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A EDUCAÇÃO NO BRASIL

Geraldo Gomes Gattolini

Desde a década de 1950 acompanho os debates que se travam no Congresso Nacional sobre a
educação. Naquele tempo, havia uma plêiade de grandes tribunos que dominavam as duas
casas. Eram eles: Aliomar Balieiro, Carlos Lacerda, Afonso Arinos, Raul Pilla, Bilac Pinto, Auro
Moura Andrade e vários outros. No final da década, o assunto predominante era um projeto
que depois de quase cinco décadas seria retomado o debate(Diretrizes e Bases da Educação),
agora com novos parlamentares.

Não obstante toda a discução e discursos inflamados, a educação ainda é tema recorrente em
todos os setores da sociedade. Nesses anos todos, a universidade foi o único curso que
realmente evoluiu. Temos hoje 13 milhões de universitários. Mas olhando para os níveis
iniciais, vamos encontrar uma situação desalentadora. De cada 100 alunos que entram no
fundamental, apenas 50 chegarão ao ensino médio. Desses 50, somente 20 entrarão em
algum curso superior, porém, somente 10 conseguirão concluí-los. E desses 10, só 7 estarão
trabalhando em suas profissões.

Parece que o esforço do Estado para ter uma elite pensante de alto nível, está se frustrando e
frustrando a nação. Recentemente, lemos que apenas 53 por cento dos universitários estão
conseguindo emprego. E isso é realmente grave. A nação gasta com as universidades cerca de
140 bilhões por ano com o ensino superior, praticamente a mesma verba do SUS que tem que
atender uma população de 158 milhões de habitantes.

Nos debates da década de 1950 o tema central era o orçamento da educação, algo
extremamente pequeno. Hoje gastamos muito com o ensino superior e muito pouco com o
ensino médio e fundamental. É verdade que alcançamos algumas metas como a quase
universalização do fundamental. Mas no tocante ao ensino médio, o Brasil está como aqueles
caminhões carregados com a riqueza agrícola: atolado no lamaçal.

O lado positivo é que alguns municípios tem conseguido, independentemente de recursos,


obter excelentes classificações. O Estado de São Paulo está acima da média brasileira. E alguns
municípios passaram já a fazer uma nova reta dentro do poliedro escolar.

Está provado que, para decolar, o ensino precisa ter entusiasmo. Se a equipe se engajar na
política de desenvolvimento e melhoria da qualidade da educação, a curva vai mudar e o
município atingirá metas mais consentâneas com as suas necessidades.

No Japão e na Coreia está havendo um grande esforço para reforçar o ensino


profissionalizante e o curso médio. As universidades estão em processo de saturação, tendo
em vista a situação do mercado de trabalho. O centralismo educacional coreano no curso
superior levou muitos jovens ao suicídio. Agora, o comportamento das famílias está mudando.
Elas encorajam os filhos a fazerem primeiramente o médio. E depois descobrir a verdadeira
vocação.
Nos Estados Unidos e Europa, de cada 100 crianças que entram no fundamental, 50 delas
chegarão à universidade. Mas isso não significa que estarão qualificados para o mercado de
trabalho, hoje extremamente exigente em matérias comportamentais do que no diploma. É
bom ter o diploma, mas ele não será o primeiro item na ordem das decisões de contratação.

No Brasil também já está ocorrendo mudanças neste sentido. Na portaria de uma empresa
está escrito: “Quem sabe satisfazer seus impulsos é inteligente; quem os domina é sábio.

geraldogattolini@gmail.com

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