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PICADO

Picado é uma técnica de guitarra flamenca que consiste em tocar escalas,


notas repetidas e até arpejos utilizando os dedos da mão direita de forma alternada.
Em geral, esses dedos tocam os picados de forma apoiada ou apoyando, contudo é
possível fazê-los também sem apoio ou tirando.
Tradicionalmente a sonoridade do picado fica entre o staccato e o spiccato,
isto é, as notas são articuladas com durações curtas ou curtíssimas.
Violonistas brasileiros como Baden Powell, Raphael Rabello, Ulisses Rocha,
Yamandú Costa, Arthur Bonilla, entre outros, e guitarristas flamencos como Sabicas,
Manolo Sanlúcar, Juan Manuel Cañizares, Vicente Amigo, Gerardo Nuñez, Niño de
Pura, Jesus de Rosário, Antonio Rey, Grisha Goriachev, Javier Conde... atingiram
velocidades impressionantes ao picar. Todavia, foi nas mãos de Francisco Sanches
Gomez - Paco de Lucía, que esta técnica chegou ao ápice, atingindo velocidades
vertiginosas com potência e clareza das notas.
Não obstante, sempre é bom lembrar que o picado, assim como as demais
técnicas, são ferramentas e devem contribuir com o discurso musical. Elas são um
meio, e não fim.

1) Posicionamentos
Embora seja algo muito pessoal, há dois posicionamentos básicos de mão direita
para picar :

1a) Dedos levemente em pé ou esticados


Esta posição é associada a Sabicas, um dos pioneiros e mais importantes guitarristas
flamencos de todos os tempos. Ele é considerado um dos pilares do Flamenco, junto
com Niño Ricardo, Ramón Montoya e Paco de Lucía.
Utilizam essa posição: Moraíto, Paco Cepero, Vicente Amigo, Diego del Morao, Jesus
de Rosário, Aquilino Jimenez, Antonio Rey, Javier Conde, Pedro Sierra, Grisha...

1b) Dedos levemente curvados


Posição associada a Paco de Lucía.
Utilizam essa posição: Tomatito, Pepe Habichuela, Paco Peña, Gerardo Nuñez, Niño
de Pura, Raphael Rabello, Yamandú, Artur Bonilla, Juan Manuel Cañizares, Manolo
Sanlúcar...
2) Movimentos curtos
Uma das principais metas para o picado é a economia dos movimentos.

Como 1o exercício, as notas abaixo:

Devem soar assim:

Logo após o dedo médio tocar a corda, o dedo indicador deve repousar sobre
a mesma corda – cortando seu som.

Todos os exercícios de picado devem ser feitos buscando sempre tanger a


corda com o “mesmo lugar do dedo”.

3) Um dedo por vez


É importante trabalhar a musculatura de cada dedo, porém sempre tomando
cuidado para não se machucar. Se tiver qualquer dor, pare o exercício e veja onde
está tencionando demais. Diminua a velocidade, se necessário.
Este exercício auxilia a percepção do dedo guia, aquele sobre o qual serão
norteadas as explosões de velocidade.

Primeiro toque somente o dedo médio na 1a corda solta:

Na mesma velocidade, continuando o mesmo movimento, aproveite o retorno


do dedo e toque também para cima:

Repita os dois exercícios com o dedo indicador.


4) Dedo guia e Movimentos
Analisando o menor trecho de velocidade possível, dos dedos indicador e
médio, temos dois movimentos:

im ou mi

Pratique cada movimento separadamente para internalizá-los e lembre-se de


sentir o movimento antes mesmo de tocar.

4a) Movimento mi

Vamos fazer um exercício mental:


Imagine duas bolas pesadas caindo quase ao mesmo tempo. A primeira a cair
é o dedo m, a segunda é o i.
Antes de tocar, pense na imagem e no movimento que os dedos devem fazer,
depois “ensaie” o movimento na 1a corda solta, porém sem tocar de fato, isto é, só
encostando os dedos na corda.
Imagine que os dedos estão amarrados por uma corda e, à medida que o
primeiro se movimenta, o segundo é obrigado a segui-lo.
Relaxe os dedos imediatamente após o toque.

Toque:

Pratique até ficar natural e sem grande esforço e lembre-se de fazer movimentos
curtos

4b) Movimento im

Normalmente temos preferência por um dos movimentos i/m ou m/i.


Depois de ter praticado o exercício anterior, é possível que este movimento pareça
antinatural. Nossa missão é deixar os dois movimentos com o mesmo grau de
facilidade.
Imagine duas bolas pesadas caindo quase ao mesmo tempo. A primeira é o dedo i, a
segunda, o m.
Pense na imagem e no movimento que os dedos devem fazer.
“Ensaie” o movimento na 1a corda solta, só encostando os dedos. Imagine que os
dedos estão amarrados por uma corda e, à medida que o médio se movimenta, o
indicador deve segui-lo.
Relaxe os dedos imediatamente após o toque.
toque:
Esses movimentos devem ser interiorizados. Só prossiga depois de adquirir essa
naturalidade. Não tenha pressa!

Diminua o espaço de espera dos movimentos:

Agora intercale os movimentos: mi | im | mi | im ...

5) Sentindo o dedo guia


Depois de interiorizados os movimentos mi e im, vamos desenvolver
mais a percepção do dedo guia.
Buscando sentir somente o dedo médio, toque:

Continuando a “sentir” somente o dedo médio, acrescente o indicador no contra de


seus seus movimentos:

É importante que se preste atenção ao dedo guia, considere o dedo inserido


(indicador) como que “irrelevante”. Perceba que o dedo guia tocou duas vezes, isso é
que deve ser considerado.
A partir desse ponto, fica combinado que todos os exercícios feitos com m/i
DEVEM ser repetidos com i/m.
Agora vamos tocar 3 dedos guias e na sequência, inserir o indicador no contra dos
movimentos:
O dedo guia (médio) tocou somente 3 notas.
Ao inserir dois toques dedo indicador no contratempo do dedo guia, o total de
notas passou para cinco. Contudo, perceba que o dedo guia se manteve na mesma
velocidade, isto é, não se alteraram seus movimentos. Essa percepção contribuirá
para o desenvolvimento da velocidade ao picar.
Quando à quantidade de notas tocadas, podemos fazer a seguinte associação:

Número ímpar de notas


O toque é iniciado e finalizado sobre o dedo guia.
Exemplos:
3 notas  m-i-m ...........................2 toques do dedo guia
5 notas  m-i-m-i-m....................3 toques do dedo guia
7 notas  m-i-m-i-m-i-m............4 toques do dedo guia

Repare na relação da quantidade das notas e os toques do dedo guia. Por exemplo,
numa escala de 15 notas, o dedo guia tocaria 8 vezes, porém começando e
terminando sobre ele.

Número par de notas


O se inicia e termina em dedos diferentes.
A depender do caso, podemos iniciar com o dedo guia ou com o outro. O
melhor é testar.

6) Resistência
Este tópico serve para praticar a mira do dedo em relação à corda.
É necessário sempre tanger a corda com a mesma parte do dedo.
Um bom lugar é o espaço, isto é, o vão entre a unha e a carne.

Realize os exercícios sem pressa, prestando atenção no ponto exato do dedo


que tange a corda e na economia de movimentos.
7) Explosão de velocidade
Um dos exercícios mais utilizados para o desenvolvimento do picado é a
explosão. Consiste em tocar poucas notas com bastante velocidade, para ir
habituando os dedos com a movimentação.

7a) Cinco toques em todas as cordas:

7b) Cordas não vizinhas:

7c) Alternando cordas:


8) Sincronizando ME x MD
Depois de toda preparação da mão direita, temos o trabalho mais importante
– sincronizar as mãos, sem o quê, nada se faz.

8 a) Explosão de 3 notas
Utilizando os dedos 1 e 2 da mão esquerda, faça o movimento em todas as
cordas.

Utilizando o mesmo raciocínio, repita o exercício com os dedos 1 e 3; 1 e 4; 2


e 4; 3 e 4.

Depois de sincronizado, diminua o tempo de espera entre as explosões.

8b) 5 notas
A tabela abaixo contém sequências de dedos esquerdos que somam 5 notas.

a 0 1 2 3 4
b 4 3 2 1 0
c 1 2 4 2 1
d 1 3 4 3 4
e 2 1 4 2 1
f 3 1 3 4 3
g 4 3 1 3 4

8c) 9 notas
A tabela abaixo contém sequências de dedos esquerdos que somam 9 notas,
(5 dedos guia – lembre-se de perceber!).

a 1 2 1 2 4 2 4 2 1
b 4 3 4 3 1 3 1 3 4
c 3 4 3 1 3 4 3 1 3
d 2 4 2 1 2 4 2 1 2
8d) Sequências horizontais
1)

2)

3)

4)

5)

6)
9) Excertos musicais:

9a) “Entre dos águas 1” (Paco de Lucía):

Estude poucas notas por vez. Conforme vai ficando fácil, acrescente mais notas, aos
poucos. Sempre sinta o dedo guia, representado pelo sinal: >

outra:
Frase longa:

9c) Zyryab (Paco de Lucía)

outra:
9d) Czardas (V. Monti)
9e) Quando me lembro (Luperce Miranda)

9f – Madrugada

Obs.: para picado tradicional, utilize os dedos i/m ou m/i

9g – Panaderos

Obs.: para picado tradicional, utilize os dedos i/m ou m/i


10) Picado triplo
Este conceito vem da utilização de três dedos para picar. Usualmente esses dedos
são anelar, médio e indicador.

10a) Movimento circular

É o ato de tocar os dedos da mão direita direitos no sentido anelar médio indicador,
sempre nessa ordem e incessantemente. É um movimento bem confortável pois é o
mesmo do “fechar da mão”.
A partir de agora o chamaremos simplesmente de AMI.

Exercício preliminar 1 (AMI)

Preliminar 2 (IAM):

Preliminar 3 (MIA):
10b) Resistência para picado triplo

Este exercício deve ser repetido em todas as cordas e utilizado com as digitações:
ami – iam – mia

10c) Elasticidade

Estes movimentos consistem em fixar dois dedos tocando na mesma corda enquanto
outro toca em mais de uma.
10) Tema para prática: Pulando cerca
9e) Séries para sincronização das mãos

Estas séries servem para regular a velocidade e equilíbrio entre as mãos.


Somente passe para a próxima série depois estar conseguindo tocar bem a série
anterior.

Realize as séries também na vertical:

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