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Limites impostos ao efeito “carona” no

Sistema de Registro de Preços - SRP, algumas


alterações decorrentes do Decreto n° 9.488/18
Registro de Preços, Carona, Decreto 7.982/13, Ata de Registro
de Preços
Introdução
De acordo com o previsto no artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal, as aquisições e
contratações públicas devem ser precedidas de procedimento licitatório, salvo os casos previstos em
lei. Nesse sentido, a Lei n.º 8.666 de 21 de junho de 1993, regulamenta essa previsão constitucional
instituindo as normas para licitações e contratos no âmbito da Administração Pública.
Logo, a lei de licitações determina quais as modalidades de aplicadas as aquisições e contratações,
sendo elas: Concorrência, Tomada de Preços, Carta Convite e Leilão, além das formas de dispensa
de licitação e inexigibilidade de licitação. A referida lei dispõe em seu artigo 15, inciso II, que as
compras, sempre que possível, deverão: ser processadas através de sistema de registro de preços.
O ordenamento jurídico se ajustou às necessidades de celeridade e eficiência do Direito Público e
em 2002 foi criada a Lei n.º 10.520 que institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e
municípios a modalidade de licitação denominada Pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns.
O Sistema de Registro de Preços não é uma modalidade de licitação, e sim um procedimento que
pode ser aplicado nas modalidades de Concorrência e Pregão na forma Presencial ou Eletrônica,
conforme preceitua o Decreto n.º 7.892/13 que regulamenta o procedimento.
Desta forma, a motivação da escolha do presente trabalho se dá em razão da existência de
controvérsias que envolvem a aplicação do procedimento do Registro de Preços e seus instrumentos
aplicáveis. E o seu objetivo é analisar e identificar na legislação a existência e aplicação de critérios
objetivos para a adesão a uma Ata de Registro de Preços por um órgão não participante, verificar a
aplicação dos princípios constitucionais na Adesão do SRP - Sistema de Registro de Preços como
órgão não participante do certame e identificar a eficácia do procedimento dentro do ordenamento
jurídico pátrio.

Materiais e métodos
A pesquisa e redação do texto realizaram-se por intermédio de pesquisa bibliográfica.

Resultados e discussão
O órgão ao realizar um processo licitatório, principalmente na modalidade Pregão, na forma
presencial ou eletrônica, pode através de ato discricionário, optar pela utilização Sistema de
Registro de Preços (SRP).
O Decreto n.º 7.892/13 regulamenta o SRP previsto no art. 15 da Lei n.º 8.666/93 e apresenta em
seu art. 2º definições para a utilização do Procedimento, dentre elas:
V - órgão não participante - órgão ou entidade da administração pública que, não tendo participado
dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos desta norma, faz adesão à ata de
registro de preços.
Ao final do certame é gerada a Ata de Registro de Preços que servirá de base para a aplicação e
utilização dos órgãos participantes e órgãos não participantes do processo.
Por se tratar de um assunto relevante e de frequente discussão, foi publicado o Decreto Federal nº
9.488 de 31 de agosto de 2018 que entra em vigor a partir do dia 1º de outubro de 2018 e trás
algumas alterações nos limites às “caronas”.
Cabe salientar que a adesão ocorre quando uma instituição que não tenha participado do certame
desde a fase interna acaba por aderir ao que foi feito por outro órgão. Passamos à análise dos
critérios objetivos e subjetivos previstos no Decreto nº 7983/13, para a possibilidade de adesão,
como também a alteração dada pelo Decreto nº 9.488/18, que estabelece:
Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro de preços, durante sua
vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública federal que
não tenha participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador.
Assim, se observa que o bem ou serviço deve ser de natureza comum, e existe o limite temporal
para a “carona”, de acordo como art. 12 do Decreto nº 7983/13, in verbis:
Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de preços não será superior a doze meses, incluídas
eventuais prorrogações, conforme o inciso IIIdo § 3º do art. 15 da Lei nº 8.666, de 1993.
Para a adesão ao Registro de Preços é necessário que se tenha a autorização do órgão gerenciador da
Ata e que seja realizado um estudo que demonstre a aplicabilidade prática ao caso, de acordo com o
prescrito no art. 22 § 1º, § 1º-A, § 1º-B, do Decreto 7.982/13, que entra em vigor a partir de 01 de
outubro de 2018.
Esse estudo deve ser realizado de acordo com o caso concreto, sendo uma forma de individualizar a
aquisição e filtrar a possibilidade da carona. Além disso, outro ponto que se buscou sanar, por ser
duramente criticado, é a publicidade das caronas que após aprovadas deverão ser divulgadas, fato
que não ocorria.
Após essa autorização expressa do órgão, cabe ao fornecedor o aceite dos termos e quantidades para
atender ao órgão não participante, conforme o previsto no artigo 22 § 2º, podendo ser aceita ou não,
pois esse aceite implica em cumprimento da carona em iguais condições da Ata que a gerou.
Importante alteração ocorreu nos limites individuais e globais para a carona onde o Decreto nº
9.488/18, alterou o artigo 22 § 3º do Decreto 7.892/13. Desta forma, no que tange ao limite
individual houve a diminuição da totalidade do item inicialmente licitado, anteriormente 100% dele
poderia ser aderido por órgão ou entidade não participante, agora o que passa a vigorar é o limite da
carona de até 50% do quantitativo gerado na Ata de Registro de Preços.
Quanto ao limite global para a adesão, ocorreu também a diminuição na quantidade de vezes
possíveis para que o Registro de Preços seja utilizado através de carona. A quantidade prevista era o
quíntuplo do quantitativo de cada item, portanto com a vigência do novo decreto essa quantidade de
vezes possíveis para a adesão será de apenas duas, conforme o previsto no Decreto nº 9.488/18,
alterou o artigo 22 § 4º do Decreto 7.892/13.
Apesar desses critérios objetivos, existem os subjetivos, que muitas vezes implicam em restrição a
competitividade, a isonomia, a legalidade e a publicidade.
Como por exemplo, qual a motivação da escolha de determinado fornecedor perante a outro? Ou até
mesmo, o porque da carona ao invés de se realizar o próprio processo licitatório, frustrando com
isso a competitividade e a isonomia perante aos atos praticados. Afinal, o que é mais importante, a
celeridade e eficiência da aquisição direta sem a licitação, ou o planejamento do órgão para realizar
suas próprias aquisições com as particularidades pertinentes órgão ou entidade.
Conclusão
Sabe-se que existe uma grande controvérsia em relação às caronas realizadas pelos órgãos ou
entidades. Existe a corrente que é favorável a sua utilização baseada na celeridade e eficiência
administrativa, principalmente em relação a desnecessidade de existência de dotação orçamentária
para que o processo seja realizado, podendo com isso o órgão planejar suas aquisições e
contratações, corrente essa que tem seu como seu principal nome Jorge Ulisses Jacoby Fernandes.
Ainda, existe a corrente contrária a utilização do procedimento carona, como o jurista Marçal Justen
Filho, “a pratica do carona é inválida. Frustra o princípio da obrigatoriedade da licitação,
configurando dispensa de licitação sem previsão legislativa”. Como também diz: “outro risco a ser
enfrentado reside na impossibilidade de competição por parte de terceiros”.
Nesse esteio, Joel de Menezes Niebuhr diz: “pode-se afirmar que o carona, na mais tênue hipótese,
impõe agravos veementes aos princípios da legalidade, isonomia, vinculação ao edital, moralidade
administrativa e impessoalidade”.
Por fim, verifica-se que o procedimento da adesão a Ata de Registro de Preços por outro órgão ou
entidade não participante é constitucional e legal, não obstante, observa-se a adequação legislativa
às possíveis falhas decorrentes da sua aplicação. Entretanto, cabe ao gestor de atuar com
observância dos princípios constitucionais, utilizando a carona de acordo com o caso concreto,
como exceção, e de forma devidamente fundamentada.

https://jorgepessoafilho.jusbrasil.com.br/artigos/630907079/limites-impostos-ao-efeito-carona-no-
sistema-de-registro-de-precos-srp-algumas-alteracoes-decorrentes-do-decreto-n-9488-18

FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e


eletrônico. 6ª edição Belo Horizonte: Editora Fórum, 2015.
NIEBUHR, Joel de Menezes. “Carona” em Ata de Registro de Preços: atentado veemente aos
Princípios do Direito Administrativo. Revista Zênite de Licitações e Contratos – ILC, ano XII, n.
143, p. 13-19, jan./2006.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 11. ed. São
Paulo: Dialética, 2005.

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