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PROCESSO CIVIL III – 7º Período

Aula 03/08/2019
Situação 1
Camila não se reconhece mais como mulher e decide ir ao cartório da sua para
realizar a mudança de seu registro de nascimento. O dono do cartório que a conhece
desde nova, diz que ela es v tá louca e que ele não irá fazer a alteração do registro.
Camila decide então voltar em outro dia, e quando retorna, encontra um funcionário do
cartório que também não prestou atendimento à Camila, mesmo ela tendo consigo um
laudo médico em mãos. Com essa situação, Camila procura o escritório da Alisson
para resolver essa situação, pois eles não querem cumprir uma decisão que possui
caráter vinculante.
- Transgênero – Ação de indenização c/c obrigação de fazer  Procedimento
Comum  Ação de Conhecimento  Sentença.
Judicializando a questão, antes de saber o tipo de procedimento é preciso definir os
pedidos. As ações que, geralmente cumulam dois pedidos são de procedimento
comum, das ações de conhecimento até a sentença, sem seguir nenhum rito especial
previsto em lei, como por exemplo nas ações possessórias que são de procedimento
especial, previsto em lei. As ações de procedimento especial servem para proteger
pretensões específicas, geralmente vinculadas a um único direito, ex: divórcio.
O objetivo do procedimento comum ao formular os dois pedidos é obter a condenação
do tabelionato a alteração do registro. Essa é uma pretensão de conhecimento, (levar
a demanda dos fatos a conhecimento de um terceiro afim de que ele, por meio das
provas produzidas profira uma determinada decisão) um processo de acertamento de
direitos em conflito.
Classificação das Sentenças
Declaratória: Declara existência ou inexistência de direitos. Ex: investigação de
paternidade, usucapião.
Declaratória Condenatória: Sentença que impõe alguém o cumprimento de uma
obrigação, fazer, não favor, pagar algo. A maioria das sentenças são condenatórias.
São sempre declaratórias também.
Constitutivas/ desconstitutiva: através da decisão judicial modifica-se uma relação
jurídica previamente existente. Ex: ação de divórcio. São sempre declaratórias
também.
Mandamental: proferidas nas ações constitucionais, tem efeito imediato por se tratar
de ordem.
Nas ações de conhecimento, sempre terá a prolação de uma dessas sentenças,
independentemente se o procedimento é comum, especial, jurisdição contenciosa ou
voluntária.
* Procedimento especial de jurisdição contenciosa – art. 535 a 718 do CPC. Há
conflito

* Procedimento especial de jurisdição voluntária – art. 719 a 770 do CPC. Não tem
uma existência de conflito, mesmo que em abstrato. É uma ação que não tem réu, é
apenas um interessado.

Provavelmente, Camila terá provimento dos pedidos, pedindo no mínimo R$15000,00


de indenização, sendo a sentença condenatória.
Situação 2
Camila perdeu seus documentos, alguém os achou e fez diversas dívidas em seu
nome. Ela só descobriu quando foi ao banco tentar realizar um financiamento e lhe é
negado devido ao seu nome estar inserido no SPC Serasa, e seus cartões de crédito
foram todos bloqueados.
- Negativa indevida – Procedimento Comum – Ação de Conhecimento –
Sentença declaratória e condenatória.
Camila afirma que não foi ela quem contraiu essas dívidas, e a única prova que tem é
o boletim de ocorrência que elaborou quando perdeu os seus documentos no centro
de Bh. Camila ajuíza uma ação de indenização c/c declaração de inexigibilidade da
dívida com requerimento de tutela de urgência, o procedimento é o comum.
Ação de conhecimento que vai dar origem a uma sentença mista, ou seja, declaratória
e condenatória. O que difere essa ação da primeira, é o requerimento de tutela de
urgência (art 300 CPC), pois há perigo de dano e probabilidade do direito. Essa é uma
providência que satisfaz o direito do autor.

Situação 3
Heron tem por hábito a agiotagem, empresta 1500 reais para a Camila através de
contrasto de mútuo, o contrato é assinado perante duas testemunhas, onde Camila diz
que irá pagar o empréstimo em 6 meses e, após assinado o contrato e passado os
seis meses Camila não realiza o pagamento.
Dívida com inadimplemento mais título – Ação de Execução de Título
Extrajudicial.
Não terá uma sentença condenatória, mas sim uma citação para pagamento.

Aula 05/08/2019
Tutelas Provisórias (art 294 a 311 CPC).
Continua com o exemplo da situação 2.
Técnica de antecipação dos efeitos da sentença. É o risco de dano que
caracteriza a urgência necessária a prolação de antecipação da tutela, ou seja,
existência de perigo de dano e probabilidade do direito.

Cabe requerimento de tutela provisória:

- No processo de conhecimento no rito comum, especial (art. 539 a 770 do


CPC, direitos materiais específicos) e sumaríssimos do JESP’s (até 40
salários-mínimos de pouca complexidade) e JEF (até 60 salários-mínimos e os
réus devem ser entes públicos integrantes da fazenda pública).
- Cabe ainda em procedimento em trâmite nos tribunais;
- Em processo de execução e cumprimento de sentença.

Existem três tipos de processo:

1. Processo de Conhecimento: Acertamento das satisfações, direitos a


acertar;
2. Processo de Execução: Satisfazer direitos acertados, tenho direito a
satisfazer;
3. Processo Cautelar (não existe mais): Evitar que o dano ocorra, prevenir a
ocorrência de dano a um direito, proteger o direito discutido ou no processo
de conhecimento ou no processo de execução. É sempre dependente dos
outros processos.

TUTELA PROVISÓRIA É GÊNERO DAS ESPÉCIES TUTELA DE URGÊNCIA E


TUTELA DE EVIDÊNCIA.

Conceito de Tutela Provisória: Técnicas de antecipação dos efeitos da Tutela


Definitiva (sentença transitada em julgado, de natureza satisfativa ou cautelar). São
um gênero de técnica procedimental que se divide, pelo fundamento, em Tutelas de
Urgência (cautelar e antecipada) e Tutelas de Evidência (apenas antecipada).

As Tutelas Cautelares, que são modalidades de Tutelas de Urgência, têm a


finalidade de proteger, acautelar, conservar, evitar o perecimento, a dilapidação, o
desvio, a morte de pessoas provas e bens necessários ao procedimento evitando a
perda de direitos e assegurando resultado útil das pretensões.

Já as Tutelas Antecipadas ou Satisfativas, que são de urgência ou de evidência,


têm com circunflexo por objetivo a antecipação da satisfação das pretensões (direito
material) discutidas, seja porque estão correndo risco de perecer ou pelo fato do
direito do autor se demonstrar evidente (ver art. 311 do CPC).

A Tutela de Urgência para ser requerida tem de se demonstrar a probabilidade do


direito + perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

A Tutela de Evidência dispensa demonstração de perigo de dano e exige a


demonstração de alta probabilidade (evidência) do Direito, indicada pela presença de
uma das situações do art. 311 ou de outras hipóteses indicadas em lei. (Ex: embargos
de terceiro; ação monitória; Lei 5478/65 (Lei de alimentos), etc.).

A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência, a tutela provisória


de urgência cautelar antecipada pode ser concedida em caráter antecedente, ou em
caráter incidental. As tutelas de urgência podem ser cautelares antecipadas, tutelas de
evidências são sempre antecipadas.

A tutelas podem ser requeridas incidentalmente e antecedente. O comum é o caráter


de urgência incidental.

Classificação das Modalidades de TUTELAS PROVISÓRIAS:


Quanto ao fundamento: As tutelas provisórias (isto é, cautelares ou Tutelas
Antecipadas) poderão fundar-se em URGÊNCIA ou EVIDÊNCIA (art. 294, NCPC).

1) A tutela será de urgência (antecipada ou cautelar) quando o requerente


demonstrar “elementos que evidenciem a probabilidade do direito (enunciado
17 TJMG) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo” (art. 300,
NCPC) – enunciado 18 TJMG.

Fator tempo como inimigo da efetividade. Ou seja, não se pode esperar até a definição
real da existência do direito porque a efetividade do processo pode acabar sendo
comprometida. É por conta deste entendimento que se entende que o dano elimina a
efetividade do processo.

2) A tutela será de evidência (antecipada) quando o requerente demonstrar


qualquer das situações do art. 311, ou seja, quando houver abuso de direito de
defesa ou manifesto propósito protelatório do réu (tutela punitiva) ou quando
as afirmações de fato estiverem comprovadas por documento (tutela
documentada), o que por si só, torna o direito evidente, justificando a
antecipação dos efeitos do provimento de mérito pretendido.

A tutela de evidência prescinde (dispensa) a demonstração do perigo de dano ou


risco ao resultado útil do processo. Não se cogita da incompatibilidade entre o tempo
do devido processo e a preservação do direito pleiteado. Antecipa-se o que é pleiteado
pelo autor por questões de celeridade. É por isso que não existe o tempo como fator
que é inimigo da efetividade, não existe um risco ao resultado útil do processo,
antecipa-se pelo fato do direito ser evidente. Só posso requerer tutela de evidência se
minha situação se encaixa perfeitamente nas hipóteses legais.

Quanto a finalidade: antecipada (satisfazer) e cautelar (proteger).

Quanto ao momento processual:

Antecedente: Medida excepcional. É permitida apenas para tutela de urgência. Trata-


se do requerimento formulado antes dos pedidos principais, quando a urgência for
contemporânea à propositura da ação. Ex: Tutela antecipada antecedente (ver arts.
303 e 304 cpc) e Tutela Cautelar Antecedente (ver art. 305 a 310).

Incidental: É mais comum. É o requerimento feito dentre da petição inicial,


acompanhando os pedidos principais ou no curso do processo. É cabível para todos
os tipos de tutela

Aula 10/08/2019

Camila explicou novamente o que havia falado sobre tutelas.

Na tutela cautelar a proteção do direito é indireta porque ela se faz pela via da
conservação de provas, pessoas ou bens. Já a tutela antecipada(satisfativa) vai
efetivamente satisfazer aquilo que está sendo pedido. Ex: Investigação de paternidade
c/c alimentos.

Aquele que se beneficia dos efeitos da tutela concedida, é obrigado a indenizar


eventuais danos suportados pelo Réu.
Exemplos de tutela cautelar: ação de improbidade administração.

A finalidade das medidas de tutelas provisórias é abrandar os males que tempo


causou ao processo, garantindo a utilidade dos efeitos da tutela e redistribuindo o
ônus do tempo entre as partes. Evitando o perecimento do direito em discussão.

Características Marcantes das Tutelas Provisórias:

1) Sumariedade da cognição: Significa exame de provas superficial, basta


juízo de verossimilhança (aparência de verdade).

2) Precariedade do provimento: As tutelas provisórias podem ser modificadas


ou revogadas a qualquer tempo, uma vez que a decisão, como o próprio nome diz, é
provisória.

3) inaptidão para a formação de coisa julgada: Não forma coisa julgada,


pois não se tem o trânsito em julgado + a cognição exauriente = coisa julgada.

Coisa julgada: Qualidade/efeito que torna indiscutível o conteúdo da decisão judicial,


também chamada de preclusão máxima, que vai garantir segurança jurídica. O
conteúdo da coisa julgada é imutável. Efeito de indiscutibilidade da decisão que é
provocado a partir do momento em que não existe mais recursos.

Tutela provisória não forma coisa julgada, pois posso sempre prolongar a discussão a
respeito da matéria, até que a cognição chegue a ser exauriente, e é mutável, posso
ter modificado o resultado dessa tutela.

Enunciado 17 – (art. 300) “A exigência de elementos que evidenciem a probabilidade


do direito para a concessão da tutela de urgência, liminarmente ou após justificação
prévia, refere-se também a indícios de prova”. Ou seja, não precisa de prova robusta,
basta indício, de acordo com tal enunciado, apenas os indícios de provas são
suficientes para demonstrar probabilidade de direito.

Enunciado 18 – (art. 300) “O perigo de dano ao direito material da parte deve ser
analisado para o deferimento da tutela antecipada e o risco ao resultado útil do
processo para a concessão da tutela cautelar”. Basicamente, este enunciado divide o
perigo de dano como necessário a tutela de urgência antecipada e, o risco ao
resultado útil ao processo a tutela de urgência cautelar. Essa divisão, de acordo com a
professora Camila, não faz sentido, uma vez que as duas tratam-se de espécie de
tutela de urgência, sendo assim, os requisitos são exatamente os mesmos. Deste
modo, tanto faz a comparação de um ou de outro. A diferenciação existia no CPC de
76, hoje em dia não mais. Resumidamente, na prática, este enuncia é inaplicável.

Ainda sobre a classificação:

Quanto à finalidade ou natureza jurídica:

As tutelas provisórias classificam-se em cautelares e tutelas satisfativas /


antecipadas. As tutelas de urgência são cautelares ou satisfativas e as tutelas de
evidência são sempre satisfativas.

Quanto ao momento de requerimento:


As tutelas provisórias podem ser requeridas a título antecedente (preparatório) ou
incidental. Enquanto as tutelas de urgência comportam requerimento nas duas
modalidades, as tutelas de evidência só podem ser pleiteadas incidentalmente.

Portanto, há possibilidade, de acordo com as diversas classificações


apresentadas, termos as seguintes modalidades de Tutelas Provisórias:

1) Tutela (de Urgência) Antecipada Antecedente: Aqui existe um perigo de


dano que fundamento a tutela, para o alcance da satisfação do pedido de
maneira antecipada e é requerida antes do pedido principal, pois tem uma
urgência absoluta que justifica a antecipação da tutela antes de qualquer coisa.
(art. 303/304)

2) Tutela de Urgência Antecipada Incidental: De urgência porque existe dano,


antecipada pois pretende-se alcançar a satisfação e incidental porque
pretende-se no curso do processo, depois dos principais pedidos. (art. 300)

3) Tutela (de Urgência) Cautelar Antecedente: De urgência porque existe dano,


cautelar porque se requer proteção (provas, pessoas e bens) e antecedente
porque requerida antes do pedido principal. (art. 305 ao 310)

4) Tutela (de Urgência) Cautelar Incidental: De urgência porque existe dano,


cautelar porque se requer proteção (provas, pessoas e bens) e incidental por
ser requerida no curso do processo. (art. 300)

5) Tutela de Evidência: Possui só uma modalidade. É de evidência pois


dispensa dano e é satisfativa, sendo requerida apenas no curso do processo.
(art. 311)

OBS: Toda cautelar é de urgência, por isso a expressão encontra-se entre


parênteses, NÃO PRECISA USAR A EXPRESSÃO “DE URGÊNCIA”. No caso das
antecipadas antecedentes, só existe ela, uma vez que a tutela de evidência não tem
antecedente, sendo sempre incidental, por isso que não precisa falar que é de
urgência.

Aula 12/08/2019 (Aula de Binha)


TUTELAS DE URGÊNCIA - Disposições gerais

Podem ter natureza cautelar ou antecipada, como já foi dito (art.294 caput e
parágrafo único, NCPC).

Requisitos: “elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de


dano ou risco ao resultado útil do processo” (art. 300, NCPC). Atenção enunciados
17 e 18 TJMG!

 Momento para requerimento (§único do art. 294):

1) Antecedentes: através de petição inicial, formulada sempre antes do pedido


principal, é uma novidade do CPC de 2015. (Obs: não há essa permissão no CPC/73
para Tutela Antecipada antecedente, essa só podia ser pleiteada incidentalmente);

São aquelas formuladas em petição inicial exclusivamente com o requerimento de


tutela de urgência, desacompanhado do pedido de tutela final. Para que essa
modalidade de requerimento seja utilizada, é necessário que a urgência seja
contemporânea à propositura da ação. Nas inicias de tutela antecedente, o autor se
limitará ao relato dos fatos com demonstração da probabilidade do direito e do perigo
de dano ou risco ao resultado útil do processo, formulando ao juiz apenas o
requerimento de tutela de urgência. Depois da apreciação liminar de tal requerimento,
concedida ou não a tutela, o autor terá a oportunidade de aditar/complementar sua
petição inicial formulando os pedidos finais e solicitando a confirmação da tutela
porventura deferida.

Tanto tutelas antecipadas quanto cautelares, desde que urgentes, poderão ser
requeridas na forma antecedentes. Quando antecipadas, seguiram os dispostos nos
arts. 303 e 304, quando cautelares, seguiram a forma prevista nos art. 305 a 310.

2) Incidentais: na inicial em conjunto com o pedido principal ou por simples petição -


art. 295, CPC/15.

Em uma petição inicial comum, o pedido de tutela de urgência vem depois do


fundamento e antes dos pedidos, no entanto, neste caso a tutela seria incidental, ou
seja, ela deverá conter: 1. Endereçamento. 2. Preâmbulo. 3. Fatos. 4. Fundamentos.
5. Requerimento liminar de Tutela de Urgência. 6. Pedidos. 7. Requerimento. 8. Valor
de causa + elementos finais.

Na inicial exclusivamente com requerimento de tutela antecipada antecedente ou


tutela cautelar antecipada, não se tem os pedidos finais, apenas o pedido do
requerimento da tutela de urgência, ou seja, ela deverá conter: 1. Endereçamento. 2.
Preâmbulo. 3. Fatos com descrição do perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo. 4. Fundamento com indícios da probabilidade do direito. 5. Pedido,
contendo apenas o requerimento da tutela de urgência. 6. Elementos finais.

 Esquema procedimental das tutelas de urgência antecipada antecedente:

Tutela Antecipa Antecedente (art. 303 e 304):

1. Formula-se petição inicial com demonstração de probabilidade de direito + perigo de


dano ou risco no resultado útil nos termos do art. 303. 2. Essa petição será distribuída.
3. Após distribuição, ou autos irão conclusos para prolação de decisão liminar. 4.
Recebido os autos, o juiz pode deferir ou indeferir o pedido liminar. 5. Caso o pedido
seja indeferido, o juiz abrirá prazo para que o autor adite a petição inicial para que
esse acrescente a fundamentação e o pedido final, no prazo de 5 dias, sob pena de
indeferimentos da inicial com extinção do processo sem resolução de mérito. 6. Outra
possibilidade é o juiz deferir o pedido liminar. 7. Após, ocorrerá a citação da parte ré.
8. A parte ré poderá interpor agravo de instrumento para contrapor a decisão, ou
poderá apenas se manter inerte, sem agravar (aceitando a decisão liminar). OBS:
Deferida a Tutela de urgência, começa correr o prazo para o aditar a petição inicial, no
prazo de 15 dias ou mais (podendo o juiz dilatar tal prazo). Ausente o aditamento,
haverá extinção do processo sem resolução de mérito. 9. Se a parte ré agravar e
houver o aditamento da parte autora, o processo prossegue. Se a parte ré agravar
sem aditamento da inicial da parte autora, o processo será extinto sem estabilização
daquilo concedido na decisão liminar. 10. Caso a parte ré não agrave, tem a
possibilidade do aditamento da inicial pela parte autora, tendo a autor demonstrado
interesse em prosseguir com o feito. Caso a parte ré não agrave e a parte autora não
adite a inicial, entende-se que o pedido foi atendido e o processo é extinto com a
estabilização da decisão liminar prolata.

Considerando que o prazo para a interposição de agravo é maior do que o prazo para
o aditamento da inicial, quando esse não é dilatado, uma vez que os 15 dias para a
interposição de agravo só começam a serem contados a partir da juntada da carta de
citação ao autos, teoricamente, a parte autora seria prejudicada. Como é perceptível, a
parte autora assumiria o risco em aditar ou não dentro do prazo esperando pela parte
ré, se essa iria ou não se manifestar. O risco disso, é que como foi dito acima, caso a
parte autora não adite a inicial e a parte ré interponha agravo de instrumento, o
processo será extinto sem estabilização daquilo concedido na decisão liminar. Por
outro lado, se a parte autora adita a inicial e a parte ré não agrava, considera-se que a
parte autora deseja prosseguir com o feito, uma vez demonstrado o interesse
processual por meio do aditamento. Como forma de resolução deste conflito, dispõe o
enunciado 19:

Enunciado 19 TJMG – “O autor do requerimento de tutela antecipada antecedente


concedida só estará obrigado a aditar a petição inicial se houver a interposição de
recurso”.

Aula 17/08/2019
Continuação das características relativas às tutelas provisórias de urgência...
Revogabilidade: Podem ser modificadas ou revogadas a qualquer tempo, é
comum as tutelas de urgência tanto de natureza satisfativa quanto cautelar.
Porque se trata de um provimento provisório (precário, inapto a formação de
coisa julgada.) que necessita ser confirmado ao final a possibilidade de
continuidade da tutela de urgência, se não houver necessidade mais, há
possibilidade de revogação. Previsto no art. 296 CPC.
Eficácia: As tutelas provisórias de urgência conservam sua eficácia no curso
do processo, inclusive se o processo estiver suspenso a tutela conserva os
efeitos. Ex: Tathy e Heron casaram e depois tiveram Lorena de filha, depois de
algum tempo decidiram se divorciar, Heron não aceita nenhum tipo de acordo e
Tathy é obrigada a ajuizar uma ação litigiosa de divórcio, pedindo guarda
compartilhada, alimentos e partilha de bens. O juiz aprecia as tutelas e
concede a guarda e os alimentos, ambos são convocados para audiência de
conciliação, Heron não demonstra resistência mas diz que precisa pensar
sobre a pensão, o juiz propõe uma mediação e eles chamam o Gabriel para
uma mediação extrajudicial e solicitam a suspensão do processo judicial,
enquanto durar essa suspensão a tutela deferida anteriormente produzirá
efeitos, enquanto for necessária. Mesmo com a mediação não conseguem
chegar a um acordo e Heron começa a deixar de pagar a pensão, a obrigação
poderá ser exigida forçadamente (seguindo as regras do provimento provisório
de sentença) por meio de cumprimento provisório de decisão interlocutória
alimentar – art. 528 CPC e ss.
É possível que o juiz ordene o requerimento de tutela de urgência satisfativa
de ofício? Não, pois violará o princípio da inércia e da imparcialidade. Com
relação as tutelas cautelares, existem uma gama de autores que defendem o
deferimento dessa tutela cautelar sem requerimento da parte, portanto ela
poderá ser concedida – poder geral de cautela - segundo o art 297 CPC.
Existem autores que dizem que ainda que se sustentem a possibilidade dessa
tutela segundo o 297, é que o juiz poderá alterar a medida se verificar que o
pedido está inadequado, não conceder sem o pedido e sim, uma tutela mais
adequada para o caso – segunda dimensão geral do poder de cautela-.
Exigir caução real ou fidejussória (incide sobre pessoa, afiançamento): é
uma faculdade do juiz. Essa calção tem a finalidade de ressarcir prejuízos
suportados pela parte contrária. Art. 300, §ù CPC. O juiz verifica o caso em que
é cabível, não é uma obrigação. Há possibilidade de despensa da calção se a
parte for hipossuficiente.
As tutelas de urgência podem ser concedidas liminarmente (antes da citação)
ou após justificação prévia (audiência para coleta de elementos que informem a
existência de probabilidade do direito), segundo o Art.300§ 2º.
Aula 19/08/2019 – AULA DE ELISA
TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE
Trata-se de modalidade de tutela de urgência, com finalidade satisfativa ou
antecipatória, formulada por via de petição inicial exclusiva que carrega o mesmo
nome. Poderá ser requerida toda vez que a urgência for contemporânea à propositura
da ação e houver uma das seguintes situações:
1- O autor não dispuser da totalidade dos documentos que necessita para
formular uma inicial completa e deduzir suas pretensões principais, ou;
2- O autor tiver como objetivo obter rapidamente a extinção de sua demanda,
contentando-se exclusivamente com a providência de urgência requerida,
deferida pelo juiz e não impugnada pela parte contrária.

Essa modalidade de tutela de urgência satisfativa tem como peculiaridade não


só a possibilidade de complementação e juntada de documentos à inicial,
posteriormente à apreciação da tutela, como também o fato de se permitir a extinção
prematura do procedimento. Essa segunda hipótese é viabilizada pelo instituto da
estabilização dos efeitos da T.A.A., quando deferida e não impugnada pela parte
contrária.
Isso significa que se o autor elabora uma inicial de T.A.A., nos termos dos arts.
303 e 304, havendo deferimento da medida de urgência solicitada e não impugnação
da decisão pela parte ré, se o autor se contentar apenas com a medida ordenada,
poderá optar pela não continuidade do procedimento, ou seja: este será extinto e se
conservarão os efeitos da tutela deferida. A esta conservação de efeitos dá-se o nome
de estabilização.
A estabilização, apesar de gerar extinção do processo, representando efeito
semelhante à coisa julgada (indiscutibilidade da decisão que foi prolatada), coisa
julgada não é. E isso não pelo fato de a decisão estável poder ser discutida em ação
autônoma de impugnação proposta por qualquer das partes em até dois anos
contados da extinção do processo (ver §§2°, 3°, 4°, 5° e 6° do art. 304). Mas, sim, pelo
fato de que a decisão estável não resolveu o mérito da pretensão, tampouco foi
prolatada com base em cognição exauriente. Logo, a decisão, mesmo estável, após
dois anos da extinção do processo, sem que haja propositura da ação de revisão,
torna-se imutável e gera preclusão pro judicato, sem, contudo, ser apta a produzir
coisa julgada.
Disso se conclui que a estabilização é técnica de sumarização dos
procedimentos (agilização), para atender necessidades contingentes de excesso de
demandas e morosidade processual, sem, no entanto, produzir coisa julgada. A
estabilização incide sobre os efeitos práticos da decisão, enquanto a coisa julgada é
qualidade que decorre da indiscutibilidade de seu conteúdo, quando há a soma de
dois fatores: trânsito em julgado + cognição exauriente.
O prazo para que qualquer das partes impugne a decisão estável que,
conforme dito, é de dois anos, tem natureza decadencial. Assim, se as partes
pretenderem reverter a decisão estável após este prazo, a ação proposta deverá ser
extinta com resolução de mérito nos termos do art. 487, II (decadência).
Em resumo, para que haja estabilização, com extinção prematura do
procedimento, é necessária a soma de três fatores:
1- Inicial formulada nos termos do art. 303 com tutela liminarmente deferida;
2- Ausência de manifestação de recurso (art. 304) ou outra forma de
impugnação pela parte contrária (ver entendimento do STJ);
3- Ausência de interesse do autor no prosseguimento da demanda, para a
prolação de decisão de mérito.

Portanto, a estabilização é técnica exclusiva das tutelas antecipadas


antecedentes deferidas e não impugnadas.
Obs: esta ação se chama “ação de tutela antecipada antecedente”.
Na petição de T.A.A. deve indicar os pedidos que serão formulados com o
aditamento da inicial, dentre os pedidos deve-se pedir a confirmação do efeitos da
tutela.
A T.A.A. é mais usada quando se pretende somente os efeitos da tutela (mas
pode ser usada em outros casos, como nos casos de negativação indevida, quando o
autor não se importa com a indenização, o que ele pleiteia de fato é a exclusão de seu
nome dos cadastros de proteção ao crédito).

 Tem que ter indicação do valor da causa, (pois toda inicial precisa ter!), esse
valor será o valor da pretensão final de mérito (§4° art. 303, do CPC.
 O autor tem que indicar na inicial de TA.A., de modo expresso, que
pretende se valer do benefício do aditamento e que formula sua
pretensão nos termos do art. 303 CPC.
 Necessário o recolhimento de custas (possível a gratuidade).

Obs: a indicação do valor da causa serve para o recolhimento de custas e taxas


processuais e levado em consideração subsidiariamente para fins de sucumbência.
24/08/2019 – AULA DE AMANDA

Depois da apreciação da T.A.A. o juiz tem a opção de conceder ou não,


no caso de concessão da T.A.A. o juiz fixará um prazo de 15 dias ou mais para
que o autor adite a P.I confirmando os pedidos iniciais ou completando a
argumentação. Ao que parece o aditamento é obrigatório (art. 303), pois caso
não o haja o processo será extinto sem resolução de mérito, além disso, coloca
o dever do autor em aditar. Porém o aditamento não é obrigatório, pois fica a
cargo do interesse do autor, se o réu não impugnar em recurso a concessão da
T. U.

O aditamento da petição inicial de T.A.A. torna-se uma opção do autor


se, deferida a tutela, o réu não impugna-la e não houver interesse do autor no
prosseguimento do processo com a prolação de sentença de mérito. Nesse
caso, o processo será extinto sem resolução de mérito, estabilizando-se os
efeitos da tutela concedida.

O aditamento só será obrigatório nas seguintes hipóteses:

1. Se a tutela for indeferida;


2. Se, deferida a tutela, houver manifestação de recurso ou outra forma
de impugnação pela parte contrária.

Nas hipóteses 1 e 2, não havendo aditamento haverá extinção do


processo sem resolução de mérito e sem estabilização.

Caso não haja a concessão da T.A.A. o prazo de aditamento será 05


dias não podendo ser superior, caso não haja o aditamento o processo será
extinto sem a resolução de mérito.

Quando não há recurso por parte do réu para impugnar a tutela


concedida , o art. 304 dispõe que os efeitos da tutela tornar-se-ão estáveis.
Todavia, para que esta estabilidade ocorra, é necessário que haja desinteresse
do autor na prolação de sentença de mérito (ausência de aditamento). Isso
porque, havendo aditamento, o juiz, de acordo com os arts. 3º do CPC e 5º,
XXXV da CF, é obrigado a apreciar os pedidos formulados. A garantia de
inafastabilidade da jurisdição impede que o juiz extingua o processo, sem
resolver o mérito da pretensão.

Nos casos em vermelho o aditamento se torna obrigatório sob pena do


processo ser extinto sem resolução de mérito e sem estabilização dos efeitos.
Estabilização da T.A.A. (art 304): A palavra “recurso” abrange qualquer forma de
impugnação da parte contrária (contestação, ED, pedido de reconsideração, M.S. A
estabilização não gera coisa julgada, mas só será afastada por decisão que a revir,
reformar ou invalidar.
Caso a decisão que deferiu a T.A.A. transite em julgado sem impugnação da parte
contrária, somente poderá ser debatida através de ação autônoma de impugnação
oposta pela parte contrária que será instruída com cópia dos autos do processo onde
a T.A.A. foi concedida e será distribuída por dependência. O prazo para oposição
desta ação será de dois anos contados do trânsito em julgado que extinguiu o
processo que deferiu a T.A.A.
Caso a ação não seja oposta neste prazo, não haverá a possibilidade de
discussão da decisão, como também não haverá formação de coisa julgada, pois não
houve resolução de mérito (cognição exauriente, já que os requisitos da coisa julgada
são: exercício da cognição exauriente + trânsito em julgado). Assim, não há cabimento
de ação rescisória para discutir decisão de T.A.A., ainda após o prazo de dois anos da
estabilização de seus efeitos.
O CPC oferece a possibilidade para ambas as partes discutirem a T.A.A
estabilizada por meio de ação autônoma de impugnação. A ideia de oferecer ao autor
essa possibilidade é para que ele reafirme os efeitos da tutela.
A estabilização é técnica de conservação dos efeitos práticos da T.A.A. concedida
e não impugnada. Os efeitos práticos dizem respeito ao resultado concreto,
materialmente obtido com a concessão da tutela solicitada. São estes efeitos
concretos que podem ser afastados pela parte ré, através da ação autônoma de
impugnação e, são também estes efeitos que se estabilizam definitivamente após dois
anos, se não proposta a ação autônoma de impugnação.
Decorridos dois anos, se não proposta a ação de impugnação, a decisão estável
não produz coisa julgada, apesar de não poder mais ser impugnada. Isso porque não
houve prolação de sentença de mérito, tampouco acertamento definitivo do direito ou
cognição exauriente, de modo que o conteúdo que é fundamento da tutela estável
poderá ser rediscutido em ação futura, mesmo após o decurso do prazo de dois anos.
A estabilização não produz nem coisa julgada formal, pois esta trata-se de um
vício de forma que causa a extinção do processo sem resolução do mérito, com
trânsito em julgado. Esse vício pode ser corrigido após o trânsito da decisão que
extinguiu o processo e após, pode ser proposta a mesma demanda. No caso da
estabilização, não há vício de forma a ser corrigido. Assim, não há formação de coisa
julgada formal.
A propositura de T.A.A. objetiva uma maior celeridade com a estabilização e
diminuição de ações desnecessárias.
Enunciado 19 do TJMG: o autor só está obrigado a aditar a petição inicial se
houver a interposição de recurso. Para o juiz aplicar esse entendimento, o enunciado
deve estar expresso. Esse enunciado não especifica qual é o marco do início da
contagem do prazo para o aditamento.
Obs: a jurisprudência tem entendido que não cabe apelação contra a sentença que
extingue o processo de T.A.A sem resolução do mérito, cabendo apenas ação
autônoma de impugnação.
TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA INCIDENTAL
Independe do pagamento de custas. Mesmo quando é requerida na inicial é
incidental, para ser antecedente, tem que ser na forma do art. 303, não gera
estabilização, pois é sempre requerida com o intuito de resolução do mérito da
demanda.

A atual interpretação do STJ é que o recurso seria qualquer forma de


impugnação, a exemplo temos, a contestação, embargos de declaração,
pedido de reconsideração e mandado de segurança.

Uma vez decidida e concedida a tutela e o processo se extinguir sem


resolução do mérito, mas com os efeitos de estabilização, para que a oponha é
necessário uma ação autônoma de impugnação, na qual será instruída com
coisa dos autos do processo onde da T.A.A. foi concedida e será distribuída
por dependência no prazo de 2 anos do transito em julgado para a modificação
da T.A.A.

Decorrido o prazo de 2 anos não formará coisa julgada, pois para que
haja a formação é necessário que tenha exercício de cognição exauriente +
transito em julgado, neste caso não há apreciação de mérito, pois o processo
foi extinto sem a resolução do mérito, daí não pode falar em coisa julgada, pois
a decisão não reconheceu o mérito.

O autor pode requerer ação autônoma de impugnação para que se


confirme a decisão anterior a titulo definitivo, ou seja, para formar coisa julgada.
Os efeitos práticos com a concessão da tutela não podem ser cobrados
caso tenha passado o prazo de 2 anos, dentro deste prazo pode ser cobrados
os resultados práticos, após esse prazo pode discutir o conteúdo, mas não os
efeitos práticos.

A estabilização é técnica de conservação dos efeitos práticos da T.A.A.


concedida e não impugnada. Os efeitos práticos dizem respeitos ao resultado
concreto, materialmente obtido com a concessão da tutela solicitada. São
esses efeitos concretos que podem ser afastados pela parte ré, através da
ação autônoma de impugnação e, são também esses efeitos que se
estabilizam definitivamente após 2 anos, se não proposta a ação autônoma de
impugnação.

Decorridos 2 anos, se não proposta a ação autônoma de impugnação, a


decisão estável não produz coisa julgada, apesar de não poder mais ser
impugnada. Isso porque, não houve prolação de sentença de mérito, tampouco
acertamento definitivo do direito ou cognição exauriente, de modo que o
conteúdo que é fundamento da tutela estável poderá ser rediscutido em ação
futura, mesmo após o decurso do prazo de 2 anos.

 Problemas acerca da estabilização (olhar no slide)

Não forma coisa julgada, mas e a formal? A coisa julgada formal ocorre
através de um defeito de forma, no caso da decisão extinta sem resolução do
mérito não possui coisa julgada formal, vez que não tem defeito de forma.

 Possíveis benefícios da estabilização (olhar no slide): benefícios acerca


da celeridade, ou seja, evita que demandas inúteis continuem tramitando
no judiciário.
 Para que haja a estabilização é necessário cumular 3 situações:

1) decisão concessiva da tutela antecipada antecedente expressamente


requerida na forma do art.303;

2) ausência de recurso (qualquer forma de impugnação) da parte


contrária no prazo legal (art. 304);
3) desinteresse do autor no conhecimento do mérito ou ausência de
aditamento do autor (desde que o prazo deste seja superior ao prazo de
recurso do réu - §1º, i, art. 303)

Tutela de urgência antecipada incidental (TUAI)

É requerida dentro da petição inicial em conjunto do pedido principal ou


no decurso do processo. Os requisitos estão previstos no art. 300 CPC. E por
ser incidental independe do pagamento de custas.

31/08/2019 - AMANDA

Tutela Cautelar Antecedente (arts. 305 a 310)

 Observações importantes:
1. Fungibilidade entre T.C.A e T.A.A: §ú art. 305.
2. Cessação da eficácia da T.C: art. 309
3. Indeferimento da T.CA: art. 310

A tutela cautelar visa à proteção de elementos processuais para que o


autor tenha acolhido o seu pedido, ou seja, ela é assecuratória, preventiva de
dano, assim quando se quer a proteção de pessoas, tem-se como exemplo,
busca e apreensão de menor, por isso que quando busca a proteção de
pessoas, visa à proteção de dano contra menor.

É uma tutela com finalidade proteção de bens, pessoas e provas, para


resguardar um interesse principal, ou seja, assegurar o resultado útil do
processo.
Tutela cautelar é espécie de tutela de urgência que tem por objetivo
afastar os efeitos prejudiciais que o tempo causa ao processo e que
importariam na perda de provas, pessoas ou bens, implicando em perda de
utilidade da tutela jurisdicional. Assim, as tutelas cautelares se dedicarão a
assegurar, resguardar, prevenir ou conservar elementos processuais (pessoas,
provas e bens) essenciais ao desate da controvérsia, evitando seu perecimento
e garantindo o resultado útil pretendido pelas partes.

Exemplos: ¹para arresto, apreensão ou indisponibilidade de bens.


²Cautelar para busca e apreensão de pessoas. ³Cautelar para produção
antecipada da prova quando essa corre o risco de perecer.

A tutela cautelar é dada através de um pedido e não de um


requerimento, por isso que o réu pode contestar o pedido.

AULA 02/09/19 – ELISA


PROCEDIMENTO PROBATÓRIO AUTÔNOMO art. 381 e ss
A ação probatória autônoma é procedimento especial, via de regra, de caráter
não contencioso, que tem por finalidade a produção da prova em fase anterior à
instrução, com objetivo de atestar a ocorrência de fatos.
É admissível em 5 hipóteses:
1- Cautelarmente, quando houver fundado receio de que a prova venha a
tornar-se impossível ou muito difícil de ser produzida no futuro (art. 381, I);
2- Quando a prova a ser produzida for necessária para viabilizar acordos (381,
II);
3- Quando a prova for necessária para o prévio conhecimento dos fatos, a fim
de justificar ou evitar o ajuizamento de ação (art. 381, III);
4- Quando a prova tiver por finalidade a individualização de bens integrantes
de uma universalidade (arrolamento de bens, §1° do art. 381);
5- Quando a prova tiver por objetivo justificar a existência de algum fato ou
relação jurídica para simples documentação.

Numa dessas cinco hipóteses, o requerente deve formular petição inicial,


distribuída no foro onde a prova deve ser produzida ou no domicílio do réu, sem
indução de prevenção, indicando os fatos que pretende provar, bem como a
necessidade de antecipação.
Inexistente o caráter contencioso, via de regra, não haverá recurso nem
defesa, não sendo o procedimento encerrado por sentença. Só caberá recurso na
hipótese de indeferimento total ou parcial da produção da prova. No primeiro caso, o
recurso cabível é a apelação e no segundo, agravo de instrumento (art. 354, por não
caber, na hipótese a aplicação do princípio da irrecorribilidade imediata das decisões
interlocutórias).
Por fim, vale advertir que, havendo caráter contencioso, deverá o juiz proceder
à citação de eventuais interessados. Contudo, não haverá fixação de honorários de
sucumbência, somente o recolhimento de custas.
TUTELAS DE EVIDÊNCIA
Tutelas de evidência são tutelas de índole satifativa, que independme ou
dispensam a demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo e que são taxativamente indicadas pelo legislador no art. 311 do CPC ou em
procedimentos especiais como em ações de embargos de terceiro, monitória,
possessórias, despejo, alimentos (lei 5478/68), improbidade administrativa, etc.
Nessas situações, o legislador indica que existe evidência do direito do autor,
seja pela presença de prova documental forte ou de algum outro estado processual
em que o legislador presume a alta probabilidade de existência da pretensão autoral.
A nota justificativa para o requerimento das tutelas de evidência é a celeridade,
ou seja, a ideia é que o autor não espere até o final do procedimento para se ver
satisfeito, se o seu direito é evidente. Serão sempre incidentais, porque atreladas ao
pedido principal, não admitem estabilização e a elas se aplicam as mesmas regras das
tutelas de urgência.
Obs: pedido reipersecutório é pedido de entrega de coisa.
AULA 14/09/19
TEORIA GERAL DAS EXECUÇÕES (ARTS. 771 A 805 CPC)

Conceito (slide) :Execução é o conjunto de atos estatais através dos quais, com ou
sem a vontade de devedor (e até contra ela), invade-se seu patrimônio para, à custa
dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo direito objetivo
material.
Segundo Araken de Assis, “através da execução forçada o órgão judiciário privará [por
meio de sub-rogação] o executado imediata ou progressivamente da garantia
constitucional de gozar do que é seu (e do que se encontra na sua esfera jurídica),
imputando bens à satisfação do crédito do exequente”. (ASSIS, 2009, p. 94/95).
Basicamente, a execução é uma atividade de satisfação forçada de direitos já
acertados contidos em título executivo, mas inadimplidos, que propicia mecanismos
para que o devedor seja compelido ao cumprimento forçado da obrigação, seja
através da expropriação de bens ou de mecanismos que possam forçar o
cumprimento da obrigação específica ou a obtenção de resultado prático equivalente.
A invasão do patrimônio do devedor, é a forma secundária da execução, caso outras
formas não sejam possíveis.

 Após sanar a crise de certeza (processo de conhecimento), se há cumprimento


espontâneo da obrigação pela parte que foi condenada, a parte beneficiada já
não tem mais nada a requerer. Não terá a fase executória, pois executar
significa cumprir forçadamente diante do inadimplemento da parte obrigada.
Só teremos a fase de execução/cumprimento forçado se tiver crise de adimplemento.
Aqui temos a necessidade de satisfazer forçadamente pretensões já acertadas. Esses
mecanismos são os procedimentos executivos.
Se eu tiver a intenção de acertar direito e depois executar eu tenho uma ação só, que
continua no mesmo processo numa fase subsequente que chamamos de fase de
cumprimento de sentença, não tenho propriamente o processo de execução. Temos
uma fase subsequente da ação de conhecimento. Ex: Condenação de uma empresa a
pagar danos morais na sentença da ação de conhecimento, e ela não cumpre, o
trânsito em julgado da sentença encerra a primeira fase e inicia-se a segunda fase,
fase de cumprimento de sentença. Temos um processo sincrético que mistura duas
funções a de acertar e satisfazer.
Obs: Algumas comarcas muito grandes, como no caso de BH, SP, RJ, possuem varas
especializadas só execução, tanto execução fundada em sentença quanto em título
executivo extrajudicial. Essas varas só julgam execução, não são competentes para
avaliação da primeira fase. Quando estiver na fase de cumprimento de sentença terei
que distribuir uma petição de cumprimento de sentença. Essa dinâmica é criada pelo
tribunal, não está prevista no CPC, os requisitos dessa petição está em uma resolução
do TJ.
Processo autônomo de execução: só ocorre quando eu tiver títulos executivos
extrajudiciais (784 CPC) e judiciais. A depender da origem desse documento,
podemos ter duas atividades executivas distintas: se o documento for originário do
judiciário, ele vai ser uma decisão judicial, portanto será executado no cumprimento de
sentença. Se o documento vier de relações estabelecidas fora do poder judiciário,
tenho título executivo extrajudicial (documento escrito, formal, taxativo, que materializa
a existência de uma obrigação líquida, certa e exigível de uma relação firmada fora do
judiciário).
A atividade executiva é a atividade de satisfação de obrigações líquidas, certas e
exigíveis, contidas em título executivo quando há inadimplência. Os requisitos para
qualquer procedimento executivo é o título + o inadimplemento.
Pela origem do título, os procedimentos executivos são de duas espécies:
Cumprimento de sentença e Execução de Título executivo judicial, art 515 e execução
de títulos executivos extrajudiciais.
Outra classificação é quanto ao tipo de obrigação: cumprimento de sentença e
execução de título executivo extrajudicial, conforme imagem acima. A mais comum
dessas obrigações é a de pagar, portanto, quando a lei for omissa no rito da execução,
o da obrigação de pagar será utilizado subsidiariamente as demais execuções.

AULA 16/09/19

PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO

a) Autonomia (art.771, CPC) – ver art. 785, CPC: O princípio da autonomia é


resultado da especificidade funcional da execução, ou seja, o processo de
execução possui uma função que lhe é própria e que não se confunde com
aquela desempenhada pelo processo de conhecimento e pelo processo
cautelar.

Basicamente esse princípio vai dizer que as regras traçadas para reger os
procedimentos executivos são autônomas independentes, que decorrem de uma
especificidade do processo executivo que não se confunde com o processo de
conhecimento. A finalidade é realizar direitos previamente acertados, portanto serve
para coagir o devedor ao cumprimento da obrigação. Nesse sentido, as regras são
autônomas quando comparadas ao processo de conhecimento.

b) Nulla executio sine título/ princípio do Título: O exercício de toda e qualquer


atividade de cunho executivo deve ter por base, sempre, um título que contenha
obrigação líquida, certa e exigível. O papel do título executivo é o de prova pré-
constituída do crédito, constitui a representação documental típica do crédito.

Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de


obrigação certa, líquida e exigível.

Não existe execução sem título.

c) Menor onerosidade para o devedor: Se há várias formas possíveis de se


operar o sacrifício do executado, que se prossiga pelo caminho menos
traumático – a execução deve prosseguir pelo meio menos gravoso ao
executado – art. 805, CPC; arts. 836 e 847(possibilidade de substituição de
penhora) CPC. Nítida aproximação com princípio da dignidade. – execução
equilibrada.

A execução do patrimônio do devedor se dará da forma menos prejudicial a ele. A


proteção compreende juntamente com o princípio da efetividade, protegendo o credor
e o devedor. Só posso substituir um meio oneroso por um menos oneroso, se esse
meio efetivamente implicar na satisfação da obrigação do devedor. Esse princípio tem
aproximação com o princípio da dignidade humana. É em razão desse princípio que a
legislação prevê um rol de bens impenhoráveis, garantindo a dignidade da pessoa
humana.

d) Princípio da patrimonialidade (MUITO IMPORTANTE): O devedor responde


pela execução com todos os seus bens, presentes e futuros. É o que se chama
de responsabilidade patrimonial do devedor, em virtude da qual a obrigações
do devedor são garantidas pelo seu patrimônio (excluindo-se,
consequentemente, a possibilidade de execução sobre a pessoa do devedor) –
art. 789 até 796, CPC. A execução pode atingir somente ao patrimônio do
devedor, não podendo recair sobre qualquer outra forma de pagamento do
débito, como por exemplo, castigos corporais.

O devedor responde com todo seu patrimônio presente e futuro para satisfação da
dívida, ou seja, a cobrança não pode recair sobre a pessoa e sim em todo seu
patrimônio. Futuro é aquele patrimônio que vai vir a se acrescer no patrimônio do
devedor depois que a dívida for contraída.

e) Exato Adimplemento: A execução deve se limitar àquilo que seja suficiente


para o cumprimento da obrigação. Se dá excussão dos bens o valor alcançado
for mais que o suficiente para o pagamento integral do exequente, o juiz
suspenderá a arrematação dos bens restantes. Penhora deve incidir em tantos
bens quantos bastem para pagamento do principal atualizado, custas e
honorários – art.831, CPC; art. 836, CPC.

A execução deve seguir exatamente aquilo que seja suficiente para o cumprimento da
obrigação, ou seja, se o bem não representa montante significativo no pagamento
integral da dívida, eu não devo continuar com a penhora. Da mesma forma se eu
penhoro um valor maior do que o da dívida a penhora pode até permanecer, mas
quando o bem for expropriado, eu tiro o valor da dívida e o restante eu devolvo ao
devedor. Sempre que o patrimônio penhorado não for suficiente para a quitação do
débito, a execução prossegue para a cobrança do restante.

f) Disponibilidade da Execução: os atos executivos estão à disposição do


exequente, que pode dispor ou desistir da execução como um todo ou apenas
de alguns atos executivos, quando lhe convier (art.775, CPC). Na execução,
via de regra, não necessita o exequente da anuência do executado para
desistir, como ocorre no procedimento cognitivo, a não ser no caso de
execução de título extrajudicial em que o executado tenha oposto embargos ou
no cumprimento de sentença em que tenha apresentado impugnação, arguindo
questões de mérito, uma vez que é do interesse e do direito do executado,
depois de instaurado o procedimento executivo, provar que não é devedor
daquela obrigação anunciada pelo exequente.

Os atos executivos estão à disposição do exequente, que pode optar ou não por
sua prática, pode se dispor de alguns atos ou da totalidade deles. Se houver
apresentação de defesa, dependendo de sua matéria para que haja anuência ou
não do executado. Se a matéria for de mérito, é necessário que haja a anuência do
executado para a desistência.

g) Responsabilidade pela Execução: É do exequente a responsabilidade pela


atividade executiva, resultando em sua responsabilização por eventuais danos
ocasionados ao executado em virtude de uma execução ilegal ou infundada –
arts. 520, I e 776, CPC.

AULA 20/09/19

h) Princípio da Utilidade: A execução só se justifica se trouxer alguma vantagem


para o credor, pois sua finalidade é trazer a satisfação total ou parcial do crédito. Não
se justifica a que não traga nenhuma vantagem para o credor, trazendo apenas
prejuízos ao devedor. Por isso, não será levada a efeito penhora quando evidente que
o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da execução (art.836 e §2º, art.843, CPC).

A execução deve proporcionar algum tipo de satisfação para o exequente, pois a sua
finalidade é trazer satisfação total ou parcial, trazendo vantagens.

I) Princípio do Contraditório – art. 6º, 9º e 10, CPC – O mesmo direito que é


assegurado ao réu nas ações de conhecimento, é assegurado ao devedor na
execução. O devedor na fase de cumprimento de sentença não pode rediscutir tudo o
que já foi discutido na contestação da fase de conhecimento pois, é injusto com o
autor. O contraditório do devedor será limitado na execução.

j) Princípio da Dignidade da pessoa humana – art.1º, III, CF; art. 8º, CPC – deve
garantir uma espécie de patrimônio mínimo do devedor, a execução não pode tirar
todo o seu patrimônio para que ele não fique sem condições de subsistência. Por isto,
existem os bens impenhoráveis. E quanto ao credor, garante satisfação.

k) Princípio da Efetividade – arts. 4º e 8º, CPC; arts.772 e 773, CPC; art. 139, IV –
Os esforços do procedimento de execução devem ser direcionados a satisfação do
credor em tempo razoável, considerando a primazia do mérito.

OBS importante! Aplicação de Medidas Executivas “Atípicas” pelo magistrado


(“Poder Geral” de coerção) – arts. 4º, 8º c/c art. 139, IV, CPC versus Dignidade do
Executado

Medidas Coercitivas Atípicas são utilizadas quando o credor tenta executar por várias
vezes, e a pessoa não possui nenhum patrimônio. Essas medidas são estratégias
para que de alguma forma o magistrado coaja o devedor ao cumprimento da
obrigação (contando que não atinjam a dignidade da pessoa), são restrições que
estimulam o devedor a pagar. Ex: reter passaporte, proibir de participar em concurso
público, reter CNH, podem ser aplicadas as medidas restritivas do direito penal.

AULA 23/09/19

As medidas coercitivas vão aplicar em algum tipo de restrição de liberdades


fundamentais, para coagir o devedor ao cumprimento da obrigação que não foi
cumprida por falta de bens que possam ser objetos de penhora. Existe uma discussão
sobre a inconstitucionalidade dessas medidas, uma vez que são aplicadas sem
fundamentação. Podem ser aplicadas de ofício.

Instrumentos de Sanção Executiva (Slide)

1) Sub-rogação: ocorre quando o Estado-Juiz substitui a vontade do devedor no


cumprimento da obrigação. Por exemplo: se ele não paga, o Estado apreende
bens suficientes do seu patrimônio, e com o produto da excussão, paga o
credor. Ou, uma vez que o devedor não entrega o bem que pertence ao credor,
o Estado o tira do primeiro e entrega ao segundo. Ou ainda, se o devedor não
cumpre a obrigação de pintar um muro, a Estado autoriza a contratação de um
outro pintor, que o faça, às expensas do devedor. Aquele pagamento, entrega
de coisa ou pintura do muro, que era para o devedor cumprir voluntariamente,
mas não cumpre, o Estado realiza no seu lugar.

Se o devedor não cumpre com sua obrigação voluntariamente, é necessário


implementar medidas para obter o resultado prático pretendido através de
outra conduta que não seja do devedor. Sub-rogação significa substituição
da vontade do devedor por medidas adotadas pelo Estado para suprir a
vontade do devedor afim de satisfazer o interesse de crédito do credor. Ex:
expropriação de bens, contratação de terceiro para realizar determinada
conduta e o devedor pagar.

2) Coerção: Distingue-se da anterior, porque visa não a que prestação seja


realizada pelo Estado, no lugar do devedor; mas que seja cumprida pelo
próprio devedor. Para tanto, a lei mune o juiz de poderes para coagi-lo a
cumprir aquilo que não queria espontaneamente, como, por exemplo, o de fixar
multas diárias, que forcem o devedor. É particularmente útil naquelas de
caráter personalíssimo, que, por sua natureza, não podem ser objeto de sub-
rogação. Por exemplo: se o devedor, pintor famoso, comprometeu-se a pintar
um quadro para determinada exposição, o Estado não terá como substituí-lo no
cumprimento da obrigação, dada a sua natureza pessoal, mas poderá impor
uma multa para cada dia de omissão, suficientemente amedrontadora, que
pressione a vontade do devedor para que ele realize aquilo para que estava
obrigado.

Dizem respeito a prestações impostas pelo Estado que vão estimular o


devedor para que ele mesmo cumpra a obrigação, de maneira forçada. Ex:
multa, ameaça de substituição por terceiro as custas do devedor. Os atos de
coerção são significativamente úteis, sobretudo nas obrigações
personalíssimas que não podem ser objetos se sub-rogação exemplo de um
pintor famoso que foi contratado para pintar um quadro, ele não poderá ser
substituído, Contudo, uma execução pode começar por meio de coerção e no
curso dela, seja necessário atos de sub-rogação. Ex: Camila comprou leitões
na mão de Débora que não entrega os porquinhos na época combinada,
Camila tenta de todas as formas que Debora pague mas sem sucesso. Em
razão do contrato de compra e venda celebrado entre elas, e Camila ter pago à
vista, existe um título. Camila ajuíza uma ação de execução de título
extrajudicial. Onde o juiz decide que se a Debora não pagar em cinco dias será
aplicado uma multa, ela foi intimada e não cumpriu. Além de já poder executar
a multa, Debora alega que não tem como entregar os porcos porque por força
maior a obrigação é impossível de ser cumprida. Ela deverá devolver o dinheiro
se ela não pagar, será efetuada a penhora de bens.

Competência

A competência vai depender da origem do título

a) Competência para execução de título executivo judicial– art. 516, CPC


Quando se tem cumprimento de sentença, não necessariamente se fala em
distribuição de demandas e sim na elaboração de petições incidentais que
tendem a continuar os próprios autos onde já foi prolatada a sentença.

Exceção: Homologação de sentença estrangeira é um procedimento de


competência originária do STJ que serve para submeter a sentença produzida
em ordenamento estrangeiro a um juízo de delibação para verificar que a
sentença é compatível ou não com as regras do ordenamento jurídico
brasileiro, permitindo a execução interna da sentença estrangeira no território
nacional. Contudo, as decisões que homologam sentença estrangeira, não são
executadas no STJ, são executadas na justiça federal de 1 grau. O título
executivo extrajudicial estrangeiro pode ser executado no território brasileiro
independentemente de homologação. Art 784, §2 §3.

a.1) os tribunais superiores, nas causas de sua competência originária; o


cumprimento de sentença será executado no mesmo juízo que prolatou a
decisão.

Exs: art. 102, I e art.105, II, CF - Como previsto no artigo 102, I, m, CF/88 o
STF pode delegar atribuições para a prática de atos processuais.

-> Exceção: sentenças (judiciais ou arbitrais, §3º art. 960) estrangeiras -


art. 965, CPC. (Para mais, vide arts. 960-965, CPC)
a.2) o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;

Exceções: sentença arbitral: É um título executivo judicial apesar de ser


formado fora do judiciário, porque a atividade prestada pelo árbitro é
equivalente a sentença judicial, e também faz coisa julgada. No entanto, o
árbitro não tem poder de execução, apenas o judiciário possui.

Obs:não há recurso cabível contra sentença arbitral e o cumprimento tem que


se dar de forma espontânea.

Sentenças Penais condenatórias transitadas em julgado: o art 387 CPP,


estabelece que o condenado deverá indenizar a vítima. Caso a sentença fixe o
valor da indenização, deverá ser ajuizada liquidação de sentença no foro do
domicílio do devedor. Fixado o valor, o cumprimento de sentença será
requerida nos próprios autos de liquidação de sentença. Caso a sentença
penal condenatória fixe o valor da indenização, deverá ser ajuizada ação de
execução de título judicial no domicílio do devedor.

Sentenças que fixam prestação alimentar quando o credor não mais


reside no juízo prolator da decisão: art §9 do art 528.

Quando há vara especializada em cumprimento de sentença;

Quando o processo de conhecimento se desempenhar em autos físicos, e


, posteriormente, o TJ estabelecer como procedimento padrão o
eletrônico

a.3) o juízo cível competente, quando o título executivo for a sentença penal
condenatória ou sentença arbitral.

AULA 28/09/19

Competência para execução de títulos extrajudiciais – art. 781, CPC

Segue basicamente o rito da ação de conhecimento. Via de regra, o foro competente é


o do domicilio do executado, pode ser também que também haja foro de eleição
inserido no contrato, se a competência for absoluta isso não é possível.

• Foro de domicílio do executado, foro de eleição ou foro do local dos bens


sujeitos à execução Foros concorrentes, fica a opção livre do autor da
execução escolher onde demandar.
• Se o executado tiver mais de um domicílio, poderá a execução ser proposta em
qualquer um deles;

• Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do devedor, a execução poderá ser


proposta onde for encontrado ou no domicílio do exequente.

• Se houver mais de um devedor, a execução poderá ser proposta no domicílio


de qualquer um deles.

• Foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu
origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.

Anotações de Amanda : Nas ações de títulos executivos extrajudiciais


o foro de domicilio é o do executado, só admite convenção de eleição de foro
para competência relativa (absoluta não admite), se a clausula de eleição de
foro for contrato de adesão, será abusiva, passível de nulidade, pois não houve
a convenção entre as partes. Também poderá ser distribuída no local dos bens
do executado.

Dessa forma, existem competências concorrentes, quando opta por


domicilio do executado, por eleição de foro se houver convenção da eleição, ou
no local onde há bens do executado.

- Art. 781: ler em casa.

O titulo executivo extrajudicial: não precisa passar pela procedimento de


homologação do STJ. E somente terá eficácia se o Brasil for indicado como o
lugar de cumprimento da obrigação.

Execução fiscal: a execução será distribuída no foro da fazenda pública,


nesse caso, havendo vara especializada na comarca, a competência é
universal, dessa forma, será distribuída no foro da fazenda pública. A fazenda
deve demandar no foro do domicilio do devedor, se não houver domicilio certo,
será demandado no foro da sede da fazenda.

 Legitimação (art. 778 e 799):

Obs: Na sucumbência reciproca pode haver a compensação e a


duplicidade de execução.
 Ativa: exequente (credor);
 Legitimidade originaria (a pessoa vai a juízo defender direito próprio):
aquele que decorre do conteúdo do próprio titulo, no caso de
cumprimento de sentença o exequente é aquele que “ganhou” a
causa;

Legitimidade extraordinária (eventualmente pode ter um terceiro a defender


direito de terceiro): é sinônimo de substituição processual, tem como exemplo,
o MP, além de todas aquelas pessoas descrita no art. 5º da lei de ação civil
publica, e artigo 82 do CDC. A defensoria pública também pode atuar,
integrantes da fazenda pública direta, autarquias, fundações de direito público
e empresas públicas, desde que em beneficio da comunidade. Associações
constituídas há mais de um ano, desde que haja pertinência temática. Partidos
Políticos com representação no congresso nacional.

AULA 07/10/19 (Copiei os slides)

Legitimação extraordinária do Ministério Público


• Atente-se que o MP ora funciona como órgão agente, ora como órgão
interveniente. No processo executivo, sua legitimação ativa ocorrerá em regra
nas hipóteses em que figure como órgão agente.
• Assim, terá, por exemplo, legitimidade para propor uma execução de sentença
proferida em Ação Civil Pública por ele promovida ou de um Termo de
Ajustamento de Conduta (título extrajudicial).
Legitimação derivada (superveniente) – o art. 778, § 1º, do CPC completa o
elenco das pessoas legitimadas ativamente para a execução forçada,
arrolando os casos em que estranhos à formação do título executivo tornaram-
se, posteriormente, sucessores do credor, assumindo, por isso, a posição que
lhe competia no vinculo obrigacional primitivo. Assim, a legitimação derivada ou
superveniente compreende:
• c.1) o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre
que, por morte deste lhes for transmitido o direito resultante do título
executivo;
• c.2) o cessionário quando o direito resultante do título executivo lhe foi
transferido por ato entre vivos (cessão de crédito) - Considera-se
cessionário o beneficiário da transferência negocial de um crédito por ato inter
vivos, oneroso ou gratuito. Outrossim, para que haja a transferência negocial
do crédito é preciso que a isso não se oponham a natureza da obrigação, a lei,
ou a convenção entre as partes (CC, art. 286).
• c.3) o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional - Diz-
se credor sub-rogado aquele que paga a dívida de outrem, assumindo todos os
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo credor contra o devedor
principal e seus fiadores (CC, art. 349).
• d) O ofendido ainda que não figure no título executivo, nos casos de
sentença penal condenatória.
• e) O advogado nos termos dos arts. 23 e 24 da lei 8.906/04.

SUJEITOS PASSIVOS – Art. 799, CPC


• a legitimação passiva pode ser dividida em: devedores originários; sucessores
do devedor originário; e os apenas responsáveis.
a) devedor originário – o devedor, reconhecido como tal no título executivo. Em se
tratando de cumprimento de sentença, o executado será o vencido no processo de
conhecimento e sua identificação far-se-á pela simples leitura do decisório exequendo.
Convém lembrar que não apenas o réu pode ser vencido, pois também o autor,
quando decai de seu pedido, é condenado aos efeitos da sucumbência (custas e
honorários advocatícios), assumindo a posição de vencido e sujeitando-se à execução
forçada.
• Necessário diferenciar o devedor (quem deve) e o responsável (quem tem
apenas a responsabilidade).
• Relembre-se que a relação obrigacional é composta pela dívida (caráter
pessoal), e pela responsabilidade (caráter de sujeição patrimonial).
• Normalmente esses dois elementos estão presentes no polo passivo da
atividade executiva (quando o executado é o próprio devedor), mas poderá
ocorrer de apenas o segundo elemento se fazer presente (quando o executado
for apenas um garante e não aquele que contraiu a dívida).
• Sucessores do devedor originário:
o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor – ver art. 796, CPC/15 –
atente-se que o patrimônio do espólio não se confunde com o patrimônio pessoal dos
herdeiros.

O patrimônio do terceiro não está sujeito à execução (princípio do benefício do


inventário).
Outrossim, após efetuada a partilha, desaparece o espólio, e nesse caso
poderá responder o herdeiro e/ou sucessor pelas dívidas do finado na proporção da
parte que na herança lhe coube.
o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação
resultante do título executivo.
Trata-se de hipótese de assunção de débito, o que no ordenamento brasileiro só é
aceito com expressa anuência do credor.
Apenas responsáveis – nessas hipóteses, figuram no polo passivo da execução, não
os devedores originários, mas as pessoas que se responsabilizaram pelo
adimplemento da dívida que não contraíram. São típicas hipóteses de caução
fidejussória (pessoal):
o fiador judicial – é aquele que assume, por termo nos autos, a responsabilidade por
determinada obrigação, nos casos em que a lei exige algum tipo de caução ou
garantia.
Solvendo a dívida o fiador terá ação regressiva contra o devedor, sub-rogando-se nos
direitos do credor e legitimando-se ao manejo da execução forçada contra o afiançado
(CC, art. 832) que poderá se dar nos mesmos autos.
Seja convencional ou judicial, é assegurado o benefício da ordem, isto é, a faculdade
de nomear a penhora bens livres e desembargados do devedor, desde que não tenha
renunciado a este benefício.
Assim, a execução incidirá, primeiro, sobre bens do afiançado, e só se estes não
forem suficientes é que recairá sobre o patrimônio do fiador;
o fiador extrajudicial – caso esse figure no título executivo extrajudicial (e a este
nada se oponha), será parte legítima passiva da execução – ver art. 794, CPC –
benefício de ordem.
o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do
débito;
o responsável tributário, assim definido na legislação própria – conforme
legislação própria (Lei n° 5.172/66 - CTN) considera-se responsável tributário “a
pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária” (CTN, art. 121,
caput). Pode ser o contribuinte (quando tenha relação pessoal e direta com a situação
que constitua o respectivo fato gerador – CTN, art. 121, parágrafo único, I) ou o
responsável (quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra
de disposição expressa da lei – CTN, art. 121, parágrafo único, II).
O avalista
O empregador pode ser executado com fundamento em sentença condenatória
do empregado?
Litisconsórcio na execução
Intervenção de terceiros
AULAS DE AMANDA

19/10/2019

Dívida ≠ responsabilidade: a responsabilidade se configura a partir do


inadimplemento, a responsabilidade tem caráter patrimonial e a divida pessoal.

O empregador não pode ser demandado em um processo de execução


se a sentença condenatória foi ao empregado, pois ele não participou do
processo de conhecimento e não participou do litisconsórcio.

É possível o litisconsórcio na fase de execução.


Nenhuma das modalidades de intervenção de terceiros é admitido no
processo de execução, exceto a desconsideração de personalidade jurídica.

Requisitos para a execução

Deve haver um inadimplemento, sendo o titulo executivo liquido, certo e


exigível.

Ação monitória é um procedimento especial previsto nos arts. 700 a 702


que tem por objetivo agilizar a cobrança de obrigações liquidas, certas e
exigíveis não dotadas de força executiva. Assim, quando um titulo prescreve,
perde sua força executiva. Porém, a obrigação nele exigível continua podendo
ser cobrada, pelo prazo de 5 anos, através de ações de conhecimento.

Logo, poderá o credor da obrigação pleitear o seu adimplemento ou por


meio de ação de cobrança, ou por meio de ação monitória.

A vantagem da ação monitória é que a via de recebimento do crédito


cobrado pode ser mais rápida, uma vez que logo no inicio do procedimento o
juiz concede tutela de evidencia determinando a citação do devedor para
pagamento do valor cobrado no prazo de 15 dias, sem necessidade, pelo
menos a principio, de sentença.

Dessa forma, se o devedor paga, o processo termina. Por outro lado, se


o devedor não pagar a decisão inicial do juiz se converte em titulo executivo
judicial, sem necessidade de sentença. Se o devedor apresenta defesa o
procedimento se converte em comum.

Deve analisar a origem do titulo (extrajudicial ou judicial): rol dos títulos


judiciais no art. 515, rol dos títulos executivos extrajudiciais no art. 784.

26/10/2019

Responsabilidade Patrimonial de terceiros: é a possibilidade de que


sejam afetados bens que pertencem a pessoas que não são devedoras
originárias do titulo, mas que em razão de lei ou disposição contratual podem
ter seu patrimônio atingido em razão inadimplência daquele que contraiu a
divida (responsável primário).

O responsável primário é aquele que contraiu a divida, tendo a


responsabilidade patrimonial atingida pela sua inadimplência.

Por disposição de contrato o fiador e o avalista, são os principais


exemplos de responsabilidade contratual para responder patrimonialmente
para o pagamento da divida que o responsável primário não adimpliu.

Obs: obrigação reipersecutória – obrigação acerca da entrega da coisa


certa e determinada.

Slide 52, item dois: Sociedade em que não existe limitação de


responsabilidade:

 Sociedade irregulares (em comum);


 Sociedade em comandita;
 Sociedade simples;
 Sociedade em nome coletivo;
 Empresário individual.

Para que haja a desconsideração deve seguir as regras trazidas no art.


50 do CC e art. 28,§5º do CDC – teoria menor.

Os bens do executado em poder de terceiros, é chamado pela doutrina


de improbidade, ou seja, não deveria fazer parte deste artigo, pois o bem está
em poder de terceiro, dessa forma, o terceiro não é atingido pela execução.

No caso dos bens do cônjuge, somente será atingido ao casamento em


regime de comunhão de bens, pois há uma presunção relativa de reversão em
proveito da família ou do casal, o cônjuge poderá se defender através do
embargos de 3º para demonstrar que não se beneficiou da divida. O STJ
entende que o cônjuge também poderá utilizar embargos de execução, sendo
aplicado o principio da fungibilidade.
01/10/2019 - Lauislla

FRAUDES

 Fraudes contra credores- art. 158 a 165, C.C- Requisitos?


 Fraude à execução- art.792, CPC/15

Art. 792. A alienação ou a exoneração de bem é considerada fraude à


execução:

I- Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com


pretensão reipersecutória, desde que aa pendência do processo
tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II- Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do
processo de execução, na forma do art. 828;
III- Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária
(ver art. 495, CPC) ou outro ato de constrição judicial originário do
processo onde for arguida a fraude;
IV- Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o
devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V- Nos demais casos expressos em lei. (ver, §4º art. 828; §3º art. 856,
CPC)

(OBS: art. 828 do CPC- Certidão premonitória, é para evitar dilapidação de


patrimônio, averba-se essa certidão no cartório que eu tenho bens, para evitar
a fraude a credores.)

“São artifícios ou condutas lesivas praticadas pelo devedor com o


objetivo de se furtar ao pagamento de suas dívidas, lesando seus credores e
pretendendo evitar a responsabilização patrimonial. Existem dois tipos de
fraudes previstos no direito brasileiro:

1- Fraude contra credores. (art. 158 a 165 do C.C)


2- Fraude à execução. (art. 792 do CPC)”

FRAUDE CONTRA CREDORES


A fraude contra credores é um evento prévio para se eximir do
pagamento da dívida, ele é anterior à propositura de ação judicial. A ideia é se
livrar do pagamento da dívida, para que o credor não possa atingir meu
patrimônio.

Ela ocorre antes de ações ajuizadas, se já existir processo ajuizado,


será fraude à execução.

“É instituto de direito civil que consiste em vício de consentimento, apto


a invalidar negócios jurídicos. A fraude contra credores ocorre quando há
prática de ato de alienação, doação ou oneração de patrimônio pelo devedor,
com o intuito de reduzi-lo à insolvência, na intenção de lesar credores. Para
que a fraude contra credores seja configurada é necessário que o credor
lesado demonstre a presença de dois requisitos:

1- Eventum damini

É o dano decorrente da transferência ou oneração de patrimônio. A redução do


devedor à insolvência.

2- Concibium fraudis

É a má fé na alienação ou doação. Na doação é presumida a Má-fé por se


tratar de ato não oneroso.

Demonstrando a presença de fraude contra credores, o credor


prejudicado com ato de transferência ou oneração praticado pelo devedor
poderá anular o negócio jurídico por via de ação Pauliana, a ser proposta no
prazo de 04 (quatro) anos, contados da celebração do negócio jurídico
fraudulento. Julgada procedente a pretensão anulatória para a doutrina
tradicional, o negócio jurídico (NJ) é desfeito e o bem retorna para o patrimônio
do devedor, podendo ser atingido por qualquer credor. Para a doutrina
contemporânea (Daniel Neves e Cristhiano Chaves), o NJ não é desfeito,
apenas ocorre declaração de ineficácia do NJ em relação ao credor
prejudicado, podendo este perseguir o bem no patrimônio do terceiro
adquirente ou donatário.”
Conduta de transferência do bem, com o intuito de não pagar o que é
devido. Atos de dilapidação, transferência e destruição do patrimônio. O prazo
decadencial é de 4 anos.

Ocorre basicamente quando acontece um negócio jurídico de doação,


alienação ou oneração, mas só isso não basta, ele tem que ser capaz de deixar
o devedor sem nenhum patrimônio.

Ação pauliana também é chamada de ação anulatória e ação


revocatória, ela invalida ou anula o negócio jurídico.

Se eu consigo demonstrar que o eventum damni e o conselium fraudis,


a ação pauliana vai ser julgada procedente. Se eu considero a ação pauliana
como anulatória como o código civil faz, o efeito jurídico é que, aquilo que foi
transferido para terceiro retorna ao patrimônio do devedor.

Os autores clássicos de direito civil defendem isso. (Caio Mario, Silvio


Venosa, Silvio Rodrigues). Uma doutrina mais contemporânea defende que se
o bem retorna ao patrimônio do devedor, qualquer dos credores podem atingir
o bem, abre-se um concurso de credores, não existe prioridade de recebimento
para aquele que ajuizou a ação. Por isso surge a corrente mais contemporânea
que defende a ineficácia em relação ao credor prejudicado (Daniel Assunção).
Na ineficácia o negócio jurídico permanece como está, contudo, ele não vale
perante o credor que ajuizou a ação pauliana, sendo assim, o credor que
ajuizou a ação pauliana, vai perseguir o bem, penhorar o bem, que se encontra
com um terceiro.

O CPC utiliza a doutrina contemporânea, ao dizer no art. 790, V, VI. No


STJ a corrente que tem predominado é a da ineficácia do negócio jurídico. Na
OAB utiliza-se a posição do código Civil.

FRAUDE A EXECUÇÃO

“É instituto de direito processual, configurando-se como ato atentatório


à dignidade da justiça, punível com o pagamento de multa de até 20% do valor
da execução, nos termos do ar. 774, I, §único do CPC. Ocorre fraude à
execução quando, no curso de ação de conhecimento, fase de cumprimento de
sentença ou processo de execução, o devedor, ciente da ação, aliena ou onera
patrimônio que está vinculado ao processo pendente ou que reduz o devedor à
insolvência. Para que haja configuração de fraude à execução, é necessário
que o credor demonstre apenas o eventum damni, podendo o credor solicitar o
reconhecimento da fraude nos próprios autos da ação em curso. Não há prazo
e o reconhecimento da fraude importa em ineficácia do negócio jurídico
celebrado com terceiro, em relação ao credor. As hipóteses de fraude a
execução, passíveis de ocorrerem no processo civil estão no art. 792 do CPC.”

04/11/2019 - Lauisla

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DEFINITIVO PARA PAGAMENTO DE


QUANTIA CERTA (arts. 523 a 527, CPC)

É regra geral adotar-se o procedimento comum, com exceção de


alimentos e (...)

Antes de qualquer coisa, esse procedimento é utilizado após ter a


prolação de uma sentença condenatória a obrigação de pagar. Os requisitos
para ser iniciado o cumprimento de sentença são: o trânsito em julgado, pela ré
não ter demonstrado interesse recursal + o inadimplemento da ré, gera o direito
ao cumprimento de sentença.

É um título judicial, pois foi proveniente de sentença. Sendo assim, no


caso do inadimplemento, e trânsito em julgado, utiliza-se o cumprimento de
sentença. Mas muitas coisas do procedimento abaixo ilustrado são iguais,
muda-se apenas a petição inicial e o recurso utilizado.

A forma de inaugurar o processo judicial é iniciado pelo credor, que


será o exequente. O exequente é aquele que foi vitorioso na fase de
conhecimento.

Deve-se sempre utilizar as expressões exequente e executado, ou


credor e devedor, nunca utiliza o termo autor e réu em processos de execução.

1- Petição simples ou petição inicial para requerimento do cumprimento de


sentença com requerimentos do art. 524, CPC/15. Com pedido de
intimação do executado (art. 513, §2º), para pagamento no prazo de 15
dias (art.523, caput) sob pena de multa de 10%, honorários de 10% (art.
523, §1º), além de penhora de bens (art. 523, § 2º) e PROTESTO do
título (art.517)

É iniciada através de petição simples, incidental, que será


protocolizada no mesmo juízo que prolatou a decisão, será alinhada no campo
direito, não é necessária novamente a qualificação, mas é obrigatório inserir o
CPF ou CNPJ. Porque caso o executado não pague nos 15 dias, será
necessário o CPF ou CNPJ. Não vai ter dos fatos, do direito, ou requerimentos.
Usa-se tópicos para demonstrar o que se está pedindo e requerendo a inicial.
Basicamente terá três parágrafos, o que está sendo executado que transitou
em julgado, valor atualizado de acordo com tabela STJ, e por último diante da
inadimplência requer o cumprimento forçado.

Faz se a petição inicial e não a petição simples, quando o título


executivo não for derivado do judiciário normal, como sentença estrangeira,
sentença arbitral, valores de indenização contidos em sentença penal
condenatória transitada em julgado.

Como toda inicial deve seguir o presente no art. 319, deve-se colocar
valor da causa, que será o valor da execução atualizado da causa, sendo
assim, precisa-se recolher custas processuais. Quando se trata de petição
simples não é necessário recolher custas processuais.

Se for petição inicial o pedido vai ser de citação e não de intimação.


Nesse tipo de petição a citação vai ser pedido e não requerimento, porque o
pedido de mérito já foi feito, quer apenas que seja cumprida a execução, que
seja satisfeito o que já foi concedido. Não existe uma crise de certeza, existe
uma crise de adimplemento. Não se pede procedência, porque essa expressão
utiliza-se em fase de conhecimento, nessa situação pede-se pagamento.

A intimação é feita na pessoa do advogado, não se trata de intimação


pessoal do executado. A intimação só é pessoalmente quando o executado
não tiver advogado instituído nos altos. A intimação então será feita pelo
correio com aviso de recebimento, quando for intimado pessoalmente, quando
o cumprimento de sentença só se iniciar após um ano do trânsito em julgado,
porque não se sabe se o executado continua com o mesmo advogado.
2- Intimação do executado que pode:
a) Pagar totalmente= art.526= sentença (art.924, II)

Intimar a parte exequente para que ela se manifeste sobre o valor


executado, no prazo de 5 dias.

b) Pagar parcialmente= §2º art.523

Intimar a parte exequente para que ela se manifeste sobre o valor


executado, caso não seja depositado tudo, o exequente prossegue com o
processo de cumprimento de sentença para a penhora de bens para o
pagamento residual.

c) Permanecer inerte—PENHORA

Se o executado não paga e nem oferece resistência o procedimento


segue para a penhora de bens.

d) Apresentar IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA


(art.525).

Trata-se da defesa típica, apresentada por petição simples nos autos


de qualquer tipo de cumprimento de sentença. Equivale a uma contestação de
matéria bem mais restrita e contraditório limitado, dedicada a afastar a
pretensão executiva. Via de regra, não terá efeito suspensivo, podendo este
ser atribuído quando houver garantia do juízo por penhora, caução ou depósito
e houver risco de dano ao executado. Seu prazo é de 15 dias, contados a partir
do decurso do prazo para o pagamento voluntário.

(colocar o art. 525)

O executado tem 30 dias para impugnar na pratica, porque são 15 dias


para pagar e depois mais 15 dias para recorrer. O juiz não intima o executado
para se defender, ele intima apenas para pagar.

A impugnação ao cumprimento de sentença tem um teor muito mais


limitado e restrito que a contestação.

3- OBS RELATIVAS À PENHORA


a) Objeto= arts. 831 a 836, CPC.
b) Formalização= arts. 837 a 844, CPC.
c) Modificação na penhora= arts. 847 a 853, CPC.
d) Penhora eletrônica (online)= art. 854
e) Penhoras especiais= arts. 855 a 869, CPC.

OBS:

1- Matéria impugnável: § 1º, art. 525.


2- Alegação de excesso de execução: §§ 3º, 4º, 5º, art. 525.
3- Efeito suspensivo: §§ 6º a 10º, art.525.
4- Questões relativas a fato superveniente: §11, art. 525.
5- Prazo
6- Inexigibilidade de obrigação inconstante: §§ 12 a 15, art. 525.
4- AVALIAÇÃO (arts. 870 a 875, CPC)
5- Fase expropriatória
a) Adjudicação (arts. 876 a 878).
b) Alienação Particular (art. 880,CPC).
c) Alienação Pública= Leilão= arts. 881 a 903, CPC.
d) Usufruto= arts. 867/ executivo a 869, CPC

(Embargos de 2ª fase: §§ 2º e 3º, art. 903

 Ação autônoma: § 4º, art. 903


 Prescrição intercorrente, art. 921, III + §§ 1º a 5º.)
6- Expedição das cartas.
7- Sentença (art. 924, II, CPC

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