
respondeu: Asseguro-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão (Lc 19.37-40).
Seremos fariseus ou seremos aqueles que adoram ao seu Deus em alta voz? (Esdras
3.12,13: 12: “Mas muitos dos sacerdotes, dos levitas e dos chefes das famílias mais
velhos, que tinham visto o antigo templo, choraram em alta voz quando viram o
lançamento dos alicerces desse templo; muitos, porém, gritavam de alegria. Não era
possível distinguir entre o som dos gritos de alegria e o som do choro, pois o povo
fazia enorme barulho. E o som foi ouvido a grande distância” - NVI).
157
b) Cânticos - A Bíblia ensina que devemos nos aproximar da presença de Deus
com cânticos (Sl 100.4: Entrem por suas portas com ações de graças, e em seus átrios,
com louvor; dêem-lhe graças e bendigam o seu nome”). Já foi dito que você pode dizer
qual é a situação de uma nação ou mesmo de uma pessoa, pelos cânticos que são
entoados. O cântico é uma elevada expressão do “Homem Inferior”. A perda do cântico
é um sinal de um povo sob julgamentos (Is 16.9,10: 9 “Por isso eu choro, como Jazar
chora, por causa das videiras de Sibma. Hesbom, Eleale, com minhas lágrimas eu as
encharco! Pois não se ouvem mais os gritos de alegria por seus frutos e por suas
colheitas. 10 Foram-se a alegria e a exultação dos pomares; ninguém canta nem grita
nas vinhas; ninguém pisa as uvas nos lagares, pois fiz cessar os gritos de alegria” NVI).
Os que haviam levado os filhos de Israel cativos para Babilônia, lhes pediam para
cantar os cânticos de Sião, mas eles não tinham cânticos para cantar em terra estranha.
Quando eles foram libertados do cativeiro Babilônico, imediatamente tomaram as suas
harpas que estavam dependuradas nos salgueiros e começaram a cantar um novo
cântico a Deus (Sl 137.1-4; 126.1,2). Este é o dia em que Deus está revertendo
cativeiros. Não é para admirar que sejam dias de cânticos alegres. Cada visitação do
Espírito produziu uma riqueza de novos cânticos, vozes de júbilo e alegria. Hoje em dia
a mesma coisa está acontecendo. O povo de Deus está começando a fazer um alegre
ruído ao Senhor, cantarão novos cânticos ao Senhor (Jr 33.11).
Na área dos cânticos há três níveis que devem ser experimentados pela igreja: (1)
Salmos - que foram entregues a igreja primitiva; (2) Hinos - que eram composições
ungidas e que até hoje continuam sendo compostos; (3) e cânticos espirituais (Ef
5.18,19: 18 Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se
encher pelo Espírito, 19 falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais,
cantando e louvando de coração ao Senhor; Cl 3.16: Habite ricamente em vocês a
palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e
cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração; 1 Co
14.15: então, que farei? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento). Este último é o
verdadeiro cântico espiritual, o transbordar da vida do Espírito Santo nos crentes. Este
cântico se oferece ao Senhor, não aos ouvintes. É maravilhoso este louvor; todo crente
cheio do E. Santo deve se dar ao louvor, e todos devem submeter-se uns aos outros no
temor de Deus, falando entre si com salmos, entoando de coração ao Senhor com hinos
e cânticos espirituais (Ef 5.18,19). Tal é a ênfase bíblica nos cânticos congregacionais
inspirados pelo E. Santo. Não deixemos que a chamada música especial das nossas
assembleias se degenere numa manifestação carnal de talento humano ou num tipo de
entretenimento ou espetáculo.
158
espera-se isto, mas algumas pessoas pensam ser estranho que haja gritos de louvor na
igreja (Vejam estes textos no original):
159
quando, porém, as abaixava, os amalequitas venciam. 12 Quando as mãos de Moisés já
estavam cansadas, eles pegaram uma pedra e a colocaram debaixo dele, para que nela
se assentasse. Arão e Hur mantiveram erguidas as mãos de Moisés, um de cada lado, de
modo que as mãos permaneceram firmes até o pôr-do-sol. 13 E Josué derrotou o
exército amalequita ao fio da espada. 14 Depois o SENHOR disse a Moisés: “Escreva
isto num rolo, como memorial, e declare a Josué que farei que os amalequitas sejam
esquecidos para sempre debaixo do céu”. 15 Moisés construiu um altar e chamou-lhe
“o SENHOR é minha bandeira”. 16 E jurou: “Pelo trono do SENHOR!c O SENHOR
fará guerra contra os amalequitas de geração em geração”.
i) A dança - também tem sua função santa como expressão de gozo no Senhor
(Sl 150.4). Davi dançou com todas as suas forças diante do Senhor (2 Sm 6.14). Mical,
sua esposa, viu-o dançar e desprezou no seu coração; quando ele voltou para casa ela o
ridicularizou. Davi respondeu-lhe: “Perante o Senhor me tenho alegrado” (2Sm 6.22).
Deus aceitou o louvor de Davi e castigou Mical por sua atitude (2Sm 6.23).
Aprendamos bem esta lição que o Senhor quer nos ensinar!
160
Convém observar que a frase “Dançar no Espírito” não pode ser encontrada na
Palavra de Deus. Esta frase foi formada por pessoas que não entendem plenamente a
mensagem do louvor e do sacrifício de louvor. Os atos de levantar as mãos, bater
palmas, cantar, gritar e dançar são todos conscientes, executados com um entendimento
da Palavra de Deus, e de uma disposição para obedecer aos seu ditames. Você não
precisa receber uma visitação especial do E. Santo para cantar, para dançar. Todavia
dançar na presença de Deus é adoração em um plano bem elevado e deve ser sempre
considerado e tratado como tal. Dançar para o Senhor é uma “liberação emocional”, é
um ato de adoração. Devemos nestes ato sermos puros, pois ninguém pode ser sensual
na presença de Deus. O escândalo deve ser evitado.
Deus está restaurando a alegria no meio do seu povo, restaurando os carismas,
restaurando os ministérios do E. Santo; não fiquemos com as águas pelos artelhos ou
pelos joelhos, mas mergulhemos no Rio do Espírito Santo (Ez 47.1-12).
161
Co 13). Se o exercício do nosso dom ou bênção pessoal não serve para edificar a Igreja,
o Amor nos obriga a ficarmos silenciosos, controlando nosso espírito em obediência ao
Senhor (Pv 16.32).
“O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para
onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8).
162
– Você não levou a mal, não é? – ele disse enquanto ajudava o pastor a subir nas
caixas. Ele não tinha falado no dialeto dos que moram nos bairros pobres de Londres,
de modo que não deveria ser um estivador comum.
– Você não parece estar muito tempo neste ramo, respondeu o pastor.
– Nem você – retrucou o que antes o tinha jogado na lama e agora estava
ajudando-o a sair. O pastor concordou, e convidou o outro para ir com ele até a sua
pensão.
Durante a conversa o pastor descobriu surpreso que aquele homem tinha sido um
médico de sucesso, mas que perdeu sua clínica e sua família por beber demais. O fim
da história foi que o pastar pôde levar este homem a Cristo e também vê-lo novamente
junto dos seus amados.
Isto talvez ilustre o que é o fruto do Espírito. Se a vida fosse sempre um mar de
rosas, as pessoas sempre amáveis e gentis, se nunca tivéssemos dores de cabeça nem
sofrêssemos de cansaço ou sob pressões terríveis talvez o fruto do Espírito nem
aparecesse.
Mas a vida não é assim. No meio das dificuldades e do sofrimento é que mais
precisamos do fruto do Espírito, e é nestas ocasiões que Deus pode atuar através de nós
de maneira especial para levar outras pessoas a Cristo. Quando temos em nós o fruto do
Espírito outros verão em nós “a imagem de seu Filho” (Rom. 8:29) e serão atraídos
para o Salvador.
Não é por acaso que a Escritura chama a Terceira Pessoa da Trindade de Espírito
Santo. Uma das funções principais do Espírito Santo é repartir conosco a santidade de
Deus, o que Ele faz desenvolvendo em nós um caráter semelhante a Cristo – um caráter
marcado pelo fruto do Espírito. O propósito de Deus é que nós nos tornemos “pessoas
maduras, crescendo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo” (Efés. 4:13, BLH).
Deus Espírito Santo usa freqüentemente na Escritura a palavra fruto para indicar
o que Ele espera do Seu povo quanto ao caráter. Nos capítulos sobre os dons do
Espírito Santo constatamos que os crentes receberam vários dons. Eu posso ter algum
dom que outras não têm, e eles terão dons que eu não tenho. Mas quando chegamos ao
que a Bíblia ensina sobre o fruto do Espírito vemos que esta é a diferença entre os dons
do Espírito e o fruto do Espírito.
O fruto do Espírito não é dividido entre os crentes, como os dons do Espírito.
Todos os cristãos devem ter todo o fruto do Espírito. Deus espera isto de nós; podemos
ver isto claramente em diversas passagens da Escritura. Em Mateus 13 encontramos a
conhecida parábola do semeador. Seu trabalho parece ser o de alguém que anuncia a
Palavra de Deus – pastor, mestre, evangelista ou qualquer outro crente. Um pouco da
semente cai na beira do caminho, onde os pássaros a comem; um pouco cai entre
pedras e seca ao Sol; alguns grãos crescem entre os espinhos, e estes os sufocam. O
restante cai em terra boa, cresce e produz em abundância. Da mesma forma você e eu
devemos produzir fruto, à medida que a Palavra de Deus começa a atuar em nós no
poder do Espírito.
163
Fato interessante é que a Bíblia fala do fruto do Espírito, e não de frutos. Uma
macieira pode produzir muitas maçãs, mas todas vêm da mesma árvore.
Semelhantemente o Espírito Santo é a origem de todo fruto em nossa vida.
Em termos mais simples podemos dizer assim: a Bíblia ensina que nós
precisamos que o Espírito Santo traga fruto em nosso vida, porque não podemos nos
tornar parecidos com Jesus sem o Espírito. Nós estamos cheios de desejos egocêntricos
e egoístas, opostos à vontade de Deus para nossa vida. Em outras palavras, duas coisas
precisam acontecer em nossa vida: uma, que o pecado tem de ser expulso da nossa
vida; outra, que o Espírito Santo precisa entrar e nos encher, e produzir o fruto do
Espírito. “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: ... revesti-vos, como eleitos de
Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de longanimidade” (Cl 3.5, 12, grifo nosso).
Deixem-nos usar uma ilustração. Muitas pessoas têm uma cerca ao redor da sua
casa, com um portão para entrar e sair. O portão tem utilidade dupla: serve para deixar
alguém entrar, ou para manter alguém fora.
A nossa vida é espiritualmente como este portão. Em nós há todo tipo de coisas
erradas e que desagradam a Deus. Precisamos pôr estas coisas para fora e deixar o
Espírito Santo entrar para controlar o centro da nossa vida. Nós não temos força nem
para abrir o portão. Só o Espírito Santo pode fazê-lo, e quando Ele o faz – quando nos
entregamos a Ele e pedimos que Ele nos encha – Ele não só entra mas também ajuda a
jogar fora todas as coisas más. Ele controla o portão, e à medida que vai purificando o
coração da sua maldade. Ele pode introduzir novas atitudes, nova motivação, devoção e
amor. Ele também reforça o portão, Para que o mal não possa arrombá-lo. Assim, as
obras da carne vão embora e o fruto do Espírito entra. A Escritura diz que o Espírito
Santo quer que demos fruto.
Manford George Gutzke, em seu livro The Fruit of the Spirit (O Fruto do
Espírito) compara o fruto do Espírito à luz: “Em cada raio de luz solar temos todas as
cores do arco-íris. Elas estão sempre presentes, mesmo quando não as vemos
separadamente. Não precisamos imaginar uma por uma quando vemos a luz. Da mesma
forma que as cores do arco-íris estão no raio de luz, estes traços de conduta pessoal
estão na atuação do Espírito Santo”.
Como o Espírito Santo faz para que nossa vida produza o fruto do Espírito? Duas
passagens da Escritura nos ajudarão a responder a esta pergunta.
A primeira passagem é o Salmo 1, que compara o homem de Deus com uma
árvore plantada às margens de um rio: “O seu prazer está na lei de Deus, e nesta lei ele
medita dia e noite. Esse homem é como uma árvore que cresce na beira de um riacho;
ela dá frutas no tempo certo, e suas folhas não murcham. E tudo o que esse homem faz
dá certo” (Salmo1.2, 3, BLH). Nesta passagem, dar fruto está relacionado diretamente à
importância que a Palavra de Deus tem para nós (observe que não está escrito lê, mas
medita). À medida que lemos e meditamos na Bíblia, o Espírito Santo – que inspirou a
Bíblia, como sabemos – vai nos convencendo de pecados que precisam ser erradicados
164
e nos dirige ao padrão de vida que Deus quer para nós. Sem a Palavra de Deus não
pode haver crescimento espiritual duradouro nem produção de frutos em nossa vida.
A segunda passagem encontrarmos em João 15, onde Jesus compara nosso
relacionamento com Ele com os ramos de uma videira. “Permanecei em mim, e eu
permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não
permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu
sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.4, 5).
Esta passagem abriga muitas verdades maravilhosas, mas há algumas coisas que
devemos destacar. A primeira é uma ordem para cada crente: “Permanecei em mim.”
Isto quer dizer que devemos ter o relacionamento mais próximo e íntimo possível com
Cristo, sem nada entre Ele e nós. Por isso oração, estudo bíblico e comunhão com
outros crentes devem ser tão importantes.
Diz-nos também que só podemos produzir fruto se permanecermos em Cristo:
“Sem mim nada podeis fazer”. Pode ser que usemos os dons do Espírito mesmo sem
estar em comunhão com o Senhor. Mas não podemos dispor do fruto do Espírito
quando nossa união com Cristo foi interrompida pelo pecado. Vemos daí como é
crucial ser cheio do Espírito, e nós estamos cheios quando permanecemos em Cristo, a
videira. O segredo para permanecer é obediência. Se nós permanecemos em Cristo,
vivendo de maneira obediente, a vida de Cristo flui para dentro de nós (como a seiva da
árvore, que dá vida aos ramos), produzindo fruto para a glória do Pai, e para alimentar
e abençoar outros.
Eu creio que há algo neste relacionamento que não podemos entender de todo. Se
nós perguntássemos a um ramo de uva branca:
– Como você faz para ter frutos tão deliciosos? – provavelmente o ramo
responderia:
– Eu não sei. Eu não fiz crescer nenhum deles. Eu só os carrego. Se você me
cortar do pé de uvas eu secarei e não terei mais utilidade.
Sem a videira o ramo não pode fazer nada. Assim também acontece conosco.
Enquanto eu me esforçar e trabalhar para conseguir produzir o fruto do Espírito, ficarei
frustrado e sem fruto. Mas se eu permaneço em Cristo mantendo um relacionamento
íntimo, obediente e dependente com Ele Deus Espírito Santo atua em minha vida,
produzindo em mim o fruto do Espírito. Isto não quer dizer que vamos ficar maduros
instantaneamente, imediatamente cheios do fruto do Espírito. Qualquer fruto precisa de
tempo para amadurecer, talvez até alguma poda se faça necessária, antes de aparecerem
frutos em quantidade.
Minha esposa e eu (Billy Graham) gostamos muito das árvores bonitas que há ao
redor da nossa casa na Carolina do Norte. No outono quase todas as folhas caem e são
levadas pela vento, mas milhares das velhas folhas ficam presas nos galhos durante
todo o inverno. Quando a seiva começa novamente a correr novas folhas surgem – e
vida e poder pulsam em cada galho. E ninguém percebe que todas as folhas velhas
caem. Este é o quadro do cristão! “As coisas antigas já passaram; eis que se fizeram
novas” (2 Co 5.17).
Além disto a cada verão nós cortamos algumas árvores que impedem a visão ou
bloqueiam a luz do Sol. Outras foram muito prejudicadas pelas tempestades de inverno.
165
Em nossa vida também temos árvores que precisam do machado – que estão
apodrecendo ou estragando o panorama. Jesus disse: “Toda planta que meu Pai
celestial não plantou, será arrancada” (Mt 15.13). Em nosso terreno temos poucas
árvores frutíferas. Das que trazem os melhores frutos nós cuidamos mais – podando-as,
adubando-as, pulverizando-as com inseticida no tempo certo. Uma árvore boa continua
dando bons frutos, e deve ser mantida. Mas cortar ou não uma árvore depende da
distinção que Jesus fez. Ele disse: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20).
Temos também alguns pés de uva. Em alguns anos colhemos somente algumas
uvas pequenas, para nas. Mas nem por isto cortamos as videiras. Pelo contrário,
cuidamos bem delas. E no próximo ano elas trarão mais e melhores frutos. De maneira
semelhante, à medida que o Espírito Santo vai podando o que não presta em nassa vida,
os ramos da videira, espiritualmente falando, vão ficando mais úteis na produção de
mais fruto espiritual.
Na figura de João 15 o Senhor Jesus é a videira, nós os ramos e Deus o
agricultor, ou jardineiro.
No versículo três lemos: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho
falado”, ou, como J. B. Phillips traduz: “Agora vocês já foram podados pelas minhas
palavras”. Não há melhor maneira de o filho de Deus ser podado que pelo estudo e pela
aplicação da Bíblia em sua própria vida e sua situação. Deus pode nos corrigir, nos
dizer onde nós nos enganamos e nos perdemos, sem nos desencorajar.
Em Atos lemos de Apolo, que cativou o coração de Áquila e Priscila com seu
zelo, seu amor e seu dom de oratória, Mas ele era imaturo e despreparado para levar
outros a uma vida cristã mais profunda. Seu progresso não tinha passado dos ensinos de
João Batista. E este casal, ao invés de rir da sua ignorância e desprezar sua falta de
compreensão da verdadeira ortodoxia bíblica, levou-o para casa e, com amor, lhe
expuseram melhor o caminho do Senhor (Atos 18.26). Depois ele começou a usar seus
dons para a glória de Deus, ganhando almas. Deixou uma impressão indelével na Igreja
Primitiva, e ajudou a espalhar o reino de Deus no primeira século.
Você permanece em Cristo? Esta é a correição básica que Deus estabelece para
podermos produzir o fruto do Espírito. Há em Sua vida algum pecado inconfesso que o
impede de andar mais perto de Cristo? Falta-lhe disciplina? Há algum relacionamento
prejudicado com alguém, que precisa ser posto em ordem? Seja qual for a causa, traga-
a a Cristo, confessando-a arrependido. E então experimente o que quer dizer
“permanecei em mim” cada dia. (Até aqui a transcrição do livro: O Poder do Espírito
Santo do autor Billy Graham).
166
Tecnicamente este texto, no original grego significa que há um único Fruto que é
o Amor. Este amor contudo é manifestado em nossas atitudes e ações como alegria,
paz, paciência, gentileza, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23
Bíblia Viva).
Os dons não denotam santidade, só se conhece uma vida santa pelos frutos:
O fruto é o Amor e:
A alegria é força do Amor;
A Paz é a segurança do Amor;
A paciência é a persistência do Amor;
A gentileza é a conduta do Amor;
A Bondade é o caráter do Amor;
A fidelidade é a confiança do Amor;
A mansidão é a humildade do Amor;
O Domínio próprio é a vitória do Amor.
Muitos crentes vivem vidas retas, moral e eticamente boas. Mas somente Cristo
em nós, o Espírito Santo habitando no nosso espírito humano, pode capacitar-nos a
viver de modo sobrenatural e a produzirmos fruto espiritual.
Lembremo-nos que o fruto não é nosso, mas do Espírito Santo. Devemos apenas
nos entregar a Ele, e Ele mesmo em Nós dará muitos frutos (Jo 15). Amém.
167
BIBLIOGRAFIA
1. AGOSTINHO (Santo). A Trindade. São Paulo, 1995.
2. BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982.
3. BERKHOF, Louis. História das Doutrinas Cristãs. PES, 1992.
4. _________. Teologia Sistemática. 2ª ed. Campinas: Luz Para o Caminho, 1992.
5. BRAATEN, Carl E. & JENSON, Robert W. Dogmática Cristã. Vol. 1. Sinodal,
1990.
6. BOYD, Frank M. Batizado no Espírito. Lagoa Santa, Minas Gerias: IDPB, 2006.
7. BOFF, Leonardo. A Santíssima Trindade é a melhor Comunidade. Editora Vozes:
São Paulo, 2000.
8. BRIGHT, Bill. O Espírito Santo a chave da vida sobrenatural. 1ª ed. São Paulo:
Editora Candeia, 1985.
9. BRUNER, Frederick Dale. Teologia do Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova, 1983.
10. CHO, David Y. O Espírito Santo meu Companheiro. 1ª ed. EUA: Editora Vida,
1993.
11. CHEUNG, Vicent. http://www.vincentcheung.com/2009/03/09/cessationism-and-
rebellion/.
12. CONNER, Walter Tomaz. A Obra do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora Batista. 1961.
13. DEERE, Jack. Surpreendido Pelo Poder do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
14. PURKISER, W. T. Os Dons do Espírito Santo. E.U.A.: CASA NAZARENA DE
PUBLICAÇÕES.
15. CHOWN, Gordon. Os Dons do Espírito Santo. 3ª ed. U.S.A.: Editora Vida, 1977.
16. CONGAR, Yves. CREIO NO ESPÍRITO SANTO. São Paulo: Editora Paulinas,
2005, vol. 1,2,3.
17. CAMPOS, Heber Carlos. O SER DE DEUS e os seus atributos. Editora Cultura
Cristã, 1999.
18. _________. Heber CARLOS. O SER DE DEUS e os seus atributos. Editora
Cultura Cristã, 1999.
19. CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. 1ª ed. Vol. 1. São Paulo: Imprensa
Batista Regular, 1986.
20. CRABTREE, A. R. Teologia do Velho Testamento, 2ª ed. Rio de Janeiro. JUERP,
1977.
21. CRAIG, William L. A VERACIDADE DA FÉ CRISTÃ. São Paulo: Editora Vida
Nova, 2004.
22. DEGRANDIS, Robert. O Repouso no Espírito. 16ª ed. São Paulo: Edições Loyola,
1989.
23. ERICKSON, M.J. Introdução à Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Vida Nova,
1997.
24. ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São
Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 322-324.
25. Enciclopédia Histórica - Teológica da Igreja Cristã - Editor A. Elwell vol. I A-D
Edições Vida Nova.
168
26. FILHO, Caio Fábio D’Araújo. E.Santo o Deus que vive em Nós. 1ª ed. São José
dos Campos –SP: Editora CLC, 1991.
27. GEE, Donald. Depois do Pentecostes. 1ª ed. E.U.A.: Editora Vida, 1987.
28.
29. ___________. Acerca dos Dons Espirituais. 5ª ed. Pindamonhangaba – SP:
Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, 1985.
30. ___________. Os Dons do Ministério de Cristo. 1ª Impressão. E.U.A.: Editora
Vida, 1987.
31. GRESHAKE, G. El Dios Uno y Trino. Barcelona, 2001.
32. GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova,
1999.
33. GUNDRY, Stanley. TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA,1ª ed. Editora Mundo
Cristão.
34. GOMES, Geziel. Enchei-vos do Espírito. 1ª ed. Rio de Janeiro: CPAD.
35. GRAHAM, Billy. O Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988.
36. _________. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova.
37. HAGIN, Kenneth. Como Ser Dirigido Pelo Espírito Santo. Rio de Janeiro: Graça
Editorial.
38. _______. Ele Concedeu Dons aos Homens. Rio de Janeiro: Graça Editorial.
39. _______. Os Dons do Ministério. Rio de Janeiro: Graça Editorial.
40. HALL, Christopher A. LENDO AS ESCRITURAS COM OS PAIS DA IGREJA.
2ª ed. Viçosa: Editora ULTIMATO.
41. HAARBECK, Theodor. Está Escrito – Dogmática Bíblica. Distribuidora Literária
União Cristã, 1987.
42. HALL, Christopher A. LENDO AS ESCRITURAS COM OS PAIS DA IGREJA.
2ª ed. Viçosa: Editora ULTIMATO.
43. HODGE, Charles. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2001.
44. HOEKEMA, Anthony. Salvos Pela Graça. 2ªed. São Paulo: Editora Cultura Cristã,
2002.
45. _________. Criados à Imagem de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002.
46. HOUSE, H. Wayne. Teologia Cristã em Quadro. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida,
1999.
47. HORTON, Stanley M. O Que a Bíblia Diz Sobre O ESPÍRITO SANTO. Rio de
Janeiro: CPAD, 1993.
48. IVERSON K.R. e Bill SCHEIDLER Verdades Atuais. Curitiba – PR: Comunidade
Cristã de Curitiba, 1975.
49. IVERSON, Dick. O ESPÍRITO SANTO HOJE. CURITIBA: COMUNIDADE
CRISTÃ DE CURITIBA.
50. JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. U.S.A: Editora Vida, 1980.
51. KELLY, N. D. Doutrinas Centrais da Fé Cristã. 1ª ed. Miami, Vida Nova, 1994.
52. KOEHLER, Edward W. A. Sumário da Doutrina Cristã. Concórdia S/A, 1981.
53. LADARIA, L. Il Dio vivo e vero… Casale Monferrato, 1999.
54. LADD, George E. Teologia do Novo Testamento. 2ª ed. Rio de Janeiro, JUERP,
1985.
55. LANGSTON, A.B. Esboço de Teologia Sistemática. JUERP, 1988.
169
56. LANGSTON, A. B. A Doutrina do Espírito Santo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora Batista.
57. Louw, Johannes P. Léxico Grego-Português do NT. Sociedade Bíblica do Brasil.
58. McGRATH, Alister E. TEOLOGIA, sistemática, histórica e filosófica. São Paulo:
Shedd Publicações, 2005.
59. MERINO, J. A. La Trinidad, paradigma de vida comunitária, em S. Buenaventura.
In: Pensar a Dios. Semanas de estudios trinitarios. Salamanca 1997. p. 178-210.
60. MORENO, José A. Peraçoli. Desperte o Poder do Alto. 1ª ed. Olinda, PE: Editora
Livro Rápido, 2008.
61. OLIVEIRA, Raimundo F. de. A Doutrina Pentecostal Hoje. Rio de Janeiro: CPAD,
1982.
62. OSBORN, T. L. O PROPÓSITO DO PENTECOSTES. Rio de Janeiro: Graça
editorial.
63. PACKER, J. I. Na Dinâmica do Espírito. 1ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova,
1991.
64. PAULO II, João. O ESPÍRITO SANTO. 2ª ed. Lorena, SP: Editora Cléofas, 2003.
65. PLESSIS, Davis J. Du. Vai, Disse-me o Espírito. 1ª ed. São Paulo: Sociedade
Evangélica Betânia, 1973.
66. PINHO, Gilson de A. Apostila de Antropologia. Edição própria. São José dos
Campos, SP.
67. PURKISER, W. T. Os Dons do Espírito Santo. E.U.A.: CASA NAZARENA DE
PUBLICAÇÕES.
68. RICHARDS, Larry. Todos os Milagres da Bíblia. 1ª ed. Campinas – SP: Editora
United press LTDA, 2003.
69. ROLDÁN, Alberto Fernando. PARA QUE SERVE A TEOLOGIA?, 2ª ed.
Londrina: Editora Descoberta Ltda, 2004.
70. SOUZA, E. A. Título e Dons do Ministério Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 1975.
71. _________. Nos Domínios dos Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.
72. _________. Os Nove Dons do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD.
73. SILVA, S. P. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD,
1996.
74. VASCONCELOS A.P. Atualidade da Promessa. Rio de Janeiro: CPAD, 1981.
75. WAGNER C. Peter. Descubra Seus Dons Espirituais. 1ª ed. São Paulo: Editora
Abba, 1994.
76. SUBRITZKY, Bill. Recebendo os Dons do Espírito. São Gonçalo – RJ: ADONEP,
1987.
77. SCHWARZ, Christian. Nós diante da Trindade.Curitiba: Editora Evangélica
Esperança, 1999.
78. SESBOÜÉ, B, De la confesión de fe primitiva a la fórmula Del dogma trinitario.
In: Pensar a Dios. Semanas de estudios trinitarios. Salamanca 1997. p. 93-124.
79. SMITH, Ralph L. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2001.
80. SPROUL, R. C. O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO. Editora Cultura Cristã,
1997.
81. _________. SPROUL, R. C. Filosofia Para Iniciantes. São Paulo: Editora Vida
Nova, 2002.
170
82. SOUSA, Ricardo Barbosa. O CAMINHO DO CORAÇÃO. Encontro Publicações,
2002.
83. SHERRILL, John L. ELES FALAM EM OUTRAS LÍNGUAS. São Paulo:
Sociedade Evangélica Betânia, 1969.
84. STOTT, John R. W. Batismo e Plenitude do Espírito Santo. 2ª ed. São Paulo: Vida
Nova, 1986.
85. SEVERA, Zacarias de Aguiar. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba - PR:
Editora A. D. Santos, 2014.
86. TURNER, Donaldo D. A Doutrina do Espírito Santo e da Igreja. São Paulo:
Editora Batista Regular.
87. http://pt.wikipedia.org/wiki/Batismo_no_Esp%C3%ADrito_Santo.
88. http://www.vincentcheung.com/2009/03/09/cessationism-and-rebellion/
Os livros abaixo o autor não possui mais, porém foram citados quando iniciamos a
escrever o original em forma de apostila.
89. A Respeito dos Dons Espirituais - Kenneth Hagin
90. O Espírito Santo e Seus Dons - Kenneth E. Hagin
171
Biografia do autor
O pastor Antônio Carlos Gonçalves Bentes é capitão do Comando da Aeronáutica,
Doutor em Teologia pela American Pontifical Catholic University (EUA), Pós-
graduado em Ciências da Religião pela Pan Americana, Pós-graduado em Psicologia
Pastoral pela FACEC - Faculdade de Ciência e Educação do Caparaó, conferencista,
filiado à ORMIBAN – Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, professor dos
seminários batistas: STEB, SEBEMGE e Koinonia e também das instituições:
Seminário Teológico Hosana, UNITHEO e Escola Bíblica Central do Brasil, atuando
nas áreas de Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia,
Pneumatologia, Teologia Bíblica do Velho e Novo Testamento, Hermenêutica, e
Homilética. Reside atualmente em Lagoa Santa, Minas Gerais. Exerce o ministério
pastoral na Igreja Batista Getsêmani em Belo Horizonte - Minas Gerais. É casado com
a pastora Rute Guimarães de Andrade Bentes, tem três filhos: Joelma, Telma e Charles
Reuel, e duas netas: Eliza Bentes Zier e Anna Clara Bentes Rodrigues.
172
This document was created with the Win2PDF “print to PDF” printer available at
http://www.win2pdf.com
This version of Win2PDF 10 is for evaluation and non-commercial use only.
This page will not be added after purchasing Win2PDF.
http://www.win2pdf.com/purchase/