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A coluna vertebral é composta por vertebras, em cujo interior existe um canal por onde
passa a medula espinhal ou nervosa. Entre as vertebras cervicais, torácicas e lombares,
estão os discos intervertebrais, estruturas em forma de anel, constituídas por tecido
cartilaginoso e elástico cuja função e evitar o atrito entre uma vertebra e outra e
amortecer o impacto.
Os discos intervertebrais desgastam-se com o tempo e o uso repetitivo, o que facilita a
formação de hérnias de disco, ou seja, parte deles sai da posição normal e comprime as
raízes nervosas que emergem da coluna. O problema é mais frequente nas regiões
lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais
carga.
A coluna vertebral constitui o pilar central do corpo, tem a função de suporte do tronco,
proteção do eixo nervoso e é o eixo de movimentação do corpo.
A coluna cervical é composta pelas primeiras sete vértebras. Inicia bem abaixo do
crânio e termina no topo da coluna torácica.
- a coluna cervical superior (1), também denominada coluna suboccipital, que contém a
primeira vértebra cervical ou atlas, e a segunda vértebra cervical ou áxis. Estas peças
esqueléticas estão unidas entre si, além do occipital, por uma complexa cadeia articular
com três eixos e três graus de liberdade. Além de uma mecânica própria, também forma
uma área de transição importante entre a raqui e o crânio, de forma que sua motricidade
e controle neuronal estão bastante relacionadas com várias funções cranianas. Possui
papel importante no controle da vascularização do crânio, pois é entre os músculos
subocciptais e a membrana atlanto-occipital, localizados posteriormente que temos a
passagem das artérias vertebrais. Portanto, um espasmo dessa musculatura ou um
encurtamento dessa membrana pode causar um déficit vascular para os tecidos
intracranianos, como também cefaléias cervicogênicas.
- a coluna cervical inferior (2), que se estende do platô inferior do áxis até o
Platô superior da primeira vértebra torácica.
As vértebras cervicais são todas do mesmo tipo, menos o atlas e o áxis, que são
diferentes entre si e das outras vértebras cervicais. O corpo vertebral é menor se
comparado aos outros segmentos da raqui. Apresenta em suas bordas inferiores e
superiores os processos unciforme, que são elevações nas margens dos corpos
vertebrais.
Os processos unciformes articulam-se entre si formando as articulações uncovertebrais.
As articulações da coluna cervical inferior possuem dois tipos de movimentos: por um
lado, movimentos de flexão-extensão; e por outro, movimentos mistos de inclinação-
rotação. Funcionalmente estes dois segmentos da coluna cervical se completam entre si
para realizar movimentos puros de rotação, de inclinação ou de flexão-extensão da
cabeça.
• Tubérculo Anterior
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Vértebra Cervical
- Corpo vertebral;
- o arco posterior é completado pelas lâminas vertebrais que se unem na linha mediana
ao nível da base do processo espinhoso.
- o forame de conjugação é limitado em baixo pelo pedículo, por dentro pelo corpo
vertebral e a apófise unciforme e pro fora pela apófise articular.
Entre cada vértebra na coluna cervical existem discos que atuam como absorventes de
choque, possibilitando também algum movimento entre os corpos vertebrais. Exceto
entre C1 – C2. Os discos são constituídos de fibrocartilagem, não inervados (a
sensibilidade é dada pelo ligamento longitudinal anterior e posterior, pelo corpo
vertebral, pela raiz nervosa e pela cartilagem articular facetaria) e avasculares, exceto na
sua porção mais periférica. A porção mais interna dos discos é nutrida por difusão a
porção mais externa apresenta anel fibroso composto por aproximadamente 20 camadas
concêntricas chamadas de lamelas (similar a fatia de cebola), constituído de colágeno
tipo I, resistente às forças de tensão e, a porção mais interna composta pelo núcleo
pulposo, que consiste de 70-88% de água, esta capacidade hidrofílica depende da idade
do indivíduo, o núcleo é composto de colágeno tipo II e resiste às forças compressivas
da coluna vertebral. Além da função de amortecer o impacto, o disco confere
mobilidade às unidades funcionais da coluna.
A coluna inteira está conectada por ligamentos que lhe permitem flexão e torção
carregando o peso do corpo humano com o exato equilíbrio entre força e flexibilidade.
Somando-se aos discos intervertebrais, existem ligamentos especiais entre cada corpo
vertebral, e estruturas ósseas denominadas facetas, que permitem que os ossos da coluna
se movam individualmente em relação à outra vértebra.
É um ligamento largo e forte compostos por feixes de tecido fibroso que se estende pela
face anterior dos corpos vertebrais desde o Axis até o sacro. É mais largo em sua
extremidade inferior do que na superior e mais espesso na coluna torácica quando
comparado a coluna lombar e cervical. Está fixado no corpo do Áxis, onde é contínuo
ao ligamento atlantoaxial anterior, se estende abaixo até e extremidade superior e
anterior do Sacro, o promontório. Durante essa extensão tão longa, tornando-o um dos
maiores ligamentos do corpo humano, ele muda sua espessura conforme reveste os
corpos vertebrais. Está intimamente aderido aos discos intervertebrais e as margens
proeminentes das vértebras, mas no meio do corpo vertebral é mais frouxo, permitindo
sua dissecção. É nessa parte, no meio do corpo vertebral, onde fica mais espesso
preenchendo a concavidade da face anterior das vértebras fazendo com que toda a face
anterior da coluna vertebral seja mais lisa, ou igual.
Está situado na face posterior do corpo vertebral, dentro do canal vertebral; se estende
desde o corpo do Áxis, onde é contínuo a membrana tectoria, até a face posterior das
vértebras sacrais. . É mais largo em sua extremidade inferior do que na superior e mais
espesso na coluna torácica quando comparado a coluna lombar e cervical. É composto
por fibras longitudinais lisas e reluzentes, mais densas e compactas do que as do
ligamento anterior.
• Ligamento intertransversário
• Ligamento interespinhoso
• Ligamento supraespinhoso
• Ligamento Nucal
Sistema Muscular
A região cervical pode ser divida para o estudo anatômico em pescoço e nuca. A nuca é
a parte posterior da região cervical, estende desde a cabeça ate o dorso. Para estudarmos
o pescoço podemos dividi-lo em duas regiões ântero-laterais, uma esquerda e outra
direita, traçando uma linha mediana imaginaria sobre a linha média na face anterior do
pescoço. São nessas faces ântero-laterais onde encontramos as principais estruturas do
pescoço, estando a traquéia, as cartilagens laríngeas e o esôfago situado na linha média,
no encontro dos limites anteriores das faces ântero-laterais.
A face ântero-lateral pode ser dividida em outras duas regiões, a região anterior do
pescoço e a região posterior do pescoço, sendo o m. esternocleidomastóideo o divisor.
A região anterior tem formato triangular, podemos chamá-la de trígono anterior do
pescoço, o mesmo também acontece com a região posterior, sendo chamada de trígono
posterior.
Músculo Platisma
Músculo Esternocleidomastóideo
Origem: Cabeça esternal – face ventral do esterno; Cabeça clavicular – terço medial da
clavícula
Inserção: Processo mastóide do osso temporal e metade lateral da linha nucal superior
É o menor e mais profundo dos escalenos. Tem forma aplanada. Em algumas pessoas
suas fibras podem se fundir com as fibras do m. escaleno médio.
Ação: Fletem a coluna vertebral cervical, bem como a cabeça; unilateralmente inclinam
e giram a cabeça para o mesmo lado, músculo estabilizador.
Ação: Fletem a coluna vertebral cervical, bem como a cabeça; unilateralmente inclinam
e giram a cabeça para o mesmo lado, músculo estabilizador cervical.
É plano e com formato levemente triangular com larga máxima em sua porção média.
Fica imediatamente em contato com a face anterior dos corpos das vértebras cervicais e
primeiras torácicas, além disso, encontra-se recoberto pelo m. longo da cabeça e em sua
porção superior.
Inserção: Corpos das vértebras cervicais, tubérculo anterior do atlas e proc. transverso
das vértebras cervicais mais caudais, principalmente C6.
É um músculo amplo, plano e triangular. Em latim trapezius. Recebe este nome por seu
formato. Estende-se desde o osso occipital até a 12º vértebra torácica revestindo, desta
forma, a parte posterior do pescoço, superior e dorsal dos ombros e parte superior do
dorso.
Suas fibras se misturam com as fibras do m. semiespinhal da cabeça de tal forma que se
torna difícil distinção de ambos.
Ação: Extensão da coluna vertebral, quando ativos de um só lado fazem flexão lateral.
Ajudam na manutenção da postura ereta.
Origem: dorso do sacro, EIPS, processos mamilares das vértebras lombares, processo
transverso das vértebras torácicas e processos articulares de C4 a C7.
Sistema Nervoso
Raízes Nervosas
Ao sair do forame, o nervo raquídeo emite um ramo colateral que recebe um filete
ortossimpático, o nervo sinuvertebral de Luschka, o qual depois de um trajeto recorrente
chega, através do forame de conjugação, às paredes do canal vertebral e ao saco dural,
inervando-os.
Existe a formação de dois plexos nervosos na região cervical: o plexo cervical e o plexo
braquial.
Plexo Cervical: C1 a C4. Formado pelos: nervo occipital menor, nervo grande
auricular, nervo transverso do pescoço, nervos supraclaviculares.
Biomecânica
Flexão
Extensão
Rotação:
HÉRNIA CERVICAL
A coluna vertebral é uma estrutura forte e flexível que protege os elementos neurais,
bem como sustenta o corpo na posição ereta. Devido ao esforço, pode ocorrer um
desgaste da estrutura comprimindo a raiz nervosa ocasionando o aparecimento de
Em alguma época da vida, 70-85% de todas as pessoas sofrerão de dor nas costas
(FERREIRA & ROSA, 2006). Sendo assim, pode-se dizer que a hérnia discal cervical
(ou apenas hérnia cervical) aparece mais comumente devido ao uso inadequado de
movimentos que afetam as cargas impostas à coluna e suas distribuições (KAPANDJI,
2000; HALL, 2000). Há vários fatores de risco como causas ambientais, posturais,
desequilíbrios musculares, uma possível influência genética, carregar peso, dirigir,
fumar e o próprio envelhecimento natural (NEGRELLI, 2001).
Existe uma semelhança entre as hérnias cervicais e as hérnias lombares pelo fato de
ambas apresentarem fragmentos do disco intervertebral que se deslocam devido às
rupturas ocorridas na periferia do disco, gerando compressões das estruturas nervosas
adjacentes. A hérnia cervical segue um curso ou graduação que vai desde a degeneração
do disco intervertebral até seu seqüestro, passando por estágios de formação de prolapso
e extrusão (GUTIERREZ, 1987).
Segundo Bogduk & Mercer (2000) e Hoppenfeld (2004) nas hérnias cervicais, os pontos
de maior estresse e mobilidade estão localizados nos segmentos de C5-6, C6- 7.
A dor é contínua, e por longo período de tempo afeta muito os aspectos da vida,
podendo levar a distúrbios do sono, entre outras perturbações (FERREIRA & ROSA,
2006). Devido a isso, é indispensável à observação e a atenção no dormir (CAILLIET,
1979).
De acordo com Marques (1994) a dor que irradia para o braço, o faz devido uma
compressão da raiz nervosa, proveniente de um estreitamento do espaço ou de
alterações no movimento do pescoço o qual passam nervos e vasos sanguíneos. A
manobra de alongamento do plexo braquial estira as raízes nervosas, que por estarem
irritadas ou comprimidas desencadeiam dor (CAILLIET, 1979; TOMÁS, 2004).
Técnicas de mobilização neural têm como objetivo restaurar o movimento e a
Podemos observar também, a presença de pontos gatilhos que são pequenas regiões
tensas nos músculos que podem desencadear dor espontânea pela palpação, com ou sem
irradiação (BAVARESCO & BERTOLINI, 2006). Segundo Rodrigues & Facci (2007)
os pontos gatilhos freqüentemente situam-se nos músculos suboccipital,
esternocleidomastóideo, escalenos, músculos da cintura escapular que são o trapézio
superior, inferior, os elevadores da escápula e os rombóides de intensidade incômoda e
crescente ao movimento segundo o questionário de dor de Melzack-McGill (1975).
Esses pontos foram confirmados no presente estudo. Os processos degenerativos geram
dores de pequena a média intensidade, enquanto que nas afecções compressivas as
mesmas costumam ser intensas. Nas hérnias discais uma dor quando é contínua, mesmo
em repouso vai se agravando com os movimentos e quando há irradiação da dor para os
MMSS, sugere-se a possibilidade de comprometimento radicular (afecções que
acontecem em raízes nervosas), cuja etiologia pode ser degenerativa (discoartrose) ou
compressiva (hérnia discal) (ALEXANDRE & MORAES, 2001). Quando o pescoço
assume acentuado grau de flexão lateral, há um há um posicionamento assimétrico dos
músculos da região cervical, de um lado eles permanecem alongados ou sob tensão, e do
outro, tem seus ventres encurtados passivamente. Os músculos mais afetados pelo
posicionamento são o esternocleidomastóideo, trapézio, dá-se destaque aos escalenos
que também agem na flexão lateral do pescoço (KAPANDJI, 2000; SACCO et al.,
2003).
Esse fato vai de encontro com o visto por Makofsky (2006), onde os encurtamentos dos
músculos escalenos anterior e médio estariam associados aos distúrbios póstero-laterais
dos discos cervicais enquanto que o músculo escaleno posterior estaria retraído devido a
deficiência do pescoço, mais precisamente pelos segmentos C5-6 e C6-7, isto é, um
encurtamento do músculo escaleno no lado direito resultaria em uma deficiência à
esquerda, delimitando a origem do problema que se iniciou no lado esquerdo e não no
lado direito.
A depressão do ombro é uma postura antálgica dos pacientes com dores, ocasionando
instabilidade, exigindo maior ação do subescapular, supra-espinhal, infraespinhal e
redondo menor (manguito rotador), enquanto que onde houve elevação do ombro, o
mecanismo é ao contrário, músculos como elevador da escápula, fibras superiores do
trapézio e até escalenos e esternocleidomastóideo, são responsáveis por manter a
elevação constante do ombro, ficando sujeitos à dor e fadiga (SACCO et al., 2003).
Morelli & Rebeletto (2007) comprovam a eficácia das técnicas de tração cervical,
alongamento e mobilização neural em seu estudo sobre cefaléia. O alongamento dos
músculos reduz a sobrecarga da coluna vertebral, melhorando a capacidade de
sustentação de peso, diminuindo o estresse físico, restabelece a ADM normal das
articulações e a mobilidade dos tecidos moles que a cercam, prevenindo contraturas
Assim como visto por Dacca & Furlan (2000) a prevenção da hérnia discal está
relacionada à saúde corporal global, ao equilíbrio psicológico, à prática de relaxamento,
e até mesmo a pensamentos entusiásticos e positivos. No presente estudo comprovou-se
que as deformidades da coluna, os traumatismos, rigidez corporal nos sedentários,
obesidade, flacidez muscular e vícios posturais estão diretamente relacionados às causas
de hérnias discais, bem como os fatores psicológicos como depressão, tensão
emocional, estresse e ansiedade. Esses estiveram de acordo com o exposto por Dacca &
Furlan (2000).
Deve-se levar em conta a ocupação atual e pregressa do paciente, uma vez que muitas
das afecções da coluna estão relacionadas com as atividades laborativas. Para Alexandre
& Moraes (2001) questões relacionadas a fatores psicossociais, econômicos e estilo de
vida, presença de ansiedade e depressão, fornecem dados importantes, visto que podem
influenciar significantemente o início e a progressão de problemas músculoesqueléticos.
De acordo com Dacca & Furlan (2000), as atitudes preventivas para reduzir a
progressão da lesão, devem ser baseadas na fisiopatologia da mesma. Isso estabelece os
preceitos do tratamento conservador, que aguarda a reabsorção do material discal
através da reeducação do paciente reduzindo as chances dos sintomas voltarem a se
manifestar. É frequente que haja reabsorção e diminuição de volumes das hérnias de
disco sem necessidade de tratamento cirúrgico (GUTIERREZ, 1987; NEGRELLI, 2001;
NIETO et al., 2006). Segundo Nieto et al., (2006), quando a hérnia é lateral, sua
regressão espontânea é mais completa e mais rápida do que quando é medial, pois seu
mecanismo é devido à localização do ligamento vertebral comum posterior de possuir
menos camadas mediais, favorecendo os processos de reabsorção. Esta diminuição do
tamanho indica uma desidratação do material discal. Na realização de um tratamento
conservador, a regressão espontânea chega a ocorrer em 11% dos casos, desde que o
mesmo seja superior a 45 dias.
Causas
Predisposição genética é a causa de maior importância para a formação de hérnias
discais, seguida do envelhecimento, sedentarismo e do tabagismo. Carregar ou levantar
muito peso também pode comprometer a integridade do sistema muscular que da
sustentação a coluna vertebral e favorecer o aparecimento de hérnias discais.
Sintomas
A hérnia de disco pode ser assintomática ou, então, provocar dor de intensidade leve,
moderada ou tão forte que chega a ser incapacitante.
Os sintomas são diversos e estão associados à área em que foi comprimida a raiz
nervosa.
Os mais comuns são: parestesia (formigamento) com ou sem dor; dor na coluna e no
braço; apenas no braço.
Radiculoalgias
Prevalência
A hérnia de disco acomete mais as pessoas entre 30 e 50 anos, o que não quer dizer que
crianças, jovens e idosos estejam livres dela. Estudos radiológicos mostram que depois
dos 50 anos, 30% da população mundial apresentam alguma forma assintomática desse
tipo de afecção na coluna.
Diagnóstico
Prevenção
Desenvolver hábitos saudáveis de vida e que estejam de acordo com as normas básicas
estabelecidas pela ergonomia, tais como: prática regular de atividade física, realização
de exercícios de alongamento e de exercícios para fortalecer a musculatura abdominal e
paravertebral, e postura corporal correta são medidas importantes para prevenir as
doenças da coluna.
Tratamento
Hérnias de disco na coluna cervical podem surgir diretamente nessa região ou serem
provocadas por alteração na curvatura e posicionamento da coluna vertebral durante a
crise da hérnia lombar. A escolha do tratamento, se cirúrgico ou não cirúrgico,
considera a gravidade dos sintomas e o déficit motor. A cirurgia só é indicada quando o
paciente não responde ao tratamento conservador e nos casos de compressão do nervo
exercida por parte do disco que extravasou, pois corrigido esse defeito mecânico a dor
desaparece completamente.
Cirurgia
A maioria dos pacientes com hérnia de disco aguda vai melhorar sem
intervenção cirúrgica; entretanto, quando houver uma indicação médica
definida, não se deve adiar. Após a cirurgia o paciente é capaz de voltar ao
trabalho em cerca de duas a seis semanas.
Em geral, quando o paciente apresenta alguma disfunção neurológica grave como perda
de força progressiva ou quando não melhora com o tratamento conservador.
Discectomia
A cirurgia padrão para hérnia cervical, ou seja, a que tem mais evidência de bons
resultados é a discectomia cervical por via anterior com fusão. Ou seja, o disco do
Bloqueios
É fundamental que o paciente tenha cuidados com sua postura, evitando sentar de forma
inadequada, passar longos períodos na mesma posição, levantar e/ou transportar objetos
pesados de forma inadequada. Muitas vezes o estresse e tensão fazem com que o
paciente se alimente mal e não tenha uma boa noite de sono, por isso é importante
também cuidar da postura na hora de dormir. O mais indicado é deitar-se de lado,
mantendo um travesseiro entre as pernas e um segundo travesseiro na região do
pescoço. Ele deve apresentar altura adequada para que o pescoço não se incline para
cima ou para baixo, mantendo-o em posição neutra.
Especialistas em coluna concordam entre si no que diz respeito à importância da
atividade física para pessoas que sofrem com dores no pescoço.
Com a diminuição ou desaparecimento da dor, exercícios podem ajudar a restaurar o
movimento cervical e a força muscular. Esses exercícios auxiliarão na perfeita
recuperação e na prevenção de novos episódios álgicos. Mesmo quando a dor aumenta
com o início da atividade física, cessando com a interrupção da mesma, a dor adicional
temporária é aceitável. É importante tentar manter-se ativo sempre.
Fases do Tratamento
Fase aguda
É iniciada com repouso absoluto para que o disco lesado não sofra mais compressão e
medicamentos para alívio de dor e diminuição da inflamação. (Henneman e Shumacher,
1995).
Fase Subaguda
Fase Tardia
Em geral, o paciente apresenta apenas desconforto. É importante a manutenção da
elasticidade e do tônus muscular associados aos cuidados posturais (Henneman e
Schumacher, 1995).
O paciente ainda terá restrição na flexibilidade (devido a tecido cicatricial restritivo ou
adesões), limitação na força e resistência à fadiga nos músculos posturais e dos
membros e execução lenta. (Kisner e Colby, 1998).
Sabemos que fatores como o posicionamento da cabeça, deficiência da função das articulações,
padrões de movimento alterados, excesso de peso corporal, execução de movimentos com carga
na posição inadequada da coluna vertebral – tudo isso influencia diretamente na carga exercida
sobre a coluna vertebral.
Isto irá gerar também um desequilíbrio muscular entre a musculatura superficial (mobilizadora) e
profunda (estabilizadora).
Como profissionais que trabalham com o método Pilates, é nossa função saber exatamente como
tratar desta patologia quando um paciente se queixa e saber lidar com o problema dentro e fora
do Studio.
Hoje já não pensamos mais em limitar os movimentos de nossos pacientes, mas sim permitir
movimentos com qualidade e funcionalidade.
Já que sabemos que nos casos de hérnia cervical a musculatura profunda estará fraca e a
musculatura superficial estará tensa, o primeiro passo a realizar, independente do tipo de hérnia é
o trabalho de estabilização da coluna cervical e inibição da musculatura superficial.
Podemos observar dois casos mais comuns nos casos de hérnia cervical:
Devemos também focar na melhora do ritmo escapulo umeral que estará alterado.
Além disso, é preciso integrar padrões de movimento desde o início do tratamento visando à
estabilização da lesão e prevenção de recidiva do quadro agudo.
Podemos realizar o teste de dicinese escapular (Graus I-III), que classifica a fraqueza
de serrátil anterior e trapézio inferior. Esse teste consiste em pedir ao paciente que
realize a elevação dos ombros no plano escapular com rotação interna da articulação
glenoumeral, quanto maior o alamento escapular, maior é a dicinese escapular. Alguns
estudos mostram a correlação entre dicinese escaplar e cervicalgia (Zakharova – Luneva
et al., 2012; Burkhart, Morgan e Kibler, 2003).
Num estudo de revisão de McCaskey et al., (2014) avaliaram o efeito dos exercícios
proprioceptivos na dor cervical e ou lombar, comparando-os com outras formas de
exercícios ou grupo controle (sem intervenção) e concluíram que os exercícios
proprioceptivos forma efetivos na redução do quadro álgico e no aumento da função dos
pacientes. Os exercícios do método Pilates atuam com estímulos proprioceptivos através
da instabilidade gerada pelos equipamentos e acessórios (bola, rolo, disco de equilíbrio),
Segundo Basílio (2012), o Pilates costuma ser efetivo nas dores causadas pela hérnia de
disco porque os exercícios geram um maior afastamento entre as vértebras, graças a
movimentos de alongamento crânio-caudal. Os benefícios são adquiridos através da
essência do método, que promove a estabilização da hérnia de disco, possibilitando uma
vida saudável e sem dor.
É importante ter cuidado ao escolher exercícios para evitar uma piora da dor cervical.
Uma maneira de saber se o problema no pescoço está piorando é observar se os
sintomas estão se espalhando ainda mais, pelo próprio pescoço, ombro ou braço. Isso
pode acontecer durante alguns exercícios ou atividades comuns como dirigir, ler ou usar
o computador por um período de tempo prolongado.
A boa notícia é que a recíproca também é verdadeira! Os sintomas podem desaparecer
do braço ou ombro, concentrando no centro ou linha média do pescoço (“centralização”
do sintoma). Quando isso acontece o aluno está melhorando e se recuperando! Você
pode ser capaz de identificar exercícios e posições que podem intencionalmente fazer
isso acontecer, e, nesse caso, os sintomas tendem a diminuir e desaparecer com a
continuação dos exercícios. Dormência ou formigamento geralmente desaparecem
também, mas geralmente numa velocidade mais lenta que a da regressão da dor.
1- Durante eventuais crises agudas, o treinamento deverá ser ajustado ou suspenso até a
liberação do profissional da saúde responsável;
Recomendação
* Evite todos os excessos que facilitam a instalação das hérnias de disco: excesso de
peso, de bebidas alcoólicas, de exercícios físicos, de cigarro;
* Não se esqueça de que vida sedentária é responsável não só pela formação de hérnias
de disco, mas por muitos outros problemas de saúde;
* Informe-se sobre o tipo de atividade física indicada para sua faixa de idade;