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D E
R A R
ADMA GARZERI
SILVIO URBANO
A HISTÓRIA DA LIDERANÇA
ESCOLA DO ALTRUISMO
ESCOLADOALTRUISMO.COM.BR
L I D E R A R
I N T R O
D U Ç Ã O
Há milhares de anos atrás
houve um momento,
impossível de ser precisado,
no qual a humanidade
passou a se perceber como
INTRODU tal. Não mais como um
outro componente do reino
ÇÃO animal, mas como uma
espécie à parte de tudo o
que lhe cercava. Nesse
"A História contribui, sim, momento nascia a
para a auto compreensão autoconsciência do ser
do homem. Contudo, isso humano atual. Nesse
só tem sentido se momento, a humanidade
enfocarmos a nós mesmos “comeu a maçã” e se
como um eu, uma percebeu diferente do
personalidade. (...) A restante da natureza e sobre
compreensão de nós ela passou a atuar buscando
mesmos mediante a dominá-la cada vez mais.
compreensão do passado
deve capacitar-nos a agir, a Desde então o ser humano
atuar sobre o mundo e passou a ser uma entidade
fixar metas – e também a que sempre viveria em
planejar nosso futuro grupo. No decorrer da
pessoal. Dela decorre história esses grupos
também, em última receberam diversos nomes,
análise, o estabelecimento tais como: tribos, clãs, reino,
de regras morais, de estado, família, empresa,
conceitos jurídicos e de organização e outros tantos.
tudo o mais.” Uma coisa todos esses
Rudolf Lanz grupos tiveram em comum:
a presença de uma
liderança. Suas
características e habilidades
foram se adaptando às
necessidades e à
consciência humana da
época.
P R É
H I S T Ó R I A
as espécies de plantas
disponíveis para a sua
alimentação. Não era um
trabalho fácil. Os animais
PRÉ menores tinham de ser
caçados em grande número
HISTÓRIA para suprir as necessidades
dos grupos e as plantas
tinham que ser coletadas
O surgimento da cada vez mais longe de
autoconsciência humana onde o grupo antes se
se deu de forma lenta e reunia. Já os animais
paulatina e, no início, ela maiores, embora
permitiu apenas a demandassem um menor
percepção de que os seres número de caçadas, exigiam
humanos eram um reino à um esforço maior do grupo
parte da natureza, mas de para trabalhar em sincronia
forma alguma um e representavam extremo
indivíduo se via separado perigo para seus membros.
dos outros membros do Além disso, caça e coleta
seu grupo. Ele dependia deveriam ser feitas na
do grupo e o grupo, dele. medida exata para
Os talentos individuais alimentar o grupo: se o
eram somados para a resultado fosse menor que o
preservação e o sucesso do necessário, a energia gasta
grupo. De certa forma, pelo grupo não seria reposta
todos os indivíduos e a sobrevivência do grupo
conheciam seu papel estaria ameaçada; se fosse
específico dentro daquele maior, o alimento se
grupo e dele não tinham estragaria e o suprimento na
como se distanciar, já que natureza diminuiria
isso poderia colocar a consideravelmente forçando
preservação individual e do o grupo a antecipar uma
grupo em risco. longa peregrinação em
Os homens ainda busca de um sítio mais
moravam dentro da favorável a novas caças e
natureza, vivendo em coletas.
pequenos grupos que
caçavam os animais à sua
volta e coletavam
Os primeiros grupos mas não era o único.
humanos viviam Também eram necessários
entrelaçados ao meio um conhecimento da área a
ambiente que os ser explorada e agilidade
circundavam. Fenômenos para não se tornar a caça,
naturais não podiam ainda além disso a liderança era
ser explicados e, reconhecida por todo o
justamente por isso, eram grupo não havendo
admirados e, disposição interna e nem
principalmente, temidos. espaço para deposições e
A “idéia” de que algo maior trocas sucessivas de líderes
e superior comandava as em um ambiente hostil e
forças naturais não sobre o qual os homens
demorou para tomar conta ainda exerciam
da consciência de toda a pouquíssimo controle.
humanidade pré-histórica
e esse algo não residia em
outro lugar senão nos
próprios fenômenos
observados. Toda a
natureza era vista como
uma expressão daquilo
que mais tarde veio a se
configurar sob o nome de
“Deus”. O comportamento
da natureza revelava aos
grupos humanos o
contentamento, ou não,
dessa força com os feitos
de seus membros. Ritos de
agradecimento e de
Arte Rupestre do período
sacrifício aos poucos foram
paleolítico
sendo criados e praticados.
Nesse estágio do
desenvolvimento da
autoconsciência podemos
supor que o grande
balizador para o posto de
liderança era a força física,
A
Í N D I A
com o divino lembrada e
B A B I L Ô N I A
C U L T U R A
J U D A I C A
comandados por seres
EGITO, espirituais ou divinos. A
própria organização social
R O M A
Abertos a tantos perigos
GRÉCIA E que vinham pelo mar, os
gregos precisavam de uma
M I L I T A N T E
Numa época em que o
A IGREJA impulso grego de
autoconhecimento e
R E F O R M A
O ser humano passou a
sentir-se diferente de tudo o
O RENASCI que estava a sua volta. O
que contava agora era o seu
MENTO E A ponto-de-vista, a sua idéia e
a sua existência. Como
REFORMA conseqüência desse novo
modo de ver o mundo, a
séc. XIV a XVIII
unidade espiritual da Igreja
se quebrou e vários
A pergunta que havia
acontecimentos
guiado o desenvolvimento
impensáveis passaram a
humano até o século XIV
fazer parte da realidade da
fora “O que é o ser
instituição: a tomada de
humano?”. A pergunta que
Constantinopla pelos turcos,
agora surge e que guiará o
a mudança do Papa para
homem até os dias atuais é
fora de Roma; dois ou três
“Quem sou eu?” Mais e
papas disputando entre si o
mais pessoas levantaram-
poder sobre a Igreja (o
se contra as autoridades e
Grande Cisma). Dessa
o dogmatismo; queriam
forma, não havendo um
pensar e acreditar
centro geográfico claro para
livremente no que
a instituição, o centro
quisessem; libertaram-se
passou a ser cada homem e
de tradições, instituições e
suas próprias idéias. No
credos estabelecidos; e
auge da crise e precisando
opuseram-se a eles
manter sua incrível
abertamente, ou no fundo
máquina, a Igreja lança
da alma. Renascimento é o
então a indulgência.
período de maior embate
entre o que já era
estabelecido e o que se
queria pensar ou expressar.
Mas, renascer para quê?
Afinal o que estava
despertando não era, como
antes, o homem genérico,
mas a personalidade única
e auto-consciente, o eu.
Como os seres humanos Porém a ostentação não era
viviam aterrorizados com a recomendada, e o trabalho
idéia da passagem pelo social era incentivado. Não
purgatório (local inventado podendo ostentar a riqueza,
pela Igreja e que não existe o que fazer com o dinheiro?
nos escritos bíblicos) antes Investi-lo. Nascia então os
de alcançar o paraíso, ficou rudimentos do capitalismo.
instituído que o cristão Do novo posicionamento do
estaria livre desse tormento indivíduo surgiram novos
ao se arrepender de seus ideais a serem alcançados,
pecados e pagar uma taxa tais como a alegria e o
à Igreja. Não demorou prazer de viver. Mais do que
para que essa prática tudo, porém, o que o
ganhasse inúmeros homem do Renascimento
inimigos e revoltas. Surge queria era conhecer o
então a Reforma. No bojo mundo e conquistá-lo,
da Reforma, surgiram os alcançar a perfeição na
primeiros movimentos Terra e torná-la eterna. E
protestantes, entre eles o para isso os líderes da
Luteranismo e o humanidade precisaram
Calvinismo. Mas eles desenvolver a técnica e a
pouco permitiram uma vontade de transformar o
liberdade de expressão mundo. Todos os passos,
maior do que havia na entretanto, deveriam ser
Igreja. Sob o comando de possíveis de medição,
um Deus severo e rígido cálculos e processos que
como o dos israelitas o pudessem ser reproduzidos.
homem era visto como um Talvez o movimento mais
ser desprezível e expressivo dessa nova
depravado. Mas uma ordem mundial surgida
diferença era muito com o Renascimento foi o
importante. Os escolhidos período das Grandes
por Deus não podiam ser Descobertas. A Terra já não
conhecidos, mas o era o centro do universo e
progresso material era um aquele mundo seguro,
bom sinal de que se estava tranqüilo e tão de acordo
agindo corretamente aos com a percepção sensorial
olhos de Deus, senão o já não existia
castigo já seria visível aqui
nessa vida mesmo.
O centro do universo foi deslocado para o próprio homem
e esse ainda não conhecia a contento sua própria casa e
tampouco a dominava. As Descobertas, capitaneadas por
Portugal e seguidas de perto pela Espanha, mostraram ao
homem não somente novos continentes, mas também a
realidade de que a Terra era redonda. Isso veio fortalecer a
idéia de que somente aquilo observado como fato deveria
ser tomado como verdadeiro.
A E R A
M O D E R N A
Surgem, no final do século
A ERA XIX e início do século XX, as
primeiras “linhas de
MODERNA produção” e fábricas, e junto
com elas as correntes da
Com os descobrimentos administração científica de
pelos europeus das novas Taylor, com a medição dos
terras na América e na Ásia tempos de produção, e a
no final da Idade Média, abordagem administrativa
intensificou-se nos séculos de Fayol. No entanto, o
que se seguiram a prática modelo de liderança ainda
do comércio. O século era o militar e as pessoas
XVIII vive uma explosão de eram consideradas apenas
consumo, e surge na como recursos, como força
Inglaterra a especialização de trabalho animal e quase
de funções, com a teoria escrava. Encontramos
de Adam Smith, buscando inúmeros exemplos dessa
aumento de produtividade época, seja na Inglaterra nos
e relações de trabalho romances de Dickens, ou na
fundamentadas em recente história da
recompensa e castigo. O imigração italiana no Brasil
trabalho braçal era com o trabalho nas
considerado indigno pela tecelagens. Na década de
nobreza, que era a classe 30, o filme Tempos
dominante. Apenas os Modernos de Charles
pobres e escravos deviam Chaplin traz de forma
se dedicar a ele. Podemos magistral a relação do
olhar o modelo de homem com o trabalho
liderança daquela época nessa época. Podemos
como autoritário e considerar que o inicio da
conservador das leis e mudança do olhar da
regras vigentes, exigente e liderança aconteceu na
punitivo, inspirado na década de 20, com a
Igreja Católica e nas descoberta do efeito
organizações militares. Hawthorne.
Nessa fábrica inglesa, onde Na mesma década, surge
eram feitos experimentos com McGregor a Teoria X e
para comprovar o aumento Teoria Y, e é publicado seu
de produtividade nas primeiro e único livro “O
linhas de produção com o lado humano da Empresa”,
aumento da iluminação considerado por muitos um
através de lâmpadas da marco na teoria da
General Eletric americana, administração e no papel da
descobriu-se que a liderança, por mudar todo
produtividade continuava um conceito do homem
alta após o término da organizacional e substituí-lo
experiência e retorno aos por um novo paradigma,
índices anteriores de que salientava os potenciais
iluminação. Aquela linha humanos e enfatizava o
de produção escolhida desenvolvimento humano.
para o experimento O princípio fundamental de
simplesmente aumentara organização derivado da
sua produção porque Teoria X é o da direção e
estava sendo valorizada auto controle através do
(pela escolha para o exercício da autoridade,
experimento). A partir daí enquanto na Teoria Y é o da
“descobriu-se” que o integração: a criação de
homem produzia não só condições que permitam
porque era ordenado ou aos membros da
contratado para tal, mas a organização alcançar
capacidade e qualidade da melhor os seus próprios
produção estavam objetivos dirigindo seus
diretamente ligados ao esforços para o sucesso da
quanto ele era valorizado, e empresa.
as atitudes e habilidades É de McGregor o seguinte
dos empregados passaram trecho: “quando não
a ser considerados. alcançamos os resultados
desejados, tendemos a
procurar as causas do
fracasso por toda a parte,
menos onde ela
normalmente está.
O engenheiro não põe a Peter Senge : A Quinta
culpa na água, por correr Disciplina – Organizações
para baixo ao invés de que Aprendem
correr para cima, nem Stephen Covey : Os Sete
acusa os gases por se Hábitos das Pessoas
expandirem em vez de se Eficientes
contraírem quando Peter Drucker : várias obras
aquecidos. No entanto, sobre Liderança
quando as pessoas reagem Daniel Goleman: A
às decisões administrativas Inteligência Emocional
de maneira não desejada, a
resposta normal é acusá- O que percebemos de
las. “ Apesar de todo nosso comum entre essas
estudo e aumento da abordagens? Que respostas
capacidade de buscam dar para os
compreensão da natureza problemas e desafios atuais
humana, será que os das lideranças? Qual o novo
líderes pensam de forma papel da liderança para o
diferente nos dias atuais? É nosso século, o século XXI?
só olhar atentamente para Quais as características dos
a implementação dos líderes que as organizações
grandes projetos nas estão buscando?
empresas para termos a
resposta. Na década de 90, Podemos encontrar em
surge o desenvolvimento todos esses autores e em
do que podemos chamar suas abordagens uma
de “talento gerencial “, com inspiração comum, uma
autores e obras que obra de 1977, chamada
trouxeram significativas “Servant Leadership”, escrita
mudanças para o papel da por Robert K. Greenleaf,
liderança: falecido em 1990. Ele
desenvolveu sua teoria
quando era um executivo
da AT&T, e depois
palestrante do MIT e
Harvard, entre outras
universidades
Segundo Greenleaf, a idéia A serviço de quem estamos?
de escrever “The Servant as Liderar é inspirar pessoas a
Leader”, veio após a leitura atingir um objetivo que elas
da obra de Hermann Hesse não imaginam serem
(prêmio Nobel de literatura capazes de atingir.
em 1946): “Viagem ao
Oriente”, apontada pela Ao estudar essas novas
crítica mundial como uma abordagens sobre a
das obras mais elevadas da liderança, podemos
cultura ocidental, e de rara também perceber cinco
grandeza ética, espiritual e características comuns dos
literária. Nessa obra, lideres carismáticos,
publicada na Alemanha apoiadas no conceito da
em 1959, o autor percorre “liderança servidora”:
no tempo e no espaço uma
longa viagem em busca da • Auto-desenvolvimento
verdade, acompanhado de contínuo
uma confraria, onde o • Perspectiva do tempo
servo do grupo, Leo, é (passado, presente, futuro)
reconhecido mais tarde • Aproveitamento contínuo
como o líder nobre e das experiências (percepção
supremo dessa do bem no mal)
comunidade. Greenleaf • Profundo interesse pelas
enxergou uma clara pessoas (pelo
mensagem de Hesse nesse desenvolvimento das
livro: que “um grande líder pessoas)
é visto primeiramente • Aceitação e busca da
como um servidor, e esse diversidade (social,
simples fato é a chave para econômica e cultural)
sua grandeza”. Refletindo
sobre esse conceito, talvez
a pergunta mais
importante que os líderes
das organizações do século
XXI devem fazer
continuamente a si
próprios seja:
Segundo Rudolf Steiner, filósofo alemão que nos trouxe a
Antroposofia, é preciso romper a janela dos cinco sentidos
para poder analisar, julgar e tomar decisões. É preciso
desenvolver o “pensar imaginativo” ou “pensar do coração”.
Para isso, o caminho de auto-desenvolvimento desse novo
líder precisa ser trimembrado. (vide figura abaixo)
Como no livro de Hermann Hesse, que descreve sua viagem
em busca da verdade, o líder de hoje também é instigado a
fazer essa viagem interior. É preciso despertar e trazer para a
consciência os processos sutis de natureza espiritual que
estão por trás da liderança servidora capaz de efetivamente
mobilizar pessoas na busca para cumprirem seu destino
maior, no nível pessoal e no desenvolvimento da organização
para a qual trabalham (e servem), a qual também tem seu
destino e missão a cumprir.
esperança
senso de coragem
realidade moral
C O N S I D E
R A Ç Õ E S
1. O Egotismo: A consciência
do próprio eu e sua
supervalorização. Isso
trouxe o desejo de assumir
novos poderes e de mandar,
No Egito dos regimes
bem como o desejo de
teocráticos havia uma
trabalhar em benefício
unidade social. As vidas
próprio, fazendo
política e cultural não
empalidecer as
estavam separadas e a
necessidades da sociedade
economia rudimentar era
perante aquelas vivenciadas
ainda “doméstica”. Já na
pelo indivíduo.
idade média, a cultura e a
2. O Racionalismo e o
política começaram a
Mecanicismo: Antigamente
andar em ruas separadas
a máquina estatal ainda
sem que, no entanto,
levava a marca do soberano,
houvesse uma economia e
hoje reina o anonimato
lhes dar respaldo. Aos
absoluto e o cidadão
poucos, a economia foi
transformou-se em um
tomando forma e passou a
número a ser computado.
ser a maior potência entre
3. A Economia: Era preciso
os três campos de atuação
sustentar todo o aparato
do homem na sociedade.
administrativo e militar. Os
Além disso, os Estados
governos e os grupos mais
medievais, e mesmo
próximos destes passaram a
aqueles do Renascimento,
influenciar e tomar medidas
tinham um caráter de
pelas quais pudessem
organismo e eram
angariar alguma vantagem
permeados por um
da economia do Estado. O
elemento religioso. Os
fator econômico-financeiro
Estados modernos
passou a dominar as
cortaram toda e qualquer
relações e os interesse
relação com o espiritual e
humanos sucumbiram à
vivem sob o mote lançado
pressão daquele. Os ideais
por Lutero de obediência
mais elevados de cultura e
ao “Príncipe” e aos poderes
desenvolvimento tiveram
públicos. Pode-se
que se retirar da vida
enumerar três
pública e se refugiar na
características básicas
esfera íntima de cada
desses Estados:
indivíduo.
Como sempre houve a perguntar “Quem sou eu?”
necessidades humanas a e encontrar suas próprias
serem supridas e bens respostas, o ser humano não
materiais apropriados para foi educado para a visão de
satisfazê-las, pode-se dizer “Ali está o outro; tenho que
que sempre houve uma respeitar a esfera da sua
economia. Mas somente personalidade!”. Desse erro
com o surgimento das de leitura nasceu uma crise
cidades e da produção em existencial na humanidade
escala industrial é que a que se arrasta desde então.
economia tomou o vulto Essa crise pode ser
que hoje percebemos no percebida nos seguintes
mundo moderno. Diluído aspectos:
nas aglomerações urbanas • A autoconsciência trouxe
e sem os vínculos mais para o indivíduo um
tradicionais, o ser humano sentimento do que seja a
moderno se viu obrigado a dignidade humana. O que
uma vida mais interior e a antes era aceito como uma
sua própria personalidade provação de Deus para se
ocupou um lugar cada vez alcançar melhores
maior na sua existência. A condições na vida do Além,
Revolução Francesa, com o já não faz mais sentido para
seu ideal de Liberdade, o homem moderno,
Igualdade e Fraternidade, principalmente depois de os
foi a primeira tentativa de filósofos e políticos
encontrar uma cantarem em alto e bom
configuração social mais som a necessidade da
adequada à consciência Igualdade;
individual adquirida pelo • Mesmo sem ter acesso
homem moderno. pleno à cultura, seja por
Infelizmente o conceito de preconceito das classes
Liberdade foi visto como a dominantes ou pelos preços
possibilidade exterior de se proibitivos, alguns
fazer o que quer, e não indivíduos da classe
como a possibilidade de trabalhadora conseguiram
uma educação interior que conhecimentos suficientes
resultasse no para perceber que haviam
desenvolvimento de um sido mantidos numa
livre arbítrio responsável.
Afinal, depois de aprender
classe inferior e começaram Observando as lideranças
a passar essas informações atuantes no século XXI, é
para outros, sendo que a possível perceber como os
argumentação deles nada arquétipos construídos ao
tinha de emocional, sendo longo da história da
altamente estruturada e humanidade ainda resistem.
lógica; Pode-se facilmente
Mal percebendo o que se reconhecer o faraó que tudo
passava na cabeça dos controla e tudo leva consigo
outros e vivendo num em sua queda; o imperador
mundo de sonhos e ilusões, que tem ao seu dispor os
a burguesia reinante destinos e vidas daqueles
prosseguiu proclamando que lhe servem; o guerreiro
seus valores altamente que enxerga todos como
humanos e cristãos. Isso foi inimigos potenciais e
imediatamente visto como a marcha demarcando seu
mais pura hipocrisia; território; o rei que é muito
• De uma condição de ser respeitado mas é facilmente
único e especial que surgiu dominado por interesses
dentro do ser humano, aos outros que não os de seus
poucos ele foi jogado para a súditos. Seriam esses tipos
vala dos anônimos. Passou a de liderança adequados aos
ser um vendedor de horas dias de hoje? O que o novo
de trabalho anônimo, estágio de consciência da
substituível por qualquer humanidade requer de seus
outra pessoa da mesma líderes? Quais são os
categoria; anseios humanos que a
• O trabalho faz parte da nova liderança tem que
esfera espiritual do ser responder?
humano. É lá que ele se
realiza e o que produz é
visto por ele como sua
própria obra. Ao
transformar o trabalho em
mero artigo de compra e de
barganha, a dignidade
humana que começava a ser
pressentida e desejada foi
esquecida.
B I B L I O
G R A F I A
COVEY, Stephen, Os 7 Hábitos das Pessoas muito Eficientes,
Ed. Best Seller
DRUCKER, Peter, Liderança para o Século XXI, Ed. Futura
GREENLEAF, Robert K., Servant Leadership, Paulist Press
HERSEY & BLANCHARD, Psicologia para Administradores, Ed.
Pedagógica e Universitária
HESSE, Hermann, Viagem ao Oriente, Ed. Civilização Brasileira
LANZ, Rudolf, Passeios através da História à Luz da
Antroposofia, Ed. Antropósofica
LASZLO, Ervin, Macrotransição – Desafios para o Terceiro
Milênio, Ed. Axis Mundi
McGREGOR, Douglas, O Lado Humano da Empresa, Ed.
Martins Fontes MOGGI,
Jair / BURKHARD Daniel, Como integrar liderança e
espiritualidade, Ed. Negócio
SENGE, Peter, A Quinta Disciplina
SENGE, Peter, e outros, A Dança das Mudanças, Ed. Campus