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INTERPRETANTE

A pessoa que interpreta um texto. Trata-se de uma designação típica do léxico semiótico,
sinónima ou próxima de leitor, hermeneuta, crítico ou intérprete, nas suas designações mais
tradicionais. No processo semiótico, o conceito de interpretante, distinto do indivíduo que
interpreta, está reservado ao hábito colectivo de interiorização de um signo ou do que ele
significa. O desenvolvimento tecnológico e das sociedades obriga sempre a uma renovação
dos signos e da forma como os concebemos ou interpretamos em função de situações
concretas. Na sua teoria sobre a função dos conceitos, Charles Sanders Peirce dá-nos uma
dimensão mais restrita do conceito de interpretante: “suponhamos que vamos procurar a
palavra homme num dicionário francês; encontraremos oposta a ela a palavra homem, que
assim colocada, representa homme como representando a mesma criatura bípede que o
próprio homem representa. Por uma posterior acumulação de exemplos, descobrir-se-á que
toda a comparação requer, para além da coisa relacionada, do fundamento, e do correlato,
também uma representação mediadora que representa o relacionado como sendo uma
representação do mesmo correlato que esta representação mediadora ela própria representa.
Tal representação mediadora pode ser chamada interpretante, porque desempenha a função
de um intérprete, que diz que um estrangeiro diz a mesma coisa que ele próprio diz. O termo
representação deve aqui ser tomado num sentido muito extenso, que pode ser explicado por
exemplos muito melhor que por uma definição. Neste sentido, uma palavra representa uma
coisa para o conceito na mente do ouvinte, um retrato representa uma pessoa à pessoa a
quem pretende criar o conceito de reconhecimento, um catavento representa a direcção do
vento para o conceito daquele que o compreende, um advogado representa o seu cliente para
o juiz e o júri que ele influencia. Toda a referência a um correlato, então, reune à substância o
conceito de referência a um interpretante; e este é, consequentemente, o conceito seguinte
na ordem da passagem do ser à substância. A referência a um interpretante não pode ser
prescindida da referência a um correlato; mas a última pode ser prescindida da primeira.”
(“Sobre uma nova lista de categorias”, trad. de Anabela Gradim Alves,
http://bocc.ubi.pt/pag/peirce-charles-lista-categorias.html). Este processo de interpretação ou
apreensão de um sentido é um dos campos de estudo da semiose, que António Fidalgo
sintetiza assim: “A semiose é o processo em que algo funciona como um signo. A análise
deste processo apura quatro factores: o veículo sígnico – aquilo que actua como um signo, o
designatum – aquilo a que o signo se refere, o interpretante – o efeito sobre alguém em
virtude do qual a coisa em questão é um signo para esse alguém, o intérprete – o alguém.
Formalmente teremos: S é um signo de D para I na medida em que I se dá conta de D em
virtude da presença de S. Assim, a semiose é o processo em que alguém se dá conta de uma
coisa mediante uma terceira. Trata-se de um dar-se-conta-de mediato. Os mediadores são os
veículos sígnicos, os dar-se-conta-de são os interpretantes, os agentes do processo são os
intérpretes.” (“Semiótica, a Lógica da Comunicação”,
http://bocc.ubi.pt/pag/fidalgo_logica_com_p3.html). O interpretante refere-se, portanto, a
toda a pontencialidade do signo linguístico, a todos os sentidos que ele é capaz de despertar
num indivíduo pensante.

SEMIÓTICA

Carlos Ceia

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