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Universidade Estadual do Maranhão

Engenharia de Produção
Ciências do Ambiente
Meio Aquático
Características e Poluição

Me. Elon Vieira Lima


Introdução
Hidrosfera
• São os oceanos, mares, lagos e rios que cobrem,
aproximadamente, 3/4 de sua superfície.

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Introdução
Hidrosfera
• São os oceanos, mares, lagos e rios que cobrem,
aproximadamente, 3/4 de sua superfície.

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Introdução
Importância da água
• A distribuição dos recursos hídricos pelo planeta
também não é homogênea. Em muitos pontos do
planeta já há escassez.
• A alteração da qualidade da água agrava o problema
da escassez desse recurso.
• 25 milhões de pessoas no mundo morrem por ano em
virtude de doenças transmitidas pela água (OMS).

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Introdução
Importância da água

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Introdução
Importância da água
• É o principal componente dos organismos vivos.
• Os seres vivos apresentam características específicas
conforme a umidade e a ocorrência de água em seu
habitat.
• Todas as formas de vida precisam dela e, se não tomarem a
quantidade necessária, elas morrem.

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Introdução
Importância da água

• O corpo humano é
composto de cerca de
60% de água. Os
pulmões têm 90% de
água, o cérebro tem
70% e o sangue tem
mais de 80% de água.

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Introdução
Importância da água
• As plantas têm ainda mais água do que os animais - a
maioria delas é composta de 90 a 95% de água. Elas
conseguem obtê-la por meio do orvalho, da irrigação e
da chuva.
• As plantas recebem a água através de suas raízes, e as
verdes a usam na fotossíntese. As plantas também
precisam de água para sua sustentação. A pressão do
processo de osmose - o movimento da água de fora
para dentro das células - conserva as paredes celulares
da planta
• As plantas absorvem a água do solo por meio da ação
capilar. Depois, a água se move pelas raízes através de
tubos chamados vasos de xilema. A água chega até as
folhas da planta e é eliminada por meio de pequenos
buracos chamados estômatos, que abrem quando a
planta precisa se refrescar (transpiração). 9
Introdução
A molécula da água
• A molécula de água é
composta por dois átomos
de hidrogênio e um de
oxigênio, formando um
ângulo de ligação de
105º.
• Essa assimetria atribui à
molécula uma
característica polar, ou
seja, comporta-se como
um dipolo, possuindo
cargas elétricas diferentes
em cada pólo.
• O dipolo da água pode ser
atraído tanto por
moléculas carregadas
positivamente quanto
negativamente. Esta
atração explica como a
água pode dissolver vários
compostos. 10
Introdução
A molécula da água
• Outra característica
importante é que as
moléculas da água formam
pontes de hidrogênio.
• As ligações de hidrogênio
podem também ajudar a reter
partículas bem pequenas
chamadas de colóides em
suspensão na água através da
atração de átomos de
hidrogênio, nitrogênio ou
oxigênio presentes na
molécula do soluto.
• Por ser um ótimo solvente
para muitos materiais, a água
é o meio de transporte básico
para nutrientes e resíduos nos
processos naturais. 11
Introdução
A molécula da água
Propriedade Efeitos e significância
Excelente solvente Transporte de nutrientes e
poluentes, tornando os
processos biológicos possíveis
em um meio aquoso.
Maior constante Alta solubilidade de substâncias
dielétrica que qualquer inorgânicas e sua ionização em
outro líquido comum solução
Maior tensão superficial Fator controlador na fisiologia;
que qualquer outro governa os fenômenos de gota e
líquido comum superfície
Transparente à luz Incolor, permitindo que a luz
visível e de frações de necessária para a fotossíntese
longos comprimentos de alcance consideráveis
onda de luz ultravioleta profundidades nos corpos
hídricos
Densidade máxima como O gelo flutua; circulação vertical
um líquido em 4º C restrita em corpos hídricos
estratificados 12
Introdução
A molécula da água

Propriedade Efeitos e significância

Maior calor de Determina a transferência de


evaporação que calor e de moléculas de água
qualquer outro material entre a atmosfera e os corpos
d’água
Maior calor latente de A temperatura estabiliza no
fusão que qualquer ponto de fusão da água
outro líquido, exceto
amônia
Maior capacidade Estabilização das temperaturas
calorífica que qualquer dos organismos e regiões
outro líquido, exceto geográficas
amônia

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Introdução
Importância da água
• O homem tem usado a água não só para suprir suas
necessidades metabólicas, mas também para outros
fins:
– Abastecimento humano;
– Abastecimento industrial;
– Irrigação;
– Geração de energia elétrica;
– Navegação;
– Assimilação e transporte de poluentes;
– Preservação da flora e fauna;
– Aqüicultura; e
– Recreação.
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Introdução
Ciclo da água
• É encontrada naturalmente nos 3 estados físicos.
• O ciclo da água é o movimento contínuo dela dentro e ao
redor da Terra, mudando constantemente de estado físico

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Introdução
Ciclo da água

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Introdução
Ciclo da água

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Poluição das Águas
Intervenções humanas
• Desmatamento.
• Pavimentação = taxa de impermeabilização.
• Utilização de defensivos agrícolas.
• Despejos de esgotos e efluentes industriais.
• Eutrofização.
• Diminuição do teor de oxigênio dissolvido nos rios.
• Lançamento de substâncias tóxicas perigosas.
• Poluição atmosférica.
• Resíduos sólidos.
• Represamento das águas.
• Salinização da água subterrânea.
• Desperdício de água tratada.
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Poluição das Águas
Intervenções humanas
• O desmatamento e a
retirada da cobertura
vegetal:
– A erosão do solo ;
– ASSOREAMENTO.

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Poluição das Águas
Intervenções humanas
• Importantes alterações têm ocorrido nas fases desse ciclo
por causa de intervenções humanas, intencionais ou não.

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Poluição das Águas
Fontes de poluição
• Poluição urbana e doméstica
– É provocada pela descarga de efluentes domésticos não
tratados na rede hidrográfica, fossas sépticas e lixeiras.
– Este tipo de poluição ao atingir o aqüífero origina um
aumento da mineralização, elevação da temperatura,
aparecimento de cor, sabor e odor desagradáveis.
• Poluição agrícola
– Os contaminantes potencialmente mais significativos
neste campo são os fertilizantes, pesticidas e
indiretamente as práticas de irrigação.
– A reciclagem e reutilização da água subterrânea para
irrigação provoca um aumento progressivo da
concentração de sais que, a longo prazo, a inutiliza para
este fim.

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Poluição das Águas
Fontes de poluição
• Poluição industrial
– A produção industrial gera resíduos que, quando
despejados nos corpos d’água sem nenhum controle ou
tratamento, podem levar a sérios problemas de
contaminação dos mananciais.
– Dentre as indústrias poluentes destacam-se: as
alimentares, as metalúrgicas, as petroquímicas, as
nucleares, as mineiras, as farmacêuticas, as
eletroquímicas, as de fabricação de pesticidas e
inseticidas.

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Poluição das Águas
Fontes de poluição
• Principais poluentes aquáticos:
– poluentes orgânicos biodegradáveis;
– poluentes orgânicos recalcitrantes ou refratários;
– metais;
– nutrientes;
– organismos patogênicos;
– sólidos em suspensão;
– calor; e
– radioatividade.

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Poluição das Águas
Fontes de poluição

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Poluição das Águas
Despejos e eutrofização
• A concentração de oxigênio
dissolvido na água ocorre em
função de:
– características do despejo;
– características do corpo de
água; e
– produção de oxigênio.

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Poluição das Águas
Despejos e eutrofização

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Poluição das Águas
Despejos e eutrofização

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Poluição das Águas
Doenças vinculadas à água
• Às vezes, a água, que parece limpa, contém vírus,
bactérias e parasitas (microrganismos patogênicos),
que só podem ser vistos ao microscópio.
• Eles prejudicando a nossa saúde através de doenças:
– Coléra
– Hepatite
– Esquitossomose
– Febre paratifóide
– Amebíase
– Ascaridíase
– Ancilostomose
– Estrongiloidose
– Poliomielite
– Diarréias Infecciosas 37
Poluição das Águas
Contaminação induzida por bombeamento

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Poluição das Águas
Contaminação induzida por bombeamento
• A intrusão salina é um fenômeno que ocorre em
regiões costeiras onde os aqüíferos estão em contacto
com a água do mar.
• Enquanto a água doce se escoa para o mar, a água
salgada, mais densa, tende a penetrar no aqüífero,
formando uma cunha sob a água doce.
• Este fenômeno pode acentuar-se e ser acelerado,
com conseqüências graves, quando, nas
proximidades da linha de costa, a extração de
grandes volumes de água doce subterrânea provoca o
avanço da água salgada no interior do aqüífero e a
conseqüente salinização da água dos poços ou dos
furos que nele captem.
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Poluição das Águas
Desperdício

Doméstico
10%

Indústria
20%

Irrigação
70%

Fonte: World Respirces Institute, ONU.1999


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Poluição das Águas
Desperdício

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Química da Água
Introdução
• Para entender a poluição da água, é necessário primeiro
entender os fenômenos químicos que ocorrem na água.

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Química da Água
Reações de oxidação e redução
• O oxigênio molecular dissolvido (O2) é o agente oxidante
mais importante em águas naturais.
• A concentração de oxigênio dissolvido em água é baixa, e,
por conseguinte, precária do ponto de vista ecológico.
• Por exemplo, os peixes necessitam de água que contenha
pelo menos 5 ppm de oxigênio dissolvido para manterem-se
vivos.
• A maior parte do oxigênio elementar vem da atmosfera, logo,
a habilidade de um corpo hídrico de se reoxigenar pelo
contato com a atmosfera é uma característica importante.
• O oxigênio é produzido por uma ação fotossintética das
algas, mas este processo não é um meio realmente eficiente
de oxigenação da água porque a maior parte do oxigênio
formado pela fotossíntese durante o dia é perdido durante a
noite quando as algas consomem o oxigênio como parte de
seus processos metabólicos. 50
Química da Água
Reações de oxidação e redução
• A solubilidade de gases na água são calculadas com a lei de Henry, que
estabelece que a solubilidade de um gás em um líquido é proporcional à
pressão parcial do gás em contato com o líquido.
• Para a reação:

A constante de Henry, KH, para o oxigênio a 25ºC é:

O2 aq  
KH     1,3 10 3 mol

PO2 L.atm
• Portanto, a solubilidade do oxigênio na água depende da temperatura da
água, da pressão parcial do oxigênio na atmosfera e do teor de sal na
água.
51
Química da Água
Reações de oxidação e redução
• Considera-se que águas de rios e lagos aquecidos
artificialmente experimentam uma poluição térmica porque
contêm menos oxigênio que as águas mais frias, devido à
diminuição na solubilidade dos gases com o aumento da
temperatura.
• Se processos de consumo de oxigênio estão ocorrendo na
água, o nível de oxigênio dissolvido pode rapidamente chegar
a zero a menos que algum mecanismo eficiente para a
reaeração da água esteja atuando.
• A água que é aerada através do fluxo de cursos d’água e rios
pouco profundos é continuamente reabastecida por oxigênio.
Porém, a água estagnada ou a que está situada próxima ao
fundo de um lago de grande profundidade está com
freqüência quase completamente sem oxigênio, devido a sua
reação com a matéria orgânica e a falta de qualquer
mecanismo que possibilite sua reposição com rapidez, já que
a difusão é um processo lento. 52
Química da Água
Demanda de oxigênio
• A substância mais habitualmente oxidada pelo oxigênio dissolvido
em água é a matéria orgânica (MO) de origem biológica.
• Por exemplo, em um esgoto sanitário estão presentes;
– Compostos de proteínas (40% a 60%);
– Carboidratos (25% a 50%);
– Gorduras e óleos (8% a 12%);
– Uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas, metais e outros.
• Com o objetivo de simplificar, supõe-se que a MO seja em sua
totalidade carboidrato polimerizado, com uma fórmula empírica
aproximada de CH2O, a reação de oxidação seria:

CH 2O  aq   O2  aq  CO2  g   H 2O  aq 
carboidrato
• A capacidade da matéria orgânica presente em uma amostra de
água natural em consumir oxigênio é chamada de demanda
bioquímica de oxigênio, DBO. 53
Química da Água
Demanda de oxigênio
• As reações de oxidação são catalisadas pela ação de
microorganismos já presentes na água.
• A oxidação de MO em esgotos pode ser representado por:

Matéria orgânica (COHNS) H2O

O2 CO2

Bactérias NH3

Outros

• A DBO então retrata a quantidade de oxigênio requerida para


estabilizar, através de processos bioquímicos, a matéria
orgânica carbonácea.
• É uma indicação indireta do carbono orgânico biodegradável.
54
Química da Água
Demanda de oxigênio
• Como a estabilização completa da MO demora vários dias (cerca de
20 ou mais para esgotos domésticos), para a determinação
experimental da DBO em laboratório, convencionou-se:
– Proceder à análise no 5º dia;
– O teste deve ser efetuado à temperatura de 20ºC, uma vez que
diferentes temperaturas interferem na velocidade do metabolismo
bacteriano.
• Logo, a DBO padrão é expressada como DBO520.
• Experimentalmente:
– No dia da coleta, determina-se a concentração de OD
– Mantém-se a amostra mantida em frasco fechado e incubada a 20ºC
por 5 dias;
– Ao final, mede-se a nova concentração de OD
– A diferença entre o teor de OD no dia zero e no dia 5 representa o OD
consumido para a oxidação da MO

55
Química da Água
Demanda de oxigênio

Exemplo do conceito do DBO520

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Química da Água
Demanda de oxigênio
• Uma determinação mais rápida da demanda de oxigênio pode
ser feita através de uma avaliação da demanda química de
oxigênio, DQO, de uma amostra de água.
• O íon dicromato, , na forma de um de seus sais, como o , é
dissolvido em ácido sulfúrico: o resultado é um poderoso
agente oxidante.
• A semi-reação de redução do dicromato durante a oxidação
da matéria orgânica é:
Cr2O7 2  14H   6e  2 Cr 3  7 H 2O
íon dicromato íon cromo III

• A semi-reação em solução ácida é:


O2  4H   4e  2H 2O 57
Química da Água
Demanda de oxigênio
• Assim, o número de moles de O2 requeridos para a oxidação é
1,5 vezes o número de moles do dicromato realmente usado.
• Como o dicromato oxida substâncias que não seriam oxidadas
pelo O2 na determinação da DBO, o valor da DQO de uma
amostra de água é, em regra geral, ligeiramente maior que o
valor de DBO.

58
Química da Água
Decomposição anaeróbica da MO
• Quando as bactérias apropriadas estão presentes, a MO
dissolvida na água decompõe-se sob condições anaeróbicas
(ausência de oxigênio).
• As condições anaeróbias ocorrem na natureza em águas
estagnadas.
• As bactérias atuam sobre o carbono e o modificam. Uma parte
do carbono é oxidada (para CO2) e a parte restante é reduzida
para (CH4): fermentação.

2 CH 2O 
 CH 4  CO2
bactérias

MO METANO

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Química da Água
Decomposição anaeróbica da MO
• Ambientes anaeróbicos possuem condições redutoras.
• A camada superior de águas naturais geralmente contém
níveis de oxigênio dissolvido próximos à saturação, condição
que se deve tanto ao seu contato com o ar quanto à presença
do O2 produzido pela fotossíntese das algas.
• Logo, as condições das camadas superiores são aeróbicas, e,
portanto, as formas presentes são mais oxidadas.
• Perto do fundo ocorre depleção do oxigênio, dado que não
existe contato com o ar e que o O2 é consumido na
decomposição de material biológico. Sob tais condições
anaeróbicas, os elementos existem em suas formas mais
reduzidas.
60
Química da Água
Reações de oxidação e redução

61
Química da Água
Autodepuração da água

62
Química da Água
Autodepuração da água
• Região anterior ao lançamento de MO: região de águas
limpas, com elevada concentração de OD e vida aquática
superior;
• Zona de degradação: diminuição da concentração inicial de
OD, sedimentação de parte do material sólido e aspecto
indesejável; ainda existem peixes que afluem ao local em
busca de alimentos; quantidade elevada de bactérias e
fungos, mas poucas algas;
• Zona de decomposição ativa: a concentração de OD atinge o
valor mínimo, podendo inclusive tornar-se igual a zero; a
quantidade de bactérias e fungos diminui, havendo uma
redução de organismos anaeróbicos;
63
Química da Água
Autodepuração da água
• Zona de recuperação: ocorre um aumento na concentração de
OD, pois os mecanismos de reaeração predominam à
desoxigenação; redução na quantidade de bactérias e fungos
e aumento de organismos aeróbicos; tendência de
proliferação de algas devido a excesso de nutrientes;
• Zona de águas limpas: volta a apresentar condições
satisfatórias de OD e DBO e com relação à presença de
organismos aeróbios; pode ainda conter organismos
patogênicos.

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Química da Água
Balanço de OD em corpos hídricos

65
Química da Água
Estratificação térmica em lagos
• Em determinadas épocas do ano, principalmente no verão, os
lagos apresentam uma distinção entre as temperaturas das
camadas superficiais e das camadas profundas: estratificação
térmica.
• O perfil vertical de temperatura divide os lagos em três
camadas:
– Epilímnio: A camada superior é a mais quente, mais
turbulenta e com temperatura aproximadamente uniforme;
– Hipolímnio: é a camada inferior que fica junto ao fundo do
lago, mais fria e com baixos níveis de turbulência.
– Metalímnio: A camada intermediária (metalímnio) possui uma
variação na temperatura.
• O plano imaginário que passa pelo ponto de máximo gradiente
no perfil vertical de temperatura é denominado de termoclina.
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Química da Água
Estratificação térmica em lagos

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Química da Água
Estratificação térmica em lagos
• Os principais fatores que interferem nos processos de mistura
em reservatórios e lagos e, portanto, na formação,
estabilidade e duração da estratificação térmica são:
– Transferência de calor pela interface ar-água;
– Mistura advectiva gerada pela movimentação das vazões
de entrada e saída; e
– Mistura provocada pela turbulência induzida pelo vento.

68
Química da Água
Reações ácido-base
• O fenômeno ácido-base na água envolve perda e ganho de
íons H+. Algumas espécies atuam como ácidos pela liberação
de íons H+, e outros se comportam como bases uma vez que
recebem estes íons H+;
• A química ácido-base de muitos sistemas naturais aquáticos
naturais é dominada pela interação do íon carbonato, CO32-,
uma base moderadamente forte, com o ácido fraco H2CO3,
ácido carbônico.
• O ácido carbônico resulta da dissolução na água do gás
atmosférico dióxido de carbono e da decomposição de matéria
orgânica na água.
CO2 g   H 2O aq  H 2CO3 aq 

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Química da Água
Reações ácido-base
• As reações de ionização do ácido são:
 
H 2CO3 H  HCO3
HCO3 H   CO32
• Portanto, o ácido carbônico está também em equilíbrio em
meio aquoso com os íons bicarbonato, e íon hidrogênio.
• A fonte predominante de íon carbonato são as rochas
calcárias, que são constituídas em grande parte por carbonato
de cálcio. Embora esse sal seja insolúvel, uma pequena
quantidade dele dissolve-se quando em contato com a água:
2 2
Ca2CO3 Ca  CO3
70
Química da Água
Reações ácido-base
• A fonte predominante de íon carbonato são as rochas
calcárias, que são constituídas em grande parte por carbonato
de cálcio, CaCO3. Embora esse sal seja insolúvel, uma
pequena quantidade dele dissolve-se quando em contato com
a água:
2  
CO3  H 2O HCO3  OH
• A reação ácida do CO2 dissolvido e a reação básica do
carbonato dissolvido têm um efeito sinérgico uma sobre a
outra, o qual aumenta a solubilidade tanto do gás como do
sólido. Em outras palavras, a água que contém dióxido de
carbono dissolve mais facilmente o carbonato de cálcio.

71
Química da Água
Reações ácido-base

72
Química da Água
Reações ácido-base

73
Química da Água
Reações ácido-base
• Quando o pH aumenta, o equilíbrio se desloca favorecendo a
formação de H+;
• Quando o pH aumenta, o equilíbrio se desloca favorecendo a
formação de ácido carbônico e íon bicarbonato.
• Acima do pH = 10,3, o íon carbonato é a espécie dominante;
• Abaixo do pH = 6,3, o dióxido de carbono dissolvido é a
espécie dominante;
• Entre o pH = 6,3 e 10,3, a faixa mais característica das águas
naturais, o íon bicarbonato é a espécie dominante.
• A um pH menor que 4,3 somente existirá ácido carbônico
livre, isto é, dióxido de carbono dissolvido.
• Os carbonatos só passam a existir quando se extingue o ácido
carbônico, a pH ≥ 8,3.
74
Química da Água
Alcalinidade
• Representa a concentração real em água dos ânions básicos.
• É uma medida da capacidade de uma amostra de água para se
comportar como uma base nas reações com prótons (H+). Isto é, a
alcalinidade de um corpo de água é uma medida da capacidade de
um corpo de água de resistir a uma acidificação, ou seja, de
neutralizar ácidos.
• É definida como:
Alc   HCO3   2 CO32   OH     H  
• A alcalinidade não tem significado sanitário, porém, é uma das
determinações mais importantes no tratamento de água, estando
relacionada com a coagulação, redução de dureza e o controle de
corrosão.
– A maior parte das substâncias utilizadas em tratamento de água
altera a alcalinidade.
75
Química da Água
Alcalinidade
• Mede-se a alcalinidade titulando uma amostra de água com ácido e
determinando o equivalente de hidrogênio, sendo a alcalinidade
expressa em mg/L de CaCO3.
• Em função do pH, podem estar presentes os tipos de alcalinidade:
– Alcalinidade de hidróxidos e carbonatos: pH 11 – 9,4;
– Carbonatos e bicarbonatos: pH 9,4 – 8,3;
– Somente bicarbonatos: pH 8,3 – 4,6
– Ácidos minerais: pH < 4,6.
• Os indicadores utilizados para esta titulação são a fenoftaleína e o
metilorange.
• Fenoftaleína
– Dá uma coloração rosa à água a pH 8,3 ou maior.
– A quantidade de ácido consumida é chamada de alcalinidade a
fenoftaleína.
• Metilorange
– Dá uma coloração avermelhada ou alaranjada a um pH ao redor de 4,3.
– A quantidade de ácido consumido mede a alcalinidade total.
76
Química da Água
Acidez
• Analogamente, acidez é a capacidade de neutralização de
soluções alcalinas, ou seja, é a capacidade da água em resistir
às mudanças de pH em função da introdução de bases.
• Em geral a acidez está associada a presença de CO2 livre. A
presença de ácidos orgânicos é mais comum em águas
superficiais, enquanto que nas águas subterrâneas é menos
freqüente a ocorrência de ácidos em geral. Em algumas
ocasiões as águas subterrâneas poderão conter ácido sulfúrico
derivado da presença de sulfetos metálicos.

Acid  2  H 2CO3    HCO    H   OH 



3
 

77
Química da Água
Dureza
• É a característica conferida à água pela presença de sais de metais
alcalino-terrosos (cálcio, magnésio, etc.) e alguns metais em menor
intensidade.
• Em termos gerais, a dureza é definida como:

Dureza  Ca    Mg 
2 2

• A água classificada como “dura” contém concentrações substanciais


de íons cálcio e magnésio. Por isso, a água calcária é “dura”.
• Os íons cálcio e magnésio formam sais insolúveis com os ânions dos
sabões, formando uma espécie de “nata” na água de lavagem.
• Também durante a fervura da água os carbonatos precipitam-se.
Este fenômeno prejudica o cozimento dos alimentos, provoca
"encardido" em panelas e é potencialmente perigoso para o
funcionamento de caldeiras ou outros equipamentos que trabalhem
ou funcionem com vapor d’água.
78
Qualidade da Água

• Devido às suas
propriedades de solvente
e à sua capacidade de
transportar partículas, a
água incorpora a si
diversas impurezas
• A qualidade de uma
determinada água é
função das condições
naturais e do uso e
ocupação do solo na
bacia hidrográfica.

79
Qualidade da Água

• O controle da qualidade da água está associado a um


planejamento global, no nível de toda a bacia hidrográfica.
• Qualidade existente X Qualidade desejável
• O estudo da qualidade é fundamental para se caracterizar as
consequências de uma determinada atividade poluidora
quanto para estabelecer os meios para que se satisfaça
determinado uso.
• Poluição das águas  Adição de substâncias ou de formas de
energia que, direta ou indiretamente, alterem a natureza do
corpo d’água de uma maneira tal que prejudique os legítimos
usos que dele são feitos.

80
Qualidade da Água

• De acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei


6.938, de 31/08/81), poluição é a degradação da
qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente:
– Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da
população;
– Criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas;
– Afetem desfavoravelmente a biota;
– Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente;
– Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos. 81
Qualidade da Água
Usos de água e requisitos de qualidade

82
Qualidade da Água
Usos de água e requisitos de qualidade

83
Qualidade da Água
Processos de poluição e contaminação

84
Qualidade da Água
Árvore da qualidade total da água

85
Qualidade da Água
Indicadores físicos
• Cor
– É decorrente da sua capacidade de absorver certas radiações do
espectro do visível.
– Deve-se a substâncias de origem mineral e orgânicas dissolvidas,
no estado coloidal ou em suspensão.
• Cor aparente  devido à matéria em suspensão. Determinada
antes de centrifugação ou filtração.
• Cor real ou verdadeira  devida exclusivamente a substâncias
dissolvidas e em estado coloidal.
– A cor pode tornar o líquido indesejável para uso em indústrias de
produção de bebidas e de outros alimentos ou de fabricação de
louças e papéis, ou, ainda, em indústrias têxteis.
– Pode ser um indicativo do grau de poluição.
• De modo geral, água de cor elevada apresentam alta DBO.
86
Qualidade da Água
Indicadores físicos
• Cor
– A cor geralmente não tem significado sanitário, porém afeta
esteticamente a qualidade de uma água.
– Cores características:
• A água pura é ausente de cor.
• Em grandes profundidades, a água ganha cor azulada.
• A cor marrom-amarelada se deve à matéria orgânica.
• Coloração avermelhada debe-se ao ferro.
• Quando em alta alcalinidade e dureza, pode apresentar
coloração esverdeada.
• Esgotos industriais podem lançar despejos coloridos.
– Conforme sua origem, pode ser removida por coagulação e
filtração, ou por oxidação química.
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Qualidade da Água
Indicadores físicos
• Turbidez
– É uma propriedade ótica da água que causa a dispersão e
absorção de um feixe de luz incidindo em uma amostra, em vez
de sua transmissão em linha reta.
– Essa propriedade de desviar raios luminosos, é decorrente da
presença de materiais em suspensão na água, finamente
divididos e/ou em estado coloidal, e de organismos
microscópicos.
• Naturalmente: processos de erosão (silte, argila e areia), matéria
orgânica, microorganismos e até pequenas bolhas de ar;
• Artificialmente: lançamento de despejos domésticos e
industriais.
– Dificulta a fotossíntese devido à redução em termos de
penetração de luz, logo, prejudicando fauna e flora.
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Qualidade da Água
Indicadores físicos
• Turbidez
– Afeta esteticamente os corpos d’água ou ainda encarece e
dificulta os processos de tratamento para fins de abastecimento
público e industrial.
– A turbidez pode ser interpretada como uma medida indireta da
quantidade de sólidos em suspensão, e é, por exemplo,
particularmente útil no controle do tratamento de água potável.
– São determinados em aparelhos chamados de nefelômetros ou
turbidímetros, onde uma célula voltaica mede a quantidade de
luz dispersa através de uma amostra.
• A unidade de medida é a unidade nefelométrica de turbidez
(UNT) ou apenas conhecida como unidade de turbidez (UT).

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Qualidade da Água
Indicadores físicos
• Sabor e odor
– São consideradas em conjunto pois são intimamente
relacionadas e facilmente confundidas.
– Reconhecem-se apenas quatro sabores: azedo, doce, amargo e
salino.
– Substâncias inorgânicas  produzem sabor geralmente sem
produzir odor.
– Substâncias orgânicas
• Podem produzir tanto sabor quanto odor.
• Praticamente todos os odores reconhecidos na água são de
origem orgânica, exceto o H2S.
– O sabor e odor sendo sensações organolépticas de avaliação
subjetiva, não são passíveis de medição direta por instrumentos.
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Qualidade da Água
Indicadores físicos
• Sabor e odor
– Quando existem problemas de sabor e odor na água, a aeração
pode ser empregada para a remoção de compostos voláteis e
H2S ou pode ser necessária a aplicação de carvão ativado, com
ou sem aeração prévia.
• Temperatura

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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• pH
• Oxigênio Dissolvido
• Dióxido de Carbono Dissolvido
• Matéria Orgânica (DBO e DQO)
• Acidez
• Alcalinidade
• Dureza

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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Sólidos
São caracterizados
como sólidos todas
as partículas
presentes em
suspensão ou em
solução,
sedimentáveis ou
não sedimentáveis,
orgânicas ou
minerais.

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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Sólidos
• Totais - massa sólida obtida com a evaporação da parte líquida da
amostra a 103º a 105ºC, em mg/L;
• Minerais ou Fixos - resíduos sólidos retidos após calcinação dos
sólidos totais a 500ºC, em mg/L;
• Orgânicos ou Voláteis - parcela dos sólidos totais volatilizada no
processo de calcinação, em mg/L;
• Em Suspensão ou Filtráveis e Não-filtráveis - quantidade de sólidos
determinada com a secagem do material retirado por filtração da
amostra, através de micromalha, de 0,45 μm, em mg/L;
• Coloidais - fração dos sólidos composta de partículas com diâmetros
equivalentes da ordem de 10-3 a 0,45 μm;
• Dissolvidos - fração dos sólidos composta de partículas com
diâmetros equivalentes inferiores a 10-3 μm.
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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Sólidos
– Sólidos sedimentáveis podem se depositar em leitos de rios
e reservatórios --- destruição de organismos e leitos de
desova de peixes, formação de depósitos que se
decompõem anaerobicamente, assoreamento de corpos de
água, agravamento de problemas de enchentes.
– A quantidade de sólidos influencia na cor e na turbidez.

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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Condutividade elétrica
– A água pura é um meio isolante, porém sua capacidade de
solvência das substâncias, principalmente de sais, faz com
que as águas naturais tenham, em geral, alto poder de
condutividade elétrica.
– Esta condutividade depende do tipo de mineral dissolvido
bem como da sua concentração. O aumento da temperatura
também eleva a condutividade.

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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Ferro e manganês
– São necessários em pequenas concentrações aos seres
vivos.
– O ferro, com certa freqüência, associado ao manganês,
confere à água sabor, ou melhor, sensação de adstringência
e coloração avermelhada, decorrente de sua precipitação.
– As águas ferruginosas mancham as roupas durante a
viagem, mancham os aparelhos sanitários e podem ficar
depositados nas tubulações.
– O manganês apresenta inconvenientes semelhantes aos do
ferro, porém é menos comum e sua coloração característica
é marrom.
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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Cloreto
– Sua presença na água é resultante da dissolução de sais
com íons Cl-, por exemplo de cloreto de sódio.
– É característica da água do mar, cujo teor se aproxima dos
20000 ppm, entre eles o mais presente é o cloreto de sódio
(NaCl) com cerca de 70% deste teor.
– De um modo geral a presença de cloretos têm origem na
dissolução de minerais, contato com áreas de sal, mistura
com a água do mar e introdução de águas residuárias
domésticos ou industriais.
– Acelera processos de corrosão em tubulações.
– Em determinadas concentrações imprime um sabor salgado
à água. 98
Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Corrosividade
– A tendência da água de corroer os metais pode ser devida à
presença de ácidos minerais (casos raros) ou pela existência
em solução de gases dissolvidos.
– De um modo geral, o oxigênio é fator de corrosão dos
produtos ferrosos; o gás sulfídrico, dos não-ferrosos; e o gás
carbônico, dos materiais à base de cimento.

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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Nutrientes
– Os nutrientes são compostos, principalmente a base de
nitrogênio e fósforo que em determinadas concentrações
possibilitam o aparecimento e a proliferação de organismos
aquáticos  eutrofização (aumento na presença de algas e
plantas aquáticas)
– Os compostos de nitrogênio e fósforo ocorrem naturalmente
em pequenas concentrações. O aumento na concentrações
desses elementos nas águas se devem principalmente aos
esgotos de origem doméstica.
– O processo de eutrofização pode causar prejuízos
principalmente a usos da água como abastecimento público,
recreação e navegação. 100
Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Nutrientes

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Qualidade da Água
Indicadores químicos
• Nutrientes
– Quantidades excessivas de sulfatos dão sabor amargo água e
podem ser laxativos, principalmente em novos consumidores.
– O nitrogênio segue um ciclo, podendo estar presente em diversas
formas - amoniacal, nitritos, nitratos.
– Estes compostos ocorrem na água originários de esgotos
domésticos e industriais ou da drenagem de áreas fertilizadas.
– Podem ser usados como indicadores da "idade" da carga
poluidora (esgoto), dependendo do estágio em que se encontram.
– Teores elevados de nitratos são responsáveis pela incidência de
uma doença infantil chamada metemoglobinemia (ou cianose),
que provoca a descoloração da pele.

102
Qualidade da Água

103
Qualidade da Água
Principais parâmetros em uma análise

104
Qualidade da Água

105
Qualidade da Água
Índice de qualidade da água
• O Índice de Qualidade das Águas (IQA) incorpora 9
parâmetros considerados relevantes para a avaliação da
qualidade das águas, tendo como determinante principal a
utilização das mesmas para abastecimento público.
• A criação do IQA baseou-se na avaliação dos parâmetros, o
peso relativo dos mesmos e a condição com que se apresenta
cada parâmetro, segundo uma escala de valores "rating".
• Foram estabelecidas curvas de variação da qualidade das
águas de acordo com o estado ou a condição de cada
parâmetro. Estas curvas de variação, sintetizadas em um
conjunto de curvas médias para cada parâmetro, bem como
seu peso relativo correspondente

106
Qualidade da Água
Índice de qualidade da água
• O IQA é calculado pelo produto ponderado das qualidades de
água correspondentes aos parâmetros:
– Temperatura da amostra;
– pH;
– Oxigênio dissolvido;
– Demanda bioquímica de oxigênio (5 dias, 20ºC);
– Coliformes termotolerantes;
– Nitrogênio total;
– Fósforo total;
– Resíduo total; e
– Turbidez.
107
Qualidade da Água
Índice de qualidade da água
• A seguinte fórmula é utilizada:

– IQA : Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;


– qi : qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100,
obtido da respectiva "curva média de variação de qualidade", em
função de sua concentração ou medida e;
– wi : peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número
entre 0 e 1, atribuído em função da sua importância para a
conformação global de qualidade, sendo que:
– n : número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.

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Qualidade da Água
Índice de qualidade da água

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Qualidade da Água
Índice de qualidade da água

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Qualidade da Água
Índice de qualidade da água

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Qualidade da Água
Índice de qualidade da água

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Qualidade da Água
Índice de qualidade da água

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Qualidade da Água
Legislação de qualidade da água
• CONAMA 274/2000: Critérios de balneabilidade em águas
brasileiras.
• CONAMA 357/2005: Classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento; e as
condições e padrões de lançamento de efluentes,
• PORTARIA 518 MS/2004: Procedimentos e responsabilidades
relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade.

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