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➢ Qual a influência das redes sociais nos conflitos sociais, nas reivindicações, nas
revoluções e nas guerras?
➢ As redes sociais podem ser responsabilizadas pelas recentes mobilizações
sociais?
➢ As redes sociais ajudam a fortalecer as discussões públicas?
A falta de recato com a própria intimidade, revelada sem pejo em algumas páginas
da Internet, nas telas do "Big Brother" e nas traseiras de automóveis, onde se veem
grudadas figurinhas representativas da composição da família proprietária, constitui, em
um primeiro olhar, exercício de direito à autoexposição.
Pondero, para a reflexão do leitor, que o abuso desse direito à imagem
escancarada poderá levar à supressão do direito fundamental à privacidade, abrindo
espaço para a ditadura do monitoramento oficial ilimitado. A perda de espaço destinado
à intimidade, como se lembram os que leram "1984", é característica de regimes
autoritários.
Sociedades democráticas prezam os direitos de minorias, em especial o direito da
menor minoria possível, que é o indivíduo.
Não foi por acaso que, pós-ditadura, a Constituição destinou seu dispositivo mais
extenso à tutela de direitos individuais: o artigo 5º tem 78 incisos e diz, ao fim, que o rol
não é exaustivo, o que confere a todos nós proteção contra o Estado, que não pode
atentar contra a intimidade do cidadão, bisbilhotando, sem autorização judicial, sua
movimentação bancária ou suas comunicações telefônicas; se o fizer, o indivíduo pode
recorrer ao Judiciário para resguardar seus direitos.
É, contudo, no exagerado exercício individual do direito de abrir mão da
privacidade que mora o problema. Se considero normal informar ao estranho que vai à
traseira do meu carro que somos cinco em casa, como poderei exigir da loja da esquina
a manutenção em segredo do cadastro que lá preenchi?
Por que o fiscal do Imposto de Renda deveria se privar de vasculhar minha conta
corrente se tuíto a todos os que me "seguem" o quanto gastei no final de ano em
determinado shopping?
Como sustentar que a polícia não pode ouvir minhas conversas telefônicas se
divulgo detalhadamente todos os meus pecados, fotografados ou filmados, no Orkut?
Atividade proposta por Daiane Evelyn Ponciano e Raissa Nunes Leal e
desenvolvida pela equipe do Projeto Redigir (FALE/UFMG).
Em resumo: se não velo pelo que me é próprio, pela minha intimidade, por que o
Estado estaria obrigado a velar? A resposta, por ora, está na vigência da lei, que me
autoriza a divulgar meus segredos e veda ao Estado acesso indiscriminado à minha
intimidade.
Mas a legitimidade da lei está no eco que seus comandos encontram na sociedade.
Se a norma visa proteger o que o indivíduo não se importa mais em perder, a vida da
tutela ao direito será curta. Ao abrir reiteradamente mão do resguardo da intimidade
como vetor de vida, o cidadão, sem perceber, leva a sociedade para um modelo
autoritário, em que o indivíduo e a privacidade não importam.
Já que, por definição, se descartam intervenções que substituam o próprio cidadão
nas decisões sobre sua intimidade, a solução está no alerta para que, em nossas
condutas, cada um preze um pouco mais por sua privacidade. Esse cuidado responsável
e voluntário não trará prejuízo. Já o descuido poderá ser fatal até para a democracia!
Eric Schmidt - Eu rejeito esse tipo de afirmação. Quem diz que o Google, o Facebook
ou o Twitter foram responsáveis pela revolução no Egito ou em qualquer país vizinho
incide num erro e comete uma injustiça. A revolução foi feita pelos egípcios. Muitos
pagaram com a vida por participar dela. Foi uma questão interna, relacionada à
demografia de um país cheio de jovens com pouco emprego, muita repressão, muita
desigualdade. Isso é que deve ser lembrado.
Revista Veja - Qual o real poder político e mobilizador das ferramentas digitais da
Internet?
Eric Schmidt - Celulares, redes sociais, sites da Internet são apenas isto: ferramentas.
Permitem que as pessoas organizem e comuniquem seus pensamentos de maneira mais
eficiente, mas não podem nada sem as pessoas a lhes dar vida. E, como toda ferramenta,
podem ser usados pelos dois lados do conflito como de fato aconteceu no Egito, por
exemplo. Sempre é bom lembrar que nenhuma pessoa caiu, ou jamais cairá, morta
alvejada por um tweet.
Atividade proposta por Daiane Evelyn Ponciano e Raissa Nunes Leal e
desenvolvida pela equipe do Projeto Redigir (FALE/UFMG).
➢ Qual a influência das redes sociais nos conflitos sociais, nas reivindicações, nas
revoluções e nas guerras?
➢ As redes sociais podem ser responsabilizadas pelas recentes mobilizações
sociais?
➢ As redes sociais ajudam a fortalecer as discussões públicas?
Nessa parte o professor deve levar em consideração o quanto a Internet, hoje, está
muito mais acessível do que há dez anos, por exemplo. Com isso e pelo fato de ser um
meio de comunicação de extrema agilidade e facilidade na transmissão de informações,
a rede se tornou um eficiente meio para conectar pessoas, seja para causas sociais,
políticas ou por questões pessoais. Tendo uma grande abrangência a nível global, é por
meio da rede que se pode atingir o maior número de pessoas em um curto espaço de
tempo em prol de determinadas causas. Para responder essas questões, os alunos
também podem dar exemplos de casos recentes em que o uso da Internet foi
fundamental para certas conquistas.
A falta de recato com a própria intimidade, revelada sem pejo em algumas páginas
da Internet, nas telas do "Big Brother" e nas traseiras de automóveis, onde se veem
grudadas figurinhas representativas da composição da família proprietária, constitui, em
um primeiro olhar, exercício de direito à autoexposição.
Pondero, para a reflexão do leitor, que o abuso desse direito à imagem
escancarada poderá levar à supressão do direito fundamental à privacidade, abrindo
espaço para a ditadura do monitoramento oficial ilimitado. A perda de espaço destinado
à intimidade, como se lembram os que leram "1984", é característica de regimes
autoritários.
Sociedades democráticas prezam os direitos de minorias, em especial o direito da
menor minoria possível, que é o indivíduo.
Não foi por acaso que, pós-ditadura, a Constituição destinou seu dispositivo mais
extenso à tutela de direitos individuais: o artigo 5º tem 78 incisos e diz, ao fim, que o rol
não é exaustivo, o que confere a todos nós proteção contra o Estado, que não pode
atentar contra a intimidade do cidadão, bisbilhotando, sem autorização judicial, sua
movimentação bancária ou suas comunicações telefônicas; se o fizer, o indivíduo pode
recorrer ao Judiciário para resguardar seus direitos.
Atividade proposta por Daiane Evelyn Ponciano e Raissa Nunes Leal e
desenvolvida pela equipe do Projeto Redigir (FALE/UFMG).
É, contudo, no exagerado exercício individual do direito de abrir mão da
privacidade que mora o problema. Se considero normal informar ao estranho que vai à
traseira do meu carro que somos cinco em casa, como poderei exigir da loja da esquina
a manutenção em segredo do cadastro que lá preenchi?
Por que o fiscal do Imposto de Renda deveria se privar de vasculhar minha conta
corrente se tuíto a todos os que me "seguem" o quanto gastei no final de ano em
determinado shopping?
Como sustentar que a polícia não pode ouvir minhas conversas telefônicas se
divulgo detalhadamente todos os meus pecados, fotografados ou filmados, no Orkut?
Em resumo: se não velo pelo que me é próprio, pela minha intimidade, por que o
Estado estaria obrigado a velar? A resposta, por ora, está na vigência da lei, que me
autoriza a divulgar meus segredos e veda ao Estado acesso indiscriminado à minha
intimidade.
Mas a legitimidade da lei está no eco que seus comandos encontram na sociedade.
Se a norma visa proteger o que o indivíduo não se importa mais em perder, a vida da
tutela ao direito será curta. Ao abrir reiteradamente mão do resguardo da intimidade
como vetor de vida, o cidadão, sem perceber, leva a sociedade para um modelo
autoritário, em que o indivíduo e a privacidade não importam.
Já que, por definição, se descartam intervenções que substituam o próprio cidadão
nas decisões sobre sua intimidade, a solução está no alerta para que, em nossas
condutas, cada um preze um pouco mais por sua privacidade. Esse cuidado responsável
e voluntário não trará prejuízo. Já o descuido poderá ser fatal até para a democracia!
Eric Schmidt - Eu rejeito esse tipo de afirmação. Quem diz que o Google, o Facebook
ou o Twitter foram responsáveis pela revolução no Egito ou em qualquer país vizinho
incide num erro e comete uma injustiça. A revolução foi feita pelos egípcios. Muitos
pagaram com a vida por participar dela. Foi uma questão interna, relacionada à
demografia de um país cheio de jovens com pouco emprego, muita repressão, muita
desigualdade. Isso é que deve ser lembrado.
Atividade proposta por Daiane Evelyn Ponciano e Raissa Nunes Leal e
desenvolvida pela equipe do Projeto Redigir (FALE/UFMG).
Revista Veja - Qual o real poder político e mobilizador das ferramentas digitais da
Internet?
Eric Schmidt - Celulares, redes sociais, sites da Internet são apenas isto: ferramentas.
Permitem que as pessoas organizem e comuniquem seus pensamentos de maneira mais
eficiente, mas não podem nada sem as pessoas a lhes dar vida. E, como toda ferramenta,
podem ser usados pelos dois lados do conflito como de fato aconteceu no Egito, por
exemplo. Sempre é bom lembrar que nenhuma pessoa caiu, ou jamais cairá, morta
alvejada por um tweet.
Nessa questão os alunos podem dar exemplos pessoais, falando sobre os limites que
eles mesmos se impõem ao postar algo sobre a vida pessoal nessas redes. Eles
podem falar, por exemplo, o que, para eles, seria passível de se colocar nas redes
sociais ou não. Além disso, deve-se levar em consideração que o que é perda de
privacidade para um pode não ser para outro.
7. Qual você pensa ser a função principal das redes sociais hoje em dia?
As funções das redes sociais são diversas. Entre elas, divulgar campanhas (sociais,
políticas, ambientais etc.), incentivar à cultura, promover debates, unir forças para
determinadas mobilizações, agregar conhecimento, compartilhar informações, etc.
Ressalta-se que houve uma ampliação das funções de integração e interação das
redes sociais, o que possibilita um alcance dessas redes sociais em nível mundial.
9. Você acha que as redes sociais desempenham papel importante nas revoluções
atuais? Justifique sua resposta.
Aqui os alunos podem lançar mão de grandes revoluções recentes que tiveram
amplitude devido ao uso da rede. Eles também poderiam justificar esse potencial da
Internet falando do poder de alcance que a rede tem, por ser acessível, prática e
funcionar muito bem de forma instantânea.
10. Como você entende a seguinte frase de Schmidt: “Sempre é bom lembrar que
nenhuma pessoa caiu, ou jamais cairá, morta alvejada por um tweet?”. O que
ele quer dizer com isso? Você concorda com ele?
Nessa questão o professor pode reforçar a ideia de que boa ou ruim não é a
tecnologia, mas sim o uso que o homem faz dela. A tecnologia precisa do homem
para o seu manuseio, sem isso, de nada ela é capaz. E quem souber usá-la de forma
consciente, certamente saberá utilizar os grandes benefícios que a rede pode nos
trazer.
11. Na sua opinião, as redes sociais trouxeram mais benefícios ou malefícios para a
vida moderna? Procure comprovar sua resposta com alguns exemplos.
12. Agora, a sala será dividida em 2 grupos. Um defenderá o tema “Os benefícios da
revolução digital” e o outro o tema “Os malefícios da revolução digital”. Busque
contribuir para a discussão com argumentos embasados nos textos lidos e em
seus conhecimentos prévios sobre o assunto.
Atividade proposta por Daiane Evelyn Ponciano e Raissa Nunes Leal e
desenvolvida pela equipe do Projeto Redigir (FALE/UFMG).
Outros textos sobre o assunto para direcionar as discussões
(GRANDI, CRISTIANE. Mundo virtual auxilia debate. Jornal O TEMPO 17/04/2011) Disponível em:
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=168786,OTE (acessado em 17/04/2011)