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Introdução

A coluna vertebral é composta por vertebras, em cujo interior existe um canal por onde
passa a medula espinhal ou nervosa. Entre as vertebras cervicais, torácicas e lombares,
estão os discos intervertebrais, estruturas em forma de anel, constituídas por tecido
cartilaginoso e elástico cuja função e evitar o atrito entre uma vertebra e outra e
amortecer o impacto.
Os discos intervertebrais desgastam-se com o tempo e o uso repetitivo, o que facilita a
formação de hérnias de disco, ou seja, parte deles sai da posição normal e comprime as
raízes nervosas que emergem da coluna. O problema é mais frequente nas regiões
lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais
carga.

Coluna Vertebral X Eixo do Corpo

A coluna vertebral constitui o pilar central do corpo, tem a função de suporte do tronco,
proteção do eixo nervoso e é o eixo de movimentação do corpo.

Curvaturas da Coluna Vertebral

A coluna é formada por 24 vértebras, mais o sacro e o cóccix:

• Lordose cervical, de concavidade posterior (7 vértebras);


• Cifose dorsal, de convexidade posterior (12 vértebras);
• Lordose lombar, de concavidade posterior (5 vértebras);
• Curvatura sacral, fixa.

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A COLUNA CERVICAL

A coluna cervical é composta pelas primeiras sete vértebras. Inicia bem abaixo do
crânio e termina no topo da coluna torácica.

Tem o formato de um C invertido (curva lordótica) e é muito mais móvel do que as


regiões torácica ou lombar. Diferente de outras regiões da coluna, a cervical tem
aberturas especiais em cada vértebra para as artérias que levam o sangue ao cérebro.
Os dois primeiros corpos vertebrais da coluna cervical são denominados de atlas e axis.
O atlas é chamado assim devido ao mítico Deus grego que suportou o peso do mundo
nos seus ombros, porque esse é o corpo vertebral que suporta o peso da cabeça.

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A coluna cervical está constituída por duas partes anatômica e funcionalmente
diferentes. Essa divisão se faz necessária porque as estruturas anatômicas e funcionais
são distintas e específicas para essas divisões do segmento.

- a coluna cervical superior (1), também denominada coluna suboccipital, que contém a
primeira vértebra cervical ou atlas, e a segunda vértebra cervical ou áxis. Estas peças
esqueléticas estão unidas entre si, além do occipital, por uma complexa cadeia articular
com três eixos e três graus de liberdade. Além de uma mecânica própria, também forma
uma área de transição importante entre a raqui e o crânio, de forma que sua motricidade
e controle neuronal estão bastante relacionadas com várias funções cranianas. Possui
papel importante no controle da vascularização do crânio, pois é entre os músculos
subocciptais e a membrana atlanto-occipital, localizados posteriormente que temos a
passagem das artérias vertebrais. Portanto, um espasmo dessa musculatura ou um
encurtamento dessa membrana pode causar um déficit vascular para os tecidos
intracranianos, como também cefaléias cervicogênicas.

- a coluna cervical inferior (2), que se estende do platô inferior do áxis até o
Platô superior da primeira vértebra torácica.
As vértebras cervicais são todas do mesmo tipo, menos o atlas e o áxis, que são
diferentes entre si e das outras vértebras cervicais. O corpo vertebral é menor se
comparado aos outros segmentos da raqui. Apresenta em suas bordas inferiores e
superiores os processos unciforme, que são elevações nas margens dos corpos
vertebrais.
Os processos unciformes articulam-se entre si formando as articulações uncovertebrais.
As articulações da coluna cervical inferior possuem dois tipos de movimentos: por um
lado, movimentos de flexão-extensão; e por outro, movimentos mistos de inclinação-
rotação. Funcionalmente estes dois segmentos da coluna cervical se completam entre si
para realizar movimentos puros de rotação, de inclinação ou de flexão-extensão da
cabeça.

Constituição de uma vértebra cervical

Atlas (1ª Vértebra Cervical)

A principal diferenciação desta para as outras vértebras é de não possuir corpo.

Além disso, esta vértebra apresenta outras estruturas:

• Arco Anterior – forma cerca de 1/5 do anel.

• Tubérculo Anterior

• Fóvea Dental – articula-se com o Dente do axis (processo odontoide)

• Arco Posterior – forma cerca de 2/5 do anel.

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• Tubérculo Posterior

• Massas Laterais – partes mais volumosas e sólidas do atlas e suportam o


peso da cabeça.

• Face Articular Superior – articula-se com os côndilos do occipital.

• Face Articular Inferior – articula-se com os processos articulares


superiores da 2ª vértebra cervical (Axis).

• Processos Transversos – encontram-se os forames transversos.

ATLAS – VISTA SUPERIOR

ATLAS – VISTA INFERIOR

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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Axis (2ª Vértebra Cervical)

Apresenta um processo ósseo forte denominado Dente (Processo Odontoide) que


localiza-se superiormente e articula-se com o arco anterior do Atlas.

AXIS – VISTA ANTERIOR

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

AXIS – VISTA POSTERIOR

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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Vértebra Cervical

- Corpo vertebral;

- na parte posterior e da face lateral do corpo vertebral implantam-se dum lado os


pedículos vertebrais que são pontos de origem do arco posterior.

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- apófises articulares estão situadas atrás e pro fora do corpo vertebral ao qual estão
ligadas pelos pedículos; elas suportam as facetas articulares.

- o arco posterior é completado pelas lâminas vertebrais que se unem na linha mediana
ao nível da base do processo espinhoso.

- o forame de conjugação é limitado em baixo pelo pedículo, por dentro pelo corpo
vertebral e a apófise unciforme e pro fora pela apófise articular.

A sétima vértebra cervical possui os mesmos componentes de uma vértebra típica,


porém é considerada atípica porque seu processo espinhoso é proeminente e pode ser
facilmente palpável na região posterior do pescoço, quando o indivíduo realiza a flexão
da cabeça. Outra particularidade é a de que possui o forame vertebral bem menor que o
das outras cervicais.

Entre cada vértebra na coluna cervical existem discos que atuam como absorventes de
choque, possibilitando também algum movimento entre os corpos vertebrais. Exceto
entre C1 – C2. Os discos são constituídos de fibrocartilagem, não inervados (a
sensibilidade é dada pelo ligamento longitudinal anterior e posterior, pelo corpo
vertebral, pela raiz nervosa e pela cartilagem articular facetaria) e avasculares, exceto na
sua porção mais periférica. A porção mais interna dos discos é nutrida por difusão a
porção mais externa apresenta anel fibroso composto por aproximadamente 20 camadas
concêntricas chamadas de lamelas (similar a fatia de cebola), constituído de colágeno
tipo I, resistente às forças de tensão e, a porção mais interna composta pelo núcleo
pulposo, que consiste de 70-88% de água, esta capacidade hidrofílica depende da idade
do indivíduo, o núcleo é composto de colágeno tipo II e resiste às forças compressivas
da coluna vertebral. Além da função de amortecer o impacto, o disco confere
mobilidade às unidades funcionais da coluna.

A coluna inteira está conectada por ligamentos que lhe permitem flexão e torção
carregando o peso do corpo humano com o exato equilíbrio entre força e flexibilidade.

Somando-se aos discos intervertebrais, existem ligamentos especiais entre cada corpo
vertebral, e estruturas ósseas denominadas facetas, que permitem que os ossos da coluna
se movam individualmente em relação à outra vértebra.

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Unindo as vértebras existem ligamentos que devemos conhecer:

• Ligamento longitudinal anterior (ligamentum longitudinale anterius)

É um ligamento largo e forte compostos por feixes de tecido fibroso que se estende pela
face anterior dos corpos vertebrais desde o Axis até o sacro. É mais largo em sua
extremidade inferior do que na superior e mais espesso na coluna torácica quando
comparado a coluna lombar e cervical. Está fixado no corpo do Áxis, onde é contínuo
ao ligamento atlantoaxial anterior, se estende abaixo até e extremidade superior e
anterior do Sacro, o promontório. Durante essa extensão tão longa, tornando-o um dos
maiores ligamentos do corpo humano, ele muda sua espessura conforme reveste os
corpos vertebrais. Está intimamente aderido aos discos intervertebrais e as margens
proeminentes das vértebras, mas no meio do corpo vertebral é mais frouxo, permitindo
sua dissecção. É nessa parte, no meio do corpo vertebral, onde fica mais espesso
preenchendo a concavidade da face anterior das vértebras fazendo com que toda a face
anterior da coluna vertebral seja mais lisa, ou igual.

• Ligamento longitudinal posterior (ligamentum longitudinale posterius)

Está situado na face posterior do corpo vertebral, dentro do canal vertebral; se estende
desde o corpo do Áxis, onde é contínuo a membrana tectoria, até a face posterior das
vértebras sacrais. . É mais largo em sua extremidade inferior do que na superior e mais
espesso na coluna torácica quando comparado a coluna lombar e cervical. É composto
por fibras longitudinais lisas e reluzentes, mais densas e compactas do que as do
ligamento anterior.

• Ligamento amarelo (ligamenta subflava)

Conecta as lâminas vertebrais adjacentes, desde o Áxis até a primeira vértebra


sacral. Podem ser mais bem apreciado após a abertura do canal vertebral, já que
são anteriores as lâminas e estão encobertos pelos corpos vertebrais. Quando
vistos pela face posterior da coluna vertebral ficam encobertos pelas lâminas
vertebrais, parecendo serem mais curtos do que realmente são. Cada ligamento é
composto por duas porções laterais de tecido elástico amarelado, suas fibras são
paralelas e saem da face anterior da lâmina da vértebra superior para se fixar na
superfície posterior da lâmina da vértebra inferior. As elasticidades de suas
fibras desempenham fundamental papel em manter a postura ereta e assistir a
musculatura para vertebral em reassumir essa postura após flexão da coluna
vertebral.

• Ligamento intertransversário

Estes ligamentos vão de um processo transverso a outro processo transverso


adjacente. Na região cervical são constituídos por fibras espalhadas nessa região.

• Ligamento interespinhoso

São finos, fracos e quase membranásceos, e estão dispostos entre os processos


espinhosos, fixando-os desde a raiz até o ápice de cada processo.

• Ligamento supraespinhoso

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Semelhante a um cordão fibroso, está localizado sobre o vértice dos processos
espinhosos de C7 até o sacro, e na região cervical se funde ao ligamento nucal.

• Ligamento Nucal

Distinto do ligamento interespinhoso e supraespinhoso, é composto por um


tecido fibroelástico grosso, que se estende desde a protuberância occipital
externa e margem posterior do forame magno até os processos espinhosos das
vértebras cervicais. Em decorrência dos processos espinhosos de C3 até C5
serem pequenos, o ligamento nucal fornece as fixações para os músculos
cervicais.

Sistema Muscular

A região cervical pode ser divida para o estudo anatômico em pescoço e nuca. A nuca é
a parte posterior da região cervical, estende desde a cabeça ate o dorso. Para estudarmos
o pescoço podemos dividi-lo em duas regiões ântero-laterais, uma esquerda e outra
direita, traçando uma linha mediana imaginaria sobre a linha média na face anterior do
pescoço. São nessas faces ântero-laterais onde encontramos as principais estruturas do
pescoço, estando a traquéia, as cartilagens laríngeas e o esôfago situado na linha média,
no encontro dos limites anteriores das faces ântero-laterais.

A face ântero-lateral pode ser dividida em outras duas regiões, a região anterior do
pescoço e a região posterior do pescoço, sendo o m. esternocleidomastóideo o divisor.
A região anterior tem formato triangular, podemos chamá-la de trígono anterior do
pescoço, o mesmo também acontece com a região posterior, sendo chamada de trígono
posterior.

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Músculos Superficiais do Pescoço

Músculo Platisma

É um músculo dérmico muito extenso e delgado que possui forma quadrangular.


Recobre a região antero-lateral do pescoço e a parte inferior da face. Estende-se do
tórax até a mandíbula e esta situado imediatamente abaixo da pele.

Origem: Base da mandíbula, fáscia parotídea.

Inserção: Pele por baixo da clavícula, fáscia peitoral.

Inervação: Nervo facial (VII).

Ação: Estica a pele do pescoço.

Músculos Laterais do Pescoço

Músculo Esternocleidomastóideo

É um músculo cilíndrico e robusto que se estende obliquamente pela face ântero-lateral


do pescoço. É dotado de duas porções, uma esternal e outra clavicular. A porção
esternal tem características tendíneas e a porção clavicular é mais achatada, com
características aponeuróticas.

Origem: Cabeça esternal – face ventral do esterno; Cabeça clavicular – terço medial da
clavícula

Inserção: Processo mastóide do osso temporal e metade lateral da linha nucal superior

Inervação: Nervo Acessório (XI) e plexo cervical (C2 e C3)

Ação: Fixo na extremidade superior – Ação auxiliar inspiração; Contração Unilateral –


Inclinação lateral e rotação com a face virando para o lado oposto; Contração Bilateral –
Flexão da cabeça.

Músculo Reto Lateral da cabeça

Origem: processo jugular do occipital.

Inserção: processo transverso do atlas.

Inervação: ramo da alça cervical entre o 1° e 2° nervos cervicais.

Ação: inclinação homolateral da cabeça, músculo estabilizador.

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Músculos Escalenos

Músculo Escaleno Anterior

É um músculo quadrangular situado profundamente na face lateral do pescoço, em


baixo do músculo esternocleidomastóideo.

Origem: Tubérculos anteriores dos processos transversos de C3 a C6.

Inserção: Face superior da 1ª costela (tubérculo escaleno anterior).

Inervação: Ramos direto dos plexos cervical e braquial.

Ação: Eleva a 1ª costela (inspiração) e Flexão lateral da coluna vertebral cervical.

Músculo Escaleno Médio

É mais triangular que o m. escaleno anterior e é o mais longo dos escalenos.

Origem: Tubérculos anteriores dos processos transversos de todas as vértebras cervicais

Inserção: Face superior da 1ª costela (podendo ser na 2ª costela).

Inervação: Ramos direto dos plexos cervical e braquial.

Ação: Eleva a costela (inspiração) Flexão lateral da coluna vertebral cervical.

Músculo Escaleno Posterior

É o menor e mais profundo dos escalenos. Tem forma aplanada. Em algumas pessoas
suas fibras podem se fundir com as fibras do m. escaleno médio.

Origem: Tubérculos posteriores dos processos transversos de C5 e C6.

Inserção: Borda superior da 2ª costela.

Inervação: Ramos direto dos plexos cervical e braquial.

Ação: Eleva a costela (inspiração) Flexão lateral da coluna vertebral cervical.

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Músculos Pré-vertebrais

Músculo Reto Anterior da Cabeça

É um músculo muito curto localizado anteriormente à articulação atlanto-occipital.

Origem: Processo transverso do atlas.

Inserção: Parte basilar do occipital.

Inervação: Ramos ventrais do plexo cervical.

Ação: Fletem a coluna vertebral cervical, bem como a cabeça; unilateralmente inclinam
e giram a cabeça para o mesmo lado, músculo estabilizador.

Músculo Longo da Cabeça

É um músculo plano, largo superiormente e estreito em sua extremidade inferior. Está


localizado anteriormente as primeiras cinco vértebras cervicais.

Origem: Tubérculos anteriores dos processos transversos de C3 até C6.

Inserção: Face externa da parte basilar do occipital.

Inervação: Ramos direto do plexo cervical.

Ação: Fletem a coluna vertebral cervical, bem como a cabeça; unilateralmente inclinam
e giram a cabeça para o mesmo lado, músculo estabilizador cervical.

Músculo Longo do Pescoço

É plano e com formato levemente triangular com larga máxima em sua porção média.
Fica imediatamente em contato com a face anterior dos corpos das vértebras cervicais e
primeiras torácicas, além disso, encontra-se recoberto pelo m. longo da cabeça e em sua
porção superior.

Origem: Tendão do corpo da primeira vértebra torácica e ultimas cervicais, tubérculos


anteriores dos proc. transversos das vértebras cervicais craniais.

Inserção: Corpos das vértebras cervicais, tubérculo anterior do atlas e proc. transverso
das vértebras cervicais mais caudais, principalmente C6.

Inervação: Ramos direto dos plexos cervicais.

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Ação: Flete a coluna cervical e a cabeça, agindo unilateralmente inclina e gira a cabeça
para o mesmo lado.

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Músculo Trapézio

É um músculo amplo, plano e triangular. Em latim trapezius. Recebe este nome por seu
formato. Estende-se desde o osso occipital até a 12º vértebra torácica revestindo, desta
forma, a parte posterior do pescoço, superior e dorsal dos ombros e parte superior do
dorso.

Origem: Processos espinhosos da C4 a C7 e de T1 a T12.

Inserção: Terço externo da borda posterior da clavícula, Acrômio e borda interna da


espinha da escápula.

Inervação: Nervo acessório (XI).

Ação: Elevação e adução da escapula.

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Músculo Levantador da Escápula

É um músculo cilíndrico alargado que se situa na região lateral e posterior do pescoço,


estando recoberto pelo m. trapézio.

Origem: Tubérculos posteriores dos processos transversos das quatro primeiras


vértebras cervicais.

Inserção: Ângulo superior da escápula.

Inervação: Nervo dorsal da escápula.

Ação: Eleva o ângulo superior da escápula. Puxa o pescoço lateralmente quando a


escápula está fixada.

Músculo Espinhal da Cabeça

Suas fibras se misturam com as fibras do m. semiespinhal da cabeça de tal forma que se
torna difícil distinção de ambos.

Origem: Processo espinhoso de C6 a T2

Inserção: Entre as linhas nucais superior e inferior.

Inervação: Ramos dorsais dos nervos cervicais.

Ação: Extensão da coluna vertebral, quando ativos de um só lado fazem flexão lateral.
Ajudam na manutenção da postura ereta.

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Músculo Esplênio da Cabeça

Também é um músculo plano e quadrangular, porem mais robusto que o m. esplênio do


pescoço. Está recoberto parcialmente pelo m. trapézio, faz pequeno contato com a fáscia
subcutânea.

Origem: Processos espinhosos de T6 a C3.

Inserção: Tubérculos posteriores dos processos transversos de C1 a C3.

Inervação: Ramos dorsais dos nervos cervicais C1 a C5.

Ação: Extensão da cabeça e do pescoço (contraindo de ambos os lados) e rotação da


cabeça para o mesmo lado (contraindo de um só lado).

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Multífido

Origem: dorso do sacro, EIPS, processos mamilares das vértebras lombares, processo
transverso das vértebras torácicas e processos articulares de C4 a C7.

Inserção: processos espinhosos.

Ação: estabilização e extensão da coluna vertebral.

Com suas inserções segmentares, tem a função estabilizadora intrínseca na coluna


cervical, similar à sua função na região lombar.

Sistema Nervoso

Raízes Nervosas

Da face dorsal e ventral da medula espinhal, emergem raízes anteriores e posteriores,


que se unem formando o nervo espinhal. Cada nervo espinhal contém fibras aferentes,
que transportam o influxo sensitivo da periferia, e fibras eferentes, que se originam dos
neurônios motores espinhais.

Ao sair do forame, o nervo raquídeo emite um ramo colateral que recebe um filete
ortossimpático, o nervo sinuvertebral de Luschka, o qual depois de um trajeto recorrente
chega, através do forame de conjugação, às paredes do canal vertebral e ao saco dural,
inervando-os.

Existe a formação de dois plexos nervosos na região cervical: o plexo cervical e o plexo
braquial.

Plexo Cervical: C1 a C4. Formado pelos: nervo occipital menor, nervo grande
auricular, nervo transverso do pescoço, nervos supraclaviculares.

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Plexo Braquial: formado pela união dos ramos anteriores dos nervos de C5 a T1.
Normalmente passam através do espaço entre os músculos escaleno anterior e médio,
junto à artéria subclávia.

Biomecânica

A mecânica da coluna cervical inferior (face intervertebral inferior de C2 a face


intervertebral superior de C7) difere da mecânica da coluna cervical superior.
No nível cervical a mobilidade é maior do que as outras partes da coluna.

Flexão

Durante a flexão, a vértebra superior rola anteriormente e, no final do movimento, por


tensionamento cápsulo-ligamentar, ocorre um deslizamento posterior com elação à
vértebra inferior. O núcleo migra posteriormente e o movimento é limitado pela tensão
do ligamento comum vertebral posterior, ligamentos supraespinhosos, amarelos e
interespinhosos. Esses ligamentos diminuem a pressão intradural durante a flexão e
também eviram o deslizamento do núcleo para trás. Movimento realizado no plano
sagital, em que o mento se aproxima da parede anterior do tórax. Os múculos motores
primários são: esternocleidomastóideos direito e esquerdo. Os motores secundários são:
escalenos e pré-vertebrais (longo da cabeça e reto lateral da cabeça) de ambos os lados.
A amplitude de movimento articular normal varia entre 60⁰ e 90⁰ .

Extensão

Durante a extensão, a vértebra superior rola posteriormente em relação à vértebra


subjacente e, no final do movimento, ocorre um deslizamento anterior em relação à
vértebra inferior. O núcleo migra para anterior e o movimento está bloqueado pela
tensão do ligamento comum vertebral anterior, e, sobretudo, pelo choque das
espinhosas. Movimento realizado no plano sagital, em que a nuca se aproxima do dorso.
Os músculos motores primários são: trapézio (fibras superiores), esplênio do pescoço e
semi-espinhal da cabeça de ambos os lados. Os motores secundários são: porções

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cervicais e craniais do eretor da espinha (iliocostal cervical, longuíssimo da cabeça,
longuíssimo do pescoço, espinhal da cabeça, espinhal do pescoço), reto posterior maior
da cabeça de ambos os lados. A amplitude de movimento articular normal varia entre 50
e 70⁰ .

Flexão ou inclinação lateral

Movimento no plano frontal em que a cabeça e o pescoço se aproximam do ombro


direito ou esquerdo. Os músculos motores primários são: esternocleidomatoideo do lado
do movimento. Os motores secundários são: escalenos, esplênios da cabeça e do
pescoço, obliquo superior e inferior da cabeça do lado do movimento. A amplitude de
movimento articular normal varia entre 20 e 40°. A orientação facetaria (45° de
inclinação inferior) confere a elas uma mecânica de movimento que sempre que ocorrer
uma inclinação lateral para um lado, ocorrera inicialmente uma rotação para o mesmo
lado.

Rotação:

Movimento no qual o pescoço e a cabeça giram para a direita ou para a esquerda em


torno de um eixo vertical (50% do movimento ocorre na articulação atlantoaxial). Os
motores primários são: esternocleidomatoideo do lado oposto do movimento e os
escalenos e esplênios do lado do movimento. A amplitude de movimento articular
normal varia entre 60 e 90°.

Os movimentos de inclinação e de rotação da coluna cervical inferior são determinados


pela orientação das facetas das apófises articulares, que não permite nem um
movimento de rotação pura nem um movimento de inclinação pura.

HÉRNIA CERVICAL

A coluna vertebral é uma estrutura forte e flexível que protege os elementos neurais,
bem como sustenta o corpo na posição ereta. Devido ao esforço, pode ocorrer um
desgaste da estrutura comprimindo a raiz nervosa ocasionando o aparecimento de

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patologias diversas. Dentre as mais comuns estão as hérnias lombares, cervicais e
torácicas comprometendo a estabilidade funcional (DANTAS et al., 1999). Uma má
postura aliada a uma mecânica corporal incorreta pode exercer tensão adicional sobre a
coluna cervical, contribuindo em conjunto, para o aparecimento da dor e
consequentemente da herniação cervical.

Em alguma época da vida, 70-85% de todas as pessoas sofrerão de dor nas costas
(FERREIRA & ROSA, 2006). Sendo assim, pode-se dizer que a hérnia discal cervical
(ou apenas hérnia cervical) aparece mais comumente devido ao uso inadequado de
movimentos que afetam as cargas impostas à coluna e suas distribuições (KAPANDJI,
2000; HALL, 2000). Há vários fatores de risco como causas ambientais, posturais,
desequilíbrios musculares, uma possível influência genética, carregar peso, dirigir,
fumar e o próprio envelhecimento natural (NEGRELLI, 2001).

Existe uma semelhança entre as hérnias cervicais e as hérnias lombares pelo fato de
ambas apresentarem fragmentos do disco intervertebral que se deslocam devido às
rupturas ocorridas na periferia do disco, gerando compressões das estruturas nervosas
adjacentes. A hérnia cervical segue um curso ou graduação que vai desde a degeneração
do disco intervertebral até seu seqüestro, passando por estágios de formação de prolapso
e extrusão (GUTIERREZ, 1987).

Os aspectos epidemiológicos são desconhecidos, o que tem favorecido uma abordagem


variada para sua compreensão, enfocando fatores de risco e na compreensão dos
processos mórbidos, especialmente da coluna e na atenção a saúde (KNOPLICH, 1980).

Com a degeneração do disco intervertebral ocorre uma diminuição da capacidade do


disco de suportar cargas.

A incidência de hérnias de disco cervicais é de difícil estimativa. Um estudo realizado


em Rochester, Minnesota, mostrou uma incidência anual de 5,5 por 100.000 habitantes.
O nível discal mais frequentemente afetado foi C5-C6, seguido por C4-C5 e C6-C7.

Segundo Bogduk & Mercer (2000) e Hoppenfeld (2004) nas hérnias cervicais, os pontos
de maior estresse e mobilidade estão localizados nos segmentos de C5-6, C6- 7.

A dor é contínua, e por longo período de tempo afeta muito os aspectos da vida,
podendo levar a distúrbios do sono, entre outras perturbações (FERREIRA & ROSA,
2006). Devido a isso, é indispensável à observação e a atenção no dormir (CAILLIET,
1979).

De acordo com Marques (1994) a dor que irradia para o braço, o faz devido uma
compressão da raiz nervosa, proveniente de um estreitamento do espaço ou de
alterações no movimento do pescoço o qual passam nervos e vasos sanguíneos. A
manobra de alongamento do plexo braquial estira as raízes nervosas, que por estarem
irritadas ou comprimidas desencadeiam dor (CAILLIET, 1979; TOMÁS, 2004).
Técnicas de mobilização neural têm como objetivo restaurar o movimento e a

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elasticidade do Sistema Nervoso (SN), promovendo o retorno das funções
(MARRINZECK & SOUVLIS, 2001; GASPAROTO et al., 2007).

Podemos observar também, a presença de pontos gatilhos que são pequenas regiões
tensas nos músculos que podem desencadear dor espontânea pela palpação, com ou sem
irradiação (BAVARESCO & BERTOLINI, 2006). Segundo Rodrigues & Facci (2007)
os pontos gatilhos freqüentemente situam-se nos músculos suboccipital,
esternocleidomastóideo, escalenos, músculos da cintura escapular que são o trapézio
superior, inferior, os elevadores da escápula e os rombóides de intensidade incômoda e
crescente ao movimento segundo o questionário de dor de Melzack-McGill (1975).
Esses pontos foram confirmados no presente estudo. Os processos degenerativos geram
dores de pequena a média intensidade, enquanto que nas afecções compressivas as
mesmas costumam ser intensas. Nas hérnias discais uma dor quando é contínua, mesmo
em repouso vai se agravando com os movimentos e quando há irradiação da dor para os
MMSS, sugere-se a possibilidade de comprometimento radicular (afecções que
acontecem em raízes nervosas), cuja etiologia pode ser degenerativa (discoartrose) ou
compressiva (hérnia discal) (ALEXANDRE & MORAES, 2001). Quando o pescoço
assume acentuado grau de flexão lateral, há um há um posicionamento assimétrico dos
músculos da região cervical, de um lado eles permanecem alongados ou sob tensão, e do
outro, tem seus ventres encurtados passivamente. Os músculos mais afetados pelo
posicionamento são o esternocleidomastóideo, trapézio, dá-se destaque aos escalenos
que também agem na flexão lateral do pescoço (KAPANDJI, 2000; SACCO et al.,
2003).

Esse fato vai de encontro com o visto por Makofsky (2006), onde os encurtamentos dos
músculos escalenos anterior e médio estariam associados aos distúrbios póstero-laterais
dos discos cervicais enquanto que o músculo escaleno posterior estaria retraído devido a
deficiência do pescoço, mais precisamente pelos segmentos C5-6 e C6-7, isto é, um
encurtamento do músculo escaleno no lado direito resultaria em uma deficiência à
esquerda, delimitando a origem do problema que se iniciou no lado esquerdo e não no
lado direito.

A depressão do ombro é uma postura antálgica dos pacientes com dores, ocasionando
instabilidade, exigindo maior ação do subescapular, supra-espinhal, infraespinhal e
redondo menor (manguito rotador), enquanto que onde houve elevação do ombro, o
mecanismo é ao contrário, músculos como elevador da escápula, fibras superiores do
trapézio e até escalenos e esternocleidomastóideo, são responsáveis por manter a
elevação constante do ombro, ficando sujeitos à dor e fadiga (SACCO et al., 2003).

Morelli & Rebeletto (2007) comprovam a eficácia das técnicas de tração cervical,
alongamento e mobilização neural em seu estudo sobre cefaléia. O alongamento dos
músculos reduz a sobrecarga da coluna vertebral, melhorando a capacidade de
sustentação de peso, diminuindo o estresse físico, restabelece a ADM normal das
articulações e a mobilidade dos tecidos moles que a cercam, prevenindo contraturas

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irreversíveis, além de corrigir alterações posturais (KISNER & COLBY, 1998).
Segundo Negrelli (2001), os efeitos da tração não têm demonstrado efeitos positivos no
alívio da dor, na mobilidade da coluna ou nos sinais neurológicos. Os achados no
presente estudo são discordantes com esse autor, pois nas sessões onde a técnica de
tração foi inserida, a paciente relatou alívio da dor. Vilagra & Neto (1999), em um
estudo de caso, utilizaram a tração cervical, mesmo em lesão de medula cervical,
obtendo bons resultados, bem como mobilização passiva e alongamentos. Estudos
demonstraram que técnicas combinadas como a mobilização neural, mobilização
articular e manipulação em região de C5-C6 apresentaram grande melhora na função e
no quadro álgico logo no 1º mês de tratamento (GASPAROTO et al., 2007).

Assim como visto por Dacca & Furlan (2000) a prevenção da hérnia discal está
relacionada à saúde corporal global, ao equilíbrio psicológico, à prática de relaxamento,
e até mesmo a pensamentos entusiásticos e positivos. No presente estudo comprovou-se
que as deformidades da coluna, os traumatismos, rigidez corporal nos sedentários,
obesidade, flacidez muscular e vícios posturais estão diretamente relacionados às causas
de hérnias discais, bem como os fatores psicológicos como depressão, tensão
emocional, estresse e ansiedade. Esses estiveram de acordo com o exposto por Dacca &
Furlan (2000).

Deve-se levar em conta a ocupação atual e pregressa do paciente, uma vez que muitas
das afecções da coluna estão relacionadas com as atividades laborativas. Para Alexandre
& Moraes (2001) questões relacionadas a fatores psicossociais, econômicos e estilo de
vida, presença de ansiedade e depressão, fornecem dados importantes, visto que podem
influenciar significantemente o início e a progressão de problemas músculoesqueléticos.

A dor na região do pescoço acomete indivíduos adultos, que realizam trabalhos


manuais. Esses indivíduos são professores, pintores ou mecânicos, que acabam por ter
um custo adicional de incapacidade ao trabalho aliado à profissão (TOMÁS, 2004).

De acordo com Dacca & Furlan (2000), as atitudes preventivas para reduzir a
progressão da lesão, devem ser baseadas na fisiopatologia da mesma. Isso estabelece os
preceitos do tratamento conservador, que aguarda a reabsorção do material discal
através da reeducação do paciente reduzindo as chances dos sintomas voltarem a se
manifestar. É frequente que haja reabsorção e diminuição de volumes das hérnias de
disco sem necessidade de tratamento cirúrgico (GUTIERREZ, 1987; NEGRELLI, 2001;
NIETO et al., 2006). Segundo Nieto et al., (2006), quando a hérnia é lateral, sua
regressão espontânea é mais completa e mais rápida do que quando é medial, pois seu
mecanismo é devido à localização do ligamento vertebral comum posterior de possuir
menos camadas mediais, favorecendo os processos de reabsorção. Esta diminuição do
tamanho indica uma desidratação do material discal. Na realização de um tratamento
conservador, a regressão espontânea chega a ocorrer em 11% dos casos, desde que o
mesmo seja superior a 45 dias.

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Na medicina ocidental, a terapia conservadora tem sido a preferida como a primeira
escolha na maioria dos casos, mas as opções de tratamento ainda estão em questão
(NEGRELLI, 2001). Estudos comparativos entre o tratamento conservador e o cirúrgico
foram realizados por Kakelius apud Negrelli (2001), onde esse autor acompanhou
pacientes tratados de modo conservador e cirúrgico por um período de 7 anos e 4 meses.

A princípio, os melhores resultados foram encontrados nos pacientes que se


submeteram à cirurgia. No entanto, após 6 meses, nenhuma diferença significativa foi
observada. A comparação entre os dois tratamentos mantém inalterada a eficácia do
método conservador, podendo este, se estender por mais de 8 semanas, uma vez que o
paciente demonstre recuperação progressiva, tornando-se aliada no adiamento da
cirurgia que deve ser considerada diante da ineficácia do método conservador. Os casos
que apresentam absorção completa da hérnia de disco reforçam a indicação do
tratamento conservador (NEGRELLI, 2001; NIETO et al., 2006). Diante do novo
cenário envolvendo os planos de saúde, todas as cirurgias eletivas de alto custo
necessitam serem revistas e a cirurgia de hérnia discal não foge à regra, sendo um
exemplo típico da inclusão do tratamento conservador (NEGRELLI, 2001).

A cada dia, tem-se observado iniciativas quanto à aplicação de programas de exercícios


físicos relacionados à promoção da Saúde, sendo a grande maioria direcionada a
combater agravos crônico-degenerativos de características cardiovasculares e
metabólicas, como as doenças do coração e obesidade, pouco esforço é visto
envolvendo o sistema osteomioarticular (TOSCANO & EGYPTO, 2001). A literatura
pouco se refere à atuação da fisioterapia e da eficácia de tratamentos para hérnia de
disco cervical, mas de acordo com alguns autores, os tratamentos conservadores
sugeridos, são combinações entre as técnicas de termoterapia superficial e profunda,
crioterapia, massagens, eletroterapia, tração cervical, alongamentos, repouso, uso de
colar cervical temporário, posicionamento ao dormir, orientação postural, mobilização
passiva, movimentos ativos (GUTIERREZ, 1987; BIENFAIT, 1995; NEGRELLI,
2001). Costa et al., (2003) em seu trabalho, observou que a eletroterapia não teve
resultados satisfatórios. Com o aumento da dor, esses autores propuseram mudança de
tratamento para a terapia manual.

Propostas alternativas de tratamento têm surgido, mas não há suficiente suporte de


estudos científicos. Sua execução é difícil, por demandar extrema habilidade,
honestidade e neutralidade do pesquisador, para gerar informações confiáveis. Dentre
estes estão o conhecimento da pato-morfologia, dos registros de dor, bem como a
maneira de se efetuarem os protocolos aceitáveis de semelhança entre os indivíduos que
compõem o estudo (NEGRELLI, 2001). Existem poucos estudos que citam a utilização
desses recursos no tratamento específico para hérnia cervical, mostrando a necessidade
de mais pesquisas nessa área e da atuação dos profissionais de fisioterapia no tratamento
conservador.

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Tipos de Hérnias

1. Hérnia intra-esponjosa ou Hérnia de Schmorl (fig.76): invaginação de caráter


degenerativo do disco para o interior do corpo vertebral. É um achado
esporádico de exames de imagem, geralmente ressonância magnética ou
tomografia, e na maioria dos casos não causa dor ou sintomas. Alguns autores
correlacionam o aparecimento do nódulo de Schmörl com possíveis fraquezas da
placa vertebral. Outros autores acreditam que possam surgir com episódios
repetidos de trauma ou processos inflamatórios auto-imunes. O fato é que a
causa não é definida.

2. Protusão Discal (fig.77 e 78): quando o núcleo rompe parcialmente as fibras do


anel, mas permanece contido pelas fibras mais externas.

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3. Quando o núcleo se difunde e chega até o ligamento posterior, temos:
a) Extrusão Discal Contida: na qual o núcleo rompe completamente as
fibras do anel, mas mantém integro o ligamento longitudinal posterior.
Se ele estiver unido ao núcleo, pode se reintegrar através da tração.
b) Extrusão Discal não contida: quando o núcleo herniado vai além dos
limites do ligamento longitudinal posterior, podendo ficar livre no
interior do canal vertebral.
c) Hérnia seqüestrada: quando parte do núcleo fica bloqueado sob o
ligamento comum posterior e as fibras do anel que se fecham atrás dela,
impedindo o retorno. No interior do foramem.
d) Hérnia migratória: após chegar ao ligamento comum posterior, a hérnia
pode deslizar para cima ou para baixo.

Causas
Predisposição genética é a causa de maior importância para a formação de hérnias
discais, seguida do envelhecimento, sedentarismo e do tabagismo. Carregar ou levantar
muito peso também pode comprometer a integridade do sistema muscular que da
sustentação a coluna vertebral e favorecer o aparecimento de hérnias discais.

Sintomas
A hérnia de disco pode ser assintomática ou, então, provocar dor de intensidade leve,
moderada ou tão forte que chega a ser incapacitante.

Os sintomas são diversos e estão associados à área em que foi comprimida a raiz
nervosa.

Os mais comuns são: parestesia (formigamento) com ou sem dor; dor na coluna e no
braço; apenas no braço.

Radiculoalgias

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A radiculopatia em consequência ao prolapso do disco intervertebral cervical em geral ocorre
entre a terceira e quarta década da vida durante as fases iniciais da degeneração do disco
intervertebral quando se observam fissuras na circunferência do ânulo fibroso. O rompimento
do ânulo fibroso leva à formação da hérnia, que pode ser contida, não contida, extrusa
subligamentar ou transligamentar e sequestrada. O processo inflamatório e o fragmento do disco
intervertebral centro-lateral adjacente à raiz nervosa cervical resultam em cervicobraquialgia
distribuída pelo dermátomo correspondente à raiz nervosa. Alguns pacientes podem apresentar
paresia e/ou diminuição do reflexo osteotendinoso profundo do músculo correspondente ao
nível comprometido. A cirurgia é opção de tratamento nos pacientes que não respondem às
medidas clínicas por tempo adequado (2 a 3 meses) ou que apresentam dor intratável e/ou à
disfunção neurológica progressiva.

Prevalência
A hérnia de disco acomete mais as pessoas entre 30 e 50 anos, o que não quer dizer que
crianças, jovens e idosos estejam livres dela. Estudos radiológicos mostram que depois
dos 50 anos, 30% da população mundial apresentam alguma forma assintomática desse
tipo de afecção na coluna.

Diagnóstico

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O diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando em conta as características dos
sintomas e o resultado do exame neurológico. Exames como RX, tomografia e
ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região
da coluna está localizada.

Prevenção
Desenvolver hábitos saudáveis de vida e que estejam de acordo com as normas básicas
estabelecidas pela ergonomia, tais como: prática regular de atividade física, realização
de exercícios de alongamento e de exercícios para fortalecer a musculatura abdominal e
paravertebral, e postura corporal correta são medidas importantes para prevenir as
doenças da coluna.

Tratamento
Hérnias de disco na coluna cervical podem surgir diretamente nessa região ou serem
provocadas por alteração na curvatura e posicionamento da coluna vertebral durante a
crise da hérnia lombar. A escolha do tratamento, se cirúrgico ou não cirúrgico,
considera a gravidade dos sintomas e o déficit motor. A cirurgia só é indicada quando o
paciente não responde ao tratamento conservador e nos casos de compressão do nervo
exercida por parte do disco que extravasou, pois corrigido esse defeito mecânico a dor
desaparece completamente.

Cirurgia

A maioria dos pacientes com hérnia de disco aguda vai melhorar sem
intervenção cirúrgica; entretanto, quando houver uma indicação médica
definida, não se deve adiar. Após a cirurgia o paciente é capaz de voltar ao
trabalho em cerca de duas a seis semanas.

Quando a cirurgia para hérnia de disco cervical está indicada?

Em geral, quando o paciente apresenta alguma disfunção neurológica grave como perda
de força progressiva ou quando não melhora com o tratamento conservador.

Pacientes com fraqueza significativa em algum músculo do braço ou da mão


devem ser operados precocemente.
Recorrência de episódios de dor cervical incapacitante que impedem o
paciente de levar uma vida normal.

Discectomia

A cirurgia padrão para hérnia cervical, ou seja, a que tem mais evidência de bons
resultados é a discectomia cervical por via anterior com fusão. Ou seja, o disco do

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paciente é removido através de uma incisão feita na região da frente do pescoço e no
local é colocado um material que promova a fusão do segmento afetado.

A discectomia anterior e a microdiscectomia posterior podem ser indicadas com


resultados funcionais similares nas hérnias laterais. Naquelas com componente central a
discectomia anterior é a mais indicada e estudada em ensaios clínicos para a retirada do
prolapso de disco intervertebral cervical. O tratamento da hérnia discal cervical na
ausência de compressão medular é clínico, sendo indicada a intervenção cirúrgica para
pacientes que falharam ao tratamento clínico adequado por 2 a 3 meses ou que
apresentam dor refratária e/ ou disfunção neurológica progressiva. Indica-se discectomia
anterior em hérnias centrais e ambas as opções (abordagem anterior e posterior) são
válidas nas hérnias laterais.

Nucleoplastia cervical percutânea

A utilização de técnica percutânea é uma técnica minimamente invasiva na qual o disco


intervertebral não é removido. Utilizando energia de faixa específica de radiofrequência,
foi desenvolvida para ser uma alternativa ao tratamento cirúrgico convencional na falha
do tratamento clínico para hérnias discais cervicais e lombares contidas e em casos
selecionados de degeneração discal lombar (discopatia dolorosa). Por ser tratamento
minimamente invasivo, tem por objetivo, por meio da inserção de dispositivo
percutâneo no disco intervertebral, a ablação do núcleo pulposo de modo controlado,
reduzindo, por conseguinte a pressão intradiscal.

As evidências disponíveis quanto à efetividade da nucleoplastia são limitadas, não


existindo ensaios clínicos randomizados controlados comparando-a a outras
modalidades cirúrgicas. Não se recomenda a nucleoplastia no tratamento de rotina
nestes pacientes.

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Artroplastia

A artroplastia, nova tecnologia de tratamento neste cenário, propõe preservar o


movimento no local da discectomia e descompressão anterior. Movimento este que na
teoria diminui a doença articular degenerativa aos níveis adjacentes operados. Na
comparação com a discectomia seguida de fusão (DF), a artroplastia realizada em
pacientes portadores de radiculopatia ou mielopatia secundária a hérnia de disco
cervical em único nível, resistente às medidas clínicas de tratamento, mostra desfecho
funcional melhor após 24 meses de acompanhamento, quando analisado por meio do
índice de disfunção relacionado ao pescoço (Neck Disability Index - NDI), que
demonstra redução superior ou igual a 15 pontos no escore NDI, em comparação ao
período pré-operatório. Entretanto, o comprometimento do processo de randomização,
não permite conclusões definitivas. Não há comentários em relação à degeneração
adjacente ao nível operado após a utilização das duas técnicas.

Com a fusão de um ou dois segmentos da coluna cervical média ou baixa, a amplitude


de movimento perdida é quase imperceptível. Os demais segmentos da coluna tendem a
suprir os movimentos necessários para o dia a dia.

Em quanto tempo paciente voltar a trabalhar?


Em geral, o paciente levanta da cama no dia seguinte a cirurgia, começa um trabalho
de reabilitação e gradualmente vai retornando à sua rotina. Na primeira semana deve
ficar em repouso domiciliar, mas podendo realizar tarefas simples como cuidados
pessoais, usar o computador, sair para passear, etc. Após a reavaliação cirúrgica em uma
semana, mais atividades são liberadas e a maioria dos pacientes já volta a trabalhar.
Atividades que exijam esforço físico como alguns esportes, dirigir e movimentar
ativamente o pescoço, geralmente são liberadas após um mês da cirurgia.
Na maioria dos casos, o colar é utilizado por duas semanas com o intuito de dar mais
segurança ao paciente na realização das atividades cotidianas. O colar poderá ser
retirado e mesmo não utilizado se o paciente estiver bem orientado e seguro dos
movimentos que não deve forçar nos primeiro dias.
A cicatriz fica praticamente imperceptível, já que é feita ao longo de uma dobra do
pescoço e os pontos são intradérmicos. Os cuidados pós-operatórios com a ferida são
também bastante importantes para mantê-la esteticamente boas.

Cirurgia minimamente invasiva


A endoscopia é a técnica cirúrgica minimamente invasiva propriamente dita e
consiste na ressecção do disco cervical através de endoscópio. Existem algumas
vantagens com relação ao tamanho da cicatriz na pele e menor dano aos tecidos e
órgãos adjacentes. Existem casos específicos em que essa técnica pode ser utilizada,
converse com o seu médico. Outras técnicas realizadas com o microscópio também são
consideradas minimamente invasivas, como a foraminotomia por via posterior e
também apresentam indicação específica.
Siga as recomendações médicas depois da cirurgia para evitar que nova hérnia se forme
naquele local.

Bloqueios

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Estes são os procedimentos intervencionistas: bloqueios facetários, radiculares e a
utilização de radiofrequência. Estas são tentativas não cirúrgicas de aliviar a dor do
paciente e podem ser indicadas em alguns casos onde não é indicada a cirurgia.
Laser, injeções de substâncias no interior do disco, dentre outras, são procedimentos
ainda controversos e em desenvolvimento que, talvez no futuro, tenham papel
importante no tratamento.

Tratam ento conservador


Este termo tem sido utilizado para definir todo tratamento que não envolve
cirurgia. Com pequenas adaptações, abordagens similares podem ser usadas
tanto para pacientes com dor cervical apenas, quanto para pacientes com
hérnia de disco e dor irradiada para o braço. A maioria dos pacientes pode
ser tratada de forma segura e eficaz modificando suas atividades cotidi anas
e utilizando alguma medicação para alívio da dor e diminuição da
inflamação, obtendo-se bons resultados em até 75% dos casos.
• Imobilização – obtida usando-se colar cervical. Mais benéfica durante
as exacerbações agudas da dor, porque reduz os movimen tos das regiões
sintomáticas. O colar sempre deve ser utilizado sob a supervisão do
médico, pois, se usado com muita frequência, pode causar fraqueza da
musculatura do pescoço, agravando o problema.
• Fisioterapia – pode ser útil na diminuição do espasmo mu scular
aliviando os sintomas. Aplicações de calor superficial e massagem leve
podem proporcionar conforto para o paciente.
• Medicamentos – incluindo analgésicos potentes, anti-inflamatórios e
relaxantes musculares. Em muitos casos o tratamento conservador pode
propiciar bons resultados no longo prazo.
• Infiltrações de anestésicos diretamente no local doloroso (músculo)
podem proporcionar alívio significativo da dor e são bem seguras.
• Retorno progressivo às atividades.
• Início gradual de exercícios não vigorosos

Entretanto, estas orientações não são absolutas e só o seu neurocirurgião


poderá fazer um julgamento sobre qual tratame nto é mais apropriado para o
cada caso e qual não é recomendável.

Fisioterapia e cuidado no lo ngo prazo


Após duas semanas o benefício máximo é alcançado, então os problemas
relacionados à imobilidade (fraqueza muscular, rigidez articular...) podem
aparecer. Nesta fase, um programa de fisioterapia motora em suas várias
modalidades pode ser considerado. Recomenda -se a avaliação de u m
fisioterapeuta, pois sua participação é fundamental.
RECONHECENDO A DOR
AGUDA OU CRÔNICA?

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É muito importante sabermos as características da dor, se é aguda ou crônica.
Essa distinção nos ajudará na escolha da melhor conduta. A dor aguda é
proveniente de um episódio recente. O paciente lembra o acontecimento e a
sequência dos fatos. São dores de prevalência tecidual causadas por trauma
direto ou de esforço repetitivo que aparecem repentinamente e têm duração de
até três meses.
A dor crônica é aquela que se mantém por mais de três meses. Normalmente ela
é recorrente e oriunda de fatores genéticos, das ocupações no trabalho, do
sedentarismo, do estresse que as pessoas vivem atualmente. Ela pode ter iniciado
por um episódio pontual.

Amenizando a dor cervical

É fundamental que o paciente tenha cuidados com sua postura, evitando sentar de forma
inadequada, passar longos períodos na mesma posição, levantar e/ou transportar objetos
pesados de forma inadequada. Muitas vezes o estresse e tensão fazem com que o
paciente se alimente mal e não tenha uma boa noite de sono, por isso é importante
também cuidar da postura na hora de dormir. O mais indicado é deitar-se de lado,
mantendo um travesseiro entre as pernas e um segundo travesseiro na região do
pescoço. Ele deve apresentar altura adequada para que o pescoço não se incline para
cima ou para baixo, mantendo-o em posição neutra.
Especialistas em coluna concordam entre si no que diz respeito à importância da
atividade física para pessoas que sofrem com dores no pescoço.
Com a diminuição ou desaparecimento da dor, exercícios podem ajudar a restaurar o
movimento cervical e a força muscular. Esses exercícios auxiliarão na perfeita
recuperação e na prevenção de novos episódios álgicos. Mesmo quando a dor aumenta
com o início da atividade física, cessando com a interrupção da mesma, a dor adicional
temporária é aceitável. É importante tentar manter-se ativo sempre.

Fases do Tratamento

Fase aguda
É iniciada com repouso absoluto para que o disco lesado não sofra mais compressão e
medicamentos para alívio de dor e diminuição da inflamação. (Henneman e Shumacher,
1995).

Metas: aliviar a dor, promover relaxamento muscular, diminuir o edema e a pressão


contra as estruturas nervosas sensíveis a dor (repouso intercalado com períodos de
movimento controlado, técnicas fisioterapêuticas, massagem, manobras miofasciais,
tração, Maitland e reeducar o paciente). (Kisner e Colby, 1998; Camargo e Álvares,
1997).

Fase Subaguda

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Nesta fase a dor já é mais suportável e permite exercícios de alongamento e gradual
fortalecimento muscular. (Hennemann e Schumacher, 1995).

Ensinar ao paciente a percepção postural, pricípios de estabilização, exercícios de


fortalecimento de tronco e aumento de resistência à fadiga. Incluir fortalecimento de
membros inferiores para dar suporte ao corpo para usar a mecânica corporal. Fortalecer
membros superiores para carregar objetos sem induzir desvio e sobrecarga do tronco.
(Kisner e Colby, 1998).
Ensinar movimentos simples de coluna em amplitudes livres de dor. (Hennemann e
Schumacher, 1995; Kisner e Colby, 1998; Marques, 2008).
Ensinar ao paciente como contrair isometricamente os músculos abdominais e
extensores da coluna para manter o controle da posição estendida enquanto realiza
movimentos simples dos membros. (Kisner e Colby, 1995; Goldby 2006; Marques,
2008).
É fundamental a melhora da postura para os pacientes com hérnia discal, já que muitos
apresentam déficit postural. (Hennemann e Schumacher, 1995).

Fase Tardia
Em geral, o paciente apresenta apenas desconforto. É importante a manutenção da
elasticidade e do tônus muscular associados aos cuidados posturais (Henneman e
Schumacher, 1995).
O paciente ainda terá restrição na flexibilidade (devido a tecido cicatricial restritivo ou
adesões), limitação na força e resistência à fadiga nos músculos posturais e dos
membros e execução lenta. (Kisner e Colby, 1998).

PILATES X HÉRNIA CERVICAL

Com a segmentação de tarefas no mercado de trabalho com movimentos repetitivos e uso


excessivo de tecnologias, os indivíduos têm desenvolvido cada vez mais alterações posturais.

Sabemos que fatores como o posicionamento da cabeça, deficiência da função das articulações,
padrões de movimento alterados, excesso de peso corporal, execução de movimentos com carga
na posição inadequada da coluna vertebral – tudo isso influencia diretamente na carga exercida
sobre a coluna vertebral.

Isto irá gerar também um desequilíbrio muscular entre a musculatura superficial (mobilizadora) e
profunda (estabilizadora).

Como profissionais que trabalham com o método Pilates, é nossa função saber exatamente como
tratar desta patologia quando um paciente se queixa e saber lidar com o problema dentro e fora
do Studio.

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Para traçar um plano de tratamento de Pilates para Hérnia Cervical, é importante considerar,
antes de tudo, a anatomia da coluna cervical e sua funcionalidade.

Para traçar um protocolo de tratamento, é importante considerar se ocorreu protusão, extrusão ou


sequestro da hérnia, se é posterior, anterior, lateral, póstero-lateral.

Em seguida, o instrutor precisa considerar as alterações posturais, funcionais e padrões de


movimento.

A partir de então é importante traçar um plano de tratamento visando restaurar a funcionalidade


das articulações e os padrões de movimento.

Hoje já não pensamos mais em limitar os movimentos de nossos pacientes, mas sim permitir
movimentos com qualidade e funcionalidade.

Já que sabemos que nos casos de hérnia cervical a musculatura profunda estará fraca e a
musculatura superficial estará tensa, o primeiro passo a realizar, independente do tipo de hérnia é
o trabalho de estabilização da coluna cervical e inibição da musculatura superficial.

Para isso devemos realizar os movimentos em pequena amplitude, ativando a musculatura


profunda.

Lembrando, durante o tratamento inicial devemos considerar todas as alterações funcionais


presentes, buscando a reeducação postural, flexibilidade, força e estabilização global além de
restaurar a função de todas as articulações e os padrões de movimento.

O indivíduo é um ser integrado e não apenas uma articulação doente.

Podemos observar dois casos mais comuns nos casos de hérnia cervical:

1- Hérnia e Hipomobilidade da coluna cervical:

Após o tratamento inicial que consiste em estabilização da lesão e ausência de sintomatologias,


iniciamos movimentos da coluna cervical buscando amplitudes funcionais, enfatizando maior
mobilidade da coluna cervical, ombro e coluna torácica já que nestes casos normalmente iremos
encontrar hipomobilidade do quadrante superior do tronco.

Devemos também focar na melhora do ritmo escapulo umeral que estará alterado.

Além disso, é preciso integrar padrões de movimento desde o início do tratamento visando à
estabilização da lesão e prevenção de recidiva do quadro agudo.

2- Hérnia e hipermobilidade da coluna cervical

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Após o tratamento inicial, estabilização e ausência de sintomatologias, iniciamos
com maior foco na estabilização da coluna cervical, cintura escapular e mobilidade
da coluna torácica já que nestes casos normalmente a hipermobilidade da coluna
cervical irá gerar hipomobilidade da coluna torácica.

Além disso, é preciso integrar padrões de movimento desde o início do tratamento


visando estabilização da lesão e prevenção de recidiva do quadro agudo.

O método Pilates ajuda a evitar lesões na coluna e prevenir doenças. No Pilates


conseguimos um treinamento muscular mais específico em aulas personalizadas.
Trabalhamos com a estabilização da coluna, fortalecimento dos músculos profundos,
responsáveis por manter as vértebras e seus componentes articulares na posição correta.
Os exercícios evitam problemas como: hérnias de disco, espondilólise, protusão discal e
desvios posturais (escoliose, cifose e lordose).

É um excelente tratamento porque promove a mobilização da região, além do


reequilíbrio muscular (flexibilidade e força), os exercícios têm como objetivo
reestabelecer o alinhamento postural da região cervical e atenuar os episódios de dor. O
crescimento axial dos alunos é fundamental, porque através deste fundamento, ocorre a
ativação dos multífidos, tornando a coluna vertebral mais estável.

É frequente a tensão em músculos da região cervical durante a prática de Pilates,


principalmente os músculos esternocleidomastóideo (ECOM) e Escalenos, por isso é
importante o instrutor pedir para que o aluno relaxe a musculatura não envolvida no
exercício. Os ombros devem estar relaxados para evitar a hiperatividade do músculo
trapézio superior (ou trapézio descendente). Os comandos verbais realizados pelos
instrutores é pedir para que o aluno leve suas escápulas para trás e para baixo, afastando
os ombros das orelhas ou imaginando que uma força puxa os braços do aluno em
direção aos pés (distalmente), assim, o aluno é orientado a relaxar os músculos que não
são utilizados durante o movimento, seja através do comando verbal e/ou tátil. Este
retreinamento escapular é também conhecido como estabilização escápulotorácica,
aumenta a ativação dos músculos serrátil anterior e trapézio inferior (ou trapézio
ascendente).

Podemos realizar o teste de dicinese escapular (Graus I-III), que classifica a fraqueza
de serrátil anterior e trapézio inferior. Esse teste consiste em pedir ao paciente que
realize a elevação dos ombros no plano escapular com rotação interna da articulação
glenoumeral, quanto maior o alamento escapular, maior é a dicinese escapular. Alguns
estudos mostram a correlação entre dicinese escaplar e cervicalgia (Zakharova – Luneva
et al., 2012; Burkhart, Morgan e Kibler, 2003).

Num estudo de revisão de McCaskey et al., (2014) avaliaram o efeito dos exercícios
proprioceptivos na dor cervical e ou lombar, comparando-os com outras formas de
exercícios ou grupo controle (sem intervenção) e concluíram que os exercícios
proprioceptivos forma efetivos na redução do quadro álgico e no aumento da função dos
pacientes. Os exercícios do método Pilates atuam com estímulos proprioceptivos através
da instabilidade gerada pelos equipamentos e acessórios (bola, rolo, disco de equilíbrio),

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e a integração do controle neuromuscular e proprioceptivo é fundamental nas atividades
de vida diária sem dor (Salathé e Elfering, 2013).

Segundo Basílio (2012), o Pilates costuma ser efetivo nas dores causadas pela hérnia de
disco porque os exercícios geram um maior afastamento entre as vértebras, graças a
movimentos de alongamento crânio-caudal. Os benefícios são adquiridos através da
essência do método, que promove a estabilização da hérnia de disco, possibilitando uma
vida saudável e sem dor.

Com os exercícios do método a postura melhora, os músculos adquirem maior


tonicidade, as articulações tornam-se mais flexíveis e a forma do corpo torna-se mais
equilibrada, ereta e alongada (Selby e Herdman, 2000).

Apesar de um grande número de profissionais da saúde utilizar o Pilates na prática


clínica, há ainda uma carência de evidências científicas quanto aos fenômenos
associados a esse método no campo da reabilitação. (Anderson, 2000).

Segundo Lucareli (2007), o número de praticantes não vem acompanhado com o


concomitante desenvolvimento de pesquisas.

Principais recomendações para prescrever exercícios:

É importante ter cuidado ao escolher exercícios para evitar uma piora da dor cervical.
Uma maneira de saber se o problema no pescoço está piorando é observar se os
sintomas estão se espalhando ainda mais, pelo próprio pescoço, ombro ou braço. Isso
pode acontecer durante alguns exercícios ou atividades comuns como dirigir, ler ou usar
o computador por um período de tempo prolongado.
A boa notícia é que a recíproca também é verdadeira! Os sintomas podem desaparecer
do braço ou ombro, concentrando no centro ou linha média do pescoço (“centralização”
do sintoma). Quando isso acontece o aluno está melhorando e se recuperando! Você
pode ser capaz de identificar exercícios e posições que podem intencionalmente fazer
isso acontecer, e, nesse caso, os sintomas tendem a diminuir e desaparecer com a
continuação dos exercícios. Dormência ou formigamento geralmente desaparecem
também, mas geralmente numa velocidade mais lenta que a da regressão da dor.
1- Durante eventuais crises agudas, o treinamento deverá ser ajustado ou suspenso até a
liberação do profissional da saúde responsável;

2- Incluir exercícios corretivos para os padrões de movimentos funcionais;

3- Priorizar exercícios de flexibilidade e mobilidade para os músculos mais tensionados


e articulações com restrição na ADM;

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4- Exercício aeróbio: é importante destacar que os sintomas relacionados às regiões
corporais devem atuar como parâmetros de volume e intensidade.

5- Estimular os diferentes componentes da força muscular de forma progressiva e


gradual, selecionando exercícios que não evidenciem os sintomas.

Recomendação
* Evite todos os excessos que facilitam a instalação das hérnias de disco: excesso de
peso, de bebidas alcoólicas, de exercícios físicos, de cigarro;

* Procure manter a postura correta quando sentado ou em pé;

* Não se esqueça de que vida sedentária é responsável não só pela formação de hérnias
de disco, mas por muitos outros problemas de saúde;

* Informe-se sobre o tipo de atividade física indicada para sua faixa de idade;

* Suspenda os exercícios se os sintomas voltarem e procure assistência médica


imediatamente.

Treinamento da Musculatura Estabilizadora


Como sabemos os músculos longo do pescoço, reto da cabeça anterior e lateral e os
multífidos proporcionam estabilidade intrínseca (segmentar) à coluna cervical.

É importante compreender e usar os princípios e a progressão do treinamento de


estabilização para uma instrução efetiva.

1- Comece treinando a conscientização de movimentos seguros da coluna e


a posição neutra ou de alívio dos sintomas.
2- Faça o paciente aprender a ativar a musculatura estabilizadora profunda
(intrínseca) enquanto estiver na posição neutra.
3- Acrescente movimentos dos membros para oferecer uma carga à
musculatura global enquanto mantém uma posição neutra estável da
coluna (estabilização dinâmica).
4- Aumente as repetições para melhorar a capacidade de sustentação
(resistência à fadiga) na musculatura estabilizadora; aumente a carga
(modifique o braço de alavanca ou acrescente resistência) para melhorar
a força enquanto mantém uma posição estável neutra da coluna.
5- Use contrações isométricas alternantes entre antagonistas e técnicas de
estabilização rítmica dos músculos do tronco contra resistência manual
também aumentam as contrações estabilizadoras. Quando feitas nas

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posições sentada e em bipedestação, as contrações e co-contrações
alternantes também desenvolvem controle do equilíbrio.
6- Progrida para o movimento de uma posição para outra com movimentos
dos membros, ao mesmo tempo mantendo a coluna em posição neutra
estável (estabilização nas transições).
7- O treino de perturbação (equilíbrio), em que o exercício é feito contra
forças desestabilizadoras ou em superfícies instáveis, desenvolve as
respostas neuromusculares para melhora do equilíbrio.

Na região cervical, a meta é ativar e controlar os músculos que controlam a


extensão axial (retração cervical). Isso requer flexão da cabeça, leve
retificação da lordose cervical e retificação da cifose torácica superior.

Devemos iniciar com um programa seguindo as etapas do modelo de exercícios


estabilização segmentar vertebral, desenvolvido por Richardson, Hodges e Hides que é
dividida em três estágios:

1-Cognitivo: educar a maneira correta da contração da musculatura estabilizadora.

2- Associativo: o objetivo é manter a contração destes músculos ao mesmo tempo em


que são realizados movimentos dos membros e do tronco. Nesta fase inicia-se o treino
de AVD`s.

3-Automático: realização de exercícios que proporcionem desafios e gestos esportivos,


realizados com cuidado para assegurar que não haja compensação.

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