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0054141-02.2016.8.19.

0002 - APELAÇÃO
 
Des(a). MÔNICA MARIA COSTA DI PIERO - Julgamento: 27/08/2019 - OITAVA
CÂMARA CÍVEL
 
APELAÇÃO CÍVEL. CARTÃO DE CRÉDITO. FURTO. SEGURO. GASTOS
EFETUADOS POR TERCEIRO. COMUNICAÇÃO PELA CONSUMIDORA.
COBRANÇA INDEVIDA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DEVER DE
SEGURANÇA. FORTUITO INTERNO. NEGATIVAÇÃO DO NOME DA
CONSUMIDORA. DANO MORAL FIXADO ADEQUADAMENTE. 1. Cuida-se de
ação declaratória e indenizatória, na qual a parte autora alega que teve seu cartão
furtado, e, embora tenha avisado aos réus, foi cobrada indevidamente por compras
efetivadas por terceiros, tendo sido negativada perante os cadastros de crédito. 2.
Sentença que declara a inexigibilidade das cobranças lançadas no cartão da autora após
a ocorrência do furto e condenou as rés, solidariamente, a título de dano moral. 3. A
relação jurídica existente entre as partes, é, por óbvio, de consumo, uma vez que se
adequam à previsão dos artigos 2º e 3º da Lei 8.078/90; nos termos, ainda, da Súmula nº
297 do Superior Tribunal de Justiça: ¿O Código de Defesa do Consumidor é aplicável
às instituições financeiras¿. 4. O artigo 14 do citado diploma legal que atribui ao
fornecedor de bens e serviços o dever de responder, independentemente de culpa, pelos
fatos e vícios resultantes de seu negócio, já que a sua responsabilidade decorre da
atividade de produzir, distribuir, comercializar ou executar determinados serviços,
consoante a Teoria do Risco do Empreendimento. 5. Incontroversa a ocorrência de furto
do cartão da parte autora, na data de 25/09/2015, consoante o boletim de ocorrência
juntado aos autos, bem ainda diante das compras efetivadas em quantidade e valores
muito superiores ao consumo habitual da consumidora, conforme acertadamente
ressaltou a r. sentença. 6. Veja-se que o maior valor gasto entre janeiro a agosto de
2015, foi de R$ 345,34, enquanto as faturas após o furto (setembro 2015)
totalizaram R$ 2.110,04 e R$ 8.970,99. 7. Comprovados, portanto, o furto e a ausência
de responsabilidade da consumidora pelos gastos efetuados após 25/09/2015, é de se
aferir se houve falha do serviço pelos apelantes. 8. Embora a consumidora tenha
contestado os gastos, a apelante efetivamente cobrou-os nas faturas de novembro e
dezembro de 2015, que vieram em quantias exorbitantes (fatura com vencimento
em dezembro de 2015, no valor de R$ 2.110,04 e novembro de 2015, no valor de R$
8.970,99), inclusive em valores maiores do que o próprio limite do cartão. 9. Cabia
aos apelantes a produção de prova a afastar a verossimilhança das alegações autorais,
contudo, sequer juntaram algum documento, limitando-se a argumentar a ocorrência de
fato de terceiro. 10. Não há como negar que a conduta de terceiro fraudador se
relaciona com os riscos da atividade desenvolvida, razão pela qual os danos dela
decorrentes são considerados fortuito interno, não havendo ruptura do nexo de
causalidade, ao que a responsabilização civil do fornecedor se mantém. 11. Os
apelantes, pois, não se desincumbiram de seu ônus probatório esculpido no artigo 373,
II, do NCPC, sendo evidente o nexo causal entre a falha de segurança e eficiência do
fornecedor, e o cometimento das operações fraudulentas por terceiro. Súmulas 479 do
STJ e 94 deste Tribunal de Justiça. 12. Não bastasse a falha do serviço consubstanciada
na improcedência da contestação das compras e na ausência de segurança oferecida
pelos fornecedores, há, ainda, o fato de que a consumidora era contratante do seguro
¿proteção perda-roubo¿, conforme consta da fatura de janeiro de 2015. 13. A
responsabilidade dos apelantes permanece ainda que não fosse reconhecido o fortuito
interno, ante a existência de contrato de seguro para o sinistro ocorrido na hipótese. 14.
Quantum indenizatório arbitrado de acordo com os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, ante a negativação do nome da consumidora perante os cadastros
restritivos de crédito. Súmula 343 do TJRJ. 15. Sentença mantida. 16. Recurso
desprovido

DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$

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