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Lurdes Mesquita/Diana Leiras 19/12/2013

Processo Executivo Sol 3.º Ano ESG - IPCA

LURDES MESQUITA/DIANA LEIRAS PROCESSO EXECUTIVO SOL 3.º ANO


ESG - IPCA

OPOSIÇÃO À PENHORA

 O incidente da oposição à penhora, previsto nos arts 784.º e 785.º constitui um meio de reação à
penhora ilegal privativo do executado. Com efeito, só o executado (e o seu cônjuge quando tenha o
estatuto processual conferido pelo art. 787.º/1) pode deduzir oposição à penhora e só o pode fazer
quando sejam penhorados bens seus.
 Para o caso de a penhora recair sobre bens de terceiro, está consagrado na lei um meio de reação
específico: os embargos de terceiro previstos nos arts 342.º e ss, que no caso de serem deduzidos
correm por apenso ao processo de execução (art. 344.º/1)
 O juiz deve julgar o incidente de oposição à penhora no prazo de três meses (art. 723.º/1/b).

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FUNDAMENTOS DA OPOSIÇÃO À PENHORA

 São três as situações que, segundo o art. 784.º/1 podem fundar a oposição à penhora:
a) Inadmissibilidade da penhora dos bens concretamente apreendidos ou da extensão com que ela foi
realizada (ex. penhora de bens absoluta ou totalmente impenhoráveis, penhora efetuada com extensão
excessiva: foram penhorados bens parcialmente penhoráveis, abrangendo a penhora a parte
impenhorável de tais bens).
b) Imediata penhora de bens que só subsidiariamente respondam pela dívida exequenda (ex. penhora,
antes de excutido o património do devedor principal, de bens do devedor subsidiário que goza do
benefício da excussão prévia e o invocou).
c) Incidência da penhora sobre bens que, não respondendo, nos termos do direito substantivo, pela dívida
exequenda, não deviam ter sido atingidos pela diligência (ex. penhora de bens do herdeiro habilitado
como sucessor do devedor, que aquele não tenha adquirido por sucessão deste, por dívidas do
primitivo devedor, desde que o herdeiro tenha aceite a herança a benefício de inventário – art. 2071.º
CC).
 Fundando-se a oposição na existência de patrimónios separados, deve o executado indicar logo (com a
dedução da oposição à penhora) os bens penhoráveis que tenha em seu poder e se integrem no
património autónomo que responde pela dívida exequenda (art. 784.º/2).

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TRAMITAÇÃO DA OPOSIÇÃO À PENHORA

 O prazo varia consoante o processo siga a forma ordinária ou sumária.

10 dias a contar da notificação do 20 dias a contar da citação/notificação


ato da penhora (art. 785.º/1), do ato da penhora (art. 856.º/1)

Oposição à penhora Oposição à penhora cumula-se


não se cumula com os com os embargos de executado
embargos de executado se estes forem deduzidos (art.
(art. 856.º/4). 856.º/3).
Segue as normas gerais dos incidentes da
instância – arts 293.º a 295.º - bem como as Segue a tramitação prevista para
dos arts 732.º/1 e 3, devidamente adaptados os embargos de executado (art.
(arts 785.º/2, 3, 4, 5,6). 732.º).

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TRAMITAÇÃO OPOSIÇÃO À PENHORA QUANDO NÃO SE CUMULE


COM OS EMBARGOS DE EXECUTADO
 Requerimento inicial (de oposição à penhora).
 Com o requerimento de oposição, devem ser logo oferecidos os meios de prova.
 O incidente corre por apenso.
 Há despacho liminar e o juiz indefere a oposição quando esta tenha sido deduzida fora de prazo, não
tiver fundamento nos termos do art. 784.º/1 ou for manifestamente improcedente.
 Se a oposição à penhora for recebida o exequente pode responder no prazo de 10 dias, contados da
data em que é notificado da oposição, devendo oferecer logo os meios de prova.
 A falta de resposta ou a omissão de impugnação tem efeito cominatório semi-pleno, não devendo,
porém, considerar-se os provados os factos, dos alegados pelo executado, que estiverem em oposição
com o que o exequente tenha dito no requerimento executivo.
 Não podem ser oferecidas mais de 5 testemunhas por cada parte.
 Finda a produção da prova, e depois de uma breve alegação oral pelos advogados, é imediatamente
proferida decisão por escrito.

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EFEITOS DO RECEBIMENTO DA OPOSIÇÃO À PENHORA

 Regra: o recebimento da oposição à penhora NÃO suspende a execução.


 A Execução só é suspensa, na sequência da admissão da oposição e limitadamente aos bens em causa, se
o executado prestar caução (art. 785.º/3).
 Sendo a execução sobre os bens suspensa por ter sido deduzida oposição à penhora pode a penhora ser
reforçada ou substituída nos termos do art. 751.º/4/d.
 Se a oposição à penhora respeitar ao imóvel que constitua habitação efetiva do executado, o juiz pode a
requerimento do oponente/executado, determinar que a venda aguarde a decisão proferida em 1.ª
instância sobre a oposição, qual tal venda seja suscetível de causar prejuízo grave e dificilmente reparável
(art. 733.º/5 ex vi art. 785.º/4).
 No processo ordinário, quando haja lugar à dispensa de citação prévia do executado, e no processo
sumário esta decisão do juiz pode verificar-se simultaneamente no âmbito dos embargos de executado e
da oposição à penhora.

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EFEITOS DO RECEBIMENTO DA OPOSIÇÃO À PENHORA

 Mesmo quando o recebimento da oposição à penhora não suspenda a execução, ou seja, a execução
prossegue, nem o exequente nem qualquer outro credor pode ser pago, sem prestar caução (art.
785.º/5).
 A procedência da oposição à penhora determina o levantamento da penhora e o cancelamento de
eventuais registo (art. 785.º/6).
 No caso de ter havido venda dos bens penhorados, tendo sido deduzida oposição à penhora
relativamente mesmos bens, e tendo esta sido julgada procedente, a venda fica sem efeito (art.
839.º/1/a), se for requerida a restituição dos bens pelo executado, nos termos do art. 839.º/3. Tal
apenas não sucederá se a procedência da oposição à penhora for parcial e a subsistência da venda for
compatível com a decisão tomada (art. 839.º/1/a).

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CITAÇÕES E CONCURSO DE CREDORES

 Concluída a fase da penhora e apurada, pelo agente de execução, a situação registral dos bens
penhorados, são convocados/citados para a execução o cônjuge do executado (apenas em certos
casos) e os credores com garantia real sobre os bens penhorados.
 Através destas convocações, dá-se a possibilidade de intervenção, na ação executiva, a outros credores
para além do exequente.
 Sendo chamadas pela primeira vez ao processo, a sua convocação faz-se sob a forma de citação (art.
219.º/1), cuja falta ou nulidade tem o mesmo efeito que a falta ou nulidade da citação do réu (arts
187.º a 191.º), mas com restrições quanto à anulação derivada de atos posteriores (art. 786.º/6).

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CITAÇÃO DO CÔNJUGE DO EXECUTADO

 O cônjuge do executado é citado nos seguintes casos (art. 786.º/1/a).


 Quando a penhora tenha recaído sobre bens próprios do executado que sejam imóveis ou
estabelecimento comercial que este não possa alienar livremente (ver art. 1682.º-A CC).
 Quando a execução seja movida apenas contra o executado mas sejam penhorados bens comuns
do casal por falta ou insuficiência de bens próprios do executado nos termos do art. 740.º/1.
 A citação do cônjuge é realizada no prazo de 5 dias a contar do apuramento da situação registral
dos bens penhorados (art. 786.º/8).
 A citação do cônjuge tem também lugar nos termos especialmente previstos nos arts 741.º e 742.º
(art. 786.º/5).

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ESTATUTO PROCESSUAL DO CÔNJUGE DO EXECUTADO

 A citação do cônjuge, nos termos do art. 786.º/1/a/1.ª parte, destina-se a que o mesmo possa (art.
787.º/1):
 Deduzir oposição à penhora, no prazo de 20 dias a contar da citação;
 Exercer nas fases da execução posteriores à citação todos os direitos que a lei processual confere ao
executado, como por exemplo,
- deduzir embargos de executado, podendo cumular eventuais fundamentos;
- pronunciar-se quanto à forma e condições de alineação dos bens penhorados (art. 812.º/1);
- impugnar os créditos dos credores reclamantes com garantia real sobre os bens penhorados (art. 789.º/2);
- requerer a sustação da venda dos bens penhorados nos termos do art. 813.º/1.

 Nos casos especialmente regulados nos arts 740.º a 742.º, o cônjuge do executado é admitido a
exercer as faculdades aí previstas (art. 787.º/2).

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CITAÇÃO DOS CREDORES COM GARANTIA REAL SOBRE OS BENS


PENHORADOS

 No esquema da nossa lei processual civil, só são convocados os credores que gozam de direito real de
garantia, registado ou conhecido, sobre os bens penhorados para reclamarem o pagamento dos seus
créditos (art. 786.º/1/b e 788.º/1).
 Com a venda executiva os bens são transmitidos livres dos direitos de garantia que os oneram por
força do art. 824.º/2 CC.
 Para que os credores preferencialmente garantidos pelos bens penhorados ao executado não percam,
com a venda executiva, a garantia dos respetivos créditos e, consequentemente, os respetivos direitos
se transfiram, nos termos do art. 824.º/3, para o produto da venda dos bens penhorados é necessário
que, em momento processualmente oportuno, vão à ação executiva reclamar os seus créditos.

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CITAÇÃO DOS CREDORES COM GARANTIA REAL SOBRE OS BENS


PENHORADOS

 Os credores a favor de quem exista o registo de algum direito real de garantia sobre os bens
penhorados são citados no domicílio que conste do registo, salvo se tiverem outro domicílio
conhecido (art. 786.º/3).
 Os titulares de direito real de garantia sobre bem não sujeito a registo são citados no domicílio que
tenha sido indicado no ato da penhora ou que seja indicado pelo executado (art. 786.º/4).
 É ainda citada a Fazenda Nacional, com vista à defesa dos seus possíveis interesses e o Instituto de
Gestão Financeira da Segurança Social, I.P., com vista à defesa dos direitos da Segurança Social. Estas
citações têm lugar exclusivamente por meios eletrónicos nos termos da Portaria 331-A/2009, de 30
de março) - art. 786.º/2.
 Realizam-se no prazo de cinco dias a contar do termo do prazo da oposição à penhora (art. 786.º/9).

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CONCURSO DE CREDORES

 Para que o credor possa reclamar os seus créditos, para além de ter uma garantia real sobre os bens
penhorados, têm de estar reunidos todos os pressupostos necessários à propositura de uma ação
executiva, com exceção da exigibilidade (o credor é admitido à execução ainda que o seu crédito não
esteja vencido) – art. 788.º/7.

 Assim, são pressupostos específicos da reclamação de créditos (art. 788.º/1/2 e 7):


 Existência de uma garantia real sobre os bens penhorados;
 Existência de título executivo;
 Certeza e liquidez da obrigação (ou realização de diligências para tornar a obrigação certa e líquida)

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PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DA RECLAMAÇÃO DE CRÉDITOS

Garantia real
 Só o credor com garantia real sobre os bens penhorados tem o ónus de reclamar o seu crédito na
execução, a fim de concorrer à distribuição do produto da venda (art. 788.º/
Título executivo
 A reclamação tem por base um título exequível (art. 788.º/2), Aplica-se aqui tudo quanto se disse
sobre o título executivo enquanto pressuposto da ação executiva.
 Admite-se que um credor com garantia real sobre o bem penhorado não disponha ainda de título
executivo no termo do prazo para a reclamação (15 dias a contar da citação – art. 788.º/2), sendo-lhe
facultado requerer, dentro desse mesmo prazo, que a graduação de créditos aguarde a sua obtenção
(art. 792.º/1).

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PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DA RECLAMAÇÃO DE CRÉDITOS

 Está prevista a possibilidade de formação de um título judicial impróprio que evitará a propositura da ação
com vista à obtenção de um título executivo pelo credor reclamante: o executado é notificado para, no
prazo de 10 dias, se pronunciar sobre a existência do direito invocado (art. 792.º/2) e, se reconhecer ou
nada disser (a menos que neste caso esteja pendente ação declarativa de apreciação) considera-se
formado o título executivo, sem prejuízo de o crédito ser impugnado pelo exequente ou restantes
credores (art. 792.º/3).
 Quando o executado negue a existência do título, o credor reclamante tem de propor ação com vista à
obtenção do título e de seguida reclama o crédito na execução (art. 792.º/4).
 Os efeitos do requerimento caducam se dentro de 20 dias a contar da notificação de que o executado
negou a existência do crédito, não for apresentada certidão comprovativa da pendência da ação (art.
792.º/7/a).

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PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DA RECLAMAÇÃO DE CRÉDITOS

 Se a ação com vista à obtenção do título executivo já estava pendente à data do requerimento do credor
reclamante no sentido da graduação de créditos aguardar a obtenção de título executivo, o credor tem de provar
a intervenção principal, nos termos dos arts 316.º e ss, do exequente e dos credores reclamantes com garantia
real sobre o mesmo bem (litisconsórcio necessário) – art. 792.º/5. Isto sob pena de os efeitos do requerimento do
credor reclamante caducarem se o exequente provar que não se verificou esta intervenção (art. 792.º/7/b).
 Igualmente caducam os efeitos do requerimento se dentro de 15 dias a contar do trânsito em julgado da decisão,
dela não for apresentada certidão (Art. 792.º/7/c).
 O requerimento não obsta à venda ou adjudicação dos bens, nem à verificação dos créditos reclamados, mas o
requerente é admitido a exercer no processo os mesmos direitos que competem ao credor cuja reclamação
tenha sido admitida (art. 792.º/6).

A certeza e liquidez da obrigação


 Se a obrigação do credor não for qualitativamente determinada (incerta) ou tiver por objeto uma prestação cujo
quantitativo não está ainda apurado (ilíquida), o credor reclamante lançará mão dos meios que o exequente tem à
sua disposição para a tornar certa e líquida.

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PRAZO E RESTRIÇÕES N A RECLAMAÇÃO DE CRÉDITOS

Quanto ao prazo de que o credor dispõe para reclamar os seus créditos, importa distinguir
duas situações:
 Quando o credor tenha sido citado, é de 15 dias a contar da citação (art. 788.º/2);
 Não tendo sido citado pode reclamar espontaneamente o seu crédito até à transmissão dos bens
penhorados sobre que incide a garantia (art. 788.º/3).

Restrições
 Não é admitida a reclamação de credor com privilégio creditório geral, mobiliário ou imobiliário, nas
situações previstas mo art. 788.º/4.
 Não se aplicam estas restrições quando estejam em causa privilégios creditórios de trabalhadores (art.
788.º/6).

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AÇÃO DE VERIFICAÇÃO E GRADUAÇÃO DE CRÉDITOS

 O concurso de credores é processado por apenso ao processo de execução (art. 788.º/8).


 Trata-se de um processo declarativo de estrutura autónoma, mas funcionalmente subordinado ao
processo executivo.
 O Juiz deve verificar e graduar os créditos no prazo máximo de três meses contados da reclamação
(art. 723.º/1/b).

 Este processo declarativo desdobra-se em três fases:


1. Os articulados
2. A verificação de créditos
3. A graduação de créditos

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1. OS ARTICULADOS

 Citados os credores, estes poderão reclamar os seus créditos, mediante a apresentação de uma petição
inicial articulada (art. 147.º/2)
 Terminado o prazo para a sua apresentação ou apresentada reclamação nos termos do n.º 3 do art. 788.º,
a secretaria do tribunal procede à notificação da reclamação apresentada ao exequente, executado, ao
cônjuge do executado, credores reclamantes e agente de execução. A notificação do executado deve
respeitar o disposto no art. 227.º que prevê os elementos que lhe devem ser transmitidos, podendo a
notificação deste ser feita na pessoa do mandatário quando constituído.
 No prazo de 15 dias a contar da respetiva notificação, o exequente, o executado, o seu cônjuge (que
tenha o estatuto processual que lhe é conferido pelo art. 787.º/1) e os demais credores reclamantes
cujos créditos estejam garantidos pelos mesmos bens, podem impugnar os créditos reclamados. Note-se
que é permitido aos credores reclamantes impugnar também o crédito exequendo, bem como as
garantias reais invocadas, quer pelo exequente, quer pelos outros credores (art. 789.º/2 e 3).

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1. OS ARTICULADOS

 A impugnação dos créditos reclamados pode ter como fundamento qualquer das causas que extinguem
ou modificam a obrigação ou que impedem a sua existência, nos termos do disposto no art. 789.º/4.
 No entanto, se o crédito estiver reconhecido por sentença que tenha força de caso julgado em relação
ao impugnante, a impugnação só pode basear-se em algum dos fundamentos mencionados nos arts 729.º
e 730.º, na parte em que forem aplicáveis.
 Nos termos do art. 790.º, o credor reclamante que veja os seus créditos impugnados poderá deduzir um
terceiro articulado, respondendo à impugnação verificada (no prazo de 10 dias a contar da notificação).

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2. A VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS

 Se nenhum crédito tiver sido impugnado ou, tendo havido impugnação, não houver prova a produzir, o
juiz proferirá sentença de verificação e graduação dos créditos reclamado com o crédito do exequente,
acabando aí o processo (art. 791.º/2).
 São havidos como reconhecidos os créditos e as respetivas garantias que não forem impugnados, sem
prejuízo das exceções ao efeito cominatório da revelia, vigentes em processo declarativo, ou do
conhecimento das questões que deviam ter implicado rejeição liminar da reclamação (art. 791.º/4).
 Se, pelo contrário, a verificação de algum dos créditos reclamados estiver dependente de produção de
prova, seguir-se-ão os termos do processo comum de declaração, posteriores aos articulados, sem
prejuízo de, no despacho saneador, o juiz julgar verificados os créditos cujo reconhecimento não estiver
dependente de produção de prova. Contudo, a graduação de todos fica para a sentença final (art.
791.º/1).

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3. A GRADUAÇÃO DOS CRÉDITOS

 Logo que estejam verificados todos os créditos reclamados, o juiz gradua-os, isto é, estabelece a ordem
pela qual devem ser satisfeitos, incluindo o crédito do exequente, de acordo com os preceitos aplicáveis
de direito substantivo:
 No caso de ser graduado crédito que não esteja vencido, a sentença de graduação determina que, na
conta final de pagamento, se efetue o desconto correspondente ao benefício de antecipação (art. 791.º/3).
 No caso do n.º 2 do art. 788.º, ou seja, de ser apresentada reclamação de créditos por titulares de
direitos reais de garantia que não tenham sido citados, que pode ocorrer até à transmissão dos bens
penhorados, a graduação de créditos se já estiver feita é refeita (art. 791.º/6).

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3. A GRADUAÇÃO DOS CRÉDITOS

 Em caso de concurso sobre a mesma coisa móvel prevalece o direito real de garantia que mais cedo tiver
sido constituído, salvo disposição em contrário e com a exceção do privilégio mobiliário geral, que é
graduado em último lugar (arts 749.º e 750.º do CC);
 Em caso de concurso sobre a mesma coisa imóvel, o privilégio imobiliário é graduado em primeiro lugar,
seguido do direito de retenção e a seguir da hipoteca e da consignação de rendimentos, prevalecendo entre
as duas ultimas a que for registada em primeiro lugar (arts. 751.º CC, 759.º/2 CC e 6.º/1 CRP);
 Concorrendo entre si vários privilégios creditórios, a ordem de prevalência é, em geral, a dos arts 745.º CC a
748.º CC, mas há várias disposições avulsas, designadamente no domínio do direito fiscal e para-fiscal, que
estabelecem o lugar em que são graduados determinados privilégios;
 O crédito exequendo, se for apenas for garantido pela penhora, será graduado depois destes créditos, mas
antes dos credores que, por segunda penhora, arresto ou hipoteca judicial, constituam garantia real
posteriormente à penhora.
 Se o exequente tiver direito real de garantia, deve atender-se à natureza e à data de constituição deste.

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PLURALIDADE DE EXECUÇÕES SOBRE OS MESMOS BENS

 Estando pendentes duas ou mais execuções sobre os mesmos bens, o agente de execução deve sustar a
execução quanto aos bens penhorados se estes já se encontrarem onerados com penhora anterior a favor
de outra execução. O exequente pode reclamar o respetivo crédito nessa execução (art. 794.º/1).
 Não tendo ainda o exequente sido citado no processo em que a penhora seja mais antiga/anterior, pode
reclamar o seu crédito no prazo de 15 dias a contar da notificação de sustação (art. 794.º/2/1.ª parte).
 A reclamação suspende os efeitos da graduação de créditos já fixada e, se for atendida, provoca nova
sentença de graduação, na qual se inclui o crédito do reclamante (art. 794.º/2/2.ª parte).
 Na execução sustada, o exequente pode desistir da penhora relativa aos bens apreendidos no outro
processo e indicar outros em sua substituição (art. 794.º/3 e 754.º/4/e).
 A sustação integral determina a extinção da execução, sem prejuízo de o exequente requerer a renovação da
execução extinta indicando os concretos bens a penhorar (art. 794.º/4 e 850.º/5).

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PAGAMENTO

 O pagamento é o momento essencial para se atingir o fim último da execução.


 Na ação executiva para pagamento de quantia certa, um credor (o exequente) pretende obter o
cumprimento de uma obrigação pecuniária através da execução do património do devedor (executado) –
art. 817.º CC. Para tanto, apreendidos pelo tribunal os bens deste que forem considerados suficientes para
cobrir a importância da dívida e das custas, tem lugar, normalmente, a venda desses bens a fim, de com o
preço obtido, se proceder ao pagamento.
 Mas há casos em que o pagamento pode ocorrer sem tem lugar a venda.
 Relembre-se antes que o AE deverá ao longo do processo proceder a pagamentos parciais ao exequente no
caso de a penhora ter incidido sobre créditos, ou rendas, abonos, vencimentos ou salários ou depósitos
bancários (art. 777.º/5 e 779.º/3/a e 4/a, 780.º/13).
 Esses pagamentos parciais ao exequente estão contudo condicionados à verificação de duas circunstâncias:
em primeiro lugar, que tenha decorrido o prazo para a dedução da oposição ou, tendo esta sido deduzida,
que haja sido julgada improcedente por sentença transitada em julgado, e em segundo lugar que não
garantam crédito reclamado.

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PAGAMENTO

 De qualquer modo, o AE não poderá entregar ao exequente a totalidade das importâncias em cada
momento penhoradas, devendo sempre, aquando de cada entrega, reter a quantia fixada a título de
despesas de execução prevista no art. 735.º/3.
 No caso de se tratar da penhora de rendas/abonos/vencimentos ou salários e não tendo sido
identificados outros bens penhoráveis, deve ser também ser assegurado o pagamento das quantias
devidas ao AE a título de honorários e despesas, porque a execução vai ser extinta).
 O AE deverá ter presente que, sendo a execução baseada em sentença ainda em recurso ou estando
pendentes os embargos de executado e/ou a oposição à penhora, não poderá proceder a pagamentos
(ao exequente ou a qualquer outro credor) sem que seja prestada caução (704.º/3, 733.º/4, 785.º/5).

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MODOS DE PAGAMENTO

Constituem modos de efetuar o pagamento (art. 795.º/1):


 a entrega de dinheiro (art. 795.º);
 a adjudicação dos bens penhorados (arts 799.º a 802.º);
 a consignação judicial dos seus rendimentos (arts 803.º a 805.º);
 a venda (arts 811.º e segs.).

 É admitido o pagamento em prestações e acordo global (arts 806.º a 810.º), devendo em qualquer caso
prever-se o pagamento dos honorários e despesas do AE (n.º 2 do art. 795.º).

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TERMOS EM QUE PODE SER EFETUADO O PAGAMENTO

 A lei consagra um prazo de 3 meses a contar da penhora para serem efetuadas as diligências necessárias à realização
do pagamento, independentemente do prosseguimento do apenso da verificação e graduação de créditos. Mas as
diligências só podem ser efetuadas depois de terminado o prazo da reclamação de créditos (art. 796.º/1/1.ª parte).
 A consignação de rendimentos pode ser requerida pelo exequente logo a seguir à penhora (art. 796.º/1/2.ª parte).
 O credor reclamante só pode receber pelo valor dos bens penhorados sobre os quais tem garantia (art. 796.º/2) e, se
esse valor não chegar para o pagamento integral do crédito, resta-lhe propor uma ação executiva com vista à
satisfação do valor restante (art. 796.º/2)
 Para além das restrições à reclamação de créditos por credores com privilégio creditório geral, mobiliário ou
imobiliário previstas no art. 788.º/4, estes credores estão sujeitos a uma forte restrição no âmbito do pagamento, que à
semelhança daquela não se aplica aos privilégios creditórios dos trabalhadores (art. 788.º/6 e 796.º/4).
 A quantia a receber por credor com privilégio creditório geral, mobiliário ou imobiliário, é reduzida até 50% do
remanescente do produto da venda, deduzidas as custas da execução e as quantias a pagar aos credores que devam ser
graduados antes do exequente, na medida do necessário ao pagamento de 50% do crédito do exequente, até que este
receba o valor correspondente a 250UC (art. 796.º/3).

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ADJUDICAÇÃO DE BENS (ARTS 799.º A 802.º)

 Consiste na possibilidade que o exequente tem de pedir que os bens penhorados lhe sejam
adjudicados como pagamento completo ou parcial do seu crédito. Dá-se por pago o crédito do
requerente (total ou parcialmente) o qual é compensado com o preço da aquisição.
 Esta faculdade está prevista também para qualquer credor reclamante, em relação aos bens sobre os
quais tenha invocado garantia; mas se já tiver sido proferida sentença de graduação de créditos, a
pretensão do requerente só é atendida quando o seu crédito haja sido reconhecido e graduado.
 Todos os bens penhorados, imóveis, móveis ou direitos, podem ser objeto de adjudicação, à exceção
dos que, de acordo com o disposto nos arts 830.º e 831.º, devam ser vendidos em mercados
regulamentados ou a certas entidades (art. 799.º, n.º 1).
 O requerente deve indicar o preço em que assenta a sua oferta, o qual não poderá ser inferior a 85%
do valor base dos bens (art. 799.º, n.º 2).

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ADJUDICAÇÃO DE BENS (ARTS 799.º A 802.º)


 A adjudicação pode ser requerida em qualquer altura. Mas se à data do requerimento já estiver
anunciada a venda por propostas em carta fechada, esta não se susta e a pretensão só é considerada se
não houver pretendentes que ofereçam preço superior (art. 799.º/2). Não se apresentando, neste caso,
qualquer proponente, adjudicar-se-ão de imediato os bens ao requerente (art. 801.º, n.º 3).
 Se a venda por propostas em carta fechada não tiver sido anunciada, é publicitada a adjudicação
requerida nos termos previstos para a venda mediante propostas em carta fechada (817.º n.º 1), devendo
conter a menção do preço oferecido (art. 800.º/1).
 O dia, a hora e o local para a abertura das propostas são notificados ao executado, àqueles que podiam
requerer a adjudicação e bem assim aos titulares de direito de preferência, legal ou convencional com
eficácia real, na alienação dos bens (art. 800.º/2).
 A abertura de propostas tem lugar perante o juiz se se tratar de imóveis, ou, tratando-se de
estabelecimento comercial, se o juiz o determinar nos termos do art. 829.º. Nos restantes casos, a
abertura de propostas tem lugar perante o AE, desempenhando este as funções reservadas ao juiz na
venda do imóvel, aplicando-se, as normas da venda por propostas em carta fechada, devidamente
adaptadas (art. 800.º/3).

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ADJUDICAÇÃO DE BENS (ARTS 799.º A 802.º)


 No dia designado para a abertura de propostas pode verificar-se uma de duas situações:
- Não surge qualquer proposta e ninguém comparece a exercer o direito de preferência, aceita-se o preço oferecido
pelo requerente (art. 801.º/1).
- Se houver propostas de maior preço, observar-se-á o disposto nos arts 820.º e 821.º, ou seja, segundo as regras da
venda por meio de propostas em carta fechada de forma a garantir que os bens sejam vendidos ao seu preço justo, em
proteção dos interesses do executado e dos credores não requerentes (art. 801.º/2).

 Aceite a sua proposta, deve o proponente depositar à ordem do AE o preço devido – art. 824.º/2, sob pena de se lhe
aplicar as cominações previstas no art. 825.º/1 e 2 (aplicáveis ex vi art. 802.º).
 O exequente/credor reclamante sobre os bens a adquirir é tem de depositar a parte do preço que seja necessária para
pagar a credores graduados antes dele e exceda a importância que tem direito a receber (art. 815.º/1 ex vi 802.º).
 Se os créditos ainda não estiverem graduados, o preço só é depositado na medida em que exceder o valor do seu
crédito ou que lhe caiba receber (art. 815.º/2 ex vi 802.º; ver também n.ºs 3 e 4 do art. 815.º também aplicáveis ex vi
802.º).
 A adjudicação é feita nos mesmos termos que a venda mediante propostas em carta fechada – arts 827.º e 828.º ex vi
802.º.
 A invalidade da adjudicação verifica-se também nos mesmos termos que a venda mediante propostas em carta fechada
(arts 838.º a 841.º ex vi 802.º).

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CONSIGNAÇÃO DE RENDIMENTOS (ARTS 803.º A 805º)

 Consiste na afetação, com eficácia real, dos rendimentos dos bens penhorados ao pagamento
do crédito do exequente (art. 656.º, do CC).

Requisitos:
 O objeto da penhora ser bem imóvel ou móvel sujeito a registo (art. 803.º/1) ou título de
crédito nominativo (803.º/1 805.º/3).
 Ser requerida pelo exequente ao AE (art. 803.º/1)
 Requerimento deve ser apresentado entre o momento da realização da penhora e o da venda
ou adjudicação dos bens penhorados (art. 803.º/1).
 O executado manifestar o seu acordo expresso ou tácito, do executado (se ele não requerer
que se proceda à venda de tais bens) - art. 803.º/2.

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CONSIGNAÇÃO DE RENDIMENTOS – TERMOS EM QUE É EFETUADA

 Efetua-se por comunicação ao serviço competente de registo, através de comunicação


eletrónica, sendo o registo efetuado por averbamento ao registo da penhora (art. 803.º/4
que remete para o art. 755.º/1 e 2, e 803.º/5)
 Por comunicação à entidade registadora sendo depois objeto de averbamento no título (art.
805.º/3).

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CONSIGNAÇÃO DE RENDIMENTOS - EFEITOS

 A execução extingue-se, efetuada a consignação e pagas as custas (art. 805.º/1).


 As penhoras que incidam sobre outros bens são levantadas (art. 805.º/1).
 A penhora sobre o bem cujos rendimentos foram consignados mantém-se através da
consignação averbada ao registo da penhora, para assegurar a preferência a favor do
exequente (art. 805.º/2):
- Esta preferência tem relevância no caso de venda ou adjudicação do bem penhorado em
outra execução: se os bens vierem a ser vendidos ou adjudicados, livres do ónus da
consignação, o consignatário é pago do saldo do seu crédito pelo produto da venda ou
adjudicação, com a prioridade da penhora a cujo registo a consignação foi averbada.

CONSIGNAÇÃO DE RENDIMENTOS - EFEITOS

 Tem a particularidade de dispensar a convocação dos credores se for requerida antes de a


ela se proceder e o executado não requeira a venda dos bens – art. 803.º/3.
 Se, quando requerida, os credores já foram citados, as reclamações são admitidas.
 Uma vez extinta a execução, o credor (cujo crédito esteja vencido) pode requerer o seu
prosseguimento para verificação, graduação e pagamento do seu crédito – art. 850.º/2.
 Mas, não pode preferir ao exequente na consignação de rendimentos para a qual não tem
legitimidade.

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CONSIGNAÇÃO EM CASO DE LOCAÇÃO – ART. 804.º

 Se o bem penhorado estiver locado à data da consignação:


- o locatário é notificado da consignação de rendimentos (art. 804.º n.º 1). Esta notificação é um ato que
condiciona a eficácia da consignação de rendimentos perante os locatários, mas não é constitutivo. A
consignação de rendimentos efetua-se por comunicação à CRP, sendo o registo efetuado da mesma feito por
averbamento ao registo da penhora (art. 803.º/4 e 5).
- o consignatário fica na posição de locador, mas não pode resolver o contrato, nem tomar qualquer decisão
relativa aos bens, sem a anuência do executado; na falta de acordo, o juiz decide.
- As rendas passam a ser pagas ao exequente até ser integralmente pago.

 Se o bem penhorado não estiver locado ou tiver de se celebrar novo contrato (art. 804.º/2):
- Procede-se à respetiva locação;
- Legitimidade é do AE;
- Locação é feita mediante propostas em carta fechada ou por negociação particular, observando-se, com as
modificações necessárias, as formalidades prescritas para a venda de bens penhorados.

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PAGAMENTO EM PRESTAÇÕES (ARTS 806.º A 809.º)

 É admissível o pagamento em prestações da dívida exequenda, se o exequente e o executado estiverem


de comum acordo quanto ao pagamento em prestações da dívida exequenda, definindo um plano de
pagamento e comunicando tal acordo ao AE (art. 806.º/1).
 No acordo de pagamento em prestações tem de estar previsto o pagamento dos honorários e despesas
do agente de execução (art. 795.º/2).
 A comunicação referida pode ser apresentada até à transmissão do bem penhorado ou, no caso da
venda mediante proposta em carta fechada, até à aceitação da proposta apresentada (art. 806.º/2).
 Este acordo determina a extinção da execução (art. 806.º/2 in fine).

 Garantia do crédito exequendo – art. 807.º (penhora converte-se em hipoteca/penhor; extinção da


execução)
 Consequências da falta de pagamento – art. 808.º
 Situação dos credores reclamantes: os interesses dos credores reclamantes são tutelados nos termos do
art. 809.º

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ACORDO GLOBAL – ART. 810.º

 Possibilidade de entre o executado, o exequente e os credores reclamantes ser acordado um plano de


pagamentos que poderá envolver moratórias ou perdões, substituição total ou parcial de garantias, ou
constituição de novas garantias (art. 810.º/1).
 No acordo tem de estar previsto o pagamento dos honorários e despesas do agente de execução (art.
795.º/2).
 Aplica-se o art. 806.º: o acordo é comunicado ao AE até à transmissão do bem penhorado ou, no caso de
venda mediante propostas em carta fechada, até à aceitação de proposta apresentada e determina a extinção
da execução e o art. 807.º/1: conversão da penhora em hipoteca ou penhor (810.º/2).
 O incumprimento do acordo pelo executado implicará a caducidade do acordo global, se o executado
continuar em falta após interpelação escrita do exequente ou de credor reclamante. O exequente ou o credor
reclamante pode requerer a renovação da execução para pagamento do remanescente do crédito exequendo
e dos créditos reclamados, aplicando-se o disposto nos n.ºs 2 e 3 do art. 808.º com as necessárias adaptações
(810.º/3).
 A caducidade do acordo global não prejudica os efeitos entretanto produzidos (art. 810.º/4).
 O exequente e os credores reclamantes conservam sempre os seus direitos contra os co-obrigados ou
garantes do executado (art. 810.º/5).

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VENDA EXECUTIVA
 As modalidades da venda constam do art. 811.º/1:
 Modalidade preferencial:
- Venda em leilão eletrónico (bens imóveis e móveis – art. 837.º).
 Modalidades normais:
- Venda por proposta em carta fechada (bens imóveis e estabelecimento comercial de valor superior a 500
UC, sob proposta do exequente, do executado ou de um credor com garantia real – (arts. 816.º/1 e
829.º/1);
- Venda em depósito público ou equiparado (bens móveis - arts 764.º/1 e 836.º).
 Modalidades excecionais:
- Venda em mercados regulamentados (art. 830.º); carácter imperativo
- Venda direta (art. 831.º);
- Venda por negociação particular (art. 832.º); tem carácter imperativo quando o bem tem um valor inferior a 4 UC (al. g)
- Venda em estabelecimento de leilão (art. 834.º).

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DETERMINAÇÃO DA MODALIDADE DA VENDA – 812.º

 Quando a lei não disponha diversamente, cabe ao AE decidir sobre a modalidade da venda,
depois de ouvidos os interessados – exequente, executado e os credores com garantia sobre
os bens a vender (art. 812.º/1 e 2/a).
 A decisão tem também de ter por objeto o valor base dos bens a vender a eventual
formação de lotes, com vista à venda em conjunto dos bens penhorados (art. 812.º/2/b e c).
 O valor base é determinado nos termos do art. 812.º/3/4 e 5.
 O AE notifica os interessados da decisão, os quais poderão manifestar a sua discordância
perante o juiz, que apreciará por decisão insuscetível de recurso (art. 812.º/6 e 7)

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FORMALIDADES DA VENDA POR PROPOSTAS EM CARTA FECHADA

 A proposta deve ser acompanhada de cheque visado como caução, no montante


correspondente a 5% do valor anunciado ou garantia bancária no mesmo valor (art 824.º/1).
 Valor a anunciar é fixado em 85% do valor base (art. 816.º/2).
 É afixado edital na porta do prédio urbano e publicado anúncio em página informática de acesso
público – http:/citius.mj.pt (art. 817.º/1).
 Até ao dia de abertura das propostas, o depositário tem obrigação de mostrar os bens (art.
818.º).
 São notificados os titulares do direito de preferência, do dia, hora e local da abertura das
propostas (art. 819.º).
 As propostas são abertas na presença do juiz (art. 820.º/1).
 Havendo propostas de igual valor, licita-se ou sorteia-se, se nenhum estiver presente (art.
820.º/2 e 3)
 Deliberação sobre as propostas (art. 821.º).

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FORMALIDADES DA VENDA POR PROPOSTAS EM CARTA FECHADA


 Possibilidade de o exequente, estando presente no ato de abertura das propostas, manifestar vontade
de adquirir os bens a vender. Nesse caso, abre-se logo licitação entre este e o proponente do maior
preço. Se o proponente não estiver presente, o exequente pode cobrir a proposta daquele (art. 820.º/5).
 Interpelação dos preferentes (art. 823.º)
 Depósito do preço em 15 dias, momento em que a venda produz efeitos (art. 824.º/2).
- Há dispensa no caso de o comprador ser exequente ou credor reclamante, nos termos do art. 815.º
 Se o proponente ou preferente/rem não proceder ao depósito do preço, no prazo de 15 dias a contar
da sua notificação para esse efeito (art. 824.º/2) fica sujeito às cominações previstas no art. 825.º.
 O AE lavra auto de abertura e aceitação das propostas, nos termos do art. 826.º
 Depois do depósito e cumpridas as obrigações fiscais o AE emite o título de transmissão (art. 827.º/1).
 O AE comunica a venda à CRP para registo oficioso, sendo efetuado oficiosamente o cancelamento das
inscrições relativas aos direitos que tenham caducado, nos termos do art. 824.º/2, do CC (art. 827.º/2).

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