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MATERNO – INFANTIL

CEFTS - CENTRO DE FORMAÇÃO TÉCNICA EM SAUDE


Disciplina: Materno Infantil e Obstetrícia I
Professora: Kevelyn Belizário

INTRODUÇÃO
Quando se trata de saúde da mulher, essa preocupação é contínua e crescente, o que justifica
ações preventivas relacionadas à assistência ginecológica que vêm sendo desenvolvidas por meio
das Secretarias de Saúde em todo o País.
E o objetivo atual é formar profissionais generalistas, humanistas, críticos, reflexivos, qualificados,
capazes de desenvolver ações de prevenção, proteção, reabilitação e promoção integral ao ser
humano. Com isso se quer indivíduos capazes de educar e pesquisar contemplando a melhoria da
qualidade de vida e cuidando do ser humano em sua totalidade – e não mais da maneira
fragmentada e de descarte que até então era desenvolvida e preconizada na formação profissional.
E grande desafio é preparar os profissionais para assistência sistematizada à mulher no ciclo
gravídico puerperal, o que pressupõe que o profissional deve compreender conceitos sobre saúde
materna, reconhecer a semiologia de uma gestação normal e patológica, identificar os períodos do
parto normal sem distócia, estruturar a sistematização da assistência de Enfermagem à gest ação
normal e patológica, o puerpério normal e patológico, além, obviamente, de reconhecer a
semiologia das patologias do ciclo gravídico puerperal.

OBSTETRÍCIA
É a parte da medicina que estuda os fenômenos da reprodução da mulher. Abrange a gestação,
parto e puerpério, investigando-lhes a fisiologia, a patologia e acidentes, ditando regras de sua
existência em condições normais e anômalas. Para compreender melhor a gravidez, seu
desenvolvimento e conseqüência normal, é preciso recordar a anatomia dos órgãos reprodutores
femininos.

GINECOLOGIA
É a ciência que estuda as doenças femininas, especialmente aquelas que afetam os órgãos
sexuais.

NEONATOLOGIA
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É o estudo da assistência ao recém-nascido, iniciando-se desde o seu nascimento até o 28º dia de
vida.

PEDIATRIA
É a ciência que estuda o crescimento dos seres vivos denomina-se “auxologia” ou auxanologia (do
grego auxo = eu cresço, e logos = tratado). Crescimento significa aumento físico do corpo, como
um todo ou em partes, e pode ser medido em centímetros ou gramas. Traduz aumento do tamanho
das células (hipertrofia) ou de seu número (hiperplasia). E desenvolvimento significa aumento na
capacidade do indivíduo de realizar funções cada vez mais complexas.

ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


O sistema reprodutor feminino é constituído por: órgãos externos (monte pubiano, grandes lábios,
pequenos lábios, clitóris, meato uretral (orifício uretral), glândulas de Skene ou parauretrais,
vestíbulo, orifício da vagina, hímen, glândulas vulvovaginal ou de Bartholin e períneo; e órgãos
internos (vagina, útero, trompas de Falópio ou tubas uterinas, ovários e glândulas mamárias). Essas
estruturas respondem à estimulação sexual, facilitando a reprodução e produzem hormônios que
controlam o desenvolvimento das características sexuais secundárias da mulher, o ciclo reprodutor
e as alterações associadas à gravidez e o parto. Mais informações ver Anatomia e Fisiologia
Humana.

Ovários: Os ovários são dois órgãos de forma oval que medem de 3 a 4 cm de comprimento. Neles
são produzidas as células sexuais femininas, os óvulos. Assim, durante a fase fértil da mulher,
aproximadamente uma vez por mês, um dos ovários lança um óvulo na tuba uterina: é chamada
ovulação.

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Tubas uterinas: São dois tubos, com aproximadamente 10 cm de comprimento, que unem os
ovários ao útero. A partir disso, o ovulo amadurecido sai do ovário e penetra na tuba. Se o ovulo for
fecundado por um espermatozoide, forma-se uma célula-ovo ou zigoto, que se encaminha para o
útero, local onde fixa e desenvolve, originando um novo ser.

Vagina: a vagina é um canal que faz a comunicação do útero com o meio excretor. Suas paredes
são franjadas e com glândulas secretoras de muco.

Útero: O útero é um órgão muscular oco de grande elasticidade, do tamanho e forma semelhante
a uma pera. Na gravidez ele se expande, acomodando o embrião que se desenvolve até o
nascimento. A mucosa uterina é chamada de endométrio.

CICLO MENSTRUAL

A vida genital da mulher começa com a puberdade (menarca - 1ª menstruação) e termina com a
menopausa. O ciclo menstrual dura em média 28 dias, mas pode variar entre 20 e 45 dias. Por
volta do 14º dia do ciclo, acontece a ovulação, isto é, a liberação de um óvulo maduro por um dos
ovários. Mensalmente o útero se prepara para receber a célula ovo. O endométrio se “encharca”
de sangue para nutrir e acomodar o novo ser em formação. Se não houver fecundação esta camada
endometrial se desprende do miométrio, ocorrendo a menstruação. Se fecundada a célula ovo
sofrerá uma série de modificação.

Possui dois ciclos: Ciclo ovariano (fase folicular, fase ovulatória e fase luteínica) Ciclo
endometrial (fase proliferativa, fase secretória e fase menstrual)
Ciclo ovariano:
- Fase folicular: período em que o folículo dominante é selecionado e se desenvolve sob a ação do
FSH até se formar um folículo maduro. Dura em média 10-14 dias.
- Fase ovulatória: período que ocorre a ovulação
- Fase luteínica: período após a ovulação onde o folículo ovulatório se converte em corpo lúteo,
encarregado de produzir progesterona. Dura em média 14 dias. Se não ocorrer
fecundação/implantação embrionária, o corpo lúteo entra em regressão. Se houver gestação, o
funcionamento do corpo lúteo é mantido pelo HCG até a função hormonal da placenta se
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estabeleça plenamente.
Ciclo endometrial:
- Fase proliferativa (ou estrogênica): Após a menstruação, a camada basal do endométrio que não
descamou começa a se proliferar e se torna espessa, constituindo um tecido vascularizado.
- Fase secretória (ou progestacional): Após a ovulação, devido a ação da progesterona produzida
pelo corpo lúteo, há produção de secreção espessa e rica em glicogênio pelas glândulas
endometriais e o crescimento do endométrio fica restrito, com consequente colabamento dos
vasos.
- Fase menstrual: É caracterizada pela ruptura irregular do endométrio, devido ao término da vida
funcional do corpo lúteo, reduzindo a produção do estrogênio e da progesterona. O fluxo menstrual
é interrompido devido efeitos combinados da vasoconstrição prolongada, do calapso tecidual, da
estase vascular e da reparação induzida pela ação estrogênica.

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Hormônios do ciclo menstrual:

Hormônio FSH: estimula o desenvolvimento de um folículo ovariano, conjunto de células com um


ovócito primário em seu interior.
Hormônio LH: regula a secreção de progesterona e controla o amadurecimento dos folículos. Ele
provoca a ruptura do folículo maduro, estimulando a ovulação.
Estrogênio: Os estrogênios também são responsáveis pela regulação do ciclo menstrual, durante
a idade fértil. Estimula o amadurecimento dos óvulos e auxilia no processo de tornar o endométrio
mais espesso.
Progesterona: Estimula o crescimento do endométrio, provocando a sua vascularização e
deixando o endométrio preparado para receber o embrião e por regular o ciclo menstrual da mulher.

TRANSTORNO DO CICLO MENSTRUAL


O que se sabe até agora é que a síndrome é causada por vários fatores. A oscilação hormonal do
ciclo menstrual é um deles. Ao longo do mês, os níveis de estrógeno e progesterona (hormônios
femininos) se alteram. Durante a menstruação os dois estão em baixa concentração. Logo depois,
o nível de estrógeno sobe até atingir níveis máximos por volta do 14º e 15º dias do ciclo. É nesta
fase que ocorre a ovulação. A partir daí, sua produção diminui até níveis muito baixos cerca de dois
dias antes da menstruação. Mas é quando o estrógeno cai que se eleva a fabricação do
progesterona. E é exatamente pelo fato de que a TPM se manifesta a partir do 14º e 15º dia do ciclo
que se crê que a progesterona esteja relacionada à síndrome.

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Ainda não foi identificada uma causa exata da TPM; entretanto a TPM podem ser ligada a fatores
sociais, culturais, biológicos e psicológicos.
Para muitas mulheres os sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) é uma parte desagradável
comum de seus ciclos menstruais.

Os sintomas mais comuns associados à TPM são:


 Depressão, sentimento de desesperança, pensamento auto-depreciativos;
 Ansiedade, tensão, nervosismo, excitação;
 Fraqueza afetiva, tristeza repentina, choro fácil, sentimento de rejeição;
 Raiva ou irritabilidade persistente, aumento dos conflitos interpessoais;
 Diminuição do interesse pelas atividades habituais;
 Sensação de dificuldade de concentração;
 Cansaço, fadiga fácil, falta de energia;
 Acentuada alteração do apetite;
 Distúrbios do sono;
 Sensação de estar fora do próprio controle;
 Inchaço e/ou sensibilidade mamária aumentada;
 Dor de cabeça;
 Dores musculares;
 Ganho de peso ou sensação de inchaço.

Por se tratar de uma síndrome, não existem tratamentos específicos já que os sintomas variam
muito de intensidade para cada mulher.
Resultados não cientificamente comprovados mostram que a vitamina B6 (Piridoxina), a Vitamina
E, o cálcio e o magnésio podem ser usados com melhora dos sintomas.
A TPM não é uma doença e o mais importante é que ela pode ser tratada naturalmente. O caminho
mais aconselhado é procurar um médico. E para os homens de plantão, um aviso: entenda as
mulheres, pelo menos nesses dias especiais.

CLIMATÉRIO: O INÍCIO DE UMA NOVA FASE


O Climatério é uma etapa da vida da mulher que começa dois ou quatro anos antes da última
menstruação, onde acontece a transição do período fértil para o não fértil e é caracterizada pela
diminuição dos hormônios (estrogênio e progesterona), irregularidade menstrual, sendo
acompanhado de alguns sintomas desagradáveis como fogachos (ondas de calor), irritabilidade e
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insônia. Já a menopausa é o final da vida fecunda da mulher, caracterizada pelo fim da menstruação
e interrupção da fase reprodutora dos ovários. Geralmente aparece entre os 45 e os 55 anos. Mas,
nada impede que ela apareça antes dos 45 anos, então é chamada de menopausa precoce ou após
os 50 anos, denominando-se menopausa tardia. A menstruação pára porque o organismo vai
envelhecendo e se desgastando. Todas as mulheres têm nos ovários, desde que nascem cerca de
400.000 folículos que morrem antes mesmo da mulher produzir a ovulação mensal e quando esses
folículos se esgotam é que se dá a menopausa.
Causas:
Com o ovário falido, o organismo deixa de produzir em doses suficientes o estrogênio (hormônio
feminino). A falta do estrogênio - um hormônio básico feminino - provoca efeitos desagradáveis no
organismo todo. É ele quem causa as ondas de calor ou fogachos. Nos órgãos genitais a falta de
estrogênio causa a secura vaginal, tornando as relações sexuais dolorosas, o que compromete o
desempenho e até o desejo sexual. A baixa auto-estima também está associada à falta do
estrogênio
Antes que a menstruação cesse por completo, o organismo começa a dar alguns sinais de que a
menopausa está chegando: alterações do ciclo menstrual, menstruações mais ou menos
freqüentes, hemorragias. A esse período podemos chamar de Perimenopausa, uma fase que
antecede a parada total das menstruações (amenorréia) e ocorre cerca de quatro anos antes do
aparecimento da menopausa, mas ela não é obrigatória. Quando essas alterações são na forma
de mais de uma menstruação por mês, chama-se de polimenorréia, quando surge com muito
sangramento ou muitos dias sangrando, de hipermenorréia. Algumas mulheres não sentem nada
durante este período, entretanto outras sofrem com os sintomas: ondas de calor, os chamados
fogachos; suores noturnos, insônia, depressão, irritação, ressecamento vaginal, menor d esejo
sexual, dor durante o ato sexual, diminuição da memória e dificuldade de concentração.
Tratamento:
Nesta fase a mulher pode apresentar sintomas que poderão interferir em sua vida cotidiana, além
do que pode apresentar falta de cálcio nos ossos, podendo evoluir para osteoporose que é uma
doença grave. Por isso é ideal o acompanhamento médico que avaliará a situação e poderá indicar
o melhor tratamento, com ou sem reposição de hormônios. Os fitormônios são hormônios vegetais
extraídos de plantas que podem repor o estrógeno e a progesterona no organismo, são encontrados
em plantas como a Cimicífuga racemosa, o Yam Mexicano, o Alcaçuz, a Linhaça, o Trevo Vermelho,
mas sua fonte mais conhecida e mais abundante é a soja.

FECUNDAÇÃO
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Também chamado de concepção é o momento em que ocorre a penetração do gameta masculino


(espermatozóide (SPTZ) que dura 72 horas) no gameta feminino (óvulo que dura em média 48
horas), marcando o início da concepção.
O ovo fecundado, conhecido como zigoto, sofre uma série de divisões mitóticas à medida que
continua sua viagem de descida pela tuba uterina em direção ao útero. Ao final da 1 ª semana, a
mórula (pequena massa de células) já começa a implantar-se na parede uterina.

 Nidação: é o processo de implantação do ovo (embrião) na cavidade uterina. Por volta do 7º dia
após a fecundação. O endométrio tem a função de nutrir o embrião até que a placenta se
desenvolva.

Etapas de Fecundação

 Concepção e Desenvolvimento Fetal:


Assim que acontecem à fecundação e a nidação inicia-se um rápido processo de divisão celular,
levando à multiplicação das células que irão diferenciar-se dando origem aos vários tecidos e
órgãos.
Durante esse período, o feto e a mãe estabelecem uma relação pela placenta, que pr oporciona as
condições propícias ao crescimento e ao bem estar fetal.
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O período da gestação estende-se do momento da fertilização ou fecundação até o nascimento.

 Circulação Placentária:
É realizada por um sistema circulatório especializado, no qual o sangue da mãe e do feto não se
misturam. A placenta é composta por duas faces: a materna (contato com o útero) e a fetal (contato
com líquido amniótico e o feto). A placenta produz o hormônio gonadotrofina coreônica humana
(HCG).
A placenta é responsável pela circulação do sangue entre a mãe e o feto, e possibilita a troca de
oxigênio e nutrientes.
Pode ser classificada quanto à dimensão, peso e forma de apresentação:
 Dimensão: tem diâmetro de 15 a 20 cm e espessura de 1,5 a 2 cm;
 Peso: tem aproximadamente 50 g na 12ª semana de gestação e 600g próximo à 40ª semana
de gestação;
 Forma: Apresenta duas faces: materno e fetal.

 Cordão Umbilical:
É originário de disco bilaminar, sai da região abdominal do feto encaminhando pela vesícula
alantoidiana em direção da placenta, onde se insere. Esta inserção pode ser: central, intermediária
e periférica (placenta em raquete, inserção velamentosa). O cordão mede aproximadamente 59 cm
é formado de tecido conjuntivo (geléia de Wharton) e revestido pelo âmnio funicular. Apresenta
duas artérias que é ramo da ilíaca interna do feto, uma veia que se comunicará com a veia cava
inferior do feto, segundo Murta (2006).

 Líquido Amniótico:

Está contido na membrana amniótica. No ovo jovem, o líquido é claro e cristalino, tornando-se
opalescente no decorrer da gestação até se tornar grumoso no final da gestação. È basicamente
formado por células esfoliativas do feto, diurese, lanugem, gotículas de gorduras.
As proteínas e glicose são iguais ao líquido cefalorraquidiano.

 Cores e seus significados:


 Claro: feto não maduro;
 Leitoso com grumo: feto maduro;

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 Amarelo: doença hemolítica;
 Esverdeado: sofrimento fetal;
 Castanho: óbito fetal.

Observação:
 Embrião (até a 8ª semana)
 Feto (após a 8ª semana)

DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

1. Atraso ou irregularidade menstrual, náuseas e aumento do volume abdominal:


a. Avaliar ciclo menstrual; data da última menstruação; atividade sexual.
b. Atraso menstrual em mulheres maiores de 10 anos com atividade sexual.
2. Solicitar teste imunológico de gravidez
Resultado positivo
Gravidez confirmada
Acompanhamento da gestante

Resultado negativo
Repetir TIG após 15 dias
Resultado negativo. Caso seja positivo, seguir a tabela anterior.
Persistindo amenorreia
Encaminhar para avaliação clínico-ginecológica

SINAIS DE UMA GRAVIDEZ

É importante diagnosticar ou confirmar a gestação de uma mulher. Muitos sinais característicos da


gestação auxiliam na confirmação. Os sinais e sintomas dividem-se em três categorias:
 Sinais de presunção ou de suspeitas: amenorréia (ausência da menstruação); náusea com
ou sem vômitos matutinos (devido a grande quantidade de hormônios que sobrecarrega o fígado);
alterações nas mamas; polaciúria (aumento da freqüência urinária) devido à pressão exercida pelo

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útero aumentado sobre a bexiga; aumento ou diminuição do apetite; Tubérculos de Montgomery
(mamilos e aréolas ficam maiores mais escuros e a rede venosa mais evidente); presença de
colostro; pigmentação na linha Alba; estrias recentes; sinal de Chadwick (aspecto arroxeado ou
azul da mucosa vulvar e vaginal).

 Sinais de Probabilidade: aumento do abdome (fica evidente por volta do 3º mês de gestação,
isso ocorre devido ao crescimento do feto, útero e da placenta; alterações uterinas; teste de
gravidez (TIG e o BHCG)).

 Sinais de Certeza: ausculta e contagem dos Batimentos Cardíacos Fetais (BCF) são
usualmente ouvidos a partir da 18ª a 20ª semana de gestação, este é o mais fidedigno dos sinais
de gravidez. Sua comprovação, com (estetoscópio de Pinard ou Sonare-Doppler). A freqüência
varia entre 120 a 160 batimentos por minuto (BPM) em fetos diferentes; percepção de movimentos
fetais ativos e visualização do contorno fetal palpação abdominal e ultrassom (com uso do ultra-
som, a gravidez pode ser diagnosticada a partir da 6 ª semana de gestação).

DEFINIÇÃO DE ALGUNS TERMOS

Período Embrionário: é o período que vai desde a nidação até a oitava semana.

Período Fetal: é o período que se estende da 8ª a 40ª semana. Neste período há crescimento e
desenvolvimento dos sistemas orgânicos estabelecidos no período embrionário. Quando
plenamente desenvolvidos, os órgãos fetais começam a funcionar e atender parte das
necessidades metabólicas do feto.

Menacme: é o período de vida da mulher entre a menarca e a menopausa, entre a primeira e a


última menstruação natural.

Amenorreia:
Metrorragia:
Dismenorreia:
Leucorreia:
Endometrio:

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Fecundação:

PRÉ-NATAL

É a assistência prestada à gestante com vistas a atender às necessidades obtendo, assim,


melhores efeitos sobre a saúde da mãe e a do filho. A gestante deverá ter o atendimento mais
precoce possível, tão logo se estabeleça a amenorréia no primeiro trimestre. Realização de, no
mínimo, seis consultas de pré-natal, sendo, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no
segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação;
O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início da gravidez,
assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia do bem-estar
materno e neonatal.
Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e humanizada se dá por meio da incorporação de
condutas acolhedoras e sem intervenções desnecessárias; do fácil acess o a serviços de saúde de
qualidade, com ações que integrem todos os níveis da atenção: promoção, prevenção e assistência
à saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento ambulatorial básico ao atendimento
hospitalar para alto risco.
Estados e municípios, por meio das unidades integrantes de seu sistema de saúde, devem garantir
atenção pré-natal e puerperal.

 Rotinas do Pré-Natal:

Primária: Ouvir a mulher e seus (suas) acompanhantes, esclarecendo dúvidas e informando sobre
o que vai ser feito durante a consulta e as condutas a serem adotadas.

Gerais: Atividades educativas a serem realizadas em grupo ou individualmente, com linguagem


clara e compreensível, proporcionando respostas às indagações da mulher ou da família e as
informações necessárias;
Estímulo ao parto normal e resgate do parto como ato fisiológico.
Documentação: Registro em prontuário e cartão da gestante, inclusive registro de
intercorrências/urgências que requeiram avaliação hospitalar em situações que não necessitem de
internação.
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1 - Pesagem: A variação do peso durante a gravidez é muito grande e oscila entre 6 e 16 Kg ao


final da gestação. O aumento máximo se dá entre 12ª semana e a 24ª semana de amenorréia. Deve-
se aferir o peso em todas as consultas pré-natais, com a gestante usando roupas leves e descalça,
recomenda-se a utilização de balança de pesos, pois podem ser calibradas regularmente. A
estatura deverá ser medida na primeira consulta.
Avaliação do estado nutricional da gestante e monitoramento; prevenção e tratamento dos
distúrbios nutricionais;

2 - Sinais Vitais: Detectar precocemente estados hipertensivos que se constituam em risco


materno e perinatal (próximo ao nascimento).
Os níveis tensionais alterados devem ser confirmados em pelo menos, duas medidas com a
gestante em repouso.
Ex.: DHEG – Doença Hipertensiva Específica da Gravidez.
Pré-Eclâmpsia – Pressão Arterial aumentada, que leva ao coma e levando ao óbito.

3 – Altura Uterina: Identificar o crescimento normal do feto e detectar seus desvios. Altura uterina
em relação ao número de semanas de gestação. A medida é feita em centímetros com uma fita
métrica flexível e não extensível, do púbis ao fundo do útero, determinado por palpação com a
grávida em decúbito dorsal.

4 – Ausculta dos batimentos cardiofetais: Indicam as condições de saúde do feto. A partir da 12


semana com o Sonar Doppler, com estetoscópio de Pinard a partir da 20 semana.

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5 – Exames Laboratoriais:
a) ABO – Rh;
b) Hemograma Completo (sangue);
c) Glicemia de jejum;
d) EAS (urina);
e) VDRL (sífilis);
f) Parasitológico de Fezes (vermes nas fezes);
g) Glicemia de Jejum (normal 70 a 110 mg/dl);
h) Anti-HIV – só se a cliente permitir;
i) TORCH – toxoplasmose, outros vírus, rubéola, citomegalovírus, hepatite.

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Hepatite A – Alimentos mal lavados, fezes.
Hepatite B – Relação sexual, sangue.
Hepatite C – Sangue, relação sexual (é a mais grave).

OBS: VDRL negativo, registrar e informar a gestante, orientar para o uso de preservativo, repetir o
exame na 30 semana, no parto ou em caso de abortamento.
VDRL positivo, solicitar testagem do(s) parceiro(s) e teste confirmartório: sendo esse não reagente,
descartar hipótese de Sífilis e considerar outras possibilidades; sendo reagente, diagnóstico de
Sífilis confirmado, iniciar tratamento

6 – Vacina Antitetânica: É realizada para a prevenção do Tétano Neonatal e para a proteção da


gestante com a vacina dupla tipo (DT) ou na falta desta, com o Toxóide Tetânico (TT).
 Vacinação na gestante: 4ª; 6ª; e 8ª mês de gestação.
 Reforço: de 10 em 10 anos, anteciparmos a dose de reforço se ocorrer nova gravidez em 5
anos, ou mais, depois da aplicação da ultima dose.

Ultrassonografia.
 É realizado em 3 (três) exames:
 O primeiro por volta da 20 ª semana;
 O segundo em torno da 28ª semana;
 E o terceiro na 34ª semana de gestação.
 Objetivos da Ultrassonografia:
 Determinar a idade gestacional;
 Número de concepto;
 Avaliação da vitalidade fetal / embrião (12º semana – Transnucência nucal);
 Avaliação da morfologia fetal (coração, estômago, etc.);
 Avaliação da quantidade de líquido amniótico;
 Avaliação placentária.

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CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO – DPP

Gestação Normal: 280 dias ou 40 semanas, podendo durar até 42 semanas.

 Regra de Naegele:

 Para determinação do dia: soma-se 7 (sete) ao dia da DUM (Data da última Menstruação).
 Para determinação do mês: até março soma-se 9 (nove), a partir do mês de abril diminui 3 (três).

Ex.: DUM = 13 / 03 / 1991 DUM = 20 / 09 / 2005 DUM = 16 / 11 / 2005


+7 / +9 +7 / . -3 +1 +7 / -3 / +1
DPP = 20 / 12 / 1991 DPP = 27 / 06 / 2006 DPP = 23 / 08 / 2006

CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL – IG

Objetivo: estimar o tempo de gravidez/a idade do feto.

I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e de certeza:

É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais
regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais:
Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta,
dividindo o total por sete (resultado em semanas);
Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da
última menstruação e observar o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual.

II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês
em que ela ocorreu:

Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considerar como data da última menstruação os
dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceder, então, à utilização de um dos métodos acima descritos.

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III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos, utilizar a altura
uterina como parâmetro, ou solicitar USG, se possível:

Altura uterina:

12ª semana: é palpável na sínfise púbica


16ª semana: encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical
20ª semana: encontra-se na altura da cicatriz umbilical
A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura
uterina, tornando-se menos fiel a partir da 30ª semana da IG.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL (EN) E DO GANHO DE PESO GESTACIONAL

Objetivo: avaliar e acompanhar o estado nutricional da gestante e o ganho de peso durante a


gestação para:
Identificar, a partir de diagnóstico oportuno, as gestantes em risco nutricional (baixo peso,
sobrepeso ou obesidade) no início da gestação;
Detectar as gestantes com ganho de peso baixo ou excessivo para a idade gestacional;
Realizar orientação adequada para cada caso, visando à promoção do estado nutricional
materno, condições para o parto e peso do recém-nascido.

Calcule o IMC por meio da fórmula:

Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso (kg)


Altura²(m)

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Realize o diagnóstico nutricional, utilizando o Quadro 1:

1. Calcule a semana gestacional;

Obs.: quando necessário, arredonde a semana gestacional da seguinte forma: 1, 2, 3 dias


considere o número de semanas completas; e 4, 5, 6 dias considere a semana seguinte.
Exemplo: Gestante com 12 semanas e 2 dias = 12 semanas
Gestante com 12 semanas e 5 dias = 13 semanas
2. Localize, na primeira coluna do Quadro 1, a semana gestacional calculada e identifique, nas
colunas seguintes, em que faixa está situado o IMC da gestante, calculado conforme descrito no
item I;

3. Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, segundo o IMC por semana gestacional, da
seguinte forma:

Baixo peso: quando o valor do IMC for igual ou menor que os valores apresentados na coluna
correspondente a baixo peso;
Adequado: quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores apresentada na
coluna correspondente a adequado;
Sobrepeso: quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores apresentada na
coluna correspondente a sobrepeso;
Obesidade: quando o valor do IMC for igual ou maior que os valores apresentados na coluna
correspondente a obesidade.
4. Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, segundo IMC/semana gestacional em: BP
(baixo peso), A (adequado), S (sobrepeso), O (obesidade).

Obs.: o ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC pré-gestacional
referido ou o IMC calculado a partir de medição realizada até a 13ª semana gestacional. Caso isso
não seja possível, inicie a avaliação da gestante com os dados da primeira consulta de pré-natal,
mesmo que esta ocorra após a 13ª semana gestacional.

PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU)


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PALPAÇÃO OBSTÉTRICA

Objetivos:
Identificar o crescimento fetal;

Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade


gestacional;

Identificar a situação e a apresentação fetal.

A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina. Ela deve iniciar-se pela
delimitação do fundo uterino, bem como de todo o contorno da superfície uterina (esse
procedimento reduz o risco de erro da medida da altura uterina). A identificação da situação e
da apresentação fetal é feita por meio da palpação obstétrica, procurando identificar os pólos
cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente identificados a partir do terceiro trimestre. Pode-se,
ainda, estimar a quantidade de líquido amniótico.

Manobras de palpação:

O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou transversa. A situação transversa reduz
a medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As apresentações
mais frequentes são a cefálica e a pélvica.

19
MATERNO – INFANTIL
Situação:

Apresentação:

Condutas:
Registrar a medida da altura uterina encontrada no gráfico de AU/semanas de gestação;

Realizar interpretação do traçado obtido;


20
MATERNO – INFANTIL

A situação transversa e a apresentação pélvica em fim de gestação podem significar risco no


momento do parto. Nessas condições, a mulher deve ser, sempre, referida para unidade hospitalar
com condições de atender distocia.

Objetivo: Estimar o crescimento fetal, correlacionando-se a medida da altura uterina com o número
de semanas de gestação.

MEDIDA DA ALTURA UTERINA

Na figura acima, é mostrada a técnica de medida, na qual a extremidade da fita métrica é fixada na
margem superior do púbis com uma das mãos, deslizando a fita entre os dedos indicador e médio
da outra mão, até alcançar o fundo do útero com a margem cubital dessa mão.

AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS (BCF)

Objetivo: constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos


batimentos cardíacos fetais (BCF).
É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 120 e
160 batimentos por minuto.

21
MATERNO – INFANTIL
Sua importância reside no fato de que permite verificar a vitabilidade fetal, a prenhez única ou
gemelar, confirmar o diagnóstico da apresentação e posição feito pelo palpar obstétrico e
reconhecer o sofrimento fetal.

Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF) com estetoscópio de Pinard

DOENÇAS COMUNS NA GRAVIDEZ

 Rubéola e Gravidez:
No 1º trimestre abortamento em 1/3 dos casos. O problema maligno da rubéola é sua capacidade
de produzir infecção crônica no concepto, induzindo as graves anomalias congênitas.

 Sinais e Sintomas: Febre; cefaléia; anorexia; conjuntivite; coriza; tosse; linfadenomegalite.

 Perigo para o feto: Surdez; defeitos neurológicos; malformação em múltiplos órgãos e


sistemas; infecção e lesões fetais, 1/3 dos recém-nascidos infectados morre ainda no período
neonatal.

 Toxoplasmose e Gravidez:
Infecção causada pelo Toxoplasma gondii, que assume especial relevância quando ocorre no
período gestacional pela possibilidade de acometimento do feto. A toxoplasmose pode ser
transmitida por três vias: a ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo
contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com
cistos, especialmente carne de porco e carneiro; infecção transplacentária, ocorrendo em 40% dos
fetos de mães que adquiriram a infecção durante a gestação.
22
MATERNO – INFANTIL

 Sinais e Sintomas: Linfadenomegalia e astenia (fraqueza); cefaléia; coriza; mialgia (dores) e


febre.
 Perigo para o feto: natimorto; prematuridade; microcefalia, hidrocefalia, retardamento metal;
surdez; hipotonia; cegueira.

COMPLICAÇÕES NA GRAVIDEZ

Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG):

É o distúrbio hipertensivo mais comum na gravidez (a partir da 20* semana). Causas


desconhecidas. Fatores predisponentes: primiparidade; gestante jovem ou idosa; hipertensão
crônica; entre outras.

 Classificação:
- Pré-eclâmpsia leve;
- Pré-eclâmpsia grave;
- Eclâmpsia

Classificação da DHEG
Pré-Eclâmpsia Eclâmpsia
Leve Grave
Pressão 140 mmHg ou aumento de 20 mmHg 160 mmHg Convulsões ou Coma ( geralmen-
Sistólica após 24ª semana. te ambos).
Pressão 90 mmHg ou aumento de 30 mmHg 120 mmHg Associados a Proteinúria ( presen-
Diastólica após 24ª semana. ça proteína na urina) e Edema.

 Sintomas:
- Hipertensão Arterial;
- Edema generalizado;

23
MATERNO – INFANTIL
- Proteinúria;
- Oligúria (baixa quantidade de diurese);
- Manifestação cerebral e visual (cefaléia, torpor (sonolência), obnubilação (algumas crises
epiléticas), turvação visual, diplopia (visão dupla));
- Edema agudo de pulmão;
- Cianose;
- Dor epigástrica (abdominal) ou hipocôndrio direito;
- Convulsões;
- Coma.

A Eclâmpsia caracteriza-se por convulsão. Se a paciente tiver uma convulsão, sua conduta é,
então, definida como eclâmpsia, que é a forma mais grave da DHEG. A maior parte dos casos de
pré-eclâmpsia e eclâmpsia ocorre nas últimas 10 ou 12 semanas da gestação.
A DHEG, geralmente, termina com o parto, contudo pode persistir por 24 a 48 horas após o parto.
Se a hipertensão ocorre antes da 20ª semana de gestação, é provável que seja hipertensão pré-
existente ou hipertensão crônica.

 Etiologia: É desconhecida.

 Fatores de risco:
- Adolescente;
- Idade acima de 35 anos;
- Nível sócio-econômico baixo;
- Desnutrição;
- Primípara;
- Historia familiar de hipertensão crônica;
- Diabetes Mellitus;
- Multíparas;
- Mola Hidatiforme (massa de vesícula clara e viscosa que se desenvolve na placenta);
- Hidrâmnio (excesso de líquido amniótico);
- Incompatibilidade Rh (com intenso edema fetal).

24
MATERNO – INFANTIL
 Assistência de Enfermagem:
- Repouso na cama – exceto quando for permitido que levante;
- Verificar diariamente o peso – de preferência no início da manhã com a bexiga vazia;
- Verificar a pressão arterial a cada 2 horas;
- Avaliar a ingestão líquida em 24 horas e a eliminação urinária de hora em hora;
- Verificar edema corporal;
- Verificar a proteinúria a cada 24 horas;
- Observar sinais de trabalho de parto;
- Observar a aceitação da dieta;
- Verificar o Equipo de emergência, no quarto da gestante e a existência de drogas anti-
hipertensivas, sedativos e anticonvulsivantes.

DIABETES GESTACIONAL

- Geralmente se desenvolve próximo ao 3º trimestre da gestação e após o parto ela


desaparece. Normalmente a mulher não percebe os sintomas, pois alguns são comuns na gravidez.
São eles:
- Muita sede e fome;
- Gestante ou bebê apresentam ganho excessivo de peso;
- Vontade de urinar aumenta consideravelmente;
- Cansaço extremo;
- Visão turva;
- Inchaço tanto nas pernas quanto nos pés;
- Pode haver cistite ou candidíase com frequência.
-
- O valor de referência da glicose em jejum fica entre 65 a 92 mg/dL (miligramas de glicose
por decilitro de sangue). Os resultados são considerados anormais:
- Resultados entre 92 mg/dL e 100 mg/dL – considera-se anormal, pois estão próximos do
limite e sua repetição deve acontecer em outra ocasião;
- Valores acima de 100 mg/dL – é bastante suspeito um resultado tão alto, mas é preciso
repeti-lo em outra ocasião para descartar ou confirmar o diagnóstico.

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MATERNO – INFANTIL
O exame de glicose deve ser solicitado ao menos 3 vezes durante a gestação. Normalmente
o primeiro exame é a glicemia de jejum, realizado na 20ª semana, não podendo ultrapassar os 85
mg/dL na gestante e um exame da curva glicêmica logo na 22ª semana de gestação.
Esse tipo de diabetes é curável quando o tratamento for eficaz e o tratamento for seguido
corretamente pela paciente. Porém, o fato de ter sido portadora da doença aumenta o risco da
mulher desenvolver o Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 no futuro. Isso pode acontecer nos próximos 10
a 20 anos e se tiver outra gestação que essa diabetes retorne.
Seu tratamento pode ser feito com a utilização de remédios como a insulina ou os
hipoglicemiantes orais e com uma dieta saudável, adequada.
Caso a diabetes na gravidez seja identificada, a gestante deve ser submetida ao controle
glicêmico com intervalos curtos e regulares. Além do controle glicêmico, a dieta é essencial, tendo
como base a baixa ingestão e açucares (que têm vários nomes).

No bebê, o risco pode aumentar com relação:

- Peso excessivo no nascimento;


- Bebê nascer prematuramente;
- Ter a síndrome do desconforto respiratório;
- Ter hipoglicemia após seu nascimento;
- Diabetes tipo 2 passados alguns anos do seu nascimento;
- Quando a diabetes gestacional não é tratada pode levar a morte do bebê antes ou após
seu nascimento.

OUTROS PROBLEMAS IMPORTANTES RELACIONADOS A GRAVIDEZ :

Hiperemese:
É frequente as mulheres apresentarem náuseas e vômitos nos primeiros meses da gravidez. A
maior parte das vezes isto se resolve espontaneamente e sem consequências.

Toxemia da Gravidez:
É a elevação excessiva da pressão arterial com uma grande retenção de líquido. A mulher fica
edemaciada e aumenta excessivamente de peso. Quando isto acontece, faz-se necessário o

26
MATERNO – INFANTIL
controle rigoroso da pressão arterial e a restrição de ingestão de sal. Se a situação não for
controlada, pode chegar a provocar a eclâmpsia, que é muito grave.

Gravidez ectópica
Nidação fora da cavidade uterina, podendo ser tubária, ovárica ou abdominal. A mulher
frequentemente apresenta história de atraso menstrual, teste positivo para gravidez, perda
sanguínea uterina e dores no baixo ventre, seios sensíveis e inchados e aumento da micção.

Aborto Espontâneo
É a expulsão prematura do feto. Pode dever-se a uma alteração do feto ou a algum problema da
mãe. A causa mais frequente de aborto é a falta de produção de hormônios da gravidez pela mãe.
Quando uma mulher aborta, deve tomar cuidado para que não permaneçam restos da placenta no
útero, visto que podem provocar infecções.

Amniorex Prematura
Ruptura das membranas antes do início do trabalho de parto, possibilidade de infecção da cavidade
uterina e perda do líquido amniótico.

PRÉ-PARTO

É o período que vai do início do trabalho de parto até o período expulsivo.

Sinais de desencadeamento de trabalho de parto:


- Contrações uterinas regulares, ritmadas, cujo intervalo vai diminuindo com a aproximação
do parto;
- Desconforto lombar;
- Perda do tampão mucoso – muco localizado no colo uterino que tem a finalidade de dificultar
a penetração de germes patogênicos;
- Ruptura da bolsa d’água – há ocasiões em que a bolsa d’água não se rompe
espontaneamente, sendo a ruptura feita então com uma pinça. Esta pode também ocorrer por
ocasião do toque vaginal.
27
MATERNO – INFANTIL

 A admissão da gestante:
Normalmente a gestante procura um hospital quando tem início o trabalho de parto. Será então
encaminhada para exame. Ao recebê-la, o auxiliar ou técnico deve lembra-se sempre que ela está
insegura, medrosa, preocupada com a sua vida e a do filho. Todo o apoio psicológico deve ser dado
nesse momento. Com muito carinho, providenciará todo o material necessário para que o médico
examine a gestante, com a mesma rotina do pré-natal.

 Se houver indicação de internação o auxiliar ou técnico deve providenciar (pré-parto):


- Tricotomia das regiões genital e perianal;
- Rotina do hospital;
- Verificar sinais vitais (TPR e PA);
- Indicar um banho (sim ou não);
- Vestir-lhe a roupa própria do pré-parto;
- Preencher o prontuário e encaminhá-la ao pré-parto.

 Cuidados de enfermagem específicos:


- Controle das contrações uterinas;
- Ausculta do BCF (batimentos cardíacos do feto – normais 120 a 160 bpm);
- Observar perda sangüínea acentuada;
- Controle dos sinais vitais (TPR e PA);
- Controle rigorosamente do gotejamento do soro (caso esteja sendo feita indução do parto
com ocitócitos);
- Proporcionar conforto físico e psicológico à parturiente;
- Encaminhá-la à sala de parto ou ao Centro Obstétrico, quando indicado;
- Recipiente com tesouras reta e curva, para o parto;
- Caixa com instrumental para o parto;
- Pacotes de tamponamentos;
- Luvas esterilizadas;
- Esparadrapo e tesoura;
- Aparelho de pressão e termômetro;
- Medicação específica para obstetrícia;
- Fios para sutura;

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MATERNO – INFANTIL
- Caixa com instrumental para revisão do colo;
- Pacote com roupas esterilizadas para o parto;
- Sondas diversas: vesical, nasogástrica, etc.;
- Caixa de medicação de urgência;
- Material para o RN;
- Ressuscitador;
- Braçadeiras;
- Fio ou borracha para ligadura do colo umbilical;
- Cateter nasal.

 Cuidados de enfermagem na sala de parto:


- Verificar se o material está devidamente preparado e completo;
- Colocar a parturiente em posição ginecológica;
- Auxiliar o médico ou a enfermeira durante o parto, estando sempre atento às suas
solicitações;
- Receber o recém nato e presta-lhe os cuidados imediatos;
- Encaminhar o recém nato ao berçário, tendo antes o cuidado de mostrá-lo à mãe;
- Prestar os cuidados de rotina à puérpera, medicação prescrita, sinais vitais, verificação do
globo de segurança e lavagem externa;
- Encaminhá-la ao puerpério;
- Fazer as anotações registrando:
- As condições do parto: normal, a fórceps, etc.;
- Ao sexo do feto;
- As condições do feto: se chorou forte ou fraco, se apresenta lesões, etc.;
- A hora que se deu o delivramento se foi normal ou extraído.
- Cuidar do material utilizado;
- Limpar, completar e arrumar a unidade.

PARTO

É a expulsão ou extração do feto e seus anexos do organismo materno.

29
MATERNO – INFANTIL
Classificações:
 Segundo a época em que ocorre, o parto pode ser:
- Abortivo = quando se verifica antes de atingir a viabilidade fetal;
- Prematuro = quando se processa entre 28 ª e a 36ª semana de gestação;
- A termo = quando se efetua da 38ª a 41ª semana de gestação;
- Serotino = quando a gravidez já ultrapassou os 285 dias.

 Na dependência do número de fetos, o parto será:


- Único;
- Múltiplo – duplo ou gemelar, triplo, etc.

 Classificação da parturiente quando ao número de filhos:


- Primípara = a mulher que está tendo seu 1º parto de concepto visível;
- Secundípara = a mulher que se encontra parindo pela 2ª vez;
- Multípara = quando da 3ª ou mais vezes;
- Grande multípara = a mulher que está parindo pela 5 ª ou mais vezes;
- Primípara precoce = antes dos 16 anos;
- Primípara idosa = depois dos 30 anos.

 Etapas do trabalho de parto:

O processo do trabalho de parto é dividido em três períodos ou etapas:

- Etapa de dilatação = começa com o início das contrações regulares e termina com a
dilatação completa do colo uterino;
- Etapa expulsiva = começa com a dilatação completa do colo e termina com a saída
completa da criança;
- Etapa placentária = começa imediatamente após a criança nascer e termina quando a
placenta é liberada.

 Sala de parto:

30
MATERNO – INFANTIL
É o local destinado à parturiente em início do período expulsivo. A sala de parto deve estar
constantemente limpa, completa e preparada para receber parturientes durante as 24 horas.

Material que deve haver na sala de parto:


- Mesa de parto;
- Banco para o Obstetra;
- Foco de luz;
- Baldes, quantos necessários;
- Suporte para soro;
- Mesa para instrumental;
- Vidros com: diversas soluções e bolas de algodão;
- Regular quantidade de gaze esterilizada.

Parto Normal:

O parto normal comporta 3 (três) período passivos e ativos:

1º - Apagamento e dilatação do colo;


2º - Expulsão do feto;
3º - Delivramento ou secundamento da placenta.

O início do trabalho de parto é anunciado pelo aparecimento na parturiente de dores


intermitentes involuntários progressivos, devido a contrações da musculatura uterina. Essas dores
localizam-se no ventre e nos quadris com endurecimento e relaxamento alterados do voluma
exterior do feto e das paredes do abdome.
Tem contrações que cooperam para que o colo uterino vá se dilatando pelo auxílio da parte
do feto que contra ele se aplica até chegar a um ponto em que a bolsa amniótica, cheia de líquido,
não resiste, rompe-se, lubrificando toda a região e favorecendo a fixação da extremidade do feto
no estreito superior da bacia.
Este período, chamado de dilatação segue-se o segundo período, o da expulsão do feto,
reduzindo o volume pelas contrações musculares do corpo do útero; tratam essas contrações de
romper mais tarde à aderência da placenta com a mucosa do útero; e o sangue que daí sai coopera
para desprender a totalidade da dilatação da dita placenta que é expulsa pelas contrações

31
MATERNO – INFANTIL
geralmente meia hora após a saída do feto e da placenta, o útero reduz-se, realizando o fechamento
dos vasos sangüíneos, verdadeiras ligaduras naturais existentes entre as fibras musculares.
Detida a hemorragia, forma-se um corrimento (lóquios) como se fosse proveniente de grande
ferida tendente a cicatrizar-se, a qual dura alguns dias (fase Puerperal).
Com um pequeno repouso o útero, após eliminar o feto, começa novamente a contrair-se até
a expulsar a placenta. Não a deixar cair, apara-se com as mãos.
A placenta, ao começar a expulsar-se (delivramento ou secundamento), será torcida sobre
o seu eixo, para que as membranas saiam, para romperem-se.
Serão examinadas depois para que não tenha permanecido nenhum fragmento delas, na
cavidade uterina. Basta manter gazes e algodões assépticos sobre a vulva após o parto.
Se não houver nenhuma anormalidade com o recém nato, ele irá para o berço e ficará ao
lado de sua mãe.
Loquiação é a presença de lóquios (material de descamação do endométrio com sangue,
muco e restos celulares do sítio placentário)

CESARIANA
Procedimento cirúrgico para retirada do feto.
Indicações:
 Desproporção céfalo-pélvica;
 Alteração das contrações;
 Descolamento prematuro de placenta;
 Pós-maturidade;
 Placenta prévia;
 Toxemia gravídica;
 Alteração de BCF;
 Perda de líquido transvaginal com mecônio;

Complicações no Pós-parto:

Febre Puerperal

32
MATERNO – INFANTIL

É uma infecção que se origina no útero depois do parto. Se ela se estende por todo o organismo,
ocorre uma infecção generalizada (septicemia), que é muito grave. Antigamente isso era muito
comum e ocasionou a morte de muitas mulheres. Em virtude das medidas de higiene adotadas nos
hospitais e aos antibióticos, ocorre com pouca freqüência em nosso meio.

Deiscência de sutura
Abertura dos pontos da sutura.

Mastite
Inflamação das mamas.

CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO (RN)

Imediatos:
 Garantir a permeabilidade das vias aéreas;
 Secar e Aquecer;
 Clampeamento e Laqueadura do cordão;
 Identificar;
 Credeização (instilação de 01 gota de nitrato de prata a 1% no canto interno de cada olho,
prevenindo a oftalmia gonocócica);
 Escala de Apgar;
 Mostrar o RN à mãe e/ou colocá-lo sobre o abdome ou tórax materno

Mediatos:
Aplicação de medicação anti-hemorrágica: kanakion 0,5 mg ou 1 mg (intramuscular);
 Peso e mensuração;
 Curativo do colo umbilical;
 Verificar sinais vitais;
 Limpeza com solução de rotina, tendo o cuidado de não retirar a vérnix caseosa (matéria
gordurosa consistência de sabão que cobre, em parte, a pele do feto ou do recém-nascido - sebo
e de células epiteliais descamadas);
 Vestir o recém-nato de acordo com a temperatura ambiente;

33
MATERNO – INFANTIL
 Colocá-lo em berço aquecido, em drenagem postural por 2 horas;
 Observar as primeiras eliminações: urina e mecônio (matéria pastosa, de cor marrom
esverdeada, contém gordura, muco e bile);
 Observar o curativo do colo umbilical para prevenir sangramentos;
 Encaminhar ao alojamento conjunto.

 O peso mais freqüente de um recém-nascido é:

Meninos .................................... 3.350 a 3.500 gramas.

Meninas .................................... 3.000 a 3.250 gramas.

Pode-se, porém, considerar que os pesos são normais


entre 2.500 e 4.000 gramas.

Altura média de um RN é de 50 cm, porém considera-se normal entre 48 e 52 cm.


Perímetro cefálico: meninos 31,9 cm e meninas 31,5 cm (2016)
Perímetro torácico 33 cm.

ESCALA DE APGAR

Sinal clínico por excelência para a determinação do sofrimento fetal em virtude de sua fácil
padronização e realização. Por se basear em dados objetivos, ainda hoje é referência para algumas
condutas realizadas com o recém-nascido. De rotina, é realizado no 1º e no 5º minutos de vida e,
em alguns serviços, também é contado no 3º ou no 10º minuto. Os parâmetros avaliados são:
freqüência cardíaca, esforço respiratório, tono muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele do
recém-nascido, com notas que variam de 0 a 2, segundo a tabela a seguir.

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MATERNO – INFANTIL

Observação: É bom não esquecer que os pais sempre se mostram aflitos para observar os filhos
de perto. Logo que autorizado pelo médico, o bebê será levado para que a família o conh eça e o
examine. As recomendações sobre a lavagem das mãos quando se manuseia o recém nato, é
sempre feita à família.

ASSISTÊNCIA AO RN COM BOA VITALIDADE


1. Proceder ao Clampeamento do cordão umbilical após cessadas suas pulsações
(aproximadamente 1 a 3 minutos), exceto nos casos de mães isoimunizadas ou HIV /HTLV
positivas. Nesses casos o Clampeamento deve ser imediato.

2. Manter o RN sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe como fonte de calor,
garantindo que o posicionamento da criança permita movimentos respiratórios efetivos. O contato
pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26°C, reduz o risco
de hipotermia em RNs a termo com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação,
desde que cobertos com campos pré–aquecidos. Identificar o RN com pulseira contendo o nome
da mãe, número de prontuário, data de nascimento, sexo e hora.

3. Realizar o aleitamento precoce para promoção do contato mãe-bebê imediato após o


parto, evitando intervenções desnecessárias que interferem nessa interação nas primeiras
horas de vida. Deve ser estimulado o contato pele a pele e o aleitamento materno na
primeira hora de vida, exceto em casos de mães HIV ou HTLV positivos.

4. Coletar o sangue do cordão umbilical para exames laboratoriais.

35
MATERNO – INFANTIL
5. Realizar a laqueadura do cordão umbilical, fixar o clamp à distância de 2 a 3cm do anel
umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool etílico 70% ou clorexidina alcoólica
0,5%. Em RN de extremo baixo peso utiliza-se soro fisiológico para possibilidade de cateterização
umbilical.

6. Aspirar boca e narinas, caso seja necessário.

7. Realizar exame físico simplificado.

8. Realizar o “Credé” para prevenção da oftalmia gonocócica. A profilaxia deve ser realizada na
primeira hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo, uso do PVPI 2,5%
colírio.

9. Administrar vitamina K para prevenção do sangramento, 1mg de vitamina K por via


intramuscular ao nascimento.
10. Administração da vacina contra Hepatite B. A administração desta faz parte do
calendário vacinal mínimo obrigatório e inicia o esquema de imunização do indivíduo
contra a Hepatite B. Tem como objetivo proteger o recém-nascido contra o vírus da
Hepatite B.

11. Realizar antropometria, incluindo peso, comprimento e o perímetro cefálico.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À IDADE GESTACIONAL

-Pré-termos: idade gestacional inferior a 37semanas.


- Prematuridade extrema: menor que 28 semanas de gestação. Os bebês encontram-se no limite
de viabilidade e necessitam de cuidados sofisticados e intensivos.
- Prematuridade grave: 28 a 30 semanas de gestação. Apresentam algumas vantagens fisiológicas,
entretanto exigem a mesma qualidade na assistência.
- Prematuridade moderada: 31 a 33 semanas de gestação.
- Prematuridade quase termo: 34 a 36 semanas.

A termo: idade gestacional entre 37 e 41 semanas e 6 dias. 34


MATERNO – INFANTIL
Pós-termo: idade gestacional igual ou maior que 42 semanas.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PESO E IDADE GESTACIONAL


Quando associamos o peso à idade gestacional, o RN é classificado segundo o seu crescimento
intra-uterino em:

- RN grande para a idade gestacional (GIG): peso acima do percentil 90.


- RN adequado para a idade gestacional (AIG): peso entre o percentil 10 e 90.
- RN Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): peso abaixo do percentil 10.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PESO

Recém-Nascido de Baixo Peso


É considerado recém-nascido de baixo peso, todo aquele que nasce com peso inferior a 2.500g.
Neste critério estão incluídos tanto os prematuros quanto os RN atermo com crescimento
intrauterino restrito.

De acordo com o peso de nascimento


<1.000g Extremo peso baixo
1.000 a 1.499g Muito baixo peso
1.500 a 2.499g Baixo peso

Contato precoce pele a pele entre mãe e filho: significado para mães e contribuições para a
enfermagem

A promoção do contato pele-a-pele entre mãe-filho tem sido objeto de trabalhos científicos
que comprovam os benefícios fisiológicos e psicossociais, tanto para a saúde da mãe quanto para
a do recém-nascido. A mesma deve ser estimulada desde os primeiros minutos de vida, necessita
ser respeitado na sua individualidade e magia, que envolve o binômio mãe-filho neste momento.
Após o nascimento, o recém-nascido passa por uma fase denominada inatividade
alerta, com duração média de quarenta minutos, na qual se preconiza a redução de procedimentos
de rotina, em recém-nascido de baixo risco. Nesta fase, o contato mãe-filho deve ser proporcionado,
35
MATERNO – INFANTIL
por tratar-se de um período de alerta que serve para o reconhecimento das partes, ocorrendo à
exploração do corpo da mãe pelo bebê.
O contato pele a pele mãe-filho deve iniciar imediatamente após o nascimento, ser
contínuo, prolongado e estabelecido entre toda a mãe-filho saudáveis. O contato pele-a-pele
acalma o bebê e a mãe que entram em sintonia única proporcionada por esse momento;
auxilia na estabilização sanguínea, dos batimentos cardíacos e respiração da criança; reduz
o choro e o estresse do recém-nascido com menor perda de energia e mantém o bebê
aquecido pela transmissão de calor de sua mãe. A amamentação se destaca como benefício do
contato imediato ao tornar a sucção eficiente e eficaz, aumenta a prevalência e duração da lactação,
além de influenciar de forma positiva a relação mãe-filho.
É saudável a recompensa que a amamentação promove entre mãe e filho; o contato
íntimo, frequente e prolongado repercute no estreito e forte laço de união entre eles. Esta
maior ligação mãe-filho possibilita uma melhor compreensão das necessidades do bebê, o
que facilita o desempenho do papel de mãe e auxilia na transição gradual do bebê de dentro
para fora da barriga.
Comprovados os benefícios imunológicos, nutricionais e psicossociais da amamentação tanto para
a mulher como para a criança, esforços têm sido empreendidos no sentido de promover, proteger
e apoiar a prática do aleitamento materno, destacando-se a implementação de políticas e ações
para propiciar à criança o melhor início de vida possível.

ALIMENTAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO

Ao conhecer o período neonatal, o alimento serve às necessidades nutricionais e energéticas e ao


início de um desenvolvimento sadio da personalidade.
Através da alimentação, o bebê forma base para sua primeira relação humana, primeira exploração
do ambiente e cumpra seu primeiro trabalho.
A enfermeira tem um papel importante na amamentação. Deve preparar a mãe para essa tarefa,
explicando todas as vantagens da amamentação.
Quando o bebê for levado para mamar, toda a assistência será dada para que a relação mãe/filho
seja agradável e a amamentação um fato consumado.

Observar:
- Posição confortável para a mãe;
- Limpeza dos seios antes da amamentação;
36
MATERNO – INFANTIL
- Adequação do bebê ao colo e ao seio;
- Tempo de mamada em média de 15 minutos;
- Os horários de mamada seguem ordem médica;
- A glicose ou água oferecida nos intervalos das mamadas, deverão seguir a orientação
médica.

 Dez passos para o incentivo ao Aleitamento Materno:

1º - Ter uma norma escrita sobre aleitamento, transmitida rotineiramente a toda a equipe de
cuidados de saúde;
2º - Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-se para implementar esta norma;
3º - Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento;
4º - Ajudar às mães a iniciar o aleitamento na primeira meia-hora após o parto;
5º - Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vier a ser separadas
dos seus filhos;
6º - Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser
que tal procedimento seja indicado pelo médico;
7º - Praticar o “alojamento conjunto” – permitir que as mães e bebês permaneçam juntos, 24 horas
por dia;
8º - Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
9º - Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio;
10º - Encorajar o estabelecimento de grupo de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão
ser encaminhadas, logo após a alta hospitalar ou ambulatório.

 Vantagens do aleitamento para:


 O bebê: alimento completo, não necessitando de nenhum acréscimo até os seis meses de
idade; facilitar a eliminação de mecônio e diminuir a incidência de icterícia; proteger contra
infecções; aumentar o vínculo afetivo; diminuir as chances de desenvolvimento de alergias.
 A mãe: fortalecer o vínculo afetivo; favorecer a involução uterina e reduzir o risco de
hemorragia; contribuir para o retorno ao peso normal; contribuir para o aumento do intervalo entre
gestações.

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MATERNO – INFANTIL
 A família e sociedade: é limpo, pronto e na temperatura adequada; diminuir as internações e
seus custos; é gratuito.

FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

O leite materno é produzido pela ação de hormônios e reflexos (fenômenos Neuro-Endócrino).


Durante a gravidez as glândulas mamarias se preparam para lactar, através de hormônios,
principalmente estrogênio e progesterona, mas só após o nascimento, com a expulsão da placenta,
cessa o efeito inibitório desses hormônios sobre a Prolactina, que é o principal hormônio
responsável pela produção do leite.
Ao sugar o seio, o recém-nascido estimula as terminações nervosas que se localizam abaixo da
aréola mamárias, enviando um estímulo à hipófise, cujo lobo anterior libera a Prolactina e o lobo
posterior a Ocitocina, hormônio este que atua contraindo as células mioepiteliais que rodeiam os
alvéolos provocando o reflexo da ejeção ou “descida” do leite.
A Ocitocina, também é responsável pela contração do útero, acelerando sua volta e, portanto
diminuindo o sangramento pós-parto. Algumas mães queixam-se de cólicas durante as mamadas
nos primeiros dias após o parto. Isto se deve a contração uterina que ocorre com o estímulo da
sucção.

Composição do Leite Materno:

 Colostro:
Nos primeiros dias depois do parto as mamas secretam o colostro. O colostro é amarelo e mais
grosso que o leite maduro e é secretado apenas em pequenas quantidades. Mas, isto é, suficiente
para uma criança normal e é exatamente aquilo de que precisa para os primeiros dias. Contém
mais anticorpos e mais células brancas que o leite maduro. Dá à primeira “imunização” para
proteger a criança contra a maior parte das bactérias e vírus.
O colostro é também rico em fatores de crescimento que estimulam o intestino imaturo da criança
a se desenvolver. O fator de crescimento prepara o intestino para diferir e absorver o leite maduro
e impede a absorção de proteínas não digeridas. Se a criança recebe leite de vaca ou outro alimento
antes de receber o colostro, estes alimentos podem lesar o intestino e causar alergias.

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MATERNO – INFANTIL
O colostro é laxativo e auxilia a eliminação do mecônio (primeiras fezes muito escuras). Isto ajuda
a evitar a icterícia (pigmentos biliares no sangue e da sua impregnação na pele).

 Leite Maduro:
Em uma ou duas semanas, o leite aumenta em quantidade e muda seu aspecto e composição. Este
é o leite maduro que contém todos os nutrientes que a criança precisa para crescer. O leite materno
parece mais ralo que o leite de vaca, e que faz com que muitas mães pensem que seu leite é fraco.
É importante esclarecer que não existe leite fraco e que esta aparência aguada é normal e que o
leite materno fornece água suficiente, mesmo em climas muito quentes.
Obs.: Em dias muito quentes, nos intervalos das mamadas, dar água ao bebê, senão pode
desidratá-lo.

 Leite do Começo:
O leite do começo surge no início da mamada. Parece acinzentado e aguado. É rico em proteína,
lactose, vitaminas, minerais e água.

 Leite do fim:
O leite que surge no final da mamada parece mais branco do que o leite do começo porque contém
mais gordura. A gordura torna o leite do fim mais rico em energia. Fornece mais da metade da
energia do leite materno. A criança precisa tanto do leite do começo quanto do fim para crescer e
se desenvolver. É importante deixar que ela pare espontaneamente de mamar. A interrupção da
mamada pode fazer com que receba pequena quantidade de leite do fim (e, conseqüentemente,
menos gordura).

Principais Componentes Imunológico do Leite Materno

Componentes Mecanismo
Gland. secretora Impermeabilização antisséptica das
mucosas (digestiva, respiratória, urinária).
Lactoferrina Ação bacteriostática (retirada de ferro).
Lisozima Ação bactericida (Lise das bactérias).
Macrófagos Fagocitose (engloba as bactérias).
Fator bífido Lactobacilos (ácidos orgânicos: bactericida).

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MATERNO – INFANTIL

TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO

Colocando o seio na boca do bebê:

 Toque o mamilo no lábio inferior do bebê. O bebê abre a boca;


 Coloque não apenas o mamilo, mas o máximo possível da aréola na boca do bebê;
 Rápida e firmemente puxe a cabeça do bebê para a mama;
 Todo corpo do bebê está junto ao peito da mãe;
 A boca do bebê está bem aberta;
 Não se consegue ver quase nada da aréola;
 O bebê dá chupadas grandes e espaçadas;
 O bebê está relaxado e tranqüilo;
 O bebê mama sem fazer barulho;
 A mãe sente dor nos mamilos (só umas fisgadas no começo)

ATENÇÃO! EVITAR FAZER

1 – Não aperte o mamilo, pois pode machucá-lo;


2 – Passar as mãos por todo o seio, porque pode machucar a pele;
3 – Se você puxar o mamilo pode machucá-lo.

Conservação do Leite Materno:

Ambiente Geladeira Congelador Freezer


2 horas 24 horas 5 dias 15 dias

 Dificuldades e problemas mais comuns para amamentar:


 Dor à amamentação;
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 Ingurgitamento mamário (peitos muito cheios e doloridos);
 Fissuras do mamilo (bico do peito rachado);
 Monilíase (infecção da pele);
 Retenção de leite;
 Mastite (inflamação das glândulas mamárias);
 Mamilos planos ou invertidos (quase não tem mamilos);
 Cirurgia mamária;
 Mamas supranumerárias (muito fartas);
 Reflexo de descida inibido (quase não sai leite);
 Reflexo de descida excessivo (sai leite em excesso);

 Amamentação em caso especial:


 Parto Gemelar – mais de um bebê;
 Nutriz que sofreu parto Cesário – só depois de algumas horas;
 Relactação – é quando a mãe tem um bebê, com outro amamentando;
 Lactação adotiva – mãe de leite.

EXAMES DE TRIAGEM NEONATAL

TESTE DO PEZINHO
Através da análise de algumas gotas de sangue do recém-nascido, podem-se identificar graves
patologias responsáveis por transtornos mentais em crianças. Se diagnosticada e tratada a tempo,
a doença não se desenvolve em 100% dos casos (Saúde Brasil, 2003). Teste obrigatório em todos
os estados do Brasil.

 As doenças que podem ser identificadas:


 Fenilcetonúria: ocorre quando há deficiência de enzima em maiores ou proporções,
impedindo que o organismo metabolize e elimine o aminoácido fenilalanina.
 Hipotireoidismo congênito: deficiência mental parcial ou total dos hormônios da glândula
tireóide.

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MATERNO – INFANTIL
 Anemia falciforme: doença genética, causada pela alteração estrutural da molécula de
hemoglobina, proteína presente nos glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio
para os tecidos.

TESTE DO OLHINHO

É um exame indolor, em que o médico emite um feixe de luz que reflete na retina do bebê. Se o
olho tiver coloração rósea, o teste é considerado normal. Se tiver cor branca, pode haver algum
problema na visão da criança. Serve para identificar precocemente as doenças que podem chegar
até a perda irreversível da visão. Teste obrigatório em alguns estados do Brasil. Pelos planos de
saúde é obrigatório.

 As doenças que podem ser identificadas:


Catarata congênita; Glaucoma congênito; Retinoblastoma; Retinopatia na prematuridade;
Infecções; Tumores; Cegueira; Estrabismo.

TESTE DA ORELHINHA

O Teste da Orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal é um exame importante para detectar se o


recém-nascido tem problemas de audição. Após a sua realização é possível iniciar o diagnóstico e
o tratamento das alterações auditivas precocemente. O Conselho Federal de Fonoaudiologia e
outras entidades brasileiras recomendam que o exame seja realizado na maternidade, antes da alta
hospitalar. O teste da orelhinha é rápido, indolor e não tem contraindicação. A Lei Federal nº
12.303/2010 tornou obrigatória e gratuita a realização do exame e espera-se que todos os hospitais
e maternidades do Brasil ofereçam o teste.

TESTE DO CORAÇÃOZINHO
Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o
auxílio de um oxímetro - espécie de pulseirinha - no pulso e no pé do bebê.
Detecta cardiopatias congênitas

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MATERNO – INFANTIL

Divisão etária do período de crescimento e desenvolvimento

Período pré-natal (da concepção ao nascimento)

Período neonatal (0 a 28 dias de vida exclusive)

Primeira infância – Lactente (28 dias a 2 anos exclusive)

Segunda infância – Infância – Pré-escolar (2 a 6 anos exclusive)

Escolar – 6 a 10 anos exclusive

Pré-adolescente – 10 a 12 anos exclusive

Adolescente – 12 a 18 anos exclusive *** ECA

REFERENCIAS

BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D.S. Tratado de enfermagem médico-cirurgica. Rio de Janeiro:


Guanabara koogan, 1994.

PELCZAR, M.J. et. al. Microbiologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron books, 1996.
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MATERNO – INFANTIL

LOURENÇO, A. Microbiologia. Disponível em: http://w.w.wmicrobiologia.vet.br. Acesso em: dez


2005.

STTES; TERR. Imunologia Básica. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1992.

Http//w.w.w.biobras.com. br /adam /encyclopedia /imagens/ency.

http://bvsms.saude.gov.br

BARROS, S. M. O.; MARIN, H. F.; ABRÃO, A. C. F. V. Enfermagem obstétrica e Ginecológica.


1ª ed. São Paulo: Roca, 2002.

REZENDE, J. Obstetrícia. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Terminologia básica em saúde. 2. ed. Brasília: Centro de


Documentação do Ministério da Saúde, 1985.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual Técnico, Pré-Natal e Puerpério. 3.ed. Brasília. Secretaria de


Atenção à Saúde. 2006

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção à Saúde do Recém- nascido. 2. Ed. Brasília. Secretaria de


Atenção à Saúde. 2012

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