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INTERPRETAÇÃO DE HEMOGRAMA
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123p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-325-8
CDD 616.07561
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................7
4 PLAQUETAS ............................................................................................................................13
6 HEMATOPOESE .......................................................................................................................21
6.2.1 Plaquetas...................................................................................................................................26
7.4 COLORAÇÃO............................................................................................................................38
8 HEMOGRAMA ..........................................................................................................................39
12.5 LINFOCITOSE...........................................................................................................................55
12.7 TROMBOCITOSE......................................................................................................................58
12.10BASOPENIA ...............................................................................................................................61
12.11LINFOCITOPENIA OU LINFOPENIA..........................................................................................61
12.12TROMBOCITOPENIA OU PLAQUETOPENIA ...........................................................................62
12.13PANCITOPENIA .........................................................................................................................62
13 ANEMIAS ..................................................................................................................................64
14.1.3.2Hemoglobinopatia H................................................................................................................83
14.2.2Hemoglobinopatia C ..................................................................................................................88
1.6.1.2Tuberculose .............................................................................................................................104
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................122
6
1 INTRODUÇÃO
1.1 HEMATOLOGIA
O sangue é um tecido fluido, formado por uma porção celular que circula em
suspensão num meio líquido, o plasma.
Além da parte celular do sangue, a fase líquida desse também participa do valor do
hematócrito, como se observa em várias condições em que existe hemodiluição e
hemoconcentração.
10
3 GLÓBULOS BRANCOS
FIGURA 02 – (A) NEUTRÓFILO, (B) EOSINÓFILO, (C) BASÓFILO, (D) LINFÓCITO, (E)
MONÓCITO E (F) MACRÓFAGO 11
14
Durante a vida fetal a hematopoese ocorre inicialmente em ilhotas sanguíneas do saco
vitelino (até o segundo mês) e posteriormente no fígado e no baço (do segundo ao sétimo mês).
Essa função é progressivamente assumida pela medula óssea de praticamente todos os ossos
da criança, enquanto no adulto ocorre predominantemente no esterno, ossos da bacia, costelas
e nas vértebras. A medula óssea nos recém-nascidos é extremamente celular com presença de
raros adipócitos. Com o tempo, o espaço medular é preenchido por células gordurosas, e a
celularidade cresce progressivamente, sendo o declínio mais acentuado após os 70 anos. Esta
redução em indivíduos normais é consequência tanto da diminuição absoluta do tecido
hematopoético bem como do aumento da cavidade medular, devido à perda de substância
óssea: o espaço adicional é preenchido por adipócitos. Em crianças, a celularidade
(porcentagem de tecido hematopoético) da medula óssea é alta, variando de 60-100%,
diminuindo na segunda década de vida para 64-80%, aos 60 anos para 40% e para 20-30% aos
80 anos. A celularidade varia com o tipo de osso estudado, sendo maior nas vértebras em
relação à crista ilíaca e ao esterno. Do ponto de vista prático, o limite mínimo de celularidade
considerado normal é de 30%, com possíveis exceções para as crianças e idosos. Entretanto,
pacientes com osteoporose, mesmo jovens, podem apresentar porcentagem de tecido
hematopoético extremamente diminuída em consequência do aumento da cavidade medular e
não por diminuição da celularidade.
Nos adultos a medula óssea é o único local onde ocorre a hematopoese. Em várias
doenças, como nas anemias hemolíticas, a medula óssea gordurosa pode voltar a ser
substituída por tecido hematopoético, podendo ocorrer até nos ossos longos. Além disso, o
fígado e o baço também podem reassumir a função hematopoética fetal, o que é denominado
hematopoese extramedular. A presença de tecido hematopoético ativo fora da medula óssea é
denominado metaplasia mieloide, que pode ser um fenômeno compensatório ou indicar uma
proliferação primária (neoplásica). Em crianças, a metaplasia mieloide compensatória (ou
reacional) é a mais comum, mas em adultos a observação de tecido mieloide fora da medula
óssea, geralmente indica processo neoplásico.
FONTE: DE LIMA, G. C.
5.1 VOLUME SANGUÍNEO
Em um homem adulto normal, com peso corpóreo de 75 Kg, o volume total de sangue
é de, aproximadamente, 5.000 ml (62,4 ml/Kg de peso, ou seja, 4.680 ml). O volume total dos 16
eritrócitos corresponde a 28,2 ml/Kg de peso, ou 2.120 ml (na prática é considera-se como 2.000
ml).
Nas mulheres, esses valores são um pouco menores: 61,9 ml/Kg de peso corpóreo, ou
seja, 3.404 ml de volume sanguíneo total, considerando-se um peso médio de 55 Kg. Os
eritrócitos compreendem um volume de 1.390 ml ou 25,3 ml/Kg de peso. Também é possível
medir o volume total dos eritrócitos por meio de métodos que marcam essas células com o
isótopo radioativo.
17
O plasma humano é composto, em sua maior parte, por água. Além da água, estão
presentes no plasma componentes orgânicos e inorgânicos e lípides. As proteínas
compreendem os componentes mais importantes. Representa uma mistura importante complexa
de mais de 100 tipos diferentes de proteínas.
Dessas, a albumina é das mais importantes, por contribuir mais acentuadamente para
a manutenção da pressão osmótica coloidal.
18
20
FONTE: http://contenidos.educarex.es/cnice/biosfera/alumno/3ESO/aparato_circulatorio/Dibujos/Circul5-1-1.jpg - em
20/05/2010.
6 HEMATOPOESE
FIGURA 07 – HEMATOPOESE
Em condições normais um adulto produz cerca de 200 bilhões de hemácias por dia,
substituindo número equivalente de células destruídas diariamente, para manter assim estável a
massa total de hemácias do organismo. A proporção de hemácias produzidas e destruídas
diariamente corresponde aproximadamente 0,83% do total, e em condições normais, essa
produção ocorre exclusivamente na medula óssea.
FIGURA 08 – DIFERENCIAÇÃO ERITROCITÁRIA
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Após o período embrionário e fetal, e eritropoese pode ocorrer fora da medula óssea
em duas circunstâncias: resposta a um estímulo proliferativo intenso (como em anemias
hemolíticas) ou como parte de um quadro de proliferação neoplásica do tecido mieloide. Em
anemias hemolíticas, os níveis elevados de eritroetina podem levar à substituição da medula
gordurosa por medula ativa, inclusive nos ossos longos, expandindo a produção de hemácias até
6-7 vezes acima de sua taxa habitual. O estímulo persistente pode fazer aparecer tecido eritroide
no baço, fígado e, eventualmente, em outros locais do organismo. Particularmente em
talassemias intermediárias têm sido descritas massas paravertebrais e musculares de tecido
eritroide, algumas vezes determinando sintomas compressivos. Nas síndromes
mieloproliferativas, como mielofibrose e policitemia vera, a eritropoese acompanha a metaplasia
mieloide, em especial no fígado e baço, não tendo papel compensatório.
O principal fator que regula a emissão dos eritrócitos para o sangue é o nível das
trocas de gases que ocorre entre as células e os tecidos. Logo, a oxigenação dos tecidos regula
a produção dos glóbulos vermelhos pela medula óssea.
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Em condições de baixa tensão de oxigênio ocorre estímulo para a eritropoese,
enquanto o aumento da tensão de O2 a deprime.
Um dos melhores exemplos dessas situações é o que ocorre com os indivíduos que
habitam regiões elevadas. A baixa pressão de O2 nesses locais faz os eritrócitos absorverem
avidamente esse gás. Como resultado, menor quantidade de O2 chega aos tecidos. A hipoxia
nesse nível leva ao aumento da massa eritrocitária como tentativa de melhorar o transporte de
O2 até as células tissulares.
A maturação dos eritroblastos, desde as fases mais imaturas até a formação dos
reticulócitos, é estipulada em torno de cinco dias.
26
As células mais jovens dessa série são menores, e geralmente não é fácil o seu
reconhecimento. Os megariócitos se caracterizam pela extrema lobulação do seu núcleo, que vai
tornando-se poliploide à medida que a célula amadurece. De modo geral, os megacariócitos
jovens são menores e seus núcleos, menos lobulados.
6.2.1 Plaquetas
São células, na verdade incompletas, pois carecem de material nuclear. Apresentam
de 3 a 4 u de tamanho (no maior diâmetro) e cerca de 1u de espessura. Têm, portanto, uma
forma lenticular e bastante variável. Quando são examinadas em microscópio óptico, tingidas por
corantes panóticos, têm aspecto pouco preciso.
As plaquetas são ricas em glicogênio, daí se corarem muito bem pelo PAS. Contêm
enzimas hidrolíticas, localizadas em formações consideradas de natureza lisossomal. Coram-se
bem pela reação da alfa-naftil-acetato esterase, assim como também os megacariócitos. Contêm
menor teor de fosfatase ácida e de fosfatase alcalina.
O termo leucócito significa célula branca. Sob essa denominação incluem-se vários
tipos de células que, morfológica e funcionalmente, diferenciam-se entre si.
No adulto normal, 50 a 70% dos leucócitos circulantes são neutrófilos, 20 a 45% são
linfócitos e os restantes 5 a 10% são monócitos ou eosinófilos. Os basófilos são infrequentes. Os
granulócitos e monócitos fluem em apenas uma direção. As novas células são produzidas na
medula óssea, e liberadas no sangue circulante, depois de um breve estágio no sangue, passam
para os tecidos. Uma vez nos tecidos, eles não voltam mais para o sangue. Os linfócitos, ao
contrário, particularmente os
linfócitos T, constantemente se movem para dentro e para fora do sangue circulante e dos
tecidos linfoides periféricos.
Os estímulos para a diferenciação das células pluripotentes são específicas para cada
linhagem hematopoética. As hemorragias, por exemplo, atuam estimulando a eritrocitogênese,
assim como a plaquetogênese, no nível de medula óssea. Ambientes com baixa pressão de
oxigênio levam ao aumento de eritrócitos na circulação e à hiperplasia de eritroblasto na medula
óssea.
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Neutrófios
São os leucócitos mais abundantes no sangue periférico de adultos. Os neutrófilos
maduros são células altamente especializadas no exercício da fagocitose e destruição
intracelular de bactérias, principalmente por mecanismos que envolvem a ativação de
peroxidação e uso de proteínas de seus grânulos e citoplasma como lisozimas, defensinas,
proteínas catiônicas, entre outras. A produção e circulação de neutrófilos, sua migração para os
tecidos e a fagocitose de bactérias são razoavelmente bem conhecidos e servem como modelo
da dinâmica dos granulócitos.
Eosinófilos
Eosinófilos representam até 3 – 5% dos leucócitos em circulação. São caracterizados
pelo seu núcleo bilobulado e numerosas granulações alaranjadas no citoplasma, esses são ricos
em peroxidase, arilsulfatase, fosfatase ácida e fosfolipase, mas não contêm fosfatase alcalina e
nem lactoferrina.
Os eosinófilos têm uma atividade proinflamatória e citotóxica considerável, participando
da reação e patogênese de numerosas doenças alérgicas, parasitárias e neoplásicas.
Basófilos
Basófilos são os grânulos mais escassos do sangue e caracterizam-se pela presença
de grandes grânulos metacromáticos que são ricos em histamina, serotonina, sulfato de
condroitina e leucotrienos. Os basófilos têm similaridades funcionais com os mastócitos, mas são
células distintas: os mastócitos são células do tecido conjuntivo que não entram em circulação e
não são relacionados com os basófilos quanto à origem: seus grânulos são menores mais
abundantes do que os basófilos.
6.3.2 Linfócitos
Os linfócitos que fazem parte do sistema imune têm como função principal defender o
organismo contra infecções. Ocasionalmente, podem agredir o próprio organismo, causando
doenças autoimunes.
Linfócito B
Os linfócitos B são inicialmente produzidos no saco vitelino, posteriormente, durante a
vida fetal, no fígado e finalmente na medula óssea, em íntima proximidade com as células do
estroma. Um
dos marcadores mais precoce da linhagem B é o CD19 de membrana que continua a expressar
em todas as fases intermediárias de maturação, desaparecendo apenas nos plasmócitos, células
especializadas na produção de imunoglobulinas.
A célula B é ativada quando exposta a um antígeno que ela conhece. Isso resulta,
presumivelmente, da ligação cruzada pelo antígeno dos sítios de reconhecimento antigênicos da
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superfície (imunoglobulinas).
Linfócitos T
Ao contrário dos linfócitos B, os precursores T deixam a medula óssea e entram no
timo, onde continuam com seu programa de diferenciação que incluem o rearranjo dos genes
responsáveis pelos receptores de célula T (TcR), que ocorre de maneira similar ao das
imunoglobulinas. No timo, esses precursores CD7+ sofrem um processo de maturação, que é
extremamente complexo e resulta na formação de um repertório de células T funcionais.
A passagem dos precursores T pelo timo tem duas funções: a produção de células T
maduras e a seleção de clones não autorreativos. Nesse processo, existe uma seleção positiva
de linfócitos T e a seleção negativa de clones autorreativos.
34
FIGURA 11 - DIFERENCIAÇÃO DOS FAGÓCITOS MONONUCLEARES
6.4 APOPTOSE
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O termo apoptose significa morte celular. Trata-se de um processo biológico pelo qual
as células são fisiologicamente mortas, a fim de serem substituídas por outras normais.
A apoptose difere da necrose pelo fato dessa não ser um processo fisiológico, ao
contrário, acarreta reações no organismo de tipo inflamatório mais ou menos acentuado.
7.1 COLETA
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7.2 ANTICOAGULANTE
Por sua ação quelante ao Cálcio e impedir a agregação plaquetária, o EDTA (Ácido
Etilendiaminotetracético) é o anticoagulante de escolha para o hemograma, sendo o EDTA
tripotássico (EDTA K3) preferível sobre o dipotássico e sobre o dissódico, por ser mais solúvel
no sangue. Para que todo o Cálcio presente na amostra seja quelado pelo anticoagulante e todo
o anticoagulante seja neutralizado pelo Cálcio, recomenda-se utilizar 2 mg de EDTA para cada
ml de sangue. No comércio, encontra-se EDTA a 10%.
7.3 EXTENSÃO SANGUÍNEA
Os dados quantitativos dos leucócitos costumam variar dentro de certos limites que
devem ser estabelecidos como padrões normais para determinados grupos humanos. 40
Idade do indivíduo;
Sexo;
Condições físicas no momento da coleta de sangue: repouso, exercício físico,
condições emocionais como estresse ou depressão psíquica, período do dia (pré ou pós-
prandial), presença de gestação ou de menstruação;
Condições do meio ambiente: calor, frio, altitude.
O número global de leucócitos circulantes era determinado em contagem manual a
partir do sangue colhido da veia ou do sangue de picada do dedo com lanceta apropriada. A
amostra de sangue era colhida, corada e diluída com líquido apropriado para ser feita a
contagem em câmera (Neubauer). Todos os leucócitos eram contados desse modo, expressava-
se o resultado em certo número de leucócitos/ mm3.
Nem sempre é fácil distinguir uma reação leucemoide granulocítica de uma leucemia
mieloide (ou granulocítica) crônica. As células presentes nos dois casos podem ter morfologia
semelhante.
Entretanto, as células maduras da leucemia mieloide crônica (LMC) têm, entre outras
anomalias, deficiência de uma enzima citoplasmática, a fosfatase alcalina.
Na reação leucemoide a enzima está presente, sendo muito positiva nas células
maduras granulocíticas, especialmente o segmento neutrófilo, pois tais células são
absolutamente normais.
Outras vezes, essas reações não são secundárias a infecções, mas sim à presença de
substâncias no sangue ainda não totalmente definidas e que atuam como agentes estimulantes
querem da granulocitopoese ou linfocitopoese. É o caso de alguns tumores cujas células são
capazes de secretar substâncias que atraem as células leucocitárias para a circulação e
provocam a sua proliferação na medula óssea, levando o aumento no sangue periférico.
Além disso, agentes físicos, como, por exemplo, as radiações, diversos parasitas ou a
proliferação de um tecido estranho na medula óssea, podem modificar profundamente as
condições de desenvolvimento normal das células presentes na medula, consequentemente
43
repercutindo de modo negativo sobre o contingente de células circulantes.
10 FÓRMULA ERITROCITÁRIA OU ERITROGRAMA
Valores normais:
Homens: 4.500.000 a 5.500.000 ou 4,5 a 5,5 X 106 mm3.
Mulheres: 4.000.000 a 5.000.000 ou 4,0 a 5,0 X 106 mm3.
Dosagem de hemoglobina: é a quantidade da massa de hemoglobina presente nos
eritrócitos em determinado volume de sangue, deve-se liberar o resultado em g/dl.
Valores normais:
Homens: 14 a 18 g/dl.
Mulheres: 12 a 16 g/dl.
Crianças até 1 ano: 11 a 12 g/dl.
Recém-nascidos: 14 a 19 g/dl.
Valores normais:
Homens: 40 a 50 %
Mulheres: 35 a 45 %
45
Leitura do capilar em régua apropriada após centrifugação em microcentrífuga.
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12 ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS
12.1 POLIGLOBULIA
FIGURA 13 – NEUTRÓFILO
51
12.3 EOSINOFILIA
52
FIGURA 14 – EOSIONÓFILO
Em alguns pacientes com eosinofilia e infiltrado pulmonar não consegue encontrar uma
condição subjacente clara, a maioria deles apresenta uma síndrome de causa desconhecida
denominada pneumonia eosinofílica. A radiografia do tórax mostra um infiltrado periférico, e há
resposta usual à corticoterapia. A combinação do aspecto radiológico característico com a
eosinofilia tem sido considerada suficiente para diagnóstico, ao passo que, na minoria dos
pacientes sem eosinofilia, deve-se fazer uma biópsia pulmonar para estabelecer o diagnóstico.
12.4 BASOFILIA
FIGURA 15 – BASÓFILO
12.5 LINFOCITOSE
56
A linfocitose pode ocorrer sem alterações citológicas. Isso é o habitual quando resulta
da redistribuição dos linfócitos (por exemplo, após o exercício ou injeção de adrenalina, ou como
uma resposta aguda ao estresse grave), nas anormalidades endócrinas e na linfocitose
infecciosa aguda. As alterações citológicas também são incomuns na linfocitose da coqueluche,
mas, às vezes, estão presentes células clivadas, lembrando as do linfoma folicular. Em outras
infecções bacterianas e virais, são frequentes pequenas alterações dos linfócitos, como nucléolo
visível ou amplificação do citoplasma basófilo, denominadas alterações reacionais.
12.6 MONOCITOSE
58
12.7 TROMBOCITOSE
59
FIGURA 18 – PACIENTE COM TROMBOCITOSE
12.9 EOSINOPENIA
Eosinopenia é a redução da contagem de eosinófilos abaixo da que seria esperada em
um indivíduo sadio, da mesma idade. A eosinopenia raramente é notada na distensão sanguínea
de rotina, pois não pode ser detectada à contagem diferencial convencional de 100 leucócitos,
uma vez que o eosinófilo é uma célula de baixa percentagem, e os limites de referência incluem
o zero. Desde a introdução das contagens diferenciais automatizadas, a eosinopenia é
observada com uma frequência bem maior, mas, por tratar-se de uma anormalidade inespecífica 61
comum, a detecção não tem grande importância clínica.
12.10 BASOPENIA
12.13 PANCITOPENIA
Hemograma
Quando a etiologia não é óbvia pela história, a distensão sanguínea deverá ser
cuidadosamente examinada, à procura de blastos, aspectos displásicos nas três séries, células
linfomatosas, hairy cells, células de mieloma, rouleaux, macrócitos, neutrófilos
hipersegmentados, eritroblastos e granulócitos imaturos. Os blastos devem ser procurados ao
longo dos bordos
13 ANEMIAS
As anemias são provocadas por vários fatores e são classificadas segundo dois
critérios: morfológico e cinético ou fisiológico.
66
FIGURA 21 – MACROCITOS
67
FIGURA 23 – ESTOMATÓCITOS
FIGURA 24 – ACANTÓCITOS
68
69
FIGURA 30 – ESFERÓCITOS
70
Outros termos são usados para identificar alterações qualitativas dos eritrócitos:
73
Hemograma
Os pacientes com deficiência de ferro não raro apresentam trombocitose, o que pode
resultar da própria deficiência de ferro, de perda sanguínea ou de uma doença maligna
subjacente. Na deficiência severa de ferro, a contagem plaquetária às vezes é baixa. Em até
10% dos pacientes podem ocorrer leucopenia, trombocitopenia. Em certas ocasiões, estão
presentes neutrófilos hipersegmentados, os quais não são necessariamente indicativos de
deficiência coexistente de folato ou vitamina B12. Nas regiões geográficas onde há
ancilostomose, a eosinofilia é sugestiva desta causa para a deficiência de ferro.
Anemia da(s) doença(s) crônica(s) (ADC) é o termo usado para descrever a anemia
que resulta de infecção ou inflamação crônica, ou de uma doença maligna, e que se caracteriza
por baixa de ferro sérico e incorporação defeituosa do ferro à hemoglobina, apesar de haver
estoques adequados de ferro na medula óssea, e uma resposta inadequada de eritropoetina à
anemia. As manifestações clínicas devem-se à doença causal e/ou à própria anemia.
FIGURA 33 – ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA.
75
Hemograma
Hemograma
77
A β-talassemia minor ocorre virtualmente em todos os grupos étnicos, mas é rara nos
indivíduos brancos de origem norte-europeia. É comum na Grécia e na Itália, onde a prevalência
semelhante em Chipre, tanto entre cipriotas gregos como turcos. Em algumas regiões da Índia e
da Tailândia, assim como em outras partes do sudeste da Ásia, a prevalência chega a variar de
5 a 10%. Nos negros americanos são aproximadamente 0,5%, e nos antilhanos, de
aproximadamente 1%.
O estado heterozigótico para a β-talassemia costuma ser clinicamente inaparente, daí
a propriedade da designação B-talassemia minor. Alguns pacientes têm discreta esplenomegalia
ou sintomas e sinais decorrentes da anemia. Uma deficiência adquirida de atividade da
pirimidina 5, nucleotidase é comum, possivelmente decorrente de dano oxidante aos eritrócitos.
78
FIGURA 35 - β-talassemia minor
Hemograma
O diagnóstico do traço talassêmico é mais difícil em gestantes por dois motivos: (i) os
índices eritrocíticos são menos característicos, pois a hemodiluição, um efeito fisiológico da
gravidez, baixa E, Hb e Hct; na gestante com traço β-talassêmico a Hb pode cair a 5 a 6 g/dl. O
aumento do VCM que ocorre na gravidez também contribui para que os índices eritrocíticos
sejam menos característicos do que fora da gravidez. (ii) Há aumento de incidência da anemia
ferropênica durante a gravidez e, quando as duas condições coexistem, o diagnóstico é mais
complicado.
14.1.2.2 β -talassemia maior
Hemograma
A anemia é grave com hemoglobina muito baixa. Às vezes, até de 2 a 3 g/dl. A
distensão sanguínea mostra anisocitose e pecilocitose extremas; os pecilócitos incluem
eritrócitos em alvo, eritrócitos em forma de lágrima, eliptócitos, fragmentos e muitas células de
forma bizarra. A hipocromia é evidente, mas a microcitose nem sempre é tão óbvia, pois os
eritrócitos são muito achatados, com diâmetro maior do que o esperado para o volume. Há
pontilhado basófilo e corpúsculos de Pappenheimer. Às vezes, algumas células possuem 81
inclusões com as mesmas características de coloração da hemoglobina: são precipitadas de
cadeias a em excesso, e são mais bem notadas nas preparações para corpos de Heinz.
Eritroblastos são frequentes: são micronormoblásticos e mostram aspectos diseritropoéticos,
hemoglobinização defeituosa e corpúsculo de Pappenheimer. Frequentemente há leucocitose
neutrófila e, nas crianças pequenas, linfocitose. A contagem de plaquetas pode estar normal ou
aumentada. Na doença avançada, com pronunciada esplenomegalia, a contagem de plaquetas
cai.
Hemograma
Os índices hematimétricos de indivíduos com apenas dois α-genes são próximos aos
da β-talassemia minor. Os índices em indivíduos com três α-genes (em vez dos quatro usuais)
costumam ser normais ou quase normais, no último caso sobrepondo-se em parte aos índices
dos que têm dois genes.
14.1.3.2 Hemoglobinopatia H
Hemograma
84
O diagnóstico da hemoglobinopatia H pode ser suspeitado a partir da distensão
sanguínea e dos índices hematimétricos. Há anemia moderada, com Hb de 6 a 10 g/dl, que
baixa mais na gravidez, em infecções intercorrentes e após exposição a drogas oxidantes. A
distensão sanguínea mostra hipocromia acentuada, microcitose e pecilocitose, incluindo,
eritrócitos em alvo, eritrócitos em lágrima e eritrócitos fragmentados. Há pontilhado basófilo,
policromatocitose e reticulcitose.
14.2 HEMOGLOBINOPATIAS
Hemograma
Alguns indivíduos, embora homozigotos para βS, têm Hb normal ou quase normal e
poucos sinais ou sintomas de drepanocitose; são principalmente árabes, com uma percentagem
extraordinariamente alta de hemoglobina F, que melhora a condição. Nesses indivíduos, as
alterações morfológicas podem ser discretas. Quando o traço da α-talassemia coexiste com a
drepanocitose, há diferenças sutis nos índices hematimétricos, mas apenas quando são
avaliados grupos de pacientes. A distinção individual é impossível apenas pelo quadro
hematológico. No grupo com coexistência do traço α-talassêmico, a Hb média e a contagem de
eritrócitos são mais altas, ao passo que o VCM, a HCM, a CHCM, a contagem de reticulócitos, o
grau de policromatocitose e o número de drepanócitos são menores.
14.2.2 Hemoglobinopatia C
Hemograma
Costuma haver anemia de leve a moderada. A distensão sanguínea mostra grande
número de eritrócitos em alvo e de células irregularmente contraídas; essas lembram esferócitos,
mas uma inspeção mais rigorosa mostra que a maioria tem forma irregular. Pode haver
policromatocitose e alguns eritrócitos nucleados. Em alguns pacientes, há hipocromia e
microcitose. Cristais de hemoglobina C não são comuns, porém, quando presentes, são
suficientemente característicos para confirmar a presença dessa hemoglobina; são romboides, 89
com lados paralelos e extremidades triangulares ou obliquamente inclinadas. Estão em geral
contidos em uma célula que parece desprovida de hemoglobina. Uma minoria dos pacientes
apresenta alterações sanguíneas menos evidentes, com baixo número de eritrócitos em alvo e
de células irregularmente contraídas.
14.2.3 Hemoglobinopatia E
Hemograma
90
Hemograma
FIGURA 39 – MACROCITOSE
92
Os achados clínicos nos pacientes com falta de vitamina B12 ou de ácido fólico são os
usuais de anemia, mas pode manifestar-se, também, glossite, esplenomegalia leve e icterícia,
essa como consequência da eritropoese ineficaz. Os pacientes com falta de vitamina B 12 podem
sofrer, ainda, de atrofia óptica, demência, neuropatia periférica e degeneração combinada das
fibras sensitivas da medula espinhal, causando paraparesia e diminuição da sensibilidade
proprioceptiva; alguns pacientes são assintomáticos, com o diagnóstico sendo feito por acaso,
ao examinar-se o sangue por outro motivo.
Hemograma
Sempre que há encurtamento da vida média dos eritrócitos no sangue, a medula óssea
procura suprir a perda das células maduras circulantes, trabalhando em ritmo acelerado. O
número dos precursores eritroblásticos aumenta muito, chegando a alcançar níveis de 5, 8 ou
mais vezes o número normal, desde a função medular permaneça preservada. Quando a
hiperprodução medular não consegue mais equilibrar o ritmo de destruição, aparecem os
sintomas de anemias. Na tentativa de suprir a perda de eritrócitos destruídos, a medula óssea
pode chegar até a falência, caracterizando-se a crise aplásica de uma anemia hemolítica.
Admite-se que os eritrócitos tenham vida média de quatro dias, dos quais três são
passados na medula óssea (maturação) e apenas um em circulação no sangue periférico.
Essas células têm morfologia mais ou menos características. São maiores, mais
hipocrômicas e policromáticas do que os reticulócitos que aparecem em condições normais.
O VCM, que costuma ser normal, pode estar diminuído, se muitos esferócitos
circulantes, e pode aumentar, se existir macrocitose ou grande porcentagem de reticulócitos.
99
Pode-se avaliar o grau de anisocitose pelo histograma dos eritrócitos.
Hemograma
A anemia aplástica pode ser: (I) um efeito proporcional à dose de irritação ou de certas
drogas e agentes químicos, (II) uma reação idiossincrática a uma droga, e (III) o resultado de 100
infecção por certos vírus, particularmente hepatite não A, não B, não C ou, em pacientes com
imunidade defeituosa, o vírus de Epstein-Barr. Em muitos casos a causa permanece obscura,
são classificados como idiopáticas. A anemia aplástica pode ser mortal, a morte sobrevém por
infecção ou hemorragia. Nos pacientes que sobrevivem, por exemplo, com tratamento
imunossupressivo, podem surgir hemoglobinúria paroxística noturna, SMD e LMA.
Hemograma
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103
16.1.2 Tuberculose
Hemograma
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Pacientes com infecção pelo HIV também estão sujeitos a complicação iatrogênicas,
incluindo macrocitose e pancitopenia causada por zidovudina, neutropenia por ganciclovir e
anemia hemolítica pela ação da oxidante da dapsona.
Em pacientes com infecção pelo HIV crônica as contagens automatizadas com a série
Bayer H.1 podem mostrar aumento da atividade peroxidase dos neutrófilos e uma baixa
densidade nuclear, vista pela diminuição do índice de lobularidade. Os dois aspectos sugerem
granulocitopoese displásica.
16.2.3 Outras Infecções virais
As infecções virais podem ser agudas ou crônicas, produzindo efeitos variados sobre
as células sanguíneas. 109
Hemograma
Os efeitos da infecção viral crônica variam com o vírus. Pode haver aumento dos
linfócitos grandes e granulares. Na infecção crônica com o HTLV-I, pode haver linfocitose com
ocasionais linfócitos atípicos, inclusive alguns com núcleo em trevo. Indivíduos
imunologicamente incompetentes (por exemplo, com infecção pelo HIV) ou sob
imunossupressão iatrogênica, podem manter infecções crônicas pelo parvovírus, que provoca
uma aplasia eritroide pura durável. A hepatite viral, particularmente a não A, não B e não C pode
ser seguida por anemia aplásica. Pacientes com infecção crônica por qualquer um dos vírus da
hepatite podem apresentar anormalidades hematológicas em razão da hepatopatia crônica e ao
hiperesplenismo, enquanto pacientes com hepatite C podem desenvolver crioaglobulinemia.
110
111
As reações leucemoides raramente simulam a leucemia mieloide crônica, pois esta tem
um espectro característico de alterações quase nunca encontrado em condições reacionais. As
leucemias mieloides com maior probabilidade de serem simuladas por uma reação leucemoide
são LMA, a leucemia mieloide crônica atípica da Filadélfia-negativa (aLMC), a leucemia
mielomonocítica crônica (LMMC), a leucemia mielomonocítica infantil (iLMM) e leucemia
neutrofílica. As causas de reações leucemoides mieloides incluem estímulos graves à atividade
da medula óssea, como uma infecção bacteriana séria, tuberculose, algumas viroses,
hemorragia e carcinoma ou outra doença maligna. Reações leucemoides em recém-nascidos
podem ser resultados de sífilis congênita e, nos bebês, consequência da síndrome
trombocitopenia com ausência dos rádios, em particular quando complicada por hemorragia.
Mieloma múltiplo e outras neoplasias plasmocíticas podem complicar-se em reações
leucemoides neutrófilas. Reações leucemoides podem decorrer do uso de fatores de
crescimento, como o fator estimulante de colônias granulocíticas (G-CSF) ou o fator estimulante
de colônias granulocíticas-macrofágicas (GM-CSF), e IL-3, se a história clínica não for conhecida
pela equipe laboratorial, pode haver confusão com LMMC, aLMC ou leucemia eosinofílica. Em
alguns casos, pode haver até 30% de mieloblasto no leucograma, assemelhando-o ao de LMA.
A secreção de G-CSF por um tumor pode causar reação leucemoide similar. Várias infecções
em crianças podem causar reações passíveis de confusão com a iLMMC, entre outras, 112
histoplasmose, toxoplasmose e infecção por micobactérias, EBV, CMV e vírus humano 6, além
de parvovírus B19. O hemograma na osteopetrose pode similar iLMM.
Os aspectos úteis para fazer a distinção entre uma leucemia e uma reação leucemoide
incluem a presença de granulações tóxicas e vacuolização, assim como a preponderância de
células mais maduras (na reação leucemoide), neutrófilos hipogranulares e um número
desproporcional de mieloblasto (em muitas leucemias). Um baixo escore de LAP é fortemente
favorável ao diagnóstico de leucemia, pois está quase invariavelmente elevado nas reações
leucemoides. Se forem observados bastões de Auer nas células blásticas, pode-se fazer com
segurança o diagnóstico de leucemia ou síndrome mielodisplásica.
Hemograma
A maioria dos pacientes apresenta blastos leucêmicos no sangue periférico. Podem ser
mieloblasto, monoblasto, megacarioblasto ou uma população mista. Podem ser vistas algumas
células em maturação, em sua maioria promielócitos. Em alguns pacientes, a célula
predominante é um promielócito anormal. A maioria dos pacientes é neutropênico, mas em
alguns tipos de LMA há uma diferenciação do clone leucêmico, com consequente neutrofilia ou,
com menos frequência, eosinofilia. A maioria dos pacientes apresenta anemia normocítica
normocrômica ou, se tiver ocorrido antes uma síndrome mielodisplásica (SMD), uma anemia
macrocítica. A maioria dos pacientes é trombocitopênico, mas um pequeno número apresenta
contagem de plaquetas normal ou até mesmo trombocitose. As células do sangue periférico
apresentam aspecto displásico semelhantes aos das SMD. Em uma minoria de pacientes há 115
citopenia, geralmente pancitopenia, sem células imaturas circulantes.
As várias leucemias crônicas de origem mieloide diferem da LMA por haver maturação
celular com produção efetiva de granulócitos. Aproximadamente 95% dos casos enquadram-se
na doença padrão do grupo, a entendida com a denominação “Leucemia mieloide (ou
mielocítica) crônica (LMC)”, consagrada pelo uso, que se associa a uma translocação específica
que dá origem ao cromossomo Filadélfia (Ph). O termo “leucemia agranulocítica crônica para
essa entidade teria a vantagem de não ser ambíguo, já que “leucemia mieloide crônica” também
se aplica à designação do grupo, incluindo as variantes Ph negativas, mas esse termo não teve
aceitação. Os demais distúrbios do grupo incluem a leucemia neutrofílica crônica e a leucemia
eosinofílica crônica. Outras proliferações mieloides crônicas – a leucemia mieloide crônica
atípica, a leucemia mielomonocítica crônica (LMMC) e a leucemia mielomonocítica infantil,
constituem um grupo de distúrbios mielodisplásicos/mieloproliferativos da classificação da OMS.
16.4.2.1 Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
Hemograma
A maioria dos pacientes com LMC, ao diagnóstico, já apresenta sintomas e está com a
doença claramente estabelecida. Um número crescente, entretanto, está sendo diagnosticada
por hemograma feito por motivo fortuito, em estado ainda assintomático. Alguns pacientes que
desenvolveram a doença enquanto estavam sendo monitorizados hematologicamente por outras
causas permitiram definir aos primeiros estágios da doença. Os primeiros aspectos detectáveis
no sangue periférico são o aumento da contagem de basófilos, trombocitose e baixo escore de
LAP. Depois, elevam-se as contagens de neutrófilos e de leucócitos, aparecendo um pequeno
número de células imaturas. Com a elevação progressiva da contagem de leucócitos que se
segue, há um aumento progressivo e constante da porcentagem de células imaturas.
Hemograma
Tanto as leucemias linfoides crônicas como os linfomas são neoplasias linfoides. Por
definição, nas leucemias linfoides crônicas há células leucêmicas circulantes, enquanto os
linfomas envolvem, principalmente, os linfonodos e outros tecidos. Contudo, os linfomas podem
apresentar uma fase leucêmica, tanto inicialmente como durante a progressão da doença. O
termo “distúrbio (ou síndrome) linfoproliferativa” inclui tanto as leucemias como os linfomas. A
citologia é muito útil para o diagnóstico diferencial desses problemas, mas nem sempre é
possível chegar ao diagnóstico definitivo com base apenas nos aspectos citológicos. O
diagnóstico deve basear-se nos aspectos clínicos, no hemograma, na citologia e no
imunofenótipo, quando necessário, complementado com análise citogenéticas e moleculares.
Em alguns casos, também é necessário o exame histopatológico da medula óssea ou dos
linfonodos. Aqui serão discutidos em detalhes apenas os aspectos do sangue periférico.
Alguns casos de LLC são diagnosticados quase que por acaso, após realização de um
120
exame hematológico, sem que haja sintomatologia clínica alguma. Outras vezes, o quadro
clínico é severo, ocorrendo anemia grave, icterícia, hepatoesplenomegalia e adenomegalia
generalizada. A doença tem caráter lento e progressivo, podendo ser detectada em várias fases
de sua evolução natural.
Hemograma
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Há leucocitose variável, dependendo do estágio da doença. Os linfócitos costumam
estar aumentados em valor absoluto, sendo muitas vezes indistinguíveis das células normais
presentes nas reações linfocitárias benignas (viroses). A causa da linfocitose está ligada mais ao
acúmulo de linfócitos na circulação do que ao aumento de produção, visto que são células de
atividade cinética pequena, com índice mitótico muito baixo. Os blastos circulantes são raros e
há formas intermediárias (prolinfócitos). A morfologia pura não permite diferenciar a LLC tipo B
da LLC tipo T, embora a basofilia citoplasmática fale a favor da linhagem B. A anemia e a
plaquetopenia podem estar presentes. Quando a anemia é tipo hemolítico, são encontrados
esferócitos e eritroblastos circulantes em porcentagem variável.
BAIIN, B. J.; FAILACE, R. Células Sanguíneas: Um guia prático. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
2004.
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______. Atlas de Hematologia: clínica hematológica ilustrada. Rio de Janeiro: Guanabara K.,
2006.