Sie sind auf Seite 1von 4

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS


FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
GRUPO DE ESTUDOS EM HISTÓRIA INTELECTUAL E HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA
Módulo III – Ideias sem fronteiras? Intelectuais e escrita da história além da nação
Professora responsável: Mariana de Moraes Silveira (marianamsilveira@gmail.com)

Cronograma – 1º semestre de 2020


Horário das reuniões: quinzenalmente, às quartas-feiras, das 17:20 às 19:00
Local: Sala do Projeto Brasiliana (Sala 205 do prédio anexo da FAFICH)
Serão atribuídas 5 horas de atividades para cada encontro.
Proposta: O grupo de estudos pretende promover diálogos entre a história intelectual e a história da
historiografia, partindo da convicção de que a interseção entre essas duas áreas pode apresentar
contribuições recíprocas. Por um lado, a história intelectual pode propiciar bases teórico-
metodológicas para os estudos em história da historiografia, em especial para o desenvolvimento de
pesquisas que não se restrinjam ao esquema “autor-e-obra”, que questionem os cânones
estabelecidos e que levem em conta o papel de instituições, redes, suportes midiáticos e demais
condições materiais de produção, circulação e recepção do conhecimento. O olhar da história
intelectual constitui, assim, uma via potencialmente frutífera para o alargamento das temáticas e das
fontes consideradas relevantes para as análises historiográficas. No sentido inverso, a história da
historiografia tem o potencial de conceder profundidade diacrônica e densidade teórica à história
intelectual, sobretudo se tomada como um chamado para um exercício reflexivo sobre a prática de
historiadoras e historiadores.
Este módulo procura avaliar as potencialidades e os limites de diferentes propostas para superar o
enquadramento nacional nas pesquisas históricas, com ênfase em suas possíveis aplicações aos
domínios da história intelectual e da história da historiografia. Para tanto, serão realizadas leituras que
contemplem um panorama variado das perspectivas historiográficas que pretendem transcender
fronteiras: comparadas, transnacionais, globais, entre outras. Os encontros também buscarão suscitar
reflexões sobre os fundamentos epistemológicos da crescente busca por desvincular a historiografia
da nação e as demais questões teórico-metodológicas suscitadas por esse movimento, como a crítica
ao eurocentrismo, o valor heurístico dos trânsitos entre distintas escalas de análise, as relações entre
dimensões espaciais e temporais da escrita da história.
Os textos estão disponíveis nesta pasta: http://shorturl.at/cqzQS

Parte 1: Tradições teórico-metodológicas, desafios epistemológicos


11/03: A história comparada: propostas fundacionais, perspectivas críticas
BLOCH, Marc. Para uma história comparada das sociedades europeias. In: História e Historiadores.
Lisboa: Teorema, 1998, p. 119-150.
PIRENNE, Henri. Do método comparativo em História, discurso de abertura do V Congresso
Internacional das Ciências Históricas. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 17, p. 308-316, abr.
2015.
Leituras complementares: DETIENNE, Marcel. Construir comparáveis. In: Comparar o incomparável.
Aparecida: Idéias & Letras, 2004, p. 45-67.
ESPAGNE, Michel. Sobre os limites do comparatismo em história cultural. Ponto-e-Vírgula. São Paulo,
n. 13, p. 91-108, 1º sem. 2013.
2

SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da; TORRES, Andréa Reis Ferreira. “Do método comparativo em
história”, de Henri Pirenne. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 17, p. 297-307, abr. 2015.

25/03: Singularidades locais, visões do exterior: crimes políticos entre Fascismo e Estado Novo
Atividade com o professor Ricardo Sontag (Faculdade de Direito, UFMG)
NUNES, Diego; SONTAG, Ricardo. The restless national security acts: the absence of crimes against
national security in the 1940 Brazilian Penal Code. In: SKINNER, Stephen (ed.). Ideology and criminal
law. Fascist, National Socialist and authoritarian regimes. Chicago: Hart, 2019, p. 321-344.
Leitura complementar: PIHLAJAMÄKI, Heikki. Comparative Contexts in Legal History: are we all
comparatists now?. Sequência. Florianópolis, n. 70, p. 57-75, jan-jun. 2015.

08/04: A colonialidade em questão, a busca pelo descentramento do olhar


CHAKRABARTY, Dipesh. Postcoloniality and the artifice of history. In: Provincializing Europe.
Postcolonial thought and historical difference. Princeton: Princeton University Press, 2008, p. 27-46
(inglês) / CHAKRABARTY, Dipesh. La poscolonialidad y el artificio de la historia. In: Al margen de Europa.
Pensamiento poscolonial y diferencia histórica. Barcelona: Tusquet, 2008, p. 57-80 (espanhol) /
CHAKRABARTY, Dipesh. A pós-colonialidade e o artifício da história: quem fala em nome dos passados
“indianos”? (tradução brasileira não oficial de uma versão levemente distinta do texto; disponível no
portal Academia.edu).
SPIVAK, Gayatri. Quem reivindica a alteridade?. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento
feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 251-268.
Leituras complementares: DEDERER, Claire. O que fazer com a arte de homens monstruosos?. El País
Brasil. 12 de jan. 2018. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/08/cultura/1515416335_689166.html
HALL, Stuart. Quando foi o pós-colonial? Pensando no limite. In: Da Diáspora. Identidades e mediações
culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2013, p. 110-140.
SETH, Sanjay. Razão ou Raciocínio? Clio ou Shiva?. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 11, p. 173-
189, abr. 2013.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. El nuevo subalterno: una entrevista silenciosa. In: RODRÍGUEZ FREIRE,
Raúl (comp.). La (re)vuelta de los estudios subalternos. Una cartografía a (des)tiempo. San Pedro de
Atacama: Universidad Católica del Norte, Instituto de Investigaciones Arqueológicas y Museo R.P.
Gustavo Le Paige; Santiago: Ocho Libros, 2011, p. 358-378.

22/04: O pensamento anticolonial para além das fronteiras do nacionalismo


Atividade com o professor Alexandre Almeida Marcussi (Departamento de História, UFMG)
MARCUSSI, Alexandre Almeida. O anticolonialismo como tragédia: “Os jacobinos negros” entre a
História e a política. Cadernos de História. Belo Horizonte, v. 19, n. 30, p. 95-122, 1º sem. 2018.
Leituras complementares: JAMES, Cyril Lionel Robert. O cônsul de ébano; Conclusão. In: Os jacobinos
negros: Toussaint L’Ouverture e a revolução de São Domingos. São Paulo: Boitempo, 2010, p. 222-246;
339-342.
MBEMBE, Achille. As formas africanas de auto-inscrição. Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro, ano
23, n. 1, p. 171-209, 2001.
SAID, Edward. Resistência e oposição. In: Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras,
2011, p. 302-431.
3

Parte 2: Percursos contemporâneos, (re)imaginações historiográficas


06/05: Histórias transnacionais ou transregionais? Reflexões sobre espaços e escalas
MIDDELL, Matthias. Transregional studies: a new approach to global processes. In: MIDDELL, Matthias
(ed.). The Routledge Handbook of Transregional Studies. New York: Routledge, 2019, p. 1-16.
STRUCK, Bernhard; FERRIS, Kate; REVEL, Jacques. Introduction: Space and Scale in Transnational
History. The International History Review. v. 33, n. 4, 2011, p. 573-584.
Leituras complementares: PUTNAM, Lara. The transnational and the text-searchable: digitized sources
and the shadows they cast. American Historical Review. v. 121, n. 2, abr. 2016, p. 377-402.
WEINSTEIN, Barbara. Pensando a história fora da nação: a historiografia da América Latina e o viés
transnacional. Revista Eletrônica da ANPHLAC. São Paulo, n.14, jan-jun. 2013, p. 10-30.

27/05: Travessias, deslocamentos, circulações: culturas entre as margens do Atlântico


SOARES, Gabriela Pellegrino; FLÉCHET, Anaïs; COMPAGNON, Olivier. Apresentação – Dossiê Histórias
culturais transatlânticas. Revista USP. São Paulo, n. 123, p. 9-12, out-dez. 2019.
Escolher duas das contribuições publicadas no dossiê:
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. As três eras do Atlântico Sul. Revista USP. São Paulo, n. 123, p. 13-28, out-
dez. 2019.
BEIRED, José Luis Bendicho. Fernando Ortiz e a rede transatlântica de intercâmbios. Revista USP. São
Paulo, n. 123, p. 29-44, out-dez. 2019.
NAPOLITANO, Marcos. Cartografias transatlânticas da música popular nas Américas. Revista USP. São
Paulo, n. 123, p. 45-58, out-dez. 2019.
EGG, André. Música de concerto no Brasil: o modernismo musical e suas circulações transatlânticas.
Revista USP. São Paulo, n. 123, p. 59-68, out-dez. 2019.
SILVA, Alexsandro de Sousa e. Sarah Maldoror: uma cineasta na diáspora. Revista USP. São Paulo, n.
123, p. 69-84, out-dez. 2019.
MORETTIN, Eduardo. O cinema em perspectiva transatlântica: práticas históricas e culturais nas
exposições universais. Revista USP. São Paulo, n. 123, p. 85-103, out-dez. 2019.
Sobre o projeto Transatlantic Cultures: https://tracs.hypotheses.org/

10/06: O planeta como escala de análise? Expectativas e dúvidas em torno da história global
MORELI, Alexandre. Vida (e morte?) da história global. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 30, n. 60,
p. 5-10, jan-abr. 2017.
SÁNCHEZ ROMÁN, José Antonio. Doing global history: reflections, doubts and commitments. Estudos
Históricos. Rio de Janeiro, v. 30, n. 60, p. 241-252, jan-abr. 2017.
SANTOS JÚNIOR, João Júlio Gomes dos; SOCHACZEWSKI, Monique. História global: um
empreendimento intelectual em curso. Tempo. Niterói, v. 23, n. 3, p. 483-502, set-dez. 2017.
Leituras complementares: CONRAD, Sebastian. Global history for whom? The politics of global history.
In: What is Global History?. Princeton: Princeton University Press, 2016, p. 205-235; 278-282 (notas).
MOYN, Samuel; SARTORI, Andrew. Approaches to global intellectual history. In: MOYN, Samuel;
SARTORI, Andrew (eds.). Global intellectual history. New York: Columbia University Press, 2013, p. 4-
30.
4

24/06: Perspectivas globais sobre a escrita da história


WOOLF, Daniel. O império de Clio. A historiografia europeia na Ásia, nas Américas e na África. In: Uma
história global da história. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 422-481.
Leituras complementares: IGGERS, Georg G.; WANG, Edward; MUKHERJEE, Supriya. Introduction. In:
A global history of modern historiography. New York: Routledge, 2013, p. 1-17.
WOOLF, Daniel. Introdução. In: Uma história global da história. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 25-45.
Encerramento das atividades do semestre; discussão de temas para o 2º semestre de 2020

Das könnte Ihnen auch gefallen