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LEI 8112

NOÇÕES BÁSICAS

Agente público
Qualquer pessoa física que de alguma forma participa das atribuições do Estado. São
agentes públicos:

a) agentes políticos
- exercem mandatos;
- a Constituição Federal (CF) disciplina as relações com o Estado;

b) agentes administrativos
- servidores públicos: exercem cargos públicos de natureza pública;
- a lei 8.112 disciplina as relações com o Estado;

c) agentes econômicos
- empregados públicos: exercem empregos públicos de natureza privada, nas empresas
públicas e sociedades de economia mista;
- a CLT disciplina as relações com o Estado;

d) agentes particulares em colaboração com o poder público


- mesário, jurado, juiz de paz;
- exercem função pública;
- não possuem vínculo empregatício;
- quem disciplina as relações com o Estado é aquele que convocar o agente.

Funcionário público
Termo utilizado pelo Código Penal para se referir a qualquer agente público, sob efeitos da lei
penal, que pratique crimes contra a Administração Pública.
Servidor público
É a pessoa legalmente investida em cargo público.
a) efetivo (concursado)
- exerce cargo efetivo;
- habilidade prévia em concurso;
- estágio probatório;
- estabilidade;
b) não-efetivo (em comissão)
- exerce cargo de confiança;
- não há concurso;
- não há estágio probatório;
- não há estabilidade;
- todo servidor estável é necessariamente efetivo, mas nem todo servidor efetivo é
estável.

Os servidores militares são regidos por outros regimes jurídicos. São militares os agentes do
Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. São
servidores civis os agentes das Polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal. A Polícia Civil e a
Polícia Federal são polícias judiciárias; a Rodoviária Federal, administrativa. Estados,
Municípios e Distrito Federal, cada qual possui o seu regime jurídico próprio.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Campo de aplicação
A lei 8.112 institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União:
a) Poder Executivo: Presidência da República, ministérios, autarquias e fundações públicas
federais;
b) Poder Legislativo: Câmara dos Deputados e Senado Federal;
c) Poder Judiciário: todos os tribunais, exceto os TJs dos Estados, que possuem servidores
estaduais e, portanto, regime jurídico próprio do Estado;
d) Tribunal de Contas da União;
e) Ministério Público da União
- Ministério Público Federal e do Distrito Federal e Territórios;
- Ministério Público do Trabalho;
- Ministério Público Militar;
- Ministério Público Eleitoral.

Candidato
- possui apenas expectativa de direito;
- excepcionalmente, tem o direito de receber o valor da inscrição, caso o concurso seja
anulado e não haja nomeação alguma.

Servidor (art. 2º)


- pessoa legalmente investida em cargo público.

Cargo público (art. 3º)


- conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
devem ser cometidas a um servidor;
- criado por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
provimento em caráter efetivo ou em comissão.
- acessível a todos os brasileiros. Entretanto, as universidades e instituições de pesquisa
científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e
cientistas estrangeiros (§ 3º do art. 5º).

Classificação
a) quanto à disposição no quadro:
- de carreira: dividido em classes;
- isolado: não é dividido em classes.
b) quanto à permanência dos ocupantes:
- em comissão: os servidores podem ser exonerados ad nutum (a qualquer momento);
- efetivo: caráter definitivo. Por concurso
público de provas ou de provas e títulos;
- vitalício: são os magistrados, ministros do TCU, membros do Ministério Público. Tornam-se
vitalícios após 2 anos ou, excepcionalmente, após a posse. Só são desligados por processo
judicial.

Classe é o conjunto de cargos de mesma natureza de trabalho. Quadro é o conjunto de


cargos isolados ou de carreira, e também corresponde a cada unidade lógica da organização.
Os cargos de carreira são escalonados em classes, em função da responsabilidade e
complexidade de atribuições, e lotados nos quadros. Lotação é o total dos cargos em cada
quadro.

Cargo é diferente de função. A função é algo que só o servidor efetivo pode exercer. Tem a
ver com a estrutura interna do órgão.

Requisitos básicos para investidura (art. 5º)


- nacionalidade brasileira;
- gozo dos direitos políticos;
- quitação com as obrigações militares e eleitorais;
- nível de escolaridade exigido;
- idade mínima de 18 anos;
- aptidão física e mental.

Concurso Público (art. 11)


- processo seletivo. Recurso para seleção de candidatos;
- será de provas ou de provas e títulos;
- validade: até 2 anos, prorrogável uma única vez por igual período;
- para haver a possibilidade de prorrogação, deve estar explícito no edital;
- no DF, o prazo é de 2 anos exatos.
- portadores de deficiência: até 20% do total de vagas para cargos ou empregos públicos.
No DF, o valor é de exatamente 20%;
- homologação:
> é o resultado final do concurso, publicado em caráter definitivo e irrecorrível no Diário
Oficial;
> prazo: até 12 meses. Inicia-se com a publicação do edital de abertura;
> dá início à contagem do prazo de validade previsto no edital;
> feita pelo órgão que abriu o concurso (CLDF, por exemplo), não pelo organizador (Cespe,
por exemplo);
- não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior
com prazo de validade não expirado (§ 2º do art. 12).

Nomeação (art. 9º)


- ato administrativo unilateral que ocorre com a publicação no Diário Oficial. Propicia a
investidura, que se completa com a posse;
- far-se-á:
> em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de
carreira;
> em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.
O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado
para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições
do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela
remuneração de um deles durante o período da
interinidade.

Posse (art. 13)


- só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação;
- ato solene e formal que caracteriza a investidura no cargo público;
- dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser
alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos
em lei;
- em caso de posse por procuração, esta deverá ser específica e somente será aceita em
casos especiais definidos pela Administração Pública, que poderá aceitar ou não a
justificativa;
- prazo: 30 dias, improrrogáveis, contados da publicação do ato de provimento (nomeação),
salvo quando o candidato já for servidor regido pela lei 8.112/90 que esteja, na data da
nomeação, em licença ou afastado por algum dos motivos a seguir, hipótese em que o prazo
será contado do término do impedimento.
a) licenças:
> por motivo de doença em pessoa da família;
> para o serviço militar;
> para capacitação;
b) afastamentos:
> férias;
> participação em programa de treinamento regularmente instituído;
> júri e outros serviços obrigatórios por lei;
> licença:
->à gestante, à adotante e à paternidade;
->para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 meses, cumulativo ao longo do
tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
->por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
->para capacitação;
->por convocação para o serviço militar;
> deslocamento para a nova sede, em razão de ter sido removido, redistribuído,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório;
> participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no País ou no exterior;
- no DF, o prazo é de 25 dias;
- se não houver posse no prazo legal, o ato de nomeação será tornado sem efeito;
- condições imprescindíveis para o ato de posse:
> declarações:
->bens e valores patrimoniais;
->acumulação remunerada de cargos;
> inspeção médica oficial:
->física: para comprovar doenças graves, incuráveis e/ou contagiosas;
->mental: psicotécnico. Há jurisprudência que permite o cancelamento desse exame,
desde que seja usado um mandado de segurança antes de sua realização.

Exercício (art. 15)


- é o efetivo exercício das atribuições do cargo ou da função de confiança;
- dá início à contagem do tempo de serviço e aos direitos e vantagens;
- prazo: 15 dias;
- no DF, o prazo é de 5 dias úteis.
- se não entrar em exercício no prazo legal, o servidor será exonerado;
Quando não se tratar de provimento originário, se o servidor tiver necessidade de entrar em
exercício em outro município, por ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou
posto em exercício provisório, o prazo será de no máximo 30 dias e no mínimo 10,
podendo o servidor declinar desses prazos. Inclui-se nesse prazo o tempo necessário ao
deslocamento para a nova sede (art. 18). Ainda não se tratando de provimento originário, se
o servidor estiver licenciado ou afastado legalmente, o prazo será contado a partir do
término do impedimento, observando-se os limites máximo e mínimo de 30 e 10 dias,
respectivamente, podendo também declinar dos prazos.

No caso das designações para exercer funções de confiança, o início do exercício, em regra,
coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver
em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro
dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a 30 dias da publicação.

Se, nas funções de confiança, o servidor não entrar em exercício no prazo legal, será tornado
sem efeito o ato de sua designação para a função de confiança. A promoção não interrompe
o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de
publicação do ato que promover o servidor.

O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral


dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da
Administração.

O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em
que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas
autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Estágio Probatório (art. 20)


- ocorre no cargo público, não no serviço público;
- ao entrar em exercício, o servidor, estável ou não, nomeado para cargo de provimento
efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de:
> 24 meses, de acordo com a lei 8.112, para a União;
> 3 anos, de acordo com a AGU e a Administração, também para a União;
> 3 anos, de acordo com a 8.112 aplicada ao DF, para o Distrito Federal;
- a aptidão e a capacidade do servidor serão avaliadas observados os seguintes fatores:
> assiduidade;
> disciplina;
> capacidade de iniciativa;
> produtividade;
> responsabilidade;
- havendo extinção do cargo durante o estágio probatório:
> o servidor estável será posto em disponibilidade;
> o servidor não-estável será exonerado ex officio;
- ao concluir o estágio probatório, se for inabilitado:
> o servidor estável será reconduzido ao cargo de origem;
> o servidor não-estável será exonerado ex officio;
- durante o estágio, o servidor tem direito a todas as licenças, exceto:
> para tratar de interesses particulares;
> para desempenho de mandato classista (sindicato, associação...);

Obs.:RAPID (Responsabilidade(R), Assiduidade(A), Iniciativa(I), Disciplina(D))


Durante o estágio, o servidor poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão
ou funções de DCA no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro
órgão ou entidade para ocupar Cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em
comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS - de níveis 6, 5 e 4, ou
equivalentes;

O estágio probatório ficará suspenso durante algumas licenças e afastamentos, descritos a


seguir, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a
partir do término do impedimento:
a) licenças:
> por motivo de doença em pessoa da família;
> por motivo de afastamento do cônjuge;
> para atividade política;
b) afastamento para servir em organismo internacional.

Estabilidade (art. 21)


- ocorre no serviço público, não no cargo;
- o servidor empossado em cargo de provimento efetivo tornar-se-á estável após 3 anos de
efetivo exercício;
- formas de perda da estabilidade:
> sentença judicial transitada em julgado;
> processo administrativo disciplinar;
> insuficiência de desempenho;
> comprometimento da arrecadação (lei de responsabilidade fiscal).

PROVIMENTO
É o ato de designação de alguém para titularizar cargo público.

Originário ou autônomo
O servidor não tinha qualquer relação com o cargo público.

Nomeação (art. 9º)


- obrigatoriamente precedida de concurso público, salvo nos casos de cargos em comissão,
preenchidos por pessoas de confiança da autoridade competente;
- única forma de provimento originário.

Derivado
O servidor tem ou tinha um vínculo com o cargo público.

a) vertical

Promoção
- movimento ascendente dentro da mesma carreira, com acréscimo de vencimentos e
responsabilidades;
- ocorre por merecimento ou antigüidade;
- a natureza do trabalho continua a mesma;
- requisito indispensável à promoção:
participação em cursos de formação e aperfeiçoamento de servidores públicos.

b) horizontal

Readaptação (art. 24)


- investidura em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
superveniente limitação física ou mental apurada em inspeção médica oficial. Também
deve haver compatibilidade de vencimentos;
- se for incapaz de assumir qualquer outro cargo, isto é, incapaz para o serviço público,
será aposentado por invalidez;
- não havendo vaga, o readaptado trabalhará como excedente até que surja uma vaga,
quando, então, o cargo excedente será excluído.

c) reingresso
É o retorno ao serviço ativo do qual estava desligado.

Recondução (art. 29)


- é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado;
- decorre de duas situações:
>inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
>reintegração do anterior ocupante;
- encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,
compatível com as responsabilidades e vencimentos anteriores.

Reintegração (art. 28)


- é a reinvestidura no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
transformação, quando invalidada a demissão por decisão judicial ou administrativa, com
ressarcimento de todas as vantagens;
- na hipótese de o cargo ter sido extinto:
>o servidor estável ficará em disponibilidade;
>o servidor não-estável será exonerado ex officio;
- encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto
em disponibilidade.

Reversão (art. 25)


- é o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando, por junta
médica oficial forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria;
- far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação;
- pode ocorrer de duas formas:
> quando deixa de ser inválido, mediante declaração de junta médica:
->se o cargo estiver provido, ficará como excedente, assim como ocorre na readaptação;
->o servidor é obrigado a entrar em exercício logo que a Administração
determinar;
> quando há interesse da Administração e sejam preenchidos todos os requisitos a
seguir:
->o servidor tenha solicitado a reversão;
->a aposentadoria tenha sido voluntária;
->o servidor era estável na atividade;
->a aposentadoria tenha ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação;
->o aposentado tenha menos de 70 anos;
->haja cargo vago;
- encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,
compatível com as responsabilidades e vencimentos anteriores.

Aproveitamento (art. 30)


- é o retorno do servidor estável que estava em disponibilidade;
- far-se-á em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado;
- o Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil é o responsável pelo aproveitamento do
servidor;
- se não entrar em exercício no prazo legal, será tornado sem efeito o aproveitamento e
cassada a disponibilidade, salvo no caso de doença comprovada por junta médica;
- prazo: 15 dias;
- a disponibilidade ocorre por:
> extinção de cargo ou declaração de sua desnecessidade;
> reingresso do servidor ilegalmente desligado de seu cargo, quando não seja
possível reconduzir o atual ocupante ao cargo antigo ou aproveitá-lo em outro.

Transferência (art. 23)


- aplicável apenas ao DF;
- é a passagem do servidor estável de cargo efetivo para outro de igual denominação,
pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição de mesmo Poder;
- poderá ser ex officio ou a pedido do servidor, atendido o interesse do serviço, mediante o
preenchimento de vaga;
- será admitida a transferência de servidor ocupante de cargo em quadro em extinção
para igual situação em quadro de outro órgão ou entidade.

Importante: remoção e redistribuição não são formas de provimento.

Remoção: é o deslocamento do servidor no âmbito do mesmo quadro, com ou sem


mudança de sede. Ocorre em três situações:
- de ofício: por interesse da Administração;
- a pedido: a critério da Administração;
- a pedido, para outra localidade: independe do interesse da Administração;
> para acompanhar cônjuge ou companheiro, que também seja servidor público civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
que foi deslocado no interesse da
Administração. É a licença para acompanhar cônjuge;
> motivo de saúde do servidor, companheiro ou dependente: verificado por junta médica
oficial;
> processo seletivo.

Redistribuição: é o deslocamento de cargo + servidor de um órgão para outro órgão ou


entidade do mesmo Poder.
A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às
necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de
órgão ou entidade.
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada
sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será
colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento.

Importante:
a) disponibilidade: não há cargo (foi extinto), não há atribuições (não comparece na
repartição) e a remuneração é proporcional ao tempo de serviço;
b) excedência: não há cargo (não foi extinto), mas há atribuições com remuneração
integral;
c) regra geral: sempre que um servidor retornar ao seu cargo de origem e ele estiver
ocupado, o ocupante permanecerá, exceto na reintegração, hipótese em que o ocupante
sairá: se estável, será reconduzido ao cargo de origem; não sendo, será exonerado ex
officio.

VACÂNCIA (art. 33)


É o ato de deixar um cargo público vago. Em nenhuma hipótese, licenças, benefícios,
afastamentos, concessões geram vacância.
A vacância no cargo público decorrerá de:
- exoneração
>na CLT, chama-se dispensa;
>não-punição;
>não há PAD;
>pode ser a pedido ou ex officio;
- demissão
>punição;
>PAD;
- destituição de cargo em comissão ou de função comissionada;
- promoção;
- readaptação;
- recondução
>promoção, readaptação e recondução são formas comuns (simultâneas) de provimento e
vacância;
- aposentadoria;
- posse em outro cargo inacumulável;
>declaração de vacância: não é a declaração que gera a vacância, mas a posse em outro
cargo
inacumulável. Ela não protege o cargo anterior, apenas a estabilidade. Além disso, só será
concedida para a mesma esfera de governo e se o servidor for estável.
- falecimento.
No DF, ainda inclui-se a transferência.

DIREITOS E VANTAGENS

DIREITOS
a) de ordem pecuniária (arts. 40 e 41)
- vencimento: retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei
e não inferior ao salário-mínimo;
- remuneração: vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
permanentes estabelecidas em lei.

b) licenças
- normais
1)doença em pessoa da família (art. 83)
- até 30 dias + 30, remunerada;
- a partir desse prazo, no máximo mais 90 dias, sem remuneração;
- mediante avaliação de junta médica oficial;
- considera-se pessoa da família:
>cônjuge ou companheiro;
>pais;
>padrastos;
>filhos;
>enteados;
>colateral consangüíneo até o 2º grau;
>dependente que viva às expensas do servidor e conste do seu assentamento
funcional;
- é vedada a atividade remunerada durante a licença;
- a licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for
indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo
ou mediante compensação de horário;
- no DF, o prazo é de 90 dias + 90, remunerada. Além desse prazo será sem
remuneração.

2)afastamento do cônjuge (art. 84)


- concedida quando o cônjuge ou companheiro foi deslocado para outro ponto
do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos
Poderes Executivo e Legislativo;
- se ambos forem servidores, pode haver exercício provisório na nova localidade,
desde que as atividades sejam compatíveis com o cargo;
- prazo: tempo indeterminado, sem remuneração, salvo se estiver em exercício
provisório.

3) interesses particulares (art. 91)


- até 3 anos, sem remuneração;
- não será concedida ao que estiver em estágio probatório;
- a licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no
interesse do serviço;
- no DF, o prazo é de 3 anos, prorrogável uma vez por igual período;
- no DF e na União, não será concedida nova licença antes de decorridos 2 anos do
término da anterior ou de sua prorrogação.

4) capacitação (art. 87)


- concedida a cada qüinqüênio de efetivo exercício, no interesse da Administração;
- os períodos não são acumuláveis;
- 3 meses, remunerados;
- no DF:
>chama-se licença-prêmio por assiduidade;
>cada falta injustificada retardará a concessão em um mês;
>não será concedida se:
->sofrer penalidade disciplinar de suspensão;
->afastar-se do cargo em virtude de condenação à pena privativa de
liberdade por sentença definitiva ou de licença por motivo de doença em pessoa da família,
sem remuneração, ou para tratar de interesses particulares ou, ainda, por motivo de
afastamento do cônjuge ou companheiro.

5) serviço militar (art. 85)


- concluído o serviço militar ao qual foi convocado, até 30 dias, sem remuneração.

6)atividade política (art. 86)


- concedida ao servidor candidato a cargo eletivo;
- prazos:
>período entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato, e a véspera do
registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral: TSE, se Presidente da República;
TRE, se deputado ou senador.

Nesse caso, não haverá remuneração;


>a partir do registro da candidatura até o 10º dia após a eleição, obedecendo ao período
máximo de 3 meses: remunerada.
- no DF, será até o 15º dia após a eleição.

7)mandato classista (art. 92)


- somente para cargos de direção ou representação em:
>federação;
>confederação;
>associação de classe de âmbito nacional;
>sindicato representativo da categoria;
>entidade fiscalizadora de profissão;
>sociedade cooperativa constituída por servidores públicos, para prestar serviços a seus
membros, observados os seguintes limites:
->para entidades com até 5.000 associados, um servidor;
->para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores;
->para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores.
- a licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada uma única vez. Não
há remuneração.

- previdenciárias
1) tratamento de saúde (art. 202)
- concedida a pedido ou de ofício, com base em perícia médica;
- máximo de 24 meses, remunerada;
- até 30 dias, a inspeção será feita por médico do setor de assistência do órgão de
pessoal e, se por prazo superior, por junta médica oficial;
- sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou
no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado;
- findo o prazo da licença, o servidor será submetido a nova inspeção médica, que
concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.

2)gestante (art. 207)


- exatos 120 dias, remunerada;
- se a mãe morrer no parto, o pai tem direito aos 120 dias (jurisprudência);
- tem início a partir do 1º dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição
médica. Se for nascimento prematuro, terá início a partir do parto;
- em caso de aborto, terá direito a 30 dias de repouso;
- no caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora será submetida a exame
médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. Após 60 dias, se não estiver apta,
converter-se-á a licença à gestante em licença para tratamento de saúde;
- para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 meses, a servidora terá direito, durante
a jornada de trabalho, à uma hora de descanso, podendo ser parcelada em dois períodos de
meia hora.

3)adotante (art. 210)


- concedida em caso de adoção ou guarda judicial;
- criança até 1 ano: 90 dias. Acima disso, 30 dias;
- não há idade mínima para adoção, mas deve-se observar a idade mínima de 18
anos do adotante e a diferença mínima de idade de 16 anos entre o adotante e o
adotado.

4)paternidade (art. 208)


- concedida em caso de nascimento ou adoção de filho;
- 5 dias, remunerada.

5)acidente em serviço (art. 211)


- junta médica oficial pode declarar aposentadoria, que deverá ser precedida de
um prazo de no máximo 24 meses para tratamento. Há remuneração;
- configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido;
- equipara-se ao acidente em serviço o dano:
>decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do
cargo;
>sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.
- a prova do acidente será feita no prazo de 10 dias, prorrogável quando as circunstâncias o
exigirem.

c) afastamentos
- normais

1) servir a outro órgão ou entidade (art. 93)


- nas seguintes hipóteses:
>para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
>em casos previstos em leis específicas.
- sendo a cessão para órgãos ou entidades da mesma esfera, o ônus da remuneração será
do cedente (quem cede); sendo esferas diferentes, o ônus será do cessionário (quem
recebe).

2)mandato eletivo (art. 94)


- tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, o servidor ficará afastado do cargo;
- no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
- no mandato de vereador:
>havendo compatibilidade de horário, poderá acumular os cargos, recebendo pelos dois;
>não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
- o servidor em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de
ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
- no caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se
em exercício estivesse.

3)estudo ou missão no exterior (art. 95)


- até 4 anos;
- somente após decorrido período igual ao do afastamento, será permitida nova ausência.
Antes de terminado este prazo, não será concedida exoneração ou licença para tratar
de interesses particulares, salvo se houver ressarcimento da despesa havida com o
afastamento;
- os servidores da carreira diplomática não estão sujeitos a tais restrições;
- para ausentar-se do país, deve haver autorização do chefe do Poder respectivo.
- genéricos (art. 102)
1) participação em programa de treinamento;
2) júri e outros serviços obrigatórios por lei;
3) deslocamento para nova sede quando em exercício provisório;
4) participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no país ou no exterior;
5) servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

- preventivo ou cautelar (art. 147)


- em caso de processo disciplinar, como medida cautelar, poderá ser afastado;
- até 60 dias + 60, remunerado;
- poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
concluído o processo.

d) concessões (remuneradas!)

1) doação de sangue (art. 97, I)


- 1 dia;
2) alistar-se como eleitor (art. 97, II)
- 2 dias;
3) casamento (art. 97, III, a)
- 8 dias;
4) falecimento (art. 97, III, b)
- do cônjuge, companheiro, pais, padrastos, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela
e irmãos;
- 8 dias;
5) horário especial (art. 98)
- requisitos:
>comprovação de incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição;
>ausência de prejuízo ao exercício do cargo;
>compensação de horário no órgão em que estiver em exercício, respeitada a duração
semanal do trabalho.
Havendo mudança de sede por interesse da Administração, fica garantida a matrícula em
instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga, na nova
localidade ou na mais próxima, estendendo-se tal benefício inclusive ao cônjuge ou
companheiro, aos filhos, ou
enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda,
com autorização judicial.

O horário especial será concedido ao servidor portador de deficiência, independentemente de


compensação de horário. Pode também ser concedido ao servidor que tenha cônjuge, filho
ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação
de horário.

e) benefícios

- aos dependentes

1)pensão (art. 215)

É o valor recebido pelos dependentes do servidor falecido. Corresponderá à totalidade dos


proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social (atualmente R$ 2.508,72), acrescido de 70% da parcela
excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito. Se ainda estivesse em atividade,
considera-se, para efeito de cálculo, a remuneração do servidor no cargo efetivo em que se
deu o falecimento.

No caso de falecimento do servidor em disponibilidade, a pensão será calculada sobre o total


da remuneração do servidor no cargo efetivo, independente do fato de ele receber, à época
do óbito, apenas proporcionalmente ao tempo de serviço.

Quanto à natureza, classifica-se em:

a) vitalícia
- somente se extingue ou se reverte com a morte dos beneficiários;
- são beneficiários:
> cônjuge;
> pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percepção de pensão
alimentícia;
> companheiro ou companheira designado que comprove união estável como
entidade familiar;
> pais que comprovem dependência econômica do servidor;
> pessoa designada, maior de 60 anos, e a pessoa portadora de deficiência, que
vivam sob a dependência econômica do servidor;
- se for concedida ao cônjuge ou companheiro, descartam-se os pais, a pessoa maior de 60
anos e a portadora de deficiência;

b) temporária
- pode se extinguir ou se reverter por motivo de morte, cessação de invalidez ou
maioridade dos beneficiários;
- são beneficiários:
> filhos ou enteados, até 21 anos, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez;
> menor sob guarda ou tutela até 21 anos;
> irmão órfão, até 21 anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez, que
comprovem dependência econômica do servidor;
> a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 anos, ou, se
inválida, enquanto durar a invalidez;
- se for concedida aos filhos ou menor sob guarda ou tutela, descartam-se o órfão, o
inválido e o dependente econômico;
- a pensão entre os beneficiários será:
> concedida integralmente ao titular da pensão vitalícia, salvo se existirem
beneficiários da pensão temporária;
> havendo vários titulares da pensão vitalícia, dividida entre os titulares;
> havendo titulares da pensão vitalícia e da temporária, metade do valor aos
titulares da vitalícia e a outra metade rateada entre os titulares da temporária;
> havendo somente titulares da pensão temporária, dividida em partes iguais;
- poderá ser concedida pensão provisória por morte presumida em casos de:
> declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;
> desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não
caracterizado como em serviço;
> desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de
segurança;
- a pensão provisória poderá se tornar vitalícia ou temporária, conforme o caso,
decorridos 5 anos de vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor;
- a pessoa deixa de ser beneficiária em caso de:
> falecimento;
> anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da
pensão ao cônjuge;
> cessação de invalidez;
> maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada;
> acumulação irregular de pensão;
> renúncia expressa;
- havendo perda da qualidade de beneficiário, a respectiva parte (ou cota)
reverterá:
> da pensão vitalícia para os remanescentes desta, se houver, ou para os titulares da
pensão temporária;
> da pensão temporária para os cobeneficiários ou, na falta destes, para o
beneficiário da pensão vitalícia;
> as pensões poderão ser requeridas a qualquer tempo, prescrevendo tão
somente as prestações exigíveis há mais de 5 anos;
- concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação tardia que
implique exclusão de beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a
partir da data em que for oferecida;
- não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime doloso de
que tenha resultado a morte do servidor;
- as pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na mesma
proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores;
- ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais de duas
pensões.

2) auxílio-reclusão (art. 229)


- destinado a amparar a família do servidor ativo de baixa renda durante sua prisão;
- 2/3 da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou
preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão.
>se o servidor for absolvido, terá direito a integralização da remuneração;
- 1/2 da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação,
por sentença definitiva, à pena que não determine a perda de cargo;
- o pagamento cessará a partir do dia seguinte àquele em que o servidor for
posto em liberdade, ainda que condicional.

3) auxílio-funeral (art. 226)


- é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado. Não será
concedido ao próprio servidor em caso de morte de algum familiar;
- o valor será equivalente a um mês de remuneração ou provento e, no caso de
acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo de maior
remuneração;
- o pagamento será feito, em até 48 horas após o funeral, à pessoa da família que o
houver custeado. Se o funeral for pago por terceiro, este será indenizado;
- em caso de falecimento do servidor em serviço, fora do local de trabalho, inclusive
no exterior, as despesas de transporte do corpo ficarão por conta da União, autarquia
ou fundação pública.
4) assistência à saúde (art. 230)
- assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, prestada pelo
SUS ou diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou,
ainda, mediante convênio.

- ao servidor
1) salário-família (art. 197)
- é devido ao servidor ativo ou inativo, por dependente econômico;
- são dependentes econômicos:
>o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 anos ou, se
estudante, até 24 ou, se inválido, de qualquer idade;
>o menor de 21 anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas
do servidor ou inativo;
>os pais sem economia própria;
- não será dependente econômico aquele que perceber qualquer rendimento em valor igual
ou superior ao salário-mínimo;
- se os pais forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família relativo aos
filhos será a apenas um deles.
Quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes;
- aos pais equiparam-se os padrastos e, na falta destes, os representantes legais dos
incapazes;
- o pagamento do salário-família não será suspenso no caso de afastamento do cargo
efetivo, ainda que sem remuneração.

2) auxílio-natalidade (art. 196)


- é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, inclusive natimorto;
- se não for servidora, o auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público;
- o valor será equivalente ao menor vencimento do serviço público;
- na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% por nascituro;
- será pago em parcela única no mês em que se comprovar o nascimento.

f) férias (art. 77)


- após o primeiro período aquisitivo, 12 meses de exercício, o servidor terá direito a 30 dias;
- após o período aquisitivo, não há necessidade de se cumprir 12 meses de exercício para
nova concessão;
- ressalvados os casos em que haja legislação específica, como o operador de aparelhos de
raios X, poderão ser acumulados até 2 períodos de férias;
- é permitido o parcelamento em até 3 etapas;
- no DF, o parcelamento é no máximo em 2 etapas, com no mínimo 10 dias cada uma. A
devolução da antecipação da remuneração das férias será feita em 2 parcelas, vencendo a
primeira no mês seguinte ao retorno do servidor;
- no caso de parcelamento (União), o pagamento do adicional de férias será feito ao iniciar o
primeiro período de férias;
- é vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço;
- o pagamento da remuneração das férias deverá ser efetuado até 2 dias antes do início das
férias;
- servidor que opera direta e permanentemente com raios X ou substância radioativa deverá
gozar 20 dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, sendo
proibida, em qualquer hipótese, a acumulação;
- havendo interrupção, o restante das férias será gozado de uma só vez;
- as férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção
interna,
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral,
ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

g) substituição (art. 38)


Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de
Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão,
previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o


exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo,
hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo
período.

O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou
de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do
titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva
substituição, que excederem o referido período.

Estas regras aplicam-se também aos titulares de unidades administrativas organizadas em


nível de assessoria.

h) petição (art. 104)


É o direito que todo servidor tem de pedir, requerer aos Poderes públicos, defesa de direitos
ou interesse legítimo.

Deve-se sempre encaminhar os pedidos por intermédio do chefe imediato, que os enviará,
pela via hierárquica, à autoridade competente.

É assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou ao procurador


por ele constituído. O acesso é somente na repartição.

Se a 1ª decisão for contrária ao interesse do requerente, caberá pedido de reconsideração à


mesma autoridade que houver expedido o ato ou proferida a decisão, não podendo ser
renovado. Tanto o requerimento quanto o pedido de reconsideração deverão ser
despachados no prazo de 5 dias e decididos em 30.

Caberá recurso do indeferimento do pedido de reconsideração, bem como das decisões sobre
os recursos sucessivamente interpostos. O recurso deverá ser dirigido à autoridade
imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e sucessivamente,
em escala ascendente, às demais autoridades, sempre por intermédio da autoridade a que
estiver imediatamente subordinado o requerente.

O prazo para interposição de recurso ou pedido de reconsideração é de 30 dias, contados a


partir da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. O direito de
requerer prescreve em:
- 5 anos: para atos de demissão e cassação de disponibilidade ou aposentadoria, ou que
afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
- 120 dias: nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei;
Os prazos de prescrição são contados da data da publicação do ato impugnado ou da data da
ciência pelo interessado. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis,
interrompem a prescrição.

i) tempo de serviço (art. 100)

São considerados como efetivo exercício:


- afastamentos
1) férias;
2) exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos
poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
3) exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território
nacional, por nomeação do Presidente da República. No DF, deve ser em qualquer parte
do DF, por nomeação do Governador;
4) participação em programa de treinamento regularmente instituído;
5) desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do DF, exceto para
promoção por merecimento;
6) júri e outros serviços obrigatórios por lei;
7) missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento.

- licenças
1) à gestante, à adotante e à paternidade;
2) tratamento da própria saúde, até o limite de 24 meses;
3) desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em
sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros,
exceto para efeito de promoção por merecimento;
4) acidente em serviço ou doença profissional;
5) capacitação. No DF, chama-se licença-prêmio por assiduidade;
6) convocação para o serviço militar.

- concessões
1) doação de sangue;
2) alistar-se como eleitor;
3) casamento ou falecimento de:
- cônjuge;
- companheiro;
- pais;
- padrastos;
- filhos;
- enteados;
- menor sob guarda ou tutela;
- irmãos.

- outros afastamentos
1) deslocamento para nova sede;
2) participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no país ou no exterior;
3) afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com
o qual coopere. Ao DF não é aplicado.
São considerados apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:
1) o tempo de serviço público prestado à União, Estados, DF ou Municípios;
2) licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor, com remuneração;
3) licença para atividade política, apenas a partir do registro da candidatura e até o 10º dia
seguinte ao da eleição (15º no DF), pelo período máximo de 3 meses;
4) tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou
distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;
5) tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;
6) tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
7) tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder 24 meses.

j) aposentadoria
1) invalidez
- em razão de acidente, moléstia ou doença, torna-se o servidor inapto para o trabalho;
- em regra, será com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Exceção: em
decorrência de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, será com proventos integrais.

2) compulsória
- com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, ocorrerá quando o servidor,
homem ou mulher, completar 70 anos.

3) voluntária
a) regra atual (proventos limitados ao teto de R$ 2.508,72)
- requisitos:
>10 anos de efetivo exercício no serviço público;
>5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria;
>além disso, para proventos integrais:
-> 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem;
-> 55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher;
>para proventos proporcionais ao tempo de contribuição:
-> 65 anos de idade, se homem;
-> 60 anos de idade, se mulher.

b) ingresso no serviço público antes da EC


20/98 (proventos não limitados ao teto)
- com proventos integrais se tiver:
>25 anos de exercício no serviço público;
>15 anos de carreira;
>5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria;
- além disso:
>60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem;
>55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher.

c) ingresso no serviço público antes da EC


41/03 (proventos não limitados ao teto)
- com proventos integrais se tiver:
>20 anos de exercício no serviço público;
>10 anos de carreira;
>5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria;
- além disso:
>60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem;
>55 anos de idade e 30 de contribuição,
se mulher.

d) professor
- só vale para professores da Educação Básica (Educação infantil, Ensino
fundamental e Ensino médio) que exerçam o magistério com exclusividade;
- professores do Ensino Superior devem seguir as mesmas regras dos demais
servidores;
- requisitos:
>10 anos de exercício no serviço público;
>5 anos no cargo;
- além disso:
>55 anos de idade e 30 de contribuição, se homem;
>50 anos de idade e 25 de contribuição, se mulher.

VANTAGENS

a) indenizações
Ressarcimento de gastos em razão do serviço. Não se incorporam ao vencimento ou
provento.

1) ajuda de custo (art. 53)


- para compensar despesas de instalação em nova sede, quando em caráter permanente;
- vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou
companheiro que detenha também a condição de servidor vier a ter exercício na mesma
sede;
- o valor não poderá ultrapassar o correspondente a três meses de remuneração do servidor;
- correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua
família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais;
- à família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e
transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 ano, contado do óbito;
- não será concedida ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude
de mandato eletivo;
- o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se
apresentar na nova sede no prazo de 30 dias;
- também se aplica a cargos em comissão.

2) diárias (art. 58)


- cobrir despesas com pousada, alimentação e locomoção urbana, quando houver
deslocamento para nova sede em caráter temporário;
- o valor será pago por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o
deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias;
- o pagamento é feito, em regra, antes do deslocamento;
- havendo pagamento e não se concretizando o deslocamento, a grana deve ser devolvida
integralmente em até 5 dias;
- se o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto, restituirá as diárias
recebidas em excesso.

3) transporte (art. 60)


- ressarcimento de despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a
execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo.

4) auxílio-moradia (art. 60-A)


- ressarcimento de despesas comprovadamente realizadas com aluguel de moradia ou com
meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após
a comprovação da despesa pelo servidor;
- a concessão dependerá, no entanto, dos seguintes requisitos:
> não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
> o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
> o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente
comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município em que for exercer
o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses
que antecederem a sua nomeação;
> nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;
> o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão
ou função de confiança do Grupo DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de
Ministro de Estado ou equivalentes;
> o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se
enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou
domicílio do servidor;
> o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos
doze meses, em que for exercer o cargo em comissão ou função de confiança,
desconsiderando-se prazo inferior a 60 dias dentro desse período;
> o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para
cargo efetivo.
- não será concedido por prazo superior a 5 anos dentro de cada período de 8 anos, ainda
que o servidor mude de cargo ou de Município de exercício do cargo;
- o valor do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo em comissão ocupado pelo
servidor e, em qualquer hipótese, não poderá ser superior ao auxílio-moradia recebido por
Ministro de Estado;
- no caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do
servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio moradia continuará sendo pago por um mês;
- até 30 de junho de 2008, o valor do auxílio moradia continuará sendo de R$ 1.800,00.

b) gratificações
Incorporam-se ao vencimento ou provento.

1) retribuição pelo exercício de função de DCA (art. 62)


- é devida ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção,
chefia ou assessoramento (DCA), cargo de provimento em comissão ou de Natureza
Especial;
- no DF, chama-se gratificação, não retribuição.

2) gratificação natalina (art. 63)


- 1/12 da remuneração a que fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no
respectivo ano;
- considera-se mês integral a fração igual ou superior a 15 dias;
- deve ser paga até o dia 20 de dezembro, mas pode ser parcelada;
- no DF, será 1/12 da remuneração a que fizer jus no mês de aniversário do seu
nascimento, por mês de exercício nos 12 meses anteriores. Além disso, chama-se
gratificação natalícia;
- no DF, será paga até o último dia do mês de aniversário do servidor em parcela única.

c) adicionais
Incorporam-se ao vencimento ou provento.
1) tempo de serviço (art. 67)
- na União, não existe mais;
- no DF, equivale a 1% do vencimento por ano de serviço.

2) insalubridade, periculosidade e atividades


penosas (art. 68)
- insalubridade: 5%, 10%, 20%. Trabalho que provoca riscos à saúde;
- periculosidade: 10%. Trabalho que causa risco à vida;
- penosidade: refere-se ao local de trabalho com condições impróprias para o
desempenho das funções, como em fronteira longínqua;
- fazendo jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade, deve-se optar por um
deles;
- a gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
operações e locais insalubres, perigosos ou penosos, exercendo suas atividades em local
não caracterizado dessa forma;
- os servidores que operam com raios x ou substâncias radioativas serão submetidos a
exames médicos a cada 6 meses.

3) serviço extraordinário (art. 73)


- aquele realizado após o horário normal de trabalho, ou antes de ele começar;
- permitido apenas para atender a situações excepcionais e temporárias;
- o máximo permitido é de 2 horas por jornada;
- será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho.

4) serviço noturno (art. 75)


- horário compreendido entre 22 e 5 horas;
- cada hora equivale a 52min30;
- será remunerado com acréscimo de 25% em relação à hora normal. Se, além de serviço
noturno, tratar-se de serviço extraordinário, o acréscimo será de 75%.

5) férias (art. 76)


- 1/3 da remuneração do período das férias, independentemente de solicitação.

6) gratificação por encargo de curso ou concurso (art. 76-A)


- será paga se as atividades forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que
o servidor for titular;

- haverá compensação de horário quando as atividades forem desempenhadas durante a


jornada de trabalho;
- não se incorpora ao vencimento ou salário para qualquer efeito e não poderá ser
utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de
cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões;
- devida ao servidor que, em caráter eventual:
> atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de
treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal.
Valor máximo da hora trabalhada: 2,2%;
> participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, análise
curricular, correção de provas discursivas, elaboração de questões de provas ou julgamento
de recursos intentados por candidatos. Valor máximo da hora trabalhada: 1,2%;
> participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo
atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de
resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
atribuições permanentes. Valor máximo da hora trabalhada: 1,2%;
> participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de
concurso público ou supervisionar essas atividades. Valor máximo da hora
trabalhada: 1,2%;
- o valor máximo da hora trabalhada incidirá sobre o maior vencimento básico da
administração pública federal;
- os critérios de concessão e os limites da gratificação obedecerão ao seguinte:
> valor calculado em horas;
> retribuição não superior ao equivalente a 120 horas de trabalho anuais, ressalvada
situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela
autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até
120 horas de trabalho anuais.

REGIME DISCIPLINAR

Deveres (art. 116)


São deveres do servidor:
- exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
- ser leal às instituições a que servir;
- observar as normas legais e regulamentares;
- cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
- atender com presteza:
>ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por
sigilo;
>à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal, no prazo máximo de 15 dias;
>às requisições para defesa da Fazenda Pública;
- levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em
razão do cargo;
- zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
- guardar sigilo sobre assunto da repartição;
- manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
- ser assíduo e pontual ao serviço;
- tratar com urbanidade as pessoas, ou seja, com respeito, boas maneiras, civilidade,
cortesia;
- representar contra ilegalidade ou abuso de poder. A representação deverá ser encaminhada
pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada.

Penalidades (art. 127)


São penas disciplinares:
- advertência;
- suspensão;
- demissão;
- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
- destituição de cargo em comissão ou função comissionada;
- multa.
a) advertência (art. 117, I ao VIII, XIX)
- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
da repartição;
- recusar fé a documentos públicos;
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de
serviço;
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou
sindical, ou a partido político;
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou companheiro
ou parente até o 2º grau civil, ou seja, pais e filhos (1º grau), avós, netos e irmãos (2º
grau);
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais (não se aplica ao DF);
- aplicada também em caso de inobservância de dever funcional previsto em lei,
regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais
grave;
- aplica-se a servidor efetivo e não-efetivo, sempre por escrito;
- instrumento de apuração: sindicância;
- após 3 anos de efetivo exercício, se não houver praticado nova infração, o registro da
advertência será cancelado, desde que o servidor requeira o cancelamento em no
máximo 120 dias após os 3 anos;
- o cancelamento possui efeitos ex nunc;
- o órgão dispõe de 180 dias, a partir da data em que o fato tornou-se conhecido, para punir
o servidor.

b) suspensão (art. 117, XVII e XVIII; art.


130, § 1º)
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou
função e com o horário de trabalho;
- recusar-se a obrigatória inspeção médica determinada pela autoridade competente, se
for injustificada. Neste caso a suspensão será de até 15 dias;
- aplicar-se-á, também, no caso de reincidência das faltas punidas com advertência;
- o prazo não poderá ser superior a 90 dias;
- aplica-se a servidor efetivo;
- instrumento de apuração: até 30 dias, sindicância; acima disso, PAD;
- após 5 anos de efetivo exercício, se não houver praticado nova infração, o registro da
suspensão será cancelado, desde que o servidor requeira o cancelamento em no
máximo 120 dias após os 5 anos;
- o órgão dispõe de 2 anos, a partir da data em que o fato tornou-se conhecido, para punir o
servidor.

c) demissão (art. 117, IX a XVI; art. 132)


- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade
da função pública;
- participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não, salvo
a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, e
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, e de
cônjuge ou companheiro;
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de
suas atribuições;
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
- praticar usura sob qualquer de suas formas, ou seja, emprestar dinheiro a juros
superiores à taxa legal;
- proceder de forma desidiosa, ou seja, comportar-se de forma indolente, preguiçosa,
desleixada;
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
- crimes contra a Administração Pública;
- abandono de cargo;
- inassiduidade habitual;
- improbidade administrativa;
- incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;
- insubordinação grave em serviço;
- ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria
ou de outrem;
- aplicação irregular de dinheiro público;
- revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
- lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
- corrupção;
- acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
- o abandono de cargo caracteriza-se quando o servidor, intencionalmente, ausenta-se do
serviço por mais de 30 dias consecutivos;
- a inassiduidade habitual é a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias,
interpoladamente, durante o período de 12 meses;
- aplica-se a servidor efetivo;
- instrumento de apuração: PAD;
- o órgão dispõe de 5 anos para punir o servidor, a partir da publicação do ato ou de
quando tornou-se conhecido;
- o servidor possui 5 anos para requerimento, decorridos 5 anos da punição.

d) cassação de aposentadoria ou de disponibilidade (art. 134)


- cabe apenas ao inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com demissão;
- a aposentadoria e a disponibilidade não têm o condão de isentar o servidor das faltas
cometidas durante a atividade.

e) destituição de cargo em comissão ou função comissionada (art. 135)


- caberá sempre que o ocupante de cargo em comissão cometer infração sujeita às
penalidades de suspensão ou demissão;
- havendo exoneração e ficando constatada a existência de infração anterior à sua saída, a
exoneração será convertida em destituição;
- a demissão é a perda do cargo efetivo; a destituição é a perda do cargo em comissão;
- a demissão ou destituição de cargo em comissão implica:
>a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal
cabível, em caso de (art. 132, IV, VIII, X e XI):
->improbidade administrativa;
->aplicação irregular de dinheiro público;
->lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
->corrupção;
>a proibição de investidura em cargo público, na mesma esfera, pelo prazo de 5 anos, em
caso de (art. 117, IX e XI):
->valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade
da função pública;
->atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, e de cônjuge
ou companheiro;
- a proibição de retorno ao serviço público, na mesma esfera, se ocorrer qualquer dos
casos que impliquem a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, incluindo-se,
ainda, os crimes contra a Administração Pública.

f) multa
- é possível, como substituta da suspensão, quando houver conveniência para o serviço;
- o servidor obrigatoriamente permanecerá em serviço, reduzindo-se o vencimento ou
remuneração, a título de multa, à base de 50% por dia.

Acumulação de cargos (art. 118)


A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações
públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder público.

Em regra, é proibida a acumulação remunerada de cargos. As exceções, quando houver


compatibilidade de horários, são:
- 2 cargos de professor;
- 1 cargo de professor com outro técnico ou científico;
- 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões egulamentadas;
- magistrado com 1 função de magistério;
- membro do Ministério Público (MP) com outra função pública de magistério;
- ministro do TCU com outra função de magistério;
- vereador com qualquer outro cargo, emprego ou função;

Tem-se também de regra a impossibilidade de acúmulo de cargo em comissão, exceto no


caso de interinidade, sem prejuízo das atribuições do atualmente ocupa, devendo optar pela
remuneração de um deles durante o período da interinidade.
O servidor não poderá ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.
Podem ser acumulados os proventos da aposentadoria com a remuneração nas seguintes
hipóteses:
- cargos acumuláveis na ativa;
- cargo eletivo;
- cargos em comissão;
É possível acumular mais de uma aposentadoria, desde que na ativa a acumulação seja
possível.

Verificada em processo disciplinar a acumulação proibida e provada a má-fé, o servidor ainda


poderá optar por um dos cargos. Se não o fizer, perderá também o cargo que exercia há
mais tempo e restituirá o que tiver percebido indevidamente. Neste caso, a demissão lhe
será comunicada.

O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em
que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas
autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Procedimento sumário (art. 133)


É o próprio PAD desenvolvido em fases mais ágeis, em casos nos quais a materialidade da
infração faz-se com facilidade, em face das provas já arrecadadas.

Utiliza-se nos casos de acumulação ilegal, abandono de cargo e inassiduidade habitual,


adotando-se, nos dois últimos casos, pequenas diferenças na fase de instauração.

Acumulação ilegal
A autoridade que tiver ciência da irregularidade notificará o servidor, por intermédio de sua
chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de 10 dias, contados da data
da ciência e, na hipótese de omissão, será feita a apuração e a regularização imediata,
seguindo as seguintes fases:
- instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por 2
servidores estáveis;
- instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
- julgamento.

A comissão lavrará, até 3 dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de
indiciação, que conterá a autoria e a materialidade da transgressão, e promoverá a citação
do servidor indiciado, para em 5 dias, apresentar defesa escrita.

Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo e remeterá o processo à


autoridade instauradora, para julgamento, opinando sobre a licitude da acumulação.
No prazo de 5 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a
sua decisão.

A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese
em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo, uma vez
que, se caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de
demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos
cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal.

O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário


será de no máximo 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.

Prescrição (art. 142)


- prazos contados a partir do conhecimento do fato;
- nas infrações disciplinares capituladas também como crime, aplicam-se os prazos previstos
na lei penal;
- será interrompida pela abertura de sindicância ou pela instauração de processo disciplinar,
até a decisão final proferida por autoridade competente. Com o reinício, contar-se-á
novamente o prazo na sua integralidade, a partir da cessação da interrupção.

Aplicação das penalidades (art. 141)


- serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes funcionais;
- quanto maior a pena, de mais alta hierarquia será a autoridade responsável por sua
imposição;
- serão aplicadas por:
>Presidente da República, Presidente das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais
e PGR, quando se tratar de demissão e cassação de disponibilidade ou aposentadoria de
servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou entidade;
>autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas,
quando se tratar de suspensão superior a 30 dias;
>chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos, nos casos de advertência ou suspensão de até 30 dias;
>autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em
comissão.

Responsabilidades (art. 121)


Todo servidor é responsável por suas ações e omissões, envolvendo as esferas civil, penal e
administrativa, e por elas responde quando do exercício irregular de suas atribuições.
A responsabilidade civil decorre tanto de ato omissivo quanto de comissivo, seja ele doloso
ou culposo, desde que resulte prejuízo ao erário ou a terceiros.

A indenização de prejuízo causado dolosamente ao erário será liquidada, na falta de outros


bens que assegurem a execução do débito pela via judicial, por meio de desconto em
parcelas mensais não superiores a 10% da remuneração ou provento, em valores
atualizados.

A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o
limite do valor da herança recebida.

Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública,


em ação regressiva. A responsabilidade do Estado por danos que seus agentes causarem a
terceiros é objetiva, ou seja, independe de dolo ou culpa. Já a do servidor é subjetiva, ou
seja, depende de comprovação de culpa para que venha a responder pelo prejuízo.

A esfera de responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao


servidor, nessa qualidade.

Cada uma das sanções, civil, penal e administrativa, é independente das demais, podendo
cumular-se.

Entretanto, em caso de absolvição criminal que negue a existência de fato ou a sua autoria,
afastam-se as responsabilidade administrativa e civil (art. 935 do CC).

Processo Administrativo Disciplinar (art. 143)


A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a
sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar,
assegurada ao acusado ampla defesa.

As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a


identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a
autenticidade. Porém, se o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão
por mais de 30 dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuízo da
remuneração, podendo ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos,
ainda que não concluído o processo.

O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por


infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições
do cargo em que se encontre investido.

Será conduzido por comissão composta de 3 servidores estáveis designados pela autoridade
competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente. A Comissão terá como secretário
servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus
membros.

Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou


parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau.
O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
- instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
- inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
- julgamento.
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 dias, contados da data de
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo,
quando as circunstâncias o exigirem.

Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus
membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

Inquérito
O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da
instrução.

Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito
penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha
trazê-lo por escrito.

O indiciado será citado para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 dias, assegurando-se-
lhe vista do processo na repartição. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e
de 20 dias, podendo ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis.

Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, para apresentar
defesa no prazo de 15 dias a partir da última publicação do edital.

Em caso de revelia, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como


defensor dativo.

Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso e remetê-lo-á à autoridade que


determinou a sua instauração, para julgamento no prazo de 20 dias, contados do
recebimento do processo.

Julgamento
Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo,
este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo. Havendo mais
de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente
para a imposição da pena mais grave.

Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora


poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade.

O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.

Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido ao
Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.

O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou


aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade,
acaso aplicada. Ocorrida a exoneração por não-atendimento às condições do estágio
probatório, o ato será convertido em demissão, se for o caso.

Revisão do Processo
Poderá ocorrer a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos,
ainda não apreciados no processo originário, ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. A simples alegação de
injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão. No processo revisional, o
ônus da prova cabe ao requerente.
Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da
família poderá requerer. No caso de incapacidade mental, a revisão será requerida pelo
respectivo curador.

A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão dos trabalhos, cabendo o julgamento à
autoridade que aplicou a penalidade, em 20 dias, contados do recebimento do processo.

Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,


restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em
comissão, que será convertida em exoneração. Da revisão do processo não poderá resultar
agravamento de penalidade.

Sindicância
Da sindicância poderá resultar:
- arquivamento do processo;
- aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias;
- instauração de processo disciplinar.
O prazo para conclusão da sindicância será de no
máximo 30 dias, prorrogável por igual período, a critério da autoridade superior. A Comissão
será composta por 2 ou 3 servidores estáveis, designados pela chefia imediata.

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