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Introdução
A humanidade, nesse momento, está passando por uma profunda crise que é
complexa porque atinge todas as dimensões da existência dos seres humanos.
Trata-se de uma crise existencial, pela ausência de valores verdadeiramente
humanos, de uma crise social devido à uma injustiça generalizada, de uma crise
política causada pelos fundamentalismos ligados à opressão e ainda, uma crise
econômica que é resultante de todas essas outras. A crise atinge proporções
cósmicas ameaçando o próprio planeta como resultado de ausência de uma
consciência integradora.
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O Movimento da Auto-Organização foi assim denominado pelo epistemólogo francês
Jean-Pierre Dupuy que identificou em várias ciências do século XX similitudes lógicas e
formais tais como o princípio da Auto-organização, da recursividade e outros.
A cibernética, depois de uma fase ainda muito dura em termos de uma
lógica mais formal vai se desdobrar na Segunda Cibernética que vai exigir uma
lógica não-linear e abordagens mais complexas como a complexificação em espiral,
etc. A teoria da Biologia da Cognição de Humberto Maturana e Francisco Varela
com seu conceito organizador de Autopoiesis. (MATURANA y VARELA, 1990) e
mais tarde, a teoria da Enação de Varela (VARELA s/d) com sua noção central de
cognição incorporada, juntamente com a teoria de Henri Atlan da “complexificação
pelo ruído” representam a ponta mais complexa das Ciências Cognitivas. Essas
teorias surgiram a partir do desdobramento da cibernética na Bio-cibernética.
Maturana e Varela por um lado e, por outro, Henri Atlan, portanto, muito devem de
suas elaborações teóricas a Heinz von Foerster o pai desse novo movimento
conhecido como Segunda Cibernética. Von Foerster deu um novo rumo ao movi-
mento cibernético ao propor seu princípio organizador e constituinte da “ordem pelo
ruído”.
Aqui faço uma articulação com as elaborações de Lucia Leão que também
fez uma apropriação ampliada do termo autopoiesis usando-o para pensar a
WWW. Diz ela:
Uma vez nos valemos de Lucia Leão (1999) para pensar essa rede dinâmica
de potencial cognitivo/ontológico:
Ecologia Cognitiva é um outro conceito muito útil para nós. Esse conceito foi
desenvolvido por Pierre Lévy (1994) Para esse investigador do virtual a tecnologia
pode ser considerada como uma ferramenta de pensamento no sentido em que, ao
se articularem com nosso sistema cognitivo, nos ajudam a nos constituir cognitiva e
subjetivamente. Então, o acoplamento sujeito/máquina se dá de tal forma que se
constitui um sistema no qual o sujeito se constrói e se potencializa para novos
agenciamentos e aberturas para patamares mais complexos de desenvolvimento.
Leitura e auto-narrativas em ambiente digital
Não concluo para não fazer fechamentos mas aberturas. Por isso, enfatizo o
desejo de usar esse projeto, como outros similares que vimos desenvolvendo em
nossa Universidade para pensar junto com colegas educadores nas possibilidades
de usarmos o espaço digital como laboratório para desenvolvermos novos
instrumentos de cognição através de experiências de leitura e auto-narrativas
criando um ambiente onde o fazer-se e o aprender possam emergir de maneira
profundamente integrada.