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O que saber sobre os casos

de coronavírus sem sintomas


Algumas pessoas com o novo coronavírus não apresentam sinais da
doença. Mas elas podem transmitir o vírus? Devem fazer exames?
Por Chloé Pinheiro
access_time24 mar 2020, 20h01 - Publicado em 13 mar 2020, 10h08

Em algumas pessoas, o vírus Sars-Cov-2 não provoca sintomas. (Ilustração: André Moscatelli/SAÚDE é


Vital)

O aumento no número de casos no Brasil e a confirmação de um episódio


assintomático de infecção pelo novo coronavírus (chamado de Sars-CoV-2) em
uma adolescente paulistana levantaram certas dúvidas. Pessoas sem sintomas
devem fazer o exame para eventualmente diagnosticar o vírus? E mesmo nessa
situação elas podem transmiti-lo? SAÚDE vai responder.
Comecemos pelos exames: “Testar quem não está doente sobrecarrega o sistema
de saúde e não traz benefícios para o indivíduo, uma vez que não há
recomendação de tratamento para episódios assintomáticos”, aponta Renato
Kfouri, infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP).
Fora que o indivíduo que vai até o hospital ou a um laboratório para ser testado
pode acabar contaminado por outros vírus circulantes — estamos no vivendo os
primeiros casos de infecção por influenza, o causador da gripe, que matou pelo
menos mil pessoas em 2019. Aliás, a campanha de vacinação começa no dia 23
de março.
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Kfouri lembra ainda que muitos casos do novo coronavírus são leves e, portanto, é
provável que indivíduos sem sintomas circulem pelo país em dado momento. “Em
epidemias de doenças virais respiratórias, a maioria das infecções nem chega ao
nosso conhecimento. Se testarmos todo mundo, encontraremos muitos positivos,
mas não necessariamente essas pessoas ficarão doentes”, destaca o médico.

Outro ponto contra a realização do exame em indivíduos sem sintomas é a


imprecisão. Ora, um eventual resultado negativo não descarta a infecção dias
depois. “Trata-se de um resultado que só serve para aquele momento”, reforça
Celso Granato, infectologista do Fleury Medicina e Saúde. Ou seja, as pessoas
precisariam fazer testes rotineiramente para terem certeza de que não carregam o
Sars-Cov-2. E isso não é viável.
No mais, o novo coronavírus pode permanecer incubado por até 14 dias, e ainda
não se sabe a partir de quando ele passa a ser detectável no sangue.

É comum o novo coronavírus não causar sintomas?

Só estudos populacionais dirão com certeza. Mas infecções assintomáticas são


comuns na medicina. No caso da dengue, para ilustrar, estudos apontam que uma
porcentagem alta de moradores de algumas regiões do Brasil possui anticorpos
contra o vírus, o que comprova que houve contato com ele. Porém poucos
lembram de terem ficado doentes.

É possível que o mesmo ocorra com a Covid-19, nome da doença causada pelo
novo coronavírus. As crianças e os adolescentes, por exemplo, parecem contrair o
agente infeccioso e transmiti-lo, porém dificilmente ficam derrubados a ponto de
serem internados. Já indivíduos mais velhos e com doenças crônicas são mais
suscetíveis às complicações da enfermidade.
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Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?

Sim, mas provavelmente menos. “De uma maneira geral, o nível de excreção
do vírus está relacionado com a sintomatologia da doença. Ou seja, quanto mais
doente a pessoa está, mais carga viral carrega e, portanto, mais vírus libera em
circulação”, raciocina Kfouri.
Fora que, sem tossir ou sem espirrar, já se eliminam duas vias de transmissão
importantes do Sars-CoV-2, que é propagado por meio de gotículas das secreções
respiratórias.

De novo, pesquisas futuras devem esclarecer esse ponto. “Por enquanto, temos
apenas relatos esporádicos indicando contágio por meio dos casos
assintomáticos”, conta Nancy Belley, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Quando fazer o teste do coronavírus sem sintomas

Nancy esclarece que, em situações específicas, os médicos podem solicitar o


exame mesmo que o indivíduo não esteja doente. “Aquela adolescente paulistana,
por exemplo, compareceu ao hospital por outro motivo. Mas, como esteve na Itália
e poderia disseminar o vírus em um ambiente com muitas outras pessoas do
grupo de risco, o teste foi feito”, comenta a infectologista.

O mesmo valeria para alguém que retornou de um país com ampla disseminação
da Covid-19 e está com uma cirurgia marcada. “Quem irá fazer um procedimento
cardíaco, por exemplo, que exige internação na UTI, um local onde o vírus pode ser
mais perigoso, também poderia incluir o exame na preparação por precaução”,
opina Nancy.

No dia 13 de março, o Ministério da Saúde passou a recomendar que todo viajante


internacional, ao retornar, fique isolado em casa por sete dias. Mas, se não
surgirem sintomas, ele não precisa realizar o exame.

E se eu tive contato com um caso confirmado?

Nessa situação, o que ocorre é a observação. “A pessoa deve ser orientada a


prestar atenção em sinais parecidos com o de resfriado ou gripe”, orienta Elisa
Aires, infectologista da DaVita Serviços Médicos.

Se os sintomas surgirem e forem leves, a recomendação é deixar de circular por aí


e conversar com um médico, eventualmente indo a um posto de saúde. Mas só
visite o hospital se estiver no grupo de risco (acima dos 40 anos de idade ou com
doenças crônicas). Por outro lado, febre alta, mal-estar intenso ou dificuldade para
respirar exigem uma investigação pormenorizada, eventualmente com internação.

Os testes e o acompanhamento próximo de quem teve contato com os infectados


são importantes para frear a transmissão local e diminuir a velocidade com a qual
ele se espalha.

Agora, conforme o número de casos for aumentando e se espalhando pelo país


entre os próprios brasileiros, a conduta pode mudar. Em um contexto de ampla
disseminação, o foco poderia se concentrar no atendimento dos acometidos com
quadros mais severos.

“Claro que, se a pessoa doente quiser, poderá fazer na rede particular. Mas,
quando o vírus está disseminado, consideramos que é mais um entre as centenas
que já temos circulando, e só os doentes graves precisariam ser testados para
determinar o melhor tratamento”, explica Nancy.

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