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REVISTADA

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PROGRAMA DE EUCAÇÃO CR I STÃ CONTINUADA

• ACONSELHAMENTO E
MATRIZ CURRICULAR
~ ~~

ÉTICA CRISTÃ NOVO TEST.AA'ENTO O ESPÍRITO SANTO AMS'SÃO


VENCENOO />S CRISES RBNO, PODER E GlôRIA l>Ç/,0. FRUTO, BATISMO EVANGB..IZAÇAO E
DAVlDA EDONS DISCIPllAOO

UOERANÇA
~ CRESOMENTO E CRESOMENTOE
ANTIGO TESTAIVENTO
INSPIRADORA SERVIÇO 00 CRISTÃO ORGANIZAÇÃO
A BIBUAOUE JESUS LIA
PESSOAS, TAREFAS EAL~ MATIRlar.DE E MORDOMIA OAIGREJA

~ ~
I-ERIVENêVTICA DOUTRINAS BÍBLICAS
ORAÇÃO
ENW-OESO QUE l..Es? FI.NOAMENTOS DA QUEM É JESUS
ENSINA-NOS A ORAR
VERDADE

HISTÓRIA DA ESCATOLOGIA e(etx:A FAMUA REF00\11APROTESTANTE


ASSEMBLEIA OE DEUS REVEI.AÇ)lO DO FUTURO FORTALECENDO A FAMÍLIA TODOS PODEM PREGAA

CARTA AOS
SANTIFICAÇÃO
~ PARÁBOLAS OE
CIDADANIA E
RESPONSABILIDADE
ROMANOS JESUS PARA HOJE
SOCIAL DA IGREJA

= --...~
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PERSONAGENS
DO ANTIGO JOÃO TIMÓTEO E TITO SALMOS
TESTAMENTO O EVANGELHO DO cANncos EORAÇÕES
GENTE COMO AGENTE FILHO DE DEUS DAAlMA

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1

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......

1 CORÍNTIOS JOSUÉ
MILAGRES
DMSÃO, SEXUAWADE MBJS FILHOS E MEUS
OE JESUS AUMENTO, cucro. ATOS
NETOS TEMO A MESMA FE
RESSURREIÇÃO Ot.eEUTENHO

Central de Atend imento : (91) 3110-2400. Acesse : www.educacaocristacontinuada.com .br


REVISTA DA
ESCOLA DOMINICAL
-ições Bíbiicas para culto doméstico, devociona' e pequenos grupos

Comentário e adaptação:
SUMÁRIO Oton Alencar, Leonardo Andrade e equipe editorial

-'·--'---· LIÇÃO 1 DIVISÃO EA SABEDORIA DE DEUS 1Corintios 1e 3 .......................... 5

-'---- 1-----·- LIÇÃO 2 O PODER DA MENSAGEM DA CRUZ 1Coríntios 2 ........................ 11

-'·---'··----·- LIÇÃO 3 MINISTROS SÃO DESPENSEIROS DE DEUS 1Coríntios 4 .......... 17

__./____./________ LIÇÃO 4 IMORALIDADE E LITIGIOS 1Coríntios 5 e 6.................................... 23

- '·---'---··· LIÇÃO 5 CASADO OU SOLTEIRO? EIS A QUESTÃO 1Corín'lios 7 .................... 29

- 1._.1_______ LIÇÃO 6 AUMENTO, ÍDOLOS EALIBERDADE CRISTÃ 1Corintios8e 10 .....35

-'·---'-- LIÇÃO 7 PAULO, EXEMPLO DE LIBERDADE 1Coríntios 9 ........................... 41

-'·---,_____ LIÇÃO 8 CULTO CRISTÃO E CEIA DO SENHOR 1Coríntios 11 ..................... 47

- ' - - - 1----- LIÇÃO 9 OS DONS ESPIRITUAIS UNINDO A IGREJA 1Corintios 12 ............ 53

--'·---'----- LIÇÃO 1O AMOR, CAMINHO EXCELENTE 1Coríntios 13 ............................... 59

--'·--'------·- LIÇÃO 11 DOM DE PROFECIA E ORDEM NO CULTO 1Corintios 14 .............. 65

--'·--'--- LIÇÃO 12 O PODER DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO 1Corintios 15 ............ 71

-'·----'-·---·- LIÇÃO 13 PLANOS E SAUDAÇÃO FINAL 1Corintios 16 .................................. 77


Oton Alencar é o pastor da Assembleia de Deus em Macapá - A Pioneira. Bioqulmico, advogado, jornalista, especlalista
em Educação, doutor em Teologia. Membro do Conselho Permanente da Convenção da Assembleia de Deus no Brasil,
membro do Conselho Edit orial do PECC.
Leonardo Andra de é pastor da Assembleia de Deus no Espirito Santo (IAOES). Graduado em Teologia, Filosofia e
História. P6s Graduado em Ensino Religioso, Ética e Filosofia, História. Especialista em Cultura e Lingua Semitas. Autor
do Livro Breve Manual de Fes1as Judaicas.
EXPEDIENTE
RESPOSTAS PRÁTICAS ÀS
Conselho Editorial
PERGUNTAS DA IGREJA Samuel Câmara, Oton Alencar, Jonatas Câmara,
Benjamin de Souza, Philipe Câmara, Celso Brasil,
A epís tola de lCoríntios tem Marcos Galdino Júnior, Luiz Gonzaga de Uma.
mais conselhos práticos para os
Editor
cristãos do que qualquer outro li- Samuel Câmara
vro da Bíblia. Editor Assistente
As informações que Paulo rece- Benjamin de Souza
beu e as perguntas feitas pela igreja Coordenador Editorial
ensejaram esta carta com respostas Philipe Câmara

práticas sobre vários temas, que po- Equipe Editorial


Jadiel Gomes, Leandro Santos e
dem ser resumidos em cinco pontos Tarik Ferreira
principais: divisão (1-4), sexualida-
Supervisão Pedagógica
de (5-7), alimento (8-1 O), culto cris- Faculdade Boas Novas (FBN) e Seminário
tão (11-14) e ressureição (15-16). Teológico da Assembleia de Deus (SETAD)

Geralmente revelamos nossa Repertório Musical


Rebekah Câmara
alma quando escrevemos cartas.
Justamente pelo fato de Pa ul o nos Re visão
Auristela Brasileiro, Jailson Melo e Biel dl Suza
deixar tantas cartas, sentimos sua
Distribuição e Comercial
mente e seu coração pulsarem, Jadiel Gomes
quando corrige os problemas da
Editoração e Projeto Gráfico
Igreja com muita insp iração de Nei Neves, Tarik Ferreira e Maely Freire
Deus e amor pelas pessoas. Conteúdo Digital e Imagens
Deus nos fala, ainda hoje, atra- Jelel Lopes
vés de lCoríntios, de modo que Versão blblica: Almeida Revista e Atualizada
estudá-la é fazer um diagnóstico (ARA) , salvo quando indicada outra versão.

da Igreja atua], colocar um gran- © 2020. Direitos re servados. É proibida a


reprodução parcial ou total desta obra, por
de espelho diante de nós mesmos qualquer meio, sem autorização por escrito
e tratar cada área de nossa vida da Assembleia de Deus em Belém do Pará e
do autor dos comentários e adaptações.
através das lentes do Evangelho.
Então, vamos mergulhar e ver Programa de Educação Cristã Conti nuada.
Avenida Governador José Malcher, 1571, es-
como isso acontece. quina com a Tv. 14 de Março, bairro: Nazaré.
CEP: 66060-230. Belém - Pará - Brasil. Fone:
!Coríntios é mais um passo na (91) 3110-2400. E-mail: pecc@adbelem.org.br.
nossa nobre missão de ler e estu-
~-
~- LIVROS PARA LEITURA
dar toda a Bíblia nesta década. Es- COMPLEMENTAR
tudando entre 4 a 6 livros por ano, COMENTÁRIO EXEGÉTICO
na Igreja e junto mos irmãos. DAI CARTAACE, CORNTIOS
Autor: Oton M. de Alencar
1 CORÍNTIOS
Autor: Preben Vang
Editora Vida Nova, 2018
Adquira o seu exemplar
(91) 311~2400

4
- LIÇÃO 1

DIVISAO E A SABEDORIA DE
DEUS
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÕGICA • Entender a imp ortância da 1ª
Querido professor, exponha Carta aos Coríntios para a igreja
nesta lição que havia na igreja de de hoje.
• Compreender os benefícios
Corinto pelo m enos quatro fac-
trazidos pela unidade na igreja.
ções, as q uais eram simpatizantes • Reconhecer que a excelência
dos ensiname nt.os de Paulo, Pedro da sabedoria de Deus excede a ca-
Apolo e Crist.o, embora estas não pacidade de entendimento humano.
seguissem fie lmente os ensina-
mentos de seus mestres. Esses PARA COMEÇARAAULA
grupos disputavam entre si quem
era m os mais espirituais, o que Dê início a esta aula fazendo
gerava disse nsões e partidarismos à classe as mes mas perg untas
entre o povo de De us. No entanto, que Paulo fez no início do versí-
eles possuíam um denominado r culo 13: "Está Cristo dividido?";
comum: crer em Jes us Cristo e na "Foi Paulo crucificado por vós?";
propagação da Sua mensagem. "Ou fostes batizados em nome de
Paulo inicio u o discurso do Pa ulo?". E, no decorrer da au la,
versículo 10 empregando a ex- discorra que Paulo teve todos os
pressão "rogo-vos irm ãos em Cris- seus argumentos direcionados ao
to", mostrando que a igreja possui nome de Cristo, mostrando que
um n ome que é maior do que qual- isto é a sabedoria d e Deus: justi-
quer nome de escolas teo lógicas: o ça, santificação e r edenção. En-
nome de Jesus Cristo. cerre enfatizando que Cristo é o
fundamento, e os ho m ens, apenas
servos De le.

PALAVRAS-CHAVE RESPOSTAS DA PÁGINA 10


Unidade • Dissensões • Sabedoria 1) Posicional e Progressiva.
2) Partidarismo
3) F - V - V
Lição 1 - Divisão e a Sabedoria de Deus

LEITURA COMPLEMENTAR

Suplico a vocês, irmãos e irmãs. Embora haja vários argumentos


em favor do uso de paraka/õ ("suplico") co mo artifício retórico for-
mal, que visa a colocar o orad or em uma posição de autoridade, o
propósito de Pa ul o aqui não é reivindicar sua autoridade, mas falar
com urgênc.ia aos "irmãos e irmãs" a res peito de como o se nhorio de
Cri sto deve criar unidade en t re seus seguidores em nome de nosso
Sen hor Jesus Cristo.
É improvável que Paulo cons idere essa expressão uma espécie de
fórmula cu rativa que repararia as divisões.
Antes, já que essa é a décima vez que ele usa o nome de Cristo nos
dez primeiros versículos, Paulo emprega a expressão para voltar a
incutir na mente dos corín ti os que eles fazem parte da co munidade
de Cristo e, portanto, d evem d emo ns trar o caráter dele. Seu compor-
tamento afeta a image m pública e a reputação de Cristo. Eles são a
co munidade de Cristo em Co rinto e, portanto, "beneficiários" dele.
Sua conduta atual pa rece imitar algo inteiramente distinto. El es
deixaram de representar se u verdadeiro benfeitor.

Livro: "1 Coríntios" (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova -
SP, 2018, pág .22).

li
Estudada em _ /_ / - -

LIÇÃO 1 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 1.1-31 e 3.1-9

Verdade Prática
DIVISÃO E Divisões na Igreja revelam uma
compreensão distorcida de Cristo
A SABEDORIA e prejudicam a evangelização.
DE DEUS
Esboço da Lição
1 CORÍNTIOS 1 e 3
INTRODUÇÃO

L SAlDAÇÃO EGRA11DÃ0 1eo 1.1-9 1

Texto Áureo 1. A igreja de Deus 1co 1.2


11
Rogo-vos, irmãos, pelo nome de
nosso Senhor Jesus Cristo, que 2. Santificados e santos 1co 1.2
faleis todos a mesma coisa e que 3. Ações de graça 1co 1.3-9
não haja entre vós divisões; an-
tes, sejais inteiramente unidos, na li. DIVISÃO E UNIDADE 1Co 1.10-11
mesma disposição mental e no
11
mesmo parecer. 1Co 1.10 1. Incentivo à unidade 1co 110
2. Divisão "racha• a igreja 1co 3.1-9
3. Cristo não está dividido 1eo 1.13-17

Ili. SABEDORIA DIVINA 1Co 1.18-31


1. Loucura 1co 1.18-24
2. As coisas loucas 1eo 1 25-28
3. Glorie-se no Senhor 1co 1 29-31

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
s LI_; a r a L S s
1Co Jo SI 1Pe Ef Rm
1.10 17.23 133 3.8 4.3 12.16

Hinos da Harpa: 17 5 - 400

5
Lição 1 - Divisão e a Sabedoria de Deus

durante a terceira viagem missio-


INTRODUÇÃO
nária de Paulo, entre 53 e 58 d.C.
(At 18.21-23 ;19).
O apóstolo Paulo plantou a
igreja de Corinto no final de sua
1. A igreja de Deus (1 Co 1.2).
segunda viagem missionária. Ele
passou um ano e seis meses pre-
' A igreja de Deus que está em
Corinto"
gando a Palavra de Deus naquela
A igreja é de Deus. Não se trata,
grande cidade, onde teve uma vi-
portanto, só da igreja de Corinto,
são do Senhor (At 18.9-11).
mas da Igreja de Deus em Corin-
Esta carta objetivava corrigir
problemas que aquela igreja local to. Deus nunca passou procuração
transferindo-nos o direito de pos-
estava vivenciando, trazidos ao
se da igreja. A igreja só tem um
conhecimento de Paulo pelos da
casa de Cleo (1.11) e responder dono: Jesus!
uma consulta que a igreja em Co-
2. Santificados e santos {1 Co 1.2).
rinto fizera a ele. "Quanto ao que
''Aos santificados em Cristo Je-
me escrevestes... " (7.1).
sus, chamados para ser santos, com
Ela é dividida em seções que
todos os que em todo lugar invo-
correspondem aos cinco princi-
cam o nome de nosso Senhor Jesus
pais problemas: divisão (1-4) se-
Cristo, Senhor deles e nosso."
xualidade (5-7), alimento (8-10),
ordem no culto (11-14), ressur- A santificação tem dois as-
reição (15-16). Existem outros pectos importantes: Santificação
assuntos diferentes, mas esses são posicional e progressiva. Todo
o eixo central que nos instruem a crente é santificado em Cristo.
pensar e viver cada área da nossa 'A igreja de Deus que está em Co-
rinto, aos santificados em Cristo
vida através das lentes do Evange-
Jesus" (1.2). Toda pessoa que crê
lho de Jesus.
em Jesus é santa. Essa é a santifi-
1. SAUDAÇÃO E GRATIDÃO cação posicional.
(1Co 1.1-9) Santifi cação progress iva.
Paulo prossegue: ''Aos santifica-
A primeira Carta aos Coríntios dos em Cristo Jesus, chamados
inicia com uma introdução, na para ser santos ..." (1.2) . Parece
qual estão contidas uma saudação contraditório, pois se já é santo,
(1-3) e um agradecimento (4 -9). então por que ser chamado para
A autoria da Carta é do Apóstolo ser santo? Quem está em Cristo
Paulo (lCo 1.1). O destinatário, a é chamado para andar com Cris-
igreja na cidade de Corinto (lCo to. Quem es tá em Cristo preci-
1.2). Quanto ao local e data, a car- sa ser transformado contínua
ta foi escrita em Éfeso (lCo 16.8), e progress ivamente à imagem

6
Lição 1- Divisão e a Sabedoria de Deus

de Cristo. Essa é a santificação 1. lncent:ivo à unidade (1Co 1.10).


processual. Essa santificação é "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de
progressiva e só terminará com a nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis
volta de Jesus. todos a mesma coisa e que não haja
entre vós divisões,· antes, sejais intei-
3. Ações de graça {lCo 1.3-9). ramente unidos, na mesma disposi-
"Sempre dou graças a [meu} ção mental e no mesmo parecer."
Deus a vosso respeito, a propósito Neste ensejo, Paulo incentiva a
da sua graça, que vos foi dada em união da Igreja de Corinto. A un ião
Cristo Jesus" (1 .4). é um requisito primordial para
Paulo começa essa carta que os crentes convivam em paz e
como um pastor sensível, fazen- sejam abençoados (SI 133).
do elogios à igreja. Se não fos- Lucas, autor do livro de Atos, re-
sem estes primeiros versículos lata que os crentes da igreja primiti-
do capítulo 1, cabe ria perguntar: va cresciam juntos, e "enquanto isso,
será que os crentes de Corinto acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia,
eram verdadeiramente crentes? os que iam sendo salvos" (At 2.47).
Será que a igreja de Co rinto era
mesmo cristã? Basta ver os pro- 2. Divisão "racha" a igreja
blemas apresentados a partir do (1Co 3.1-9).
verso 11. "Porquanto, havendo entre vós
ciúmes e contendas, não é assim que
li. DIVISÃO E UNIDADE sois carnais e andais segundo o ho-
(1 Co 1. 10-17) mem?" (1 Co 3.3).
Paulo usa o termo "dissensão':
Paulo é informado de que na língua grega, schimata, que sig-
estava havendo dissensões e nifica literalmente "rasgo" ou "ra-
partidarismo entre os cristãos chadura". Paulo está enfatizando
de Corinto. Essa informação é que as dissensões e o partidarismo
chegada até Paulo por intermé- "racham" o caráter e o testemunho
dio de Cloe. Pouco se sabe sobre da igreja. E, se está "rachado': pode
esta serva do Altíssimo, mas sua quebrar a qualquer momento. A
atitude expõe seu caráter de igreja deve permanecer sólida e
uma serva zelosa e fiel aos prin- "perfeita': pois é "coluna e baluarte
cípios divinos, pois estava preo- da verdade" (1 Tm 3.15).
cupada com o percurso da igreja Na igreja em Corinto havia pelo
em Corinto. O partidarismo e as menos quatro partidos: o grupo de
dissensões naquela igreja esta- Paulo, o de Apolo, o de Cefas (Pe-
vam "atrasando" o desenvolvi- dro) e o de Cristo. Cada grupo expõe
mento do Evangelho na região também características dos crentes
de Corinto. partidários dos dias de hoje:

7
Lição 1 - Divisão e a Sabedoria de Deus

a) Paulo. Como Paulo era o Não há evidências de que


fundador da igreja de Corinto e Paulo, Apolo e Cefas apoiavam
gozava de gra nde prestigio entre qualq uer destes grup os.
eles, havia aqueles do "partido"
de Paulo. 3. Cristo não está dividido
b) Apolo. O ta le nto de Apolo (1Co 1.13-17).
era tão grande que o mesmo era ''Acaso, Cristo está dividido? Foi
considerado um gra nde intelec- Paulo crucificado em favor de vós
tual das Escrituras na região (At ou fostes, porventura, batizados em
18.28). O grup o de Apolo era nome de Paulo?" {1.13).
formado pelos "intelectuais" da No verso 13, Pa ulo faz uma
igr eja. Toda igr eja deve ter os pergunta: '½caso, Cristo está divi-
intelectuais, isso é uma honra; dido?". A resposta a essa pergun-
mas quando o in telectualis mo se ta é: "Claro que não!" Porém, os
torna "ceticismo" e "r acio nalis- crentes de Corinto agiam com o se
mo", há prejuízos à mensagem de estivessem dividindo Cristo. Ao
Cristo. permitir a formação de partidos
c) Cefas. Ainda havia o utro no m eio da igreja, de certa forma,
grupo, o de Cefas. Cefas é o nom e estavam "rachando", ou seja, divi-
aramaico do apóstolo Pedro (Jo dindo a igreja em Corinto.
1.42). Esses crentes existem ain- É importante frisar que Paulo
da hoje, buscando rotular os ou- não apoia em nada esse tipo de ati-
tros que não seguem o legalis mo tude, mesmo que haja um partido
judaizante. com seu nome. Paulo pergunta aos
d) Cristo. Você poderia se cristãos se ele fo ra foi crucificado
perguntar: será q ue o partido de ou se eles foram batizados em seu
Cristo não seri a o ideal para a nome. Deste modo, ele está dizen-
igreja? A resposta é: Não! Po rque do que o centro de sua mensagem
estes tais estavam m enosprezan- é Cristo. O homem não tem que
do os ou tros, criando o partido aparecer; quem deve aparecer é
dos "o rgulh osos". Eram pessoas somente o Senhor Jesus, que entre-
q ue não aceitavam as direções gou Sua vida na cruz por todos nós!
expostas por líderes, porque (se- Paulo trata d e enfati zar seu
gundo e les) estavam "ligados di- verdadeiro objetivo, que não era
retamen te" a Jesus Cristo. batizar, e sim evangelizar. fsso
Pessoas assi m são perigosas, não deprecia a importância do
porque são "ovelhas sem pastor". batismo, mas a s ua obrigação pri-
Dentro deste pensamento algu ns m ária é de evangelizar (Me 16.15-
"desigrejados", que rejeitam a 1 6). Na ord em contida n o Evan-
igreja, o corp o, dizendo estar liga- gelho de Marcos, o "Ide!" vem em
dos diretamente ao Cabeça. primeiro lugar (v.15).

8
Lição 1- Divisão e a Sabedoria de Deus

Ili. SABEDORIA DIVINA Neste contexto, Paulo procla-


(1Co 1.18-31) ma a m ensagem do Cristo cruci-
ficado. A morte de Cristo rompeu
1. Loucura (1Co 18-24). com a maldição; ao contrário de
"Mas nós pregamos a Cristo vergonha, trouxe a vitória sobre o
crucificado, escêtndalo para os ju- pecado, e ainda fez com que a hu-
deus, loucura para os gentios (1Co manidade voltasse para os braços
1.23). do Senhor.
Paulo, aqui, ressalta que seu in-
tui to não é produzir ad miradores 2. As coisas loucas (1C,O 1.25-28).
de sua pessoa, e sim proclamar a "Pelo contrário, Deus escolheu as
salvação em Jesus. Para isso, não coisas loucas do mundo para enver-
usa de mecanismos de sabedoria gonhar os sábios e escolheu as coisas
humana; ao invés disso, ele usa pa- fracas do mundo para envergonhar
lavras simples, para dar a ideia de as fortes" {1 Co 1.27).
que o processo é baseado na ação Como vimos no tópico anterior,
de Deus e não do homem. O poder sobre a "maldição" e "vergonha"
do Evangelho para persuadir a au- relacionada à cruz, Paulo desenvol-
di ência deriva da mensagem em si, ve este ass unto e afirma que o que
não do m ensageiro que a entrega. seria loucura para os homens, tor-
Seu objetivo não era agradar os nou-se s alvação, e isto era o "poder
ouvidos do povo com habilidades de Deus" manifestado. Mesmo que
retóricas, as quais eram mu ito ad- pareça "fraco", terá o cumprimento
miradas pelo povo de Corinto. Seu do seu objetivo e envergonhará os
objetivo era uma mensagem sim- que se consideram fortes.
ples: Cristo crucificado! Paulo inclui os cr entes de Co-
Ao declarar as divergências rin to. A "mensagem de Cristo",
entre o pensamento jud eu e grego não faz acep ção de pessoas. De-
Paulo decla ra o seguinte: monstra, assim, que a sabedoria
a) Escêtndalo para judeus. Nos de Deus and a na contram ão deste
te mpos bíblicos, a morte d e cruz mundo". Ou seja, Deus escolheu
era algo vergonhoso e significava as coisas lo ucas, fracas, humildes,
ma ld ição para o condenado. Isso desprezadas, que não são, para en-
era escanda loso para os judeus. vergonhar as sábias, as fortes e as
b) Loucura para gregos. Os gre- que são.
gos eram pensadores que estavam
sempre à procura de explicações 3. Glorie-se no Senhor (1Co
novas e atraentes baseadas nos pre- 1.29-31).
ceitos da sabedoria humana. Para "Para que, como está escrito:
estes, a mensagem da morte de Aquele que se gloria, glorie-se no
Cristo era completa loucura, delírio. Senhor" {1.31).

9
Lição 1 - Divisão e a Sabedoria de Deus

Paul o sali enta que todas as testamentário Jeremias: "Mas o


bênçãos es pirituais são provi- que se gloriar, glorie-se nisto: em
são d ivina e não d ecorrem d e me conhecer e saber que eu sou o
méritos human os. Temos que Senhor e faço misericórdia, jufzo
reconhecer isso para evitar o e justiça na terra; porque destas
orgulho e a "autoss uficiência" coisas me agrado, diz o Senhor"
(l Co 1.29). Or 9.2 4). Jeremias e Paulo desa-
A mensagem aos crentes de fiaram os sábios e poderosos a
Corinto, para que cada um 'glo- pararem de ostentar s uas vanta-
rie-se no Senhor", é uma referên- gens mundanas e começarem a
cia ao texto do profeta vetero- dar glória ao Senhor (Jr 9.23).

APLICAÇÃO PESSOAL
O partidarismo e as dissensões na igreja em Corinto estavam prejudi-
cando o crescimento da igreja. Do mesmo modo que, nos dias atuais,
o mal testemunho atrapalha a aceitação do Evangelho.

RESPONDA
1) Quais os dois aspectos da santificação?

3) Assinale as alternativas com "V", se verdadeiras, ou com "F", se falsas

■ Paulo desejava produzir muitos seguidores de si mesmo.


■ A sabedoria de Deus anda na contramão do mundo.
■ Gloriar-se no Senhor é sinal de sabedoria.
LIÇÃO 2

O PODER DA MENSAGEM DA
CRUZ
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
' é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página .

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÓGICA • Entender que a mensagem da
Pa ulo está se contrapondo, cruz tem um poder transformador que
desde o Capítulo 1, à sabedoria independe da eloquência humana.
dos sofistas (pregoeiros gregos), a • Compreender o propósito e a
qual era pautada apenas na retóri- abrangência da mensagem da cruz.
ca. Por esse motivo, ele escreveu, • Discernir a impor tância do Es-
no versículo 4 do capítulo 2, que pírito Santo na revelação e entendi-
seu discur so não estava pautado mento da mensagem da cruz.
apenas em palavras persuasivas
de sabedoria humana, mas em de- PARA COMEÇAR A AULA
monstração do Espírito e de poder.
Essa oposição fo i feita por Amado professor, exponha,
meio da me nsagem do Cristo cru- inicialmente, como você se sente
cificado, e essa notícia é loucura privilegiado por poder anunciar a
para aqueles que não conhecem mensagem da cru z por meio des-
a Deus. Também é tão profunda ta aula. Pois Paulo, mesmo sendo
a ponto de o apóstolo dizer que filósofo, poliglota, notável fariseu,
sua revelação veio p or me io do
apóstolo dos ge ntios, e ntre outros
Es pírito de De us, o qual penetra
atributos, an unciou a Mensagem
todas as coisas, até as profund e-
da cruz em fraq ueza, temor e em
zas de De us.
Essa verdade só pode ser com- grande tremor. Isto deve lançar
preendida pelas pessoas que são fo ra qualquer possibilidade de
es pirituais, pois estas possuem a exibicionismo pessoal em relação
mente de Cristo. às nossas pregações, pois ele não
fez menção de quem ele era, mas
apenas da me nsagem.

RESPOSTAS DA PÁGINA 16
PALAVRAS -CHAVE 1) Jesus Cristo, e este crucificado.
Evangelho • Poder • Revelação • 2) Ao plano de Deus para redimir a humanidade.
Salvação 3) Não foi redimido de seus pecados e não tem
o Espírito Santo.
Ução 2 - O Poder da Mensagem da Cruz

LEITURA COMPLEMENTAR

Não com palavras sábias e persuasivas.


Essa a firmação não deve ser interpretada equivocadame nte
como se Pa ulo favorecesse a pregação inepta o u os dis cursos apre-
sentados de modo deficiente. Antes, s ua intenção é e nfatizar que
ele não se fia nos artifícios re tóricos astuciosos usados pelos ora-
dores cujo objetivo é alcançar a fama.
Uma demonstração do poder do Espírito.
Paul o foi a Corinto para mostrar não sua própria força, mas o
poder do Espírito de Deus na fraqueza humana. A d is paridade é
apresentada aqui do modo mai s enfático possível. Em contras te
com a astúcia human a e a habilidade de persuadir encontra-se a
demonstração da presença e do poder de Deus (4.19,20).
A ling uage m de Paulo é intencional. Lança mão do vocab ul ári o
das escolas de retóri ca (persuasão, demonstração, poder) e elimina
qu alquer id eia de que a demonstração de De us é, de algum modo,
me nos per s uasiva que os discursos pronunciados por orado res
humanos. Como Aris tóteles ensi nou quatro centos anos antes, per -
s uasão (pistis) "é, sem dúvida, uma espécie de demo nstração, uma
vez qu e so mos mais p lenamente per s uadidos quando co ns id eramos
que algo foi demo nstrado".

Livro: "1 Coríntios" (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova -
SP, 2018, pág.35).

li
Estudada em _ /_ / - -

LIÇÃ02 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Corín,t ios 2. 1-16

O PODER DA Verdade Prática


A mensagem da cruz revela a
MENSAGEM grandeza do amor de Deus
DA CRUZ
Esboço da Lição
1 CORÍNTIOS 2
INTRODUÇÃO

1. A MENSAGEM DA CRUZ 1eo 21-s


1. Tema da mensagem 1Co 21
Texto Áureo 2. Fundamentos da pregação 1eo 2.2.3
"A minha palavra e a minha pre-
gação não consistiram em lingua- 3. lnteNenção do Espírito 1co 2.4,5
gem persuasiva de sabedoria,
mas em demonstração do Espírito li. PROP,ÓSITO 1Co 2.6-8
e de poder."
1Co 2.4 1. Averdadeira sabedoria 1co 2 6-8
2. A sabedoria humana 1eo 2.7

3. Ignorância dos sábios 1eo 2.B

IIL MENSAGEM ESPlmtJAL 1eo2~16


1. A Mensagem é revelada 1eo 2.9.10
2. O Espírito que ensina 1co 2.11 .13

3. O homem não entende 1eo 214-16

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
(s '-- T ., a a rs : CT J
1Co 1Co 2Co Fp CI 1Co
1.17 1.23 13.4 2.8 2.14 2.2

Hinos da Harpa: 291 - 18

11
Lição 2 - O Pcx:fer da Mensagem da Cruz

INTRODUÇÃO A eficácia do ministério de


Paulo se deve ao fato de ele pregar
Paulo enfatiza o objetivo, a categoricamente, sem enxertos,
abrangência e o poder da mensagem a mensagem genuína do Evange-
da cruz. O escritor também ressalta a lho. O legado de Paulo é tremendo,
importância de que esta mensagem pois enfatiza que a mensagem da
seja revelada e espiritual. salvação é a mensagem da cruz.
Somente pela mensagem da cruz o
1. A MENSAGEM DA homem pode ser ligado novamen-
CRUZ (1Co 2.1-5) te a Deus, pois isto é a verdadeira
religião.
Paulo trata de expressar que
não foi à cidade de Corinto para 2. Fundamentos da pregação
transmitir mensagem de maneira (1 Co 2.2,3).
eloquente, baseada em sabedoria "Porque decidi nada saber en -
ou em filosofias humanas. Seu dis- tre vós, senão a Jesus Cristo e este
curso era totalmente movido pelo crucificado" (2.2).
Espírito Santo, e seu foco princi- O esboço da mensagem de
pal, a mensagem da cruz. A cruz é Paulo continha alguns ingredien-
um símbolo empregado por Paulo tes indispensáveis para todo e
para enfatizar o sofrimento de Je- qualquer pregador da Palavra de
sus, Sua paixão e Sua morte. Essa Deus. A princípio, a mensagem de-
mensagem excede a sabedoria hu- veria apresentar simplicidade. Há
mana e é loucura para os homens alguns pregadores que, ao invés
naturais. A genuína pregação bí- de se aterem à profundidade da
blica consiste na explanação da Palavra, amam carregar o seu dis-
mensagem da cruz. curso com palavras difíceis e so-
fisticadas, chamando a atenção do
1. Tema da mensagem (1 Co 2.1). público mais pelo seu vocabulário
"Eu, irmãos, quando fui ter con- rebuscado do que, propriamente,
vosco, anunciando-vos o testemu- pela Palavra
nho de Deus, não o fiz com ostenta- Outro requisito da mensagem
ção de linguagem ou de sabedoria." Paulina era o "temor" (v.3). O te-
Paulo inicia o Capítulo 2 de mor do Senhor é o princípio da
1 Coríntios rememorando a pri- sabedoria (Pv 9.10). Outra caracte-
meira oportunidade na qual evan- rística da mensagem paulina era a
gelizou o povo de Corinto (cf. At total dependência do Espírito San-
18.1-17). O apóstolo dos gentios to. Essa dependência não era moti-
afirma que o tema e o foco de sua vo de relaxamento para os estudos.
mensagem foi "Jesus Cristo e este Paulo era um exímjo estudioso da
crucificado" (v.2). Palavra de Deus (At 22.3).

12
Lição 2 - O Poder da Mensagem da Cruz

3. Intervenção do Espirito qual Deus preordenou desde a eter-


(1Co 2.4,5). nidade para a nossa glória" (2.7).
''A minha palavra e a minha Em primeiro lugar, a origem da
pregação não consistiram em lin- verdadeira sabedoria (2. 7). Jesus
guagem persuasiva de sabedoria, Cris to crucificado é a sabedoria
mas em demonstração do Espírito de Deus. A verdadeira sabedoria
e de poder" (2.4). não é a filosofia, mas o Evangelho.
Mesmo as proclamações mais A sabedoria de Deus não está na
dinâmicas do Evangelho se mos- filosofia humana, mas no Evange-
tram ineficazes, a menos que o Es- lho. A sabedoria de Deus é ''jesus
pírito Santo convença as mentes e Cristo e este crucificado" (2.2). Essa
os corações dos ouvintes a aceitá-lo. sabedoria vem de Deus e não dos
A ideia desta passagem é que homens.
De us salva o mundo através de Não há motivos para os caros
mensagem simples e espiritual que leitores pensare m que Pa ulo está
leva as pessoas a glorificarem Jesus, desprezando o valor do estudo
e não a sabedoria humana do men- secular. Não é propriamente isso!
sageiro. "Para que a vossa fé não se Pa ulo está ensinando que o obje-
apoiasse em sabedoria humana, e tivo da me nsagem da cruz é alcan-
sim no poder de Deus" (v. 5). Diferen- çado sem necessidade de ar tifícios
te de grande parte dos pregadores ou malabarismos humanos.
atuais, os quais empregam em suas São considerados maduros os
mensagens artiffcios retóricos as- cristãos que tiveram a vida mu-
tuciosos para agradar os homens e dada e pre fe riram se s ubmeter à
obter fama. Em contraste com a as- ação da mensagem genu ína. Es-
túcia humana e a habilidade de per- ses foram transformados pela Pa-
suadir encontra-se a demonstração lavra de Deus.
da presença e do poder de Deus.
Paulo, apesar de ter sido ins- 2. Asabedoria humana (1Co 2.7).
truído e sabe r do valor das esco- "Mas falamos a sabedoria de
las de retó r ica, que prezavam pela Deus em mistério, outrora oculta, a
persuasão e eloquência do discur- qual Deus preordenou desde a eter-
sante, apega-se à intervenção do nidade para a nossa glória."
Espírito Santo. Na realidade, a mensagem de
salvação sempre existiu. Porém, a
li. PROPÓSITO (1Co 2.6-8) princípio, estava restrita apenas
ao povo de Israe l. Havia um plano
1. A verdadeira sabedoria divino para enviar o Messias para
(1 Co 2. 6-8). a salvação do mundo. Entretanto,
"Mas falamos a sabedoria de esta mensagem esteve oculta no
Deus em mistério, outrora oculta, a Antigo Testamento, re tratada s u-

13
Lição 2 - O Poder da Mensagem da Cruz

tilmente em algumas passagens. romanas o crucificaram? Porque


Jesus aparece no Antigo Testa- não conheciam a Jesus! Porque se
mento como o "Anjo do Senhor". tivessem conhecido, de fato, quem
Já no Novo Testamento, este "mis- Jesus Cristo era, jamais teriam
tério" é revelado de modo claro e crucificado o Senhor da glória.
inequívoco, para os que creem. Po-
rém, Paulo ressalta que o testemu- Ili. MENSAGEM ESPIRITUAL
nho de Deus ao mundo, a salvação (1Co 9-16)
que Ele oferece por meio de Cristo,
continua a ser um mistério para a 1. A Mensagem é revelada
sabedoria humana. (1 Co 2.9,10).
"Mas, como está escrito: Nem
3.lgnorância dos sábios (1Co 2.8). olhos viram, nem ouvidos ouviram,
"Sabedoria essa que nenhum nem jamais penetrou em coração
dos poderosos deste século conhe- humano o que Deus tem preparado
ceu; porque, se a tivessem conhe- para aqueles que o amam." (2.9).
cido, jamais teriam crucificado o O e ntendimento da mensage m
Senhor da glória." é concedido pelo Espírito Santo. É
Paulo culpa as autoridades fator primordia l pa ra o entendi-
judaicas e romanas deste fato, mento da Palavra de Deus o auxí-
chamando-os de poderosos deste lio do Espírito Santo. Em tempos
século (v.8). Mesmo sendo consi- atuais, nos quais o povo des preza
derados profundos conhecedores a ação do Espíri to Santo, multi-
do Antigo Testamento, os judeus plicam-se os famigerados erros
não admitiram a revelação e cum- doutrinários e de interpretação
primento desta mensagem no da Bíblia.
Novo Testamento em Jesus. Paulo afirma categorica mente
As autoridades judaicas eram que a mensagem genuína da cruz
totalmente ignorantes com rela- contém mistérios que somente
ção ao plano divino de Deus de re- serão revelados pelo Espírito San-
dimi r o homem através da morte to aos seus. A frase "o Espírito
do Messias. Apesar de ostentarem a todas as coisas perscruta, até
extenso conhecimento do Antigo mesmo as profundezas de Deus",
Testamento (Jo 5.39), não foram denota que as coisas de Deus, em-
capazes de descobrir e nem des- bora simples, não são superficiais
vendar os mistérios nele contidos, (Hb 4.12).
principalmente em relação à sal-
vação da humanidade. 2. O Espirito que ensina (1Co
Por que as autoridades ju- 2.11-13).
daicas pediram a crucificação de "Disto também falamos, não em
Jesus? Por que as autoridades palavras ensinadas pela sabedoria

14
Lição 2 - O Poder da Mensagem da Cruz

humana, mas ensinadas pelo Espí- tem o Espírito e o discernimento


rito, conferindo coisas espirituais espiritual. Como suas caracterís-
com espirituais" (2.13). ticas são totalmente terrenas, não
Nesta passagem, o apóstolo há espaço para exe rcer a fé numa
Paulo realça o valor do Espírito confiança simples e absoluta em
Santo no ensino da igreja, para De us e Sua Palavra.
que essa possa assimilar a "pro- O homem espiritual é o cris-
fundidade" da mensagem da cruz. tão que é um discípulo de Cristo
A fun ção primordial do Espírito considerado amadurecido. Além
Santo é ajudar a igreja a reconhe- disso, tem em si a essência do Es-
cer e entender a natureza espiri- pírito e a sabedoria que o tornam
tual da mensagem a ela dirigida. espiritual.
Sem o auxílio do Espírito San- Pa ulo ainda reitera que, aos
to, o homem não consegue enten- ouvintes da mensagem, é necessá-
der o verdadeiro propósito divino ria a iluminação do Espírito Santo,
em suas variadas circunstâncias. para que essa possa ser e ntendida.
Além disso, quando descartamos É por este motivo que o homem
esse auxílio, caímos no "precipí- natural não consegue compreen-
cio" de ações vazias e inte rpre- der as coisas espirituais. Ou seja,
tações equivocadas em relação à "o homem natural não aceita as
Palavra. Este é o grande motivo coisas do Espírito de Deus, porque
do crescime nto de heresias em lhe são loucura; e não pode enten-
nosso tempo. As pessoas têm dei- dê-las, porque elas se discernem
xado de lado o e nsino do Espírito, espiritualmente" (v.14). O Espírito
criando fábulas e heresias funda- Santo em nós capacita-nos para
mentadas na sabedoria humana, que tenhamos a mente de Cristo.
a qual se opõe à sabedoria divina "Porém o homem espiritual jul-
que excede todo o entendimento. Bª todas as coisas, mas ele mesmo
Devemos nos ater a profundidade não é jul9ado por nin9uém" (v. 15)
da Palavra sob a orientação do Muitas pessoas usam esse versícu-
Espírito. lo 15 para encher o peito e dize r:
"Eu sou crente e não aceito que
3. O homem não entende ninguém me julgue". Não é isso
{lCo 2.1 4-1 6). que Paulo está ensinando. A pala-
"Ora, o homem natural não vra "julgar" pode ser substituída
aceita as coisas do Espírito de Deus, por discernir. O que ele está dizen-
porque lhe são loucura; e não pode do é que o homem espiritual, o ho-
entendê-las, porque elas se discer- mem nascido de novo, discerne to-
nem espiritualmente" (2.14). das as coisas: as coisas do homem
O homem natural é todo aquele e as de Deus; as coisas desta vida e
que ainda não foi redimido e não as da eternidade.

15
Lição 2 - O Poder da Mensagem da Cruz

O apóstolo Paulo conclui, pe r- te de Cristo são os pensamentos,


guntando: "Pois quem conheceu a os conselhos, os planos e o co-
mente do Senhor, que o possa ins- nhecimento de Cristo, conheddos
truir? N6s, porém temos a mente pelo homem mediante a ação do
de Cristo" (2.16). A m e nsagem Espírito Santo.
que Pa ulo pregou em Corinto A mensagem da cruz não é
é produto da mente de Deus. O deste mundo. Ela veio de Deus, do
Evangelho fo i elaborado na men- céu; não é descoberta humana, é
te de Deus na eterni dade. Pa ulo revelação divina.
diz que nós temos a mente de A mensagem da cruz nos traz
Cristo, porque nós estamos pre- bênçãos par a além deste mundo.
gando o produto da mente de Aquilo q ue nenhum olho viu e ne-
Cristo, que é o Evangelho. nhum ouvido ouviu, nem jamais
Portanto, quando alguém re- subiu ao coração do homem, isto é
jeita o Evangelho está rejeitando o que Deus preparou para aq ueles
a própria me nte de Cristo. A men- que o a ma m.

APLICAÇÃO PESSOAL
A mensagem da cruz excede a todo o ent endimento e é poderosa
para cumprir seu objetivo sem interferências humanas.

RESPONDA
1) Qual o foco da mensagem de Paulo aos Coríntios?

2) As autoridades judaicas eram ignorantes em relação a qual assunto?


LIÇÃO 3
MINISTROS SÃO DESPENSEIROS
DE DEUS
••••••
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página .

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGóGICA • Entender que os ministros são
Aproveite a informação do tó- administradores dos mistérios de
pico I desta hção, a respeito dos Deus.
remadores, e exponha à classe • Compreender que a humildade
que, no capítulo 4 de 1 Coríntios, e a disposição de servir são traços
Pa ulo m ostra a insign ificância do marcantes dos ministro de Deus.
ministro diante da sua mensa- • Conscienti7.ar-se do valor do
gem. No original grego, a palavra ministro cristão e de seu serviço.
traduzida por "ministro" remetia
aos escravos que trabalhavam PARA COMEÇ.ARAAULA
nos porões dos barcos, de onde
não tinham visão algu ma do mar. Inicie esta lição mostrando que o
Ou seja, eles eram responsáveis alvo do ministro é tomar a igreja for-
ape nas por remar, mas quem de- te, sábia e ilustre. No entanto, Paulo
cidia para qual direção se movia relata, por experiência pessoal, que o
a embarcação era o cap itão; e ministro deve estar preparado para
caso se recusassem a remar, po- enfrentar desprezo, humilhação, pas-
deriam ser trocados por outros, sando por louco", tudo pela causa de
pois eram apenas trabalhadores Cristo. Isso rontrapõe o pensamento
braçais. soberbo dos ministros de Corinto e
Paulo estava combatendo o rontinua servindo de atlerta aos que se
espírito de autossuficiência. Por ronsideram ministros hoje. Todavia,
isso, posteriormente, ele se utili- isso não significa que os ministros do
zou de cer ta ironia ao perguntar Evangelho devem ser desonrados no
se os crentes de Corin to já esta- meio do povo de Deus, mas que, por
vam ricos e fart os. tal disposição de sofrer pelo bem do
rorpo de Cristo, devem ser honrados.
RESPOSTAS DA PÁGINA 22
PALAVRAS-CHAVE 1) Mordomo, com acesso à dispensa de aHmentos.
Ministério • Serviço • Humildade 2) Enriquece e não causa dores.
3) Colocar algo na mente de alguém com o
intuito de advertir ou de repreender.
Lição 3 - Ministros são Despenseiros de Deus

LEITURA COMPLEMENTAR

Pa ulo não teme ser julgado pelos crentes de Corinto, ou mesmo


por um tribunal romano, isto não tem importância. Pa ul o diz que não
julga nem a si mesmo. O mordomo nem seque r confia no juízo que faz
de si mesmo; pode não estar cônscio de s uas próprias falhas.
A consciên cia pode estar enganada. Paulo afirma: que a consciên-
cia d ele está limpa, mas isso não prova que ele é inocente, pois a
co nsciência pode estar ,e n ganada.
Portanto, n ada julgueis, antes do tempo, até que o Senhor venha, o
qual também trará à luz as coisas ocul tas das: trevas e manifestará os
des ígnios dos corações; e, então, cada um receberá de De us o louvo r.
Paulo recomenda que o exercício desse jul ga me nto fique para o
Senhor, quando Cristo v ier, e então cada um receberá o se u louvor da
parte de Deus.
E a parte significativa do evangelho apresen tado por Paulo é o
fato de o Se nhor vir para julgar.
Uma cláusula do Cred o Niceno conserva-nos de sobreaviso com
relação a esta verdade: "Creio... que Ele virá e m glória, para julgar os
vivos e os mortos."
A expressão: "Deus m an ifestará os desígnios dos corações". Quer
dizer que De us trará à 1uz os atos secretos de toda pessoa e revelará
seu s verdadeiros pensamentos e motivos, tanto os bons quantos os
ruins.
A vida interior da pessoa será revelada, nada ficará oculto.

Livro: "Comentário Exegético da I Carta aos Coríntios" (Oton Miranda de Ale ncar,
pág.37).

li
Estudada em _ !_ !__

LIÇÃO 3 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 4.1 -21

MINI Verdade Prática


Os ministros de Cristo servem
DESPENSEI """"~ ao mundo com a mensagem do
Evangelho.
DE DEUS
1CORÍNTIOS 4 Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

L DESPENSBR:>S DE DEUS 1C.04.1-5

Texto Áureo 1. Ministro de Deus 1co 4.1,2


"Assim, pois, importa que os ho- 2 Encontrado fiel 1Co 4.2-4
mens nos considerem como m i- 3 Cada um receberá de Deus 1eo 4.5
nistros de Cristo e despenseiros
dos mistérios de Deus.• li. O MNiS IRO é HUMILDE 1eo 4.6-13
1Co4.1
1. Tudo vem de Deus 1eo 46-8
2 Espetáculo ao mundo 1eo 4 9.12
3. Lixo e escoria do mundo 1eo 4.13

Ili. O MIN TEM AUTORIDADE


1Co 4.14-21

1. Pai espiritual 1Co 4 14-15

2. Sejam meus imitadores 1co 416-18

3. Autondade e amor 1co 4.19-21

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
S J T Q O I S S ,
CI Tg 1Pe Lc Ef d
3.12 4.6 5.5 14.11 3.2 1.25

Hinos da Harpa: 93 - 298

17
Lição 3 - Ministros são Despenseiros de Deus

INTRODUÇÃO nistros de Cristo e despenseiros dos


mistérios de Deus."
Nesta lição o apóstolo Paulo usa No grego clássico, o termo mi-
um termo muito interessante para nistro, também traduzido com o
identificar os ministros da casa de servo em outras versões (no ori-
Deus. Estes homens, apesar da hu- ginal, huperetes), referia-se prima-
mildade, simplicidade e de serem riamente aos escravos que ficavam
desprezados pelos demais, eram no terceiro pavimento das embar-
encarregados de guardar e tam- cações, considerados remadores
bém transmitir os grandes misté- de baixo escalão. Nos tempos d e
rios de Deus, que compreendem o Paulo, apesar de aplicações mais
verdadeiro alimento espiritual. ab rangentes, o termo continuava
tendo esta conotação de alguém
1. DESPENSEIROS DE s ubordinado e submisso.
DEUS (1 Co 4.1-5) Neste grande barco, que é a
obr a do Senhor, alguns ficam só
O termo "despenseiro" referia- na "popa", comendo e bebendo
-se à qualificação do mordomo de e us ufruindo do trabalho alheio.
te r acesso à dispensa e recolher os Mas quem faz com que o "barco"
al imentos necessários para serem ande de verdade são os "escra-
distribuídos. Apesar da nossa pe- vos", ou seja, os m inistros do Se-
quenez, somos qualificados como nhor. O ministro é encarregado
ad ministradores dos mistérios de de não deixar o "barco" afunda r
Deus. Esta expressão, "mistério de e nem parar. Além d isso, o te rm o
Deus", é uma figura de linguagem ministro te m uma conotação de
para denotar a m ensagem da cruz quem é encarregado de trazer o
(lCo 2. 7). É mistério porque só sustento espiritual para a "casa",
pode ser revelada através do po- ou seja, a igreja.
der de Deus, e não pela capacida- O apóstolo enfatiza a insigni-
de ou sabedoria humana. ficância do ministro, mas ressal-
O termo "ministro" denota os ta que, dia nte dos homens, é um
servos que não buscavam popula- grande benfeitor e encarregado
ridade e eram extremamente su- dos mistérios divinos. Um mi-
bordinados ao seu senhor. De igual nis tro de Cristo, por mais insig-
modo, os ministros cristãos devem nificante q ue seja, é um homem
ser desapegados deste mundo vil e encarr egado de administrar os
obedientes ao Senhor, nosso Deus. mistérios de Deus.

1. Ministro de Deus (1 Co 4.1 ). 2. Encontrado fiel (1Co 4.2-4).


''Assim, pois, importa que os "Ora, além disso, o que se re-
homens nos considerem como mi- quer dos despenseiros é que cada

18
Lição 3 - Ministros são Despenseiros de Deus

um deles seja encontrado fiel" Desde o Antigo Testamento,


{4.3). Deus sempre deixou claro que, um
Aqui, Paulo demonstra não se dia, tra ria julgamento so bre todos
importar com o julgamento reali- os homens. Nes te dia, considera-
zado pelo povo de Corinto. Com as do "O Dia do Senhor': Deus trará à
divisões provocadas pelas dissen- to na as obras ocultas de cada um,
sões e, princi palmente, pelo par- revelando verdade iramente "os
tidaris mo, o povo estava julgando desígnios dos corações" (v.5).
seus princi pais líderes, inclusi- Segundo Paul o, esse dia virá
ve Paulo. Em decorrência disso, de qualque r fo rma, e esse jul-
Pa ulo fala acerca da fidelidade de gamento não cabe aos homens,
De us, a qual excede qualquer ava- nem a ele mes mo. Neste "tribu-
liação huma na. Ele rejeita o julga- nal" quem julgará é o próprio Se-
mento humano, porque considera nhor Jes us.
este incapaz de compreender a fi -
delidade de Deus. li. O MINISTRO É
Mesmo assim, o apóstolo põe HUMILDE (1Co 4.6-13)
em "xe que" s ua ponderaçã o, já
que o mesmo sabia da natureza 1. Tudo vem de Deus (1Co 4.6-8).
humana e pecaminosa. Na verd a- "Estas coisas, irmãos, apliquei-
de, a consciê ncia de Pa ulo es ta- -as figuradamente a mim mesmo e
va tranquila pe rante as críticas, a Apolo, por vossa causa, para que
e mbora não o usasse j ulga r a si por nosso exemplo aprendais isto:
mesmo, nem como es tando cer- não ultrapasseis o que está escrito;
to, nem como estando errado. O afim de que ninguém se ensoberbe-
ve redicto fin al so bre o seu mi- ça a favor de um em detrimento de
nisté ri o deveria aguarda r o Dia outro" (4.6).
do Julga mento, qua ndo "De us A intenção de Paulo é mostrar
manifestará os desígn os dos co- aos coríntios que ele havia usado
rações" (v. S). a si mesmo e a Apolo como exem-
plos para não menciona r nomes
3. Cada um receberá de Deus específicos de indivíduos da
(1Co 4.5). igreja. O apóstolo parte do pres-
"Portanto, nada julgueis antes s up osto de que tanto ele qua nto
do tempo, até que venha o Senhor, Apolo (e Cefas) são tidos em alta
o qual não somente trará à plena conside ração. Seria impen sáve l
luz as coisas ocultas das trevas, retratá-los como rivais. Diante
mas também manifestará os de- disso, os cor íntios devem dar-se
sígnios dos corações; e, então, cada conta de que é igualme nte abs ur-
um receberá o seu louvor da parte do fazer o mesmo com o utros lí-
de Deus." deres cristãos.

19
Lição 3 - Ministros são Despenseiros de Deus

Visto que a igreja estava cheia O Imperador r oman o, a fim de


de vanglória, Paulo ironiza os a umentar s ua po pularidad e, con-
cr entes de Corinto, di zendo: 'Já duzia os escravos e conde nados
estais fartos, já estais ricos; che- à m o r te às grandes ar en as e an-
gastes a reinar sem nós" ( 4.8). fiteatros, para se digladiarem, o u
Paulo diz para eles: "Vocês estão pa ra sere m devo rados po r feras
fartos e r icos dema is!". Eles esta- selvagens, pro po rcionando um
vam satisfeitos com a s ua espiri- sangrento es petáculo ao p úblico.
tualidade. Pe nsavam que tinham Pa ulo compara os apóst olos a es-
tudo. Estavam cheios de vanglóri a. tes criminosos condenados qu e
Eles tinham um alto conceito de si estão em desgraça pública e são
mesmos. Os corín tios pensavam executados dia n te da multidão,
que eles eram uma igreja de muito ao ar livre.
sucesso, m uito madura e efici ente. Paulo faz um contras te e ntre o
Mas Pa ulo afirma que aquilo que compo rta m en to so berb o e egoís-
cada um tem, é o que cada qual ta dos coríntios, q ue se achava m
recebeu. "Pois quem é que te fa z ricos e cheios de direi tos, e a hu-
sobressair? E que tens tu que não mildade dos apóstolos, que colo-
tenhas recebido? E, se o recebeste, cavam as necess idades da igreja
por que te vanglorias como se o acima das s uas pró prias, s upor -
não tiveras recebido?" (4.7). Paulo ta ndo todo o t ipo d e sofrim e nto
está dize ndo que não há m argem decorre nte de s ua escolha. Isso
para a vaida de, pa ra a so berba e prepa ra o terre no par a a reco-
para o org ulho es piritu al. me ndação que o apóstolo faz na
Se Deus lhe deu um ministér io passage m seguinte, pa r a q ue os
de projeção, você não tem de ficar crentes corínti os sejam seus imi-
vaidoso com isso; isso não é seu. tadores.
Não é devido aos seus méritos, não
é devido à sua inteligência ou capa- 3. Lixo e escória do mun-
cidade humana É graça de Deus. E do {lCo 4.13)
por que, então, você se vangloria "Quando caluniados, procura-
como se fosse mérito seu? mos conciliação; até agora, temos
chegado a ser considerados lixo do
2. Espetáculo ao mundo (1 Co mundo, escória de todos."
4.9-12). Paulo m.ostra par a a que la
"Porque a mim me parece que igreja que a teologia da glóri a é
Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em precedida pela t eologia da cruz.
último lugar, como se fôssemos con- E a grande bandeira d o cristão é
denados à morte; porque nos torna- a teologia d e João Batis ta que di-
mos espetáculo ao mundo, tanto a zia: "Convém que ele [Jesus] cres-
anjos, como a homens." (4.9). ça e que eu diminua " (Jo 3.30).

20
Lição 3 - Ministros são Despenseiros de Deus

Deus colocou os após tolos em (v.15), d emonstrando que sua re-


primeiro lugar na igreja, mas o lação co·m os coríntios era pater-
mundo coloca os apóstolos em nal através do Evangelho. Os pais
último lugar. abastados geralmente deixavam a
Os apóstolos não são famosos; educação de seus filhos totalmen-
os apóstolos são desprezados: "vós te a cargo de escravos letrados co-
nobres, e nós desprezíveis" (4.10c). nhecidos como tutores ou aios.
Os apóstolos enfrentam privações, Paulo se coloca à frente destes
fome1 sede, e nudez (4.11). E os supostos tutores, como um verda-
apóstolos ainda sofrem maus-tra- deiro pai que instrui e repreende
tos: "somos esbofeteados, e não te- seus filhos com amor. Ou seja, os
mos morada certa"(4.11). E Paulo crentes de Corinto foram gerados
conclui: "Quando caluniados, pro- em Cristo por meio do Evangelho
curamos conciliação; até agora, anunciado por Paulo.
temos chegado a ser considerados
lixo do mundo, escória de todos" 2. Sejam meus imitadores
(4.13). Paulo diz aos crentes de (1Co 4.16-18).
Corinto para não colocarem os ho- ''Admoesto-vos, portanto, a que
lofotes nos homens. sejais meus imitadores" (4.16).
A expressão "sejais meus imi-
Ili. O MINISTRO TEM tadores" (v.16) é consequência do
AUTORIDADE (1Co 4.14-21) verso anterior; ou seja, como um
pai que deve ser o exemplo dos
1. Pai espiritual {lCo 4.14-15). filhos, Paulo se coloca como tal.
"Não vos escrevo estas coisas Em trecho posterior da carta, Pau-
para vos envergonhar; pelo con- lo repete esta expressão, quando
trário, para vos admoestar como a exorta a igreja de Corinto quanto à
filhos meus amados" (4.14). liberdade cristã (lCo 10.28-11.1).
Aqui, Paulo declara que sua Nos dias atuais, é muito com-
mensagem vem para "admoestar" plicado encontrar exemplos. Pau-
e não para e nvergonhar os corín- lo recomenda que os crentes de
tios. O termo "admoestar" signi- Corinto sigam o seu exemplo de
fi ca "colocar algo na mente de al- conduta humilde e altruísta, assim
guém", com o intuito de advertir corno ele próprio seguia o exem-
ou, até mesmo, repreender. Paulo plo de Cristo (4.10-13; 11.1).
tinha ciência de que algo errado
estava acontecendo e necessitava 3. Autoridade e amor (1 Co
de conserto. 4.19-21).
Para realiza r essa correção, "Que preferis? Irei a vós outros
o apóstolo se coloca como um com vara ou com amor e espírito de
pai para aquele povo: "vos gerei" mansidão?" (4.21).

21
Lição 3 - Ministros são Despenseiros de Deus

Encerrando, Paulo manifesta na igreja em Corinto. Mas se os


aos coríntios o desejo de visitá- coríntios se mantivessem nos
-los. Ele ansiava por estar em Co- erros, ele iria vistá-los com uma
rin to e instruir os crentes desta repreensão mais firme e contun-
região pessoalmente. dente. Entretanto, Paulo deixou
Paulo esperava que esta car- ao encargo deles a escolha: "co m
ta solucionasse todas as diver- vara ou com amor e espírito de
gências que estariam ocorrendo mansidão?" (v.21).

APLICAÇÃO PESSOAL
A grande bandeira do ministro do Evangelho continua sendo a mes-
ma de João Batista: importa que Jesus cresça e que eu diminua.

RESPONDA
1) Quais atribuições de um "despenseiro"?

2) Quais as características da verdadeira riqueza concedida por Deus?


LIÇÃO 4

IMORALIDADE E LITÍGIOS
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÓGICA • Entende r que devemos fugir
Uma das marcas da cidade de da imoralidade.
Corinto era a imoralidade sexual • Sabe r que associações ruins
e, aparentemente, os cristãos de lá prejudicam nosso testemunho.
estavam sendo influenciados por • Compreender que é preferí-
isso, o que os levava a praticarem vel sofrer a causar injustiças.
ou aceitarem comportamentos re-
prováveis com uma naturalidade PARA COMEÇARAAUIA
preocupante. Eles acreditavam que Querido professor, inicie esta
a obra da cruz de Cristo já havia se a ula mos trando que Paulo esta-
encerrado e que, não importava o va tão indignado com o posicio-
que fizessem, já estavam salvos. name nto da igreja em re lação à
A fé cristã está pautada na con- prática da imoralidade sexual,
fian ça do sacrifício de Jesus, mas que ele já ini ciou seu discurso de
esta deve resultar no compromisso uma fo rma abrupta, exortando a
de cada cristão de permanecer fiel igreja sem se preocupar em s ua-
aos ensinamentos de Cristo, em vizar suas palavras.
constante aperfeiçoamento. Destaque na aula as três cau-
Por isso, a orientação de Paulo sas principais da reprovação de
era que eles consertassem a per- Paulo : 1) a aceitação de práticas
cepção deles a respeito de sua vida imorais; 2) a prática de a tos imo-
espiritual, bem como se dissocias- rais e comportamentos munda-
sem daqueles que viviam em práti- nos; 3) a amizade e conivên cia
cas de impureza sexual, reprovan- com pessoas de dentro da igreja
do tais comportamentos. que praticavam tais atos.
RES POSTAS DA PÁGINA 28
PALAVRAS-CHAVE 1) Prática do sexo por pessoa solteira .
Imoralidade • Associações •· Litígios 2) Com falsos crentes que estimulam dissensões
no meio da Íf;j reja .
3) o corpo é templo de adoração a Deus.
Lição 4 - Imoralidade e Litígios

LEITURA COMPLEMENTAR

Considerações interpretativas
5.1 De fato, é relatado.
Da discussão mais ampla n os cap ítulos de 1 a 4, Paulo agora passa
a tratar de questões es pecífi cas relatadas por uma fonte anônima.
1. A exp r essão indica choq ue e desalento.
2. Imoralidade sexual.
O t ermo grego po rne ia é uma palav ra com s ig nificado amplo; se
refere a qualque r tipo de relacionamento sexua l ilícito, contrário à lei
o u não sancio nado. Como esse versícul o mostra daramente, o contex-
to revela a espécie de relacionamento e m questão. O tipo de porneia
me ncio nado aqui (toiaute) está entre os piores, inimaginável até no
meio daqueles que não têm compromisso algum com Deus.
3. Que nem m es m o os pagãos to ler am.
Ethn e ("pagãos") geralmente é traduzido como "gentios" ou "nações",
mas nesse contexto Paulo se refere, sem dúvida, à sociedade coríntia de
modo geral, isto é, incr édulos que não fazem parte da comunidade de
Cristo.
É evidente que vários m embros dessa comun idade de Cristo eram
gentios.

Livro: "1 Coríntios" (Preben Vang . Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova -
SP, 2018, pág.64).

li
E~udadaem _ /_ /__

LICÃ04
;)
Leitura Bíblica Para Estudo
1 Coríntios 5.1-13, 6. 1-20

Verdade Prática
IMORALIDADE O Evangelho impõe uma separação
E LITÍGIOS clara das práticas erradas que o
mundo acha normal.
1 CORÍNTIOS 5 e 6
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

1. A IMORALIDADE 1Co5.1-8
1. Imoralidade em Corinto 1co 5.1
Texto Áureo
"Todas as coisas me são lícitas, 2. Fomic.ação, adJltério, prostitução 1Co5.2
mas nem todas convêm. Todas 3. Velho fermento 1co 5.6-8
as coisas me são lícitas, mas eu
não me deixarei dominar por li. ASSOCIAÇÕES PERIGOSAS
nenhuma delas"
1Co 5.9-13
1Co 6.12
1. ftDs que se prostituem 1eo 5.9
2. Aos que se dizem irmãos 1co 5.11
3. Afastando o malfeitor 1co 5.12, 13

Ili. LITÍGIOS JUDICIAIS 1Co 6.1-20


1. Sofrer ou causar injustiça 1eo 1-6
2. Quando recorrer ao judiciário 1Co6.7-11
3. Fé e vida andam juntas 1eo 6.12-20

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
L S J _!__., a Q ~ l S
GI 1Co 1Co Mt Am 1Co
5.19 5.9 10.13 5.25 5.15 6.1

Hinos da Harpa: 75 - 20

23
Ução 4 - Imoralidade e Litigios

INTRODUÇÃO o exemplo, proibindo a impureza


incestuosa no decr eto apostólico
No capítulo 5 da carta em estu- (At 15.2 9).
do, o apóstolo Pa ulo alerta a igre-
ja em Corinto sobre a prática de 1. Imoralidade em Corinto
imoralidades no meio dela. Ele os (1Co 5.1).
repreende e recomenda que não "Geralmente, se ouve que há en-
tolerem tais práticas, reprováveis tre vós imoralidade e imoralidade
até mesmo entre os descrentes, tal, como nem mesmo entre os gen-
nem se associem com os que as tios, isto é, haver quem se atreva a
praticam. possuira mulher de seu próprio pai."
No capítulo 6, Paulo cens ura Como já ressaltamos, o povo
os que estavam litigando na jus- de Corinto era famoso por s ua
tiça comum romana contra seus imoralidade. Tamanha era essa
irmãos na fé, e recomenda que as fama que quando os romanos que-
diferenças e ntre eles sejam resol- riam se referir a uma "prostituta",
vidas internamente, evitando in- utilizavam a expressão "moças d e
jus tiças e o mau teste munho aos Corinto". Além disso, segundo os
que são de fora. historiadores, para ide ntificar a
Ao final, Paulo censura práticas fornicação ou prostituição as pes-
impuras que estavam sendo acei- soas utilizavam um termo equiva-
tas como normais pelos crentes lente a "acorintiar".
coríntios, ressaltando que o nosso A Arqueologia descobriu, entre
corpo também pertence ao Senhor, os escombros da cidade, artefatos
pelo que devemos glorificar a Deus feitos de barro re presentando ór-
através dele. gãos genitais. Isto, demons tra a
realidad e imoral desta cidade.
1. A IMORALIDADE Outro fator era que muitos co-
(1Co 5.1-8) ríntios adoravam ao deus romano
do vinho, Dionís io, cujo culto era
É possível que a imoralidade marcado pela e mbriaguez e por
exposta na igreja de Corinto estava grandes orgias. Também havia
sendo tolerada. O termo grego uti- na cidade um templo dedicado à
lizado para fornicação é porneia. deusa grega da ferti lidade, Afrodi-
Paulo, inicialmente, re fere-se a te, cujas sacerdotisas a cultuavam
uma relação incestuosa e ntre um oferecendo "serviços sexuais" no
cristão e sua mad rasta. Esse tipo interior do templo. Alguns cren-
de comporta me nto era repudiado tes corínti os possivelmente fre-
entre os romanos e, principalme n- quentavam o te mplo d e Afrodite,
te, pela Lei de Moisés (Lv 18.8; Dt deitando-se com as "prostitutas
22.30). A Igreja Primitiva seguiu cultuais" (1 Co 6.15).

24
Lição 4 - Imoralidade e Litigios

2. Fornicação, adultério, Outro grave perigo que per-


prostiuição {1 Co 5.2). meava a igreja de Corinto é a
"E, contudo, andais vós ensober- questão da prostituição. Este ter-
becidos e não chegastes a lamentar; mo está ligado à troca de sexo por
para que fosse tirado do vosso meio dinheiro, mas havia também a
quem tamanho ultraje praticou?" prostituição religiosa como uma
Dentro da perspectiva bíblica, forma de culto aos deuses pagãos.
entende-se por fornicação a prá-
tica do sexo por uma pessoa sol- 3. Velho fermento (1Co 5.6-8).
teira; e adultério, a prática sexual "Lançai fora o velho fermento,
ilícita envolvendo pessoa casada. para que sejais nova massa, como
O termo "fornicação" é geral- sois, de fato, sem fermento. Pois
mente atribuído aos jovens não ca- também Cristo, nosso Cordeiro pas-
sados, ou seja, que mantêm relações cal, foi imolado" (5.7).
sexuais sem casar-se. Para alguns A Festa dos Pães Asmos era
'1ibertinos" da cidade de Corinto uma celebração judaica que come-
isso era normal. Tal atitude foge çava no sábado da Páscoa e seguia
totalmente aos prindpios estabele- até ao sábado seguinte (~x 12.14-
cidos por Deus para a humanidade. 18). Durante este tempo, os israe-
Até mesmo nos dias atuais, os litas deveriam jogar fora todas as
princípios divinos vêm sofrendo massas levedadas e não poderiam
ataques intensos do adversário, comer qualquer alimento fermen-
no que tange a se manter puro na tado, simbolizando a purificação
juventude e quanto à fidelidade ao do povo de qualquer impureza.
casament.o. Hoje em dia, t.ornou-se Jesus usou o simbolismo do
obsoleto à jovem e ao rapaz casa- fermento em relação aos ensi-
rem-se virgens. Mas essa "moda" nos equivocados dos fariseus e
libertina não deve ser introduzida saduceus, dos quais os seus dis-
na igreja de Cristo, que é "coluna e cípulos deveriam se resguardar
baluarte da verdade" (1 Tm 3.15). (Lc 12.1).
O Dicionário Houaiss define Para nós, cristãos, lançar fora
adultério da seguinte forma: "É o fermento simboliza valorizar
uma violação, transgressão da o sacriffcio de Cristo, nosso Cor-
regra de fidelidade conjugal, cujo deiro Pascal, livrar-se de antigos
princípio consiste em não man- hábitos pecaminosos e rejeitar
terem relações carnais com ou- ensinos contrários à Palavra de
trem fora do casamento", "para Deus, adotando hábitos sãos e
além de dois", "na cama de outro'~ um padrão de vida santificado ao
Essa prática não se coaduna com Senhor.
os ensinamentos de Jesus (Mt A fala de Paulo também é um
5.27,28; 19.9). apelo para que a igreja em Corin-

25
Lição 4 - Imoralidade e Litígios

to tire do meio de si pessoas que Aqui, Paulo cens ura aqueles q ue


se dizem cristãs, mas insistem em se dizem irmãos, mas se intro-
um estilo de vida munda no, como duzem no meio da igreja apenas
fica claro nos versos 9-13. para causar dissensão entre os
irmãos, p essoas que não renun-
li. ASSOCIAÇÕES ciaram aio pecado e vivem numa
PERIGOSAS (1 Co 5. 9-13) prática pecaminosa contínua. É
preciso tratar este tipo de pes-
LAos quese prostituem (10J5.9J. soa e demonstrar desaprovação
'Já em carta vos escrevi que não ao seu comportam ento, chaman-
vos associásseis com os impuros." do ao arrependimento, para q ue
Paulo r ecomenda aos cristãos o seu mau exemplo, aliado à to-
em Corinto para que não flertem le rância, não contamine toda a
com o pecado. E, mais uma vez, igreja.
adverte a igreja para que não faça
associação com o pecado. 3. Afastando o malfeitor (1Co
Alguns cristãos de Corinto in- 5.12,13).
te rpretaram erradamente a fala de "Os de fora, porém, Deus os jul-
Paulo como uma advertência para gará. Expulsai, pois, de entre vós o
não manter amizade ou negócios malfeitor."
com pessoas de fora da igreja. Quanto às pessoas de fora, se-
Devemos conviver com o mun- jamos luz, deixando os julgamen-
do, sem nos deixarmos influen- tos para Deus. Quanto aos "de
ciar por este. Ao contrári o, deve- dentro", a lição de Paulo é que a
mos ser sal e luz para as pessoas igreja não deve admitir e m seu
que nos cercam, influenciando meio pessoas que se dizem cristãs,
positivamente a nossa sociedade participam da vida da igreja, mas
(Mt 5.13-16). vivem abertamente um estilo de
vida pecaminoso, como se nada de
2. Aos que se dizem irmãos errado estivesse acontecendo.
{1Co 5.11). Essa pessoa deve ser s ub-
"Mas, agora, vos escrevo que m e tid a à disciplina da igreja e,
não vos associeis com alguém caso não se a rrependa e mude
que, dizendo-se irmão, for impu- de atitude, a única alterna tiva
ro, ou avarento, ou idólatra, ou é afas tá-la da comunhão com os
maldizente, ou beberrão, ou rou- irmãos.
bador; com esse tal, nem ainda São casos extremos e isolados,
comais." mas, como no caso exposto por
Na trajetória cristã há muitos Paulo, é a única alterna tiva para
"que se dizem" irmãos mas, na evitar que o seu mau exemplo cor-
verdade, não são (Ap 2.9; 3.9). rompa outros irmãos.

26
Lição 4 - Imoralidade e Litigios

Ili. LITÍGIOS JUDICIAIS resolvendo desentendimentos en-


(1 Co 6. 1-20) tre irmãos de fé, preferencialmen-
te dentro da própria igreja.
Na comunidade de Cristo, ne-
nhuma diferença interpessoal deve 2. Quando recorrer ao judi-
ser irreconciliável. Paulo confronta ciário (1Co 6.7-11).
a situação em que um membro da "Entretanto, vós, quando tendes
comunidade de Cristo leva outro a julgar negócios terrenos, constituís
membro ao tribunal de incrédulos. um tribunal daqueles que não têm
nenhuma aceitação na igreja"(6.4).
1. Sofrer ou causar injustiça A pergunta que sempre se faz é:
(1Co 6.1-6). Os cristãos podem entrar com pro-
''Aventura-se algum de vós, ten- cessos judiciais uns contra os outros?
do questão contra outro, a subme- A resposta a essa pergunta não é
tê-lo a juízo perante os injustos e simplesmente "sim" ou "não". O en-
não perante os santos?" (6.1). sino de Paulo parece definir alguns
A preocupação geral de Paulo critérios para nortear a decisão de en-
nesses versículos é com a identida- trar na justiça contra alguém, repre-
de cristã da igreja. Quando a igreja sentados pelas seguintes perguntas:
usa os mesmos meios que as co- • Existe a lguma forma de uma
munidades não cristãs para resol- questão ser mediada fora do siste-
ver seus desentendimentos, não há ma judiciário?
diferença real entre uma e outra. • A igreja pode mediar e resol-
Os tribunais humanos ne m sempre ver desentendimentos no contex-
são justos em seus julgamentos. to cristão?
Suas decisões podem sofrer in- • Um processo judicial prejudi-
fl uências políticas e financeiras. cará o testemunho cristão levando
A extensão da "crise de identida- a lguém à conclusão de que Cristo
de" dos coríntios é salientada ainda não faz diferença alguma na vida
mais por preferirem, antes da igre- das partes litigantes?
ja, os meios seculares para resolver • O objetivo é vencer a dispu-
contendas entre irmãos em Cristo. ta ou resolver uma questão mais
Paulo diz que é preferível, e mais ampla a fim de promover a paz e a
semelhante a Cristo, ser injustiçado unidade?
do que sacrificar o próprio testemu- De acordo com o ensino de Cris-
nho, resolvendo conflitos por meios to, é preferível abrir mão de direitos,
que violam princípios cristãos. ou sofrer injustiça, a cometer injus-
Uma caminhada cristã mais tiça contra um irmão em Cristo. Só
profunda permite que o poder do em última instância, após esgotadas
Espírito volte a ser visível, dando todas as possibilidades cristãs, é
bom testemunho para o mundo, que se recorre à justiça humana.

27
Lição 4 - Imoralidade e Litígios

3. Fé e vida andam juntas mente fugir. Ser forte é fugir! É


(1Co 6.12-20). um led o engano pensar que você
"Todas as coisas me são /feitas, conh ece se us limites e sabe a té
mas nem todas convêm. Todas as aonde po de ir e quando deve pa-
coisas me são lícitas, mas eu não rar. A mesma Bíblia que nos ma n-
me deixarei dominar por nenhuma da resistir ao Diabo, também nos
delas" (6.12). manda fugir da impureza.
Não se pode separar a v ida O conselho positivo que Paulo
espiritual da vida material. Pau- diz é: 'J\.gora, pois, glorificai a Deus
lo conclui dizend o que o Es pírito no vosso corpo" (6.20). Glorifica-
Santo habita nesse corpo (6.19). mos a Deus no nosso corpo quando
E d á d ois co ns elhos para a igreja: entendem os que este é o temp lo de
um negat ivo e outro positivo. Deus e que não deve ser associado
O negativo é: "Fugi da impure- à imoralidad e. Glorificamos a De us
za" (6.18). Precisam os fugir sem - no nosso corpo quando emprega-
pre da impureza. Em re lação às mos nossas fo rças, energias, dons e
ten tações sexuais, a Bíblia nunca talentos para servirmos ao Senhor
nos manda resistir, mas s implis- e fazer mos a Sua vontade.

APLICAÇÃO PESSOAL
A igreja de Cristo na terra não deve ficar afastada dos pecadores e,
sim, do pecado.

RESPONDA
1) Defina o que significa o termo
rmo fornicação .

2) Que tipo de associações devem ser evitadas pelos cristãos?

3) Qual a relevância espiritual dos nossos corpos?


LIÇÃO 5
CASADO OU SOLTEIRO? EIS
AQUESTAO -
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres. inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGóGICA • Compreender o ensino bíbli-
A partir do capítulo 7 até ao ca- co sobre o casamento.
pítulo 11.1, Paulo trata a respeito • Glorificar a Deus indepen-
de dúvidas e questionamentos que dente do estado civil.
os próprios crentes de Corinto ha- •Valorizar a comunhão e o ser-
viam feito a ele por escrito, o que viço cristão.
é indicado pela frase que inicia o PARA COIVIEÇARAAULA
capítulo: "Quanto ao que me escre-
vestes... " (lCo 7.1). Ou seja, nesse Inicie esta lição evidenciando
interregno de 4 capítulos, o tom da que, como o contexto de Corinto
carta muda um pouco de exortação era de impureza sexual, Paulo reco-
e repreensão e passa a assumir um mendou o casamento como forma
tom mais pedagógico. de proteção contra o pecado, uma
A primeira dúvida respondida vez que os cristãos daquela locali-
pelo apóstolo foi acerca do dilema dade eram tentados à fornicação.
entre permanecer solteiro ou ca-
Porém, isso foi uma observação do
sar-se. Paulo expressa clara prefe-
próprio Paulo, o que reforça que
rê ncia pessoal pela permanência
do estado de soltei ro. Por outro nem o casamento nem o celibato
lado, reconhece a importância e são para todos, mas que cada pes-
as responsabiHdades em torno do soa nasceu com um propósito.
casamento, dando recomendações Essa foi a exortação de Paulo.
aos que já são casados. Posteriormente, apresente as do Se-
Paulo fala também da situa- nhor. E, dentre elas, que existe uma
ção dos que estão casados com recomendação para que o casal viva
incrédulos, sobre d ivórcio, viu- em reciprocidade (lCo 7.3-5).
vez e novo casamento.
RESPOSTAS DA PÁGINA 34
1) Cuidar das necessidades sexuais um do
PALAVRAS-CHAVE outro. proteger da tentação e fortalecer a
Aconselhament o • Sexualidade união de corpo e espírito.
• Casamento 2) Que permaneçam solteiros.
3 Gerado: paz. Evitado: discórdia.
Lição 5 - Casado ou Solteiro? Eis a Questão

LEITURA COMPLEMENTAR
A situação na Corinto ro ma na não era drasticamente dis tinta da
situação na sociedad e ocid e ntal da atu alid ade. Embora os a rgume n-
tos talvez sejam difere ntes, a aceit ação d a in continência sexual como
algo "comum" ou "espe rado" co ntinua a ser tão comum que as o bj e-
ções a essa "norma" parecem mo ralis tas e retrógrad as.
Diante d essa realidade, Pa ulo lembra os corín tios da impo rtâ ncia
da intimid ade conjugal. Uma vez que a intimidade sexu al cr ia e ntre
os cô njuges uma união que vai alé m d o me ro p raze r físico (6.16) , a
in timidade e a relação sexual pertencem exclusivamente ao âmbito
do casame nto, entre ma rido e esposa. O uso enfá ti co pelo apóstolo da
expressão "seu próprio" é rele va nte. Cada homem ou m ul he r deve ter
relações sexuais com seu próprio cônj uge. Cr istãos q ue e ncontram
a rgumen tos - sejam emocionais ou racio nais - para a promiscui dade,
não entende m as q uestões mais pro fund as associadas ao sexo, ao re-
lacioname nto e à espiritualidade.
O sexo d eve ocorre r some nte entre mar ido e esposa, pois constrói
e expressa - em vez d e violar (1 Co 6.186)
Uma un ião física e espiri t ual que man ifesta as inte nções de Deus
para com sua criação (Gn 2.2 4).

Livro: "1 Coríntios" (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova -
SP, 2018, pág.93,94).

li
E~udadaem _ /_ / __

LICÃO 5
.>
Leitura Bíblica Para Estudo
1 Coríntios 7. 1-40

Verdade Prática
Assim como apoiamos e promove-
mos o casamento, devemos apoiar
a condição de solteiro como hon-
rada e produtiva para Deus.
1 CORÍNTIOS 7
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

1. CASAR OU VIVER SOLTEIRO


Texto Áureo 1Co 7.1-7
"Ande cada um segundo o Se-
1. Decisão a ser tomada 1eo 7. 1
nhor lhe tem distribuído, cada
um conforme Deus o tem cha- 2. Fidelidade conjugal 1Co7 2-5
mado. É assim que ordeno em 3. A abstinência no casamento 1co 7.5
todas as igrejas. "
1Co 7. 17 li. OS SOLTEIROS 1Co 7.8-11
1. Simplesmente solteiro tco 7.8,9
2. Solteiro novamente 1eo 7.10
3. Que não se casem 1Co 7.11

Ili. OS CASADOS 1eo 7.12-40


1 Julgo desigual 1co 7.12-23
2. Divórcio tco 7 24-40
3. Novo casamento 1co 7.39,40

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
Ll L!.. a , --º- Q_, ~ _j
Rm Tt Mt 2Co SI Hb
12.1 2.6 6.33 6.14 68.6 13.4

Hinos da Harpa: 77 - 432

29
Lição 5 - Casaoo ou Solteiro? Eis a Questão

2. Fidelidade conjugal (1Co


INTRODUÇÃO
7.2-5).
Paulo ago ra tra ta de pergun- "Mas, por causa da impureza,
tas e assuntos es pecíficos que cada um tenha a sua própria espo-
ch egaram até ele em uma carta sa, e cada uma, o seu próprio mari-
enviada pela igreja co ríntia (7.1). do" {lCo 7.2)
Ele passa de um tom de rep reen- A situação na Corin to romana
não era dras ticamente distin ta
são um tanto severo e corretivo
para um tom pastoral e i nfor- da sit uação na sociedade atual.
mativo, e en tão passa a trata r de Diante dessa realidade, Paulo
questões que requere m discerni- lembra os coríntios da importân-
cia da intimidade conjugal. Uma
me nto espiritual mais profundo
e orientação pas toral. vez que a intimidade sexual cria
entre os cônjuges uma união q ue
1. CASAR OU VIVER vai além do mero praze r físico
SOLTEIRO (1Co 7.1-7) (6.1 6), a intimidade e a relação
sexual pe rte ncem exclusivame n-
1. Decisão a ser tomada (1Co Z1). te ao âmbito do casame nto, entre
"Quanto ao que me escrevestes, marido e es posa.
é bom que o homem não toque em O uso enfático pelo apóstolo
mulher." da expressão "seu próprio" é re-
A propensão mais comum do levante. Cada home m ou mulher
ser humano é o casamento. Nesse deve ter relações sexua is com
versículo Paulo trata da questão seu próprio cô njuge. Cris tãos q ue
do celibato em contraste com o encon trai m argumentos, sejam
casamento. A condição d e soltei- emociona is ou racionais, para
ro, sinônimo de celibatári o, não é a promiscuidade, despreza m as
para todos, não é algo a ser busca- questões mais profu ndas associa-
do a fim de o bter benefícios espi- das ao sexo, ao relacionamento e
rituais, mas algo a ser valor izado à espiritualidade.
com o dom es pecial. Cada um deve
fazer s ua decisão confor me o dom 3. A abstinência no casamento
que recebeu de De us (7.17, 20,24). (1Co 7.5).
Alguns recebem o dom d o celi ba- "Não vos priveis um ao outro, sal-
to, outros recebem o dom do casa- vo talvez por mútuo consentimento
'
mento. por algum tempo, para vos dedicar-
Alguns em Corinto argumen- des à oração e, novamente, vos ajun-
tavam que a abstinência sexual os tardes, para que Satanás não vos
colocava em um patamar ,e spiritual tente por causa da incontinência."
mais elevado. Paulo nega que seja o Em ve z de considerar a intimi-
caso. dade sexual pecaminosa ou vê-la

30
Lição 5 - Casado ou Solteiro? Els a Questão

como obstáculo para a verdadeira Se é dificil permanecer solteiro


espiritualidade, Paulo a enxerga no mundo de hoje, de modo geral,
como fator de comunhão entre por vezes pode ser ainda mais di-
os cônjuges e de proteção contra ficiJ em alguns meios cristãos. A
o pecado. Aliás, uma questão de forte ênfase sobre o casamento na
responsabilidade, tanto da espo- maioria das igrejas evangélicas dá
sa quanto do marido, certificar-se a impressão de que a condição de
de que a intimidade sexual per- solteiro é indesejável e deve ser
maneça constante e habitual. considerada uma infeliz situação
O distanciamento sexual ou o temporária.
desinteresse de uma das partes Igrejas que usam ocasiões se-
abre a porta para a tentação e dá culares como "Dia das Mães" e "Dia
a Satanás a oportunidade de rom- dos Pais" para promover o sólido
per a união entre os cônjuges. A ensino cristão devem considerar
ênfase de Paulo sobre a mutuali- a possibilidade de incluir um "Dia
dade nessa questão de monstra o dos Soltei ros" para ajudar a desta-
caráter do casamento cristão. car o ensino de Paulo nessa área.
Os cônjuges não devem se ver Há igrejas com min istérios
como pessoas que simplesmente cristãos voltados para soltei ros,
resolveram morar juntos no mes- que têm como objeti vo também
mo lugar para dividir uma cama e ajudá-los a viver bem como sol-
um espaço de convívio. Antes, se teiros como também a encontrar
tornaram um só; um pertence ao outros solteiros do sexo opos to,
outro, a ponto de as decisões, in- de ma neiras que conduzam a
clusive sobre o próprio corpo, pre- um casamento bem-sucedido, se
cisarem ser tomadas em conjunto. fo r o caso.
Como extensão um do outro, seu
objetivo individual é também cui- 2. Solteiro novamente (1Co ZlO).
dar das necessidades sexuais um "Ora, aos casados, ordeno, não
do outro, proteger da tentação se- eu, mas o Senhor, que a mulher não
xual e fortalecer a união de corpo se separe do marido"
e espírito. Ministérios para aqueles que
já foram casados se concentra m
li. OS SOLTEIROS (1Co 7.8-11) com frequência em ajudar os
membros a lidar com a dor do
1. Simplesmente solteiro divórcio ou da perda de um côn-
(1Co 7.8,9). juge, visando a prepará-los para a
"E aos solteiros e viúvos di90 vida a sós ou para um novo rela-
que lhes seria bom se permaneces- cionamento bem-sucedido.
sem no estado em que também eu A exortação de Paulo quanto ao
vivo" (1 Co 7.8). casamento e/ou ao recasamento é

31
Lição 5 - Casado ou Solteiro? Eis a Questão

fundam entada, em grande parte, A pressão para que os soltei-


na consciência de que a impure- ros cristãos se casem ou recasem
za sexual pode ser um tropeço pode ser intensa. A fim de atentar
para as pessoas. De acordo com o para o ensino de Paulo nesses ver-
apóstolo, solteiros que não lutam sículos, é necessário que as igrejas
com esse desejo devem ser enco- comecem a ressaltar a dignidade
rajados a se alegrar com o fato de da condição de solteiro e seu valor
que Deus lhes concedeu o dom d e para o ministério do reino.
concentrar todas as suas energias
para viver bem e servir a Cristo. Ili. OS CASADOS (1Co 7.12-40)
3. Que não se casem (1Co 7.11) 1. Jugo desigual (lCo 7.12-23).
"(Se, porém, ela vier a separar- ''Aos mais digo eu, não o Senhor:
-se, que não se case ou que se recon- se algum irmão tem mulher incré-
cilie com seu marido); e que o ma- dula, e esta consente em morar com
rido não se aparte de sua mulher" ele, não a abandone" (7.12).
Sua ordem para permanecer A presença de Cristo por meio
solteiro deve ser entendida como do cristão deve gerar maior paz (e
uma exortação para que os cônju- não discórdia) no casamento e no
ges, uma vez separados, se recon- lar, pois o cristão é ajudado pelo
ciliem. Os que chamam de Senhor Espírito de Cristo. Este ensino de
aq uele que reconciliou o mundo Paulo acerca da bê nção e da pro-
consigo devem se sujeitar uns aos teção espiritual que o cristão traz
outros e buscar a reconciliação. para o lar em que o outro cônjuge
Nada aquém disso evide nciará o não tem a mesma fé, no en tanto,
poder e a presença de Cristo. Esse não tem o propósito de incentivar
é o princípio entre os cristãos, casamentos mistos ou jugo desi-
conforme ensinado por Cristo. gual, mas oferecer uma palavra de
No entanto, a aguçada cons- encorajamento e confiança para o
ciência de Paulo da si tuação es- cônjuge cristão que recebeu Jesus
pecífica e m Corinto, bem como como Senhor e Salvador já de ntro
sua mudança de tom nesses ver- desse relacionamento.
sículos, de diretivas pa ra orien- Geralmente, a desigualdade en-
tação pastoral, atenua o cará ter tre um e outro é comparada a um
incisivo da ordem. Como os ver- objeto denominado "jugo". O jugo
sículos (8 e 9 e de 12 a 15) mos- era uma peça de madeira que ser-
tram, é preciso levar em conside- via para alinhar dois animais para
ração circunstâncias es peciais, fins de trabalhos no campo. O obje-
tratando os casos com atenção tivo é que o trabalho seja dividido
ao e nsino do Senhor e com muito em dois para que não seja dificul ta-
cuidado e graça. da a ação por uma só pessoa.

32
Lição 5 - Casado ou Solteiro? Eis a Questão

À medida que o cris tão per- pírito de Cristo proverá a graça


manecer fiel em sua adoração necessária para manter o foco na
e devoção a Cristo, o poder de semelhança de Cristo dentro da
Deus operará por meio do cris- situação e m questão; e també m
tão para trazer as bênçãos da a permanecer na vocação e dom
presença divi na ao seu la r. O foco de cada um.
do e ns ino de Paulo co ntinua a Segundo Jesus a permissão de
ser sobre a capacitação concedi- divórcio era uma exceção dada
da pelo Espírito e sobre o teste- por Moisés por causa da dureza
munho da presença renovadora do coração humano. 'Replica-
de Cristo que o cris tão trará a ram-lhe: Por que mandou, então,
seu lar, principalmente sobre Moisés dar carta de divórcio e
seus filhos (l Co 7.14). repudiar? Respondeu-lhes Jesus:
Por causa da dureza do vosso co-
2. Divórcio {lCo 24-40). ração é que Moisés vos permitiu
"Estás casado? Não procures repudiar vossa mulher; entretan-
separar-te. Estás livre de mulher? to, não foi assim desde o princípio
Não procures casamento" (7.27). (Mt 19. 7-8).
O objetivo de Paulo não é criar Em outras palavras, quanto
uma nova "lei cristã" adequada a ao casamento, ser fiel ao seu dom
todas as situações imagináveis, significa manter-se casado, se
mas for necer orientação teológi- obviamente esse é seu dom; ou
ca e pastoral acerca de como os manter-se celibatário, se esse for
cristãos podem e precisam per- o seu dom. Qualquer coisa fora
manecer voltados para a imitação disso tem suas consequências
de Cristo em situações diversas e
difíceis. 3. Novo casamento {lCo
Preocupado com a preser- 7.39,40).
vação do la r cris tão, e le instrui ''A mulher está li9ada enquan-
seus leitores à s ujeição mútua e to vive o marido; contudo, se fale-
à reconciliação. Preocupado com cer o marido, fica livre para casar
o cristão que talvez precise ser com quem quiser, mas somente no
liberado de uma situação into- Senhor" (7.39).
lerável em um lar misto, ele re- Divórcio e novo casamento é
move a culpa do divórcio qua ndo contemplado neste texto como ex-
inevitável. ceção e não como regra. Somente
Paulo tem a convicção de que quando inevitável. A reconciliação
a presença de Cristo se torna evi- e a restauração do casamento são
dente por me io da reconciliação possíveis mesmo depois do divór-
e da sujeição mútua. Em outras cio e devem ser buscadas em Iugar
palavras, a capacitação pelo Es- de novo casamento.

33
Lição 5 - Casado ou Solteiro? Bs a Questão

Nos últimos versículos do ca- vocês estão. Segundo conselho:


pítulo 7, Paulo expõe sua preocu- Se você não aguenta, case-se. Ter-
pação com as viúvas e viúvos. E ceiro conselho: Case-se, mas so-
acrescenta que o vínculo matri- mente no Senhor.
monial perdura enquanto ambos O casamento no Senhor indica
os cônjuges estiverem vivos. Em que deve ser em amor e fé. Isso
caso de morte de algum deles, significa maior probabilidade de
essa união é dissolvida e o cônju- harmonia se compartilhare m a
ge vivo fica livre para "casar com mesma fé. O amor supremo che-
quem quiser", mas somente no ga quando duas pessoas se amam
Senhor. Deus quer o melhor para entre si e quando seu amor é co-
nossas vidas. mum em Cristo. Vivem juntos,
Paulo dá três conselhos para oram juntos; e a vida e o amor se
as viúvas naquele contexto. Pri- combinam para ser um ato contí-
meiro conselho: Fiquem como nuo de adoração a Deus.

APLICAÇÃO PESSOAL
A igreja deve apoiar a condição de solteiro como honrada e produtiva
para Deus, assim como apóia o casamento, promovendo iguais inicia-
tivas e oportunidades a ambos os casos.

RESPONDA
1) Qual o objetivo individual dee cada cônjuge dentro do casamento?

2) Qual a recomendação para os cônjuges separados?

3) Qual sentimento deve ser gerado e qual deve ser evitado pelo cristão no casamento?
LIÇÃO 6
AUMENTO, ÍDOLOS E A
-
LIBERDADE CRISTA
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
. é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÕGICA • Explicar o conceito da liber-
No capítulo em a preço, Pa ulo dade cristã.
sai de um assunto mais es pecí- • Compreendera dife rença en-
fico, o casame nto, e vai pa ra um tre liberd ade e libertinagem.
ass unto mais a mplo, o relaciona- • Buscar e promover aquilo
mento social, a exe mplo das fes- que é lícito e edifi cante.
tas d aquela socieda de, nas quais,
de alguma forma, os cris tãos de PARA COMEÇARA AULA
Corinto estavam inseridos; e nis-
so, há um a pelo pa ra que os cre n- Comece a aula, sob a perspecti-
tes fossem um exemplo de fé na va de que os Judeus já eram ensina-
graça de Deus. dos desde cedo que havia um único
É nessa pers pectiva que o Deus ( como s uges tão leia com a
apóstolo direciona o seu argu- classe Deuteronômio 6.4).
mento sobre libe rda de cris tã, Sendo ass im, Pa ulo evidenciou
mos trando que ele e ra um gra n- que os deuses estranhos nada são,
de incentivado r dessa libe rd ade. isto é, eles não tê m nem uma reali-
Poré m, não no sentido a mplo, dade e nem um poder sequer nes-
mas res tritivo, o que mostra que te mundo. Dessa maneira, o comer
a liberdade em Cris to n ão nos ou não comer as comidas sacrifi-
deixa mais presos nos ritos ju- cadas aos ídolos - o que é enfati-
daicos, todavia, também, n ão so- zado no Capí tulo 8 - não faz bem
mos livres para faze rmos o que nem mal. Então, por que comer,
queremos ; mas tudo isso est á se o comer escandaliza os nossos
pautado no amor ao próximo. irmãos? Nossa liberdade está ba-
seada no amor.

RESPOSTAS DA PÁGINA 40
PALAVRAS-CHAVE 1) O que sai da boca .
Liberdade • Lim ites • Fé • Ídolos • 2) Ajuda a fortalecer a fé dos ma is fracos.
Testemunho 3) Salvação por meio de Cristo e o testemu-
nho para a comunidade.
Lição 6 -Alimento, Ídolos e a Liberdade Cristã

LEITURA COMPLEMENTAR
No contexto de Corinto, a questão era a participação em eventos pú-
blicos importantes tanto para a estrutura social da cidade quanto para a
proeminência pessoal do indivíduo. A participação no culto imperial era
uma excelente oportunidade para interação social e para fazer contatos.
É possível que fosse considerada um dever cívico pelos coríntios an-
siosos por demonstrar sua lealdade a Roma. O antigo Apologista Tertulia-
no (160-220 d.C.) permite a participação em banquetes em homenagem
ao aniversário do imperador como um dever cívico, mas logo em seguida,
ressalta como a participação dos cristãos deve diferir nitidamente da par-
ticipação dos não cristãos.
Parece haver um paralelo direto com nossa situação atual. O desejo
humano de obter proeminência pessoal e a empolgação dle circular por
meios socialmente importantes apresenta diversas tentações de minimi-
zar a importância do relacionamento com Deus.

Livro: "1 Coríntios" (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova -
SP, 2018, pág.138).

li
Estudada em _ ! _ ! __

LIÇÃ06 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 8 e 1O
AUME
Verdade Prática
ÍDOLOSEA A liberdade cristã é enriqueci-
da pelo limite do bom teste-
LIBERDADE CRISTÃ munho e do amor ao próximo.
1 CORÍNTIOS 8 e 10
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

1. COISAS SACRIFICADAS A
ÍDOLOS 1Co 8.1-8
Texto Áureo 1. Conhecimento x Amor 1eo 8.1 3
"Todas as coisas são lícitas, mas 2. Ídolos e Deus 1eo 8.4-6
nem todas convêm; todas são líci-
11 3. Fracos e fortes 1Co8.7,8
tas, mas nem todas edificam.
1Co 10.23 li. LIBERDADE TEM LIMITES
1Co8:9-13, 1Co 10.1-13
1. O amor ao proximo 1Co 8.9-12
2. Não ao individualismo 1eo 813
3. Em pé, não caia 1eo 10.1-13

IIL DIREITOS VERSUSTESTEVllNHO


1Co 10.14-33
1. Celebrações 1co 10.14-22
2. Lícito, mas não edifica 1co 10.23-30
3. Fé e vida prática 1co 10.31-33

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
(s--, T ~ ~(si S "
GI 1 Pe 1Co 1Co GI Rm
5.13 2.16 6.12 10.31 5.1 14.17

Hinos da Harpa: 235 • 266

35
Lição 6 -Alimento, Ídolos e a Liberdade Cristã

INTRODUÇÃO partes iguais: 1) para o ído lo; 2)


para quem a oferecia, levar para
A questão no Capítulo 8 é casa e comer; e 3) era dada ao
diretamente relacionada ao as- templo/sacerdote. A carne dada
sunto tratado no capítu lo 10: ao templo comumente era vendi-
alimentos ofere cidos a ídolos. da em restaurantes e feiras, por
Ao abordar o assunto pela pri- um preço bem mais barato, sendo
meira vez (no Capítulo 8), Paulo muito procurada por todos, inclu-
orie nta a igreja sobre o uso de sive cristãos.
alimentos sacrificados e tam- Isto levantava a seguinte per-
bém escreve sobre os limites da gunta: "Os cristãos podem comer
liberdade cristã. No Capítulo 10, esta carne oferecida a ídolos
o apóstolo exp ressa profunda vendida nas feiras a menor preço
frustração com as práticas pa- ou servid a na casa dos amigos?"
gãs de alguns indivíd uos que se Ao invés de fala r de comida, Pau-
diziam cristãos. lo primeiramente compara o sa-
ber e o amor. O comportamento
1. CQISAS SACRIFICADAS cristão é baseado no amor e não
A IDOLOS (1Co 8. 1-8) somente no conhecimento/sa-
ber. "O saber ensoberbece, mas o
1. Conhecimento x Amor (1 amor edifica".
Co 8.1-3). O verdadeiro conhecimento
"No que se refere às coisas sa- de Cristo leva o cristão a consi-
crificadas a ídolos, reconhecemos derar de que maneira seu com-
que todos somos senhores do saber. portamento pessoal afeta outros
O saber ensoberbece, mas o amor cristãos quanto a sua fé. O amor
edifica" (1Co 8.1). a Cristo e a preocupação com os
A igreja em Corinto estava outros devem prevalecer sobre
inserida num contexto pagão, os direitos pessoais.
assim como Israel estava entre
os Cananeus, e nós, semelhan- 2. Ídolos e Deus (1 Co 8.4-6).
temente estamos cercados por "No tocante à comida sacrifi-
toda sorte de crenças e tipos de cada a ídolos, sabemos que o ído-
"fé". Era comum, entre os corín- lo, de si mesmo, nada é no mundo
tios, servir a carne sacrificada e que não há senão um só Deus"
a ídolos em festas e banquetes, {1Co 8.4).
convidando amigos e parentes Paulo compara os ídolos a
(dentre eles cristãos) para com- nada, porque não existem o u-
partilharem juntos. tros "deuses" senão um só, que
A carne oferecida em sacrifí- é Deus. Existem muitos ídolos e
cio a ídolos era dividida em três imagens que tentam ocupar o h1-

36
Lição 6 -Alimento, Ídolos e a Liberdade Cristã

A resposta pas toral de Paulo "Aquele, pois, que pensa estar


aos fracos é: "Vão em frente, co- em pé veja que não caia" (1Co
mer carne não prejudicará seu 10.11).
relacionamento com Deus". E aos Para preven ir os corínti os de
fortes, afirma: "Em vez de pensar praticarem a ido latria e se man-
só em seus próprios direitos, terem separados num ambi ente
certifiq uem-se de não escanda- repl eto de fes tas e r ituais idola-
lizar o cris tão mais fraco" (leia tras, Paulo apresenta os exe m-
Mateus 15.1-2 0 nesse con texto). pl os da história de Israel. Ele
narra os grandes feitos e privi-
2. Não ao individualis- légios concedidos pe lo Senho r
mo {1Co 8.13). ao Se u povo, bem como o trágico
"E, por isso, se a comida ser- fim que tiveram, com os "corpos
ve de escdndalo a meu irmão, espalhados pelo deserto" quan-
nunca mais comerei carne, para do o Senhor não se agrado u da
que não venha a escandalizá-lo" ma iori a deles.
(1Co 8.13). "Estas coisas ocorreram
O individualismo tende a como exemplos para nós, para
reinar quando os crist ãos con- que não cobicemos as co isas
sideram que a fé é uma ques- más que eles fizeram" (1Co
tão pessoal e partic ular. É mais 10. 6) . Que coisas más são es-
conveni ente concluir que cada tas? Ido latria, imoralidade,
indivíduo é exclusivamente res- co locar o Senh or à prova, m ur-
ponsável por sua própria fé, mas muração, r ebe li ão et c.
Paulo rejeita esse individualismo Após ilustrar se u ensino com
entre os cristãos. exemplos do povo de Israel,
Com base em princípios cris- Paulo concl ui, dizend o: Estas
tológicos, ele remove qualquer coisas lhes sobrevieram como
argumento que s ugira que só o exemplos e foram escritas para
cristão mais fraco precisa lidar adve rtência nossa, de nós sobre
com a confusão causada pelo q uem os fins dos séculos têm
estilo de vida dos cristãos mais chegado. Aquele, pois, que pen-
fortes. Aqueles que pertencem sa estar em pé veja que não caia.
a Cristo são, acima de tudo, res- Não vo s sobreveio tentação que
ponsáveis por ajudar a fortalecer não fosse humana; mas Deus é
a fé dos mais fracos; os direitos fie l e não permitirá que sejais
pessoais e individuais ficam em tentados além das vossas fo rças ;
segundo plano. pelo co ntrário, juntamente com
a tentação, vos proverá livra-
3. Em pé, não caia (1 Co mento, de sorte que a possai s
10.1-13). suportar.

38
Lição 6 -Alimento, ldolos e a Liberdade Cristã

Ili. DIREITOS VERSUS 11


Deus é moralmente
lESTEMUNHO (1Co 10.14-33) responsável por dar a boa
coisa chamada livre-arbítrio I

Os seguid or es d e Jes us têm mas não é moralmente


co mo o bjetivo ser imitadores de responsável por todos os
Cristo e m tudo o que fazem. O males que fazemos com a
testemunho deles acerca de seu nossa liberdade. 11

relacionamento com Cristo te m


No rman Geisler
precedên cia so bre seus direitos
e os leva a reje itar ações que
compro me tem esse tes te munho.
ma is impo rta nte: É proveitoso?
1. Celebrações (lCo 10.14-22). Se algo é ilegal, ou n ão é permiti-
"Não podeis beber o cálice do do, não d eve ser fei to; se é legal
Senhor e o cálice dos dem ônios; não o u p ermitido, existe a p ossi bi ti-
podeis ser participantes da mesa dade de que, ainda assim, não
do Senhor e da mesa dos demônios" deva ser feito. A ba lança na qual
(1Co 10.21). se d eve pesar a questão é a edi-
Pa ulo se preocupa com a mis- ficação da comunidade. A ação
tura entre a ado ração a Deus e contribui para o fortalecim e nto
a ado ração idólatra da cultura o u a edifi cação da igreja de Cris-
pagã. Os fo rtes se julgava m ca- to o u serve de empecilho? Em
pazes de lidar com a participa- vez de conco rd a r com um con-
ção direta em eventos seculares junto de leis cristãs a ser ap li ca-
sem ser e m levad os à idolatria. do d e fo rm a indiscrimi nada, ele
Os eventos sociais, religiosos, coloca diante de seus leitores
profis sionais e cultura is que po- três perguntas qu e os obriga m a
dem ser con siderados inofens i- pensar: em seu lugar, o qu e faria
vos, muitas vezes têm potencial Jes us? Esta ação prejudica seu
de levar à tra ns igê ncia do e ns ino testemunho? Este a to ofe nde a fé
de Cristo. de o utrem? (v. 24).

2. Lícito, mas não edifica 3. Fé e vida prática (1 Co


{lCo 10.23-30). 10.31-33).
"Ninguém busque o seu próprio "Portanto, quer comais, quer
interesse, e sim o de outrem " {lCo bebais ou f açais outra coisa qual-
10.24). quer, fa zei tudo para a glória de
Declarar q ue algo é lícito não Deus" (lCo 10.31).
o torn a m oralmente correto. De Quando o padrão do compor-
acordo com Pau lo, os cr is tãos ta me nto cris tão é só o fato de
são norteados por uma pergunta algo se r p ermitido, torna-se pos-

39
Lição 6 -Alirrento, ldolos e a Liberdade Cristã

sível dissociar a doutrina cristã tuação, Paulo os chama a sere m


da vida cristã. Para o apóstolo, seus imitadores, assi m com o ele
o que revela de fato a identi da- procura imitar a Cristo. A vida
de cris tã é a salvação po r meio prática cristã deve demonstrar
de Cristo e, ao mesm o tempo, o o ensino de Cristo. Essa é a regra
testemunho pa ra com a comu- para a vida e o pensamento cris-
nidade. Para corrigir essa si- tãos. O ensin o cristão não deve
estar separado do viver cristão.

APLICAÇÃO PESSOAL
Cristo revelou um novo conjunto de prioridades e um novo modelo
de vida fundamentada em ser como Ele é, no bom testemunho e no
amor ao prox1mo.

RESPONDA
1) Segundo o ensino de Cristo, em Mateus 15.11 -18, o que contamina o homem?

2) Qual a responsabilidade dos cristãos mais maduros?

3) Segundo a lição, o que de fato revela a identidade cristã do indivíduo?


LIÇÃO 7
PAULO, EXEMPLO DE
LIBERDADE
••••••
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página .

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÕGICA • Atestar a au tenticidade do
Exponha, amado professor, apostolado de Paulo.
que embora pareça albrupta a • Entender que vale a pena
transição do capítulo 8 para o 9, abrir mão de alguns direitos em
prol do reino de Deus.
Paulo não está fugindo comple-
• Aprender com o exemplo de
tamente da ideia de participação liberdade e renúncia de Paulo.
dos coríntios em festas a fim de
falar sobre o seu digno direito
PARA COMEÇARAAULA
de ser remunerado por exercer
o a postolado. O fato é que, em Pergunte à classe quem acha dig-
ambas as sessões, o que está em no que nossos professores do Brasil
sejam mais bem remunerados; se
questão são os direitos.
alguém aceitaria trabalhar incan-
O apóstolo evidencia que ele
savelmente sem ser pago por esse
te m todo o direito de exi.gir algo trabal ho; se pastnres de nossa igreja
dos coríntios; e le foi o agente de são tão importantes quant:o o médi-
salvação para os crentes daquela co, que cwda da nossa saúde; o advo-
localidade, recebeu o apostolado gado, o qual cuida das nossas causas
de maneira diferenciada dos de- judicias, entre outros profissionais.
mais; isto é, aqueles crentes eram Pergunte também o porquê de não
termos dificuldade de aceitar que as
beneficiários de Paulo, eram seus
pessoas que cuidam da nossa vida
devedores. Contudo Paulo abriu
aqui na terra sejam recompensadas
mão de seus direitos, a fim de ser por isso, mas que, às vezes, temos di-
um exemplo de liberdade e renún- ficuldades em valorizar aqueles que
cia àquela igreja. cuidam da nossa alma

RESPOSTAS DA PÁGINA 46
PALAVRAS-CHAVE 1) F
Liberdade • Direitos • Renúncia 2) F
3)V
Lição 7 - Paulo, Exelll)lo de Lberdade

LEITURA COMPLEMENTAR
O Apóstolo Paulo era questionado por um grupo em Corinto. Ele
começou esse capítulo com cinco perguntas. A primeira pergunta,
ele responde com a sua própria vida. Paulo era um homem livre. Não
para fazer o que ele bem desejasse; mas para usar todos os direitos
que ele tinha como Apóstolo de Cristo.
Paulo se dizia liberto de todo sistema secu lar e religioso vigente;
assim, ele estava livre das ama rras para exercer o seu apostolado, em
toda s ua plenitude.
As exigências fundamentais para ser apóstolo foram cumpridas
por e le. Ele tinha visto Jesus n o cami nho de Damasco.
Em seguida, ele assenta seu aposto lado sobre as bases de seu efei-
to; ou seja, por meio de sua pregação do Evangelho, ele conq ui sta os
coríntios para o Senhor.
Paulo apresenta sua forte defesa de si mesmo; ao qualificar a con -
versão dos coríntios, com o sendo ele um instrumento nas m ãos de
Cristo; porquanto, ela envolve uma espécie de nova criação da alma.
No versículo 2, ele consolida esse pensamento ao dizer: "Mesmo
que os outros não me aceitem como apóstolo, vocês não têm como não
me aceitar. A prova é que vocês estão unidos com o Senhor. Isto prova
que sou um apóstolo."

Livro: "Comentário Exegético da I Carta aos Coríntios" (Oton Miranda de Alencar).

li
Estudada em _ /_ / __

LIÇÃ07 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 9. 1-27

PAULO, EXEMPLO Verdade Prática


O compromisso com o Evangelho
DE LIBERDADE é maior do que qualquer direito
pessoa/.
1 CORÍNTIOS 9
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

1. AUTENTICIDADE 1 Co 9.1-6
Texto Áureo 1. Autenticidade do chamado 1eo 91-2
"Fiz-me fraco para com os fra -
cos, com o fim de ganhar os 2. Autenticidade dos direitos 1co 9.3-4,6
fracos. Fiz-me tudo para com 3. Autenticidade da liberdade 1co 9.15
todos, com o fim de, por todos
os modos, salvar alguns. " li. DIREITOS 1Co 9.5-12
1Co 9.22
1. Casamento 1eo 9.5
2. Sustento 1co 9. 7
3. A Lei 1Co 9. B-11

Ili. RENÚNCIA 1eo 9.12-27


1. Liberdade para renunciar 1eo 9.12-18
2. Rerudar para pregar a tocbs 1eo 9.19-23
3. Prêmio da renúncia 1Co 9.24 27

/'
",
APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
' S l L l a , l~ n7 --L
Mt Lc Fp Me Fp Fp
16.24 5.28 3.8 10-45 2.7 2.8

Hinos da Harpa: 186 - 418

41
Lição 7 - Paulo, Exemplo de Liberdade

isso, Paulo não teria direitos nem


INTRODUÇÃO
liderança sobre aqueles irmãos.
Por toda carta, Pa ulo argu-
No Capítulo 8, vi mos que a
me nta, como se pergun tasse: "O
liberdade d o cristão não é regi-
que prova que alguém é verda-
da pelos seus direitos, mas pelo
deirame nte um apóstolo de Je-
amor ao próximo. Paulo instrui
sus?" El e mesmo e nume ra esses
os irmãos a abrirem mão de cer-
requisitos:
tos direitos individuais em favo r
da unidade e ntre os irmãos e do
1) Ter visto a Jesus Cristo;
2) Trabalhar pelo Evangelho;
testemunho da igreja perante
3) Produzir frutos.
os de fora da comunidade cristã
Ele tin ha todas os predicados
(l Co 6.7). A ética cristã consiste
de um cha mado autêntico. Qual-
em colocar as necessidades d o
que r outra pessoa poderia ques-
próximo aci ma de nossos direi-
tionar seu apostolado, menos a
tos inividuais (lCo 8.9).
igreja de Corinto (l Co 9.2). Paulo
No Capitulo 9, Paulo ilustra
gerou aque les irmãos e m Jesus
esses princípios a través de sua
(1Co 4.1 5). Paulo os compara ao
própria vida abnegada. Ele enu-
selo de seu apostolado. O selo é
mera vá rios direitos aos quais fa-
um carimbo que prova a auten-
ria jus na qua lidade de apóstolo,
ticidade; ou seja, a própria exis-
mas demonstra como ab riu mão
tência deles, corn o seguidores de
de todos eles para que o Evange-
Cristo, é prova de seu apostolado
lho fosse pregado com liberdade,
sem obstáculos, ao ma ior número autêntico.
Reconhecida a autencidade
de pessoas possível.
de seu apos tolad o, Paulo t eria
1. AUTENTICIDADE inúme ros direitos e privilégios
(1Co 9.1-6)
legíti mos, mas resolve u abrir
mão de todos eles para pod er
1. Autenticidade do chama- pregar o Evangelho a todos os
do {lCo 9. 1). gr upos que viviam em a trito na
"Não sou eu, porventura, li- igreja de Corinto.
vre? Não sou apóstolo? Não vi Paulo tem o cuidado de não
Jesus, nosso Senhor? Acaso, não afirmar que os corínti os são sua
sois fruto do meu trabalho no igreja, ou de s uge rir que ele é
Senhor?''. a causa de sua salvação. Antes,
Alguns cre ntes de Corinto Corinto é a lavoura de Deus, e a
questionavam o chamado de Pau- exis tência d e uma comunidade
lo e a a utenticidade de seu apos- de Cristo ali é resultado da fide-
tolado. Havia aqueles que o con- lidade de Paulo co mo lavrador de
sideravam um impostor. Devido a De us (1 Co 3.6, 3.9).

42
Lição 7 - Paulo, Exemplo de Li>erdade

2. Autenticidade dos direitos Embora tivesse todos esses di-


{lCo 9.3-6). reitos, Paulo se reserva à liberda-
''A minha defesa perante os que de de poder abrir mão de muitos
me interpelam é esta: não temos deles por um objetivo maior e, as-
nós o direito de comer e beber? sim, ilustra a aplicação autêntica
(..) Ou somente eu e Barnabé não e equilibrada da liberdade cristã.
temos direito de deixar de traba- Em nenhum momento, ele
lhar?" {9.3,4,6). condena os direitos do sustento
PauJo defende direitos legíti- ministerial e do casamento, como
mos no cumprimento do seu cha- veremos nos próximos tópicos.
mado apostólico. Ele primeiro defende esses di-
Primeiro, o d ireito ao s upor- reitos como autênticos e, ao final,
te da igreja e s ustento material se reserva ao direito de ser livre
digno, sem que ele precisasse para abrir mão do que fosse pela
trabalhar em outro ofício en- causa do Evangelho (lCo 9.15).
quanto o trabalho do ministério Paulo destaca com prop rieda-
lhe tomasse todo o tempo e po- de o princípio s uperior da renún-
tencial. A Timóteo, Paulo diz que cia, que consiste em ab rir mão de
o trabalhador é digno do se u sa- seus direitos pessoais, ainda que
lário. O ministério é uma "obra legítimos, em benefício do próxi-
excelente" e que, em muitos ca- mo, imitando a atitude de Cristo.
sos, demandará a integralidade A preocupação de Paulo é que
do tempo e esforço para que seja os cristãos que se julgam fortes
exercida com excelência. É algo não levem os cristãos "fracos" a
bíblico, digno e autêntico. perderem a fé. Ele não se preocu-
O segu ndo direito menciona- pa se os cristãos fortes se senti-
do por Paulo, do qual ele abdi- rão ofendidos pelos fracos. Para
cou, era o de se casar. Nesse caso, os fortes, é como se dissesse:
Paulo teria o direito de pedir à "Seus direitos são irrelevantes;
igreja que s uprisse as necessi- sua incumbência maior é imitar
dades ta nto dele quanto de sua o Cristo que abriu mão de Seus
esposa. d ireitos divi nos a fim de tornar a
salvação possível a todos".
3. Autenticidade da liberda-
de {1Co 9.15). li. DIREITOS (1Co 9.5- 11 )
"Eu, porém, não me tenho servi-
do de nenhuma destas coisas e não 1. Casamento (1 Co 9.5).
escrevo isto para que assim se faça "E também o de fazer-nos
comigo; porque melhor me fora acompanhar de uma mulher irmã,
morrer; antes que alguém me anule como fazem os demais apóstolos, e
esta glória." os irmãos do Senhor, e Cefas?"

43
1
Lição 7 - Paulo, ExeITl)lo de Liberdade

Paulo menciona o direito de após cuidar do rebanho, tem que


casar e levar consigo uma espo- ir comprar 1 litro de leite para ali-
sa crente, pode ndo prover a ela a mentar a si e sua família, para de-
proteção e s ustento. Era costume pois voltar e continuar cuidando
da época casais cristãos viajarem e protegendo o rebanho?
jun tos para pregar o Evangelho. Paulo ap li ca esse mesmo ra-
Outros apóstolos e, especifica- ciocínio ao ofício apostólico, de-
mente, Tiago e Cefas, que eram monstrando que é lógico e justo
con hecidos dos coríntios, tinham que aquele que dedica sua vida à
cada qual a s ua esposa, e podiam causa do Eva ngel ho, gerando mi-
desfrutar desse direito. lhares de frutos, seja sustentado
por estes frutos. Se isso é verda-
2. Sustento (1 Co 9. 7). de para o soldado, para o agricul-
Quem jamais vai à guerra à
11
tor e para o pastor do rebanho,
sua própria custa? Quem planta a também o seria para o apóstolo.
vinha e não come do seu fruto? Ou Se era verdade no que diz respei-
quem apascenta um rebanho e não to a profissões seculares, quanto
se alimenta do leite do rebanho?" mais seri a em re lação à obra de
O apostolado era considerado Deus.
como um oficio, um trabalho em
prol da igreja, que exigia esforço 3. A Lei (1Co 9.9-1 0).
e dedicação. Alguns dos apósto- Porque na lei de Moisés está
11

los, pela importância da missão, escrito: Não atarás a boca ao boi,


e até pelo chamado que rece- quando pisa o trigo. Acaso, é com
beram de Cristo (Lc 5.10,11), bois que Deus se preocupa? Ou é, se-
escolheram abrir mão de suas guramente, por nós que ele o diz?'~
profissões para se dedicarem de Paulo se refere às Escrituras
maneira exclusiva à pregação do (Dt 25.4) para lembrar que esses
Evangelho. direitos estão fundamentados
Paulo compara o ofício apos- na Lei. Quando Deus fornece di-
tólico com três profissões muito retrizes à eira, dá aos que aram,
comuns à epoca: 1) Soldado; 2) semeiam e debulham a expecta-
Agricultor; 3) Pastor de gado. tiva de participação da colhei ta.
Ele pergunta: Qual é o soldado Uma vez que Paulo arou, semeou e
que vai à guerra à sua própria cus- trouxe uma colheita para a eira de
ta? Quem é o agricultor que, após Deus e m Corinto, ele teria o direi-
colheita da lavoura, não pode co- to de contar com o suporte dela.
mer da colheita que ele mesmo Aliás, se outros apóstolos passa-
plantou e colheu? Seria justo que ram pela cidade e têm direitos
ele precisasse ir ao mercado com- referentes a essa colheita, Paulo
prar legumes? Qual o pastor que, a inda mais.

44
Lição 7 - Paulo, Exemplo de Liberdade

Até dos a nimais Deus cu idava em Corinto, ele tem o direito e a


e i·m pediu que se atasse a boca do liberdade de pregar o Evangelho
boi enquanto trabalhava. Paulo a todos com toda a utoridade, até
demostra que não é som ente com
1 aos que criticavam ajudar finan-
os animais que Deus está preo- ceiramente os apóstolos.
cupado, mas com o obreiro que
trabalha na obra, para que viva 2. Renunciar para pregar a
dignamente. todos {1 Co 9.22).
"Fiz-me fraco para com os fra-
Ili.RENÚNCIA (1Co 9.12-27) cos, com o fim de ganhar os fracos.
Fiz-me tudo para com todos, com o
1. Liberdade para renunciar fim de, por todos os modos, salvar
(1Co 9.12). alguns':
"Entretanto, não usamos desse O contexto de se "fazer tudo
direito; antes, suportamos tudo, para com todos" demonstra a
para não criarmos qualquer obstá- disposição de Paulo em abri r
culo ao Evangelho de Cristo'~ mão de seus direitos pessoais
Os coríntios se orgulham de ou de comportamento que possa
seus direitos; se Paulo tinha algo prejudicar a fé dos cristãos mais
de que se orgulhar, é de ter abdi- fracos. Caso contrário, Paulo po-
cado de seus direitos. Em outras deria simplesmente defender os
palavras, o orgulho de Paulo é um direitos dos cristãos "fortes" de
"não orgulho". Paulo não quis ti- comer a carne oferecida a ídolos
rar nenhum proveito próprio do (lCo 8) e argume ntar em favor
Evangelho em relação aos corín- deles. Ele trata dos pontos de
tios. Ele tinha o direito de receber tensão e ntre os coríntios, das
o necessário para o seu sustento, e áreas que geravam conflito entre
o recebeu de algumas igrejas, para os "fortes", que exigiam certos
que ele servisse em Corinto. Mas direitos, e os "fracos", cuja fé era
preferiu abrir mão, nesse caso es- prejudicada ou dificultada e m
pecífico, para não criar embaraços razão dessas exigê ncias.
à pregação do Evangelho naquela Ele não s ugere uma disposi-
cidade (2Co 11.7-9). ção de transigir convicções cris-
É exatamente pelo fato de Pau- tãs. Podemos resumir suas afir-
lo haver aberto mão de seus direi- mações da seguinte forma: "Para
tos que ele tem liberdade de pre- ganhar os pobres, estou djsposto
gar o Evangelho plenamente. Essa a viver como os pobres; para ga-
é a sua recompensa. Já que o após- nhar aqueles cuja tradição étnica
tolo prega sem cobrar e s em exigir
1 é diferente da minha, estou dis-
seus direitos como benfeitor es- posto a mudar minhas preferê n-
piritual dos seguidores de Cristo cias; para ganhar aqueles que têm

45
Lição 7 - Paulo, Exemplo de Liberdade

menos liberdade que e u, estou compete para receber o prêmio;


disposto a ab rir mão de minha li- deve ser igualmente óbvio que
berdade cristã". cabe aos cristãos concentrare m
em alcançar seus objetivos de se
3. Prêmio da renúncia tornarem semelhantes a Cristo.
(lCo 9.25). Os atletas se sacrificam ao
"E todo aquele que luta de tudo abrir mão de diversos prazeres e
se abstém; eles oJazem para alcan- direitos. Isso, levando em conta
çar uma coroa corruptível; nós, po- que competem por um prêmio pe-
rém, uma incorruptível''. recível (uma coroa feita de folhas
Os famosos Jogos Ístmicos de pinheiro ou de ai po silvestre).
eram realizados a cada dois a nos Logo, os cristãos devem estar
em Corin to. As ilustrações espor- mais que· dispostos a abrir mão de
tivas servem para explicar "como seus di re itos para obter um prê-
as coisas são". É óbvio que o at1eta mio que jamais desvanece.

APLICAÇÃO PESSOAL
A vida crist ã não é regida somente pe los dire itos, mas pe la re núncia
d est es e m favor do Eva nge lho.

RESPONDA
Marque "V" para a opção verdadeira e "F" para a falsa:

1) Paulo era o apóstolo daquela igreja, que, era o selo do seu aposto-
lado; portanto, Paulo estava reivindicando seu próprio sustento.

2) Paulo estava condenando o sustento dos ministros de Cristo, visto que


ele próprio era o exemplo de não ser sustentado pela igreja. Assim, todos
os ministros deveriam trabalhar fora da igreja para seu sustento.

3) Há, no apóstolo dos gentios, um grande exemplo de uma pessoa


que abriu mão de direitos legítimos visando à causa maior, o alcance
de pessoas pelo Evangelho.
Lição 7 - Paulo, Exemplo de Liberdade

menos liberdade que eu, estou compete para receber o prêmio;


disposto a ab rir mão de minha li- deve ser igualmente óbvio que
berdade cristã". cabe aos cristãos concentrarem
em alcançar seus objetivos de se
3. Prê mio da renúncia tor narem semelhantes a Cristo.
(lCo 9.25). Os atletas se sacrificam ao
"E todo aquele que luta de tudo abrir mão de diversos prazeres e
se abstém,· eles o fazem para alcan- direitos. Isso, levando em conta
çar uma coroa corruptfvel; nós, po- que competem por um prêmio pe-
rém, uma incorruptível''. recível (urna coroa feita de folhas
Os famosos Jogos Ístmicos de pinheiro ou de aipo silvestre).
eram realizados a cada dois anos Logo, os cristãos devem estar
em Corinto. As ilustrações espor- mais que dispostos a ab rir mão de
tivas servem para explicar "como seus direitos para obter um prê-
as coisas são". É óbvio que o atleta mio que jamais desvanece.

APLICAÇÃO PESSOAL
A vida cristã não é regida somente pelos direitos, mas pela renúncia
destes em favor do Evangelho.

RESPONDA
Marque "V" para a opção verdadeira e "F" para a falsa:

1) Paulo era o apóstolo daquela igreja, que era o selo do seu aposto-
lado; portanto, Paulo estava reivindicando seu próprio sustento.

2) Paulo estava condenando o sustento dos ministros de Cristo, visto que


ele próprio era o exemplo de não ser sustentado pela igreja. Assim, todos
os ministros deveriam trabalhar fora da igreja para seu sustento.

3) Há, no apóstolo dos gentios, um grande exemplo de uma pessoa


que abriu mão de direitos legítimos visando à causa maior, o alcance
de pessoas pelo Evangelho.
LIÇÃO 8
. CULTO CRISTÃO E CEIA DO
~-~ SENHOR
·.· i ~
"-- .. .-.
••••••
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
...,...._ é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
• Entender que a Ceia do Se-
PEDAGÕGICA nhor é um instrume nto de comu-
Nesta lição, trataremos de um nhão com o Senhor.
assunto de suma importância • Identificar a Ceia como uma
par a a igreja nos nossos dias. Este ordenança de cunho espiritua l.
assunto é importan te para defin ir- • Reconhecer que a Ceia faz
mos a origem da Ceia do Senhor. parte dos prin cípios espirituais e
Além disso, o professor deve rá le- doutrinários para elevação espiri-
var ao conhecimento dos alunos a tual da igreja de Cristo na terra.
verdadeira forma de interp retação
da liturgia da cerimônia. Deverá PARA COMEÇARAAULA
discutir sobre as outras formas de
interpretação da Ceia do Senhor, Professor levante um pouco mais
tais como: Transubstanciação e da história das interpretações para
Consubstanciação. Sendo assim, debatê-las em sala de aula. Além dis-
levar o aluno a compreender, atra- so, no início da aula, interrogue-os
vés das Escri turas, q ue o modo sobre a origem da Ceia do Senhor.
correto de celebrar a cer imônia da Depois, discorra sobre a origem da
Ceia e o que mais encontra base Ceia, fale um pouco sobre a Páscoa
Bíblica é o memorial. e os elementos usados no Antigo
Ademais, é preciso e ntende r Testamento. E por fim, questione os
que a Ceia não se trata de uma alunos "se todos podem participar
simples refeição, e sim de uma ce- da Ceia do Senhor?': independente
rimônia espiritual. Ela faz parte d e se são batizados ou não? Reforce o
um requisito moral de comunhão verdadeiro significado da Ceia do Se-
com Cristo. E por este motivo a nhor e a sua importância espiritual
exigência de auto exa mina r-se para nós cristãos.
para os seus participan tes.

RESPOSTAS DA PÁGINA 52
PALAVRAS-CHAVE 1) Na época, a mulher que andava sem véu em
Ceia do Senhor • Comunhão • Memorial público era associada à prática da prostituição.
2) Batismo e Geía
3) Examinar-se e discernir o significado da celebração.
Lição 8 - Culto Cristão e Ceia do Senhor
--

LEITURA COMPLEMENTAR
Para ensinar o texto
1. A afirmação inicial de Paulo a respeito d e não se rem ignorantes
aeierca das questões do Espírito resulta em uma aplicação que desta-
ca o signifi cado do senhorio de Jesus. Os coríntios, em conformid ade
com suas origens pagãs ou culturais, tentaram usar o nome de Jes us
como instrumento mágico para benefício pessoal.
Cien tes do poder de Jesus e imaginando que ele, necessariamente,
tom ava o partido de les, tenta ram usá-lo em conflitos co m seus ini-
migos. Com efeito, procuraram levar Cristo a faze r a vontade de les,
em vez de se mostrar dispostos a se submeter à vontade Dele. Para
o após tolo, trata-se de absoluta falta de conhecimento da função e
das obras do Espírito Santo. Primeiro, usar o nome de Jes us numa
fórmula de maldição, quaJquer que seja, tra nsforma a fé cristã e m
puro paga ni s mo.

Livro: "1 Coríntios" (Prebe1n Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova
- SP, 20 18, pág .163).

li
Estudada em _ ! _ ! __

LIÇÃ08 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 11.23-34

CULTO CRISTÃO Verdade Prática


A Santa Ceia é um memorial que
E CEIA DO celebra a vida, morte e ressurreição
de Cristo até que Ele venha.
SENHOR
Esboço da Lição
1 CORÍNTIOS 11
INTRODUÇÃO

1. O USO DO VÉU 1Co 11.1-16

Texto Áureo 1. Extremos devem ser evitacbs 1Co 11.1-8


"Porque, todas as vezes que co- 2. Homem e mulher 1co 11. 7-12
merdes este pão e beberdes o cá- 3. A mulher e o véu 1Co 11.13-16
lice, anunciais a morte do Senhor,
até que ele venha. "
1Co 11.26 li. A CEIA DO SENHOR 1Co 11.23-26
1. Ordenança 1Co 11 25
2. Elementos 1co 11.23-25
3. Significado 1Co 11 .26

UL A FESTA DA SALVAÇÃO 1Co 1126-29


1. Examinar a si mesmo 1co 11.28
2. Discernir o significado 1co 11 29
3. Anunciar a volta do Senhor 1Co 11 26

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
s T aJ La s ) s
Mt 1Co Mt 1Co Jo Ap
26.26 10.17 26.29 10.16 6.35 3.20

Hinos da Harpa: 301 - 39

47
Lição 8 - Culto Cnstão e Ceia do Senhor

INTRODUÇÃO Esse capítulo começa com o


elogio de Pa ulo à igreja e o convi-
O mundanismo da igreja aca- te pa ra que seja m imitadores de
bou afetando o culto e refl e tindo Cristo (11.1-3). A tradição era o
na adoração. Três problemas prin- ensino que Pa ulo recebe u d e Deus,
cipais surgiram na igreja em rela- transmitiu à igreja e esta o gua r-
ção ao culto: a posição da mulhe r; dou e o observou.
a maneira que a Ceia do Senhor es- O que aconteceu com as mu-
tava sendo celebrada; e, o uso cor- lheres de Co rinto quando elas re-
reto dos dons espirituais. Do capí- cebera m as boas novas do Evange-
tulo 11 ao 14, Paulo trata desses lho? A reação imediata foi abolir o
três problemas. Os dois primeiros uso do vé u. Pa ulo, porém, as exor-
são tratados aqui no capítulo 11. ta d izendo que se elas orarem e
profeti zarem sem o véu desonra-
1. O USO DO VÉU rão a própria cabeça e, se fo re m
(1 Co 11. 1-16) casadas, os próprios maridos. As
mulheres cristãs de Corinto saí-
Religiões refl etia m o distor- ram de um extre mo, onde eram
cido conceito da época de que desprezad as, para outro extremo,
as mulheres eram inferiores aos que brando alguns pa radigmas
homens e não precisavam de re- culturais, e com isso, provocaram
ligião. Esse era o pano de fundo desordem no culto.
cultural da época em que Pa ulo O momento central da ceri-
chegou a Corinto. No en tanto, esse mônia de casamento romana era
ba ndei rante do reino de De us che- a colocação do véu sobre a noiva.
go u com uma mensagem nova, O véu era o indicador social de
com as boas novas do Evangelho que a mulher era casada. Já cor-
de Cristo, uma nova pe rspectiva tar o cabelo era uma punição que
par a as mulheres. As boas novas anunciava publicame nte as espo-
do Evangelho de Cristo trouxeram sas adúlteras e mulhe res ligadas à
uma revolução profunda acerca do pra tica da prostituição.
valor da muJher na sociedade. O
Eva ngelho do Reino d os céus pre- 2. Homem e mulher ( 1 Co
gado por Jesus resgatou o valor e a 11. 7-12).
dignidade da mulher. "No Senhor, todavia, nem a mu-
lher é independente do homem,
1 . Extremos devem ser evi- nem o homem, independente da
tados {1Co 11. 1-6). mulher" {1Co 11.11).
"Sede meus imitadores, como Na Grécia, as roupas dos ho-
também eu sou de Cristo" {1Co mens e das mulheres e ram muito
11.1). parecidas, exceto pela "cobe rtura

48
Lição 8 - Culto Cristão e Ceia c.b Senhor

da cabeça". O que distinguia a mu- saía m a público sem véu, ou par-


lher dos homens era o véu. Toda ticipavam de um culto pagão sem
mulher descen te e honrada usava véu. Quando uma mulher era vista
o véu. Nenhuma mulhe r honesta sem véu, seja na rua ou e m uma ce-
ousava sair de casa sem o véu. Ne- rimônia pagã, ou mesmo na igreja,
nhuma mulher frequentava uma essa mulher estava desonrando a
reunião pública sem usar o véu. si mesma, da ndo motivo para que
Somente as prostitutas tinham s ua reputação fosse questionada.
ousadia e coragem de sair às ruas Agi ndo assim, ela também, se fos-
sem o véu. A s profeti sas pagãs do se casada, desonrava a seu marido
mundo greco-romano exerciam (11.5). Uma mulher em Corinto
seu o fíci o com as cabeças desco- participando do cul to público sem
bertas e cabelos desgrenhados. véu seria a mesma coisa que uma
O a póstolo Pa ulo mos tra o mulher chegar hoje num culto com
padrão de relacio namen to que trajes mínimos. Você pode ima-
Deus estabeleceu na comunida- ginar a reação? Isso provocaria
de cristã (11.3). E ele nos mostra escândalo e seria absolutam.e nte
também uma orde m no Reino de inconveniente.
Deus. Podemos dize r que é uma A mulhe r têm espaço na igre-
ordem lógica, pois a hie rarquia ja. Paulo fa la que a mulher orava
divina é: De us- Home m-Mulher. A e profetizava na igreja (11.5). Elas
submissão da mulher ao home m exerciam um ministério de oração
não é uma questão de superiori- e palavra na igreja. O vé u protegia
dade do homem ou inferioridade a reputação das mulheres soltei-
da mulher, mas de respeito e au- ras e a ho nra no casamento das
toridad e, assim como numa tropa mulheres casadas.
militar funciona a hierarquia e a
disciplina. li. A CEIA DO SENHOR
(1 Co 11.23-26)
3.Amulhereovéu (1Co 13-16).
'Julgai entre vós mesmos: é pró- 1. Ordenança (1Co 11.25).
prio que a mulher ore a Deus sem "Por semelhante modo, depois
trazer o véu?" (1Co 11.13). de haver ceado, tomou também o
O véu, portanto, representava cálice, dizendo: Este cálice é a nova
duas coisas na cultura de Corinto: aliança no meu sangue; fazei isto,
a honradez e modéstia da mulhe r; todas as vezes que o beberdes, em
e a submissão ao seu ma rido. Nes- memória de mim" (lCo 11.25).
se sentido o vé u era símbolo da A Ceia do Senhor é parte fun-
dignidade e da modéstia feminina. damental na liturgia do culto cris-
Apenas as prostitutas e as sacer- tão. A Ceia é uma das duas orde-
dotisas cult uais dos cul tos pagãos nanças de Cristo: Batismo e Ceia.

49
Lição 8 - Culto Cristão e Ceta do Senhor

Paulo exorta os Coríntios, dei- Um fato curioso em relação ao


xando claro que a Ceia não é ape- vinho é que se trata de uma confir-
nas uma cerimônia vazia na qual mação do compromisso de noivado
os fiéis digerem o pão e o vinho. nos tempos bíblicos. Depois de pa-
É, sim, uma proeminente dou- gar o dote, o jovem trazia o contra-
trina bíblica embasada em uma to de casamen to, também chamado
ordenança clara e direta de Jesus de "pacto da aliança". E por último
durante o Seu ministério terreno, era oferecido à noiva uma taça de
com objetivos bem definidos. vinho. Se ela bebesse o vinho, esta-
Não se trata de uma refeição va aceitando o compromisso com o
comum, ou seja, não é apenas co- jovem. Simbolicamente, a Ceia é o
mer ou beber. A Ceia vai muito mom ento no qual a "noiva" (Igreja)
além disso. A Ceia do Senhor é um celebra a aliança, ou seja, seu com-
memorial cujo objetivo central é promisso com o "noivo" Oesus).
relembrar e anunciar a morte do
Senhor até que Ele venha. 3. Significado (1Co 11.26).
Além disso, é um instrumento "Porque, todas as vezes que co-
de comunhão com o Senhor, cha- merdes este pão e beberdes o cálice,
mada pelos primeiros cristãos de anunciais a morte do Senhor, até
festa ágape, ou seja, festa do amor. que ele venha."
É também uma ocasião de cele- Devemos celebrar a Ceia como
brar a comunhão entre os irmãos. um m emori al no qual recordamos
a vida, a morte e a ressurreição de
2. El ementos {lCo 11.23-25). Cristo. Este é o significado que e n-
"E, enquanto comiam, tomou contra embasa mento bíblico para
Jesus um pão e, abençoando-o, o sua aplicação.
partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, A Bíblia Sagrada aponta a cele-
isto é o meu corpo(. ...) Tomou tam- bração da Ceia como um memoria l
bém o cálice, dizendo: Este cálice (lCo 11.24-25). Esta visão não es-
é a nova aliança no meu sangue" tabelece seu m odo de celebrar na
(11.24-25). hipervalorizarão dos elementos e
Os elementos da Ceia do Senhor sim no seu simbolismo.
são de grande importância para o Apesar de não fazer parte da
estabelecimento da sua liturgia. doutrina das igrejas pentecostais,
"Isto é o meu corpo " (v. 24). O corre em nosso meio um certo mis-
pão representa o corpo do Senhor. ticismo em re lação aos e lementos,
"Este cálice é a nova aliança depois da oração feita pelos fiéis.
no meu sangue" (v. 26). O vinho Alguns pretendem dar um simbo-
r epresenta o sangue de Jesus. Re- lismo ma ior aos elementos e para
cebia o nome de "fruto da vide" a cerim ônia do que a ideia bíblica
(Me 14.25). de um m emorial.

50
Lição 8 - Culto Cristão e Ceia do Senhor

Pa ra o Catolicismo, os ele me n- Cada participa nte deve colocar a


tos se transformam em carne e vida cristã na balança com a Palavra
sangue no mome nto da eucaristia, de Deus, observando se suas atitu-
fenômen o conhecido como tran - des e pensamentos estão alinhados
subistanciação. O pão torna-se, com os ensinamentos bíblicos, para,
literal mente, o corpo de Jesus, e o então, ser considerado ap to a parti-
vinho, o sangue. Re pete-se o sacri- cipar da Festa da Salvação.
fício de Cristo como sacramen to e
meio de se rece ber graça de Deus. 2. Discernir o significado
(1Co 11.29).
Ili. A FESTA DA "Pois quem come e bebe sem
SALVAÇÃO (1 Co 11.26-29) discernir o corpo, come e bebe juízo
para si."
A Ceia é uma das ordenanças do A Ceia (nova alia nça) teve ori-
Senhor Jesus. Por isso, ela é regular- gem por ocasião da Páscoa, mas
mente celebrada na igreja. A Ceia é a nao era a Páscoa (antiga aliança),
festa da salvação e do perdão. a Páscoa era apenas uma pálida fi-
Vejamos a lgumas recomenda- gura do que viria.
ções para participar da Ceia do A Ceia tem a ver com a igreja
Senhor. celebrando a morte e ressurreição
e aguardando a vinda do Rei pelo
1. Examinar a si mesmo {1Co Seu sacrifício vicário que trouxe
11.28). de volta a realidade da comunhão
"Examine-se, pois, o homem a com De us conquistada na cruz.
si mesmo, e, assim, coma do pão, e Para entendermos isso, é ne-
beba do cálice." cessário estudar o termo traduzido
Após explicar sobre os ele- como "indignamente" (v. 27). Este
mentos, o significado e a impor- termo significa, literalmente "não
tância da Ceia do Senhor, Pa ulo se arrependeu': A ceia é destinada
exorta o povo de Corinto a exami- aos que creem em Jesus e querem
n ar-se a si mesmo antes de pa rti- celebrar a memória d a Sua morte e
cipa r da ceri mô nia. ress urreição, e anunciar a Sua vin-
Neste mom ento, cada partici- da. É por este motivo que, na maio-
pante deve ser juiz de si mesmo, ria das igrejas, para cear, a pessoa
conscientizando-se de suas ati- precisa ser bati zada em águas e
tudes e arrepe ndendo-se de seus estar em comunhão com os santos.
pecados. É hora de contrição, dis-
cernimento, pe rdão. Um detido 3. Anunciar a volta do Se-
a utoexame é u m requisito primor- nhor {1Co 11.26).
dial para ser participante da cele- "Porque, todas as vezes que co-
bração da Ceia. merdes este pão e beberdes o cálice,

51
Lição 8 - Culto Cristão e Ceia do Senhor

anunciais a morte do Senhor, até taria para tomá-la como sua espo-
que ele venha." sa e levá-la para seus aposentos. A
Nos tempos de Jesus, depois igreja de Cristo, ao cear, relembra
que selavam o compromisso de do seu compromisso com o Se-
casamento, o noivo não poderia nhor Jesus, an unciando que Ele,
tomar nada que fosse produto da em breve, voltará.
uva até o momento do casamento. É bom lembrar as palavras d e
Já para a noiva, a ordem era opos- Jesus: "Pois vos digo que, d e ago-
ta. Ela estava liberada para beber ra em diante, não mais beberei do
um cálice de vi nho a fim de lem- fruto da videira, até que venha o
brar que, em breve, seu noivo vol- reino de Deus" (Lc 22.18).

APLICAÇÃO PESSOAL
A Ceia é uma ordenança do Senhor como um m e moria l d a Sua
morte e r essurreição. Al ém disso, e la anuncia a vo lt a gloriosa do
Se nhor Jesus.

RESPONDA
1) Por que a orientação paulina sobre uso do véu pelas muheres em Corinto?

2) Quais foram as duas ordenanças de Cristo em sua vida terrena?

3) Que requisitos devemos observar antes de participar da Santa Ceia?


LIÇÃO 9

OS DONS ESPIRITUAIS
UNINDO A IGREJA
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÓGICA • Compreender a contem por a-
A a ula de hoje é uma daquelas neidade dos dons espirituais.
que des pertam os cr entes a vive- •Entender a te nsão entre uni-
rem em santidade e fié is a De us. dade e divers idade.
É realmente impossível fala r de • Incentivar a busca dos dons
"dons espirituais" sem citar o espirituais para fins proveitosos.
grande aviva mento ocorrido em
Los Angeles, precisamente na rua PARA COMEÇARA AULA
Azuza, sob a liderança do pastor
Me todista William Joseph Semour. Caro professor, os dons espi-
E, p rincipalmente, dos dois s uecos rituais no meio da igreja são um
Daniel Be rg e Gun nar Vingren que, instrume nto fundame ntal que n os
por revelação divina, vieram até o faz ser identi ficados como pente-
Brasil, na cidade de Belém do Pará, costais. So mos chamados de "con-
par a propagar os feitos ocorridos tin uís tas", porque acreditamos na
na vida deles pelo Espírito Santo continuidade dos dons e na ma-
e a realidade dos dons es p irituais. nifestação do Espírito Santo, q ue
Precisamente, chegaram ao Bra- atua, até os dias atuais, bati zando
sil no ano de 1910 e, at.é hoje, a Igreja os fiéis no Es pír ito Santo. O a lu no
Assembleia de Deus propaga a conti- deverá estar ciente de que os dons
nuidade dos dons, o batismo no Es- es pirituais são uma promessa ve-
pírito Santo com a evidência no falar te rotestame ntária, que se cum -
em línguas. O êxito realizado pelo priu com exatidão no d ia de Pe n-
Espírito Santo foi tremendo, e hoje tecostes (Jl 2.28-29; At 2.16-18).
em dia são milhares de pessoas que
já tiveram urna experiência transfor-
madora com o Espírito San to.

RESPOSTAS DA PÁGINA 58
PALAVRAS-CHAVE
1) F
Dons Espirituais • Manifestação • Dom
2) V
3) V
Lição 9 - Os Dons Espirituais Unincb a Igreja

LEITURA COMPLEMENTAR
Para ensinar o texto
1. A ligação que Pa ulo faz entre buscar o amor e desejar avidamente
os dons es piritua is norteia a compreensão de seus le itores d a relevâ n-
cia dos d ons es pirituais como capaci tações divinas pa ra de mons tra r
amor. Muito difer e nte de algo semelha nte a um t este de perfi l psico-
lógico apli cado aos me mbros da igreja com o propósito de revelar de-
sejos e tale ntos ocultos, Paulo incentiva cada membro a buscar avida-
mente os dons que edifi quem a fé d os outros membros.
Para o após tolo, pe lo me nos nesse contexto, ama r significa tirar o
foco dos d esejos pessoais e voltá-lo para o fo rtalecim ento da vida e da
fé dos outros membros. Tanto os dons mais es petaculares quan to os
mais prosaicos cumprem esse propósito. Uma vez que são concedidos
pelo Es pírito de De us, reve lam o cará ter d e Cri sto. O d esejo ávido por
dons não é, portanto, uma questão secundá ria, reservado aos pa rti cu-
larme nte devotos, mas a capaci tação do Es pírito con ferida ao corp o
de Cri sto, sem o qua l é impossível a se us membros revela r o a mor de
Cristo.

Livro: "1 Coríntios" (Pre ben Vang . Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova
- SP, 201 8 , pág .189).

li
Estudada em _ ! _ !__

LIÇÃ09 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 12. 1-31

OS DONS Verdade Prática


Deus continua concedendo dons
ESPIRITUAIS aos homens, os quais são indispen-
sáveis para a vida da igreja atual.
UNINDO A IGREJA
Esboço da Lição
1 CORÍNTIOS 12 INTRODUÇÃO

1. DONS DE INSPIRAÇÃO 1c.o 1210


1 Profecia 1Co 12 10
,
2. Variedade de línguas 1co 1210
Texto Aureo
"De maneira que não vos falte 3. Interpretação das línguas 1Co 12.10
nenhum dom, aguardando vós a IL CX>NS DE REVELAÇÃO 1c.o 128-10
revelação de nosso Senhor Jesus 1. Palavra da sabedoria 1co 12.8
Cristo. " 1Co 1. 7
2. Palavra de conhecimento 1Co 12.B
3. Discernimento de espíritos 1co 12.10
Ili. DONS DE PODER 1c.o 12. 9-10
1. Dons de curar 1eo 12 9b
\
\.tt, 2. Operação de milagres 1co 12.10
\
, •

~ \ • 3. Fé 1Co 12.9a

1v. lN CORPO, IVUITOS MENaOS


/
1C.O 1212-30
-✓/ .,
1. Unidade e diversidade 1co 12.12-20

,..,,:·~ ··
~
--,·
..
.
2. Dons para unidade cb corpo 1eo 12.21-26
3. Exerça seu dom 1co 12.27-30
APLICAÇÃO PESSOAL
,
Devocional Diário

• - .
/
Q_, L!_) _a l CL ~ ) s
Rm
12.6
1Tm 1Co 1Co
4.14 14.12 7.7

Hinos da Harpa: 437 - 349


Ef
4.7
1Pe
4.11

53
Lição 9 - Os Dons Espirituais Unincb a Igreja

2. Variedade de línguas {lCo


INTRODUÇÃO
12.10).
''A um, variedade de lfnguas;"
Os n oves dons podem ser agru-
É a habilidade do crente falar em
pados naturalme nte em três cate-
línguas nunca ensinadas, que fluem
gorias: dons de inspiração, dons
sobrenaturalmente para edificar
de reve.Jação, dons de poder. Fala-
aquele que as fala (lCo 14.2,4).
re mos p rimeiro dos dons de ins-
Em Atos 2, temos evidências
piração por serem mais evidentes
notórias de que esse dom fazia
nas igrejas e no culto.
parte da igreja primitiva. Mas não
pense que foi somente em Atos 2.
1. DONS DE
Desde os primórdios da igreja, o
INSPIRAÇÃO (1Co 12.10)
Espírito Santo continua se mani-
festando no meio da igreja através
1. Profecia (1 Co 12.1 O).
do dom de línguas (Me 16.17). O
''A outro, profecia;"
dom de línguas deve ser buscado
O termo significa "falar em
nome de alguém", o dom de pro- pelos fi éis, para que haja ed ifica-
ção e renovo espiritual con stante
fecia capacita o homem para falar
em nome de Deus. É uma ação do na vida dos servos.
Espírito Santo, transmitida sempre Exemplos: Paulo (lCo 14.39);
racionalmente, expostas conforme os discípulos em Éfeso (At 19.6).
suas próprias palavras. A profecia
deve ser expressa no idioma de 3. Interpretação das linguas
quem profere e dos que ouvem. Sua (lCo 12.10).
ação é direcionada à igreja, para "E a outro, capacidade para in-
que ela seja "edificada, consolada e terpretá-las."
exortada" (lCo 14.3). De imediato, temos que ob-
Deve-se levar em conta que nem servar que não é tradução, e sim
todos os que falam em '1ínguas" inte rpretação de línguas. Outra
possue,m o dom de "profeciá~ Paulo coisa que é importante salienta r
incentiva o povo a buscar o dom de é que, apesar de parecer com o
profecia (lCo 14.1). Apesar da re- dom de profecia, é distinto. Para
levânci.a espiritual e edificação que executar geralmente esse dom são
traz ao corpo de Cristo, ele não pos- necessárias duas pessoas cheias
sui relevância canônica ou escriturís- do Es pírito Santo. Mas uma única
tica. Nenhuma manifestação do dom pessoa pode falar e interpretar.
de profecia pode alterar de alguma Já no caso da profecia, é neces-
forma os textos bíblicos ou acrescen- sário uma pessoa só, e não precisa
tar algo às Escrituras (Gl 1.1-12). de intérprete, já que é proferida no
Exemplo: filhas de Filipe (At idioma materno do falante e dos
21.8-12). ouvi ntes.

54
Lição 9 - Os Dons Espirituais Unind:> a Igreja

O falar em línguas não é con- 2. Palavra de conhecimento


cebido pela mente humana, da {1Co 12.8).
mesma forma que interpretar as "E a outro, segundo o mesmo Es-
mensagens divinas. pírito, a palavra do conhecimento."
O capítulo 14 de Coríntios cui- Este dom, por sua vez, trata
da de explanar de forma clara esse do conhecimento profundo e de
dom e como utilizá-lo com decência. origem divina. Está ligado ao pri-
Exemplo: Dn 5.5-2 4. meiro e deve ocupar um lugar pri-
mordial na vida dos fiéis . A ciência
li. DONS DE é o conhecimento profundo ou a
REVELAÇÃO (1Co 12.8-10) compreensão das coisas divinas
de uma maneira sobrenatural. A
Esse conjunto de dons servem palavra do conhecimento é a ca-
para a "blindagem" espiritual do pacitação do cre nte, movido pelo
corpo de Cristo. São imprescin- Espírito, para declarar fatos que
díveis para o momento atual da estão em oculto ou que ainda não
igreja, e atuam na formação pro- ocorreram. Elias e Eliseu foram
funda do salvo, principalmente, no exemplos da manifestação do co-
discernimento frente às heresias e nhecimento divino.
erros doutrinários. Exemplo: Pedro e Ananias (At
5.3-9). Paulo (At 27.34, 35). Exem-
1. Palavra da sabedoria (1Co plos em Jesus: Jo 1.48; Mt 20.18.
12.8).
"Porque a um é dada, mediante 3. Discernimento de espíri-
o Espírito, a palavra da sabedoria;" tos (1Co 12.10).
A palavra de sabedoria é, na ''A outro, discernimento de espí-
verdade, uma forma sobrenatural ritos;"
da manifestação da sabedoria di- Na língua grega, usa-se o termo
vina na vida pessoal do crente. A diakrisis, que é traduzido como "ato
sabedoria provém estritamente ou efeito de julgar, distinguir, ver
de Deus e pode ser adquirida atra- claramente'~ Verificar de modo so-
vés da manifestação do Espírito brenatural a origem de uma ação:
e ensino da Palavra de Deus. No se é procedente do espírito do ho-
Antigo Testamento temos vários mem, de um espíri to maligno, ou do
exemplos da sabedoria divina, Espírito de Deus. O discernimento
mas Salomão é sem dúvidas o nos- é fundamental para reconhecer a
so maior destaque. natureza das manifestações espiri-
Exemplo: Salomão (lRs 3.16- tuais que ocorrem em nosso meio.
28). Concílio de Jerusalém (At Um grande exemplo de manifes-
15.12-29). Exemplos em Jesus: Me tação de discernimento é um epi-
6.2; 12.17. sódio envolvendo Jesus e Pedro em

55
Lição 9 - Os Dons Espirituais Unindo a Igreja

Mateus 16.13-23. Nesta passagem, Quem melhor o demonstrou


Jesus pergunta a Pedro o que os ou- foi Jesus: Mt 8.16; Me 1.34.
tros achavam Dele. Pedro, por reve- Exemplo: Sombra de Pedro (At
lação divina, responde corretamen- 5.15,16). Paulo na ilha de Malta
te, mas, logo em seguida repreende (At 28.8-10).
Jesus quando Ele falava acerca de
sua morte. Jesus teve discernimento 2. Operação de milagres (1 Co
para saber quando Pedro falara por 12.10).
revelação divina e quando falou sob ''A outro, operações de mila9res;"
influência maligna. A operação de milagres ou ma-
Exemplo: Saulo com Elias, o ravilhas não pode ser confundida
mágico (At 13.8-10); e com a jovem com os dons de curar. Milagres está
adivinhadora (At 16.16-18). Outro no rol de maravilhas extraordiná-
exemplo em Jesus: Lc 13.11,16. rias. É a capacidade de realizar nter-
venções extraordinárias através do
Ili. DONS DE PODER (1Co poder de Deus na esfera espiritual
12.9-10) e fisica e que podem ser observa-
das a "olho nu'~ Podemos usar como
1. Dons de curar (1 Co 12.9b). exemplo alguém que perdeu um
"... e a outro, no mesmo Espírito, olho, e por operação de milagre,
dons de curar." Deus fez nascer outro olho no lugar.
Os dons de curar são recursos Segundo Stanley Horton, "Esse
utilizados por Deus para a reali- dom pode estar relacionado à prote-
zação de curas milagrosas. Uma ção, provisão, expulsão de demônios,
observação que deve ser verificada alteração de circunstâncias ou juízo."
neste dom é que ele está no plural. Nas Escrituras, temos inúmeros
Isto indica que são várias as formas casos de operação de maravilhas.
e manifestações de cura realizadas O mjnistério terreno do Senhor
através deste dom. Jesus foi marcado por vários casos
Apesar de, nos dias de hoje, o ho- de maravilhas. A ressurreição de
mem querer patentear a autoria des- Lázaro é apenas um dos exemplos.
te dom, temos que saber que é Deus Já havia quatro dias que o mesmo
quem cura. Temos que fazer como estava morto, em estado de putre-
um dos alunos do profeta Elizeu que, fação, e Jesus o ressuscitou.
ao deixar cair o ferro do machado, Exemplo: Paulo em Éfeso, rou-
ou seja, seu instrumento de traba- pas (At 19.11,12). Paulo e Êutico
lho, reconheceu que era emprestado. (At 20.9-12).
Nosso instrumento de trabalho é a
capacitação do Espírito Santo conce- 3. Fé {1Co 12.9a).
dida através dos dons, mas isso não é ''A outro, no mesmo Espírito, afé"
nosso, pertence a Deus! O dom da fé é ruferente da fé sal-

56
Lição 9 - Os Dons Espirituais Uninoo a Igreja

vadora (Rm 10.17; Ef2.8). A fé, como os membros, sendo muitos, consti-
dom, é uma capacitação do Espírito tuem um só corpo, assim também
Santo para a realização de proezas com respeito a Cristo"(12.12).
e feitos sobrenaturais em nome do A tensão entre unidade e diversi-
Senhor. Esta fé é manifestada através dade não é nova. Contudo, essa ten-
de uma ação sobrenatural, impulsio- são é superada por meio da clareza
nada pelo Espírito Santo (lCo 13.2). do propósito de Deus ao conceder
De maneira simples, podemos seus dons. Por mais diversos que
definir este dom como a capacida- sejam, eles servem para capacitar e
de humana outorgada pelo Espíri- conferir poder a cada comunidade
to Santo para permear o campo do de cristãos para que se demonstre o
impossível. Aqueles em que é ma- ministério de Cristo na terra. O de-
nifesta do esse dom, creem na reali- safio para aqueles que recebem os
zação de algo extraordinário antes dons é reconhecer sua função como
mesmo de ter acontecido. Abraão "partes do corpo" e entende r como
é um dos grandes exemplos de fé Deus projetou seus dons específicos
nas Sagradas Escrituras (Gn 22.5). para fortalecer outras partes a fim
Jesus a ndar sobre as águas era um de que o corpo cumpra o propósito
ato sobre natural de fé (Mt 14.25). definido por Deus.
Exemplo: Heróis da fé (Hb 11). Pau- O a póstolo argumenta que a
lo mordido por serpente (At28.3-6). diversidade pode vicejar na co-
munidade e até mesmo fortale-
IV.UM CORPO, MUITOS cer s ua unidade. A diversidade se
MEMBROS (1Co 12.12-30) torna uma ameaça para a unidade
some nte quando os cristãos, in-
A multiplicidade dos dons espi- dividualmente, confunde m o pro-
rituais visa a capacitar os membros pósito de De us com seu próprio
a atuarem unidos no corpo de Cris- desejo de obter proeminência e
to. A linha de raciocínio flui com reconhecime nto. Os membros da
naturalidade ao longo dessa seção. igreja de Cristo precisam resgatar
Semelhante ao corpo físico, criado o significado de viver como corpo
por Deus com muitos membros; de Cristo. Assim como no corpo
todos são diferentes e exercem físico, nenhuma parte é d ispensá-
funções diversas. Ainda assim, de- vel; todas são importantes.
pendem uns dos outros; o mesmo
se aplica ao corpo de Cristo. 2. Dons para unidade do cor-
po (1Co 12.21-26).
1. Unidade e diversidade "Não podem os olhos dizer à
(1Co 12.12-20). mão: Não precisamos de ti; nem
"Porque, assim como o corpo é ainda a cabeça, aos pés: Não preci-
um e ten1 muitos membros, e todos so de vós" (12.21).

57
Lição 9 - Os Dons Espirituais Unindo a Igreja

A ênfase sobre o fato de que 3. Exerça seu dom (1 Co 12.27-30).


Deus é quem concede os dons não "Ora, vós sois corpo de Cristo;
apenas ressalta o propósito unifica- e, individualmente, membros desse
dor dos diversos dons, mas também corpo" {12.27).
descreve sua suficiência como pro- De acordo com o apóstolo, igre-
visão de Deus para s ua comunidade. jas e pessoas que pensam precisar
A tônica do argumento de Paulo é a de mais dons ou de dons diferentes
natureza comunitária da concessão daqueles que o Espíri to lhe conce-
dos dons por Deus. Assim como deu, devem refletir antes se estão
Deus determina diferentes funções usando seus dons de acordo com os
para os olhos e as orelhas no corpo propósitos de Deus ou se estão pro-
físico, também concede dons espiri- curando s,e tornar uma comunidade
tuais variados a diferentes partes do diferente do plano de Deus para ela.
corpo de Cristo. Os dons visam a capacitar a
Em um corpo, todas as partes igreja a dar continuidade ao mi-
são importantes; quando falta uma nistério realizado por Cristo. Para
parte, o corpo se tom a deficiente. constatar a verdadeira utilidade
Ademais, nenhuma parte pode exis- dos dons espirituais, é só pergun-
tir separada do corpo. Se um dedo tar de que maneira eles estão capa-
for cortado do corpo, o corpo senti- citando o corpo de Cristo a expres-
rá falta, e o dedo desligado morrerá sar seu amor e a sua salvação.

APLICAÇÃO PESSOAL
O Espírito Santo continua a dispensar os Seus dons, os quais s ão
importantíssimos para a edificação da igreja nos dias atuais.

RESPONDA
Marque "V" para a opção verdadeira e "F" para a falsa:

1) O dom de sabedoria é o mesmo dom de conhecimento, diferindo


apenas a grafia para ressaltar a importância do dom.

2) A variedade de li nguas estranhas, nunca ensinadas, flui naturalmente


para edificar aquele que as fala.

3) Os dons são dados para a unidade do corpo de Cristo, não sua


divisão. Portanto, a diversidade de dons e operações não tinham por
propósito segregar, mas agregar o corpo de Cristo.
LIÇÃO 10

INHO EXCELENTE

••••••
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página .

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÓGICA • Assimilar a importância do
Caro professor, seja bas tante amor.
enfá tico em abordar que os dons • Discernir o que é e o que não
são frutos da graça de Deus, mas é o a mor.
que há uma relação dinâmica en- • Incentivar a prática do amor
cristão.
tre ter o dom e a vida de piedade
do cristão. É sobre isso que Paulo
trata no capítulo em ap reço, enfa-
PARA COMEÇARAAULA
tizando que o servo de Deus não é Vamos iniciar esta aula mos-
coisa alguma nem conquista coisa tra ndo as sete ações hipoté ticas
nenhuma sem amor (lCo 13.2-3). que Paulo expõe à igreja de Corin-
Os coríntios conside ravam ter to, as quais sem amor não teriam
dons como o ápice da vida espi-
sentido algum, o que é eviden-
ritual, e estes possuem sua im-
ciado pelo advérbio "ainda" ou
portância, pois devem ser usados
pela conjunção subordinada "se",
para edificação do corpo de Cristo.
Inclusive, os coríntios são exorta- ambos evidenciando uma possi-
dos a buscá-los com zelo. Todavia, bilidade. Esses gestos são: o falar
Pa ulo se propõe a mostrar a eles em línguas dos homens e a njos; o
um caminho mais excele nte, isto é, dom de profecia; o conhecer toda
o caminho d o amor, sem o qual é ciência do mundo; o ter t oda fé; o
impossível que haja efi cácia numa dar todos os be ns pessoais aos po-
vida de dons espirituais. bres; e o entregar -se por alguém.

RESPOSTAS DA PÁGINA 64
PALAVRAS-CHAVE 1) Llnguas, profecia, fé e sacriflcio.
Amor • Prática • Características • 2) Paciente, bondoso, sofredor, fiel e perseverante.
Superioridade 3) Invejoso, arrogante, orgulhoso, rude, egoista
irascível, rancoroso, alegre com a injustiça.
Lição 1O- Amor, Caminho Excelente
- --

LEITURA COMPLEMENTAR
O Espírito concede dons aos cri stãos a fim de capacitar a comu -
nidade de Cristo a ser um exemplo de Cristo. Uma vez que os dons
são expressões d e poder, seu uso indevido pode produzi r resul tados
opostos aos pretendidos. Essa inversão acontece quando a pessoa
que recebe o dom (ou dons) é glorificada em lugar do doador do dom
(ou dons).
Aqui, Paulo deixa claro que todos os dons, quer sejam mais espe-
tacula res ou mais com ums, precisam se tornar articu lações do amo r
de Cristo, e não il ustrações de devoção pessoal. Paulo ch ama o amor
de caminho mais excelente (lit., "hiperpropulsor") exatamente por-
que guarda os cristãos desse egoís mo. Quando o amor impele o uso
dos d ons espirituais, eles se tornam expressões da presença de Cris-
to e, desse modo, fortalecem o corpo de Cristo. Quando o egoísmo
impele o uso dos dons, e les revelam a presença de que m os recebeu
e, desse modo, abafam em vez de amplificar a voz de Deus.

Livro: "1 Coríntios" (Preben Vang . Série Comentário Expositivo. Editora Vída Nova
- SP, 2018, pág.184).

li
Estudada em _ !_ ! __

LIÇÃO 10 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 13.1-13

OR,CAMINHO Verdade Prática


Sem amor o exercício de qual-
EXCELENTE quer dom do Espírito se torna
inútil.
1 CORÍNTIOS 13
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

L SEMAIVCR,NADA VALE 1Co13.7.J


1. Línguas 1co 13.1
Texto Áureo
"Agora, pois, permanecem a fé, a 2. Profecias 1co 13.2
esperança e o amor; estes três; po- 3. Sacrifícios 1co 13 3
rém o maior destes é o amor."
1Co 13.13 li. O AMOR RESOLVE TUDO
1Co 13.4-8

1. O que o amor é 1eo 13.4


2. O que o amor não e 1co 13.4-B
3. Aplicação prática do amor 1co 13 4-8

Ili. OAMORPERMANECE 1Co13.B-13


1. Dons passam, amor não 1Co 13. 8-1 o
2. De menino a homem 1co 13.11.12
3. O amor jamais acaba 1co 13.B, 13

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
s 'Tl CL, .__a ,r s )C-s J
1Co 1 Pe CI 1Jo 1Co Ef
14.1 4.10 3.14 2.9 12.7 12.10

Hinos da Harpa: 88 - 145

59
Lição 1O-Amor, Caminho Excelente

INTRODUÇÃO 1. Lfnguas (1Co 13.1).


''Ainda que eu fale as línguas
Ao inseri r de modo surpreen-
dos homens e dos anjos, se não ti-
dente, como que ab rind o um pa- ver amor, serei como o bronze que
rênteses e ntre os capítulos 12 e soa ou como o címbalo que retine."
Você já ficou bravo quando o
14, que instruem sobre os dons
espirituais, o capítulo 13, sobre a baterista se empolga no culto e
ex,celência do amor, Paulo está en- acerta os pratos da bateria com
sinando que o propósito de Deus tanta intensidade que começam a
para os dons espirituais é que irritar os ouvidos? Pois então!
sejam exercidos com amor. Uma Paulo está comparando aque-
vez que os dons são expressões le que fala em línguas, mas não
de poder, seu uso indevido pode demonstra amor para com os ou-
produzir resultados desastrosos. tros como um címba lo que retine.
Essa inversão acontece quando Um prato enorme, sendo agredi-
a pessoa que exercita o dom é do e gerando um barulho chato,
glorificada em lugar do doador e nsurdecedo~ que não edifica a
do dom. Falar e m línguas é dom, ninguém.
controlar a língua é fruto. Uma igreja que fa la em línguas,
Paulo chama o amor de cami- sem amor, se assemelha a esta me-
nho sobremodo excelente, exata- táfora. A intenção de PauJo, ao se
mente porque guarda os cristãos expressar desse modo, é produ-
desse egoísmo. zir imagens grosseiras e desagra-
dáve is na mente de seus le itores,
1. SEM AMOR, NADA VALE para que entendam como o seu
(1Co 13.1-3) comportamento está soando da
mesma maneira. E podem pertur-
Nos primeiros três versículos bar mais do que abençoar.
deste capítulo Pa ulo não está fa-
zendo um poema sobre amor para 2. Profecias (1Co 13.2).
ser lido em casamentos. Muito ''Ainda que eu tenha o dom de
pelo contrário., ele está exortando profetizar e conheça todos os mis-
a igreja em Corinto, que estava em térios e toda a ciência; ainda que
pé de guerra, dividida em facções eu tenha tamanha fé, a ponto de
(1Co 1.10-17). transportar montes, se não tiver
Como p ode uma igreja sega- amor, nada serei."
bar de grandes feitos e grandes Profecias servem para a edi-
dons esp irituais se está tão lon- ficação do Corpo de Cristo, mas
ge do que Deus é (lJo 4.8)? De como isso pode aco ntecer com
que servem os dons, se não há profetas vazios? Ainda que rece-
amor? besse o maior dos dons do Espíri-

60
Lição 10 -Amor, Caminho Excelente

to, a capacidade de ouvir a voz de os mandame ntos de Deus ainda


De us, entender Suas revelações, se resumem a amar a Deus sobre
comunicar Suas verdades e de- todas as coisas e ao próximo como
monstrar um nível de fé que evoca Jesus nos a mou (Jo 13.33-35).
o poder de Deus, um cristão não
seria coisa alguma sem am or. li. O AMOR RESOLVE
Não é a toa que, de tempos em TUDO (1Co 13.4-8)
tempos, ve mos grandes homens
e mulheres da igreja caindo, pois 1. o que o amor é {lCo 13.4).
com a soberba, o amor vai embora "O amor é paciente, é benigno;
e o passo seguinte é a ruína. o amor não arde em ciúmes, não se
A ideia, aqui, não é anular os ufana, não se ensoberbece."
dons espirituais, que continuam a Paulo descreve o que é o amor
ser úteis e benéficos, pois não de- e tenta demonstrar que os pro-
pendem dela, mas do Espírito. Po- blemas dentro da igreja d e Corin-
rém, fi ca claro que os d ons devem to existe m porque eles não estão
ser exercidos com amor, decência agindo em a mor. Propõe-se que
e ordem. se leia abaixo na primeira pes-
soa do singular para que cada um
3. Sacrifícios {1 Co 13.3). tome para si as características do
"E ainda que eu distribua todos amor:
os meus bens entre os pobres e ain- a) O amor é paciente. Mesmo
da que entregue o meu próprio cor- quando e u sinto o forte desejo
po para ser queimado, se não tiver de me expressar ou decidir. Com
amor, nada disso me aproveitará." a ajuda do Espírito Santo, deci-
Deus já deixou bem claro em dindo a ma r, eu suporto a dor e
Sua Palavra que Ele não se im- as provações sem murmurar; de-
porta com o sacrifício em si, mas monstro domínio próprio diante
com o coração do adorador (SI das provocações ou tensões cria-
51.16-17; Jo 4.2 3). Paulo esclare- das por pessoas ou s ituações. O
ce que abrir mão de todos os bens amor se manté m firme a despeito
aos pobres - como exigido do jo- de qualquer o posição, di fi culdade
vem rico por Jesus (Lc 18.18-23) ou adversidade.
- ou até sacrificar a própria vida, b) O amor é bondoso. Mesmo
sem amor, é um ato sem. proveito quando me tratam mal (Rm 12.17-
algum. Por que o ato de Deus de 21). É a ideia de vencer o mal fa-
enviar /sacrificar Seu único Filho, zendo o bem. O amor é compassi-
Jesus, foi tão poderoso? Por causa vo, atencioso e agradável até com
do amor (Jo 3.1 6). que m não merece.
O que fica bem nítido nestes e) O amor tudo sofre. Mesmo
três primeiros versículos é que quando as decepções são esmaga-

61
Lição 10 -Amor, Caminho Excelente

doras. O amor é tolerante, não com e não tenta dominar os outros; o


o pecado, mas com a pessoa; supor- amor se preocupa em dar-se e não
ta pessoas de difícil trato e guarda em afirmar-se.
a perspectiva do Espírito Santo na d) O amor não se conduz incon-
possibilidade de mudança. veniente. Não age inconveni en-
d) O amor tudo cr~. Ainda que os temen te, mesmo que isso possa
outros não cre iam, eu devo manter trazer a atenção pa ra mim. O amor
a minha fé no p oder transformador não constrange os o utros, mas os
do Evangelho e do Espírito Santo. recebe e os faz sentir bem.
e) O amor tudo espera. Mesmo e) O amor não busca os pró-
que a es perança de todos já ten ha prios interesses. Mesm o quando eu
morrido. O amor aguarda o cum- tenho m uito a ganha r com isso. O
prime nto do plano de Deus. am or, por um ato de vontade, pro-
f) O amor tudo suporta. Abrir cura servir ao invés de ser servido.
mão de privilégios em favor dos f) O amor não se exaspera. Mes-
irmãos. Especialmente qua ndo mo quando tentam me provocar,
eu penso que não posso m ais s u- não devo me exasperar. A ideia é
portar certas pessoas o u ci rcuns- não ser uma pessoa melindrosa.
tâncias. O am or permanece firme Não estar predisposto a ofender. O
diante do sofrimento. am or não desiste de treinar outros
na justiça, mesmo dfa nte de fal has
2. Oqueoamornãoé(1Co 13.4-8). e provocações.
"Nãosealegra com a injustiça, mas g) O amor não se ressente do
regozija-se com a verdade" (13.6). ma/. É o grande perigo de me tornar
a) O amor não arde em ciúmes. prisioneiro do meu próprio ódio. O
Especialmente quando percebo amor decide não levantar ofensas
que o utros têm se destacado mais passadas, já cobertas pelo perdão.
que eu; não é certo, nem amoroso, h) O amor não se alegra com a
fo m entar a rivalidade, n em cobi- injustiça. Mesm o q ue a outra pes-
çar a vida do próximo. Isso é sinal soa mereça.
de insatisfação com o que Deus i) O amor se alegra com a ver-
te m lhe dado. dade. Mesmo que m entir pareça
b) O amor não ufana. Mesmo ser mais fácil. O amo r alegra-se
quando eu tenho vontade de con- com o conhecimento da verdade,
tar para todos as minhas realiza- pois a verdade liberta.
ções. O amor não glori fi ca a mim
mesmo, mas ho nra ao próximo e 3. Aplicação prática do amor
glorifica a Deu s. (1Co 13.4-8).
c) O amor não se ensoberbece. O amor é paciente, é benigno; o
Mesmo quando eu penso que estou amor não arde em ciúmes, não se ufa-
com a razão. O amor não é altivo na, não se ensoberbece (1 Co 13.4).

62
Lição 1O- Amor, Caminho Excelente

Se pegarmos o que já es tu- demonstração do Seu reino vi-


damos no capítulo 6 d est a car- sando ao crescimento e desenvol-
ta, o contexto do litígio entre os vimento espiritual do Seu povo.
irmãos fo ra d a igreja, o que d e- Mas eles te rão fi m. Quando Jesus
ve ria ter aco ntecido se o a mor volta r e nos torna rmos plenos
fosse o caminho seguido pelas Nele, e ntão não necessitaremos
partes? Teria m. resolvido os li- mais dos dons. Porém, o a mor
tígios e, provavelme nte, não ha- permanecerá. O am or será a ré-
veria um p rocesso entre irmãos, gua, a forma, os usos e costumes
caso eles fo ssem: pacientes; do céu. Por isso, o a mor deve ser
bondosos uns co m os outr os; não preservado e pra ticado desd e já,
arrogan tes; não sobe rbos; se não nos preparando e am adurecendo
buscassem os próprios interes- pa ra aquele dia.
ses; não guard assem ra ncor dos
e rros uns dos outros; sofressem 2. De menino a homem (1 Co
o dano; cressem na ação d o Es- 13.11 -12).
pírito Santo nas vidas uns dos "Quando eu era menino, falava
outros; se cressem que De us est á como menino, sentia como meni-
cuid ando de tudo e d e todos; se no, pensava como menino; quando
esperassem e m De us; se s upor- cheguei a ser homem, desisti das
tassem uns aos outros. coisas próprias de menino."
Aplique o amor a todos os pro- Chega um mome nto em que
blemas da igreja de Corinto e fica Pa ulo diz que aba ndo nou as coi-
claro que eles ti nham os meios ne- sas d e me nino, como egoís mo,
cessários pa ra resolução de con- excl us ivis mo etc., pois ele quis
fli tos através do a mor. Assim tam- buscar coisas maiores. O amo r ca-
bém nós, a igreja de hoje, temos os racter iza a vida de um discípulo
mesmos recu rsos para evitar ou de Cristo que é ad ulto espiritual.
so lucionar problemas. De que forma? Ama ndo os outros
com o a mor que Deus já de rra-
Ili.O AMOR PERMANECE mou e m seu coração.
(1Co 13.8-13)
3. O amor jamais acaba (1Co
1. Dons passam, amor não 13.8,13).
(1Co 13.8-10). "A9ora, pois, permanecem a fé,
"O amor jamais acaba; mas, a esperança e o amor, estes três; po-
havendo profecias, desaparecerão; rém o maior destes é o amor."
havendo lín9uas, cessarão; haven- Por fi m, o texto aprese nta o
do ciência, passará" (13.8). amor junto com a fé e a espe-
Os do ns espirituais são bên- ra nça. Isso aco ntece justame nte
çãos de De us para nós. É uma porque a fé e a espe ra nça a pon-

63
Lição 10 -Amor, Caminho Excelente

tam para o amor. Se observar- acaba. Que afirmações profun-


mos Hebre us 11.1, percebere- das e maravilhosas!
mos que a fé é a certeza absoluta O contraste paulino entre a
das coisas que se esperam. E é narureza temporal dos dons e a
justame nte isso o que Paulo está natureza eterna do amor, revela
dize ndo: temos certeza absoluta uma caracterís tica impress io-
de que o amor permanecerá, e nante: "o amor jamais acaba". Por
is so nos traz esperança, porque isso o amor é bom e firme alicerce
o amor é maior até mesmo que a para todos os nossos atos, inclusi-
fé e a esperan ça. O amor jamais ve como sustentáculo da família.

APLICAÇÃO PESSOAL
O propósito de Deus para os dons espirituais é que eles sejam
exercidos com amor.

RESPONDA
1) O que Paulo demonstra tornar-se
mar-se vão sem o amor?

2) Quais são as caracteristicas do amor?


LIÇÃO 11
DOM DE PROFECIA E
ORDEM NO CULTO
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÓGICA • Entender porque o dom de
Amado professor, explique nesta profecia é considerado superior.
aula que devemos semp re estar no • Apre nder o que é prioridade
caminho do a mor; te mos que nos nos cul tos e reuniões públicas.
esforçar para vivermos e m amor; • Entender que o culto deve ser
todavia, não devemos nos li mitar ord enado e refle tir a unidade e di-
versidade do Corpo de Cristo.
a viver uma vida de amor mas sem
os dons espirituais, porque ambos
provêm do Espírito Santo. PARA CONIEÇARAAULA
Todos os cristãos devem ter in- Dê início nesta aula ten tan-
teresse pelos dons, não apenas do fa lar algumas palavras de um
aqueles que exercem fun ções d e outro idioma, de preferência um
liderança, sobretudo o dom de que seja p ouquíssimo conhecido.
profecia, o qual não é necessa- Em seguida, pergunte se alguém
ria me nte uma previsão, mas um entendeu o que você disse. Logo
anúncio da vontade de De us para após isso, demons tre a importâ n-
o Seu povo. cia de transmi ti r a info rmação de
Os profetas e ram o sensor ético uma ma neira que todos ente n-
de Israel; e hoje, o são da igreja, dam, pois o nosso maior pro p ó-
pois as profecias mostram a situa- sito é comun icar as verdades de
ção real do povo de Deus. O dom Deus de uma man eira que todos
de profecia, por seu turno, deve compreendam. Dito isso, faça um
edificar, consola r e exortar. pa ralelo e ntre os dons de profeci a
e o dom de variedade de línguas.

RESPOSTAS DA PÁGINA 70
PALAVRAS-CHAVE A única opção correta é a letra "b".
Profecia • Línguas • Edificação •
Prioridade • Culto
Lição 11 - Dom de Profecia e Ordem no Culto

LEITURA COMPLEMENTAR
Texto em contexto
O capítulo 15 funciona tanto com o um crescendo da carta de Paulo
quanto como o ápice da exposição teológica do apóstolo. Ele fornece
a chave teológica que revela a mente de Paulo a seus leitores e expli ca
a es trutura de s ua ética. Para o apóstolo, tudo o que ele disse nessa
carta depende da realidade histórica da ress urreição fisica de Cristo.
A r essurreição de Cristo é o áp ice sem o qual seu sofrimento e morte
não fazem sentido algum e em razão do qual a graça r es tauradora
co nced ida por Deus a s ua criação agora é reve lada.
Por causa da ressurreição de Cristo, seus seguidores têm esperan-
ça de vida ete rna na presença de Deus, uma vida que j á iniciou e q ue
provou seu poder na co munidade de Cris to. Os cristãos que se tor-
naram parte do co rpo de Cristo e recebedores de seu Espírito têm
a garanti a de que serão ressuscitados dentre os mortos com Cris to.
E Cri sto, que se relaciona com seu corpo como cabeça, também se
relaciona com seus seguidores como as primícias daqueles que são
ressuscitados dos mortos (15.23) .

Livro: "1 Corintios" (Prebe n Vang . Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova
- SP, 20 18, pág .200).

li
Estudada em _ ! _ !__

LIÇÃO 11 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 14.1-40
DOM DE PROFE~ Verdade Prática
O culto é um momento de adoração
EORDEM a Deus e edificação da igreja; não
há espaço para o individualismo.
NOCULTO
1 CORÍNTIOS 14 Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

1. DOM DE PROFECIA 1Co 14. 1-3

1. Incentivado a buscar 1Co 14 1

Texto Áureo 2. As línguas edficam quem fala 1Co 14.2


"Tudo, porém, seja feito com 3. A profecia edifica a igreja 1co 14.3
decência e ordem. "
1Co 14.40 li. MAIS ÚTIL NO CULTO 1eo 14.5-25
1. Profecia é mais útil 1co 14.5
2. Línguas com interpretação 1eo 14.13-15
3. Prova da preserça de Deus 1eo 1425

Ili. ORDEM NO CULTO CRISTÃO


1Co 14.2640

1. Participação de todos 1eo 14.26


2. Participação com ordem 1Co 14.27,28
3. Decência e ordem 1co 14.28-40

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
Ls ' ~ '-<L- 'cl]rs=, (_s )
Rm Mt Hb At At Hb
10.17 18.20 13.15 2.27 9.31 10.25

Hinos da Harpa: 24 - 358

65
Lição 11 - Dom de Profecia e Ordem no Culto

INTRODUÇÃO devido à s ua clareza e possibilida-


de de entendimento.
No capítulo 14 desta carta aos É m a is edificante profetizar
Co rín tios, Paul o e nsina como de- que falar em outras línguas no
veria ser o culto na igre ja primi- culto da igreja do Senhor. Po r
tiva. Ele visa a corrigir o exercício isso, Pa ulo recomenda que tod os
desordenado de do ns pelos corín- os cristãos procurem falar e m
tios, salientando a necessidade de línguas, mas principalmente que
ed ificar a congregação e de aplicar busquem o dom de profecia.
os ensinos dos capítulos 12 e 13.
Os: don s exercidos no culto público 2. As línguas edificam quem
devem ser de beneficio coletivo; faJa (1Co 14.2).
caso contrário, tudo res ultará em "Pois quem fala em outra lín-
desordem e confusão. gua não fala a homens, senão a
Deus, visto que ninguém o entende,
1. DOM DE PROFECIA e em espírito fala mistérios."
(1Co 14.1-3) O dom de línguas não deve ser
desprezado pelos crentes de hoje
Toda a linha de raciocínio des- e tem uma grande importância na
te capítulo envolve o dom de pro- edificação pessoal.
fecia vers us falar em líng uas e in- Além disso, ele é um sinal par a
terpretação de línguas. O dom de os incrédulos (lCo 14.22), cons ti-
profetizar é a capacidade sobre- tuindo evidência inequívoca da pre-
natural de fa lar em no me de Deus, sença e operação do Espírito Santo.
entregando uma mensagem Dele Porém, pelo seu caráter perso-
aos seus destinatários. naJíssi mo, principalmente quando
não há quem a interprete, este dom
L Incentivado a busrar (1Co 14.1). deve ser exercitado com parcimô-
"Segui o amor e procurai, com nia durante as reuniões públicas.
zelo, os dons espirituais, mas prin- Devem os levar em conta que
cipalmente que profetizeis." Paulo não está desprezando o
O dom de profecia é a capaci- dom de línguas, e sim enfatizando
dade de falar em nome de Deus. a necessidade de ordem no culto e
Neste dom está envolvido também o seu caráter de edificação cole ti-
o poder para profetizar eve ntos va. Dentro deste contexto, é dese-
futuros (At 11.27-28; 21.10-11). O jável que as m ensagens entregu es
dom de profecia tem o claro pro- sejam proveitosas para todos os
pósito de "edificar, exortar e con- ouvintes, inclusive os incrédu los,
solar" a igreja de Cristo na terra. como ocor re com o dom de profe-
Pa ra Paulo este dom é considera- cia, o u com o do m de línguas con-
do maior que o dom de línguas, jugado e com a interpretação.

66
Lição 11 - Dom de Profecia e Ordem no Culto

3. A profecia edifica a igreja Isso seria danoso como "tirar o pino


(1Co 14.3). de uma granada" e ficar com ela na
"Mas o que profetiza fala aos mão, pois incentivaria mais partida-
homens, edificando, exortando e rismos e divisões em uma igreja que
consolando." já sofria com tais males, o que era
A profecia edifica a igreja e to- justamente o que Paulo mais com-
dos os seus me mbros presentes, batia em sua epístola (v. 33).
exorta-os a permanecer firme em Lembre-se que Paulo está tra-
seu fundamento e consola os fi éis tando sobre ordem no culto. Or-
nos momentos difíceis, especial- ganizar significa, dentre outras
mente com a esperança da volta coisas, escolher o que deve ser
de Jesus e de nosso futuro glorioso priorizado e o que d eve ser consi-
ao lado Dele. Não sem razão é um derado secundário. Há uma clara
dom tão desejável para os crentes. indicação dessa lista de priorida-
O termo edificar significa lite- des no Capítulo 12.28, e m que o
ralmente "construir': "levantar". profeta aparece em segundo lugar,
Entendemos que a vida cristã é após o apóstolo, e a variedade de
uma construção que está em de- línguas aparece em último.
senvolvimento. Temos que ter ciên- Durante o culto, a prioridade
cia que estamos levantando "tijolo deveria ser a edificação da igreja,
por tijolo" desta tão grande obra. de forma coletiva.
E, decerto, a profecia fará com que Neste contexto, aque le que ti-
este "edifício" seja construído com vesse uma profecia para entregar
bases bastante sólidas. deveria ser priorizado na ordem
do culto e m relação ao que falava
li. MAIS ÚTIL NO CULTO em línguas, pois aquela me nsa-
(1 Co 14. 5-25) gem edificaria a igreja, enquanto
as línguas edificariam apenas o
1. Profecia é mais útil (1Co 14.5). indivíduo.
"Eu quisera que vós todos falás-
seis em outras línguas; muito mais, 2. Linguas com interpreta-
porém, que profetizásseis; pois ção (1Co 14.13-15).
quem profetiza é superior ao que "Pelo que, o que fala em outra
fala em outras línguas, salvo se as língua deve orar para que a possa
interpretar, para que a igreja rece- interpreta,:
ba edificação." Como fica claro, o importante
Quando Paulo fala que o que no culto é que "a igreja receba edi-
profetiza é superior ao que fala em ficação". Por isso Paulo recomen-
línguas, não está menosprezando as da que aquele que fala em línguas
pessoas que falam em línguas, nem diante da igreja "deve orar para que
exaltando a pessoa que profetiza. a possa interpretar" (1Co 14.13).

67
Lição 11 - Dom de Profecia e Ordem no Culto

Dessa forma, o após to]o está trumentos utilizados por Ele para
fazendo um a pelo para que os co- edificar a Sua igreja.
ríntios sejam maduros no modo O dom é do Espírito Santo, que
de pensar, deixando partidaris- faz conforme lhe apraz. Adore a Ele!
mos e individua1ismos de lado E não à pessoa que exercitou o dom.
para priorizar a unidade da igreja.
Paulo evoca tão fortemente a Ili. ORDEM NO CULTO
figura da igreja como um corpo, CRISTÃO (1 Co 14.26-40)
em que cada fiel é um membro di-
ferente e que não há es paço para 1. Participação de todos (1 Co
pensar em si mesmo dissociado da 14.26).
realidade do corpo (lCo 12.27). "Que fazer, pois, irmãos? Quando
vos reunis, um tem salmo, outro, dou-
3. Prova da presença de Deus trina, este traz revelação, aquele, ou-
(1Co 14.25). tra língua, e ainda outro, interpreta-
"Tornam-se-lhe manifestos os ção. Seja tudo feito para edificação."
segredos do coração, e, assim, pros- Paulo está afirmando que todos
trando-se com a face em terra, ado- os crentes de Corinto podem contri-
rará a Deus, testemunhando que buir para a edificação da igreja local.
Deus está, de fato, no meio de vós." O cul to deve ser variado e fer-
Desde o Capítulo 12, o apósto- voroso, não precisa ser composto
lo Paulo já havia se pronunciado a só de profecia, tamb ém não se vai
respeito da manifestação do Espí- passar o culto todo cantando.
rito Santo. Ele ponderou que "os O culto não deve cair em mono-
dons são diversos, mas o Espírito é tonfa, nem deve virar um monólogo,
o mesmo" (lCo 12.4). Também ob- no qual apenas uma pessoa fala a
servou que ''A manifestação do Es- reunião toda. Há espaço para a va-
pírito é concedida a cada um visan- riedade e para a diversidade. O cul-
do a um.fim proveitoso" (lCo 12.7). to é da igreja para De us. Cada qual
Em outras palavras, os dons per- pode contribuir de d iferentes for-
tencem ao Espírito Santo, e não a mas e em diversas oportunidades.
pessoa a quem são concedidos.
Hoje em dia, o Espírito San- 2. Participação com ordem
to tem se ma nifestado de muitas (1Co 14.27-28).
maneiras. Mui tas das pessoas que "No caso de alguém falar em
são usadas por Deus são bajula- outra lfngua, que não sejam mais
das, até idolatradas, e, por vezes, do que dois ou quando muito três,
isso acaba "subindo à cabeça". De- e isto sucessivamente, e haja quem
vemos entender que as pessoas a interprete. Mas, não havendo intér-
quem o Espírito Santo concede os prete, fique calado na igreja, falan-
dons são tão somente canais, ins- do consigo mesmo e com Deus."

68
Lição 11 - Dom de Profecia e Ordem no Culto

Pa ulo orienta que, ao falar em de adoração a Deus para virar pal-


profecia ou línguas, os crentes de- co de mais dissensões, exibicionis-
veri am seguir as seguintes orien- mo, concorrê ncia, partida rismo e
tações: 1) apenas alguns devem desordem.
exercer o dom no culto; 2) não de- De um lado, havja irmãos que
vem ser proibidas; 3) as línguas, que ri am falar em línguas em alto
um após o o utro, devem ser in- e bom som, ao mesmo tempo em
terpretadas. Esses par âmetros se que outra pessoa naquele momen-
aplicam ao culto e não a momen- to, ora ndo, canta ndo ou entregan-
tos particulares de oração. do uma mensagem. De outro lado,
Paulo ratifica que o dom se en- havia os que, irritados com essa
contra sob o controle de quem o atitude, queriam proibir qualquer
exerce, e que este pode e deve fi - manifes tação do dom de línguas
car em silêncio quando apropria- durante o culto.
do (lCo 14.32). Ele reconhece que Este duelo de ext remos estava
os dons são uma manifestação do to rnando o culto em um momento
Espírito Santo e isso pode ocorrer ins uportável. Uma bagunça sem
de forma espo ntâ nea no meio da sentido e sem ordem.
igreja, mas os irmãos devem te r Paulo explica que todos devem
bom senso e d omínio próprio para ter o seu espaço e sua oportunidade
controlar a ma nifestação de modo durante o culto. Tudo, porém, deve
que não atrap al he o desenrolar da ser feito de forma agradável, ord e-
re união. nada e s ucessiva, organizando as
prioridades com base naquilo que
3. Decência e ordem (1 Co seja ma is edificante para a igreja.
14.28-40). Quando Paulo fala que, em não
"Portanto, meus irmãos, procu- havendo intérprete, o que fala em
rai com zelo o dom de profetizar e línguas deve se calar, não sigrúfica
não proibais o falar em outras lín - que só pode haver manifes tação de
guas. Tudo, porém, seja feito com línguas se houver alguém para in-
decência e ordem." terpretat Além disso, quando Paulo
A manifestação do Espírito fal a para ficar calado, não significa
Santo no meio da igreja não é um que o crente deve ficar em silêncio
"move r" no qual os envolvidos fi- absoluto dentro da igreja duran-
cam "enlouquecidos" e fo ra de si. te o culto. Como já dito, tudo deve
A fala de Pa ulo nesta passagem ser regulado pelo bom senso e pelo
é marcada pelo equilíbrio e pela domínio próprio, com todos dando
ponde ração. Extremos devem ser prioridade à edificação coletiva.
evitados. É possível deduzir que, Dentro deste contexto, e nte n-
na igreja em Corinto, o cul to esta- demos que o crente pode perma-
va deixa ndo d e ser um mome nto necer falando em línguas, em tom

69
Lição 11 - Dom de Profecia e Ordem no Culto

moderado, de modo que não atra- riam evitar questionar na hora do


palhe os demais irmãos. culto, e se ela fosse casada, deveria
Continuando sua instrução, conversar com o marido (v. 35).
enquanto alguém profetiza, os ou- Nesse contexto fica evidente
tros julgam. A profecia será julga- que a intenção de Pa ulo não é di-
da, não o profeta. Julgar significa zer que as mulheres, em geral, não
discernir, avaliar o que está sendo podem falar nas igrejas. Uma proi-
dito, retendo o que for bom. bição dessa seria uma contradição
Após enfatizar que a profecia direta a afirmação que já estuda-
deve ser julgada (v. 29), as palavras mos no Capítulo 11.5.
do apóstolo a respeito do silêncio da Lembremos que a Igreja se reu-
mulher visavam a tratar diretamen- nia nas casas e influenciava o que os
te dessa questão de julgar e analisar de fora viam e ouviam quando visi-
a fonte e o sentido da profecia. tavam os cultos. Daí a recomendação
Os homens era m encarregados final de Paulo: "Tudo, porém, seja fei-
desta missão. As mulheres deve- to com decênda e ordem" (v. 40).

APLICAÇÃO PESSOAL
O culto é um momento de adoração a Deus e edifica ção da igreja
como corpo de Cristo, no qual cada um pode exercitar os dons,
desde que seja com decência e ordem.

RESPONDA
Marque a única opção correta abaixo:

a) O dom de línguas é o maior dom, pois ele edifica quem fala por
meio desse dom, promovendo edificação do corpo de Cristo pelas
partes individuais.

b} O dom de línguas equipara-se ao de profecia apenas quando há o


dom de interpretar, porque desse modo a igreja toda pode ser edificada.

c) Não há relação prioritária entre os dons, sendo eles de igual impor-


tância e urgência.
LIÇÃO 12
O PODER DA
- DE CRISTO
RESSURREIÇAO
••••••
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGóGICA • Esclarecer a importância d a
O que poderia fazer com que ressurreição de Cristo.
pescadores medrosos viessem a • Descrever a1guns aspect os do
corpo da ressurreição.
morrer por amor a uma causa? O
• Consolar a igreja com a espe-
que faria alguém perde r a sua vida rança da volta de Jesus e da ressur-
por amor ao Evange]ho de Jesus reição dos que do rmem em Cristo.
Cristo? Eu diria que some nte uma
grande convicção de que essa cau- PARACOMEÇARAAULA
sa é verídica.
Esse foi um dos maiores bene- Interrogue a classe a respeito
de quantos já sentiram a dor de
fícios da ressurreição. Jesus mor-
perder a]guém! Sem dúvidas, a pós
reu para que houvesse exp1icação a queda do homem, esse é o maior
e perdão d os nossos pecados e re- mal que 1!:emos que enfrentar.
conciliação do homem com Deus; Logo em seguida, inicie a aula
e r essuscitou para nos jus tificar e, expondo que o pecado nos pro-
assim, houvesse igreja (Rm 4.2 5). porcionou a vulne rabilidade ctian-
te da morte e que, devido isso, já
Porque os primeiros má rtires, os
perdemos tantas pessoas que ri-
grandes responsáveis, aq ui na das Porém, a morte de Cristo e Sua
terra, pela multiplicação da igre- ressurreição nos garantem futura-
ja foram movidos pela certeza de mente uma suprema vitória sobre
que o Cristo que e]es viram subir o pecado e a morte, o que Paulo
à cruz foi o mesmo que eles vi ram evidencia ao dizer: "Onde está, ó
após a Sua ressureição. morte, a tua vitória? Onde está, ó
morte, o te u aguilhão".
RESPOSTAS DA PÁGINA 76
1) Que ele não tinha vencido a morte e o pecado.
PALAVRAS-CHAVE 2) Na união com Adão hâ a morte , mas aquele que
Ressurreição • Transformação • Volta está unido a Cristo há de ressuscitar.
de Jesus 3) Serão transformados, de corpos corruptlveis
para corpos incorruptíveis.
Lição 12 - O Poder da Ressurreição de Cristo

LEITURA COMPLEMENTAR
No primeiro dia de cada semana.
Essa é uma das referências mais antigas ao domingo como dia de cul-
to. A comunidade cristã transferiu os cultos para o domingo a fim de cele-
brar a ressurreição de Cristo Qo 20.1; Mt 28.1; Me 16.2; Lc 24.1; At 20.7),
e não demorou para que o domingo passasse a ser interpretado como "o
dia do Senhor" (Ap 1.10). Cada um de vocês deve separar[. ..) de acordo com
sua renda.
O fato de Paulo associar a coleta ao primeiro dia da semana deixa im-
plícito que ele tem em mente uma coleta pública. Ele não imagina sim-
plesmente que cada família separará uma quantia em casa para tê-la dis-
ponível quando for a Cori nto. Eles poderiam faze r isso em qualquer dia da
semana. Ofertar e compartilhar são partes fundamentais da participação
na comunidade de Cristo e expressão evidente de adoração a seu benfei-
tor que entregou a si mesmo.

Livro: "1 Coríntios" (Prebe n Vang . Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova
- SP, 2018 , pág .224,225) .

li
Estudada em _ /_ / __

LIÇÃO 12 Leitura Bíblica Para Estudo


1 Coríntios 15.51-58
OPODER Verdade Prática
A ressurreição é o alicerce da
DA RESSURREIÇÃO fé cristã e a a vitória sobre o
pecado e a morte; sem ela, a fé
DE CRISTO não se mantém.

1 CORÍNTIOS 15
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

1. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
Texto Áureo 1Co 15.1 -34
"Se a nossa esperança em Cris-
1. Testemunhas da ressurreição tCo 15.15-19
to se limita apenas a esta vida,
somos os mais infelizes de todos 2. k, primícias oos q.ie oorrrem 1Co 15.20.28
os homens. " 3. Ressurreição e vida prática 1eo 15.2~34
1Co 15.19
li. O CORPO DA RESSURREIÇÃO
1Co 15.35-49
1 Adão e Jesus 1Co 15. 45-48
2. Carnal versus espiritual 1co 15.48-50
3 A transformação do corpo 1co 15.51
Ili. A RAPIDEZ DA RESSURREIÇÃO
1Co 15.50-58
1. Num piscar de olhos 1eo 15.52a
2. A última trombeta 1co 15.52b
3. O triunfo sobre a morte 1eo 15.52-56

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
, S .,,- T ~ ~ Q:~ U ~ S ;
Jo Me 1Ts 1Pe Rm Ap
11.25 16.6 4.14 1.3 6.5 20.6

Hinos da Harpa: 48 - 300

71
Lição 12 - O Poder da Ressurreição de Cristo

INTRODUÇÃO Sempre aparecerão pessoas


para contestar que Jesus ressusci-
Alguns cristãos de Corinto re- tou dos mortos. As aparições, várias
sistiam à doutrina da ressurrei- vezes e a muitas pessoas diferen tes,
ção. Não acr editavam que haveria porém, comprovam a ressurreição.
ressurreição do corpo. Mas Pau- Paulo não pretende dar uma lis-
lo é enfático ao dizer que, assim ta comple·ta, at.é porque ele omi te
com o Cristo ressusci tou, também as mulheres, mas menciona Ceras,
os que creem Nele ress uscitarão. os doze apóstolos, Tiago, e mais de
Se não tivéssemos essa certeza, quinhentos irmãos. Os quinhentos,
vã seria a nossa crença, não teríamos possivelmente, são um grupo que
uma mensagem a anunciar e conti- presenciou uma manifestação na
nuaríamos sem perdão; porque um Galileia (Mt 28.lss) ou em Jerusalém
deus morto não salva ninguém. Quando Paulo escreveu a car-
Para provar aos coríntios que ta, algumas testemunhas ocuJa-
existe ressurreição, Paulo lança res ai nda estavam vivas; outros já
mão do Evangelho, menciona as "dormiam". Podemos crer firme-
ocasiões em que Jesus apareceu mente na ressurreição de Cristo.
vivo e fala sobre o seu próprio en- Crer seguramente na ressurreição
contro com o Cristo ress uscitado. do Cristo é crer no Seu triunfo sobre o
pecado e a morte (lCo 15.56-57).
1. A RESSURREIÇÃO DE Paulo alerta sobre o erro de es-
CRISTO (1Co 15.1 -34) perar em Cristo somente para esta
vida, como se ela fosse durar para
A ressurreição de Cristo, além sempre. Existe a vida eterna além
de provar a s ua divindade, é tam- desta vida, e que pode repercutir
bé m a garantia de que os mor- significativamente na existência
tos em Cristo irão ressuscitar no humana
acontecimento da volta de Jesus.
2. As primicias dos que dor-
1. Testemunhas da ressur- mem (1Co 15.20-28).
relição {1Co 15.1 5-19). "Mas, de fato, Cristo ressuscitou
"E, se Cristo não ressuscitou, é vã a dentre os mortos, sendo ele as primí-
vossa fé, e ainda permaneceis nos vos- cias dos que dormem" (1Co 15.20)
sos pecados" (1Co 15.17). Nestes versos, Pa ulo relata so-
A crucificação e a ressurreição bre a ordem dos acontecimentos
são os fatos centrais dos Evangelhos deste dia glorioso da volta de Jesus:
e comprovam que Jesus é o Messias primeiro, a ress urreição dos que
predito no Antigo Testamento. O tú- estiverem mortos; em seguida, a
mulo vazio confirma a ressurreição transformação dos que estivere m
corporal de Jesus. vivos. Os dois episódios correspon-

72
Lição 12 - O Poder da Ressurreição de Cristo

dem àquilo que aprendemos como "Doutra maneira, que farão os


ressurreição para a vida eterna. que se batizam por causa dos mor-
"Cada um, porém, por sua pró- tos? Se, absolutamente, os mortos
pria ordem: Cristo, as primícias; não ressuscitam, por que se batizam
depois, os que são de Cristo, na sua por causa deles?" (15.29).
vinda" (v. 23). Da mesma forma que Parece que em Corinto havia
a primeira parte da colheita era le- pessoas que eram batizadas a fim
vada ao Templo como oferta, Cristo de garantir ressurreição de parentes
foi o primeiro a ressuscitar dentre que tinham morrido. Paulo não esta
os mortos e jamais morrerá nova- apoiando esta prática, ele usa apenas
mente. Ele foi o primeiro de todos, para argumentar com a própria prá-
mas, abrindo o caminho, na Sua tica dos coríntios.
vinda, será a vez dos que morreram ''As más conversações, corrompem
em Cristo. Ele é o nosso precursor; os bons costumes" (15.33). A sedução
é o penhor de que também nós res- em Corinto não vinha propriamente
suscitaremos ou seremos transfor- de um convívio doentio com cida-
mados se estivennos vivos durante dãos infiéis de Corinto.
este grande evento (1 Ts 4.1,16-18). Alguns de dentro da igreja já
estavam assimilando ideias contra
3. Ressurreição e vida práti- a ressurreição e corrompendo os
ca (1Co 15.29-34). bons costumes cristãos, pelas más
"Se, como homem, lutei em companhias e conversações. Vale
Éfeso com feras, que me aproveita muito aquele ditado popular: "Diz-
isso? Se os mortos não ressuscitam, -me com quem tu andas e te di rei
comamos e bebamos, que amanhã quem és'~
morreremos." (1Co 15.32)
Paulo exorta com certa ironia so- li. O CORPO DA
bre as consequências de se ignorar a RESSURREIÇÃO
verdade acerca da ressurreição após (1Co 15.35-49)
a morte física. Nenhum esforço vale-
ria a pena e seria mais proveitoso vi- 1. Adão e Jesus (1Co 15.45-48).
ver um estilo de vida despreocupado "Como foi o primeiro homem,
e desregrado até a hora da morte. o terreno, tais são também os de-
De fato, muitos dos que nega- mais homens terrenos; e, como é o
vam a ressurreição vindoura esta- homem celestial, tais também os
vam agindo assim e convencendo celestiais" (1Co 15.48).
a outros de que deveriam viver da Nesta passagem, Paulo faz um
mesma maneira (lCo 15.32,33). contraste entre Adão e Cristo. Na-
Paulo os chama à razão e os acon- turalmente, semelhante a Adão,
selha a não darem ouvidos a essas nascemos com um corpo terrestre,
"conversas fiadas " (v. 33). sujeito a morte e desgastes físicos.

73
Lição 12 - O Poder da Ressurreição de Cristo

Já em Cristo, na Sua vinda, recebe- Se todos hão de morrer por cau-


remos o corpo espiritual, que está sa de um homem - Adão - todos que
isento de qualquer tipo de desgas- morrem em Cristo hão de ressusci-
te físico. Ele será espiritual, celes- tar por causa de um homem - Cristo.
tial e imortal (1Co 15.21-22). Por estarmos unidos a Adão, havere-
"Mas alguém dirá: Como ressus- mos de morrer, mas aquele que está
citam os mortos? E em que corpo unido a Cristo, há de ressuscitar.
vêm?" (15.35). Os coríntios tinham
um bloqueio para compreender a 2. Carnal versus espiritual
ressurreição dos mortos. (1Co 15.48-50).
Um corpo que já se encontra "Isto afirmo, irmãos, que a car-
em decomposição e se incorporou ne e o sangue não podem herdar
aos elementos de sua origem - o o reino de Deus, nem a corrupção
pó da terra - pode ser restaurado, herdar a incorrupção."
numa natureza gloriosa? Temos um corpo terreno. Se
Paulo chama os seus inquiri- nascemos em um território terreno,
d ores de insensatos. Querem ser é natural absorvemos todas as suas
tão sábios, mas não compreendem influências; já o que é celestial traz
a lei primordial da vida vegetal. consigo as coisas celestiais. Quando
Paulo não quis rep licar dizendo nascemos de novo, passamos a fa-
que para Deus nada é impossível. zer parte do "território celestial'~
Uma árvore, para nascer, pre- Quando Paulo afirma que "carne
cisa primeiramente que a semen- e sangue não podem herdar o Reino
te caia no solo e seja enterrada de Deus", indica que nossos corpos
(morra) para depois germinar e, físicos, por estarem sujeitos a cor-
em seguida, nascer a planta A se- rupção, não podem adentrar no
meadura da semente (ou morte da lugar celestial (Mt 16.17). Isso não
n1esma) é a origem de sua germi- significa que não teremos um cor-
nação, a partir da qual ela se tor- po, mas que herdaremos um novo
nará uma planta, um pé de milho, corpo não sujeito às fraquezas da
por exemplo, com muitas espigas e carne, ou seja, transofrmado.
milhares de grãos. Existe um nexo
causal entre a morte da semente e 3. A transformação do corpo
a sua germinação. Nesse fenômeno (lCo 15.51).
da vida temos uma representação " Eis que vos digo um mistério:
do que acontece na ressurreição. nem todos dormiremos, mas trans-
Não deve causar espanto o fato formados seremos todos."
de que nossos corpos, incorpora- Paulo ressalta que no momento
dos ao solo, serão ressuscitados exato da "volta de Jesus" alguns es-
em estado glorioso. Deus dará um tarão vivos. Aqui, o termo ''dormir" é
novo corpo como lhe aprouver dar. um eufemismo usado para a morte.

74
Lição 12 - O Poder da Ressurreição de Cristo

A geração que estará viva na SENHOR Deus as lágrimas de todos


volta de Jesus será transformada e os rostos, e tirará de toda a terra o
arrebatada sem passar pela mor- opróbrio do seu povo, porque o SE-
te. Tamanha era a expectativa do NHOR falou" Ou seja, a morte foi to-
retorno de Jesus, que Paulo em- tal mente conquistada, abolida para
prega o termo "nós". A expectativa sempre! No versículo 55, Paulo cita
de Paulo nos faz refleti r e nos ins- Oseias 13.14. "Onde está, ó morte,
pira a vivermos preparados para a a tua vitória?" A morte foi aniqui-
vinda de Jesus a qualq uer mome n- lada, não existirá mais. Paulo per&
to, até mesmo hoje! gunta onde está o aguilhão da mor-
te. O aguilhão da morte é o pecado,
Ili.A RAPIDEZ DA que está cheio de veneno infernal.
RESSURREIÇÃO Ele foi também destruído. E a força
(1 Co 15.50-58) do pecado é a lei.
Ao vencer o pecado, Jesus anu-
1. Num piscar de olhos (1Co lou o que dava poder à morte e ao
15.52a). Diabo (Hb 2.14,15; Rm 5.21).
"Num momento, num abrir e fe-
char de olhos." 2. A última trombeta ( lCo
Quando Paulo diz: "Num mo- 15.52b).
mento", quer dizer numa fração ''Ao ressoar da última trombeta."
de segundo, num piscar de olhos. No Antigo Testamento a trom-
A última trombeta ressoa, na beta tinlha vá rios usos:
imitação do coma ndante, concla- 1) Como um instrumento li túr-
mando seu exército para a bata- gico para convocar Israel ao en-
lha, os mortos ress uscitarão pri- contro do Senhor (Êx 19.16-17);
meiro e os salvos que estiverem 2) Para adorá-lo na Festa das
vivos serão transformados. Trombetas (Lv 23.23-25);
Aqueles que já morreram em 3) Anunciar o descanso no ano
ob ediência a Deus, desde Adão, do jubile u (Lv 25.9);
ressuscitarão incorruptíveis. Aque- 4) Também era usada para
les, que estiverem vivos serão convocar os soldados para batalha
transformados, de corpos corrup- Qz 7.19-23; Jr 4.19). Essa última
tíveis para corpos incorruptíveis. trombeta mencionada por Paulo
Quando este corpo assim tornar-se será tocada em breve e levará todo
espiritual, o corr uptível se revesti- o crente fiel à Jerusalém Celestial.
rá de incorruptibilidade e o que é
mortal se revestirá de imortalida- 3. O triunfo sobre a morte
de. Cumprir-se-á o que está escrito (1Co 15.52-56).
em Isaías 25.8. "Tragará a morte "Portanto, meus amados ir-
. ,
para sempre, e, assim, enxugara o mãos, sede firmes, inabaláveis e

75
Lição 12 - O Poder da Ressurreição de Cristo

sempre abundantes na obra do A razão dessa recomendação é o


Senhor, sabendo que, no Senhor, o que está reservado para todos nós.
vosso trabalho não é vão." Uma vida futura inigualável está
Diante do falso e nsino e tantas reservada para aqueles que perma-
tentações diferentes, a esperança necerem firmes até o fim. Naquele
da ressurreição deve incentivar dia, teremos recompensa com ple-
os coríntios a perseverar em sua ta. Nunca deixemos de cultivar a
fé. Pa ulo sente-se plenamente re- santidade, para manter essa espe-
compensado em expor aos corín- rança em sua plena energia. Anseio
tios a doutrina da ressurreição. por esse clia glorioso, quando, na
O apóstolo Paulo termina o extensão máxima da expressão, a
seu argumento, fazendo uma morte será tragada para sempre; e
exortação. "Portanto, meus ama- milhões de vozes, após o longo si-
dos irmãos, sede firmes, inabalá- lêncio do túmulo, bradarão, de uma
veis e sempre abundantes na obra vez por todas, a canção triunfante:
do Senhor, sabendo que, no Se- "Onde está, ó morte, a tua vitória?
nhor, o vosso trabalho não é vão" Onde está, 6 morte, o teu aguilhão?"
(lCo 15.58). (v. 55). Glória a Deus!

APLICAÇÃO PESSOAL
Uma vida futura inigualável está reservada para aqueles que permanece-
rem firmes, constantes e sempre abundantes até a volta de Jesus. Glória
a Deus que nos dá a vitória, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo!

RESPONDA
1) Qual seria a decorrência lógica, segudo Paulo, de Cristo não haver ressuscitado?

2) Qual o paralelo entre a união da humanidade com Adão e Cristo?

3) O que ocorrerá aos corpos dos fiéis ressurretos?


{ , LIÇÃO 13

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição


é igual para alunos e mestres. inclusive o número da página .

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGÓGICA • Entender o valor da caridade
Pa ra bé ns, inestimável profes- entre os irmãos.
sor! Chegamos à última lição • Saber que o Evangelho ge-
nuíno pode "abrir por tas" e ge rar
de mais um trimestre. Conclua
contenda com o inferno.
esta revista, pe rcebe ndo que o • Incentivar os valores cristãos
Capítulo 16 do texto e m estudo como: amor, igualdade e renúncia.
sucede a uma orientação sobre
morte e ressurreição Mas, de re- PARACOMEÇARAAULA
pe nte, Pa ulo trocou de assunto e
Começamos e vamos terminar
com eçou a falar em dinheiro, o estas lições interrogando a nossa
que mostra que ta ntos ass untos classe! Pe rgunte: Quem já desejo u
escatológicos, a exe mplo da últi- que Deus abençoasse os projetos
ma lição, bem co mo ass untos so- da igreja local? Pergun te também:
É melhor dizer: "Deus abençoe" ou
bre dons e t antos outros tratados
"Deus me use para abençoar sua
nesta revis ta, são tão importantes obra"? Deus é espírito, e quando
qua nto a contribuição. ele quer a bençoar algo, comu-
Pa ulo tra ba lhava para não ser mente, Ele escolhe um corp o e
um peso às igr ejas, no e ntanto, usa-o paira ser um instr umento de
bênçãos. Ou seja, Ele quer usar as
ele nunca fo i reluta nte em falar
nossas mãos ou nosso esforço para
a respe ito de ofer tas para aten- abençoar os projetos da Sua obra.
de r às n ecessidades da o bra e do As ofertas não se limitaram à Lei
povo do De us. de Moisés, mas caminharam com a
igreja primitiva e devem permane-
cer com a igreja até Jesus voltar.
RESPOSTAS DA PÁGINA 82
PALAVRAS-CHAVE
1) A igreja em Jerusa lém.
Caridade • Amor • Renúncia
2) Sob a permissão do Senhor.
3) O Senhor vem.
Lição 13 - Planos e Saudação Final

LEITURA COMPLEMENTAR
Para ilustrar o texto
As comunidades cristãs são mantidas ao longo de gerações por
uma sucessão de líderes semel hantes a Cristo. Bíblia: 2Timóteo 2.2. As
instruções de Paulo a Timóteo em 2Timóteo 2.2 (que ecoam Êx 18.21)
indicam claramente que o processo de discipular, avaliar, incumbir e
liberar novos líderes para trabalhar é o sistema correto de transmitir
liderança e autoridade dentro da igreja de Cristo. Vemos outra imagem
dessa realidade quando Paulo se despede dos presbíteros efés ios em
Atos 20.13-38. A fé cristã é um cha mado para todas as épocas da vida;
a opção de nos aposentarmos cedlo de nosso trabalho cristão nunca
será uma opção.
Citação: OliverWendell Holmes. Certa vez, Holmes afirmou: "Os
homens não param de brincar porque envelhece m; eles envelhecem
porque param de brincar". O mesmo se aplica aos cristãos no tocante
a se u chamado e a sua vocação: cristãos idosos não se afas ta m de s ua
missão e de se u propósito no reino porque estão cansados e deprim i-
dos; ficam cansados e deprimidos quando se afastam de s ua missão
e de seu propósito no reino.

Livro: "1 Coríntios" (Preben Vang . Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova
- SP, 2018 , pág.235) .

li
Estudada em _ /_ / __

LICÃO
>
13 Leitura Bíblica Para Estudo
1 Coríntios 16. 1-24

PLANOS E
Verdade Prática
SAUDAÇÃO A vida cristã cheia de fé e boas
obras é a mais eficaz pregação
FINAL do Evangelho.

1 CORÍNTIOS 16
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO

1. O VALOR DA SOLIDARIEDADE
1C.O 16.1-4
Texto Áureo
11
Sede vigilantes, permanecei fir- 1. Ajuda à igreja em Jerusalém 1co 16.1-3
mes na fé, portai-vos varonilmente, 2. A urgência da ordem 1Co 16.1
11
fortalecei-vos. 3. O primeiro dia 1co 16.2-4
1Co16.13
IL OS PIOJE IOS DE PAULO 1 e.o 16.14
1. Irei, porem, ter convosco 1co 16.5,6
2. Longo tefrpo em Corinto e Éfeso 1eo 16.7-8
3. Uma porta grande se abriu 1co 16.9-13

Ili. PLANOS E INSTRUÇÃO ANAL


1Co 16.13-24

1. Vigiar e permanecer firme 1co 16.13


2. Fazer tudo com amor 1co 16.14
3 Ósculo santo e Maranata 1co 16.20-24

APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário
CDLD 7l 1ra 1rs ~ s_J
Fp GI Rm 1Tm Ef Pv
2.4 6.2 12.10 5.8 4.32 21 .13

Hinos da Harpa: 449 - 107

77
Lição 13 - Planos e Saudação Final

O profeta Ágabo profetizou


INTRODUÇÃO uma "grande fome por o todo
mundo" (At 11.28). Ágabo era um
Na terceira viagem m1ss10-
profeta ori undo da região da Pa-
nária de Paulo, ele se empe nhou
lestina que anteviu a perseguição
e m coletar o máximo de doações
e prisão de Paulo em Jerusalém
para os considerados pobres en-
(cf. At 21.10-11).
tre os santos da igreja-mãe em
Esta fo m e foi registrada por
Jerusalém. O gesto foi realizado
histori adores como: Tácito, Sue-
para aliviar a necessidade e o
tônio e Flavi o Josefo. Estes re-
sofrimento. A realidade é que o
lataram que houve uma grande
apóstolo Paulo estava amadure-
fome que assolou o leste do Me-
cendo nas igrejas formadas por
diterrâneo, por volta de 40 d.C.
e]e o valor pessoal da coleta e so-
Em meio a esse caos an uncia-
lidari edade entre os cris tãos.
do, Pau lo ergue-se para incen-
t ivar os cristãos a realizar cari-
L OVALORDA
dades e a serem solidários. Essa
SOLIDARIEDADE (1Co 16.14)
crise afetou grande parte das
igrejas, e os irmãos menos afeta-
A comunidade dos discípulos
dos e que gozavam d e melhores
de Jesus não pode deixar d e lado
condições tinham o dever moral
questões relacionadas à obra de
de ajudar os seus irmãos mais
caridade. A ênfase na salvação de
necessitados
almas não pode servir com o d es-
culpa para fecharmos os olhos à
2. A urgência da ordem
realidade ao nosso redor, princi-
{lCo 16.1).
palmente quando os nossos pró-
"Quanto à coleta para os santos,
prios irmãos n a fé es tão passan-
fazei vós também como ordenei às
do por necessidades.
igrejas da Galácia."
Um fator primordial a ser sa-
A urgência era tamanha que
lientado é que a caridade pode
Paulo não só pede, ele pratica-
não ter relevância na Salvação do
mente ordena. Paulo sabia e reco-
homem, porém é um inequívoco
nhecia o valor da caridade. Paulo
resultado e uma verdadeira evi-
sabia o valor de ser ajudado por
dência da salvação.
outrem. Por isso, tinha pressa
para ajudar os outros. Esse gesto
1. Ajuda à igreja em Jerusa-
era incentivado e ensinado por
lém {lCo 16.1-3).
"E, quando tiver chegado, en- Paulo e deveria ser espalhado por
viarei, com cartas, para levarem as todas as igrejas.
Mesmo sendo uma "ordem"
vossas dádivas a Jerusalém, aque-
les que aprovardes" {1Co 16.3). de Paulo, ninguém e ra obrigado

78
Lição 13 - Planos e Saudação Final

"A fé verdadeira e viva, que cada um (v. 2). Observemos que


o Espírito Santo coloca no é proporcional ao que tinham, se-
coração, simplesmente não gundo a prosperidade dada por
pode ser inoperante." Deus a cada um, nada aquém ou
além disso.
Martinho Lutero Vemos também o cuidado e a
trans parência com a qual Paulo
conduziria a oferta e a entregaria
a dar mais do que podia. A exi- no destino certo, junto com pes-
gência e o estímulo da coleta de soas confiáveis escolhidas pela
doações entre os cristãos e ra um própria igreja (v. 3,4).
modo de equilibrar as deficiên-
cias econômicas entre os crentes li. OS PROJETOS DE PAULO
(2Co 8.13 -15). É por este m oti- (1Co 16.5-12)
vo que o povo de Corin to estava
sen do motivado a ajudar os mais 1. Irei, porém, ter convosco
necessitados. (1Co 16.5,6).
"Irei ter convosco por ocasião
3. O primeiro dia (1Co 16.2-4). da minha passagem pela Mace-
"No primeiro dia da semana, dônia, porque devo percorrer a
cada um de vós ponha de parte, Macedônia."
em casa, conforme a sua prospe- Paulo havia projetado que de-
ridade, e vá juntando, para que se pois de passar pela Macedônia
não façam coletas quando eu for" iria à cidade de Corinto. Almejava
(1Co 16.2). passar um longo te mpo com os
Geralmente, no domingo, ou cristãos daquela cidade. Isso por-
seja, o "prim e iro dia da semana", que sabia da necessidade deste
os fiéis se reu niam e ofereciam povo.
suas ofertas como forma de agra- Porém, Paulo sabia que esta vi-
decimento (At 20.7). sita só poderia ocorre r mediante
Este dia e ra muito comemo- uma ressalva: "se o Senhor permi-
rado pelo aconteci me nto da res- tir" (v. 7), demonstrando depen-
surreição do Senhor. Por este e dência total d e Deus.
outros motivos, os cristãos da-
quela época se reuniam no pri- 2. Longo tempo em Corinto e
meiro dia da semana para ado rar Éfeso (1Co 16.7-8).
a Deus. "Porque não quero, agora, ver-
Paulo estava aproveitando o -vos apenas de passagem, pois es-
ensejo para sens ibiliza r o coração pero permanecer convosco algum
dos fiéis a doarem generosamen- tempo, se o Senhor o permitir"
te, conforme a prosperidade de (1Co 16.7).

79
Lição 13 - Planos e Saudação Final

A es tada de Paulo em Corinto como salvador, houve uma grande


foi um período longo de dezoito revolta dos adoradores da deusa
meses (At 18.10,11), só supera- Diana. Os ourives fabricantes de
do pelo tempo que fi cou e m Éfe- imagens foram esses grandes ad-
so, onde o apóstolo se de morou versários que se levantaram contra
por três anos (At 20.31). Logo, Paulo e o Evangelho de Jesus que
isto lhe proporcionou um minis- estava sendo anunciado na cidade
tério profícuo e a oportunidade de Éfeso (At 19.8-41).
de efetua r um grande trabalho,
o qual prospe rou fazendo de Co- Ili. PLANOS E INSTRUÇÃO
rinto um dos mais importantes FINAL (1Co 16.13-34)
centro cristão da igreja primiti-
va. Com os cristãos de Corin to, 1. Vigiar e permanecer firme
Pa ulo manteve uma das mais (1Co 16.13).
efu sivas relações ep is tola res, "Sede vigilantes, permanecei
destina ndo a eles pelo menos firmes na fé, portai-vos varonil-
três epístolas, uma das quais nos mente, fortalecei-vos."
é desco nhecida (1Co 5.9). A 1ª Paulo recomenda ao povo de
carta aos Corintios é a mais lon- Corinto que permaneça vigi lan-
ga epístola de Pa ulo. te e firme. Nos tempos bíblicos
Foi em Corinto que Paulo es- o te rmo vigiar tinha muita rele-
creveu a carta aos Romanos, 1ª e vância. A expressão "vigiar" sig-
2ª Tessalonicenses. nifica lite ralme nte "manter a luz
acesa". Jesus afirma que somos "a
3. Uma porta grande se abriu luz do mundo" (Mt 5.14). E, nes-
(1Co 16.9). tes momentos difíceis, nos quais
"Porque uma porta grande e as trevas têm se alas trado por
oportuna para o trabalho se me toda parte, temos que nos erguer
abriu; e há muitos adversários." como "luz". O prêmio por andar
"Uma porta grande" se refere na luz é não ser pego de surpre-
aos grandes feitos de De us a tra- sa no dia da volta do Senhor (1 Ts
vés das viagens missionárias de 5.4; Mt 25.6-13).
Paulo, principalmente da terceira Outro co nselho de Paulo foi
viagem (cf. At 19). para que o povo estivesse firm e
Um destes feitos está registrado na fé. Alguns poderiam pensar:
em Atos 19, quando Paulo impôs as "Mas a fé não é algo a bstrato?
mãos sobre alguns dos moradores Como, pois, se firmar nela?". Não
de Éfeso e estes foram batizados é bem assim. "A fé é o firme fun-
no Espírito Santo e falaram em ou- damento" (Hb 11.1, ARC), e o seu
tras línguas (At 19.6). Como parte fundamento é o próprio Jesus
do povo de Éfeso aceitara a Cristo (lCo 3.11).

80
Lição 13- Aanos e Saudação Rnal

É por isso que a fé, algumas ve- Esse exe mplo fo i usado na pa-
zes, manifesta-se como concre ta, rábola do "filho pródigo". A Bíblia
quando nossas ações transpiram diz que o pai "correndo, o abraçou,
nossa confiança Nele. Um exemplo e beijou" (Lc 15.2 0).
disso ocorre quando Jesus vê os Atualme nte nós usamos o
quatro homens que levava m um aperto de mãos , dizendo: ''A paz
paralítico até Ele em Cafarnaum: do Senhor !".
"Vendo-lhes a fé" (Me 2.5). Jesus "Se al9u ém não ama o Senhor,
viu a fé daqueles homens pela seja anátema. Maranata ! A g raça
atitude que estavam toman do, ao do Senhor Jesus seja convosco. O
levar o seu amigo doen te até Ele. meu amor seja com todos vós, em
Se rá que, se Jesus olhar para as Cristo Jesus" (v. 22,23). Nas últi-
suas ações, poderá ver também a mas palavras de Pa ulo, ele em-
sua fé? prega o termo "Maranata". Este
termo é de origem ara maica, e
2. Fazer tudo com amor (1 Co se traduz como: "O Senhor Vem".
16.14). Este termo está relacio nado ao
"Todos os vossos atos sejam fei- arre batamento, o d ia que Jesus
tos com amor." virá para buscar a Sua igreja.
O amor é parte fundamental Ao grafar esta palavra, o após-
para o serviço na obra d o Senhor. tolo Pa ulo estava incentivando a
Nenhu·m serviço para De us deve igreja a vive r uma vida de vigi-
ser realizado por imposição ou lâ ncia. O povo de Corinto não po-
qualquer outra motivação que não de ria vive r uma vida descuidada
seja amor (1Co 16.14). O próprio e, ao mes mo te mpo, espera r se r
Pa ulo já havia falado que "se não arre batado e e ncontra r-se com o
tivesse amor", nada aprovei taria. Senhor.
(1Co 13.1). Há grande semelha nça entre
o fin al d esta carta e as úl timas
3. Ósculo santo e Maranata palavras da Bíblia, no Apocalip-
{1Co 16.20-24). se : "Maranta! Vem Senhor Jesus"
"Todos os irmãos vos saúdam. (Ap 22. 20,21).
Saudai-vos uns aos outros com ós- E assim, Paulo conclui a carta,
culo santo" {lCo 16.20) assinando-a com seu próprio pu-
Nos dias atuais é comum sau- nho, e afirmando: Maranata!, Ou
da rmos uns aos outros com aper- seja: "Nós acreditamos que Jesus
to d e mãos e a braços. Naqueles ressuscito u de ntre os mortos e
tempos, porém, o gesto comum há d e voltar". Isto significa que o
de saudação e ra o "ósculo santo", Evangelho mostra toda uma nova
lite ralmente, um beijo no rosto realidade de vi tó ria sobre a mor-
(Lc 7.45) . te e o pecado. Não é a penas o co n-

81
Lição 13 - Planos e Saudação Final

selho moral ou uma receita para mes mos e, e m úl tima a nálise, é a


uma espiritu alidad e pessoal. nossa espe rança de vi tória sobre
É po r causa d a ressurreição o pecad o e a morte.
que te mos razão pa ra sermos E é sobre ver e vi ve r cada pa r-
unidos e m to rno de Jesus. É a te da vida através das len tes des-
razão pela qual te mos motiva- se Eva ngelho do Re ino de Deus
ção pa ra a integridade sexual. É que a 1ª carta aos Corín tios, lida
a fo nte de e ne rgia pa ra ama r o u- e estudada por nós, fa la! Amé m!
tras pessoas ma is do que a nós Mara nata! Vem, Senhor Jesus!

APLICAÇÃO PESSOAL
Somos incentivados a permanecer firmes em todo o tempo e , prin-
cipalmente, quando a nossa fé e valores cristãos são desafiados ao
interagirmos com o mundo. De qualquer modo, seja fiel ao Senhor
Jesus e habilite-se ao prêmio da coroa da vida! Amém!

RESPONDA
1) Para qual igreja Paulo ordeou a coleta de uma oferta em Corinto?

2) Soo Q.Jal condição Paulo desejava visitar a Igreja em Corinto?

3) O que sigifica o termo "Maranata"?


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