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Maringá – Paraná
2019
2019 Uniedusul Editora
Conselho Editorial
Alexandra Fante Nishiyama – Faculdade Maringá
Aline Rodrigues Alves Rocha – Pesquisadora
Ana Lúcia da Silva – UEM
André Dias Martins – Faculdade Cidade Verde
Brenda Zarelli Gatti – Pesquisadora
Carlos Antonio dos Santos – Pesquisador
Cleverson Gonçalves dos Santos – UTFPR
Constanza Pujals – Uningá
Delton Aparecido Felipe – UEM
Fabio Branches Xavier – Uningá
Fábio Oliveira Vaz – Unifatecie
Gilmara Belmiro da Silva – UNESPAR
João Paulo Baliscei – UEM
Kelly Jackelini Jorge – UNIOESTE
Larissa Ciupa – Uningá
Lourival Domingos Zamuner – UNINGÁ
Marcio Antonio Jorge da Silva – UEL
Márcio de Oliveira – UFAM
Pâmela Vicentini Faeti – UNIR/RM
Ricardo Bortolo Vieira – UFPR
Rodrigo Gaspar de Almeida – Pesquisador
Sâmilo Takara – UNIR/RM
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TECNOLOGIAS PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO ÓLEO DE COZINHA
USADO
VINICIUS ROSSA
RESUMO
Mais de 80% do custo final de produção do biodiesel é decorrente da matéria prima. Assim, a
redução do custo da matéria-prima utilizada na produção de biodiesel torna-se essencial. Matérias-pri-
mas baratas como óleos e gorduras residuais têm atraído a atenção de produtores de biodiesel devido
ao seu baixo custo. A reciclagem do óleo de fritura como biocombustível não somente retiraria um
composto indesejado do meio ambiente, mas também permitiria a geração de uma fonte de energia
alternativa, renovável e menos poluente, constituindo-se assim, um forte apelo ambiental. Existem
três principais vantagens decorrentes da utilização de óleos residuais de fritura como matéria-prima
para produção de biodiesel: A primeira, de cunho tecnológico, caracteriza-se pela dispensa do proces-
so de extração do óleo; a segunda, de cunho econômico, caracteriza-se pelo custo da matéria-prima,
pois por se tratar de um resíduo o óleo residual de fritura tem seu preço de mercado estabelecido; e a
terceira, de cunho ambiental, caracteriza-se pela destinação adequada de um resíduo que, em geral,
é descartado inadequadamente impactando o solo e o lençol freático e, consequentemente, a biota
desses sistemas. Diante deste contexto veio a motivação de propor uma rota tecnológica para imple-
mentação de estações de recolhimento e tratamento primário de óleos e gorduras residuais (OGR),
considerando duas capacidades de processamento, 5 e 25m3/mês. Nesse estudo, realizou-se também
um levantamento dos custos com infraestrutura e equipamentos necessários para a efetiva instalação
dessas unidades, dados que permitirão uma futura avaliação econômica da viabilidade de implemen-
tação desse tipo de empreendimento. Adicionalmente, foi proposta e avaliada uma tecnologia para a
produção de biodiesel a partir de óleo de cozinha usado. Para isso, utilizou-se como matéria-prima
um óleo de fritura com elevado teor de umidade (2177,4 mg/kg) e elevado índice de acidez (6,84
mgKOH/g), coletado em restaurante. Os testes realizados mostraram que a combinação das etapas
de secagem do óleo e esterificação, prévia à transesterificação, foi eficiente no pré-tratamento do
óleo, possibilitando desta forma a produção de um biodiesel que cumpre com as especificações de
qualidade estabelecidas na Resolução Nº45/2014 da ANP. Na etapa de esterificação, foram testados
três catalisadores ácidos homogêneos (QGP 95 TS, QGP 65M e ácido sulfúrico), cada um avaliado
em duas concentrações (0,7 e 1,0%), e utilizando dois teores de álcool diferentes (20 e 40%). A partir
dos testes realizados em nível laboratorial, identificou-se que os melhores resultados foram obtidos
com o catalisador QGP 65M que conseguiu reduzir a acidez do óleo para valores inferiores a 0,48
mgKOH/g. Já na transesterificação do produto, previamente esterificado, avaliaram-se três razões
molares óleo:metanol diferentes (1:5, 1:6 e 1:7) e duas concentrações de catalisador básico homogê-
neo de hidróxido de sódio (0,8 e 1,0%). A caracterização do produto final mostrou que o biodiesel de
melhor qualidade foi produzido utilizando 1% de catalisador de NaOH e razão molar óleo:metanol
de 1:6.
ABSTRACT
More than 80% of the final biodiesel production cost is derived from raw material. Therefo-
re, a reduction on the costs of this raw material used in the production of biodiesel, becomes essential.
Cheap raw materials, like residual oils and fats, have attracted the attention of biodiesel producers,
because of its low cost. The recycling of frying oil as biofuel, would not only remove an unwanted
compound from the environment, but would also allow the generation of an alternative, renewable
and less polluting energy source, thus constituting, a strong environmental appeal. There are three
main advantages deriving from the use of residual frying oils, as raw material for biodiesel produc-
tion: The first one, on a technological aspect, is characterized by the exemption of the oil extraction
process; the second one, on an economic aspect, is characterized by the cost of the raw material, since
it is a residue, this residual frying oil has its established market price; and the third, on an environ-
mental aspect, is characterized by the proper destination of a waste, that is generally discarded impro-
perly, impacting the soil and the groundwater tissue, consequently, the biota of these systems. Given
this context, the motivation was to propose a technological route for the implementation of primary
collection and treatment of residual oils and fats (ROF), considering two processing capacities, 5 and
25m3/month. This study, also carried out a survey of the infrastructure and equipment costs necessary
for the effective installation of these units, data that will allow a future economic evaluation of the
feasibility of implementing this type of enterprise. Additionally, a technology for the production of
biodiesel from used cooking oil was proposed and evaluated. For this, a frying oil with a high mois-
ture content (2177.4 mg/kg) and a high acid number (6.84 mgKOH/g), collected in a restaurant, were
used as a raw material. The tests carried out, showed that the combination of oil drying and esterifica-
tion stages, prior transesterification was efficient in the oil pretreatment, thus enabling the production
of a biodiesel that complies with the quality specifications established in Resolution No45/2014 of the
ANP. In the esterification step, three homogeneous acid catalysts, were tested (QGP 95 TS, QGP 65M
and sulfuric acid), each one evaluated at two concentrations (0.7 and 1.0%) and using two different
alcohol contents (20 and 40 %). From the tests carried out at the laboratory level, it was identified that
the best results were obtained with the QGP 65M catalyst that was able to reduce the acidity of the oil
to values below 0.48 mgKOH/g. On the transesterification of the product, previously esterified, three
different oil: methanol molar ratios were measured (1:5, 1:6 and 1:7) and two concentrations of ho-
mogeneous basic sodium hydroxide catalyst (0.8 and 1,0%). The characterization of the final product
showed that the best quality biodiesel was produced when using 1% NaOH catalyst and molar ratio
1:6 oil: methanol.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 14
1.1 JUSTIFICATIVA...................................................................................................................... 14
1.2 ESTRUTURA ......................................................................................................................... 15
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................................... 16
2.1 BIODIESEL............................................................................................................................. 16
2.1.1 Contexto Histórico.......................................................................................................... 16
2.1.1.1 Biodiesel no Mundo.................................................................................................... 17
2.1.1.2 Biodiesel no Brasil...................................................................................................... 19
2.1.2 Definição......................................................................................................................... 21
2.1.3 Especificações................................................................................................................. 22
2.1.4 Aplicações, Vantagens e Desvantagens.......................................................................... 24
2.1.4.1 Aplicações.................................................................................................................... 24
2.1.4.2 Vantagens..................................................................................................................... 24
2.1.4.3 Desvantagens............................................................................................................... 25
2.1.5 Aspectos Ambientais, Tecnológicos, Sociais e Econômicos.......................................... 26
2.1.5.1 Aspectos Ambientais................................................................................................... 26
2.1.5.2 Aspecto Tecnológico.................................................................................................... 32
2.1.5.3 Aspecto Social............................................................................................................. 32
2.1.5.4 Aspecto Econômico..................................................................................................... 33
2.1.6 Matérias-Primas.............................................................................................................. 34
2.1.6.1 Óleo de Fritura............................................................................................................. 35
2.2 TRATAMENTO PRIMÁRIO DO ÓLEO DE COZINHA USADO........................................ 37
2.3 TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DO BIODIESEL............................................................ 38
2.3.1 Uso direto de óleos vegetais........................................................................................... 38
2.3.2 Transesterificação........................................................................................................... 39
2.3.2.1 Transesterificação por Catálise Ácida.......................................................................... 44
2.3.2.2 Transesterificação por Catálise Alcalina...................................................................... 45
2.3.3 Esterificação.................................................................................................................... 48
2.3.4 Hidroesterificação........................................................................................................... 49
3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................................... 50
3.1 Materiais................................................................................................................................... 50
3.1.1 Matéria-prima................................................................................................................. 50
3.1.2. Catalisadores ................................................................................................................. 51
3.1.3. Outros reagentes............................................................................................................ 52
3.2 Métodos.................................................................................................................................... 52
3.2.1 Implementação de estações de tratamento primário de óleos e gorduras residuais
(OGR) ................................................................................................................................................ 52
3.2.1.1 Elaboração do Fluxograma ......................................................................................... 53
3.2.1.2 Descrição das Etapas de Processamento. Programa de Produção e Layout................ 53
3.2.1.3 Investimentos............................................................................................................... 54
3.2.1.4 Custos operacionais..................................................................................................... 54
3.2.2 Testes laboratoriais de tratamento primário de OGR .................................................... 54
3.2.3 Caracterização do óleo de fritura tratado ....................................................................... 55
3.2.4 Produção de biodiesel a partir do óleo de fritura tratado................................................ 58
3.2.4.1 Secagem....................................................................................................................... 58
3.2.4.2 Pré-esterificação........................................................................................................... 59
3.2.4.3 Transesterificação........................................................................................................ 60
3.2.5 Caracterização das amostras de biodiesel selecionadas................................................. 62
4. RESULTADOS.............................................................................................................................. 62
4.1 Implementação de estações de tratamento primário de óleoS e gorduras residuais (OGR) ... 62
4.1.1 Elaboração de Fluxograma............................................................................................. 62
4.1.2 Descrição das Etapas de Processamento. ...................................................................... 63
4.1.2.1 Recepção de OGR....................................................................................................... 63
4.1.2.2 Remoção inicial da água.............................................................................................. 63
4.1.2.3 Peneiramento e Pesagem............................................................................................. 64
4.1.2.4 Teste “prático” de acidez............................................................................................. 64
4.1.2.5 Peneiramento e Decantação......................................................................................... 65
4.1.2.6 Armazenagem.............................................................................................................. 65
4.1.2.7 Sistema de bombeio..................................................................................................... 65
4.1.3 Programa de produção.................................................................................................... 65
4.1.3.1 Tempo de Processamento e Programa de Produção.................................................... 65
4.1.3.2 Avaliação do produto terminado.................................................................................. 67
4.1.4 Distribuição e Disposição da Estação de Tratamento (Layout)...................................... 67
4.1.5 Investimentos.................................................................................................................. 70
4.1.5.1 Equipamentos: características e orçamento................................................................. 70
4.1.5.2 Obras civis e outros investimentos.............................................................................. 70
4.1.6 Custo de processamento................................................................................................. 71
4.1.7 Testes laboratoriais de tratamento primário do OGR .................................................... 71
4.1.7.1 Preparação e caracterização da amostra bruta ............................................................ 71
4.1.7.2 Aquecimento a 60 ºC................................................................................................... 72
4.1.7.3 Filtragem com peneiras de 16 mesh e 25 mesh........................................................... 73
4.1.7.4 Testes de decantação ................................................................................................... 74
4.2 Caracterização do óleo DE FRITURA TRATADO.................................................................. 74
4.3 Produção de biodiesel a partir do óleo de FRITURA TRATADO........................................... 76
4.3.1 Secagem.......................................................................................................................... 77
4.3.2 Pré-Esterificação ............................................................................................................ 77
4.3.3 Transesterificação........................................................................................................... 79
4.3.4 Caracterização das amostras de biodiesel selecionadas................................................. 80
5. CONCLUSÕES............................................................................................................................. 82
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................ 84
7. APÊNDICE 1................................................................................................................................. 90
8. APÊNDICE 2................................................................................................................................. 92
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Variação do preço do barril de petróleo......................................................................... 19
Figura 2.16: Estrutura química de Monoglicerídeo (A), Diglicerídeo (B) e triglicerídeo (C).......... 42
Figura 2.20: Diagrama simplificado do processo de catálise ácida para a produção de biodiesel.. 45
Figura 2.21: Diagrama de blocos do processo de catálise alcalina para a produção de biodiesel.. 46
Figura 4.14: (A) Óleo de fritura tratado, (B) Reação de esterificação, (C) Secagem da fração apo-
lar, (D) Fração apolar seca para transesterificação.......................................................................... 77
Figura 4.15: (A) Reação de transesterificação, (B) Produtos da reação: 1- biodiesel e 2- glicerina
bruta, (C) Lavagem do biodiesel, (D) Secagem do biodiesel............................................................. 79
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Especificações do Biodiesel............................................................................................. 22
Tabela 2.4: Estruturas de ácidos graxos mais comuns presentes em óleos vegetais......................... 41
Tabela 2: Investimentos em equipamentos para a unidade modular de 25m3 de OGR /mês........... 102
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CO Monóxido de Carbono
CH4 Metano
C2H5-OH Etanol
CG Cromatografia Gasosa
EN European Standard
HC Hidrocarbonetos
MP Material Particulado
1.1 JUSTIFICATIVA
Do total de energia primária consumida hoje no mundo 81,4% são oriundos de combustí-
veis fósseis, sendo que deste total, 56% são utilizados no setor de transporte. Sendo assim é possível
verificar que o setor de transporte é o grande responsável pela utilização destes combustíveis, tais
como: o diesel, a gasolina e o álcool. Também é responsável pela emissão de grande quantidade
de poluentes à atmosfera, tais como: monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), óxidos de
nitrogênio (NOx), dióxido de enxofre (SO2), aldeídos totais (RCHO) e material particulado (MP) que
são expressos em gás carbônico equivalente (CO2eq) que inclui as emissões de dióxido de carbono
(CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) (NEYDA, 2008).
Para agravar ainda mais este cenário, a população mundial hoje com 7,6 bilhões de habitan-
tes, terá um crescimento gradativo com o passar dos anos, onde estima-se que em 2100 haverá 11,2
bilhões de habitantes no planeta (HUMAN POPULATION, 2018).
Estes combustíveis de fontes renováveis (biocombustíveis), são substitutos diretos dos com-
bustíveis de fonte não renovável já utilizados no transporte e podem se adequar facilmente à matriz
energética já existente.
Dentre os biocombustíveis, destaca-se o biodiesel que pode ser produzido a partir de óleos
e gorduras de origem vegetal ou animal. Ao se utilizar, óleos e gorduras vegetais de origem agrícola,
ocorre em muitos casos, concorrência direta com a produção de alimentos, fundamentalmente em
países pequenos.
Já fazendo uma prospecção de futuro ao citar os países da União Europeia como exemplo,
mas não em um cenário tão longínquo da realidade brasileira, surge como uma excelente opção, a
produção de biodiesel utilizando como matéria-prima, resíduos provenientes de abatedouros, frigorí-
ficos e curtumes ou resíduos de óleos e gorduras provenientes de frituras de lanchonetes, restaurantes,
bares e residências.
Com o objetivo de viabilizar a coleta e tratamento primário do óleo de fritura, assim como a
produção de biodiesel a partir desta matéria-prima, foi realizada a pesquisa proposta nesta dissertação.
1.2 ESTRUTURA
Este trabalho é composto por sete capítulos, sumarizados a seguir:
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 BIODIESEL
A criação do primeiro modelo do motor a diesel que funcionou de forma eficiente data do
dia 10 de agosto de 1893, sendo criado por Rudolf Diesel em Augsburg, na Alemanha. Alguns anos
depois o motor foi apresentado oficialmente na Feira Mundial de Paris, em França, em 1898. Este
motor apresentado, utilizava como propulsor o óleo de amendoim, um tipo de biocombustível que
fora obtido pelo processo de transesterificação (SAUL, 2009).
Entre 1911 e 1912, Rudolf Diesel fez a seguinte afirmação: “O motor a diesel pode ser ali-
mentado por óleos vegetais, o que vai ajudar ao desenvolvimento agrário dos países que vierem a
utilizá-lo. O uso de óleos vegetais como combustível pode parecer insignificante hoje em dia. Mas
com o tempo irão tornar-se tão importantes quanto o petróleo e o carvão são atualmente”.
Após a morte de Rudolf Diesel, em 1913, o motor por ele desenvolvido foi capitalizado pela
indústria do petróleo, que criou um óleo sujo e grosso, mais barato do que os outros combustíveis.
Com o passar do tempo, esqueceram-se os óleos vegetais como uma fonte de combustível e devido à
abundância e o baixo custo os derivados de petróleo se tornaram os principais produtos no mercado
(SAUL, 2009).
Devido aos dois grandes choques do petróleo, ocorridos na década de 70, os preços se ele-
varam e o interesse pelos testes com óleo vegetal retornaram a todo vapor. Já, novamente nos anos
80, com a nova queda do preço do petróleo, o interesse pelo uso dos óleos de origem vegetal caiu
novamente no esquecimento. Nestas décadas mencionadas, as tentativas associadas à utilização dos
Foi na década de 90, quando a poluição ao meio ambiente atingiu níveis alarmantes, e tam-
bém devido às pressões de grupos ambientalistas, que ocorreu uma grande mudança da visão geral de
desenvolvimento das gerações atuais, com isso surgiu o conceito de “Desenvolvimento Sustentável”
(NEYDA, 2008).
No contexto mundial pode-se citar relatos que durante a segunda guerra mundial entre os
anos de 1920 e 1930, Bélgica, Itália, Reino Unido, Portugal, Alemanha, Brasil, Argentina, Japão Chi-
na e França foram países que se interessaram pela funcionalidade do novo combustível derivado dos
vegetais (BIODIESELBR, 2007).
Vários relatos relacionados à baixa atomização e problemas adversos em motores que usa-
ram continuamente esse combustível, que tem maior viscosidade do que o fóssil, aparecem na litera-
tura. Na tentativa de superar estes problemas surgem as misturas com combustível diesel derivado do
petróleo ou com etanol, a pirólise e o craqueamento dos óleos.
Já em meados de 1977, um cientista brasileiro inventou e submeteu para patente uma “iden-
tidade e qualidade padronizada” do biodiesel, de modo que esse foi o único processo até então a ter
validade para a indústria automobilística. Ficou conhecido como o primeiro processo industrial para
produção do biodiesel, por padrões internacionais. Expedito Parente, também criou outra patente para
o bioquerosene, a qual está sendo desenvolvida pela empresa de Parente a TECBIO, que está traba-
lhando com a Boeing e a NASA (NEYDA, 2008).
De acordo com números divulgados pelo European Biodiesel Board (EBB) em julho do
ano 2007, a União Europeia duplicou a produção de biodiesel, depois de ter crescido 65% em 2006.
De acordo com a EBB, existiam 185 unidades de biodiesel produzindo no bloco europeu e outras
58 em construção. Em 2006, o ranking de países que mais produziram foi encabeçado pela Ale-
manha, seguido por França, Itália, Inglaterra e Áustria. Em 2007, a Itália ultrapassou a França e a
Espanha desbancou a Áustria do quinto lugar. A preocupação atual na União Europeia é de que se
desenvolvam novas medidas legislativas para garantir a meta de produção de biodiesel para 2020
(EUROPEAN BIODIESEL BOARD, 2018).
Tal como referido anteriormente, a concorrência com a produção alimentar não ocorre se
os bicombustíveis forem produzidos a partir de resíduos, detritos ou outros tipos de biomassa para
fins não alimentares. Neste caso, os óleos e gorduras residuais de fritura têm um papel fundamental
neste quesito. Para estimular o uso deste tipo de matéria-prima, a Renewable Energy Directive (RED)
estipula que a contribuição dos biocombustíveis produzidos a partir de matérias-primas residuais seja
contabilizada duas vezes. Assim, os EstadosMembros podem, em teoria, atingir o objetivo de 10 %
de biocombustível no setor dos transportes, adicionando apenas 5 % de biocombustíveis produzidos
a partir de material celulósico não alimentar, lenhocelulósico, resíduos ou detritos.
Um caso muito sério tem atingido um país da União Europeia, a Irlanda, que vêm importan-
do milhões de litros de óleo usado para atingir o estipulado pela diretiva.
O óleo de cozinha usado, ou UCO-Used Cooking Oil, como é comumente conhecido fora
do Brasil, representa atualmente 50 % de toda a matéria-prima usada no mercado irlandês, sendo que
este UCO é importado de 27 países diferentes onde, aproximadamente 39 % vem da Espanha e 20
% dos Estados Unidos (THE JOURNAL IE, 2014).
Devido às constantes flutuações e altas nos preços do petróleo vários programas foram im-
plementados pelo Governo Federal como o Plano de produção de óleos vegetais para fins energéticos
(Pró-Óleo), em 1975, o Pró-diesel, em 1980, que usava inclusive “querosene vegetal” e o Programa
de Óleos Vegetais – OVEG em 1983, no qual foi testada a utilização de biodiesel e misturas combus-
tíveis (NEYDA, 2008).
Embora tenha-se constatado a viabilidade técnica do biodiesel como combustível, esses pro-
gramas foram paralisados devido ao impedimento da produção em escala industrial, pois os custos de
produção do biodiesel eram elevados em relação ao diesel (PROBIODIESEL, 2018).
A Figura 2.1 demonstra as variações do valor do barril de petróleo em decorrência das crises
e acontecimentos mundiais.
Mesmo com várias descobertas recentes de novos blocos de petróleo e aumento da produção
nacional, o Brasil não conseguiu ser auto-suficiente na produção de diesel pois, sua demanda sempre
foi muito maior do que sua produção nacional, sempre teve a necessidade de apelar para fornecedores
externos e importar este combustível. Isto aumenta o interesse na diversificação da matriz energética,
• Decreto nº 5.298, de 6 de dezembro de 2004 que altera a alíquota do Imposto sobre Pro-
dutos Industrializados incidente sobre o produto que menciona (Decreto nº 5.298, 2004).
• Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, que altera as Leis 9.478, de 6 de agosto de 1997,
9.847, de 26 de outubro de 1999 e 10.636, de 30 de dezembro de 2002. Introduzindo o
biodiesel na matriz energética brasileira, sendo fixado em 5%, em volume, o percentual
mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor
final, em qualquer parte do território nacional. Estabelece que o prazo para a introdução
do biodiesel na matriz é de 8 anos após a publicação da lei, sendo de 3 anos o período,
após tal publicação, para se utilizar o percentual mínimo obrigatório intermediário de
2%, em volume. Amplia o escopo de atuação da ANP, conferindo-lhe atribuições relacio-
nadas com os biocombustíveis. Modifica a denominação da ANP, para Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Lei nº 11.097, 2005).
• Lei nº 11.116, de 18 de maio de 2005, DOU de 19/05/2005 que altera as Leis nos 10.451,
de 10 de maio de 2002, e 11.097, de 13 de janeiro de 2005 - Dispõe sobre o Registro
Especial, na Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, de produtor ou
2.1.2 Definição
Na Resolução n° 45 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP,
publicada no Diário Oficial da União em 26 Agosto de 2014, define-se tecnicamente o biodiesel como:
Conforme mencionado, este biocombustível pode ser obtido através de fontes renováveis
como óleos e gorduras vegetais de origem agrícola, de óleos e gorduras animais vindos de abatedou-
ros, frigoríficos e curtumes, através de microalgas e também utilizando óleos residuais de frituras e
matérias graxas de esgoto. O mesmo, tem viscosidade semelhante à do diesel automotivo, obtido por
destilação fracionada do petróleo bruto. Pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo
em motores ciclo diesel automotivos ou estacionários.
A Tabela 2.1 a seguir contempla todos os ensaios requeridos pela resolução 45 da ANP com
suas unidades, limites e métodos:
Nota:
(2) Para efeito de fiscalização, nas autuações por não conformidade no Aspecto, deverão
ser realizadas as análises de teor de água e contaminação total. O produto será reprova-
(5) Os métodos referenciados demandam validação para os materiais graxos não previstos
no método e rota de produção etílica.
(6) Estas características devem ser analisadas em conjunto com as demais constan-
tes da Tabela de Especificação a cada trimestre civil. Os resultados devem ser enviados
à ANP pelo Produtor de biodiesel, tomando uma amostra do biodiesel comercializado no
trimestre e, em caso de neste período haver mudança de tipo de material graxo, o Produtor deverá
analisar número de amostras correspondente ao número de tipos de materiais graxos utilizados.
(7) Em caso de disputa, deve ser utilizado o método EN 14107 como referência.
(8) O método ASTM D6890 poderá ser utilizado como método alternativo para determina-
ção do número de cetano.
(9) Limites conforme Tabela II. Para os estados não contemplados na tabela o ponto de en-
tupimento a frio permanecerá 19 ºC.
(10) Poderá ser determinado pelos métodos ABNT NBR 15908, ABNT NBR 15344, ASTM
D6584 ou EN14105, sendo aplicável o limite de 0,25 % em massa. Para biodiesel oriundo
de material graxo predominantemente láurico, deve ser utilizado método ABNT NBR 15908
ou ABNT NBR 15344, sendo aplicável o limite de 0,30 % em massa.
(11) O limite estabelecido deverá ser atendido em toda a cadeia de abastecimento do combustível.
(12) A estabilidade à oxidação a 110 ºC terá seu limite mínimo de 8 horas, a partir de 1º de
novembro de 2014.
(13) Deverá ser utilizada somente a versão da norma de 1998 ou 2008 (EN 12662:1998 ou
EN 12662:2008) (Nota acrescentada pela Resolução ANP Nº 51 DE 25/11/2015).
A Tabela 2.2 especifica o ponto de entupimento de filtro à frio, estipulado para cada região brasileira
nos meses do ano.
2.1.4.1 Aplicações
O biodiesel comumente pode ser utilizado puro, ou em blends com o diesel para ser utilizado
em motores a combustão interna com igniçao por compressão.
As misturas com entre 5 e 20 % de biodiesel são as mais utilizadas no mercado. Para con-
sumir estas misturas não é necessária nenhuma modificação nos motores, visto que o biodiesel tem
propriedades físico-químicas semelhantes às do diesel derivado de petróleo. Além disso, quando adi-
cionado ao óleo diesel de ultrabaixo teor de enxofre lhe confere a este, melhores características de
lubricidade. A literatura considera a adição de entre 5 e 8 % de ésteres como uma excelente alternativa
para repor a lubricidade do combustível diesel, afetada durante o hidroprocessamento severo.
Além de combustível e lubrificante, o biodiesel possui outras aplicações: pode ser usado
como óleo de limpeza para peças e máquinas, servir como solvente de tintas e adesivos químicos,
ou ainda, no funcionamento de aquecedores, lanternas e fornos. O produto secundário da produção
de biodiesel é a glicerina, que pode ser utilizada na indústria de cosméticos na forma de sabonetes,
cremes, xampus, hidratantes e produtos de limpeza, dentre outros.
2.1.4.2 Vantagens
Quando se tratando de vantagens do biodiesel em relação ao diesel, inumeros fatos podem
ser citados dentre os quais os descritos a seguir:
• O biodiesel contém um valor ínfimo de enxofre, com valores menores que 0,001% mas-
sa. Também isento de compostos aromáticos, proporcionando assim uma combustão
mais limpa e sem formação de compostos SOx (gás responsável pela formação de chuva
ácida) e de compostos cancerígenos (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos).
• Sua viscosidade final é adequada para a queima nos motores diesel, aspecto que se reflete
no mecanismo de atomização do jato de combustível (sistema de injeção) no processo de
combustão (UNIVERSITY OF IDAHO, 1996; ARANDA D., MONTEIRO N. J., 2006).
2.1.4.3 Desvantagens
Algumas desvantagens do biodiesel em relação ao diesel são as seguintes:
• O biodiesel possui um menor poder calorífico em relação ao diesel, ou seja, menor quan-
tidade de energia desenvolvida por unidade de massa quando é queimado. Entretanto,
essa desvantagem frente ao diesel mineral é bastante pequena, na ordem de 5 % e, como
o biodiesel possui uma combustão mais completa, o consumo específico será equivalente
ao do diesel mineral (Lei nº 11.097, 2005).
Vários são os gases expelidos pelo tubo de escapamento dos veículos automotores, dentre
eles podemos citar o monóxido de carbono (CO), os óxidos de nitrogênio (NOx), material particulado
(MP), aldeídos (RCHO), hidrocarbonetos (HC), metano (CH4) e o dióxido de carbono (CO2).
Para controlar estas emissões e, consequentemente, a qualidade do ar, o Brasil conta com
diversas leis e resoluções atualizadas desde os anos 1980. Programas nacionais como o de controle da
qualidade do ar (PRONAR), o de controle da poluição do ar por veículos automotores (PROCONVE)
e o de controle da poluição do ar por motociclos e veículos similares (PROMOT) foram criados a
partir dessas leis (MMA, 2016).
De acordo com o estudo realizado pelo Ministério do Meio Ambiente, pela Secretaria de
Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental e pelo Departamento de Mudanças Climáticas, a par-
tir do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas, é possível ter uma visão geral sobre a frota
nacional veicular e sobre quais combustíveis contribuem para a emissão de poluentes à atmosfera
(INVENTÁRIO NACIONAL, 2013).
Na tentativa de minimizar as emissões várias alternativas são utilizadas, tais como: uso de
catalisadores, reagentes químicos e até a substituição dos combustíveis oriundos do petróleo por bio-
combustíveis.
A menor emissão de gases poluentes é uma das principais vantagens do uso de biodiesel.
Barnwal & Sharma (2005), analisaram a emissão de gases poluentes pelas combustões de biodiesel
e óleo diesel de petróleo, obtendo resultados favoráveis para o biocombustível. Conclui-se que o SO2 é
totalmente eliminado, a fuligem diminui em 60 %, o monóxido de carbono e os hidrocarbonetos diminuem
em 50 %, os hidrocarbonetos poliaromáticos são reduzidos em mais de 70 % e os gases aromáticos
diminuem em 15 % conforme Figura 2.10 (BARNWAL e SHARMA, 2005).
Entretanto, esse mesmo estudo concluiu que a emissão de alguns gases é maior durante a
combustão do biodiesel, como a de óxidos de nitrogênio (NO e NO2), cuja soma aumenta em 2,6 %
na mistura B20 e em 13,3 % no B100, e a de ácido clorídrico (HCl), que aumenta em 2,8 % no B20 e
em 13,6 % no B100 (SILVA e FREITAS, 2008).
Este selo é concedido pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), que estabelece
as normas e condições para os produtores industriais de biodiesel obterem benefícios tributários e
financiamentos. Em contrapartida, o produtor industrial adquire matéria-prima de agricultores fa-
miliares, estabelece contrato com especificação de renda e prazo e garante assistência e capacitação
técnica. (BIODIESELBR, 2017).
Dessa forma, o biodiesel proporciona empregos tanto no campo, a partir do plantio das ma-
térias-primas e da assistência técnica rural, como na indústria, por meio da montagem e operação das
plantas industriais, do transporte e da distribuição.
Devido ao Brasil ter uma grande área para plantio e uma fonte de recursos naturais muito
grande, aspectos que estimulam a produção de biocombustíveis, o governo sempre procura diversifi-
car as fontes de energia do país e reduzir a dependência do petróleo e do gás natural.
Em 2017, o consumo nacional de diesel foi de 54,7 bilhões de litros, sendo importados cerca
de 12,9 bilhões de litros, o biodiesel pode representar uma diminuição destes valores, com a substi-
tuição de parte destas importações.
O biodiesel poderia também ser utilizado para a geração e abastecimento de energia elétrica
em comunidades isoladas e dependentes de geradores movidos a óleo diesel mineral, sendo que essas
comunidades poderiam aproveitar as oleaginosas locais para a produção do biodiesel.
2.1.6 Matérias-Primas
Os óleos e gorduras são substâncias insolúveis em água, podendo ser obtidas de vegetais ou
animais. Seus principais componentes são os ácidos graxos esterificados com glicerol, denominados
triglicerídeos. A diferenciação entre um óleo e uma gordura é arbitraria, sendo assim são considera-
dos gorduras aqueles triglicerídeos sólidos à temperatura ambiente e óleos aqueles que são líquidos à
mesma temperatura (LORA e VENTURINI, 2012).
Os óleos e gorduras vegetais e animais que podem ser utilizados na produção de biodiesel
podem ser classificados nos seguintes grupos descritos abaixo.
• Óleos vegetais convencionais: são óleos como por exemplo os de girassol e colza (ca-
nola), largamente utilizados na Europa, de soja nos EUA, coco nas Filipinas e óleo de
palma (dendê) na Indonésia, Malásia e mais recentemente na Colômbia (VICENTE et
al., 2001; SHAHID et al., 2008; KALAM et al., 2002; SUMATHI et al., 2008; BENJU-
MEA, 2007).
• Gorduras animais: são resíduos do tecido adiposo do gado bovino, porcos e frangos
(LEE et al., 2002).
• Óleos de outras fontes: Lipídeos, de composição semelhante à dos óleos vegetais, prove-
nientes de algas, microalgas, bactérias e fungos (SCTHOMAS et al.,2008).
A alta de preços dos principais óleos vegetais no Brasil e no mundo tem provocado a procura
de novas matérias-primas, principalmente, não alimentícias.
A baixa solubilidade de óleos e gorduras na água constitui um fator negativo no que se refere
à sua degradação em unidades de tratamento de despejos por processos biológicos e, quando presen-
tes em mananciais utilizados para abastecimento público, causam problemas no tratamento da água.
A presença deste material, além de acarretar problemas de origem estética, diminui a área
de contato entre a superfície da água e o ar atmosférico impedindo a transferência do oxigênio da
atmosfera para a água e, os óleos e graxas em seu processo de decomposição, reduzem o oxigênio
dissolvido elevando a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), causando alterações no ecossistema
aquático. (DABDOUB, 2006)
• Fritura consiste em uma operação de preparação rápida que confere aos alimentos fritos
características únicas de saciedade, aroma, sabor e palatabilidade. (CHRISTOFF, 2006)
• Após o alimento ser frito, o mesmo produz um subproduto da sua própria desidratação,
a água que conduz alterações hidrolíticas. O oxigênio que entra em contato com o óleo
a partir de sua superfície, desencadeia alterações oxidativas e a temperatura em que o
processo ocorre, resulta em alterações térmicas que se enquadram também nas alterações
oxidativas (LOTERO et al., 2006).
Não existe um método único pelo qual é possível detectar todas as situações que envolvem
a deterioração de óleos no processo de fritura.
A determinação do ponto ideal para descarte tem impacto econômico significativo, implican-
do em maior custo quando o óleo for descartado cedo, antes da sua degradação efetiva, e pela perda
da qualidade do alimento, quando descartado tardiamente.
Alguns indicadores utilizados por restaurantes e fast foods, para determinar o ponto de des-
carte do óleo ou da gordura são, alteração de cor, formação de fumaça e de espuma durante o processo
de fritura e alterações de aroma e de sabor (O’BRIEN, 1998).
O tratamento primário destes Óleos e Gorduras Residuais (OGR) tem por finalidade, melho-
rar a qualidade dos mesmos, para posteriormente ser processado pelas tecnologias convencionais de
produção de biodiesel e posterior etapas de refino.
Neste tratamento primário dos óleos e gorduras residuais (OGR), várias etapas são necessá-
rias, tais como:
• Medir acidez, umidade e aspecto para verificar o nível de degradação desta matéria-pri-
ma, antes de iniciar o tratamento primário.
• Aquecer este OGR para favorecer a separação das fases óleo - água livre, gorduras e a
sedimentação dos sólidos em suspensão. Após esta separação de fases, retirar a água,
gordura e os sólidos depositados no fundo do recipiente.
• O óleo livre da gordura, dos sólidos depositados e da água livre, deve ainda passar por
uma etapa de peneiramento para retirada de compostos sólidos sobrenadantes.
Após estas etapas de tratamento primário dos OGR, ainda é necessária mais uma etapa de
secagem, já na usina de biodiesel, com o objetivo de reduzir o teor de água não livre, seguida de
uma esterificação, responsável pela transformação dos ácidos graxos livres em ésteres, diminuin-
do assim a acidez desta matéria-prima.
Seguindo a rota descrita, os óleos e gorduras usados estarão prontos para serem processados
pelo processo de transesterificação, com vistas à produção de biodiesel.
Em 1982 em Fargo, Dakota do Norte, teve lugar a primeira conferência Internacional sobre
plantas e óleos vegetais, da qual se visualizou a possibilidade de empregar óleos vegetais diretamente
no motor como combustível.
Entre as vantagens da utilização de óleo vegetal em mistura com o diesel podemos citar:
facilidade de transferência do fluido, poder calorífico (80 % do diesel de petróleo), pronta disponibi-
lidade para uso e natureza renovável. Entre as desvantagens destacam-se: elevada viscosidade, baixa
volatilidade, reatividade das cadeias hidrocarbônicas insaturadas e formação de acroleína nos gases
de escapamento devido à queima da glicerina presente nos triglicerídeos (PRYDE, 1983).
Na maioria das vezes quando se utiliza óleo vegetal diretamente no motor diesel os proble-
mas surgem depois de um longo período de uso, especialmente nos motores de injeção direta. Os
problemas que podem ocorrer são: entupimento dos injetores a tal ponto que a atomização não ocorre
corretamente, depósitos de carbono e aumento da viscosidade do óleo lubrificante, devido à contami-
nação por óleos vegetais.
2.3.2 Transesterificação
Muito antes da invenção do motor a diesel por Rudolf Diesel, em 1853, os cientistas E. Duffy
e J. Patrick foram os primeiros a conduzir o processo de transesterificação que tinha por finalidade
inicial a produção de sabão. (DIYAUDDEEN et al., 2012)
Esta reação pode utilizar como catalisador uma base ou um ácido, mas os catalisadores alca-
linos são os preferidos, por produzirem uma reação mais rápida.
• Ácidos Graxos: São ácidos carboxílicos, compostos de cadeias lineares que podem
ser saturadas ou insaturadas (duplas ligações), geralmente possuem um número par de
átomos de carbonos com um comprimento variando entre 4 e 24 carbonos. Atualmente
são conhecidos mais de 1000 ácidos graxos, mas 20 ou menos são encontrados em
quantidades significativas em óleos ou gorduras de importância comercial. Os mais
comuns são de 16 e 18 carbonos, onde os que tem uma cadeia menor que 16 carbonos
são considerados ácidos graxos curtos ou médios e caso tenham 18 ou mais carbonos
são considerados de cadeia longa (GUNSTONE et al., 2007). Os ácidos graxos cons-
tituem 95 % dos triglicerídeos, o restante são pequenos compostos solúveis como pig-
mentos (carotenos, clorofilas, xantofilas), ceras, esteróis (colesterol e fitoesterol) (ULL-
MANN’S, 2003).
Fonte: União Internacional de Química Pura e Aplicada. São Paulo, Brasil; 1968.
Tabela 2.4: Estruturas de ácidos graxos mais comuns presentes em óleos vegetais
Glicerídeos: Também conhecidos como Acilgliceróis são ésteres derivados de ácidos graxos
de cadeia longa e glicerol (propanotriol). Podem ser compostos por 1 a 3 moléculas de ácidos graxos
esterificados ao glicerol. Quando composto de 1 molécula de ácido graxo ligado ao glicerol é deno-
Figura 2.16: Estrutura química de Monoglicerídeo (A), Diglicerídeo (B) e triglicerídeo (C)
A B C
• Éster: Os ésteres são compostos orgânicos oxigenados que são formados pela reação
química entre um ácido carboxílico e um álcool. Apresentam o grupo funcional, composto
por dois átomos de oxigênio e dois radicais R (Figura 2.18).
Quando se utiliza etanol ou metanol com catalisadores básicos se obtém elevados teores
de alquil-ésteres, porém como já mencionado o etanol requer uma temperatura de reação
mais elevada em comparação com o metanol. Somente é possível obter rendimentos
aceitáveis de propil e butil-ésteres usando catalisadores ácidos com temperaturas acima
de 100 °C. Os álcoois de cadeia ramificada reagem mais lentamente do que seus homó-
logos lineares (NIMCEVIC et al., 2000).
Metanol: Também conhecido como álcool metílico ou álcool de madeira, porque anti-
gamente era obtido através da destilação da madeira na ausência de ar. Hoje em dia pode
ser produzido de diversas fontes tais como: gás natural, carvão, madeira, biomassa, etc.
É incolor, tóxico, sua formula química é CH3OH. É utilizado também para produzir o
aditivo MTBE (Metil Terbutil Éter), que misturado com a gasolina melhora a qualidade
de combustão (TRUMPER et al., 2007).
Etanol: Este álcool é muito interessante pois permite obter um biodiesel em que os dois
reativos, o óleo o álcool, são derivados de fontes renováveis. No entanto, o etanol deve
ser completamente anidro, pois qualquer quantidade de água presente, maior que 2 %,
pode fazer com que a reação química se inverta, e também, pode fazer com que ocorra a
quebra molecular dos triglicerídeos. O etanol pode ser obtido através de três principais
tipos de matérias-primas sacarídeas (cana-de-açúcar, sorgo doce e beterraba); amiláceas
(milho, trigo, mandioca, batata, etc.) e resíduos lignocelulósicos (madeira e resíduos
agrícolas). É um líquido inflamável, incolor, menos tóxico que o metanol e sua fórmula
química é C2H5OH. Também é utilizado para obter o aditivo ETBE (Etil Terbutil Éter)
que é adicionado à gasolina para melhorar sua qualidade de combustão (MITTELBACH
et al., 2004).
O principal uso dos catalisadores ácidos é na reação de esterificação. Nas reações de transes-
terificação os mais utilizados são catalisadores básicos como hidróxido de potássio (KOH) e hidróxi-
do de sódio (NaOH).
Segundo Cakci e Sanli (2008), o processo de catálise ácida pode ser considerado com uma
pré-etapa, onde os ácidos graxos livres são convertidos em monoésteres (CANAKCI e SANLI, 2008).
A quantidade inicial de catalisador utilizada neste pré-tratamento é calculada de acordo com a quanti-
dade de ácidos graxos presentes na matéria-prima. O principal empecilho durante este pré-tratamento
é a formação de um subproduto indesejável, a água. Quando os ácidos graxos livres reagem com o
álcool, a água também é formada junto com os monoésteres, inibindo a conversão de ácidos graxos
livres em ésteres. O efeito da água na reação é mostrado na Figura 2.19.
Geralmente, as reações de transesterificação catalisadas por ácidos, são executadas com ele-
vadas razoes molares de álcool:óleo, temperaturas e pressões de baixas a moderadas e com altas
concentrações do catalisador ácido. Um diagrama do processo de transesterificação utilizando um
catalisador ácido é mostrado na Figura 2.20.
Relações molares mais elevadas não apresentam uma melhoria substancial, até o ponto em
que se alcança um ponto máximo de razão molar (30:1), o qual conduz a um rendimento de aproxi-
madamente 98,4 %. A transesterificação catalisada por ácidos tem sido ignorada largamente por causa
da sua baixa taxa de reação (reação lenta).
A transesterificação de óleos e gorduras catalisada por álcalis é muito mais rápida do que a
transesterificação catalisada por ácidos. Na primeira etapa, reação da base com o álcool, se produz
um alcóxido que é um catalisador protonado. O ataque nucleofílico do alcóxido no grupo carbonil
do triglicerídeo origina uma espécie tetraédrica intermediaria, na qual são formados o alquil-éster e
o correspondente ânion do diglicerídeo. Os diglicerídeos e os monoglicerídeos são convertidos pelo
mesmo mecanismo da mistura de ésteres de alquila a glicerol (MEHER et al., 2006).
Figura 2.21: Diagrama de blocos do processo de catálise alcalina para a produção de biodiesel
Outro fator que vale salientar é o teor de fósforo na matéria-prima. Um teor elevado desse
elemento pode acarretar uma não conformidade no teste de teor de cinzas (GERPEN et al., 1999).
Segundo a resolução ANP 45, estipula um teor máximo de cinzas sulfatadas de 200 mg/kg que pode
ser reduzido através do processo de refino do óleo (RESOLUÇÃO ANP n°45, 2014).
Segundo Srivastava e Prasad (2000), para o óleo de soja, o rendimento máximo de ésteres
ocorre a temperaturas na faixa de 45 a 80 °C, com razão molar de álcool:óleo de 6:1.
O tempo de reação é outro fator que influencia na conversão dos óleos em ésteres, sendo que
a conversão aumenta com o tempo de reação até que se alcance um limiar estável. Kim et al. (2004)
estudaram a relação entre a taxa de conversão e o tempo de reação em reações de transesterificação de
óleos vegetais com metanol, usando razão molar metanol:óleo de 6:1, catalisadores de NaOH e Na0/
NaOH/γAl2O3, temperatura de 60 °C e velocidade de rotação de 300 rpm. Neste caso o rendimento
máximo de biodiesel foi alcançado em 1 hora, tanto na reação em sistema homogêneo (NaOH) quanto
no sistema heterogêneo (Na0/NaOH/γAl2O3). No sistema com catalisador homogêneo o rendimento
máximo de produção do biodiesel foi mais elevado, quando comparado com o sistema heterogêneo
(Kim et al., 2004).
A razão molar é um dos fatores que mais influencia a reação de transesterificação de óleos e
gorduras. Embora a razão molar álcool:triglicerídeo de 3:1 seja a mais utilizada na transesterificação,
relações molares mais altas são usadas para acentuar a solubilidade e aumentar o contato entre as
moléculas de triglicerídeo e álcool (FREEDMAN et al., 1986).
Estudos determinaram que a faixa de variação da razão molar metanol:óleo fica entra 3,3:1
e 5,25:1. A razão molar de 4,8:1 foi utilizada em vários estudos, com um rendimento de 97 a 98 %,
dependendo da qualidade da matéria-prima.
2.3.3 Esterificação
A esterificação é usada muitas vezes como uma reação de pré-tratamento de óleos e gordu-
ras, que tem por finalidade reduzir o teor de ácidos graxos livres evitando assim a saponificação da
matéria-prima.
A reação de esterificação envolve a reação de um ácido graxo livre com álcool (geralmente
de baixo peso molecular) para produzir alquil-éster (biodiesel) e água (KUSDIANA e SAKA, 2004).
Qualquer catalisador sendo ele ácido ou básico pode ser usado, sendo que os catalisado-
res alcalinos somente podem ser utilizados em elevadas temperaturas (a desativação do catalisador
ocorre pela formação de sabão). Os catalisadores ácidos, tais como o ácido sulfúrico, requerem tem-
peraturas de reação mais baixas e menores tempos de reação. Este ácido, utilizado com catalisador,
também funciona como uma substância que absorve a água formada na reação garantindo um maior
rendimento do processo (SCHUCHARDT et al., 1998).
Fonte: Adaptado de: KUSDIANA, D. e SAKA, S. (2004). Effects of water on biodiesel fuel production by supercritical
methanol treatment. Bioresource Technology.
Tanto o metanol quanto o etanol podem ser utilizados na reação de esterificação, sendo que
a reação com o metanol é mais rápida do que com etanol, conforme mostrado por PUPPÁN, 2001.
Para os autores Tiwari et al. (2007) e Wang et al. (2008), a esterificação é uma boa opção
para o tratamento de óleos vegetais com altos índices de ácidos graxos livres, como foi demonstrado
na esterificação do óleo de Jatropha, com índice de acidez de 14% m/m, e do óleo de fritura, com ín-
Para os autores Raspe et al. (2014) e Oliveira (2008) utilizando a rota reacional de esterifi-
cação do óleo contendo alto teor de acidez, utilizou-se razão molar de óleo-metanol na proporção de
1:6, temperatura de 70 ºC, concentração de catalisador na faixa de 2,0 % em relação à massa-base
de óleo e tempo de residência reacional de 3 h obteve resultados satisfatórios para prosseguir com a
reação de transesterificação.
2.3.4 Hidroesterificação
A hidroesterificação é uma tecnologia recente de produção de biodiesel que permite o pro-
cessamento de qualquer matéria-prima graxa, independentemente da umidade e do teor de ácidos
graxos livres.
Fonte: Encarnação. A. P., Geração de biodiesel pelos processos de transesterificação e hidroesterificação uma avaliação
econômica. 2007.
A reação de hidrólise inicial tem por finalidade aumentar propositalmente a acidez da maté-
ria-prima a fim de prepará-la para a próxima etapa de Esterificação.
A reação de hidrólise consiste numa reação química entre o óleo ou gordura com água, pro-
duzindo ácidos graxos e glicerina, de pureza superior à produzida por transesterificação, conforme
Fonte: Adaptado de: KUSDIANA, D. e SAKA, S. Effects of water on biodiesel fuel production by supercritical metha-
nol treatment. Bioresource Technology.
Após o processo de hidrólise a glicerina é removida e os ácidos graxos gerados são então
esterificados com um álcool que “neutraliza” a acidez presente, conforme Figura 2.25. O biodiesel
produzido por esta tecnologia tem elevada pureza. Neste processo a água produzida como subproduto
é reutilizada na etapa de hidrólise.
Fonte: Adaptado de: KUSDIANA, D. e SAKA, S. Effects of water on biodiesel fuel production by supercritical metha-
nol treatment. Bioresource Technology.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
3.1.1 Matéria-prima
A matéria-prima utilizada neste trabalho foi o óleo residual de fritura (Figura 3.1), coletado
em um restaurante localizado na zona Sul do Rio de Janeiro. Este OGR, segundo sua caracterização
físico-química, apresentou elevado índice de acidez (devido à presença de ácidos graxos livres), alto
teor de água (procedente da desidratação dos alimentos durante o processo de fritura), presença de
compostos sólidos (resíduos de farinha e resto de alimentos), forte odor e coloração castanha.
3.1.2. Catalisadores
Os catalisadores homogêneos avaliados nas etapas de esterificação e transesterificação da
matéria-prima são apresentados nas Figuras 3.2 e 3.3, respectivamente.
3.2 Métodos
Considerando o elevado teor de água livre e de resíduos sólidos encontrados nos óleos e
gorduras residuais coletados, identificou-se a necessidade de uma etapa de tratamento primário que
permita a remoção destes contaminantes. As estações de tratamento poderiam ser implementadas por
empresas intermediárias, cuja razão social seria a coleta e tratamento dessas matéria-prima, ou então
nas próprias usinas produtoras de biodiesel.
Tendo e vista auxiliar à indústria deste setor, colocou-se como objetivo inicial desta disser-
O tratamento primário proposto remove água e sólidos em suspensão presentes nos óleos
e gorduras usados, de modo que a soma dos teores percentuais dessas impurezas não ultrapassa 2,0
%. Embora o tratamento não tenha como objetivo a diminuição da acidez da matéria-prima, só são
aceitas matérias-primas com índice de acidez igual ou inferior a 10 mg KOH/g.
Neste item também foi proposto um programa de produção para a estação de tratamento
primário. O programa foi elaborado tendo em vista o grau de incerteza das quantidades de óleos e
gorduras residuais a processar, que podem variar entre 5 e 50 m3/mês. Para atender essa demanda,
o projeto considerou a instalação de módulos com capacidade de processamento de 5 e 25 m3/mês,
cabendo a cada empresário a determinação da capacidade que seja mais adequada ao seu caso.
Analisou-se, também, o tempo necessário para cada etapa do processo, informação impor-
tante para estabelecer o programa de produção. A partir dessa análise determinou-se a capacidade de
processamento anual da estação de tratamento, adotando um regime operacional de 8 horas/dia, 20
dias/mês, durante 11 meses do ano.
99 Aspecto
Não existe nenhuma tabela de referência para a classificação do aspecto de óleos e gorduras.
O aspecto da matéria-prima inicial (óleo de cozinha usado), foi avaliado de forma qualitati-
va a partir da descrição do aspecto visual da amostra. Um óleo de boa qualidade deve estar límpido,
homogêneo e isento de impurezas e resíduos sólidos.
Densidade é a massa por unidade de volume a uma temperatura especificada. Densidade re-
lativa ou massa especifica é a razão da massa da amostra em relação à da água por unidade de volume
a uma temperatura estabelecida (nesse caso 25°C). Este método cobre a determinação da densidade
ou densidade relativa de destilados de petróleo e óleos viscosos que podem ser manuseados normal-
mente como líquidos à temperatura de teste entre 15°C e 35°C. Ele consiste em introduzir um peque-
no volume (aproximadamente 0,7 mL) de amostra líquida dentro de um tubo de amostra oscilante e
a mudança na frequência de oscilação causada pela mudança na massa do tubo é usada em conjunto
com o dado de calibração para determinar a densidade da amostra. A densidade relativa foi determi-
nada seguindo a norma ASTM D-1298.
A técnica mais utilizada para análise do perfil em ácidos graxos dos lipídeos é a cromato-
grafia gasosa (CG). Os ácidos graxos são encontrados nos alimentos como triacilgliceróis e em me-
nor quantidade como ácidos graxos livres, sendo necessário convertê-los em substâncias com maior
volatilidade a fim de reduzir a adsorção de solutos no suporte e superfície da coluna e melhorar a
separação dos compostos. Ésteres metílicos são os derivados preferenciais utilizados nas análises por
cromatografia gasosa. O método selecionado para preparação dos ésteres metílicos de ácidos graxos
O método consiste de uma etapa de hidrólise (saponificação) com KOH (0,5 mol/L) em
metanol seguido por esterificação com o reagente preparado pela mistura de cloreto de amônio-ácido
sulfúrico-metanol. O uso de cloreto de amônio segundo os autores aumenta a eficiência do reagente
e reduz efeitos drásticos, pois há um equilíbrio entre o ácido sulfúrico (ou metil hidrogênio sulfato)
e o ácido clorídrico formado. Nessa metodologia aplicou-se o seguinte procedimento: foram pesados
em torno de 500 mg de óleo, adicionou-se 5,0 mL de solução de KOH 0,50 mol/L em metanol e a
mistura foi levada para aquecimento em refluxo por 5 minutos. Após foram adicionados 15,0 mL
do reagente de esterificação (preparado a partir da mistura de 2,0 g de cloreto de amônio, 60,0 mL
de metanol e 3,0 mL de ácido sulfúrico concentrado, aquecida por aproximadamente 15 minutos), a
mistura foi aquecida em refluxo por mais 3 minutos e, em seguida, foi transferida para um funil de
separação juntamente com 25,0 mL de éter de petróleo e 50,0 mL de água deionizada. Após agitação
e separação das fases, descartou-se a fase aquosa. Adicionou-se 25,0 mL de água deionizada à fase
orgânica, agitou-se e após a separação das fases, a aquosa foi descartada e o procedimento repetido.
A fase orgânica foi coletada, o solvente evaporado em evaporador rotativo e o resíduo foi removido
sob fluxo de nitrogênio. Os ésteres metílicos foram solubilizados em n-heptano para posterior injeção
no cromatógrafo a gás (MILINSK, 2007).
A análise dos ésteres metílicos de ácidos graxos do óleo de macaúba, foi realizada no cro-
matógrafo a gás, marca Shimadzu, modelo GC-2010, com detector de ionização em chama (DIC),
injetor do tipo split/splitless (injeção com ou sem divisão de fluxo) e uma coluna capilar DB-23 (com-
posição polar: 50 % cianopropil-metilpolisiloxano), com 30 m de comprimento, diâmetro interno de
0.25mm e espessura do filme de 0,25μm, marca Agilent. As injeções foram realizadas em duplicata.
Os parâmetros operacionais estão dispostos no Apêndice 1.
A identificação dos ésteres metílicos de ácidos graxos foi realizada por comparação do tem-
po de retenção dos constituintes da amostra com uma mistura constituída de 37 padrões externos de
ésteres metílicos de ácidos graxos da Sigma (C4:0-C24:0). A composição foi determinada pelo percen-
tual das áreas relativas de cada pico característico de éster metílico de ácido graxo (EMAG) com a
área total de picos do cromatograma (método de normalização). Os tempos de retenção dos analitos e
as porcentagens de área dos picos correspondentes foram obtidos por o software GC-solution versão
2.2 (Shimadzu).
Determina a porcentagem de ácidos graxos livres, expressa como ácido oleico, em óleos
comuns, brutos e refinados. Na realidade, a expressão do resultado indica uma idéia geral de acidez
e não uma determinação específica de ácido oleico. O que esse método acusa é a formação em anda-
mento de grupos carboxila (–COOH). Os ácidos graxos livres foram determinados seguindo a norma
da AOCS Ca 5a-40 (MORETTO e FETT, 1998).
Com o objetivo de produzir biodiesel a partir do óleo de fritura, sem precisar de grandes
investimentos em infraestrutura, foi proposta e avaliada neste trabalho uma rota tecnológica que per-
mitiu a produção de um biodiesel que cumpre com as especificações de qualidade definidas pela ANP.
A rota inclui as seguintes etapas:
1. Secagem da matéria-prima: necessária para reduzir o teor de água presente no óleo tra-
tado. É importante destacar que na etapa de tratamento primário apenas é removida a
água livre. Após o tratamento ainda há água em equilíbrio que precisa ser removida nesta
etapa.
2. Pré-esterificação: proposta para reduzir o teor de ácidos graxos livres presentes no óleo
de fritura.
A metodologia seguida durante a avaliação de cada uma das etapas propostas será descrita
abaixo.
3.2.4.1 Secagem
O óleo de fritura coletado, após passar pelo tratamento primário para remover partículas
em suspensão e água livre, foi secado à temperatura de 110ºC, usando para isso um banho de óleo
aquecido em placa de aquecimento e agitação. Utilizou-se o banho de óleo para potencializar a
secagem da matéria-prima pela transferência de calor convectiva, reduzindo assim a possibilidade de
o óleo continuar degradando-se.
Nesta reação foram avaliados três catalisadores ácidos homogêneos, QGP 65M, QGP 95 TS
e ácido sulfúrico, recomendados por alguns autores para processos de esterificação de borras ácidas,
resultantes do processo de refino de óleos convencionais (SANTOS, 2015). Algumas empresas que
comercializam estes produtos químicos também recomendam e fornecem os catalisadores anterior-
mente relacionados para este tipo de reação, dentre elas se destacam a Sisterquímica, Tanquímica
QGP, Multichemie, Smart Química, Segati, DPV e Makeni.
Ao término de cada reação, a amostra foi transferida para um funil de separação onde foi
lavada 3 vezes, com água destilada à temperatura de 60 ºC, com vistas a remoção de resíduos de ca-
talisador.
Posteriormente, foi secada à temperatura de 110 °C, em banho de óleo aquecido usando pla-
ca de aquecimento e agitação, e caracterizada segundo o valor de acidez, teor de água e cor.
A partir dos resultados dessa caracterização (Tabela 4.10) foram selecionadas as amostras
de melhor qualidade, utilizando como critério de seleção: índice de acidez < que 0,7 mg KOH/g e
umidade < 0,1 % (1000 mg/Kg). Os critérios foram estabelecidos com o objetivo de garantir a tran-
sesterificação eficiente da fração apolar produzida.
3.2.4.3 Transesterificação
O biodiesel (ésteres metílicos) foi produzido por transesterificação alcalina de 100 g de cada
fração apolar (MM= 869,93 g/mol), selecionada após etapa de pré-esterificação, empregando metanol
e catalisador homogêneo de hidróxido de sódio (NaOH).
Nesta etapa também foram avaliadas diferentes condições operacionais, conforme descrito
na Tabela 3.2, variando a razão molar óleo:álcool e o teor de catalisador.
Após a reação, a fase rica em glicerina foi separada por decantação e a fase rica em biodiesel
foi submetida a duas etapas de lavagem com água destilada à temperatura de 60 ºC.
Na primeira etapa de lavagem utilizou-se uma solução de água quente com 0,05 % em volu-
me de ácido fosfórico, para neutralização do catalisador e remoção do álcool não reagido.
Por último, na etapa de secagem o biodiesel foi aquecido até 110 ºC de temperatura para re-
moção da água e, posteriormente, adicionado sulfato de sódio anidro para que atingisse o parâmetro
de umidade estabelecido pela ANP.
4. RESULTADOS
O tratamento primário proposto remove água e sólidos em suspensão presentes nos óleos e
gorduras residuais, de modo que a soma dos teores percentuais dessas impurezas não ultrapassa 2,0
% m/v.
Remoção Peneiramento
inicial da (malha 16)
água e Pesagem
Teste
Peneiramento
“prático” de
(malha 25)
acidez
Resíduos a
Decantação Estação de
Trat. Externa
Armazenamento
Expedição
Estes recipientes estarão localizados numa área de recepção que deve ter capacidade mínima
para armazenagem de 1000 L de OGR para a unidade modular de 5 m3/mês e de 5000 L de OGR para
a unidade modular de 25 m3/mês.
Para manter a temperatura dentro do tanque entre 50 e 60 ºC este deve ter um sistema de
aquecimento formado por duas resistências tubulares de imersão (Figura 4.2), um controlador, um
termopar e um sistema de isolamento térmico exterior de lã de vidro.
O tanque deverá ter um visor de nível lateral, composto por uma mangueira de silicone de ¾
de polegadas, que será acoplada ao tanque mediante dois sifões, dois joelhos, duas biqueiras e duas
abraçadeiras.
A peneira deverá ter um tecido filtrante de malha 16 mesh, comumente usada para peneirar
alimentos, e deverá estar acoplada à parte superior do tanque mediante duas pestanas metálicas sol-
dadas, como mostra a Figura 4.3. O tecido da peneira deve ser de um material facilmente lavável e
reutilizável, sendo manual a remoção do resíduo da peneira.
0,34
0,57 0,40
A análise de acidez dos OGR coletados é uma determinação simples que consiste na titula-
ção da amostra até a viragem ácido-básica com adição de indicador.
Existem no mercado diversos kits para determinação de acidez, que contêm bureta, frascos
Erlenmeyer, pipetas e 2 tipos de reagentes – NaOH e fenolftaleína. Como mostra a Figura 4.4.
Dentro do tanque, após o peneiramento, os OGR passarão por uma decantação, permanecen-
do por aproximadamente 2 h, com o objetivo de eliminar praticamente todos os resíduos. Nesta seção
do tanque, as partículas e a água depositar-se-ão no fundo formando uma camada de lodo (resíduo).
Dentro do tanque o fluido manterá a temperatura de 50 ºC, mediante um sistema similar ao utilizado
no tanque de remoção da água inicial, formado por uma resistência tubular de imersão, um controla-
dor, um termopar e um sistema de isolamento térmico exterior de lã de vidro.
O tanque deverá ter um visor de nível acoplado à tubulação de saída, que permita a remoção
das impurezas e da água decantada, para posterior armazenagem do óleo purificado. Este visor estará
composto por uma mangueira de silicone de 1 polegada, acoplada ao tanque mediante um sifão, duas
biqueiras e duas abraçadeiras.
O tanque estará sobre uma plataforma metálica, que permita o aproveitamento da gravidade
para o encaminhamento dos resíduos e o produto final. O resíduo, decantado no fundo, irá para bom-
bonas de 100 L e o óleo vegetal purificado que fique no tanque será encaminhado para o tanque de
armazenagem.
Os resíduos retirados do filtro e do fundo da seção de decantação, assim como a água remo-
vida no tambor, deverão ser encaminhados para alguma estação de tratamento que os transforme em
adubo (DISQUE ÓLEO; MULTIRIO; BIOLOGICAL, 2018).
4.1.2.6 Armazenagem
O tanque de armazenagem deverá ter capacidade para estocar uma semana de produção de
óleos ou gorduras tratados (5 dias).
Na unidade de 25 m3/mês uma batelada demorará 7 h. dessa forma será possível realizar uma
batelada e meia por dia, podendo-se deixar, conforme necessário, de um dia para o outro o OGR no
tanque de remoção inicial da água e/ou no tanque de decantação.
Estas capacidades de processamento por batelada foram utilizadas para definir o di-
mensionamento dos equipamentos e realizar os cálculos de carga e vazão.
Armazenagem
Oficina da Matéria Prima
Pátio de
Carga e
Descarga
Pré-filtro e Unidade de
Pesagem Processamento
e Armazenagem
10
1
8
9
8
3
11 2
6 7
4
1 Tanque inicial de remoção de água (Container 1000 l) 5 Tq. Filtração-Decantação (Container 1000 l) 8 Visor de nível
2 Peneira com malha de 16 6 Bombona do resíduo, 50 ou 100 litros 9 Peneira com malha de 25
3 Bombona com torneira 200 litros 7 Tanque armazenagem do produto 10 Entrada de OGR
4 Balança 0-300kg (Container 1000 l) 11 Saída de água
Ø.: 57 cm
Ø.: 40 cm
Escada
Cumprimento:
150 cm
Altura: 50 cm Altura: 10 cm
Altura: 90 cm Altura: 90 cm
Largura: 100 cm
Altura: 70 cm
Largura: 60 cm
Largura.: 60cm
Ø.: 40 cm
Ø.: 57 cm
Ø.: 57 cm
Ø.: 40 cm
Ø.: 55 cm
Cumprimento: Cumprimento:
Cumprimento: 100 cm
60 cm 60 cm
Plataform a Metálica (dimensões: C :60 Tanque de Filtração - Decantação (200 l) Bombona plástica (100 l)
cm, L :60 cm, A :50 cm) (dimensões: Ø :57 cm, A :90 cm ) (dimensões: Ø :55 cm, A :70 cm )
Bombona plástica (200 l) (dimensões: Ø Peneira com malha de 25 mesh Tanque de armazenagem do
:57 cm, A :90 cm ) (dimensões: Ø :40 cm, A :10 cm ) produto (Container 1000 l)
Peneira com malha de 16 mesh Plataform a Metálica (dimensões: C :150 (dimensões: C :100 cm, L :100 cm,
(dimensões: Ø :40 cm, A :10 cm ) cm, L :60 cm, A :200 cm) A :100 cm )
Largura:
100 cm
Largura: 110 cm
Largura: 50 cm
Altura: 100 cm
C: 100 cm
Ø.: 40 cm
Escada
Largura:
100 cm
Cumprimento:
100 cm
Cumprimento:
100 cm Altura: 100 cm
Cumprimento:
Cumprimento:
100 cm
200 cm
Largura:
100 cm
Altura: 10 cm
Altura: 50 cm Altura: 10 cm
Altura: 100 cm
Altura: 100 cm Altura: 90 cm Cumprimento:
Altura: 70 cm
100 cm
Largura:
100 cm
Largura: 110 cm
Largura.: 60cm
Altura: 100 cm
C: 100 cm
Ø.: 40 cm
Ø.: 57 cm
Ø.: 40 cm
Ø.: 55 cm
Largura:
100 cm
Cumprimento:
100 cm
Cumprimento:
100 cm
Cumprimento: Cumprimento:
Cumprimento:
60 cm 100 cm
110 cm
Tanque inicial de remoção de água Balança 0 – 300 kg (dimensões: C :60 cm, Escada (dimensões: L: 50 cm, A
(Container 1000 l) (dimensões: C :100 cm, L :60 cm) :200 cm )
L : 100 cm, A : 100 cm )
Tanque de Filtração - Decantação Bombona plástica (100 l)
Plataform a Metálica (dimensões: C :110 (Container 1000 l) (dimensões: C :100 cm,
cm, L :110 cm, A :50 cm) (dimensões: Ø :55 cm, A :70 cm )
L :100 cm, A :100 cm )
Bombona plástica (200 l) (dimensões: Ø Peneira com malha de 25 mesh Tanques de armazenagem de
:57 cm, A :90 cm ) (dimensões: Ø :40 cm, A :10 cm ) produto (Container 1000 l)
Peneira com malha de 16 mesh Plataform a Metálica (dimensões: C :200 (dimensões: C :100 cm, L :100 cm,
(dimensões: Ø :40 cm, A :10 cm ) cm, L :110 cm, A :200 cm) A :100 cm )
4.1.5 Investimentos
Os investimentos foram segmentados de acordo com a capacidade das unidades de proces-
samento de OGR propostas (5 m3/mês e 25 m3/mês).
A unidade modular de 25 m3/mês possui uma estrutura similar à unidade modular de 5 m3/
mês. A diferencia entre ambas as unidades se refere aos tanques de remoção inicial da água e de de-
cantação, os quais possuem capacidade 5 vezes maior.
Matéria-prima
O custo da matéria prima vai depender da região e do volume de coleta semanal. Neste traba-
lho será estimado um valor médio de 0,10 R$/litro, representando R$ 500,00 e R$ 2.500,00 por mês
para as unidades modulares de 5 m3/mês e 25 m3/mês, respectivamente.
Energia elétrica
Considerando o custo de 0,25 R$/kWh, pode ser estimado um custo com energia elétrica de
R$ 950,00 e R$ 1.220,00 por mês, respectivamente.
Para iniciar os testes, seguindo a tecnologia proposta para o tratamento de OGR, foram
preparadas 4 amostras de 100 g do óleo de fritura coletado. Cada uma delas passará por tempos de
decantação diferentes, conforme descrito no item 3.2.2.
4.1.7.2 Aquecimento a 60 ºC
Todas as amostras foram aquecidas a temperaturas entre 50-60 ºC, utilizando banho de óleo
aquecido em placa de aquecimento e agitação, permanecendo nesta temperatura durante 15 min. Após
este período foram colocadas em um funil de decantação para remoção da fase mais densa (água e
impurezas sólidas). Esta etapa pode ser observada na Figura 4.11.
A massa de óleo meia obtida depois do primeiro processo de aquecimento – decantação foi
de 78,42 g. Por diferença com a massa inicial de amostra (100,00 g), determinou-se uma massa média
de impurezas (água + resíduos sólidos) de 21,58 g.
Após as filtrações foi determinada a massa de óleo filtrado e por diferença identificou-se a
massa de resíduo sólido retido nas peneiras. O resíduo médio, retido nas peneiras foi de aproximada-
mente 2,0 g (2,76 % m/m).
Após o tempo de decantação, não foi possível separar as impurezas. Para que as impurezas
finais pudessem ser mensuradas, foi necessário utilizar o método de centrifugação usando um tubo
graduado para centrifugação em 3000 rpm. Este procedimento mostrou que em média o óleo chega a
esta etapa com menos de 1,2 % m/m de impurezas (água + resíduos sólidos). Mostrando a eficiência
do tratamento realizado. A massa final das amostras tratadas é mostrada na Tabela 4.5.
Segundo o índice de iodo obtido (98 g I2/100 g), pode-se verificar que a matéria-prima co-
letada não é totalmente óleo de soja (aprox. 125 g I2/100 g). O óleo usado coletado é uma mistura de
óleo de soja com outro óleo ou gordura de perfil lipídico mais saturados que o óleo de soja.
De acordo com o perfil lipídico do óleo de fritura tratado, é possível identificar que apresenta
a seguinte distribuição de ácidos graxos: MUFA > SAFA > PUFA (35,73 > 35,71 > 28,55). O teor
de MUFA e SAFA é muito similar. Dentre os ácidos graxos destacam-se o C18:1 (ácido oleico) e o
C18:2 (ácido linoleico).
Verifica-se nos resultados anteriores que o óleo refinado tem um teor de água e um índice de
acidez baixo. O número de iodo elevado, devido à presença de elevado teor de ácidos graxos monoin-
saturados. Neste caso, a distribuição de ácidos graxos foi: MUFA > SAFA > PUFA (40,65 > 32,32 >
27,05). Sendo os ácidos graxos majoritários o C18:1 (ácido oleico) e o C18:2 (ácido linoleico).
Comparando ambos os perfis (Figura 4.12 e 4.13) é possível visualizar a similaridade que
existe entre ambos. Corroborando a hipótese de que o óleo de fritura coletado contém uma grande
quantidade de óleo de soja.
1. Secagem da matéria-prima: Necessária para reduzir o teor de água presente no óleo tra-
tado.
2. Pré-esterificação: Proposta para reduzir o teor de ácidos graxos livres presentes no óleo
de fritura.
4.3.2 Pré-Esterificação
O óleo usado seco foi pré-esterificado seguindo a metodologia descrita no item 3.2.4.2.
Figura 4.14: (A) Óleo de fritura tratado, (B) Reação de esterificação, (C) Secagem da fração apolar,
(D) Fração apolar seca para transesterificação
Como pôde ser observado na Tabela 4.8, a esterificação nas condições das reações 5, 7 e 8
foi eficiente. Nessas condições a acidez foi reduzida a valores inferiores a 0,7 mg KOH/g. As frações
apolares produzidas nessas reações podem ser processadas pela tecnologia de transesterificação.
Observou-se também o efeito da concentração de álcool (metanol). Nas reações com menor
teor de metanol (20 %) a conversão de ácidos graxos foi maior, consequentemente o índice de acidez
foi inferior.
Figura 4.15: (A) Reação de transesterificação, (B) Produtos da reação: 1- biodiesel e 2- glicerina
bruta, (C) Lavagem do biodiesel, (D) Secagem do biodiesel
Nas reações de transesterificação verificou-se que o teor de catalisador foi determinante para
atingir um teor de éster superior ao especificado na norma da ANP (mín. 96 %). O maior teor de éster
foi atingido na condição com razão molar óleo:álcool de 1:6 e 1,0 % de catalisador. O teor de água
em todas as amostras foi superior ao valor especificado (200 mg/kg). Para conseguir cumprir com
esse índice as amostras foram novamente submetidas a secagem.
RESULTADO
CARACTERÍSTICAS MÉTODO UNIDADE Resolução Nº45 /2014-ANP
RT4* RT5* RT6* mín. máx.
Límpido e
Límpido e isen- Límpido e isento de
Aspecto isento de im- - - Límpido e isento de impurezas
to de impurezas impurezas
purezas
Massa específica a 20 ºC 884,60 882,20 886,00 ASTM D4052 kg/m3 850 900
Viscosidade Cinemática a 40 ºC 4,72 5,12 4,60 ASTM D445 mm2/s 3 6
Teor de Água, máx. 195,00 187,00 200,00 EN 12937 mg/kg - 200
Contaminação Total, máx. 22,00 22,00 23,50 EN 12662 mg/kg - 24
Ponto de fulgor, mín. 168,00 175,50 149,50 ASTM D93 ºC 100 -
Teor de éster, mín 97,42 99,47 96,90 EN 14103 % massa 96,5 -
Cinzas sulfatadas, máx. 0,006 0,003 0,004 ASTM D874 % massa - 0,02
Enxofre total, máx. <1,00 <1,00 <1,00 NBR 15867 mg/kg - 10
Sódio + Potássio, máx <2,00 2,00 2,00 NBR 15553 mg/kg - 5
Cálcio + Magnésio, máx. <1,00 <1,00 2,00 NBR 15553 mg/kg - 5
Fósforo, máx. 2,00 3,00 2,00 NBR 15553 mg/kg - 10
Corrosividade ao cobre, 3 h a 50 ºC, máx. 1,00 1,00 1,00 ASTM D130 - - 1
Ponto de entupimento de filtro a frio, máx. 1,00 1,50 1,00 ASTM D6371 ºC - 10
Índice de acidez, máx. 0,25 0,40 0,40 ASTM D664 mg KOH/g - 0,50
Glicerol livre, máx 0,00 0,00 0,02 ASTM D6584 % massa - 0,02
Glicerol total, máx. 0,19 0,10 0,22 ASTM D6584 % massa - 0,25
Monoacilglicerol, máx. 0,59 0,08 0,63 ASTM D6584 % massa - 0,70
Diacilglicerol, máx. 0,15 0,01 0,18 ASTM D6584 % massa - 0,20
Triacilglicerol, máx. 0,09 0,00 0,10 ASTM D6584 % massa - 0,20
Metanol, máx. 0,05 0,00 0,10 EN 14110 % massa - 0,20
Índice de Iodo 95,00 98,00 98,00 EN 14111 g de I2/100g Anotar Anotar
Estabilidade à oxidação a 110 ºC, mín. 2,07 2,13 2,02 EN 14112 h 6 -
Ainda neste estudo foi realizada a caracterização e tratamento de um óleo de cozinha usado,
proveniente do processo de fritura de um restaurante, seguindo a rota de tratamento proposta ini-
cialmente. A partir das características físico-químicas do óleo tratado foi proposta uma tecnologia,
dividida em três etapas (secagem, pré-esterificação e transesterificação), que garante a produção de
biodiesel especificado. Nas etapas de pré-esterificação e transesterificação foram avaliadas diferentes
condições reacionais.
O óleo de cozinha usado, ainda após tratamento primário, possuía um alto índice de acidez
(6,84 mg KOH/g) e alto teor de água (2.177 mg/kg). Para garantir a produção de biodiesel especifica-
do a partir desta matéria-prima foi proposta uma nova tecnologia. A rota proposta consiste em quatro
etapas (secagem, pré-esterificação e transesterificação):
99 Na etapa de secagem o teor de água foi reduzido de 2.177 mg/kg para 638,80 mg/kg.
Nas reações com menor teor de metanol (20 %) a conversão de ácidos graxos foi maior.
Verificou-se que o teor de catalisador foi determinante para atingir esta conversão. O
maior teor de éster atingiu-se na condição com razão molar óleo:álcool de1:6 e 1,0 % de
catalisador.
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LEE, K-T; FOGLIA, T.A.; CHANG, K-S. Production of alkyl ester as biodiesel from fractionated
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suntos Jurídicos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/
l11097.htm>. Acesso em: maio 2018.
LOPES, Ana Lúcia Azevedo; FREITAS, Damiana Galache; RIBEIRO, Érica da Silva - Biodiesel e
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nheim: Alemanha, 30080 p, 2003).
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from trap grease via acid catalysis. Korean Journal of Chemical Engineering, 25(4):670-674, 2008.
• Gás de arrastre: Hélio (99,95 %), com velocidade linear 36,7 cm/s;
• Temperatura do detector: 280 ºC; o gás auxiliar (make-up) foi N2 a 30 mL/min, H2 (30
mL/min) e ar sintético (300 mL/min)
• Gás de arrastre: Hidrogênio (99,95 %), com velocidade linear 26,5 cm/s;
• Temperatura do detector: 280 ºC; o gás auxiliar (make-up) foi N2 a 30 mL/min, H2 (30
mL/min) e ar sintético (300 mL/min).
• Gás de arrastre: Hidrogênio (99,95 %), com velocidade linear 26,5 cm/s;
• Temperatura do detector: 380 ºC; o gás auxiliar (make-up) foi N2 a 30 mL/min, H2 (30
mL/min) e ar sintético (300 mL/min).
• Temperatura do detector: 150 ºC; o gás auxiliar (make-up) foi N2 a 30 mL/min, H2 (30
mL/min) e ar sintético (300 mL/min).
Tanque para Tanque Capacidade: 200 L 1 Tambor + tampa 70,00 Empresa: Tambortex
remoção inicial da 70,00 http://tambortex.com.br/
água Dimensões: 90 cm de altura e 57
cm de diâmetro. (21) 2776-1530
Resistência tubular Construída em três elementos 2 240,00 480,00 Empresa: DWATTS RESISTENCIAS
de imersão tubulares em aço inox. www.fabricaderesistencias.com.br
Fio elétrico de Fio de 4 mm para conectar 30 m 1,80 R$/1m 54,00 Qualquer loja especializada
conexão resistências ao sistema elétrico
geral
Sifão Sifão de rosca interna de 2 polg. 2 82,00 164,00 Qualquer loja especializada
para colocar as resistências no
tanque.
Controlador de Aceita Termopares J, K,T,N, R, 1 971,53 971,73 Empresa: Challenger Representações Ltda
Processo S, Pt 100, 4-20 mA, 50 mV, 0-5
Microprocessador Vcc. Frete e impostos Endereço: Rua José Bonifácio, 820, Sl. 1103
Modelo N-1200 inclusos - Todos os Santos, Cep 20770-240 – RJ.
Rampas e Patamares: 7
programas de 7 segmentos ou 1
de até 49 segmentos.
Dimensões: 48x48x110mm,
gabinete ABS.
Termopar MS14 - Termopar Isol Miner 1 326,50 326,50 Empresa: ECIL Produtos e Sistema de
com bloco de ligação Medição e Controle LTDA.
Frete e impostos
inclusos Endereço: Piedade/SP
CEP:51.218.089/0001-06
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
Visor de nível Mangueira de silicone de ¾ de Mangueira 80 Mangueira: 250,00 Qualquer loja especializada
lateral polegadas, que está acoplada ao cm 22,00 R$/m
tanque mediante um sifão, duas
biqueiras, dois joelhos e duas Sifão ¾ de pol: Sifão: 82,00
abraçadeiras 2 R$/u
Biqueiras ¾ de Biqueiras: 20
pol: 2 R$/u
Sub-total = 2.838,23
Balança industrial Capacidade: 300 kg divisões de 1 1371,00 1371,00 Empresa: Balanças NET
eletrônica digital de 50 g. Plataforma: 600 mm x 600
até 300 kg mm. ou 400 x 500 mm. Endereço: R.: Cachoeira, 980 - Jardim Rosa
Estrutura em aço carbono de França - Guarulhos- SP - CEP 07080-000
C/coluna de 1,20 m e rodas - CNPJ: 08.730.771/0001-46 - IE:
Pesagem mínima de 1kg 336.803.904.111
Função Tara
Display com 5 dígitos atendimento@balancasnet.com.br
Fonte automática (85 a 250 Vac)
comercial@balancasnet.com.br
atendimento@balancasnet.com.br
Kit de acidez Kit para determinação de acidez, 1 kit para 3 240,00 240,00 Empresa: HANNA Instrument
método titulação. Contem bureta, meses Endereço: Rua Pretória, 1027/1039 São Paulo
frascos Erlenmeyer, pipetas e 2 - SP / 03416-0000
Tel (11) 6672.3008
tipos de reagentes – NaOH e
Fax (11) 6672.3695
fenolftaleína. www.hannainst.com.br
vendas@hannainst.com.br
100 testes.
Sub-total = 2.921,00
Sub-total = 832,50
Tanque de Tanque Capacidade: 200 litros 1 Tambor + tampa 70,00 Empresa: Tambortexhttp://tambortex.com.br/
Decantação – 70,00
Dimensões: 90 cm de altura e 57 (21) 2776-1530
cm de diâmetro.
Endereço: Av Tupinambá de Castro, 658.
Aço carbono, tampa removível Campos Elíseos. Duque de Caxias-RJ
com fecho rápido (alavanca) e
pintado internamente com
Primer.
Peneira Tecido filtrante de malha 25 1 1.250,00 1.250,00 Steel Mesh - Tecidos Metálicos
mesh, usado para peneirar os vendas@steelmesh.com.br
alimentos, acoplada à parte PBX: 55(11) 2227-5650
Direto: 55(11) 2227-5651
superior do tanque mediante duas
Celular: 55(11) 9632-4500
pestanas metálicas soldadas
Resistência tubular Construída em três elementos 1 240,00 480,00 Empresa: DWATTS RESISTENCIAS
de imersão tubulares em aço inox. www.fabricaderesistencias.com.br
Sifão Sifão de rosca interna de 2 polg. 1 82,00 82,00 Qualquer loja especializada
para colocar a resistência no
tanque.
Controlador de Aceita Termopares J,K,T,N, R, 1 971,53 971,53 Empresa: Challenger Representações Ltda
Processo S, Pt 100, 4-20 mA, 50 mV, 0-5
Microprocessador Vcc. Frete e impostos Endereço: Rua José Bonifácio, 820, Sl. 1103
Saídas: 2 relés SPST, pulso para inclusos - Todos os Santos, Cep 20770-240 – RJ.
Modelo N1200
SSR e linear 4-20mA.
Possui alarme temporizado de 0 a Tel. 21- 2591 9391
6500 s.
Resolução na medida: 12.000 Fax. 21- 3979 0222
níveis.
Alimentação: 85-250 Vca ou 24 chall.rlk@terra.com.br
Vcc/Vca.
Retransmissão da PV ou SP em 4
a 20 mA.
Função Automática
Entrada de SetPoint Remoto (4 a
20 mA).
Soft start programável (0 a 9999
seg.). Rampas e Patamares: 7
programas de 7 segmentos ou 1
de até 49 segmentos.
Auto-sintonia dos parâmetros
PID.
Frontal IP65 com teclado em
silicone.
Dimensões: 48x48x110 mm,
gabinete ABS.
MS14 - Termopar Isol Miner 1 326.50 326,50 Empresa: ECIL Produtos e Sistema de
com bloco de ligação Medição e Controle LTDA.
Termopar Frete e impostos Endereço: Piedade/SP
inclusos CEP:51.218.089/0001-06
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
Tel: (15) 3244-8000
Fax: (15) 3244-1672
Visor de nível Mangueira de silicone de 1 polg., Mangueira 20 Mangueira: 22,00 Qualquer loja especializada
que está acoplada à tubulação de cm 22,00 R$/m
saída mediante um sifão de 1 pol.
Plataforma metálica Plataforma convencional com 1 1.000,00 1.000,00 Qualquer loja especializada
piso metálico.
Sub-total = 4.778,03
Bombonas para
resíduos
Sub-total = 340,00
Resistência tubular Construída em três elementos 1 240,00 240,00 Empresa: DWATTS RESISTENCIAS
de imersão tubulares em aço inox. www.fabricaderesistencias.com.br
Fio elétrico de Fio de 4 mm para conectar 30 m 1,80 R$/1 m 54,00 Qualquer loja especializada
conexão resistências ao sistema elétrico
geral
Sifão Sifão de rosca interna de 2 pol 1 82,00 82,00 Qualquer loja especializada
para colocar a resistência no
tanque.
Controlador de Aceita Termopares J,K,T,N, R, 1 971,53 971,53 Empresa: Challenger Representações Ltda
processo S, Pt 100, 4-20 mA, 50 mV, 0-5 Endereço: Rua José Bonifácio, 820, Sl. 1103
Vcc. Frete e impostos - Todos os Santos, Cep 20770-240 – RJ.
Microprocessador inclusos
Modelo N1200 Saídas: 2 relés SPST, pulso para Tel. 21- 2591 9391
SSR e linear 4-20 mA.
Fax. 21- 3979 0222
Possui alarme temporizado de 0 a
6500 s. chall.rlk@terra.com.br
Retransmissão da PV ou SP em 4
a 20 mA. Função Automática
Rampas e Patamares: 7
programas de 7 segmentos ou 1
de até 49 segmentos.
Dimensões: 48x48x110mm,
gabinete ABS.
Termopar MS14 - Termopar Isol Miner 1 326,50 326,50 Empresa: ECIL Produtos e Sistema de
com bloco de ligação Medição e Controle LTDA.
Frete e impostos
inclusos Endereço: Piedade/SP
CEP:51.218.089/0001-06
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
Sistema de Mantas de lá de vidro, caixa de 3 3 Caixa 477,00 1431,00 Qualquer loja especializada
isolamento térmico m X 1 m, espessura 20 mm. R$/Caixa
exterior
Sub-total = 4.030,03
Tubulações, Sifão Sifão de caixa de água 1 pol de 3 32,00 96,00 Qualquer loja especializada
válvulas e outros aço ao carbono.
acessórios.
Joelho 1 polg. De aço ao carbono. Colocados no 6 13,00 78,00 Qualquer loja especializada
sistema de tubulações.
Sub-total = 857,00
Total = 16.256,79
Tanque para Tanque (Container) Capacidade: 1000 L 1 880,00 880,00 Empresa: Lubmix
remoção inicial da
água Material: HDPE totalmente www.lubmix.com.br
reciclado, com grade de aço
galvanizado, bandeja inferior e (17) 3525-3700
Pallet de aço.
(17) 3525-3691
Possuem válvula de saída.
Endereço: Rua Goiânia, 172 - Vila Juca
Pedro, Catanduva - SP, 15800-570
Resistência tubular Construída em três elementos 4 450,00 1.800,00 Empresa: DWATTS RESISTENCIAS
de imersão tubulares em aço inox. www.fabricaderesistencias.com.br
Fio elétrico de Fio de 4 mm para conectar 30 m 1,80 R$/1 m 54,00 Qualquer loja especializada
conexão resistências ao sistema elétrico
geral
Sifão Sifão de rosca interna de 2”. para 4 82,00 328,00 Qualquer loja especializada
colocar as resistências no tanque.
Controlador de Aceita Termopares J,K,T,N, R, S, 1 971,53 971,53 Empresa: Challenger Representações Ltda
Processo Pt 100, 4-20mA, 50mV, 0-5Vcc.
microprocessador Frete e impostos Endereço: Rua José Bonifácio, 820, Sl.
Modelo N1200 Saídas: 2 relés SPST, pulso para inclusos 1103 - Todos os Santos, Cep 20770-240 –
SSR e linear 4-20mA. RJ.
Retransmissão da PV ou SP em 4
a 20 mA. Função Automática
Dimensões: 48x48x110mm,
gabinete ABS.
Termopar MS14 - Termopar Isol Miner com 1 326,50 326,50 Empresa: ECIL Produtos e Sistema de
bloco de ligação Medição e Controle LTDA.
Frete e impostos Endereço: Piedade/SP
inclusos CEP:51.218.089/0001-06
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
Tel: (15) 3244-8000
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
Sistema de Mantas de lá de vidro, caixa de 3 3 Caixa 477,00 R$/Caixa 1.431,00 Qualquer loja especializada
isolamento térmico m X 1 m, espessura 20 mm.
exterior
Visor de nível Mangueira de silicone de ¾ de Mangueira 1 Mangueira: 22,00 250,00 Qualquer loja especializada
lateral polegadas, que está acoplada ao m R$/m
tanque mediante um sifão, duas
biqueiras, dois joelhos e duas Sifão ¾ de Sifão: 82,00 R$/u
abraçadeiras polegadas: 2
Biqueiras: 20 R$/u
Biqueiras ¾
de polegadas: Joelhos: 6 R$/u
2
Abraçadeiras: 6
Joelhos ¾ R$/u
polg: 2
Abraçadeiras:
2
Sub-total = 6.086,03
Peneira Tecido filtrante de malha 16 mesh, 1 1.250,00 1.250,00 Steel Mesh - Tecidos Metálicos
usado para peneirar os alimentos,
acoplada à parte superior do vendas@steelmesh.com.br
tanque mediante duas pestanas
PBX: 55(11) 2227-5650
metálicas soldadas (Estrutura e
dimensões conforme Figura 3) Direto: 55(11) 2227-5651
Balança industrial Capacidade: 300 kg divisões de 1 1371,00 1371,00 Empresa: Balanças NET
eletrônica digital de 50g
até 300 kg Plataforma: 600 x 600 mm. ou Endereço: R.: Cachoeira, 980 - Jardim
400 x 500 mm. Rosa de França - Guarulhos- SP - CEP
Estrutura em aço carbono 07080-000 - CNPJ: 08.730.771/0001-46 -
C/coluna de 1,20m e rodas
IE: 336.803.904.111
Pesagem mínima de 1 kg
Função Tara
atendimento@balancasnet.com.br
Display com 5 dígitos
Fonte automática (85 a 250 Vac) comercial@balancasnet.com.br
atendimento@balancasnet.com.br
Kit de acidez Kit para determinação de acidez, 1 kit para 3 240,00 240,00 Empresa: HANNA Instrument
método titulação. Contem bureta, meses Endereço: Rua Pretória, 1027/1039 São
frascos Erlenmeyer, pipetas e 2 Paulo - SP / 03416-0000
Tel (11) 6672.3008
tipos de reagentes – NaOH e
Fax (11) 6672.3695
fenolftaleína. www.hannainst.com.br
vendas@hannainst.com.br
100 testes.
Sub-total = 2.921,00
Sub-total = 832,50
Tanque de Tanque (Container) Capacidade: 1000 litros 1 880,00 880,00 Empresa: Lubmix
Decantação
Material: HDPE totalmente www.lubmix.com.br
reciclado, com grade de aço
galvanizado, bandeja inferior e (17) 3525-3700
Pallet de aço.
(17) 3525-3691
Possuem válvula de saída.
Endereço: Rua Goiânia, 172 - Vila Juca
Pedro, Catanduva - SP, 15800-570
Peneira Tecido filtrante de malha 25 mesh, 1 1.250,00 1.250,00 Steel Mesh - Tecidos Metálicos
usado para peneirar os alimentos, vendas@steelmesh.com.br
acoplada à parte superior do PBX: 55(11) 2227-5650
Direto: 55(11) 2227-5651
tanque mediante duas pestanas
Celular: 55(11) 9632-4500
metálicas soldadas
Resistência tubular Construída em três elementos 4 450,00 1800,00 Empresa: DWATTS RESISTENCIAS
de imersão tubulares em aço inox. www.fabricaderesistencias.com.br
Sifão Sifão de rosca interna de 2 polg. 4 82,00 328,00 Qualquer loja especializada
para colocar as resistências no
tanque.
Controlador de Aceita Termopares J,K,T,N, R, S, 1 971,53 971,53 Empresa: Challenger Representações Ltda
Processo Pt 100, 4-20mA, 50mV, 0-5Vcc.
Microprocessador Saídas: 2 relés SPST, pulso para Frete e impostos Endereço: Rua José Bonifácio, 820, Sl.
SSR e linear 4-20mA. inclusos 1103 - Todos os Santos, Cep 20770-240 –
Modelo N1200
Possui alarme temporizado de 0 a RJ.
6500s.
Resolução na medida: 12.000 Tel. 21- 2591 9391
níveis.
Alimentação: 85-250 Vca ou Fax. 21- 3979 0222
24Vcc/Vca.
Retransmissão da PV ou SP em 4 chall.rlk@terra.com.br
a 20 mA. Função Automática
Entrada de SetPoint Remoto (4 a
20mA).
Soft start programável (0 a 9999
seg.).
Rampas e Patamares: 7 programas
de 7 segmentos ou 1 de até 49
segmentos.
Auto-sintonia dos parâmetros
PID.
Frontal IP65 com teclado em
silicone.
Dimensões: 48x48x110mm,
gabinete ABS.
Termopar MS14 - Termopar Isol Miner com 1 326,50 152,40 Empresa: ECIL Produtos e Sistema de
bloco de ligação Medição e Controle LTDA.
Frete e impostos Endereço: Piedade/SP
inclusos CEP:51.218.089/0001-06
www.ecil.com.br
dario@ecil.com.br
Tel: (15) 3244-8000
Fax: (15) 3244-1672
Visor de nível Mangueira de silicone de 1 polg., Mangueira Mangueira: 22,00 22,00 Qualquer loja especializada
que está acoplada à tubulação de 20cm R$/m
saída mediante um sifão de 1polg.
Plataforma metálica Plataforma convencional com 1 1.000,00 1.000,00 Qualquer loja especializada
piso metálico.
Sub-total = 7.933,93
Bombonas para Bombona Capacidade: 100 litros 20 100 litros – 34,00 680,00 Empresa: Tambortex
resíduos http://tambortex.com.br/
Plásticas, de tampa removível.
(21) 2776-1530
Sub-total = 680,00
Resistência tubular Construída em três elementos 3 240,00 720,00 Empresa: DWATTS RESISTENCIAS
de imersão tubulares em aço inox. www.fabricaderesistencias.com.br
Fio elétrico de Fio de 4 mm para conectar 90 m 1,80 R$/1 m 162,00 Qualquer loja especializada
conexão resistências ao sistema elétrico
geral
Sifão Sifão de rosca interna de 2 polg. 3 82,00 246,00 Qualquer loja especializada
para colocar as resistências no
tanque.
Controlador de Aceita Termopares J,K,T,N, R, S, 3 971,53 2.915,19 Empresa: Challenger Representações Ltda
Processo Pt 100, 4-20mA, 50mV, 0-5Vcc.
Microprocessador Saídas: 2 relés SPST, pulso para Frete e impostos Endereço: Rua José Bonifácio, 820, Sl.
SSR e linear 4-20mA. inclusos 1103 - Todos os Santos, Cep 20770-240 –
Modelo N1200
Possui alarme temporizado de 0 a RJ.
6500s.
Resolução na medida: 12.000 Tel. 21- 2591 9391
níveis.
Alimentação: 85-250 Vca ou Fax. 21- 3979 0222
24Vcc/Vca.
Retransmissão da PV ou SP em 4 chall.rlk@terra.com.br
a 20 mA. Função Automática
Termopar MS14 - Termopar Isol Miner com 3 326,50 979,50 Empresa: ECIL Produtos e Sistema de
bloco de ligação Medição e Controle LTDA.
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Cabeçote de CABECOTE KNE-21/21 3 45,00 135,00 Empresa: ECIL Produtos e Sistema de
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Sistema de Mantas de lá de vidro, caixa de 3 9 Caixa 477,00 R$/Caixa 4.293,00 Qualquer loja especializada
isolamento térmico m X 1 m, espessura 20 mm.
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