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matemática e raciocínio

lógico
matemática e raciocínio lógico
c) O antecessor de 56 é 55.
1. Numeração d) O antecessor de 10 é 9.
Subconjuntos de
Vale lembrar que um asterisco, colocado junto à letra que sim-
boliza um conjunto, significa que o zero foi excluído de tal conjunto.
Essa imagem mostra todos os conjuntos, sendo
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, … . }
Números Inteiros

Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números


naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Este
conjunto pode ser representado por:

ℤ = {… , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, … . }


Subconjuntos do conjunto  :

Números Naturais
1)ℤ∗ = … , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, … . −
Os números naturais são o modelo matemático necessário para 𝐸𝑠𝑡𝑒 é 𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑐𝑙𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜.
efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, ob- 2)ℤ+ =
temos os elementos dos números naturais: 0, 1, 2, 3, … . −
𝐸𝑠𝑡𝑒 é 𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 −
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … . 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠

A construção dos Números Naturais 3)ℤ− =


- Todo número natural dado tem um sucessor (número que vem … , −3, −2, −1 −
depois do número dado), considerando também o zero. 𝐸𝑠𝑡𝑒 é 𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 −
Exemplos: Seja m um número natural. 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
a) O sucessor de m é m+1.
b) O sucessor de 0 é 1. Números Racionais
c) O sucessor de 1 é 2.
d) O sucessor de 19 é 20. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
𝑎
presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
- Se um número natural é sucessor de outro, então os dois nú- 𝑏
meros juntos são chamados números consecutivos.
Exemplos: 5
Assim, os números 5 = 𝑒 − 0,33333 … . (= − )são dois
1
a) 1 e 2 são números consecutivos. 1
exemplos de números racionais.
3
b) 5 e 6 são números consecutivos.
c) 50 e 51 são números consecutivos.
Números Irracionais
- Vários números formam uma coleção de números naturais
Identificação de números irracionais
consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro, o terceiro é su-
cessor do segundo, o quarto é sucessor do terceiro e assim sucessi-
vamente. - Todas as dízimas periódicas são números racionais.
Exemplos: - Todos os números inteiros são racionais.
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. - Todas as frações ordinárias são números racionais.
b) 5, 6 e 7 são consecutivos. - Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irracional é
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- sempre um número irracional.
sor (número que vem antes do número dado). - A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. racional.
a) O antecessor do número m é m-1. -Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
b) O antecessor de 2 é 1. com a e b inteiros e b≠0.

Didatismo e Conhecimento 1
matemática e raciocínio lógico
Exemplo: √5 - √5 = 0 e 0 é um número racional. 1
- O quociente de dois números irracionais, pode ser um número Corrida: 𝑥120 = 12
racional. 10
7
Exemplo: √8 : √2 = √4 = 2 e 2 é um número racional. Bicicleta: 𝑥120 = 84
- O produto de dois números irracionais, pode ser um número 10
racional. Corrida+bicicleta=12+84=96
Nado=1200-96=24km
Exemplo: √5 . √5 = √25 = 5 e 5 é um número racional.
2)C
Exemplo: radicais( √2,√3) a raiz quadrada de um número natu- Para achar o preço do álcool: 3 𝑥3 = 9
ral, se não inteira, é irracional. 4 4
9 2 18 9
Números Reais O preço do álcool no combustível: 𝑥 = =
4 5 20 10
A reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racio- 3 9
nais é o conjunto dos números reais. Gasolina: 𝑥3 =
5 5
9 9 18 + 9 27
Portanto o preço do combustível é: + = = = 2,7
5 10 10 10
3)C
3 5 1
+ −
2 3 8

Tirando o m.m.c:24
Exercícios
36 40 3 73
1) (FCC – 2012) – Um atleta, participando de uma prova de + − = = 3,04166 …
24 24 24 24
triatlo, percorreu 120 km da seguinte maneira: 1/10 em corrida,
7/10 de bicicleta e o restante a nado. Esse atleta, para completar a 4)D
prova, teve de nadar
(A) 18 km. 1 1 1 3+2+1 6
(B) 20 km. + + = = =1
2 3 6 6 6
(C) 24 km.
(D) 26 km.

2)(Pref. Presidente Olegário-Agente Administrativo 2011) O 2. Números naturais: múltiplos,


combustível usado em automóveis numa certa cidade é composto divisores, divisibilidade e restos
de 3/5 de gasolina e 2/5 de álcool. Se o preço do litro de álcool é 3/4
do preço do litro de gasolina e este custa R$3,00 cada litro, o preço
do litro de combustível é? Múltiplos e Divisores
a) R$ 3,20
b) R$ 2,58 Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri-
c) R$ 2,70 meiro pelo segundo, o resto é zero.
d) R$ 3,28 Exemplo

3) (Pref. Itabaiana-PB 2010) Resolvendo a operação 3(1/2) + 10 ÷ 2 = 5


5/3 – 1/8 se obtém como resultado um número real : 12 ÷ 3 = 4
A) menor que 3,041.
B) maior que 3,0417 O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é in-
C) entre 3,041 e 3,04167. finito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado por
D) entre 3,41 e 3,4167. todos os números naturais.
E) menor que 3,0406.
M(3)={0,3,6,9,12,...}
4) O valor de (1/2) + (1/3) + (1/6) é:
a) 1/11.      b) 3/11.      c) 5/11.      d) 1. Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor
de 12 e 15.
Respostas
1)C D(12)={1,2,3,4,6,12}
Total do percurso:120 D(15)={1,3,5,15}

Didatismo e Conhecimento 2
matemática e raciocínio lógico
Observações: Divisibilidade por 7

- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. Um número é divisível por 7 se o dobro do último algarismo,
- Todo número natural é múltiplo de 1. subtraído do número sem o último algarismo, resultar um número
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múl- divisível por 7. Se o número obtido ainda for grande, repete-se o
tiplos. processo até que se possa verificar a divisão por 7.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.
Exemplo: 165928 é divisível por 7 pois:
Divisibilidade
8x2=16
16592-16=16576
Em algumas situações precisamos apenas saber se um número
natural é divisível por outro número natural, sem a necessidade de
Repete-se o processo com este último número.
obter o resultado da divisão. Neste caso utilizamos as regras co-
nhecidas como critérios de divisibilidade. Apresentamos as regras 6x2=12
de divisibilidade por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10. 1657-12=1645

Critérios de divisibilidade Repete-se o processo com este último número.


5x2=10
Divisibilidade por 2 164-10=154

Um número é divisível por 2 se ele é par, ou seja, termina em Repete-se o processo com este último número.
0, 2, 4, 6 ou 8. 4x2=8
Exemplos: O número 5634 é divisível por 2, pois o seu último 15-8=7
algarismo é 4, mas 135 não é divisível por 2, pois é um número A diferença é divisível por 7, logo o número dado inicialmente
terminado com o algarismo 5 que não é par. também é divisível por 7.

Divisibilidade por 3 Divisibilidade por 8

Um número é divisível por 3 se a soma de seus algarismos é


Um número é divisível por 8 se o número formado pelos seus
divisível por 3.
três últimos algarismos é divisível por 8.
Exemplos: 18 é divisível por 3 pois 1+8=9 que é divisível por
Exemplos: 45128 é divisível por 8 pois 128 dividido por 8
3, 576 é divisível por 3 pois: 5+7+6=18 que é divisível por 3, mas
fornece 16, mas 45321 não é divisível por 8 pois 321 não é divi-
134 não é divisível por 3, pois 1+3+4=8 que não é divisível por 3.
sível por 8.
Divisibilidade por 4
Divisibilidade por 9
Um número é divisível por 4 se o número formado pelos seus
dois últimos algarismos é divisível por 4. Um número é divisível por 9 se a soma dos seus algarismos é
Exemplos: 4312 é divisível por 4, pois 12 é divisível por 4, um número divisível por 9.
mas 1635 não é divisível por 4 pois 35 não é divisível por 4. Exemplos: 1935 é divisível por 9 pois: 1+9+3+5=18 que é
divisível por 9, mas 5381 não é divisível por 9 pois: 5+3+8+1=17
Divisibilidade por 5 que não é divisível por 9.

Um número é divisível por 5 se o seu último algarismo é 0 Divisibilidade por 10


(zero) ou 5.
Exemplos: 75 é divisível por 5 pois termina com o algarismo Um número é divisível por 10 se termina com o algarismo 0
5, mas 107 não é divisível por 5 pois o seu último algarismo não (zero).
é 0 (zero) nem 5. Exemplos: 5420 é divisível por 10 pois termina em 0 (zero),
mas 6342 não termina em 0 (zero).
Divisibilidade por 6
Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 6 se é par e a soma de seus algaris-
mos é divisível por 3.
Exemplos: 756 é divisível por 6, pois 756 é par e a soma de Um número é divisível por 11 se a soma dos algarismos de
seus algarismos: 7+5+6=18 é divisível por 3, 527 não é divisível ordem par Sp menos a soma dos algarismos de ordem ímpar Si é
por 6, pois não é par e 872 é par mas não é divisível por 6 pois a um número divisível por 11. Como um caso particular, se Sp-Si=0
soma de seus algarismos: 8+7+2=17 não é divisível por 3. ou se Si-Sp=0, então o número é divisível por 11.

Didatismo e Conhecimento 3
matemática e raciocínio lógico
Exemplos: Proposição2. O resto da divisão de um produto por um núme-
ro é o mesmo que o da divisão do produto dos restos dos fatores
a) 1º 3º 5º → Algarismos de posição ímpar (Soma dos alga- por esse número.
rismos de posição ímpar: 4 + 8 + 3 = 15.) Exemplo: Qual o resto da divisão do produto 4735 x 28624 x
4 3 8 1 3 74652 por 9?
2º 4º → Algarismos de posição par (Soma dos algarismos
de posição par:3 + 1 = 4) Solução:
15 – 4 = 11 → diferença divisível por 11. Logo 43813 é divi- Produto dos restos dos fatores: 1 x 4 x 6 = 24 e 24 deixa resto
sível por 11. 6 na divisão por 9. Logo, o resto do produto 4735 x 28624 x 74652
por 9 será 6.
Divisibilidade por 13
Exercícios
Um número é divisível por 13 se o quádruplo (4 vezes) do
último algarismo, somado ao número sem o último algarismo, re- 1) Qual é o menor número com dois dígitos que somando a
sultar um número divisível por 13. Se o número obtido ainda for 12345 o tornará um número divisível por 9?
grande, repete-se o processo até que se possa verificar a divisão
por 13. Este critério é semelhante àquele dado antes para a divisi-
2) Um número é divisível por 9 e por 5. Se somarmos 315 a
bilidade por 7, apenas que no presente caso utilizamos a soma ao
este número ele ainda continuará divisível por 9 e por 5?
invés de subtração.
3) Numa divisão, o divisor é 15, o quociente é 11 e o resto é
Exemplo: 16562 é divisível por 13? Vamos verificar.
2x4=8 o maior possível. Então o dividendo é:
1656+8=1664 a) 151
Repete-se o processo com este último número. b) 165
4x4=16 c) 175
166+16=182 d) 179
Repete-se o processo com este último número. e) 181
2x4=8
18+8=26 4) Qual é o menor número que devemos subtrair de 61577
Como a última soma é divisível por 13, então o número dado para que a diferença seja divisível ao mesmo tempo por 5 e por 9?
inicialmente também é divisível por 13.
5) Qual é o menor número que devemos adicionar a 25013
Restos das divisões para que a soma seja divisível ao mesmo tempo por 3 e por 7?
Na aplicação do caráter de divisibilidade, o resto da divisão de
um número qualquer por outro, cujo caráter de divisibilidade co- Respostas
nhecemos, será o mesmo resto encontrado na aplicação do caráter
pelo divisor considerado. 1) Somando os algarismos:1+2+3+4+5=15 dividido por 9
dá resto 6
Exemplo: Qual o resto da divisão de 1938 por 11? Devemos encontrar o menor múltiplo de 9 com dois dígitos,
que ao ser subtraído de 6, continue com 2 algarismos.
Solução: Esse número é o 18-6=12
Soma dos algarismos de ordem ímpar = 9 + 8 = 17 Então o menor número para ser somado é o 12.
Soma dos algarismos de ordem par = 1 + 3 = 4 Tirando a prova:12345+12=12357
17 – 4 = 13 e 13 dividido por 11 deixa resto 2. 1+2+3+5+7=18:9=2
Teoria dos restos
2) Sabemos que se a um número é divisível por n, somar-
mos n ou qualquer um dos seus múltiplos, o número resultante
Proposição 1. O resto da divisão de uma soma por um número
continuará sendo divisível por  n. Como  315  também é divisível
é o mesmo que o da divisão da soma dos restos das parcelas por
por 5 e por 9, tal soma não afetará em nada a divisibilidade por
esse mesmo número.
tais números.
Exemplo: Qual o resto da divisão da soma 18 + 27 + 14 por 4?
3) Alternativa D
Solução:
Soma dos restos das parcelas: 2 + 3 + 2 = 7 e 7 deixa resto 3 O divisor equivale a 15 e o quociente a 11 e o resto o maior
na divisão por 4. Portanto, o resto da soma de 18 + 27 + 14 por 4 possível, ou seja, 14.
será 3. Portanto, 11.15+14=179

Didatismo e Conhecimento 4
matemática e raciocínio lógico
4) Um número que ao mesmo tempo divisível por 5 e por 9, Exercícios
é divisível também por 45.
O número 61577 seria divisível por 45 se o resto da divisão 1) Uma empresa de logística é composta de três áreas:
fosse igual a zero, como não é, o que precisamos fazer então é administrativa, operacional e vendedores. A área administrativa
subtrair de 61577 este resto, para que ele se torne um número di- é composta de 30 funcionários, a operacional de 48 e a de ven-
visível por 45. dedores com 36 pessoas. Ao final do ano, a empresa realiza uma
61577 dividido por 45 é igual a 1368, com um resto de 17. integração entre as três áreas, de modo que todos os funcionários
Logo: Devemos subtrair 17 de 61577 para que a diferença seja participem ativamente. As equipes devem conter o mesmo número
divisível ao mesmo tempo por 5 e por 9. de funcionários com o maior número possível. Determine quantos
funcionários devem participar de cada equipe e o número possível
5) 25013 dividido por 21, o produto de 3 por 7, é igual a de equipes. 
1191, com um resto de 2.
Se subtrairmos 2 de 25013, o resultado será um número di- 2) (PM AC 2012 - Funcab) Sendo D o Maior Divisor Co-
visível por 21, mas o enunciado diz que devemos adicionar e não mum entre os números 525 e 1120, e M o Mínimo Múltiplo Co-
subtrair, então devemos acrescentar 19, que é o resultado de 21 – 2, mum entre eles, determine o valor de M - 250.D.
para obtermos o próximo número após 25013, que assim como ele A) 8050
também será divisível por 21. B) 8750
Assim sendo: C) 16000
Devemos adicionar 19 a 25013 para que a soma seja divisível D) 16835
ao mesmo tempo por 3 e por 7. E) 16765 

3) (Funcab -2012). Determine o MDC (Maior Divisor


3. M.D.C. e M.M.C Comum) e o MMC (Mínimo Múltiplo Comum), nesta ordem, dos
números 60, 70 e 240.
A) 10 e 210
B) 30 e 210
C) 10 e 1680
Máximo Divisor Comum D) 15 e 1680
E) 30 e 5040
O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
  
não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
4) (PUC–SP) Numa linha de produção, certo tipo de manu-
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos se-
tenção é feita na máquina A a cada 3 dias, na máquina B, a cada 4
guir as etapas:
dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi
• Decompor o número em fatores primos
feita a manutenção nas três máquinas, após quantos dias as máqui-
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
nas receberão manutenção no mesmo dia. 
• Multiplicar os fatores entre si.
5) Alguns cometas passam pela terra periodicamente. O co-
Exemplo:
meta A visita a terra de 12 em 12 anos e o B, de 32 em 32 anos.
Em 2006, os dois cometas passaram por aqui. Em que ano os dois
15 = 3 × 5 cometas passarão juntos pelo planeta novamente? 
24 = 2³ × 3
Respostas
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
m.d.c (15,24) = 3 1) Encontrar o MDC entre os números 48, 36 e 30.

Mínimo Múltiplo Comum

O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números


é o menor número, diferente de zero.
Para calcular devemos seguir as etapas:
• Decompor os números em fatores primos
• Tomar os fatores comuns e não-comuns com o maior ex-
poente
• Multiplicar os fatores entre si

Exemplo:
Assim, o mmc

Didatismo e Conhecimento 5
matemática e raciocínio lógico
Decomposição em fatores primos: 4) Temos que determinar o MMC entre os números 3, 4 e 6. 
Equipes
O número de equipes será igual a 19, com 6 participantes cada
uma. 

48 = 2 ∗ 2 ∗ 2 ∗ 2 ∗ 3
36 = 2 ∗ 2 ∗ 3 ∗ 3
30 = 2 ∗ 3 ∗ 5
𝑀𝐷𝐶 (30, 36, 48) = 2 ∗ 3 = 6
MMC (3, 4, 6) = 2 * 2 * 3 = 12 
Concluímos que após 12 dias, a manutenção será feita nas três
Determinando o número total de equipes:
máquinas. Portanto, dia 14 de dezembro. 
48 + 36 + 30 = 114 → 114: 6 = 19 Equipes
5)
O número de equipes será igual a 19, com 6 participantes cada
uma.

2) Alternativa A

2006+96=2102

Daí,
16800 – 250.35 = 16800 – 8750 = 8050 4. Números fracionários e
Operações com frações
3)   alternativa C

As frações pertencem ao conjunto dos números racionais e o


uso delas está presente em diversas situações matemáticas. 

Frações Equivalentes
Para encontrar frações equivalentes, multiplicamos o numera-
dor e o denominador da fração ½ por um mesmo número natural
diferente de zero.
Assim: ½, 2/4, 4/8, 3/6, 5/10 são algumas frações equivalentes
a 1/2

Simplificando Frações

Cláudio dividiu a pizza em 8 partes iguais e comeu 4 partes.


Que fração da pizza ele comeu?
Cláudio comeu 4/8 da pizza. Mas 4/8 é equivalente a 2/4. As-
sim podemos dizer que Cláudio comeu 2/4 da pizza.
A fração 2/4 foi obtida dividindo-se ambos os termos da fra-
ção 4/8 por 2 veja:
4/8 : 2/2 = 2/4
Dizemos que a fração 2/4 é uma fração simplificada de 4/8.
A fração 2/4 ainda pode ser simplificada, ou seja, podemos
obter uma fração equivalente dividindo os dois termos da fração
por 2 e vamos obter ½

Didatismo e Conhecimento 6
matemática e raciocínio lógico
Tipos de Frações O MMC(2,3,6)=6, então:

a) Fração própria : é aquela cujo o numerador é menor que o


denominador. 4+3−1 6
= =1
Exemplos : 2/3, 4/7, 1/8 6 6

b) Fração imprópria: é a fração cujo numerador é maior ou Multiplicação


igual ao denominador
Exemplo: 3/2, 5/5
basta que multipliquemos os seus numerados entre si, fazen-
do-se o mesmo em relação aos seus denominadores.
c) Fração aparente: é a fração imprópria cujo o numerador é
múltiplo do denominador
1 3 3
Exemplo: 6/2, 19/19, 24/12, 7/7 ∙ =
2 4 8
Representação Fracionária dos Números Decimais
Divisão
Trata-se do problema inverso: estando o número racional
escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de A divisão de frações resume-se a inversão das frações diviso-
fração. Temos dois casos: ras, trocando-se o seu numerador pelo seu denominador e realizan-
do-se então a multiplicação das novas frações.
1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador
é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto 2 4
pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas :
decimais do número decimal dado: 3 5
0,9 = 9 Para realizar essa divisão, basta inverter:
10

5,7 =
57 2 5 10 5
10 ∙ = =
3 4 12 6
0,76 = 76
100 Exercícios

3,48 = 348 1) Um grande depósito foi esvaziado a um terço da sua capa-


100 cidade e mais tarde, do que sobrou foram retirados três quartos.
Sabe-se que o reservatório ainda ficou com vinte mil litros de água.
Operações com frações Qual é a capacidade total deste reservatório?

Adição e Subtração 2) Das figurinhas que eu possuía, 3/7 eu perdi e 2/5 foram da-


das ao meu irmão, ficando  72  delas comigo. Quantas figurinhas
A adição ou subtração de frações requer que todas as frações foram dadas ao meu irmão?
envolvidas possuam o mesmo denominador. Se inicialmente todas
as frações já possuírem um denominador comum, basta que reali- 3) Um assentador de pisos consegue assentar todos os pisos de
zemos a soma ou a diferença de todos os numeradores e mantenha- um salão em 24 horas. Um outro assentador consegue fazer o mes-
mos este denominador comum. mo trabalho em 21 horas. Trabalhando juntos, conseguem realizar
tal trabalho em quantas horas?
1 2 5 4
− + =
3 3 3 3 4) Para comprar um certo brinquedo, da quantia necessária
João possui um terço e Maria possui um quarto. Dona Lurdes, a
Vejamos agora este outro exemplo: mãe deles, prometeu completar com os R$ 125,00 que faltam para
eles completarem o valor. Quanto custa tal brinquedo?
2 1 1 5) Cinco oitavos de três sétimos do valor de uma multa de
+ −
3 2 6 trânsito que Zeca pé de chumbo recebeu, é igual a R$ 75,00. Qual
é o valor da multa de trânsito referente à infração que Zeca pé de
Nesse caso, devemos achar o MMC. chumbo cometeu?

Didatismo e Conhecimento 7
matemática e raciocínio lógico
Respostas
5. Números Decimais e Dízimas
1) Periódicas
1 3 1 1
− . =
3 4 3 12
Representação Decimal das Frações
20000 p
= 240000 𝑙 Tomemos um número racional q , tal que p não seja múltiplo
1
12 de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão do
numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
Temos que dividir por 1/12 porque se multiplicarmos, obte-
mos o que restava.
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2)
2
3 2 29 = 0,4
+ = 5
7 5 35 1
= 0,25
29 6 4
1− =
35 35 35
= 8,75
4
35
72 ∙ = 420 153
6 = 3,06
50
2
420 ∙ = 168 2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
5 algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente.
Foram dadas 168 figurinhas ao meu irmão. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1 1 5 1
3) = 0,333...
+ = 3
21 24 56
1
Em uma hora eles conseguem assentar 5/56 = 0,04545...
2
56
1∙ = 11,2 167
5 = 2,53030...
6
1 hora-------60 minutos
0,2----------x Exemplo 1
X=12 minutos
Eles assentam juntos em 11 horas e 12 minutos Seja a dízima 0, 333... .
4) Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os membros
1 1 5 por 10: 10x = 0,333
1− − = Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da
3 4 12 segunda:
12 10x – x = 3,333... – 0,333... a 9x = 3 a x = 3/9
125 ∙ = 300 3
5 Assim, a geratriz de 0,333... é a fração
9
O brinquedo custa R$300,00 Exemplo 2
5 3 Seja a dízima 5, 1717... .
5) 75: :
8 7 Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... .
8 7 Subtraindo membro a membro, temos:
75 ∙ ∙ = 280 99x = 512 a x = 512/99 512
5 3 Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração
O valor da multa é R$280,00 9

Didatismo e Conhecimento 8
matemática e raciocínio lógico
Classificando as Dízimas Periódicas em Simples e Com- 3) Resolva a expressão abaixo, apresentando a resposta na
postas forma mais simples.

A dízima periódica 0,1535353... é composta, pois ela possui


um ante período que não se repete, no caso o número 1, e um pe-
ríodo formado pelo número 53, que se repete indefinidamente. Se
fosse apenas 0,535353... teríamos uma dízima periódica simples,
pois ela possui apenas um período, 53, mas não um ante período.

Veja abaixo alguns exemplos: 4) Tem-se que

Exemplos de Dízimas Periódicas Simples


0,111... período igual a 1
0,252525... período igual a 25
0,010101... período igual a 01
0,123123123... período igual a 123

Exemplos de Dízimas Periódicas Compostas


0,2333... ante período igual a 2 e período igual a 3
0,45222... ante período igual a 45 e período igual a 2
0,171353535... ante período igual a 171 e período igual a 35
0,32101230123...  ante período igual a  32  e período igual
a 0123

Exercícios

1) A dízima periódica simples 0,024024… pode ser escrita


como:
a) 24/99        
b) 24/999    
c) 240/299    
d) 24/1000      
e) 240/1000

2) Resolvendo a expressão

5) Dada a dízima x=0,222..., então o valor da expressão

a)67/103
b)65/103
c)67/105
d)65/104
e)67/104

Respostas

1) Alternativa B
X=0,024024...
1000x=24,024024...
Subtraindo:
999x=24
X=24/999

Didatismo e Conhecimento 9
matemática e raciocínio lógico
2) Alternativa A
A dizima 0,333...é igual a:
X=0,333...
10x=3,333...
9x=3
X=1/3
0,3=3/10

Portanto

3)

4) Alternativa A

Y=0,242424...
100x=24,242424...
99x=24
X=24/99

5) Alternativa A
X=0,222...
10x=2,222...
9x=2
X=2/9

Didatismo e Conhecimento 10
matemática e raciocínio lógico

Sistemas de Unidade,
Notação Científica e Bases não
Decimais

Sistemas de unidade

Para a Física como ciência da Natureza, é fundamental a medição das grandezas utilizadas para descrever os aspectos do Universo que
os físicos aceitam como verdadeiros.
O processo de medida de uma grandeza física qualquer está associado à ideia de comparação. Neste sentido, medir uma grandeza é
estabelecer o seu valor como múltiplo de certa unidade. Por exemplo, quando dizemos que o comprimento de uma das dimensões de uma
mesa é 2 m, estamos dizendo que esse comprimento equivale a duas vezes o comprimento correspondente à unidade chamada metro.
O nome da unidade é sempre escrito em letras minúsculas. Os símbolos das unidades são entes matemáticos e não abreviaturas. Por
isso, eles não devem ser seguidos de ponto (exceto quando aparecem nos finais de frases) nem da letra s para formar o plural.
A tabela a seguir mostra as unidades de comprimento.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medidas
milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Massa

A subunidade grama é do gênero masculino. Por isso, ao falar e escrever o quilograma ou seus múltiplos ou submúltiplos, devemos fa-
zer a concordância correta. Por exemplo, escrevemos duzentos e um gramas ou trezentos e vinte e dois miligramas. Além disso, no símbolo
do quilograma (kg), a letra k é minúscula.

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²). 

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a uni-
dade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Didatismo e Conhecimento 11
matemática e raciocínio lógico
Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade

Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Notação Científica

A notação científica é uma outra forma de escrevermos números reais recorrendo a potências de 10.

Mantissa e Ordem de Grandeza

Ao escrevermos um número em notação científica utilizamos o seguinte formato:

Onde o coeficiente a é um número real denominado mantissa, cujo módulo é igual ou maior que 1 e menor que10 e o expoente b, a or-
dem de grandeza, é um número inteiro.

Exemplos de Números Escritos em Notação Científica

Para escrevemos o número real n em notação científica precisamos transformá-lo no produto de um número real igual ou maior que 1 e
menor que 10, por uma potência de 10 com expoente inteiro.
A mantissa é obtida se posicionando a vírgula à direita do primeiro algarismo significativo deste número.
Se o deslocamento da vírgula foi para a esquerda, a ordem de grandeza será o número de posições deslocadas.
Se o deslocamento da vírgula foi para a direita, a ordem de grandeza será o simétrico do número de posições deslocadas, será portanto
negativa.

Veja como fica 2048 escrito na forma de notação científica:

2048 foi escrito como 2,048, pois 1 ≤ 2,048 < 10.


Como deslocamos a vírgula 3 posições para a esquerda, devemos multiplicar 2,048 por 103 como compensação.

Veja agora o caso do número 0,0049 escrito na forma de notação científica:

Neste caso deslocamos a vírgula 3 posições à direita, então devemos multiplicar 4,9 por 10-3. Veja que neste caso a ordem de grandeza é
negativa.

Didatismo e Conhecimento 12
matemática e raciocínio lógico
Bases não-decimais Conversão sistemas não-decimais para decimais

Para expressarmos quantidades ou para enumerarmos objetos, Como vimos anteriormente, podemos expressar um mesmo
por exemplo, utilizamos um sistema de numeração. Existem vários número em diferentes bases.
sistemas de numeração, mas o mais comum e que é frequentemen- O número 9 na base 10 expressa-se como 1001 na base 2.
te utilizado por nós, é o sistema de numeração decimal. Isto é:
Neste sistema os números são representados por um agrupa-
mento de símbolos que chamamos de algarismos ou dígitos.
No sistema decimal contamos com dez símbolos distin-
tos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9

Exemplo: Exemplo
Podemos representar os números da seguinte maneira Da mesma forma, o numeral 2345 na base dez, na base sete ou
1300=1 milhar + 3 centenas=1.10³+3.10² base seis representa números distintos, mas as regras para realizar
45=4 dezenas+5 unidades=4.10+5.10’ as operações não mudam com a mudança de base.
No entanto, ele não é a única base válida ou usada.
Os computadores utilizam a base 2 ( sistema binário ).
Qualquer sistema de numeração pode ser representado pela
seguinte expressão geral:

Na expressão acima, d é o número do sistema (0,1,2,3...) e b


é a base do sistema.

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


Exercícios
É usual a medição do tempo em várias unidades.
1) Em uma estrada havia 9km de congestionamento. Quan-
Exemplo: 4 dias 13 horas 28 minutos 17 segundos
tos carros estavam em uma única fila se cada carro ocupa um espa-
ço de 4,5m em média?
Mudanças de unidades

Deve-se saber: 2) Quantos litros cabem em uma caixa d’água de 0,5m³?


1 dia=24horas
1hora=60minutos 3) Uma tonelada de carne moída será distribuída em ban-
1 minuto=60segundos dejas de isopor que comportam 320g cada uma. Quantas bandejas
serão necessárias?
No exemplo dado, vamos transformar para segundos.
A maneira mais simples de resolver é fazendo regra de três: 4) Um caminhão pipa carrega 3,5 kl de água. Quantos ga-
lões de 5 litros são necessários para engarrafar toda a água?
1 dia------24horas
4 dias-----x 5) No tanque de um automóvel cabe 0,57hl de combustível.
X=24x4=96horas Se o litro custa R$2,00, quanto se gastará para encher do tanque?

96+13=109horas
Respostas
1hora---60min
109------x 1) 9km-9000 m
X=109x60=6540min

6540+28=6568 minutos
2) 1L-1dm³
1min-----60s 0,5m³=500dm³
6568----x Portanto, temos 500 l.
X=6568x60=394080s
3) 1t-1000kg-1000000g
Portanto, 394080+17=394097s Portanto,

Didatismo e Conhecimento 13
matemática e raciocínio lógico
4) 3,5kl-3500L Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 este-
ja em proporção com 4/6.
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:

5) 0,57 hl-57 l

Gastará R$ 76,00 Exercícios

1) Durante um torneio uma equipe de futebol obteve o se-


guinte resultado: 40 vitórias, 24 empates e 16 derrotas. Qual a ra-
Razões e Proporções zão do número de vitórias para o número de partidas disputadas?

2) Uma equipe de futebol obteve, durante o ano de 2013,


26 vitórias, 15 empates e 11 derrotas. Qual é a razão do número de
Razão vitórias para o número total de partidas disputadas?

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com 3) Um reservatório com capacidade para 8m³ de água, está
b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por com 2000L de água. Qual a razão da quantidade de água que está
a/b  ou a : b.  no reservatório para a capacidade total do reservatório? (Lembre-
-se que 1dm³ = 1L).
Exemplo: 
4)  Um número a somado a um outro número b totaliza
216. a está para 12, assim como b está para 15. Qual o valor
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
de a e de b?
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão) 
5) A idade de Pedro está para a idade de Paulo, assim como
5 está para 6. Quantos anos tem Pedro e Paulo sabendo-se que as
duas idades somadas totalizam 55 anos?

Respostas
Proporção 1) número de partidas:40+24+16=80
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
A/B e C/D é a igualdade:

2) número de partidas:26+15+11=52
Razão:26/52=1/2
Propriedade fundamental das proporções
Numa proporção: 3)8m³=8000dm³
2000/8000=1/4

4)

Os números A e D são denominados extremos enquanto


os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC
Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:

Didatismo e Conhecimento 14
matemática e raciocínio lógico
5)a=Pedro b=Paulo 2) Um terreno tem 100 metros de comprimento e está re-
presentado numa planta por 10 centímetros. Então sua escala é de:
a)1:1000
b)1:2000
c)1:100
d)1:1500
a+b=55 e)1:10000

3) Em um mapa desenhado na escala 1: 50.000, a distância


entre duas cidades é de 4 cm. Se o mesmo mapa for desenhado na
escala 1: 1.250.000, a distância entre essas cidades será de:
a)0,8cm
b=30 b)0,16cm
a=25 c)2cm
Pedro tem 25 anos e Paulo tem 30 anos d)12cm
e)15cm

4) Num mapa, cuja escala é 1:3.000.000, a estrada Belém-


-Brasília tem 67 cm. Calcular, em km, a distância real:
Escalas a)2100
b)2010
c)2280
d)1910
e)2233
Escalas
5) Um protótipo foi desenhado na escala 1:100. Qual será
o comprimento desse protótipo se o modelo em tamanho real tem
As Escalas representam, de forma gráfica, um mapa e a reali-
um comprimento igual a 4m?
dade do espaço geográfico real, com isso os mapas podem utilizar
duas escalas, numérica ou gráfica.
Respostas
Usamos escala quando queremos representar um esboço grá-
fico de objetos, da planta de uma casa ou de uma cidade, mapas,
1) Alternativa C
maquetes, etc.
1--------6000000
- Escala numérica: É representada em forma de fração 1/10.000
14,2----x
ou razão 1:10.000, isso significa que o valor do numerador é o do X=85200000cm=852km
mapa e o denominador é o valor referente ao espaço real.
Ex: 1:10.000, cada 1 cm no papel (mapa) corresponde a 2) Alternativa A
10.000 cm no espaço real. 100m=10000cm
- Escala Gráfica: Representa de forma gráfica a escala numé- 10:10000
rica. 1:1000

3) Alternativa B
1-----50000
4-----x
X=200000cm
Cada unidade da escala, ou seja, 1 cm representa 50 km no
espaço real. 1----1250000
x----200000
Exercícios x=0,16

1) Um mapa está na escala 1:6000000. Se duas localidades 4) Alternativa B


estão representadas no mapa à distância de 14,2 cm, qual é então a 1----3000000
distância real entre as mesmas em quilômetros? 67---x
a)8,52 X=201000000cm=2010km
b)85,2
c)852 5) 1----100
d)8250 x----400
e)85200 x=4cm

Didatismo e Conhecimento 15
matemática e raciocínio lógico

Divisão Proporcional

Algumas situações financeiras, ou somente casos envolvendo cuja solução segue das propriedades das proporções:
divisões, são satisfatoriamente resolvidas utilizando a divisão pro-
porcional. Essa divisão é aplicada em situações de partilha de he-
ranças, formulação de inventários, cálculo de salário proporcional
aos dias trabalhados, entre outras inúmeras situações. 

Diretamente Proporcionais

Para decompor um número M em partes X1, X2, ...,


Xn diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se mon-
tar um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn= P.

Exemplo
Para decompor o número 220 em três partes A, B e C inversa-
mente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um sistema com 3
equações e 3 incógnitas, de modo que A+B+C=220. Desse modo:

A solução segue das propriedades das proporções:

Exercícios

1) Três trabalhadores devem dividir R$ 1.200,00 referen-


Exemplo
tes ao pagamento por um serviço realizado. Eles trabalharam 2,
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
3 e 5 dias respectivamente e devem receber uma quantia dire-
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio tamente proporcional ao número de dias trabalhados. Quanto
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado deverá receber cada um?
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcional? 2) Dois ambulantes obtiveram R$ 1.560,00 pela venda de
certas mercadorias. Esta quantia deve ser dividida entre eles
em partes diretamente proporcionais a 5 e 7, respectivamente.
Quanto irá receber cada um?

3) Os três jogadores mais disciplinados de um campeo-


nato de futebol amador irão receber um prêmio de R$ 3.340,00
rateados em partes inversamente proporcionais ao número de
faltas cometidas em todo o campeonato. Os jogadores comete-
ram 5, 7 e 11 faltas. Qual a premiação referente a cada um deles
respectivamente? 
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. 4) Um pai distribuiu 546 bolas de gude aos seus 2 filhos
em partes diretamente proporcionais à média final na disciplina
Inversamente Proporcionais de matemática e em partes inversamente proporcionais ao nú-
mero de faltas em todo o ano letivo. O primeiro filho teve média
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver- final 9 e faltou 8 vezes, enquanto que o segundo filho teve média
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número final 8 e faltou 3 vezes. Quantas bolas de gude eles ganharam
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/ respectivamente?
p2, ..., 1/pn.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, assu- 5) Divida o número 124 em parcelas diretamente proporcio-
me que X1+X2+...+ Xn=M e além disso nais a 11, 7 e 13.

Didatismo e Conhecimento 16
matemática e raciocínio lógico
Respostas 5) P1=11k
P2=7k
1) P1=2k P3=13k
P2=3k P1+p2+p3=124
P3=5k 11k+7k+13k=124
P1+p2+p3=1200 K=4
2k+3k+5k=1200 P1=11.4=44
k=120 P2=7.4=28
p1=120.2=240
P3=13.4=52
p2=120.3=360
As parcelas procuradas são respectivamente 44, 28 e 52.
p3=120.5=600
Quem trabalhou 2 dias receberá R$240,00
3 dias-R$360,00
5 dias- R$600,00
Regra de Três Simples ou Composta
2) P1=5k
P2=7k
P1+p2=1560
5k+7k=1560 Regra de três simples
k=130
p1=130.5=650 Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
p2=130.7=910 blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
Os ambulantes irão receber R$650,00 e R$910,00, respecti- deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
vamente. conhecidos.

3) P1=1/5k Passos utilizados numa regra de três simples:


P2=1/7k
P3=1/11k
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma
P1+p2+p3=3340
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de
espécies diferentes em correspondência.

2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen-


te proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.


Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
k=7700 faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
p1=7700.1/5=1540 esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?
p2=7700.1/7=1100
p3=7700.1/11=700 Solução: montando a tabela:
A premiação será respectivamente R$ 1.540,00, R$ 1.100,00
e R$ 700,00. 1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
400-----------------3
4) P1=9/8k 480---------------- x
P2=8/3k
P1+p2=546
2) Identificação do tipo de relação:
Velocidade----------tempo
400↓-----------------3↑
480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
k=144 segunda coluna vai para cima
p1=9/8.144=162
p2=8/3.144=384 Velocidade----------tempo
O primeiro filho ganhou 162 bolas de gude e o segundo ga- 400↓-----------------X↓
nhou 384. 480↓---------------- 3↓

Didatismo e Conhecimento 17
matemática e raciocínio lógico
Regra de três composta Exercícios

Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de 1)Em uma hora, 4 máquinas produzem 1200 parafusos. Nesse
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. mesmo tempo, 3 máquinas produzirão quantos parafusos?
a) 800
Exemplos: b) 900
c) 1000
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. d) 1100
Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar e) 1600
125m3?
2) Uma torneira despeja 18 litros de água em 9 minutos. Em 2
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as horas e 15 minutos despejará:
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de a) 300
espécies diferentes que se correspondem: b) 270
c) 240
Horas --------caminhões-----------volume d) 220
8↑----------------20↓----------------------160↑ e) 200
5↑------------------x↓----------------------125↑
3) Um certo volume de medicação demora 6 horas para ser
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde ministrado em um gotejamento de 12 gotas por minuto. Se o nú-
está o x. mero de gotas por minuto fosse de 18 gotas, quanto tempo teria
Observe que: demorado a aplicação desta mesma medicação?
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente 4)  Uma família com 2 duas pessoas consome 12m3 de água
proporcional (seta para cima na 1ª coluna). a cada 30 dias. Se mais uma pessoa com os mesmos hábitos de
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número consumo se juntar a ela, quantos metros cúbicos de água eles
de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta consumirão em uma semana?
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido 5) Um grupo de 10 trabalhadores descarregam 210 caixas de
das setas. mercadoria em 3 horas. Quantas horas 25 trabalhadores precisarão
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: para descarregar 350 caixas?

Horas --------caminhões-----------volume  Respostas


8↑----------------20↓----------------------160↓
5↑------------------x↓----------------------125↓ 1)b
Máquinas----------parafusos
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando: 4-----------------1200
3---------------- x
X=900
Horas --------caminhões-----------volume
5----------------20----------------------160 2)b
8------------------x----------------------125 litros----------minutos
18-----------------9
x---------------- 135
, onde os temos da última X=270l
fração foram invertidos
3)12gotas↑-----6horas↓
18gotas↑-----x↓
Quanto mais gotas menos horas
Simplificando fica:
12↑ -----x↑
18-------6↑
X=4horas

4)P=pessoas V=volume D=dias

V P D
12-----2-----30
Logo, serão necessários 25 caminhões x-----3-------7

Didatismo e Conhecimento 18
matemática e raciocínio lógico
Ao aumentar o número de pessoas, aumenta o volume Acréscimo
Diminuindo o número de dias, diminui o volume.
Portanto, são grandezas diretamente proporcionais Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determinado
valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo:
X=4,2
Com 3 integrantes, a família irá consumir 4,2m³. Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10
5) T=trabalhadores 15% 1,15
C=caixas
D=descarga 20% 1,20
47% 1,47
↑ T ↓C D↓
67% 1,67
10---210----3
25----350---x
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: 

↓T ↓C D↓
25----210----3
10----350---x Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação
será: Fator de Multiplicação = 1 - taxa de desconto (na forma de-
cimal)

Veja a tabela abaixo:


X=2
As caixas podem ser descarregadas em 2 horas.
Desconto Fator de Multiplicação
10% 0,90
Porcentagem 25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
Porcentagem 90% 0,10
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: 
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
cular, etc. A utilização da porcentagem se faz por regra de 3 sim-
ples. Por exemplo, a vendedora de uma loja ganha 3% de comissão Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
sobre as vendas que faz. Se as vendas do mês de outubro forem de venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
R$ 3.500,00 qual será sua comissão? Equacionando e montando a
regra de 3 temos:
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de prejuí-
zo. Assim, podemos escrever:

Logo, a comissão será de R$ 105,00. Existe outra maneira


de encarar a porcentagem, que seria usar diretamente a definição:

 Logo 3% de R$ 3.500,00 seriam  Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas


formas:

Uma dica importante: o FATOR DE MULTIPLICAÇÃO.

Didatismo e Conhecimento 19
matemática e raciocínio lógico
Exemplo: Respostas
O preço de venda de um bem de consumo é R$ 100,00. O
comerciante tem um ganho de 25% sobre o preço de custo deste 1)
bem. O valor do preço de custo é:
a) R$ 25,00
b) R$ 70,50 R$1500,00-R$180,00=R$1320,00
c) R$ 75,00 O valor do desconto é de R$180,00 e o valor do produto é
d) R$ 80,00 R$1320,00
e) R$ 125,00
2) Como é um desconto:
Resolução 1-0,05=0,95

Ganho = lucro

O preço do guarda roupa sem desconto é R$2320,00


O desconto obtido é:
R$2320,00-R$1972,00=R$348,00
2320------100%
348--------x
X=15%
Resposta: D O desconto à vista seria de 15%

Exercícios 3) Como é um acréscimo de 10 %:


O fator de multiplicação é 1,1.
1) Ao comprar um produto que custava R$1500,00 obtive Então dividindo o salário reajustado:
um desconto de 12%. Por quanto acabei pagando o produto? Qual
o valor do desconto obtido?

2) Um guarda-roupa foi comprado a prazo, pagando-se


R$ 2.204,00 pelo mesmo. Sabe-se que foi obtido um desconto de
5% sobre o preço de etiqueta. Se a compra tivesse sido à vista, o 4) Alternativa C
guarda-roupa teria saído por R$ 1.972,00. Neste caso, qual teria 1-0,1=0,9
sido o desconto obtido?

3) Ana passou a ganhar R$550,00 porque teve um aumento


de 10%. Qual era seu salário antigo?
O preço de venda do produto é R$60,00
4) (PCSP1205/001-AgentePolicia – 2013) – Um produto
foi vendido com desconto de 10% sobre o preço normal de venda. 5) Alternativa E
Se ele foi vendido por R$ 54,00, o preço normal de venda desse 45%+15%=60%
produto é 900m²=40%
(A) R$ 59,40. X----100%
(B) R$ 58,00. 900—40
(C) R$ 60,00. X=2250
(D) R$ 59,00.
(E) R$ 58,40.
Teoria dos Conjuntos: Conjuntos
5) (VNSP1201/003-AssistAdmin-I 2012) – Um arquiteto
Numéricos; Relações,
projetou uma Escola Infantil, utilizando 45% da área total do terre-
no para o prédio que continha as salas de aula e 15% para as salas
de projeção, biblioteca e laboratórios. Mesmo assim, sobrou uma
área de 900 m² para ambientes de lazer. Podemos concluir que o Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles
terreno tinha um total, em m², de cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos con-
(A) 3 250. juntos ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias
(B) 3 000. da semana ou simplesmente fazer grupos.
(C) 2 750. Os componentes de um conjunto são chamados de elementos.
(D) 2 450. Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra
(E) 2 250. maiúscula.

Didatismo e Conhecimento 20
matemática e raciocínio lógico
Pode ser definido de duas maneiras: Exemplos
• Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é
5, 7, 9} infinito (∞));
• Simbolicamente: B={x ∈ N|x<8}, enumerando esses A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
elementos temos: B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
B={0,1,2,3,4,5,6,7} { } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)

• Há também um conjunto que não contém elemento e é Pertinência


representado da seguinte forma: S=∅ ou S={ }.
O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de per-
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem tam-
tinência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas desig-
bém a outro conjunto B, dizemos que: nam os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos.
• A é subconjunto de B Assim, o conjunto das vogais (V) é:
• Ou A é parte de B V={a,e,i,o,u}
• A está contido em B escrevemos: A relação de pertinência é expressa por: a∈V
• A⊂B A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
• Se existir pelo menos um elemento de A que não perten- mento b não pertence ao conjunto V.
ce a B: A⊄B
Inclusão
Igualdade
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Propriedades básicas da igualdade 1. Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é
• Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x subconjunto dele mesmo.
∈ U, temos que: 2. Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
(1) A = A. 3. Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C.
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C. Operações
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.
União
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro forma-
do pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
mente os mesmos elementos. Em símbolo: Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x∈B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos sa- Interseção


ber apenas quais são os elementos. A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
Não importa ordem: elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
A={1,2,3} e B={2,1,3} por : A∩B.
Não importa se há repetição: Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Classificação

Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
número de elementos que ele possui. Exemplo:
Exemplo A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4. A∩B={d,e}
Definições
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo car- Diferença
dinal. Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
Um conjunto diz-se par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele- A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
mentos mentar de B em relação a A.
b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
c) singular quando é formado por um único elemento cem a B.
d) vazio quando não tem elementos A\B = {x : x∈A e x∉B}.

Didatismo e Conhecimento 21
matemática e raciocínio lógico
Respostas

1) a) A ∪B={1, 2, 3, 4, 5, 6}
b) A∩B={4, 5}
c) A-B ={1, 2, 3}

2)

Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Exercícios

1) Dados os conjuntos:
A={1,2,3,4,5}; B={4,5,6}
Leem jornal A=56-21=35
Calcular: Leem jornal B=106-35=71
a) A ∪ B Não leem o jornal B=66-35=31
b) A∩B
O valor de n é :35+21+71+31=158
c) A-B
3)
2) Numa escola há n alunos. Sabe-se que 56 alunos leem o
jornal A, 21 leem os jornais A e B, 106 leem apenas um dos jornais
e 66 não leem o jornal B. O valor de n é:

a) 249               
b) 137               
c) 158               
d) 127                
e) 183

3) Em um grupo de 30 crianças, 16 têm olhos azuis e 20 estu-


dam canto. O número de crianças desse grupo que têm olhos azuis (16-x)+x+(20-x)=30
e estudam canto é: -x=-6
a) exatamente 16. x=6
b) no mínimo 6.
c) exatamente 10. 4)
d) no máximo 6.
e) exatamente 6.

4) Numa escola de 630 alunos, 350 deles estudam Português,


210 estudam Espanhol e 90 estudam as duas matérias. Pergunta-se:
a) Quantos alunos estudam apenas Português?
b) Quantos alunos estudam apenas espanhol?
c) Quantos alunos estudam Português ou Espanhol?
d) Quantos alunos não estudam nenhuma das duas matérias?

5) Num grupo de estudantes, verificou-se que 310 leram ape-


nas um dos romances A ou B; 270, o romance B; 80, os dois ro- P=350-90=260
mances, A e B, e 340 não leram o romance A. O número de estu- E=210-90=120
dantes desse grupo é igual a:
a) 380                Nenhuma das duas: 630-470=160
b) 430               a)350-90=260
c) 480                 b)210-90=120
d) 540                 c)260+90+120=470
e) 610 d)630-470=160

Didatismo e Conhecimento 22
matemática e raciocínio lógico
5) Função Crescente – a > 0

B=270-80=190
Não A=340-190=150
A e B=80
A ou B=310-190=12
O número de estudantes é :190+80+120+150=540
Função Decrescente – a < 0

Funções de primeiro
e segundo grau

Função 1 grau

A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos


de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a
função f(x) = ax + b.
Note que para definir a função do 1° grau, basta haver uma ex-
Raiz da função
pressão algébrica do 1° grau. Como dito anteriormente, o objetivo
da função é relacionar para cada valor de x um valor para o f(x).
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em
Vejamos um exemplo para a função f(x)= x – 2.
que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual
a zero, pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0.
x = 1, temos que f(1) = 1 – 2 = –1 Observe a representação gráfica a seguir:
x = 4, temos que f(4) = 4 – 2 = 2

Note que os valores numéricos mudam conforme o valor de x


é alterado, sendo assim obtemos diversos pares ordenados, consti-
tuídos da seguinte maneira: (x, f(x)). Veja que para cada coordena-
da x, iremos obter uma coordenada f(x). Isso auxilia na construção
de gráficos das funções.
Portanto, para que o estudo das funções do 1° grau seja reali-
zado com sucesso, compreenda bem a construção de um gráfico e
a manipulação algébrica das incógnitas e dos coeficientes.

Estudo dos Sinais Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da
raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com
Definimos função como relação entre duas grandezas repre- base na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de isolando o valor de x (raiz da função). Veja:
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax y = ax + b
+ b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de y=0
zero. Esse modelo de função possui como representação gráfica ax + b = 0
a figura de uma reta, portanto, as relações entre os valores do do- ax = –b
mínio e da imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor x = –b/a
do coeficiente a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é Portanto, para calcularmos a raiz de uma função do 1º grau,
crescente, e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. basta utilizar a expressão x = –b/a.

Didatismo e Conhecimento 23
matemática e raciocínio lógico
Função Quadrática

Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo


grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e
deve ser o maior termo.

Considerações

Concavidade

A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo


se a<0

Imagem

O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c,  a  0, é o


conjunto dos valores que y pode assumir. Há duas possibilidades:
Relação do na função
1ª - quando a > 0,
Quando , a parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em
dois pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x,


no ponto
a>0
Repare que, quando tivermos o discriminante , as duas raízes
da equação ax²+bx+c=0 são iguais a .

Se, a parábola y=ax²+bx+c não intercepta o eixo.

Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e


um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são  . Veja


os gráficos:

 
2ª quando a < 0,

a<0

Didatismo e Conhecimento 24
matemática e raciocínio lógico
Exercícios

1) Um vendedor recebe mensalmente um salário composto


de duas partes: 1.000 a parte fixa, e uma parte variável que corres-
ponde a uma com comissão de 18% do total de vendas que ele fez
durante o mês.
a)expressar a função que representa seu salário mensal.
b) calcular o salário do vendedor durante um mês, sabendo-se
que vendeu 10.000 em produtos.

2) Um motorista de táxi cobra R$ 3,50 de bandeirada (valor


fixo) mais R$ 0,70 por quilômetro rodado (valor variável). Deter-
mine o valor a ser pago por uma corrida relativa a um percurso de
18 quilômetros. 
Exemplo
3) O salário de um vendedor é composto de uma parte fixa
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x: no valor de R$ 800,00, mais uma parte variável de 12% sobre o
valor de suas vendas no mês. Caso ele consiga vender R$ 450
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o 000,00, calcule o valor de seu salário. 
valor correspondente de y e, em seguida, ligamos os pontos assim
obtidos. 4) Qual a função que representa o gráfico seguinte?

x Y
-3 6
-2 2
-1 0
-1/2 -1/4
0 0
1 2
2 6

(A) 

(B) 

(C) 

(D) 

(E) 

Didatismo e Conhecimento 25
matemática e raciocínio lógico
5) (UFRGS) Para que a parábola da equação y=ax²+bx-1  con- 5)Alternativa B
tenha os pontos (-2; 1) e (3; 1), os valores de a e b são, respecti-
vamente,

(A)   e 

(B)   e  Multiplicando a primeira equação por 3 e a segunda por 2:

(C)   e 

(D)   e 
Somando:
(E)   e 

Respostas
1) a)S=1000+0,18V
b) S=1000+0,18*10000 = 2800.00

2) Função que define o valor a ser cobrado por uma corrida de


x quilômetros: f(x) = 0,70x + 3,50.  Noções de Probabilidade
Valor a ser pago por uma corrida de percurso igual a 18 quilômetros.  e Estatística Descritiva
f(x) = 0,70x + 3,50 
f(18) = 0,70 * 18 + 3,50 
f(18) = 12,60 + 3,50 
f(18) = 16,10  Probabilidade

3) f(x) = 12% de x (valor das vendas mensais) + 800 (valor Considere os seguintes experimentos:
fixo)  -Lançamento de um dado
f(x) = 12/100 * x + 800  -Lançamento de uma moeda
f(x) = 0,12x + 800  Mesmo se esses experimentos forem repetidos várias vezes,
f(450 000) = 0,12 * 450 000 + 800  nas mesmas condições, não poderemos prever o resultado.
f(450 000) = 54 000 + 800  Um experimento cujo resultado, embora único, é imprevisí-
f(450 000) = 54 800  vel, é denominado experimento aleatório.
O salário do vendedor será de R$ 54 800,00.  A Teoria da Probabilidade surgiu para tentar medir a chance
de ocorrer um determinado resultado num experimento aleatório.
4) Alternativa C
a>0 pois a concavidade está para cima. Espaço Amostral
c=-9 - onde corta o eixo y
O conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento
o eixo x é cortado em -3/2 e 3
aleatório é denominado espaço amostral, que vamos indicar por E.
portanto:0=a(-3/2)²+b(-3/2)-9
-lançamento de um dado: E={1, 2, 3, 4, 5, 6}
0=9a+3b-9
-lançamento de uma moeda:E={cara, coroa}
Qualquer subconjunto do espaço amostral é chamado evento.

Probabilidade em Espaços Amostrais Finitos

Probabilidade de um evento A representa a chance de ocorrer


um evento A. O valor p(A) é igual ao número de elementos de A,
Multiplicando a primeira equação por- 4: dividido pelo número de elementos do espaço amostral E.

Somando as duas equações


9b+27=0
b=-3 a=2
y=2x²-3x-9

Didatismo e Conhecimento 26
matemática e raciocínio lógico
Estatística Descritiva
A estatística descritiva é a etapa inicial da análise utilizada
para descrever e resumir os dados. A disponibilidade de uma gran-
de quantidade de dados e de métodos computacionais muito efi-
cientes revigorou está área da estatística.

Frequências
Adição de probabilidades A primeira fase de um estudo estatístico consiste em recolher,
contar e classificar os dados pesquisados sobre uma população es-
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e tatística ou sobre uma amostra dessa população.
não vazio. Tem-se:
Frequência Absoluta
É o número de vezes que a variável estatística assume um
valor.
Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter Frequência Relativa
um número par ou menor que 5, na face superior? É o quociente entre a frequência absoluta e o número de
Solução elementos da amostra.
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6 Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:
Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4

Probabilidade Condicional Medidas de Tendência Central


É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o Média aritmética
evento B, definido por: Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
do conjunto.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
Do exemplo anterior: pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritmé-
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6 tica para variáveis quantitativas.
B={2,4,6} n(B)=3 Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre dife-
A={2} rentes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil
estabelecer uma comparação entre esses grupos e perceber ten-
dências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos
jogadores é:

Exemplo
Calcule a probabilidade de, jogando um dado ideal, obter um
número maior que 4.
Solução
E={1, 2, 3, 4, 5, 6} Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, ob-
Evento:A={5, 6} teremos a média aritmética das alturas:

A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.

Didatismo e Conhecimento 27
matemática e raciocínio lógico
Média Ponderada 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que o nú-
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi- mero de termos da sequência que precedem é igual ao número de
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama- termos que o sucedem, isto é, é termo médio da sequência ( ) em
da média aritmética ponderada. rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela mé-
dia aritmética entre os termos e , tais que o número de termos que
precedem é igual ao número de termos que sucedem , isto é, a
mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequência
( ) em rol.

Exemplo Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
O peso médio (média aritmética dos pesos) dos 100 alunos {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
de uma academia de ginástica é igual a 75 kg. O peso médio dos
Solução:
homens é 90 kg e o das mulheres é 65 kg.
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7,
a) Quantos homens frequentam a academia?
10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo:
b) Se não são considerados os 10 alunos mais pesados, o peso Md=12
médio cai de 75 kg para 72 kg. Qual é o peso médio desses 10
alunos? Resposta: Md=12.
Solução Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
a) x=número de homens {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.

100-x=número de mulheres Solução:


Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
entre os dois termos centrais do rol.
Logo:

Resposta:

Moda (Mo)

Portanto, 40 homens frequentam a academia Num conjunto de números: , chama-se moda


aquele valor que ocorre com maior frequência.
b) A=soma dos pesos dos 10 alunos mais pesados
Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
A=1020 O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
O peso médio é: Exemplo 3:
O conjunto de dados 1, 5, 5, 5, 6, 7, 8, 8, 8 possui duas modas,
5 e 8, e é chamada bimodal.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
Mediana (Md) central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
Sejam os valores escritos em rol: grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.

Didatismo e Conhecimento 28
matemática e raciocínio lógico
Variância
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é chamado
de variância. Esse índice é assim definido:
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Jogo Número de pontos


1 22
2 18
3 13
4 24
5 26
6 20
7 19
8 18

a) Qual a média de pontos por jogo?


b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Solução:

a) A média de pontos por jogo é:

b) A variância é:

Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se por , o número:

Isto é:

Didatismo e Conhecimento 29
matemática e raciocínio lógico
Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.

Solução:

a) Sendo a estatura média, temos:

b) Sendo o desvio padrão, tem-se:

Exercícios

1) No lançamento de um dado, determinar a probabiliade de se obter:


a)o número 2
b)um número par
c) um número múltiplo de 3

2) Calcule a probabilidade de retirar 1 bola vermelha de uma urna contendo 3 bolas brancas, 2 vermelhas e 5 verdes.

3) Observe as notas de três competidores em uma prova de manobras radicais com skates. 
Competidor A: 7,0 – 5,0 – 3,0 
Competidor B: 5,0 – 4,0 – 6,0 
Competidor C: 4,0 – 4,0 – 7,0 

Sabendo que a média é 5 para todos, calcule a variância e o desvio padrão.

4) O quadro seguinte mostra o desempenho de um time de futebol no último campeonato. A coluna da esquerda mostra o número de
gols marcados e a coluna da direita informa em quantos jogos o time marcou aquele número de gols.

Se X, Y e Z são, respectivamente, a média, a mediana e a moda desta distribuição, então


A) X = Y < Z.
B) Z < X = Y.
C) Y < Z < X.
D) Z < X < Y.
E) Z < Y < X.

Didatismo e Conhecimento 30
matemática e raciocínio lógico
5) Um casal pretende ter filhos. Sabe-se que a cada mês a pro- Competidor C
babilidade da mulher engravidar é de 20%. Qual é a probabilidade
dela vir a engravidar somente no quarto mês de tentativas?

Respostas 4) Alternativa E
1) 0,0,0,0,0,1,1,1,2,2,2,2,3,3,3,4,4,5,5,7  
a) E={1, 2, 3, 4, 5, 6}
A moda é dada por zero, pois é o termo que mais aparece.
A={2}, n(A)=1
Já a mediana devemos observar a quantidade de termos, que
neste caso é 20 e quando a quantidade é par devemos pegar os
termos que estão no meio e tirar a sua média aritmética, o décimo
e o décimo primeiro termo. Temos 10° termo => 2 e 11° termo =>
2, logo a média entre eles é dada por  (2+2)/2 = 2.
b) B={2, 4, 6} n(B)=3 E por último a questão nos pediu a média, que neste caso é a
média ponderada.
Então: Média = (0.5 + 1.3 + 2.4 + 3.3 + 4.2 + 5.2 + 7.1) /  5 +
3+4+3+2+2+1
Média = 45 / 20
Média = 2,25
c) C={3,6} n(C)=2 No enunciado ele nomeou cada um dos elementos sendo a
moda dada por Z, a mediana dada por Y e a média dada por X e
assim:
X = 2,25
Y=2
2) n(E)=10 Z=0
n(A)=2 Logo,  Z < Y < X.

5) Sabemos que a probabilidade da mulher engravidar em um


mês é de 20%, que na forma decimal é igual a 0,2. A probabilidade
dela não conseguir engravidar é igual a 1 - 0,2, ou seja, é igual
3) Competidor A a 0,8.
Este exercício trata de eventos consecutivos e independentes
(pelo menos enquanto ela não engravida), então a probabilidade de
que todos eles ocorram, é dado pelo produto de todas as probabi-
lidades individuais. Como a mulher só deve engravidar no quarto
mês, então a probabilidade dos três meses anteriores deve ser igual
Competidor B
à probabilidade dela não engravidar no mês, logo:

0,1024 multiplicado por 100% é igual a 10,24%.


Competidor C Então:
A probabilidade de a mulher vir a engravidar somente no
quarto mês é de 10,24%.

Desvio Padrão
É calculado extraindo a raiz quadrada da variância. Noções de Lógica
Competidor A

Competidor B Lógica

A lógica está de tal modo incrustada na matemática que às


vezes ambas se fundem numa só estrutura.

Didatismo e Conhecimento 31
matemática e raciocínio lógico
Proposição Exercícios

É toda expressão que encerra um pensamento de sentido 1) Qual é a negação da proposição “nenhum homem é
completo e pode ser classificada como V(verdadeira) ou F(Falsa). imortal”?
As proposições são indicadas por letras minúsculas: p, q, r,.. a) existem homens imortais.
Os símbolos V e F são chamados de valores lógicos. b) existem homens mortais.
A negação de uma proposição é dada por : ~p(lê-se não p).
c) nenhuma mulher é imortal.
d) todo homem é mortal.
e) todo homem é imortal.

2) Na tabela abaixo, p e q são proposições

Conectivo p q ?
É uma expressão que une duas proposições dando origem a
V V F
uma outra proposição.
a) e(∧) V F V
F V F
F F F

A proposição composta que substitui corretamente o ponto


de interrogação é
a) p∧q
b) p→q
A proposição p∧q só será verdadeira se ambas forem. c) ~(p→q)
b) ou (∨) d) p↔q
e) ~(p∨q)

3) Considere as seguintes premissas:


“Se todos os homens são sábios, então não há justiça para
todos.”
“Se não há justiça para todos, então todos os homens são
sábios.”
Para que se tenha um argumento válido, é correto concluir
que:
Precisa apenas que uma das duas seja verdadeira.
(A) Todos os homens são sábios se, e somente se, há justiça
c) se..,, então (→) para todos.
(B) Todos os homens são sábios se, e somente se, não há
justiça para todos.
(C) Todos os homens são sábios e há justiça para todos.
(D) Todos os homens são sábios e não há justiça para todos.
(E) Todos os homens são sábios se há justiça para todos.

4)Se todos os nossos atos têm causa, então não há atos li-
vres. Se não há atos livres, então todos os nossos atos têm cau-
d) se, e somente se(↔) sa. Logo:
a) alguns atos não têm causa se não há atos livres.
b) Todos os nossos atos têm causa se e somente se há atos
livres.
c) Todos os nossos atos têm causa se e somente se não há
atos livres.
d) Todos os nossos atos não têm causa se e somente se não
há atos livres.
e) Alguns atos são livres se e somente se todos os nossos
atos têm causa

Didatismo e Conhecimento 32
matemática e raciocínio lógico
5) A negação de “Todos os filhos de Maria gostam de quiabo” é Montante
(A) nenhum dos filhos de Maria gosta de quiabo. O Montante é a soma do Juros mais o Capital Inicial. Essa
(B) nenhum dos filhos de Maria desgosta de quiabo. fórmula também será amplamente utilizada para resolver questões.
(C) pelo menos um dos filhos de Maria gosta de quiabo. M=C+J
(D) pelo menos um dos filhos de Maria desgosta de quiabo. M = montante
(E) alguns filhos de Maria não gostam de quiabo. C = capital inicial
  J = juros
Respostas M=C+C.i.n
1) Alternativa A M=C(1+i.n)
2) Alternativa C
3) Alternativa B
Exemplo
4) Alternativa C
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
5) Alternativa D
Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa
Matemática Financeira de juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
(A) 5,0%
(B) 5,9%
(C) 7,5%
Matemática Financeira (D) 10,0%
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual (E) 12,5%
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidiano Resposta Letra “e”.
das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações de
empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, aplica- O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
ções financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre outras meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45)
situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas na es- e a parcela a ser paga de R$45.
tipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um empréstimo a Aplicando a fórmula M = C + J:
forma de pagamento é feita através de prestações mensais acrescidas 45 = 40 + J
de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é superior ao va- J=5
lor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o nome de juros.
Aplicando a outra fórmula J = C i n:
5 = 40 X i X 1
Juros Simples
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em- i = 0,125 = 12,5%
préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial. Exercícios
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação. 1) (FUNDATEC-Ag.administrativo-2013) Uma empre-
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações sa foi multada por jogar resíduos tóxicos em um rio, cujo valor
envolvendo juros simples é a seguinte: da multa foi de R$45.000,00 mais R$1.500,00 por dia até que a
J = C i n, onde: empresa se ajustasse às normas que regulamentam os índices de
J = juros poluição. Sabendo que a empresa pagou R$79.500,00 de multa, o
C = capital inicial número de dias que levou para se ajustar às normas exigidas foi de
i = taxa de juros A) 10.
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre, B) 15.
ano...) C) 23.
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplicação D) 30.
devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois devem E) 35.
estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O que não
pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou qualquer
outra combinação de períodos.
2) (FUNDATEC-Ag.administrativo-2013) Um emprésti-
mo de R$ 50.000,00 será pago no prazo de 5 meses, com juros
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
simples de 2,5% a.m. (ao mês). Nesse sentido, o valor da dívida na
ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra- data do seu vencimento será:
balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores, A) R$6.250,00.
ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou B) R$16.250,00.
seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) C) R$42.650,00.
e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para D) R$56.250,00.
qualquer combinação. E) R$62.250,00.

Didatismo e Conhecimento 33
matemática e raciocínio lógico
3) (FAPEC-2013)Para que um capital dobre no sistema de
juros simples, à taxa Aplicações e Operações com
de 4% ao mês, será necessário quantos meses? Inequações
a) 25 meses
b) 50 meses
c) 15 meses
d) 20 meses
Inequação
4) Qual é o montante de um capital de R$1000,00 aplicado
à taxa de 10% ao ano pelo prazo de 2 anos? Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um
5) Luana aplicou R$12000,00 a juro composto de 6% ao sinal de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais
bimestre. Que quantia terá após 12 meses de aplicação? de desigualdade:
>: maior 
Respostas <: menor
≥: maior ou igual 
1) Alternativa C ≤: menor ou igual 
M=C+J
79500=45000+J O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-
J=34500 ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das ine-
quações, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos
por –1 com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, inver-
temos o sinal representativo da desigualdade.

Exemplo 1
4x + 12 > 2x – 2
2) Alternativa D 4x – 2x > – 2 – 12
J=Cin 2x > – 14
J=50000.0,025.5=6250 x > –14/2
M=C+J x>–7
M=50000+6250=R$56250,00
Inequação-Produto

3) Alternativa A Quando se trata de inequações-produto, teremos uma desi-


M=C+J gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portan-
2C=C+J to, surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em
J=C cada função e obter a resposta final realizando a intersecção do
C=C.0,04.n conjunto resposta das funções.

Exemplo

a)(-x+2)(2x-3)<0

4) M=C(1+in)
M=1000(1+0,10.2)
M=1200
O montante é de R$1200,00

5)

M=17022,23
t=6 por ter 6 bimestres em 12 meses

Didatismo e Conhecimento 34
matemática e raciocínio lógico
Inequação-Quociente Respostas

Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade de funções 1)


fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero.
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação de-
verá ser diferente de zero.

O método de resolução se assemelha muito à resolução de


uma inequação-produto, de modo que devemos analisar o sinal das
funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.
2)
Exemplo

Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0

x≠2

3)2x+6≤4x-4
-2x≤-10
x≥5
Então o menor número de três algarismos é o 100.

4)3x+3-3≤x+4
2x≤4
x≤2
S{x∈R|x≤2}

Exercícios

1) De acordo com o conjunto dos números Reais, determine


o valor de x na seguinte inequação produto: (2x + 1) (x + 2) ≤ 0.

2) Resolva, de acordo com os números Reais, a inequação


quociente dada por 

3) Dada a inequação 2(x + 3) ≤ 4(x - 1), qual o menor número x-3=0 x=3


inteiro de três algarismos que seja solução? x-5=0 x=5
Para valores x<3, a inequação é positiva
4) Resolva: 3 (x+1) – 3 ≤ x+4 Para valores 3<x<5, negativo
x>5, positivo
5) Qual a solução da inequação: S{x∈R|x<3 ou x>5}

Didatismo e Conhecimento 35
matemática e raciocínio lógico

Sequências e
Progressões Aritméticas e
Geométricas

Sequências

Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma posição,
temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência

Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da se-
quência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do termo com sua posição.
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n)

Progressão Aritmética

Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma constante r
ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da PA.

Exemplo
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas

-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média aritmética entre o anterior e o posterior.

-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.

Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da seguinte forma:

Didatismo e Conhecimento 36
matemática e raciocínio lógico
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.

Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética


Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40

Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite calcular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.

Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?

Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua direita.
Então temos os seguintes dados para solucionar a questão:

Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos. Como esta
P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Didatismo e Conhecimento 37
matemática e raciocínio lógico
Progressão Geométrica Exemplo
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
por uma constante q, chamada razão da PG. a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
Dada a sequência: (4, 8, 16)
29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:

- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto


ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0. b)
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
A PG constante é também chamada de PG estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é
a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo
menos uma unidade. Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita

1º Caso:-1<q<1

Portanto, o termo geral é:

Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série


é convergente.
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita
2º Caso:
Seja a PG finita de razão q e de soma dos termos Sn: A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é
divergente
1º Caso: q=1
3º Caso:
Também não possui soma finita, portanto divergente
2º Caso: q≠1
Produto dos termos de uma PG finita

Didatismo e Conhecimento 38
matemática e raciocínio lógico
Exercícios 4)(L, 4L, L²)

1) Considere a PA(100, 93, 86,...). Determine a posição do


termo de valor 37.

2) O dono de uma fábrica pretende iniciar a produção com


2000 unidades mensais e, a cada mês, produzir 175 unidades a
mais. Mantidas essas condições, em um ano quantas unidades a
fábrica terá que produzir no total?

3) Ao financiar uma casa no total de 20 anos, Carlos fe-


chou o seguinte contrato com a financeira: para cada ano, o valor
das 12 prestações deve ser igual e o valor da prestação mensal em
um determinado ano é R$ 50,00 a mais que o valor pago, mensal- Portanto, a área é 16⋅16=256
mente, no ano anterior. Considerando que o valor da prestação no
primeiro ano é de R$ 150,00, determine o valor da prestação no 5)a1=100; r=2
último ano. 

4) A medida do lado, o perímetro e a área de um quadra-


do estão, nessa ordem, em progressão geométrica. Qual a área do
quadrado?

5) Comprei um automóvel e vou pagá-lo em 7 prestações


crescentes, de modo que a primeira prestação seja de 100 reais e
cada uma das seguintes seja o dobro da anterior. Qual é o preço do
automóvel?

Respostas O preço do automóvel é R$12700,00

1)
r=93-100=86-93=-7
Operações com Matrizes,
Logaritmos, Raízes e Radicais,
Fatoração Algébrica

37 é o décimo termo.
Matriz
2)r=175 Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda
(2000,2175, 2350,...) tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
1 ano =12 meses Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus elemen-
tos entre parênteses ou entre colchetes como, por exemplo, a ma-
triz A de ordem 2x3.

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de seus ele-
mentos por uma letra minúscula acompanhada de dois índices: o
primeiro indica a linha a que pertence o elemento: o segundo indi-
3) ca a coluna a que pertence o elemento, isto é, o elemento da linha
an = a1 + (n – 1)r i e da coluna j é indicado por ij.
a20 = 150 + (20 – 1)50 Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:
a20 = 150 + 19 ⋅50
a20 = 150 + 950
a20 = 1100
O valor da prestação no último ano será de R$ 1 100,00.

Didatismo e Conhecimento 39
matemática e raciocínio lógico
Adição de Matrizes Matriz Inversa
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B é cha-
Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. mada inversa de A se, e somente se,
Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

,portanto

Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A Solução
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A Seja
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo m


x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, C=A+(-B).

Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Logo,

Logaritmo

Multiplicação de um número por uma matriz


Considere: Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a
≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Multiplicação de matrizes
O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)m x p por
uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n, de modo que cada Ainda com base na definição podemos estabelecer condições
elemento cij é obtido multiplicando-se ordenadamente os elemen- de existência:
tos da linha i de A pelos elementos da coluna j de B, e somando-se
os produtos assim obtidos.
Dada as matrizes:

Exemplo

Didatismo e Conhecimento 40
matemática e raciocínio lógico
Consequências da Definição Condição de Existência

Da definição, temos:
Propriedades

Como x satisfaz a condição de existência:

Mudança de Base

Radicais

Exemplo Radiciação é a operação inversa a potenciação


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
a)log 6
b) log1,5
c) log 16

Solução

a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781


Casos
b)
1. Se m é par, todo número real positivo tem duas raízes:
c)

Equações Logarítmicas

Utilizando as propriedades operatórias, podemos resolver


equações que envolvem logaritmos. A resolução de equações lo-
garítmicas se dá em três etapas básicas:
2. Se m é ímpar, cada número tem apenas uma raiz:
1. Estabelece-se a condição de existência
2. Resolve-se a equação utilizando as propriedades opera-
tórias
3. Faz-se a interseção entre a solução encontrada e as con-
dições de existência

Exemplo 3. n=1

Resolva a equação: Se n = 1, então 1


a=a
1
10 = 10, porque 101 = 10

Didatismo e Conhecimento 41
matemática e raciocínio lógico
4. n é par e a < 0
De modo geral, para a ∈ R+ , m ∈ N , n ∈ N * , se p ∈ N *
Considere como exemplo a raiz quadrada de -36, onde a = -36 , temos:
(negativo) e n = 2 (par).
Não existe raiz quadrada real de -36, porque não existe núme-
n. p
ro real que, elevado ao quadrado, dê -36. n
am = a m. p
Não existe a raiz real de índice par de um número real nega-
tivo. Se p é divisor de m e n, temos:
Propriedade dos Radicais
n: p
1ª Propriedade:
n
am = a m: p
3
Considere o radical
3
5 3 = 5 3 = 51 = 5 Multiplicando-se ou dividindo-se o índice e o expoente do ra-
dicando por um mesmo número natural maior que zero, o valor do
De modo geral, se a ∈ R+ , n ∈ N * , então: radical não se altera.
n
an = a Simplificação de Radicais

O radical de índice n de uma potência com expoente também 1º Caso


igual a n dá como resultado a base daquela potência.
O índice do radical e o expoente do radicando têm fator co-
2ª Propriedade: mum. De acordo com a 4ª propriedade dos radicais podemos divi-
1 1 1
dir o índice e o expoente pelo fator comum.
Observe: 3.5 = (
3.5)
2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
Exemplo
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:
Dividindo o índice 9 e o expoente 3 e 6 por 3, temos:
n
a.b = n a .n b
Radical de um produto
9
2 3.a 6 = 9:3 2 3:3.a 6:3 = 3 2a 2
Produto dos radicais
2º Caso
O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado
é igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do Os expoentes dos fatores do radicando são múltiplos do índi-
*
radicando. ce. Considere o radical n a n. p , com a ∈ R+ , n ∈ N e p ∈ Z .
Temos:
3ª Propriedade: n. p
n. p
1 1
n
a =a n
= ap
2 2 2 2 2 2
Observe: =  = 1 = Assim, podemos dizer que, num radical, os fatores do radican-
3 3 3 do cujos expoentes são múltiplos do índice podem ser colocados
32
* *
fora do radical, tendo como novo expoente o quociente entre o
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: expoente e o índice.
+

a na
n = Exemplo
b nb

Radical de um quociente
81 a 2 b 8 = 3 4.a 2 .b 8 = 3 4 . a 2 . b 8 = 3 2.a.b 4 = 9ab 4

Quociente dos radicais


3º Caso
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indica-
do é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos Os expoentes dos fatores do radicando são maiores que o ín-
do radicando. dice, mas não múltiplos deste. Transforma-se o radicando num
produto de potências de mesma base, sendo um dos expoentes
4ª Propriedade: múltiplos do índice;
8 2
Observe: 12
38 = 312 = 3 3 = 3 3 2 Exemplo

Então: 12
38 = 3 3 2 e3 3 2 = 12 38 a 5 .b 3 = a 4 .a.b 2 .b = a 4 .b 2 . a.b = a 2b ab

Didatismo e Conhecimento 42
matemática e raciocínio lógico
Fatoração Algébrica 3)
Fatorar uma expressão algébrica significa escrevê-la na forma
de um produto de expressões mais simples.

Casos de fatoração
• Fator Comum:
Ex.: ax + bx + cx = x (a + b + c)
O fator comum é x.
Ex.: 12x³ - 6x²+ 3x = 3x (4x² - 2x + 1) 4)
O fator comum é 3x
• Agrupamento:
Ex.: ax + ay + bx + by
Agrupar os termos de modo que em cada grupo haja um fator
comum.
(ax + ay) + (bx + by)
Colocar em evidência o fator comum de cada grupo
a(x + y) + b(x + y)
Colocar o fator comum (x + y) em evidência (x + y) (a + b)
Este produto é a forma fatorada da expressão dada
• Diferença de Dois Quadrados: a² − b² Então:
= (a + b) (a − b)
• Trinômio Quadrado Perfeito: a²± 2ab + b²
= (a ± b)²
• Trinômio do 2o Grau:
Supondo x1 e x2 raízes reais do trinômio, temos: ax² + bx + c 5) Existem dois termos quadrados: 16b² e 25.
= a (x - x1) (x - x2), a≠0
e
Exercícios
2 . 4b . 5 = 40b → Não corresponde ao termo restante do
1) Calcule A + B sabendo que A = e B =
trinômio.

Logo, 16b² – 24b + 25 não é um trinômio de quadrado per-


2) Calcule o Log3 5 sabendo que o Log3 45 = 3,464974? feito.
3) Considerando-se Log7 10 = 1,1833. Qual é o Log7 70?
ANOTAÇÕES
4) Simplifique o radical  .

5) Verifique se 16b² – 24b + 25 é quadrado perfeito.

Respostas —————————————————————————
—————————————————————————
1)A + B = + = —————————————————————————
—————————————————————————
= —————————————————————————
—————————————————————————
2)
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 43
matemática e raciocínio lógico
Temos as seguintes proposições:
19. RACIOCÍNIO LÓGICO: ESTRUTURAS
LÓGICAS, LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: O Pão é barato. O Queijo não é bom.
ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E A letra p representa a primeira proposição e a letra q, a segun-
CONCLUSÕES, LÓGICA SENTENCIAL (OU da. Assim, temos:
PROPOSICIONAL), PROPOSIÇÕES SIMPLES p: O Pão é barato.
E COMPOSTAS, TABELAS-VERDADE, q: O Queijo não é bom.
EQUIVALÊNCIAS, DIAGRAMAS LÓGICOS,
LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM, PRINCÍPIOS Negação (símbolo ~): Quando usamos a negação de uma
DE CONTAGEM E PROBABILIDADE, proposição invertemos a afirmação que está sendo dada. Veja os
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS, exemplos:
RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS ~p (não p): O Pão não é barato. (É a negação lógica de p)
E MATRICIAIS. ~q (não q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de q)
Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a negação
vira falsa.
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vira ver-
dadeira.
Estruturas Lógicas – Verdade ou Mentira
Regrinha para o conectivo de negação (~):
Na lógica, uma estrutura (ou estrutura de interpretação) é um
objeto que dá significado semântico ou interpretação aos símbolos P ~P
definidos pela assinatura de uma linguagem. Uma estrutura pos-
V F
sui diferentes configurações, seja em lógicas de primeira ordem,
seja em linguagens lógicas poli-sortidas ou de ordem superior. As F V
questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser compostas por pro-
posições que provam, dão suporte, dão razão a algo, ou seja, são Conjunção (símbolo Λ): Este conectivo é utilizado para unir
afirmações que expressam um pensamento de sentindo completo. duas proposições formando uma terceira. O resultado dessa união
Essas proposições podem ter um sentindo positivo ou negativo. somente será verdadeiro se as duas proposições (p e q) forem ver-
dadeiras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será
Exemplo 1: João anda de bicicleta. falso. Ex.: p Λ q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom). ∧ = “e”.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana. Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ):
Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirmação/
proposição. P Q PΛQ
V V V
A base das Estruturas Lógicas é saber o que é Verdade ou
Mentira (verdadeiro/falso). Os resultados das proposições sempre V F F
tem que dar verdadeiro. Há alguns princípios básicos: F V F
F F F
Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e fal-
sa ao mesmo tempo. Disjunção (símbolo V): Este conectivo também serve para
unir duas proposições. O resultado será verdadeiro se pelo menos
Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas contra- uma das proposições for verdadeira. Ex: p v q. (Ou o Pão é barato
ditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição ou é ou o Queijo não é bom.) V = “ou”. Regrinha para o conectivo de
verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico (“mais ou disjunção (V):
menos”, meio verdade ou meio mentira). Ex. Estudar é fácil. (o
contrário seria: “Estudar é difícil”. Não existe meio termo, ou es-
tudar é fácil ou estudar é difícil). P Q PVQ
V V V
Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se os V F V
conectivos lógicos, que são símbolos que comprovam a veracidade
das informações e unem as proposições uma a outra ou as transfor- F V V
mam numa terceira proposição. Veja: F F F
(~) “não”: negação
(Λ) “e”: conjunção Condicional (símbolo →): Este conectivo dá a ideia de con-
(V) “ou”: disjunção dição para que a outra proposição exista. “P” será condição su-
(→) “se...então”: condicional ficiente para “Q” e “Q” é condição necessária para “P”. Ex: P
(↔) “se e somente se”: bicondicional → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é bom.) → = “se...
então”. Regrinha para o conectivo condicional (→):

Didatismo e Conhecimento 44
matemática e raciocínio lógico
P Q P→Q (CESPE – TRE-RJ – Técnico Judiciário)
V V V Texto para as questões de 04 a 07.
V F F
F V V O cenário político de uma pequena cidade tem sido movi-
mentado por denúncias a respeito da existência de um esquema de
F F V compra de votos dos vereadores. A dúvida quanto a esse esquema
persiste em três pontos, correspondentes às proposições P, Q e R:
Bicondicional (símbolo ↔): O resultado dessas proposições
será verdadeiro se e somente se as duas forem iguais (as duas ver- P: O vereador Vitor não participou do esquema;
dadeiras ou as duas falsas). “P” será condição suficiente e neces- Q: O Prefeito Pérsio sabia do esquema;
sária para “Q”. Exemplo: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente R: O chefe de gabinete do Prefeito foi o mentor do esquema.
se o Queijo não é bom.) ↔ = “se e somente se”. Regrinha para o
conectivo bicondicional (↔): Os trabalhos de investigação de uma CPI da Câmara Munici-
pal conduziram às premissas P1, P2 e P3 seguintes:
P Q P↔Q
V V V P1: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o
Prefeito Pérsio não sabia do esquema.
V F F P2: Ou o chefe de gabinete foi o mentor do esquema, ou o
F V F Prefeito Pérsio sabia do esquema, mas não ambos.
F F V P3: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o
chefe de gabinete não foi o mentor do esquema.
QUESTÕES
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguin-
01. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) A afirmação “A tes, acerca de proposições lógicas.
menina tem olhos azuis ou o menino é loiro” tem como sentença
logicamente equivalente: 04. Das premissas P1, P2 e P3, é correto afirmar que “O chefe
(A) se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis. de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador Vitor partici-
(B) se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro. pou do esquema”.
(C) se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
(D) não é verdade que se a menina tem olhos azuis, então o ( ) Certo ( ) Errado
menino é loiro.
(E) não é verdade que se o menino é loiro, então a menina tem 05. Parte superior do formulário
olhos azuis. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguin-
tes, acerca de proposições lógicas. A premissa P2 pode ser correta-
02. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) Se Anamara é mente representada por R ∨ Q.
médica, então Angélica é médica. Se Anamara é arquiteta, então
Angélica ou Andrea são médicas. Se Andrea é arquiteta, então An- ( ) Certo ( ) Errado
gélica é arquiteta. Se Andrea é médica, então Anamara é médica.
Considerando que as afirmações são verdadeiras, segue- se, por- 06. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens
tanto, que: seguintes, acerca de proposições lógicas. A premissa P3 é logica-
(A) Anamara, Angélica e Andrea são arquitetas. mente equivalente à proposição “O vereador Vitor participou do
(B) Anamara é médica, mas Angélica e Andrea são arquitetas. esquema ou o chefe de gabinete não foi o mentor do esquema”.
(C) Anamara, Angélica e Andrea são médicas.
(D) Anamara e Angélica são arquitetas, mas Andrea é médica. ( ) Certo ( ) Errado
(E) Anamara e Andrea são médicas, mas Angélica é arquiteta.
07. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens se-
03. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) Se Ana é pia- guintes, acerca de proposições lógicas. A partir das premissas P1,
nista, então Beatriz é violinista. Se Ana é violinista, então Beatriz é P2 e P3, é correto inferir que o prefeito Pérsio não sabia do esque-
pianista. Se Ana é pianista, Denise é violinista. Se Ana é violinista, ma.
então Denise é pianista. Se Beatriz é violinista, então Denise é
pianista. Sabendo-se que nenhuma delas toca mais de um instru- ( ) Certo ( ) Errado
mento, então Ana, Beatriz e Denise tocam, respectivamente:
(A) piano, piano, piano. 08. (CESPE - TRE-ES - Técnico) Entende-se por propo-
(B) violino, piano, piano. sição todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um
(C) violino, piano, violino. pensamento de sentido completo, isto é, que afirmam fatos ou
(D) violino, violino, piano. exprimam juízos a respeito de determinados entes. Na lógi-
(E) piano, piano, violino. ca bivalente, esse juízo, que é conhecido como valor lógico da
proposição, pode ser verdadeiro (V) ou falso (F), sendo objeto

Didatismo e Conhecimento 45
matemática e raciocínio lógico
de estudo desse ramo da lógica apenas as proposições que atendam A menina tem olhos azuis ou o menino é loiro.
ao princípio da não contradição, em que uma proposição não pode (~P) (∨ ) (Q)
ser simultaneamente verdadeira e falsa; e ao princípio do tercei-
ro excluído, em que os únicos valores lógicos possíveis para uma Se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
proposição são verdadeiro e falso. Com base nessas informações, (~P) (→) (Q)
julgue os itens a seguir. Segundo os princípios da não contradição
e do terceiro excluído, a uma proposição pode ser atribuído um e Sintetizando: Basta negar a primeira, manter a segunda e tro-
somente um valor lógico. car o “ou” pelo “se então”. “A menina tem olhos azuis (M) ou o
menino é loiro (L)”.
( ) Certo ( ) Errado
Está assim: M v L
(CESPE - TRT-ES – Técnico Judiciário) Proposição Fica assim: ~M → L

Texto para as questões 09 e 10. Se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.

Proposições são frases que podem ser julgadas como verda- 02. Parte inferior do formulário
deiras (V) ou falsas (F), mas não como V e F simultaneamente. As Resposta “C”.
proposições simples são aquelas que não contêm nenhuma outra
proposição como parte delas. As proposições compostas são cons- Anamara médica → Angélica médica. (verdadeira →
truídas a partir de outras proposições, usando-se símbolos lógi- verdadeira)
cos, parênteses e colchetes para que se evitem ambiguidades. As Anamara arquiteta → Angélica médica ∨ Andrea médica.
proposições são usualmente simbolizadas por letras maiúsculas do (falsa → verdadeira ∨ verdadeira)
alfabeto: A, B, C, etc. Uma proposição composta da forma A ∨ B, Andrea arquiteta → Angélica arquiteta. (falsa → falsa)
chamada disjunção, deve ser lida como “A ou B” e tem o valor ló- Andrea médica → Anamara médica. (verdadeira → verdadeira)
gico F, se A e B são F, e V, nos demais casos. Uma proposição com-
posta da forma A ∧ B, chamada conjunção, deve ser lida como “A Como na questão não existe uma proposição simples, temos
e B” e tem valor lógico V, se A e B são V, e F, nos demais casos. que escolher entre as existentes, uma proposição composta e supor
Além disso, A, que simboliza a negação da proposição A, é V, se A se é verdadeira ou falsa. Nesta questão analise as proposições à
for F, e F, se A for V. Considere que cada uma das proposições medida que aparecem na questão, daí a primeira proposição sobre
seguintes tenha valor lógico V. a pessoa assume o valor de verdade, as seguintes serão, em regra,
falsas. Embora nada impeça que uma pessoa tenha mais de uma
I- Tânia estava no escritório ou Jorge foi ao centro da cidade. profissão, o que não deve ser levado em consideração. Importante
II- Manuel declarou o imposto de renda na data correta e Carla lembrar que todas as proposições devem ter valor lógico verdadei-
não pagou o condomínio. ro. Para encontrar a resposta temos que testar algumas hipóteses
III- Jorge não foi ao centro da cidade. até encontrar a que preencha todos os requisitos da regra.

09. A partir dessas proposições, é correto afirmar que a - Se Anamara é médica, então Angélica é médica. (verdadeiro)
proposição “Manuel declarou o imposto de renda na data correta 1. V V
e Jorge foi ao centro da cidade” tem valor lógico V. 2. F F
3. F V
( ) Certo ( ) Errado
- Se Anamara é arquiteta, então Angélica ou Andrea são mé-
10. A partir dessas proposições, é correto afirmar que a propo- dicas. (verdadeiro)
sição. “Carla pagou o condomínio” tem valor lógico F. 1. F V V - Para ser falso Todos devem ser falsos.
2. V F V - A segunda sentença deu falso e a VF apareceu,
( ) Certo ( ) Errado então descarta essa hipótese.
3. V V F - Aqui também ocorreu o mesmo problema da 2º
Respostas hipótese, também devemos descartá-la.

01. Resposta “C”. - Se Andrea é arquiteta, então Angélica é arquiteta. (verda-


deiro)
Proposição Equivalente 1. F F
2.
P→Q ~Q → ~P 3.
P→Q ~P ∨ Q
P→Q P é suficiente para Q - Se Andrea é médica, então Anamara é médica. (verdadeiro)
1. V V
P→Q Q é necessário para P 2.
3.

Didatismo e Conhecimento 46
matemática e raciocínio lógico
03. Resposta “B”. Disjunção exclusiva (Ou... ou)
Representado pelo v, ou ainda ou.
Ana pianista → Beatriz violinista. (F → F) Pode aparecer assim também: p v q, mas não ambos.
Ana violinista → Beatriz pianista. (V → V)
Ana pianista → Denise violinista. (F → F) Regra: Só será verdadeira se houver uma das sentenças
Ana violinista → Denise pianista. (V → V) verdadeira e outra falsa.
Beatriz violinista → Denise pianista. (F → V)
Hipótese 1:
Proposições Simples quando aparecem na questão, suponha-
mos que sejam verdadeiras (V). Como na questão não há propo- P1: F → V = V (Não poderá aparecer VF).
sições simples, escolhemos outra proposição composta e supomos
P2: V F = V (Apenas um tem que ser verdadeiro).
que seja verdadeira ou falsa.
P3: F → F = V
1º Passo: qual regra eu tenho que saber? Condicional (Se...
então). Conclusões:
2º Passo: Fazer o teste com as hipóteses possíveis até encon- Vereador participou do esquema.
trar a resposta. Prefeito não sabia.
Chefe do gabinete foi o mentor.
Hipótese 1
Então:
- Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. (verdade) O chefe de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador
V V - Como já sabemos, se a (verdade) aparecer primeiro, a Vitor participou do esquema.
(falso) não poderá. V V = verdade, pois sabemos que para ser falso, todos devem
ser falsos.
- Se Ana é violinista, então Beatriz é pianista. (verdade)
F F - Já sabemos que Ana é pianista e Bia é violinista, então Hipótese 2:
falso nelas. P1: F → F = V
P2: F V = V
- Se Ana é pianista, Denise é violinista. (verdade) P3: F →V = V
VV
Conclusões:
- Se Ana é violinista, então Denise é pianista. (verdade) Vereador participou do esquema.
FF Prefeito sabia.
Chefe de gabinete não era o mentor.
- Se Beatriz é violinista, então Denise é pianista. (verdade)
V F - Apareceu a temida V F, logo a nossa proposição será Então:
falsa. Então descarte essa hipótese. O chefe de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador
Vitor participou do esquema.
Hipótese 2
F V = verdade.
- Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. (verdade)
FV 05. Resposta “Errado”.
Não se trata de uma Disjunção, trata-se de uma Disjunção
- Se Ana é violinista, então Beatriz é pianista. (verdade) Exclusiva, cujo símbolo é . Também chamado de “Ou Exclusivo”.
V F - A VF apareceu, então já podemos descartá-la, pois a É o famoso “um ou outro mas não ambos”. Só vai assumir valor
nossa proposição será falsa. verdade, quando somente uma das proposições forem verdadeiras,
pois quando as duas forem verdadeiras a proposição será falsa. Da
04. Resposta “Certo”. mesma forma se as duas forem falsas, a proposição toda será falsa.

É só aplicar a tabela verdade do “ou” (v). Tabela verdade do “Ou Exclusivo”.


V v F será verdadeiro, sendo falso apenas quando as duas fo-
rem falsas. p q p q
A tabela verdade do “ou”. Vejam: V V F
p q p∨q V F V
V V F F V V
V F V F F F
F V V Com a frase em P2 “mas não ambos” deixa claro que as duas
F F F premissas não podem ser verdadeiras, logo não é uma Disjunção,
mas sim uma Disjunção Exclusiva, onde apenas uma das premis-
No 2º caso, os dois não podem ser verdade ao mesmo tempo. sas pode ser verdadeira para que P2 seja verdadeira.

Didatismo e Conhecimento 47
matemática e raciocínio lógico
06. Resposta “Certo”. P1: P → ~Q Verdade
Duas premissas são logicamente equivalentes quando elas F→FV
possuem a mesma tabela verdade:
Por que P é falso? Na condicional só vai ser falso se a pri-
P R P R P→R R→P P∨R meira for verdadeira e a segunda for falsa. Como “sabemos” que
a premissa toda é verdadeira e que ~Q é falso, P só pode assumir
V V F F V V V valor F.
V F F V F F F
F V V F V V V P2: R (ou exclusivo) Q Verdade
F (ou exclusivo) V V
F F V V V V V
Lembrando que na disjunção exclusiva, só vai ser verdade
Possuem a mesma tabela verdade, logo são equivalentes.
quando uma das proposições forem verdadeiras. Como sei que Q é
verdadeiro, R só pode ser falso.
Representando simbolicamente as equivalências, temos o se-
guinte:
P3: P → ~R Verdade
(P → R) = (P ∨ R) = (R → P)
F→VV
As proposições dadas na questão:
P = O vereador Vitor não participou do esquema. Se deduz que R é falso, logo ~R é verdadeiro. Consideramos
R = O chefe de gabinete do Prefeito foi o mentor do esquema. inicialmente o argumento sendo não válido (premissas verdadeiras
e conclusão falsa). Significa dizer que a questão está errada. Não
Premissa dada na questão: P3 = Se o vereador Vitor não par- é correto inferir que o Prefeito Pérsio não sabia do esquema. Foi
ticipou do esquema, então o chefe do gabinete não foi o mentor comprovado que ele sabia do esquema.
do esquema. Em linguagem simbólica, a premissa P3 fica assim:
(P → R). 08. Resposta “Certo”.
A questão quer saber se (P → R) é logicamente equivalente a
proposição: “O vereador Vitor participou do esquema ou o chefe Princípio da Não Contradição = Uma preposição será V ou
de gabinete não foi o mentor do esquema”, que pode ser represen- F não podendo assumir os 2 valores simultaneamente. Represen-
tada da seguinte forma: (P ∨ R). Vemos que P3 tem a seguinte tação: (P ∧ P). Exemplo: Não (“a terra é redonda” e “a terra não
equivalente lógica: (P → R) = (P ∨ R). Negamos a primeira sen- é redonda”).
tença, mudamos o conectivo “→” para “∨”, e depois mantemos Princípio do Terceiro Excluído = Uma preposição será V ou
a segunda sentença do mesmo jeito. Assim sendo, a questão está F, não podendo assumir um 3o valor lógico. Representação: P ∨
correta. As duas sentenças são “logicamente equivalentes”. P. Exemplo: Ou este homem é José ou não é José.

07. Resposta “Errado”. Uma proposição só poderá ser julgada verdadeira ou falsa,
A questão quer saber se o argumento “o Prefeito Pérsio não nunca poderá ser as duas coisas ao mesmo tempo.
sabia do esquema” é um argumento válido. Quando o argumento
é válido? Quando as premissas forem verdadeiras e a conclusão 09. Resposta “Errado”.
obrigatoriamente verdadeira ou quando as premissas forem falsas Da proposição III “Jorge não foi ao centro da cidade” que é
e a conclusão falsa. Quando o argumento não é válido? Quando as verdadeira e a questão diz “Manuel declarou o imposto de renda
premissas forem verdadeiras e a conclusão for falsa. Pra resolver na data correta e Jorge foi ao centro da cidade” a segunda parte
essas questões de validade de argumento é melhor começar de for- é falsa como o conectivo é “e” as duas teriam que ser verdadei-
ma contrária ao comando da questão. Como a questão quer saber ras (o que não acontece). Vamos analisar cada proposição de cada
se o argumento é válido, vamos partir do princípio (hipótese) que premissa, tendo em mente que as premissas tem valor lógico (V),
é inválido. Fica assim: daí tiramos um importante dado, sabemos que a premissa III é (V),
portanto vamos atribuir o valor lógico (V) a proposição “e” e o
P1: P → ~Q verdade valor lógico (F) a proposição “B”, agora vamos separar:
P2: R (ou exclusivo) Q verdade
P3: P → ~R verdade A: Tânia estava no escritório (V)
Conclusão: O prefeito Pérsio não sabia do esquema. falso B: Jorge foi ao centro da cidade (F)

Se é falso que o Prefeito Pérsio não sabia, significa dizer que Diante das análises iniciais temos que a premissa A v B, tem
ele sabia do esquema. Então, pode-se deduzir que as proposições valor lógico (V), mas que a proposição “B” tem valor lógico (F),
~Q e Q são, respectivamente, falsa e verdadeira. Na segunda pre- ou seja, A v (valor lógico F), para que essa premissa tenha o valor
missa: Se Q é verdadeira, R será obrigatoriamente falsa, pois na lógico (V), “A” tem que ter um valor lógico (V).
disjunção exclusiva só vai ser verdade quando apenas um dos ar-
gumentos for verdadeiro. E se R é falso, significa dizer que ~R é C: Manuel declarou o imposto de renda na data correta (V)
verdadeiro. Fazendo as substituições: D: Carla não pagou o condomínio (V)

Didatismo e Conhecimento 48
matemática e raciocínio lógico
O enunciado fala para considerar todas as premissas com va- 03.
lor lógico (V), logo, a premissa C ∧ D para ter valor lógico (V), Todos os brasileiros são humanos.
ambas proposições devem ter valor lógico (V). Todos os paulistas são brasileiros.
__________________________
E: Jorge não foi ao centro da cidade (V) ∴ Todos os paulistas são humanos.

Diante das explicações, C ∧ B = (V) ∧ (F) = (F). 04.


Se o Palmeiras ganhar o jogo, todos os jogadores receberão
10. Resposta “Certo”. o bicho.
Considere que cada uma das proposições seguintes tenha va- Se o Palmeiras não ganhar o jogo, todos os jogadores recebe-
lor lógico V. Logo o que contraria essa verdade é falso. rão o bicho.
I- V + F = V __________________________
II- V + V = V ∴Todos os jogadores receberão o bicho.
III- V
Observação: No caso geral representamos os argumentos es-
Portanto se no item II diz que Carla não pagou o condomínio crevendo as premissas e separando por uma barra horizontal segui-
é verdadeiro, então o fato dela ter pago o condomínio é falso, pois da da conclusão com três pontos antes. Veja exemplo:
está contradizendo o dito no item II. Os valores lógicos da segunda
proposição não são deduzíveis, mas sim informados no enunciado. Premissa: Todos os sais de sódio são substâncias solúveis
em água.
II- Manuel declarou o imposto de renda na data correta e Car- Todos os sabões são sais de sódio.
la não pagou o condomínio V e V. Portanto, se Carla não pagou ____________________________________
o condomínio é Verdadeiro. Carla pagou o condomínio é Falso. Conclusão: ∴ Todos os sabões são substâncias solúveis
Enunciado correto. em água.

Os argumentos, em lógica, possuem dois componentes bási-


Argumentos cos: suas premissas e sua conclusão. Por exemplo, em: “Todos os
times brasileiros são bons e estão entre os melhores times do mun-
Um argumento é “uma série concatenada de afirmações com do. O Brasiliense é um time brasileiro. Logo, o Brasiliense está
o fim de estabelecer uma proposição definida”. É um conjunto de entre os melhores times do mundo”, temos um argumento com
proposições com uma estrutura lógica de maneira tal que algumas duas premissas e a conclusão.
delas acarretam ou tem como consequência outra proposição. Isto Evidentemente, pode-se construir um argumento válido a par-
é, o conjunto de proposições p1,...,pn que tem como consequência tir de premissas verdadeiras, chegando a uma conclusão também
outra proposição q. Chamaremos as proposições p1,p2,p3,...,pn de verdadeira. Mas também é possível construir argumentos válidos a
premissas do argumento, e a proposição q de conclusão do argu- partir de premissas falsas, chegando a conclusões falsas. O detalhe
mento. Podemos representar por: é que podemos partir de premissas falsas, proceder por meio de
uma inferência válida e chegar a uma conclusão verdadeira. Por
p1 exemplo:
p2 Premissa: Todos os peixes vivem no oceano.
p3 Premissa: Lontras são peixes.
. Conclusão: Logo, focas vivem no oceano.
.
. Há, no entanto, uma coisa que não pode ser feita: a partir de
pn premissas verdadeiras, inferirem de modo correto e chegar a uma
∴q conclusão falsa. Podemos resumir esses resultados numa tabela de
regras de implicação. O símbolo A denota implicação; A é a pre-
Exemplos: missa, B é a conclusão.

01. Regras de Implicação


Se eu passar no concurso, então irei trabalhar.
Passei no concurso Premissas Conclusão Inferência
________________________ A B AàB
∴ Irei trabalhar Falsas Falsa Verdadeira
02. Falsas Verdadeira Verdadeira
Se ele me ama então casa comigo. Verdadeiras Falsa Falsa
Ele me ama. Verdadeiras Verdadeira Verdadeira
__________________________
∴ Ele casa comigo.

Didatismo e Conhecimento 49
matemática e raciocínio lógico
- Se as premissas são falsas e a inferência é válida, a conclusão A proposição do item 4 foi inferida dos itens 2 e 3. O item 1,
pode ser verdadeira ou falsa (linhas 1 e 2). então, é usado em conjunto com proposição 4 para inferir uma
- Se as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, a infe- nova proposição (item 5). O resultado dessa inferência é reafirma-
rência é inválida (linha 3). do (numa forma levemente simplificada) como sendo a conclusão.
- Se as premissas e a inferência são válidas, a conclusão é
verdadeira (linha 4). Validade de um Argumento

Desse modo, o fato de um argumento ser válido não significa Conforme citamos anteriormente, uma proposição é verdadei-
necessariamente que sua conclusão seja verdadeira, pois pode ter ra ou falsa. No caso de um argumento diremos que ele é válido ou
partido de premissas falsas. Um argumento válido que foi derivado não válido. A validade de uma propriedade dos argumentos dedu-
de premissas verdadeiras é chamado de argumento consistente. Es- tivos que depende da forma (estrutura) lógica das suas proposições
ses, obrigatoriamente, chegam a conclusões verdadeiras. (premissas e conclusões) e não do conteúdo delas. Sendo assim
podemos ter as seguintes combinações para os argumentos válidos
Premissas: Argumentos dedutíveis sempre requerem certo dedutivos:
número de “assunções-base”. São as chamadas premissas. É a par-
a) Premissas verdadeiras e conclusão verdadeira. Exemplo:
tir delas que os argumentos são construídos ou, dizendo de outro
modo, é as razões para se aceitar o argumento. Entretanto, algo que
Todos os apartamentos são pequenos. (V)
é uma premissa no contexto de um argumento em particular pode Todos os apartamentos são residências. (V)
ser a conclusão de outro, por exemplo. As premissas do argumento __________________________________
sempre devem ser explicitadas. A omissão das premissas é comu- ∴ Algumas residências são pequenas. (V)
mente encarada como algo suspeito, e provavelmente reduzirá as
chances de aceitação do argumento. b) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão ver-
A apresentação das premissas de um argumento geralmente dadeira. Exemplo:
é precedida pelas palavras “admitindo que...”, “já que...”, “ob-
viamente se...” e “porque...”. É imprescindível que seu oponente Todos os peixes têm asas. (F)
concorde com suas premissas antes de proceder à argumentação. Todos os pássaros são peixes. (F)
Usar a palavra “obviamente” pode gerar desconfiança. Ela ocasio- __________________________________
nalmente faz algumas pessoas aceitarem afirmações falsas em vez ∴ Todos os pássaros têm asas. (V)
de admitir que não entenda por que algo é “óbvio”. Não se deve
hesitar em questionar afirmações supostamente “óbvias”. c) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão fal-
sa. Exemplo:
Inferência: Uma vez que haja concordância sobre as pre-
missas, o argumento procede passo a passo por meio do proces- Todos os peixes têm asas. (F)
so chamado “inferência”. Na inferência, parte-se de uma ou mais Todos os cães são peixes. (F)
proposições aceitas (premissas) para chegar a outras novas. Se a __________________________________
inferência for válida, a nova proposição também deverá ser aceita. ∴ Todos os cães têm asas. (F)
Posteriormente, essa proposição poderá ser empregada em novas
inferências. Assim, inicialmente, apenas se pode inferir algo a par- Todos os argumentos acima são válidos, pois se suas premis-
tir das premissas do argumento; ao longo da argumentação, entre- sas fossem verdadeiras então as conclusões também as seriam.
tanto, o número de afirmações que podem ser utilizadas aumenta. Podemos dizer que um argumento é válido quando todas as suas
Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns invá- premissas são verdadeiras, acarreta que sua conclusão também é
verdadeira. Portanto, um argumento será não válido se existir a
lidos. O processo de inferência é comumente identificado pelas
possibilidade de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão
frases “Consequentemente...” ou “isso implica que...”.
falsa. Observe que a validade do argumento depende apenas da
estrutura dos enunciados. Exemplo:
Conclusão: Finalmente se chegará a uma proposição que con-
siste na conclusão, ou seja, no que se está tentando provar. Ela é o Todas as mulheres são bonitas.
resultado final do processo de inferência e só pode ser classificada Todas as princesas são mulheres.
como conclusão no contexto de um argumento em particular. A __________________________
conclusão respalda-se nas premissas e é inferida a partir delas. ∴ Todas as princesas são bonitas.

A seguir está exemplificado um argumento válido, mas que Observe que não precisamos de nenhum conhecimento apro-
pode ou não ser “consistente”. fundado sobre o assunto para concluir que o argumento é válido.
1. Premissa: Todo evento tem uma causa. Vamos substituir mulheres bonitas e princesas por A, B e C respec-
2. Premissa: O universo teve um começo. tivamente e teremos:
3. Premissa: Começar envolve um evento.
4. Inferência: Isso implica que o começo do universo envol- Todos os A são B.
veu um evento. Todos os C são A.
5. Inferência: Logo, o começo do universo teve uma causa. ________________
6. Conclusão: O universo teve uma causa. ∴ Todos os C são B.

Didatismo e Conhecimento 50
matemática e raciocínio lógico
Logo, o que é importante é a forma do argumento e não o co-
Se p, então q, p® q
nhecimento de A, B e C, isto é, este argumento é válido para quais-
ou
p. p
∴ q. ∴q

quer A, B e C, portanto, a validade é consequência da forma do


argumento. O atributo validade aplica-se apenas aos argumentos
dedutivos.
Outro argumento dedutivo válido é a “negação do consequen-
Argumentos Dedutivos e Indutivos te” (também conhecido como modus tollens). Obs.: ( p → q) é
equivalente a (¬q → ¬p ) . Esta equivalência é chamada de contra
O argumento será dedutivo quando suas premissas fornece- positiva. Exemplo:
rem prova conclusiva da veracidade da conclusão, isto é, o argu-
mento é dedutivo quando a conclusão é completamente derivada “Se ele me ama, então casa comigo” é equivalente a “Se ele
das premissas. Exemplo: não casa comigo, então ele não me ama”;

Então vejamos o exemplo do modus tollens. Exemplo:


Todo ser humano tem mãe.
Todos os homens são humanos.
Se aumentarmos os meios de pagamentos, então haverá in-
__________________________
flação.
∴ Todos os homens têm mãe.
Não há inflação.
______________________________
O argumento será indutivo quando suas premissas não for- ∴ Não aumentamos os meios de pagamentos.
necerem o apoio completo para retificar as conclusões. Exemplo:
Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser
O Flamengo é um bom time de futebol. escrita da seguinte maneira:
O Palmeiras é um bom time de futebol.
O Vasco é um bom time de futebol.
Se p, então q, p® q
O Cruzeiro é um bom time de futebol.
______________________________ Não q.
ou
¬q
∴ ¬p

∴ Todos os times brasileiros de futebol são bons.


\ Não p.
Portanto, nos argumentos indutivos a conclusão possui infor-
mações que ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo assim,
não se aplica, então, a definição de argumentos válidos ou não vá- Existe também um tipo de argumento válido conhecido pelo
lidos para argumentos indutivos. nome de dilena. Geralmente este argumento ocorre quando alguém
é forçado a escolher entre duas alternativas indesejáveis. Exemplo:
Argumentos Dedutivos Válidos
João se inscreve no concurso de MS, porém não gostaria de
Vimos então que a noção de argumentos válidos ou não vá- sair de São Paulo, e seus colegas de trabalho estão torcendo por
lidos aplica-se apenas aos argumentos dedutivos, e também que ele.Eis o dilema de João:
a validade depende apenas da forma do argumento e não dos res-
pectivos valores verdades das premissas. Vimos também que não Ou João passa ou não passa no concurso.
podemos ter um argumento válido com premissas verdadeiras e Se João passar no concurso vai ter que ir embora de São Paulo.
conclusão falsa. A seguir exemplificaremos alguns argumentos de- Se João não passar no concurso ficará com vergonha diante
dos colegas de trabalho.
dutivos válidos importantes.
_________________________
∴ Ou João vai embora de São Paulo ou João ficará com ver-
Afirmação do Antecedente: O primeiro argumento dedutivo
gonha dos colegas de trabalho.
válido que discutiremos chama-se “afirmação do antecedente”,
também conhecido como modus ponens. Exemplo: Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser
escrita da seguinte maneira:
Se José for reprovado no concurso, então será demitido do
serviço.
José foi aprovado no concurso. p ou q. pÚ q
___________________________
∴ José será demitido do serviço. Se p então r
ou p® r
Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser
S
e p então s.
∴ r o
u s

escrita da seguinte forma:

Didatismo e Conhecimento 51
matemática e raciocínio lógico
Argumentos Dedutivos Não Válidos Os argumentos dedutivos não válidos podem combinar
verdade ou falsidade das premissas de qualquer maneira com a
Existe certa quantidade de artimanhas que devem ser evita- verdade ou falsidade da conclusão. Assim, podemos ter, por
das quando se está construindo um argumento dedutivo. Elas são exemplo, argumentos não válidos com premissas e conclusões
conhecidas como falácias. Na linguagem do dia a dia, nós deno- verdadeiras, porém, as premissas não sustentam a conclusão.
minamos muitas crenças equivocadas como falácias, mas, na lógi- Exemplo:
ca, o termo possui significado mais específico: falácia é uma falha Todos os mamíferos são mortais. (V)
técnica que torna o argumento inconsistente ou inválido (além da Todos os gatos são mortais. (V)
consistência do argumento, também se podem criticar as intenções ___________________________
por detrás da argumentação). ∴ Todos os gatos são mamíferos. (V)

Argumentos contentores de falácias são denominados fala- Este argumento tem a forma:
ciosos. Frequentemente, parecem válidos e convincentes, às ve-
zes, apenas uma análise pormenorizada é capaz de revelar a falha Todos os A são B.
lógica. Com as premissas verdadeiras e a conclusão falsa nunca Todos os C são B.
teremos um argumento válido, então este argumento é não válido, _____________________
chamaremos os argumentos não válidos de falácias. A seguir, exa- ∴ Todos os C são A.

minaremos algumas falácias conhecidas que ocorrem com muita


frequência. O primeiro caso de argumento dedutivo não válido que Podemos facilmente mostrar que esse argumento é não válido,
veremos é o que chamamos de “falácia da afirmação do conse- pois as premissas não sustentam a conclusão, e veremos então que
quente”. Exemplo: podemos ter as premissas verdadeiras e a conclusão falsa, nesta
forma, bastando substituir A por mamífero, B por mortais e C por
Se ele me ama então ele casa comigo. cobra.

Ele casa comigo.
Todos os mamíferos são mortais. (V)
_______________________
Todas as cobras são mortais. (V)
∴ Ele me ama.
__________________________
∴ Todas as cobras são mamíferas. (F)
Podemos escrever esse argumento como:
Podemos usar as tabelas-verdade, definidas nas estruturas
Se p, então q, p® q lógicas, para demonstrarmos se um argumento é válido ou falso.
q q Outra maneira de verificar se um dado argumento P1, P2, P3,
∴p
ou ∴p

...Pn é válido ou não, por meio das tabelas-verdade, é construir


a condicional associada: (P1 ∧ P2 ∧ P3 ...Pn) e reconhecer se
essa condicional é ou não uma tautologia. Se essa condicional
associada é tautologia, o argumento é válido. Não sendo tautologia,
o argumento dado é um sofisma (ou uma falácia).
Este argumento é uma falácia, podemos ter as premissas Tautologia: Quando uma proposição composta é sem-
verdadeiras e a conclusão falsa. pre verdadeira, então teremos uma tautologia. Ex: P (p,q) =
( p ∧ q) ↔ (p V q) . Numa tautologia, o valor lógico da pro-
Outra falácia que corre com frequência é a conhecida por posição composta P (p,q,s) = {(p ∧ q) V (p V s) V [p ∧ (q ∧ s)]}
“falácia da negação do antecedente”. Exemplo: → p será sempre verdadeiro.

Se João parar de fumar ele engordará. Há argumentos válidos com conclusões falsas, da mesma for-
João não parou de fumar. ma que há argumentos não válidos com conclusões verdadeiras.
________________________ Logo, a verdade ou falsidade de sua conclusão não determinam
∴ João não engordará. a validade ou não validade de um argumento. O reconhecimento
de argumentos é mais difícil que o das premissas ou da conclusão.
Observe que temos a forma: Muitas pessoas abarrotam textos de asserções sem sequer produ-
zirem algo que possa ser chamado de argumento. Às vezes, os ar-
gumentos não seguem os padrões descritos acima. Por exemplo,
Se p, então q, p® q alguém pode dizer quais são suas conclusões e depois justificá-las.
¬p
Isso é válido, mas pode ser um pouco confuso.
Não p.
ou ∴ ¬q

Para complicar, algumas afirmações parecem argumentos,


∴ Não q.

mas não são. Por exemplo: “Se a Bíblia é verdadeira, Jesus foi
ou um louco, ou um mentiroso, ou o Filho de Deus”. Isso não
é um argumento, é uma afirmação condicional. Não explicita as
Este argumento é uma falácia, pois podemos ter as premissas premissas necessárias para embasar as conclusões, sem mencionar
verdadeiras e a conclusão falsa. que possui outras falhas.

Didatismo e Conhecimento 52
matemática e raciocínio lógico
Um argumento não equivale a uma explicação. Suponha “Sim, ele é o culpado”. Disse, por fim, o de camisa preta:
que, tentando provar que Albert Einstein cria em Deus, alguém “Eu roubei o colar da rainha; o culpado sou eu”. O velho e sábio
dissesse: “Einstein afirmou que ‘Deus não joga dados’ porque professor de Lógica, então, sorriu e concluiu corretamente que:
acreditava em Deus”. Isso pode parecer um argumento relevante, a) O culpado é o de camisa azul e o de camisa preta sempre
mas não é. Trata-se de uma explicação da afirmação de Einstein. mente.
Para perceber isso, deve-se lembrar que uma afirmação da forma b) O culpado é o de camisa branca e o de camisa preta sempre
“X porque Y” pode ser reescrita na forma “Y logo X”. O que mente.
resultaria em: “Einstein acreditava em Deus, por isso afirmou que c) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre
‘Deus não joga dados’”. Agora fica claro que a afirmação, que mente.
parecia um argumento, está admitindo a conclusão que deveria d) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre
estar provando. Ademais, Einstein não cria num Deus pessoal diz a verdade.
preocupado com assuntos humanos. e) O culpado é o de camisa azul e o de camisa azul sempre
diz a verdade.
Questões
05. O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do
01. Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão. Se Iara castelo, e é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim. Por
fala italiano, então ou Ching fala chinês ou Débora fala dinamar- outro lado, o conde encontrar a princesa é condição necessária e
quês. Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol. Mas Elton suficiente para o barão sorrir e é condição necessária para a duque-
fala espanhol se e somente se não for verdade que Francisco não sa ir ao jardim. O barão não sorriu. Logo:
fala francês. Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chi- a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa.
nês. Logo, b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a
a) Iara não fala italiano e Débora não fala dinamarquês. princesa.
b) Ching não fala chinês e Débora fala dinamarquês. c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa.
c) Francisco não fala francês e Elton fala espanhol. d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim.
d) Ana não fala alemão ou Iara fala italiano. e) O duque saiu do castelo e o rei não foi à caça.
e) Ana fala alemão e Débora fala dinamarquês.
06. (FUNIVERSA - 2012 - PC-DF - Perito Criminal) Parte
02. Sabe-se que todo o número inteiro n maior do que 1 admi- superior do formulário
te pelo menos um divisor (ou fator) primo.Se n é primo, então tem Cinco amigos encontraram-se em um bar e, depois de algumas
somente dois divisores, a saber, 1 e n. Se n é uma potência de um horas de muita conversa, dividiram igualmente a conta, a qual fora
primo p, ou seja, é da forma ps, então 1, p, p2, ..., ps são os diviso- de, exatos, R$ 200,00, já com a gorjeta incluída. Como se encon-
res positivos de n. Segue-se daí que a soma dos números inteiros travam ligeiramente alterados pelo álcool ingerido, ocorreu uma
positivos menores do que 100, que têm exatamente três divisores dificuldade no fechamento da conta. Depois que todos julgaram
positivos, é igual a: ter contribuído com sua parte na despesa, o total colocado sobre
a) 25 a mesa era de R$ 160,00, apenas, formados por uma nota de R$
b) 87 100,00, uma de R$ 20,00 e quatro de R$ 10,00. Seguiram-se, en-
c) 112 tão, as seguintes declarações, todas verdadeiras:
d) 121
e) 169 Antônio: — Basílio pagou. Eu vi quando ele pagou.
Danton: — Carlos também pagou, mas do Basílio não sei di-
03. Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica. Por outro zer.
lado, se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. Daí segue-se Eduardo: — Só sei que alguém pagou com quatro notas de
que, se Artur gosta de Lógica, então: R$ 10,00.
a) Se Geografia é difícil, então Lógica é difícil. Basílio: — Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio quem
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil. colocou, eu vi quando ele pegou seus R$ 60,00 de troco.
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil. Carlos: — Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil. de R$ 50,00 que o Eduardo colocou na mesa.
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil.
Imediatamente após essas falas, o garçom, que ouvira atenta-
04. Três suspeitos de haver roubado o colar da rainha foram mente o que fora dito e conhecia todos do grupo, dirigiu-se exa-
levados à presença de um velho e sábio professor de Lógica. Um tamente àquele que ainda não havia contribuído para a despesa e
dos suspeitos estava de camisa azul, outro de camisa branca e o disse: — O senhor pretende usar seu cartão e ficar com o troco
outro de camisa preta. Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é em espécie? Com base nas informações do texto, o garçom fez a
culpado e que o culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente. pergunta a
Sabe-se, também, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que (A) Antônio.
são inocentes), um sempre diz a verdade e o outro sempre mente. (B) Basílio.
O velho e sábio professor perguntou, a cada um dos suspeitos, qual (C) Carlos.
entre eles era o culpado. Disse o de camisa azul: “Eu sou o culpa- (D) Danton.
do”. Disse o de camisa branca, apontando para o de camisa azul: (E) Eduardo.

Didatismo e Conhecimento 53
matemática e raciocínio lógico
07. (ESAF - 2012 - Auditor Fiscal da Receita Federal) Parte Respostas
superior do formulário
Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar 01.
em Passárgada ou não compro uma bicicleta. Ora, não vou morar (P1) Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão.
em Passárgada. Assim, (P2) Se Iara fala italiano, então ou Ching fala chinês ou Débo-
(A) não viajo e caso. ra fala dinamarquês.
(B) viajo e caso. (P3) Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol.
(C) não vou morar em Passárgada e não viajo. (P4) Mas Elton fala espanhol se e somente se não for verdade
(D) compro uma bicicleta e não viajo. que Francisco não fala francês.
(E) compro uma bicicleta e viajo. (P5) Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chinês.

08. (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário) Parte superior do Ao todo são cinco premissas, formadas pelos mais diversos
conectivos (Se então, Ou, Se e somente se, E). Mas o que importa
formulário
para resolver este tipo de argumento lógico é que ele só será válido
A declaração abaixo foi feita pelo gerente de recursos huma-
quando todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também
nos da empresa X durante uma feira de recrutamento em uma fa-
for verdadeira. Uma boa dica é sempre começar pela premissa for-
culdade: “Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saú- mada com o conectivo e.
de e ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Mais tarde, consultando
seus arquivos, o diretor percebeu que havia se enganado em sua Na premissa 5 tem-se: Francisco não fala francês e Ching não
declaração. Dessa forma, conclui-se que, necessariamente, fala chinês. Logo para esta proposição composta pelo conectivo
(A) dentre todos os funcionários da empresa X, há um grupo e ser verdadeira as premissas simples que a compõe deverão ser
que não possui plano de saúde. verdadeiras, ou seja, sabemos que:
(B) o funcionário com o maior salário da empresa X ganha, no
máximo, R$ 3.000,00 por mês. Francisco não fala francês
(C) um funcionário da empresa X não tem plano de saúde ou Ching não fala chinês
ganha até R$ 3.000,00 por mês.
(D) nenhum funcionário da empresa X tem plano de saúde ou Na premissa 4 temos: Elton fala espanhol se e somente se não
todos ganham até R$ 3.000,00 por mês. for verdade que Francisco não fala francês. Temos uma proposição
(E) alguns funcionários da empresa X não têm plano de saúde composta formada pelo se e somente se, neste caso, esta premissa
e ganham, no máximo, R$ 3.000,00 por mês. será verdadeira se as proposições que a formarem forem de mesmo
valor lógico, ou ambas verdadeiras ou ambas falsas, ou seja, como
09. (CESGRANRIO - 2012 - Chesf - Analista de Sistemas) se deseja que não seja verdade que Francisco não fala francês e ele
Parte superior do formulário fala, isto já é falso e o antecedente do se e somente se também terá
Se hoje for uma segunda ou uma quarta-feira, Pedro terá aula que ser falso, ou seja: Elton não fala espanhol.
de futebol ou natação. Quando Pedro tem aula de futebol ou na-
tação, Jane o leva até a escolinha esportiva. Ao levar Pedro até Da premissa 3 tem-se: Se Débora fala dinamarquês, Elton fala
a escolinha, Jane deixa de fazer o almoço e, se Jane não faz o espanhol. Uma premissa composta formada por outras duas sim-
almoço, Carlos não almoça em casa. Considerando-se a sequência ples conectadas pelo se então (veja que a vírgula subentende que
de implicações lógicas acima apresentadas textualmente, se Carlos existe o então), pois é, a regra do se então é que ele só vai ser falso
almoçou em casa hoje, então hoje se o seu antecedente for verdadeiro e o seu consequente for falso,
da premissa 4 sabemos que Elton não fala espanhol, logo, para que
(A) é terça, ou quinta ou sexta-feira, ou Jane não fez o almoço.
a premissa seja verdadeira só poderemos aceitar um valor lógico
(B) Pedro não teve aula de natação e não é segunda-feira.
possível para o antecedente, ou seja, ele deverá ser falso, pois F Î
(C) Carlos levou Pedro até a escolinha para Jane fazer o al-
F = V, logo: Débora não fala dinamarquês.
moço.
(D) não é segunda, nem quarta, mas Pedro teve aula de apenas Da premissa 2 temos: Se Iara fala italiano, então ou Ching fala
uma das modalidades esportivas. chinês ou Débora fala dinamarquês. Vamos analisar o consequente
(E) não é segunda, Pedro não teve aulas, e Jane não fez o do se então, observe: ou Ching fala chinês ou Débora fala dina-
almoço. marquês. (temos um ou exclusivo, cuja regra é, o ou exclusivo,
só vai ser falso se ambas forem verdadeiras, ou ambas falsas), no
10. (VUNESP - 2011 - TJM-SP) Parte superior do formulário caso como Ching não fala chinês e Débora não fala dinamarquês,
Se afino as cordas, então o instrumento soa bem. Se o instru- temos: F ou exclusivo F = F. Se o consequente deu falso, então
mento soa bem, então toco muito bem. Ou não toco muito bem ou o antecedente também deverá ser falso para que a premissa seja
sonho acordado. Afirmo ser verdadeira a frase: não sonho acorda- verdadeira, logo: Iara não fala italiano.
do. Dessa forma, conclui-se que
(A) sonho dormindo. Da premissa 1 tem-se: Se Iara não fala italiano, então Ana fala
(B) o instrumento afinado não soa bem. alemão. Ora ocorreu o antecedente, vamos reparar no consequen-
(C) as cordas não foram afinadas. te... Só será verdadeiro quando V Î V = V pois se o primeiro ocor-
(D) mesmo afinado o instrumento não soa bem. rer e o segundo não teremos o Falso na premissa que é indesejado,
(E) toco bem acordado e dormindo. desse modo: Ana fala alemão.

Didatismo e Conhecimento 54
matemática e raciocínio lógico
Observe que ao analisar todas as premissas, e tornarmos todas
verdadeiras obtivemos as seguintes afirmações:
Francisco não fala francês
Ching não fala chinês
Elton não fala espanhol (C) Todo cavalo tem asas. Indica que se é cavalo então tem
Débora não fala dinamarquês asas, ou seja, posso afirmar que o conjunto de cavalos é um sub-
Iara não fala italiano conjunto do conjunto de animais que tem asas.
Ana fala alemão.

A única conclusão verdadeira quando todas as premissas fo-


ram verdadeiras é a da alternativa (A), resposta do problema.

02. Resposta “B”. Observe que ao unir as premissas, a conclusão sempre se veri-
O número que não é primo é denominado número composto. fica. Toda vez que fizermos as premissas serem verdadeiras, a con-
O número 4 é um número composto. Todo número composto pode clusão também for verdadeira, estaremos diante de um argumento
ser escrito como uma combinação de números primos, veja: 70 é válido. Observe:
um número composto formado pela combinação: 2 x 5 x 7, onde 2,
5 e 7 são números primos. O problema informou que um número
primo tem com certeza 3 divisores quando puder ser escrito da
forma: 1 p p2, onde p é um número primo.

Observe os seguintes números:


1 2 22 (4) Desse modo, o conjunto de cavalos é subconjunto do conjun-
1 3 3² (9) to dos animais de 4 patas e este por sua vez é subconjunto dos
1 5 5² (25) animais que tem asas. Dessa forma, a conclusão se verifica, ou
1 7 7² (49) seja, todo cavalo tem asas. Agora na questão temos duas premissas
1 11 11² (121) e a conclusão é uma das alternativas, logo temos um argumento.
O que se pergunta é qual das conclusões possíveis sempre será
Veja que 4 têm apenas três divisores (1, 2 e ele mesmo) e o verdadeira dadas as premissas sendo verdadeiras, ou seja, qual a
mesmo ocorre com os demais números 9, 25, 49 e 121 (mas este conclusão que torna o argumento válido. Vejamos:
último já é maior que 100) portanto a soma dos números inteiros Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica (P1)
positivos menores do que 100, que têm exatamente três divisores Se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. (P2)
positivos é dada por: 4 + 9 + 25 + 49 = 87. Artur gosta de Lógica (P3)
03. Resposta “B”. Observe que deveremos fazer as três premissas serem verda-
O Argumento é uma sequência finita de proposições lógicas deiras, inicie sua análise pela premissa mais fácil, ou seja, aquela
iniciais (Premissas) e uma proposição final (conclusão). A valida- que já vai lhe informar algo que deseja, observe a premissa três,
de de um argumento independe se a premissa é verdadeira ou falsa, veja que para ela ser verdadeira, Artur gosta de Lógica. Com esta
observe a seguir: informação vamos até a premissa um, onde temos a presença do
“ou exclusivo” um ou especial que não aceita ao mesmo tempo
Todo cavalo tem 4 patas (P1) que as duas premissas sejam verdadeiras ou falsas. Observe a ta-
Todo animal de 4 patas tem asas (P2) bela verdade do “ou exclusivo” abaixo:
Logo: Todo cavalo tem asas (C)

Observe que se tem um argumento com duas premissas, P1 p q pVq


(verdadeira) e P2 (falsa) e uma conclusão C. Veja que este argu- V V F
mento é válido, pois se as premissas se verificarem a conclusão V F V
também se verifica: (P1) Todo cavalo tem 4 patas. Indica que se
é cavalo então tem 4 patas, ou seja, posso afirmar que o conjunto F V V
dos cavalos é um subconjunto do conjunto de animais de 4 patas. F F F

Sendo as proposições:
p: Lógica é fácil
q: Artur não gosta de Lógica
p v q = Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica (P1)
(P2) Todo animal de 4 patas tem asas. Indica que se tem 4 pa-
tas então o animal tem asas, ou seja, posso afirmar que o conjunto Observe que só nos interessa os resultados que possam tornar
dos animais de 4 patas é um subconjunto do conjunto de animais a premissa verdadeira, ou seja, as linhas 2 e 3 da tabela verdade.
que tem asas. Mas já sabemos que Artur gosta de Lógica, ou seja, a premissa q é

Didatismo e Conhecimento 55
matemática e raciocínio lógico
falsa, só nos restando a linha 2, quer dizer que para P1 ser verda- II) Segunda hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o de
deira, p também será verdadeira, ou seja, Lógica é fácil. Sabendo camisa preta, também não teríamos resposta, observem: Se ele fala
que Lógica é fácil, vamos para a P2, temos um se então. a verdade e declara que roubou ele é o culpado e não inocente.

Se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. Do se então III) Terceira hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o de
já sabemos que: camisa branca achamos a resposta, observem: Ele é inocente e afir-
Geografia não é difícil - é o antecedente do se então. ma que o de camisa branca é culpado, ele é o inocente que sempre
Lógica é difícil - é o consequente do se então. fala a verdade. O de camisa branca é o culpado que ora fala a ver-
dade e ora mente (no problema ele está dizendo a verdade). O de
Chamando: camisa preta é inocente e afirma que roubou, logo ele é o inocente
r: Geografia é difícil que está sempre mentindo.
~r: Geografia não é difícil (ou Geografia é fácil)
p: Lógica é fácil O resultado obtido pelo sábio aluno deverá ser: O culpado é o
(não p) ~p: Lógica é difícil de camisa azul e o de camisa preta sempre mente (Alternativa A).

~r → ~p (lê-se se não r então não p) sempre que se verificar 05. Resposta “C”.
o se então tem-se também que a negação do consequente gera a Uma questão de lógica argumentativa, que trata do uso do co-
negação do antecedente, ou seja: ~(~p) → ~(~r), ou seja, p → r ou nectivo “se então” também representado por “→”. Vamos a um
Se Lógica é fácil então Geografia é difícil. exemplo:
Se o duque sair do castelo então o rei foi à caça. Aqui estamos
De todo o encadeamento lógico (dada as premissas verdadei- tratando de uma proposição composta (Se o duque sair do castelo
ras) sabemos que: então o rei foi à caça) formada por duas proposições simples (du-
Artur gosta de Lógica que sair do castelo) (rei ir à caça), ligadas pela presença do conec-
Lógica é fácil tivo (→) “se então”. O conectivo “se então” liga duas proposições
simples da seguinte forma: Se p então q, ou seja:
Geografia é difícil
→ p será uma proposição simples que por estar antes do então
é também conhecida como antecedente.
Vamos agora analisar as alternativas, em qual delas a conclu-
→ q será uma proposição simples que por estar depois do en-
são é verdadeira:
tão é também conhecida como consequente.
a) Se Geografia é difícil, então Lógica é difícil. (V → F = F) a
→ Se p então q também pode ser lido como p implica em q.
regra do “se então” é só ser falso se o antecedente for verdadeiro e
→ p é conhecida como condição suficiente para que q ocorra,
o consequente for falso, nas demais possibilidades ele será sempre
ou seja, basta que p ocorra para q ocorrer.
verdadeiro.
→ q é conhecida como condição necessária para que p ocorra,
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil. (V ^ V = V) a regra do ou seja, se q não ocorrer então p também não irá ocorrer.
“e” é que só será verdadeiro se as proposições que o formarem
forem verdadeiras. Vamos às informações do problema:
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil. (V ^ F = F) 1) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil. (F ^ V = F) castelo. Chamando A (proposição rei ir à caça) e B (proposição
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil. (F v F = F) a regra duque sair do castelo) podemos escrever que se B então A ou B →
do “ou” é que só é falso quando as proposições que o formarem A. Lembre-se de que ser condição necessária é ser consequente no
forem falsas. “se então”.
2) O rei ir à caça é condição suficiente para a duquesa ir ao
04. Alternativa “A”. jardim. Chamando A (proposição rei ir à caça) e C (proposição
Com os dados fazemos a tabela: duquesa ir ao jardim) podemos escrever que se A então C ou A →
C. Lembre-se de que ser condição suficiente é ser antecedente no
Camisa azul Camisa Branca Camisa Preta “se então”.
3) O conde encontrar a princesa é condição necessária e sufi-
“sim, ele (de ca- “Eu roubei o colar da
“eu sou culpa- ciente para o barão sorrir. Chamando D (proposição conde encon-
misa azul) é o cul- rainha; o culpado sou
do” trar a princesa) e E (proposição barão sorrir) podemos escrever que
pado” eu”
D se e somente se E ou D ↔ E (conhecemos este conectivo como
um bicondicional, um conectivo onde tanto o antecedente quan-
Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é culpado e que o
to o consequente são condição necessária e suficiente ao mesmo
culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente. Sabe-se, tam- tempo), onde poderíamos também escrever E se e somente se D
bém, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que são inocentes), ou E → D.
um sempre diz a verdade e o outro sempre mente. 4) O conde encontrar a princesa é condição necessária para a
duquesa ir ao jardim. Chamando D (proposição conde encontrar a
I) Primeira hipótese: Se o inocente que fala verdade é o de ca- princesa) e C (proposição duquesa ir ao jardim) podemos escrever
misa azul, não teríamos resposta, pois o de azul fala que é culpado que se C então D ou C → D. Lembre-se de que ser condição neces-
e então estaria mentindo. sária é ser consequente no “se então”.

Didatismo e Conhecimento 56
matemática e raciocínio lógico
A única informação claramente dada é que o barão não sorriu, - caso (V)
ora chamamos de E (proposição barão sorriu). Logo barão não sor- - compro uma bicicleta (F)
riu = ~E (lê-se não E). - viajo (V)
Dado que ~E se verifica e D ↔ E, ao negar a condição ne- - não caso (F)
cessária nego a condição suficiente: esse modo ~E → ~D (então o
conde não encontrou a princesa). Conclusão: viajo, caso, não compro uma bicicleta.
Se ~D se verifica e C → D, ao negar a condição necessária
nego a condição suficiente: ~D → ~C (a duquesa não foi ao jar- Outra forma:
dim).
Se ~C se verifica e A → C, ao negar a condição necessária c = casar
nego a condição suficiente: ~C → ~A (então o rei não foi à caça). b = comprar bicicleta
Se ~A se verifica e B → A, ao negar a condição necessária v = viajar
nego a condição suficiente: ~A → ~B (então o duque não saiu do p = morar em Passárgada
castelo).
Temos as verdades:
Observe entre as alternativas, que a única que afirma uma c ou b
proposição logicamente correta é a alternativa C, pois realmente v ou ~c
deduziu-se que o rei não foi à caça e o conde não encontrou a p ou ~b
princesa.
Transformando em implicações:
06. Resposta “D”. ~c → b = ~b → c
Como todas as informações dadas são verdadeiras, então po- ~v → ~c = c → v
demos concluir que: ~p → ~b
1 - Basílio pagou;
2 - Carlos pagou; Assim:
~p → ~b
3 - Antônio pagou, justamente, com os R$ 100,00 e pegou
~b → c
os R$ 60,00 de troco que, segundo Carlos, estavam os R$ 50,00
c→v
pagos por Eduardo, então...
4 - Eduardo pagou com a nota de R$ 50,00.
Por transitividade:
~p → c
O único que escapa das afirmações é o Danton.
~p → v
Outra forma: 5 amigos: A,B,C,D, e E. Não morar em passárgada implica casar. Não morar em pas-
sárgada implica viajar.
Antônio: - Basílio pagou. Restam A, D, C e E.
Danton: - Carlos também pagou. Restam A, D, e E. 08. Resposta “C”.
Eduardo: - Só sei que alguém pagou com quatro notas de R$
10,00. Restam A, D, e E. A declaração dizia:
Basílio: - Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio. Restam “Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saúde e
D, e E. ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Porém, o diretor percebeu
Carlos: - Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota que havia se enganado, portanto, basta que um funcionário não te-
de R$ 50,00 que o Eduardo colocou. Resta somente D (Dalton) a nha plano de saúde ou ganhe até R$ 3.000,00 para invalidar, negar
pagar. a declaração, tornando-a desse modo FALSA. Logo, necessaria-
mente, um funcionário da empresa X não tem plano de saúde ou
07. Resposta “B”. ganha até R$ 3.000,00 por mês.

Parte inferior do formulário Proposição composta no conectivo “e” - “Todo funcionário de


1°: separar a informação que a questão forneceu: “não vou nossa empresa possui plano de saúde e ganha mais de R$ 3.000,00
morar em passárgada”. por mês”. Logo: basta que uma das proposições seja falsa para a
2°: lembrando-se que a regra do ou diz que: para ser verdadei- declaração ser falsa.
ro tem de haver pelo menos uma proposição verdadeira.
3°: destacando-se as informações seguintes: 1ª Proposição: Todo funcionário de nossa empresa possui pla-
- caso ou compro uma bicicleta. no de saúde.
- viajo ou não caso. 2ª Proposição: ganha mais de R$ 3.000,00 por mês.
- vou morar em passárgada ou não compro uma bicicleta.
Lembre-se que no enunciado não fala onde foi o erro da de-
Logo: claração do gerente, ou seja, pode ser na primeira proposição e
- vou morar em pasárgada (F) não na segunda ou na segunda e não na primeira ou nas duas que
- não compro uma bicicleta (V) o resultado será falso.

Didatismo e Conhecimento 57
matemática e raciocínio lógico
Na alternativa C a banca fez a negação da primeira propo- Ora, na primeira proposição composta da questão, temos que
sição e fez a da segunda e as ligaram no conectivo “ou”, pois no S V Q → PF V PN e pela mesma regra já citada, para esta ser ver-
conectivo “ou” tanto faz a primeira ser verdadeira ou a segunda dadeira S V Q tem que ser falsa. Bem, agora analisando individual-
ser verdadeira, desde que haja uma verdadeira para o resultado ser mente S V Q como falsa, esta só pode ser falsa se as duas premis-
verdadeiro. sas simples forem falsas. E da mesma maneira tratamos PF V PN.
Atenção: A alternativa “E” está igualzinha, só muda o conec-
tivo que é o “e”, que obrigaria que o erro da declaração fosse nas
Representação lógica de todas as proposições:
duas.

A questão pede a negação da afirmação: Todo funcionário S V Q → PF V PN


de nossa empresa possui plano de saúde “e” ganha mais de R$ (f) (f) (f) (f)
3.000,00 por mês. F F
Essa fica assim ~(p ^ q).
A negação dela ~pv~q PF V PN → Je
F F
~(p^q) ↔ ~pv~q (negação todas “e” vira “ou”)
Je → ~Ja
A 1ª proposição tem um Todo que é quantificador universal, F F
para negá-lo utilizamos um quantificador existencial. Pode ser:
um, existe um, pelo menos, existem... ~Ja → ~C
No caso da questão ficou assim: Um funcionário da empresa F F
não possui plano de saúde “ou” ganha até R$ 3.000,00 por mês. A
negação de ganha mais de 3.000,00 por mês, é ganha até 3.000,00.
Conclusão: Carlos almoçou em casa hoje, Jane fez o almoço e
09. Resposta “B”. não levou Pedro à escolinha esportiva, Pedro não teve aula de fu-
tebol nem de natação e também não é segunda nem quarta. Agora
Sendo: é só marcar a questão cuja alternativa se encaixa nesse esquema.
Segunda = S e Quarta = Q,
Pedro tem aula de Natação = PN e 10. Resposta “C”.
Pedro tem aula de Futebol = PF.
Dê nome:
V = conectivo ou e → = conectivo Se, ... então, temos: A = AFINO as cordas;
S V Q → PF V PN I = INSTRUMENTO soa bem;
T = TOCO bem;
Sendo Je = Jane leva Pedro para a escolinha e ~Je = a negação, S = SONHO acordado.
ou seja Jane não leva Pedro a escolinha. Ainda temos que ~Ja =
Jane deixa de fazer o almoço e C = Carlos almoça em Casa e ~C =
Carlos não almoça em casa, temos: Montando as proposições:
1° - A → I
PF V PN → Je 2° - I → T
Je → ~Ja 3° - ~T V S (ou exclusivo)
~Ja → ~C
Como S = FALSO; ~T = VERDADEIRO, pois um dos termos
Em questões de raciocínio lógico devemos admitir que todas deve ser verdadeiro (equivale ao nosso “ou isso ou aquilo, escolha
as proposições compostas são verdadeiras. Ora, o enunciado diz UM”).
que Carlos almoçou em casa, logo a proposição ~C é Falsa. ~T = V
T=F
~Ja → ~C I→T
(F)
Para a proposição composta ~Ja → ~C ser verdadeira, então
~Ja também é falsa.
Em muitos casos, é um macete que funciona nos exercícios
~Ja → ~C
“lotados de condicionais”, sendo assim o F passa para trás.
Na proposição acima desta temos que Je → ~Ja, contudo já sa- Assim: I = F
bemos que ~Ja é falsa. Pela mesma regra do conectivo Se, ... então, Novamente: A → I
temos que admitir que Je também é falsa para que a proposição (F)
composta seja verdadeira.
Na proposição acima temos que PF V PN → Je, tratando PF O FALSO passa para trás. Com isso, A = FALSO. ~A = Verda-
V PN como uma proposição individual e sabendo que Je é falsa, deiro = As cordas não foram afinadas.
para esta proposição composta ser verdadeira PF V PN tem que Outra forma: partimos da premissa afirmativa ou de conclu-
ser falsa. são; última frase:

Didatismo e Conhecimento 58
matemática e raciocínio lógico
Não sonho acordado será VERDADE - Declarativas ou afirmativas: são as sentenças em que se
Admita todas as frases como VERDADE afirma algo, que pode ou não ser verdadeiro. Exemplo: Júlio César
Ficando assim de baixo para cima é o melhor goleiro do Brasil.
- Interrogativas: são aquelas sentenças em que se questiona
Ou não toco muito bem (V) ou sonho acordado (F) = V algo. Esse tipo de sentença não admite valor verdadeiro ou falso.
Se o instrumento soa bem (F) então toco muito bem (F) = V Exemplo: Lula estava certo em demitir a ministra?
Se afino as cordas (F), então o instrumento soa bem (F) = V - Imperativas ou ordenativas: são as proposições em que se
ordena alguma coisa. Exemplo: Mude a geladeira de lugar.
A dica é trabalhar com as exceções: na condicional só dá falso
quando a primeira V e a segunda F. Na disjunção exclusiva (ou... Proposições Universais e Particulares
ou) as divergentes se atraem o que dá verdade. Extraindo as con-
clusões temos que: As proposições universais são aquelas em que o predicado
Não toco muito bem, não sonho acordado como verdade. refere-se à totalidade do conjunto. Exemplo:
Se afino as corda deu falso, então não afino as cordas.
Se o instrumento soa bem deu falso, então o instrumento não “Todos os homens são mentirosos” é universal e simboliza-
soa bem. mos por “Todo S é P”
Joga nas alternativas: Nesta definição incluímos o caso em que o sujeito é unitário.
(A) sonho dormindo (você não tem garantia de que sonha dor-
mindo, só temos como verdade que não sonho acordado, pode ser Exemplo: “O cão é mamífero”.
que você nem sonhe).
(B) o instrumento afinado não soa bem deu que: Não afino as As proposições particulares são aquelas em que o predicado
cordas. refere-se apenas a uma parte do conjunto. Exemplo: “Alguns ho-
(C) Verdadeira: as cordas não foram afinadas. mens são mentirosos” é particular e simbolizamos por “algum S
(D) mesmo afinado (Falso deu que não afino as cordas) o ins-
é P”.
trumento não soa bem.
(E) toco bem acordado e dormindo, absurdo. Deu não toco
Proposições Afirmativas e Negativas
muito bem e não sonho acordado.
No caso de negativa podemos ter:
Proposições ou Sentenças

Uma proposição é uma afirmação que pode ser verdadeira ou “Nenhum homem é mentiroso” é universal negativa e simbo-
falsa. Ela é o significado da afirmação, não um arranjo preciso das lizamos por “nenhum S é P”.
palavras para transmitir esse significado. Por exemplo, “Existe um
número primo par maior que dois” é uma proposição (no caso, “Alguns homens não são mentirosos” é particular negativa e
falsa). “Um número primo par maior que dois existe” é a mes- simbolizamos por “algum S não é P”.
ma proposição, expressa de modo diferente. É muito fácil mudar
acidentalmente o significado das palavras apenas reorganizando- No caso de afirmativa consideramos o item anterior.
as. A dicção da proposição deve ser considerada algo significante.
É possível utilizar a linguística formal para analisar e reformular Chamaremos as proposições dos tipos: “Todo S é P”, “algum
uma afirmação sem alterar o significado. S é P”, “algum S não é P” e “nenhum S é P”.

As sentenças ou proposições são os elementos que, na lingua- Então teremos a tabela:


gem escrita ou falada, expressam uma ideia, mesmo que absur-
da. Considerar-se-ão as que são bem definidas, isto é, aquelas que AFIRMATIVA NEGATIVA
podem ser classificadas em falsas ou verdadeiras, denominadas
UNIVERSAL Todo S é P (A) Nenhum S é P (E)
declarativas. As proposições geralmente são designadas por letras
latinas minúsculas: p, q, r, s... PARTICULAR Algum S é P (I) Algum S não é P (O)

Considere os exemplos a seguir: Diagrama de Euler


Para analisar, poderemos usar o diagrama de Euler.
p: Mônica é inteligente.
q: Se já nevou na região Sul, então o Brasil é um país europeu. - Todo S é P (universal afirmativa – A)
r: 7 > 3
s: 8 + 2 ≠ 10

Tipos de Proposições

Podemos classificar as sentenças ou proposições, conforme o


significado de seu texto, em:

Didatismo e Conhecimento 59
matemática e raciocínio lógico
- Nenhum S é P (universal negativa – E) Exemplo

“Se Cacilda é estudiosa então ela passará no AFRF”

Sejam as proposições:
p = “Cacilda é estudiosa”
q = “Ela passará no AFRF”

- Algum S é P (particular afirmativa – I) Daí, poderemos representar a sentença da seguinte forma:


Se p então q (ou  p ⇒q)

Sentenças Abertas

Existem sentenças que não podem ser classificadas nem como


falsas, nem como verdadeiras. São as sentenças chamadas senten-
ças abertas.
- Algum S não é P (particular negativa – O)
Exemplos

1. p ( x) : x + 4 = 9

A sentença matemática x + 4 = 9 é aberta, pois existem infi-


nitos números que satisfazem a equação. Obviamente, apenas um
deles, x = 5 , tornando a sentença verdadeira. Porém, existem
infinitos outros números que podem fazer com que a proposição se
Princípios torne falsa, como x = −5.

- Princípio da não-contradição: Uma proposição não pode ser 2. q ( x) : x < 3


verdadeira e falsa simultaneamente.
- Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição só pode ter Dessa maneira, na sentença x < 3 , obtemos infinitos valores
dois valores verdades, isto é, é verdadeiro (V) ou falso (F), não que satisfazem à equação. Porém, alguns são verdadeiros, como
podendo ter outro valor. x = −2 , e outros são falsos, como x = +7.
a) “O Curso Pré-Fiscal fica em São Paulo” é um proposição Atenção: As proposições ou sentenças lógicas são represen-
verdadeira. tadas por letras latinas e podem ser classificadas em abertas ou
b) “O Brasil é um País da América do Sul” é uma proposição fechadas.
verdadeira. A sentença s ( x) : 2 + 2 = 5 é uma sentença fechada, pois a
c) “A Receita Federal pertence ao poder judiciário”, é uma ela se pode atribuir um valor lógico; nesse caso, o valor de s (x )
proposição falsa. é F, pois a sentença é falsa.
A sentença p (x) “Phil Collins é um grande cantor de música
As proposições simples (átomos) combinam-se com outras, pop internacional” é fechada, dado que possui um valor lógico e
ou são modificadas por alguns operadores (conectivos), gerando esse valor é verdadeiro.
novas sentenças chamadas de moléculas. Os conectivos serão re- Já a sentença e(x) “O sorteio milionário da Mega-Sena” é
presentados da seguinte forma: uma sentença aberta, pois não se sabe o objetivo de falar do sor-
teio da Mega-Sena, nem se pode atribuir um valor lógico para que
corresponde a “não” e(x) seja verdadeiro, ou falso.
∧ corresponde a “e”
∨ corresponde a “ou” Modificadores
⇒ corresponde a “então”
⇔ corresponde a “se somente se” A partir de uma proposição, podemos formar outra proposição
  usando o modificador “não” (~), que será sua negação, a qual pos-
Sendo assim, a partir de uma proposição podemos construir suirá o valor lógico oposto ao da proposição.
uma outra correspondente com a sua negação; e com duas ou mais,
podemos formar: Exemplo

- Conjunções: a ∧ b (lê-se: a e b) p: Jacira tem 3 irmãos.


- Disjunções: a ∨ b (lê-se: a ou b) ~p: Jacira não tem 3 irmãos.
- Condicionais: a ⇒ b (lê-se: se a então b)
- Bicondicionais: a ⇔ b (lê-se: a se somente se b) É fácil verificar que:

Didatismo e Conhecimento 60
matemática e raciocínio lógico
1. Quando uma proposição é verdadeira, sua negação é falsa. (7) S: a > b se e somente se b < a. S é composta das proposi-
2. Quando uma proposição é falsa, sua negação é verdadeira. ções simples p: a > b e q: b < a.

V ou F Sentença: p Negação: ~p V ou F As proposições simples são aquelas que expressam “uma


única ideia”. Constituem a base da linguagem e são também cha-
V 4∈ N 4∉ N F madas de átomos da linguagem. São representadas por letras lati-
nas minúsculas (p, q, r, s, ...).
12 é divisível por 12 não é divisível por
F V
zero zero. As proposições composta são aquelas formadas por duas ou
mais proposições ligadas pelos conectivos lógicos. São geralmente
Para classificar mais facilmente as proposições em falsas ou representadas por letras latinas maiúsculas (P, Q, R, S, ...). O
verdadeiras, utilizam-se as chamadas tabelas-verdade. símbolo P (p, q, r), por exemplo, indica que a proposição composta
P é formada pelas proposições simples p, q e r.
Para negação, tem-se
Exemplos
p ~p
V F São proposições simples:
F V p: A lua é um satélite da terra.
q: O número 2 é primo.
Atenção: A sentença negativa é representada por “~”. r: O número 2 é par.
s: Roma é a capital da França.
A sentença t: t: O Brasil fica na América do Sul.
“O time do Paraná resistiu à pressão do São Paulo” possui u: 2 + 5 = 3 . 4
como negativa de t, ou seja, “~t”, o correspondente a: “O time do
Paraná não resistiu à pressão do São Paulo”. São proposições compostas:
P(q, r): O número 2 é primo ou é par.
Observação: Alguns matemáticos utilizam o símbolo “¬ O Q(s, t): Roma é a capital da França e o Brasil fica na América
Brasil possui um grande time de futebol”, que pode ser lida como do Sul.
“O Brasil não possui um grande time de futebol”. R: O número 6 é par e o número 8 é cubo perfeito.
Proposições Simples e Compostas
Não são proposições lógicas:
- Roma
Uma proposição pode ser simples (também denominada atô-
mica) ou composta (também denominada molecular). As proposi- - O cão do menino
ções simples apresentam apenas uma afirmação. Pode-se conside- - 7+1
rá-las como frases formadas por apenas uma oração. As proposi- - As pessoas estudam
ções simples são representadas por letras latinas minúsculas. - Quem é?
- Que pena!
Exemplos
Tabela Verdade
(1) p: eu sou estudioso
(2) q: Maria é bonita Proposição Simples - Segundo o princípio do terceiro excluí-
(3) r: 3 + 4 > 12 do, toda proposição simples p, é verdade ou falsa, isto é, tem o
valor lógico verdade (V) ou o valor lógico falso (F).
Uma proposição composta é formada pela união de duas ou
mais proposições simples. Indica-se uma proposição composta
por letras latinas maiúsculas. Se P é uma proposição composta das p
proposições simples p, q, r, ..., escreve-se P (p, q, r,...). Quando P V
estiver claramente definida não há necessidade de indicar as pro- F
posições simples entre os parênteses, escrevendo simplesmente P.
Proposição Composta - O valor lógico de qualquer proposição
Exemplos:
composta depende unicamente dos valores lógicos das proposições
simples componentes, ficando por eles univocamente determina-
(4) P: Paulo é estudioso e Maria é bonita. P é composta das
proposições simples p: Paulo é estudioso e q: Maria é bonita. dos. É um dispositivo prático muito usado para a determinação
(5) Q: Maria é bonita ou estudiosa. Q é composta das proposi- do valor lógico de uma proposição composta. Neste dispositivo
ções simples p: Maria é bonita e q: Maria é estudiosa. figuram todos os possíveis valores lógicos da proposição composta,
(6) R: Se x = 2 então x2 + 1 = 5. R é composta das proposições correspondentes a todas as possíveis atribuições de valores lógicos
simples p: x = 2 e q: x2 + 1 = 5. às proposições simples componentes.

Didatismo e Conhecimento 61
matemática e raciocínio lógico
Proposição Composta - 02 proposições simples Questões

Assim, por exemplo, no caso de uma proposição composta 01. Considere as proposições p: Está frio e q: Está chovendo.
cujas proposições simples componentes são p e q, as únicas possí- Traduza para linguagem corrente as seguintes proposições:
veis atribuições de valores lógicos a p e a q são: a) P ˅ ~q
b) p → q
c) ~p ^ ~q
p q d) p ↔ ~q
V V e) (p ˅ ~q) ↔ (q ^~p)
V F
02. Considere as proposições p: A terra é um planeta e q: Ater-
F V ra gira em torno do Sol. Traduza para linguagem simbólica as se-
F F guintes proposições:
a) Não é verdade: que a Terra é um planeta ou gira em torno
Observe-se que os valores lógicos V e F se alternam de dois do Sol.
em dois para a primeira proposição p e de um em um para a se- b) Se a Terra é um planeta então a Terra gira em torno do Sol.
gunda proposição q, e que, além disso, VV, VF, FV e FF são os c) É falso que a Terra é um planeta ou que não gira em torno
do Sol.
arranjos binários com repetição dos dois elementos V e F.
d) A Terra gira em torno do Sol se, e somente se, a Terra não
é um planeta.
Proposição Composta - 03 proposições simples e) A Terra não é nem um planeta e nem gira em torno do Sol.
(Expressões da forma “não é nem p e nem q” devem ser vistas
No caso de uma proposição composta cujas proposições sim- como “não p e não q”)
ples componentes são p, q e r as únicas possíveis atribuições de
valores lógicos a p, a q e a r são: 03. Dada a condicional: “Se p é primo então p = 2 ou p é im-
par”, determine:
p q r a) a contrapositiva
b) a recíproca
V V V
V V F 04.
V F V a) Supondo V (p ^ q ↔ r ˅ s) = F e V (~r ^ ~s) = V, determine
V (p → r ^ s).
V F F b) Supondo V (p ^ (q ˅ r)) = V e V (p ˅ r → q) = F, determine
F V V V (p), V (q), V (r).
c) Supondo V (p → q) = V, determine V (p ^ r → q ^ r) e V (p
F V F
˅ r → q ˅ r).
F F V
F F F 05. Dê o conjunto-verdade em R das seguintes sentenças aber-
tas:
Analogamente, observe-se que os valores lógicos V e F se al- a) x² + x – 6 = 0 → x² - 9 = 0
b) x² ˃ 4 ↔ x² -5x + 6 = 0
ternam de quatro em quatro para a primeira proposição p, de dois
em dois para a segunda proposição q e de um em um para a ter-
06. Use o diagrama de Venn para decidir quais das seguintes
ceira proposição r, e que, além disso, VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, afirmações são válidas:
FVF, FFV e FFF sãos os arranjos ternários com repetição dos dois
elementos V e F. a) Todos os girassóis são amarelos e alguns pássaros são ama-
relos, logo nenhum pássaro é um girassol.
Notação: O valor lógico de uma proposição simples p indica- b) Alguns baianos são surfistas. Alguns surfistas são louros.
-se por V(p). Assim, exprime-se que p é verdadeira (V), escreven- Não existem professores surfistas. Conclusões:
do: V(p) = V. Analogamente, exprime-se que p é falsa (F), escre- I- Alguns baianos são louros.
vendo: V(p) = F. II- Alguns professores são baianos.
III- Alguns louros são professores.
Exemplos IV- Existem professores louros.

p: o sol é verde; 07. (CESPE - PF - Regional) Considere que as letras P, Q, R


q: um hexágono tem nove diagonais; e T representem proposições e que os símbolos ̚ , ^, ˅ e → sejam
r: 2 é raiz da equação x² + 3x - 4 = 0 operadores lógicos que constroem novas proposições e significam
V(p) = F não, e, ou e então, respectivamente. Na lógica proposicional, cada
V(q) = V proposição assume um único valor (valor-verdade), que pode ser
V(r) = F verdadeiro (V) ou falso (F), mas nunca ambos. Com base nas in-
formações apresentadas no texto, julgue os itens a seguir.

Didatismo e Conhecimento 62
matemática e raciocínio lógico
a) Se as proposições P e Q são ambas verdadeiras, então a 10. Um agente de viagens atende três amigas. Uma delas é
proposição ( ̚ P) ˅ ( ̚ Q) também é verdadeira. loura, outra é morena e a outra é ruiva. O agente sabe que uma
b) Se a proposição T é verdadeira e a proposição R é falsa, delas se chama Bete, outra se chama Elza e a outra se chama Sara.
então a proposição R→ ( ̚ T) é falsa. Sabe, ainda, que cada uma delas fará uma viagem a um país dife-
c) Se as proposições P e Q são verdadeiras e a proposição R é rente da Europa: uma delas irá à Alemanha, outra irá à França e a
falsa, então a proposição (P ^ R) → (¬ Q) é verdadeira. outra irá à Espanha. Ao agente de viagens, que queria identificar
o nome e o destino de cada uma, elas deram as seguintes informa-
08. (CESPE - Papiloscopista) Sejam P e Q variáveis propo- ções:
sicionais que podem ter valorações, ou serem julgadas verdadei- A loura: “Não vou à França nem à Espanha”.
ras (V) ou falsas (F). A partir dessas variáveis, podem ser obtidas A morena: “Meu nome não é Elza nem Sara”.
novas proposições, tais como: a proposição condicional, denotada A ruiva: “Nem eu nem Elza vamos à França”.
por P → Q, que será F quando P for V e Q for F, ou V, nos outros
casos; a disjunção de P e Q, denotada por P v Q, que será F somen- O agente de viagens concluiu, então, acertadamente, que:
te quando P e Q forem F, ou V nas outras situações; a conjunção de a) A loura é Sara e vai à Espanha.
P e Q, denotada por P ^ Q, que será V somente quando P e Q forem b) A ruiva é Sara e vai à França.
V, e, em outros casos, será F; e a negação de P, denotada por ¬P, c) A ruiva é Bete e vai à Espanha.
que será F se P for V e será V se P for F. Uma tabela de valorações d) A morena é Bete e vai à Espanha.
para uma dada proposição é um conjunto de possibilidades V ou e) A loura é Elza e vai à Alemanha.
F associadas a essa proposição. A partir das informações do texto,
julgue os itens subsequentes. Respostas:
a) As tabelas de valorações das proposições P v Q e Q → ¬P
são iguais. 01.
b) As proposições (P v Q) → S e (P → S) v (Q → S) possuem a) “Está frio ou não está chovendo”.
tabelas de valorações iguais. b) “Se está frio então está chovendo”.
c) “Não está frio e não está chovendo”.
09. (CESPE - PF - Regional) Considere as sentenças abaixo.
d) “Está frio se e somente se não está chovendo”.
e) “Está frio e não está chovendo se e somente se está choven-
I- Fumar deve ser proibido, mas muitos europeus fumam.
do e não está frio”.
II- Fumar não deve ser proibido e fumar faz bem à saúde.
III- Se fumar não faz bem à saúde, deve ser proibido.
02.
IV- Se fumar não faz bem à saúde e não é verdade que muitos
a) ~(p ˅ q);
europeus fumam, então fumar deve ser proibido.
b) p → q
V- Tanto é falso que fumar não faz bem à saúde como é falso
que fumar deve ser proibido; consequentemente, muitos europeus c) ~(p ˅ ~q)
fumam. d) ~p ^ ~q
e) q ↔ ~p
Considere também que P, Q, R e T representem as sentenças
listadas na tabela a seguir. 03.
a) a contrapositiva: “Se p 2 e p é par, então p não é primo”.
b) a recíproca: “Se p = 2 ou p é ímpar, então p é primo”.
P Fumar deve ser proibido.
Q Fumar de ser encorajado. 04.
R Fumar não faz bem à saúde. a) Supondo V (p ^ q ↔ r ˅ s) = F (1) e V (~r ^ ~s) = V (2),
determine V (p → r ^ s). Solução: De (2) temos que V (r) = V (s)
T Muitos europeus fumam.
= F; Usando estes resultados em (1) obtemos: V (p) = V (q) = V,
logo, V (p → r ^ s) = F
Com base nas informações acima e considerando a notação
b) Supondo V (p ^ (q ˅ r)) = V (1) e V (p ˅ r → q) = F (2),
introduzida no texto, julgue os itens seguintes.
determine V (p), V (q) e V (r). Solução: De (1) concluímos que V
(p) = V e V (q ˅ r) = V e de (2) temos que V (q) = F, logo V (r) = V
a) A sentença I pode ser corretamente representada por P ^
c) Supondo V (p → q) = V, determine V (p ^ r → q ^ r) e V (p
(¬ T).
˅ r → q ˅ r). Solução: Vamos supor V (p ^ r → q ^ r) = F. Temos
b) A sentença II pode ser corretamente representada por (¬ P)
assim que V (p ^ r) = V e V (q ^ r) = F, o que nos permite concluir
^ (¬ R).
c) A sentença III pode ser corretamente representada por R que V (p) = V (r) = V e V (q) = F, o que contradiz V (p → q) = V.
→ P. Logo, V (p ˅ r → q ˅ r) = V. Analogamente, mostramos que V (p
d) A sentença IV pode ser corretamente representada por (R ˅ r → q ˅ r) = V.
^ (¬ T)) → P.
e) A sentença V pode ser corretamente representada por T → 05.
((¬ R) ^ (¬ P)). a) R – {2}
b) [-2,2[

Didatismo e Conhecimento 63
matemática e raciocínio lógico
06. d) Item CERTO. Proposição composta, com uma Conjunção
a) O diagrama a seguir mostra que o argumento é falso: (R ^ ¬T) como condição suficiente para P.
d) Item ERRADO. Dizer “...consequentemente...” é dizer
“se... então...”. A representação correta seria ((¬ R) ^ (¬ P)) → T.

10. Resposta “E”.


A melhor forma de resolver problemas como este é arrumar
as informações, de forma mais interessante, que possa prover uma
b) O diagrama a seguir mostra que todos os argumentos são melhor visualização de todo o problema. Inicialmente analise o
falsos: que foi dado no problema:
a) São três amigas
b) Uma é loura, outra morena e outra ruiva.
c) Uma é Bete, outra Elza e outra Sara.
d) Cada uma fará uma viagem a um país diferente da Europa:
Alemanha, França e Espanha.
e) Elas deram as seguintes informações:
07.
a) Item ERRADO. Pela tabela do “ou” temos: A loura: “Não vou à França nem à Espanha”.
(¬ P) v (¬ Q) A morena: “Meu nome não é Elza nem Sara”.
(¬ V) v (¬ V) A ruiva: “Nem eu nem Elza vamos à França”.
(F) v (F)
Falsa Faça uma tabela:
b) Item ERRADO. A condicional regra que:
R → (¬ T) Cor dos
Loura Morena Ruiva
F (¬ V) cabelos
F (F) Não vou à Meu nome Nem eu nem
Verdadeira Afirmação França nem a não é Elza Elza vamos
Espanha nem Sara à França
c) Item CERTO. Obedecendo a conjunção e a condicional:
(P ^ R) → (¬ Q) País Alemanha França Espanha
(V ^ F) → (¬ V) Nome Elza Bete Sara
F F
Verdadeira
Com a informação da loura, sabemos que ela vai para a Ale-
manha. Com a informação da morena, sabemos que ela é a Bete.
08.
Com a informação da ruiva sabemos que ela não vai à França e
a) Item ERRADO. Basta considerarmos a linha da tabela-ver-
nem Elza, mas observe que a loura vai a Alemanha e a ruiva não
dade onde P e Q são ambas proposições verdadeiras para verificar
vai à França, só sobrando a Bete ir à França. Se Bete vai à França
que as tabelas de valorações de P v Q e Q → ¬P não são iguais:
a ruiva coube a Espanha. Elza é a loura e Sara fica sendo a ruiva.

P Q ¬P PvQ Q → ¬P Tabela Verdade


V V F V F
A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de
b) Item ERRADO. Nas seguintes linhas da tabela-verdade, te- uma proposição composta, sendo que os valores das proposições
mos os valores lógicos da proposição (P v Q) → S diferente dos da simples já são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição com-
proposição (P → S) v (Q → S): posta depende do valor lógico da proposição simples. A seguir va-
mos compreender como se constrói essas tabelas-verdade partindo
P Q S (P v Q) → S P→SvQ→S da árvore das possibilidades dos valores lógicos das proposições.
V F F F V
F V F F V ANOTAÇÕES

09.
a) Item ERRADO. Sua representação seria P ^ T.
b) Item CERTO. Apenas deve-se ter o cuidado para o que diz a
proposição R: “Fumar não faz bem à saúde”. É bom sempre ficar-
mos atentos à atribuição inicial dada à respectiva letra. —————————————————————————
c) Item CERTO. É a representação simbólica da Condicional —————————————————————————
entre as proposições R e P.

Didatismo e Conhecimento 64
matemática e raciocínio lógico
Proposição Composta do Tipo P(p, q) Proposição Composta do Tipo P(p1, p2, p3,…, pn): a tabela-
-verdade possui 2n linhas e é formada igualmente as anteriores.

O Conectivo “não” e a negação

O conectivo “não” e a negação de uma proposição p é outra


proposição que tem como valor lógico V se p for falsa e F se p é
verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a negação de p com
a seguinte tabela-verdade:

p ~p
V F
F V

Exemplo:
p q P(p, q)
a)
V V ? p = 7 é ímpar.
V F ? ~p = 7 não é ímpar.
F V ?
F F ? p ~p
V F
Proposição Composta do Tipo P(p, q, r)
b)
q = 24 é múltiplo de 5.
~q = 24 não é múltiplo de 5.

q ~q
F V

Observação: A negação de “Roma é a capital da Itália” é


“Roma não é a capital da Itália” ou “Não é verdade que Roma é
a capital da Itália”. Note que:

- A negação de “Todos os brasileiros são carecas” é “Nem


todos os brasileiros são carecas” ou “Pelo menos um brasileiro
não é careca”.
- A negação de “Nenhum homem é careca” é “Algum homem
é careca” ou “Pelo menos um homem é careca”.

Número de linhas da Tabela Verdade


p q r P(p, q, r) Seja “L” uma linguagem que contenha as proposições P, Q e
V V V ? R. O que podemos dizer sobre a proposição P? Para começar, se-
V V F ? gundo o princípio de bivalência, ela é ou verdadeira ou falsa. Isto
representamos assim:
V F V ?
V F F ? P
F V V ? V
F V F ? F
F F V ?
F F F ? Agora, o que podemos dizer sobre as proposições P e Q? Oras,
ou ambas são verdadeiras, ou a primeira é verdadeira e a segunda é
Proposição Composta do Tipo P(p, q, r, s): a tabela-verdade falsa, ou a primeira é falsa e a segunda é verdadeira, ou ambas são
possui 24 = 16 linhas e é formada igualmente as anteriores. falsas. Isto representamos assim:

Didatismo e Conhecimento 65
matemática e raciocínio lógico
P Q P Q R P˄Q (P˄Q) → R ⌐(P˄Q) → R
V V V V V
V F V V F
F V V F V
F F V F F
F V V
Como você já deve ter reparado, uma tabela para P, Q e R é
F V F
assim:
F F V
P Q R F F F
V V V
Para completar esta tabela precisamos definir os operadores
V V F lógicos. Ao fazê-lo, vamos aproveitar para explicar como inter-
V F V pretá-los.
V F F
O Conectivo e “e” a conjunção
F V V
F V F O conectivo “e” e a conjunção de duas proposições p e q é
F F V outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ver-
F F F dadeiras, e F em outros casos. O símbolo p ∧ q (p e q) representa
a conjunção, com a seguinte tabela-verdade:
Cada linha da tabela (fora a primeira que contém as fórmulas)
representa uma valoração. Agora, o que dizer sobre fórmulas mo- p q p∧ q
leculares, tais como ⌐P, Q∨R, ou (Q∧R) → (P↔Q)? Para estas, V V V
podemos estabelecer os valores que elas recebem em vista do valor V F F
de cada fórmula atômica que as compõe. Faremos isto por meio
F V F
das tabelas de verdade. Os primeiros passos para construir uma
tabela de verdade consistem em: F F F

- Uma linha em que estão contidas todas as subfórmulas de Exemplo:


uma fórmula e a própria fórmula. Por exemplo, a fórmula ⌐(P˄Q)
→ R tem o seguinte conjunto de subfórmulas: [(P˄Q) → R, P˄Q, a)
P, Q, R]. p = 2 é par.
q = o céu é rosa.
- “L” linhas em que estão todos os possíveis valores que as p ∧ q = 2 é par e o céu é rosa.
proposições atômicas podem receber e os valores recebidos pelas
fórmulas moleculares a partir dos valores destes átomos. p q p∧ q
V F F
O número de linhas é L = nt, sendo n o número de valores b)
que o sistema permite (sempre 2 no caso do CPC) e t o número p = 9 < 6.
de átomos que a fórmula contém. Assim, se uma fórmula contém q = 3 é par.
2 átomos, o número de linhas que expressam a permutações entre p ∧ q: 9 < 6 e 3 é par.
estes será 4: um caso de ambos serem verdadeiros (V V), dois ca-
sos de apenas um dos átomos ser verdadeiro (V F , F V) e um caso p q p∧ q
no qual ambos serem falsos (F F).
F F F
Se a fórmula contiver 3 átomos, o número de linhas que ex- c)
pressam a permutações entre estes será 8: um caso de todos os áto- p = O número 17 é primo.
mos serem verdadeiros (V V V), três casos de apenas dois átomos q = Brasília é a capital do Brasil.
serem verdadeiros (V V F , V F V , F V V), três casos de apenas p ∧ q = O número 17 é primo e Brasília é a capital do Brasil.
um dos átomos ser verdadeiro (V F F , F V F , F F V) e um caso
no qual todos átomos são falsos (F F F). Então, para a fórmula p q p∧ q
⌐(P˄Q) → R, temos: V V V

Didatismo e Conhecimento 66
matemática e raciocínio lógico
O Conectivo “ou” e a disjunção p q p→q
O conectivo “ou” e a disjunção de duas proposições p e q V V V
é outra proposição que tem como valor lógico V se alguma das V F F
proposições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O símbolo F V V
p v q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-ver-
F F V
dade:
Exemplo:
p q p∨ q
V V V a)
p: 7 + 2 = 9.
V F V
q: 9 – 7 = 2.
F V V p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2.
F F F
p q p→q
Exemplo: V V V
b)
a) p = 7 + 5 < 4.
p = 2 é par. q = 2 é um número primo.
q = o céu é rosa. p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo.
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa.
p q p→q
p q p∨ q
F V V
V F V c)
p = 24 é múltiplo de 3.
b) q = 3 é par.
p = 9 < 6. p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par.
q = 3 é par.
p ν q: = 9 < 6 ou 3 é par. p q p→q
V F F
p q p∨ q d)
F F F p = 25 é múltiplo de 2.
q = 12 < 3.
c) p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3.
p = O número 17 é primo.
q = Brasília é a capital do Brasil. O Conectivo “se e somente se” e a bicondicional
p ν q = O número 17 é primo ou Brasília é a capital do Brasil.
A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que
tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras ou
p q p∨ q ambas falsas, e F nos outros casos. O símbolo p ↔ q representa a
V V V bicondicional, com a seguinte tabela-verdade:

d) p q p↔q
p = O número 9 é par.
V V V
q = O dobro de 50 é 100.
p ν q: O número 9 é par ou o dobro de 50 é 100. V F F
F V F
p q p∨ q F F V
F V V
Exemplo:
O Conectivo “se… então…” e a condicional
a)
p = 24 é múltiplo de 3.
A condicional se p então q é outra proposição que tem como
q = 6 é ímpar.
valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbolo p → q repre-
p ↔ q = 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar.
senta a condicional, com a seguinte tabela-verdade:

Didatismo e Conhecimento 67
matemática e raciocínio lógico
p q p↔q
V F F

b)
p = 25 é quadrado perfeito.
q = 8 > 3.
p ↔ q = 25 é quadrado perfeito se, e somente se, 8 > 3.

p q p↔q
V V V

c)
p = 27 é par.
q = 6 é primo.
p ↔ q = 27 é par se, e somente se, 6 é primo.

p q p↔q
F F V

Tabela-Verdade de uma Proposição Composta

Exemplo: veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q), onde
p e q são duas proposições simples quaisquer. Resolução: uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo:

p q p∨q ~p (p ∨ q) → (~p) p∧q ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q)


V V
V F
F V
F F

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q p∨q ~p (p ∨ q) → (~p) p∧q ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q)


V V V
V F V
F V V
F F F

b) Valores lógicos de ~p

p q p∨q ~p (p ∨ q) → (~p) p ∧ q ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q)


V V V F
V F V F
F V V V
F F F V

c) Valores lógicos de (p ν q) → (~p)

Didatismo e Conhecimento 68
matemática e raciocínio lógico
p q p∨q ~p (p ∨ q) → (~p) p ∧ q ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q)
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V V

d) Valores lógicos de p ∧ q

p q p∨q ~p (p ∨ q) → (~p) p ∧ q ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q)


V V V F F V
V F V F F F
F V V V V F
F F F V V F

e) Valores lógicos de P(p, q) = ((p ν q) → (~p)) → (p ∧ q)

p q p∨q ~p (p ∨ q) → (~p) p ∧ q ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

QUESTÕES

01. Considere as proposições


p: Está frio e
q: Está chovendo.
Traduza para linguagem corrente as seguintes proposições:

(A) p v ~q
(B) p → q c) ~p ∧ ~q
(C) p ↔ ~q e) (p v ~q) ↔ (q ∧ ~p)

02. Considere as proposições


p: A Terra é um planeta e
q: A Terra gira em torno do Sol.
Traduza para linguagem simbólica as seguintes proposições:

(A) Não é verdade: que a Terra é um planeta ou gira em torno do Sol.


(B) Se a Terra é um planeta então a Terra gira em torno do Sol.
(C) É falso que a Terra é um planeta ou que não gira em torno do Sol.
(D) A Terra gira em torno do Sol se, e somente se, a Terra não é um planeta.
(E) A Terra não é nem um planeta e nem gira em torno do Sol.

(Expressões da forma “não é nem p e nem q” devem ser vistas como “não p e não q”)

03. Escreva a negação das seguintes proposições numa sentença o mais simples possível.
(A) É falso que não está frio ou que está chovendo.
(B) Se as ações caem aumenta o desemprego.
(C) Ele tem cabelos louros se e somente se tem olhos azuis.
(D) A condição necessária para ser um bom matemático é saber lógica.
(E) Jorge estuda física mas não estuda química.

(Expressões da forma “p mas q” devem ser vistas como “ p e q”)

Didatismo e Conhecimento 69
matemática e raciocínio lógico
04. Dada a condicional: “Se p é primo então p = 2 ou p é ím- 09. Dê o conjunto-verdade em R das seguintes sentenças aber-
par”, determine: tas:
(A) a contrapositiva (A) x² + x – 6 = 0 → x² - 9 = 0
(B) a recíproca (B) x² > 4 ↔ x² - 5x + 6 = 0

05. 10. Dê a negação das seguintes proposições:


(A) Supondo V(p Λ q ↔ r v s) = F e V(~r Λ ~s) = V, determine (A) Existem pessoas inteligentes que não sabem ler nem es-
V(p → r Λs). crever.
(B) Supondo V(p Λ (q v r)) = V e V (p v r → q) = F, determine (B) Toda pessoa culta é sábia se, e somente se, for inteligente.
V(p), V(q) e V(r). (C) Para todo número primo, a condição suficiente para ser
(C) Supondo V(p→ q) = V, determine V(p Λ r → q Λ r) e V(p par é ser igual a 2.
v r → q v r).
Respostas
06. Utilizando as propriedades das operações lógicas, simpli-
01.
fique as seguintes proposições:
(A) “Não está frio e não está chovendo”.
(A) (p v q) Λ ~p (B) “Está frio se e somente se não está chovendo”.
(B) p Λ (p → q) Λ (p →~q) (C) “Está frio e não está chovendo se e somente se está cho-
(C) p Λ (p v q) → (p v q) Λ q vendo e não está frio”.
(D) ~(p → q) Λ ((~p Λ q) v ~(p v q))
(E) ~p → (p v ~(p v ~q)) 02.
(A) ~(p v q)
07. Escrever as expressões relativas aos circuitos. Simplificá- (B) p → q
-las e fazer novos esquemas. (C) ~(p v ~q)
(D) ~p ∧ ~q
(A) (E) q ↔ ~p

03.
(A) “Não está frio ou está chovendo”.
(B) “As ações caem e não aumenta o desemprego”.
(C) “Ele tem cabelos louros e não tem olhos azuis ou ele tem
olhos azuis e não tem cabeloslouros”.
(D) A proposição é equivalente a “Se é um bom matemático
então sabe lógica” cuja negação é “É um bom matemático e não
sabe lógica”.
(E) “Jorge não estuda lógica ou estuda química”.
(B)
04.
(A) contrapositiva: “Se p ≠ 2 e p é par então p não é pri-
mo”.
(B) recíproca: “Se p = 2 ou p é ímpar então p é primo”.

05.
(A) Supondo V(p Λ q ↔ r v s) = F(1) e V(~r Λ ~s) = V (2),
determine V(p → r Λ s).
Solução: De (2) temos que V (r) = V(s) = F; Usando estes
resultados em (1) obtemos:
V(p) = V(q) = V, logo,
V(p → r Λ s) = F

(B) Supondo V(p Λ (q v r)) = V (1) e V(p v r → q) = F (2),


08. Verifique a validade ou não dos seguintes argumentos sem determine V(p), V(q) e V(r).
utilizar tabela-verdade: Solução: De (1) concluimos que V(p) = V e V(q v r) = V e de
(A) p v q, ~r v ~q ╞ ~p → ~r (2) temos que V(q) = F, logo V (r) = V.
(B) p → q v r, q → ~p, s → ~r ╞ ~(p ∧ s)
(C) p → q, r → s, p v s ╞ q v r (C) Supondo V(p → q) = V, determine V(p Λ r → q Λ r) e V(p
(D) Se o déficit público não diminuir, uma condição necessá- v r → q v r).
ria e suficiente para inflação cair é que os impostos sejam aumen- Solução: Vamos supor V(p Λ r →q Λ r) = F. Temos assim que
tados. Os impostos serão aumentados somente se o déficit público V(p Λ r) = V e V(q Λ r) = F, o que nos permite concluir que V(p) =
não diminuir. Se a inflação cair, os impostos não serão aumenta- V(r) = V e V(q) = F, o que contradiz V(p → q) = V. Logo, V(p v r
dos. Portanto, os impostos não serão aumentados. → q v r) = V. Analogamente, mostramos que V(p v r → q v r) = V.

Didatismo e Conhecimento 70
matemática e raciocínio lógico
06.
(A) (p∨q) ∧ ~p ↔ (p∧~p) ∨ (q∧~p) ↔ F ∨ (q∧~p) ↔ (q∧~p)

(B) p ∧ (p→q) ∧ (p→~p) ↔ p ∧ (~p∨q) ∧ (~p∨~q)


↔ p ∧ ((~p ∨ (q∧~q)) ↔ p ∧ (~p ∨ F) ↔ p ∧ ~p ↔ F

(C) p ∧ (p∨q) → (p ∨q) ∧ q ↔ p→q

(D) ~(p→q) ∧ ((~p∧q)) ↔ (p∧~q) ∧ ((~p∧q) ∨ (~p∧~q))


(p∧~q) ∧ ((~p ∧ (q∨~q)) ↔ (p∧~q) ∧ (~p∧V) ↔ (p∧~q) ∧ ~p
(p∧~p) ∧ ~q ↔ F ∧ ~q ↔ F

(E) ~p → (p ∨ ~(p∨~q)) ↔ p ∨ (p ∨ ~(p∨~q)) ↔ (p ∨ (~p∧q)) ↔


(p∨~p) ∧ (p∨q) ↔ V ∧ (p∨q) ↔ p∨q

07.
(A) (p∧q) ∨ ((p∧q) ∨ q) ∧ p ↔ ((p∧q) ∧ p ↔ q∧p

(B) ((p∨q) ∧ r)) ∨ ((q∧r) ∨ q)) ↔


((p∨q) ∧ r) ∨ q ↔ (p∨q∨q) ∧ (r∨q)
↔ (p∨q) ∧ (r∨q) ↔ q ∨ (p∧r)

08.
(A) Válido
(B) Válido
(C) Sofisma. Considerando V(p) = V(q) = V( r ) = F e V(s) = V, todas as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa.
(D) Considere
p: O déficit público não diminui;
q: A inflação cai;
r: Os impostos são aumentados.
Analise o argumento: p → (q↔r), r →p, q →~r ╞ ~r
(Válido)

09.
(A) R- {2}
(B) [-2, 2[

10.
(A) “Todas as pessoas inteligentes sabem ler ou escrever”.
(B) “Existe pessoa culta que é sábia e não é inteligente ou que é inteligente e não é sábia”.
(C) “Existe um número primo que é igual a 2 e não é par”.

Equivalências

Na lógica, as asserções p e q são ditas logicamente equivalentes ou simplesmente equivalentes, se p ╞ q e q ╞ p. Em termos intuitivos,
duas sentenças são logicamente equivalentes se possuem o mesmo “conteúdo lógico”. Do ponto de vista da teoria da demonstração, p e
q são equivalentes se cada uma delas pode ser derivada a partir da outra. Semanticamente, p e q são equivalentes se elas têm os mesmos
valores para qualquer interpretação. A notação normalmente usada para representar a equivalência lógica entre p e q é p ≡ q, p ⇔ q ou p q.

Exemplo: As seguintes sentenças são logicamente equivalentes:


1- Se hoje é sábado, então hoje é fim de semana.
2- Se hoje não é fim de semana, então hoje não é sábado.

Em símbolos:
d: “Hoje é sábado”. (d → f)
f: “Hoje é fim de semana”. (f → d)

Sintaticamente, (1) e (2) são equivalentes pela Lei da Contraposição. Semânticamente, (1) e (2) têm os mesmos valores nas mesmas
interpretações.

Didatismo e Conhecimento 71
matemática e raciocínio lógico
Há equivalência entre as proposições p e q somente quando a bicondicional p ↔ q for uma tautologia ou quando p e q tiverem a mesma
tabela-verdade.

p ⇔ q (p é equivalente a q) é o símbolo que representa a equivalência lógica.

Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔

O símbolo ↔ representa uma operação entre as proposições p e q, que tem como resultado uma nova proposição p ↔ q com valor lógico
V ou F. O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e de FV na tabela-verdade p ↔ q, ou ainda que o valor lógico de p ↔ q é sempre
V, ou então p ↔ q é uma tautologia. Exemplo:

A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será:

p q ~q ~p p→q ~q → ~p (p → q) ↔ (~q → ~p)


V V F F V V V
V F V F F F V
F V F V V V V
F F V V V V V

Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a bicondicional (p → q) ↔ (~q
→ ~p) é uma tautologia. Veja a representação: (p → q) ⇔ (~q → ~p)

Equivalências Notáveis
Nome Propriedade Dual
Dupla Negação (DN) ~~p ↔ p
Idempotente (IP) pVp↔p p∧p↔p
Comutativa (COM) pVq↔qVp p∧q↔q∧p
Associativa (ASS) p V (q V r) ↔ (p V q) V r p ∧ (q ∧ r) ↔ (p ∧ q) ∧ r
De Morgan (DM) ~(p V q) ↔ ~p ∧ ~q ~(p ∧ q) ↔ ~p V ~q
Distributiva (DIS) p ∧ (q V r) ↔ (p ∧ q) V (p ∧ r) p V (q ∧ r) ↔ (p V q) ∧ (p V r)
Absorção (ABS) p ∧ (p V q) ↔ p p V (p ∧ q) ↔ p
Reescrita da Condicional (COND) p → q ↔ ~p V q
Reescrita da Bicondicional (BI) p ↔ q ↔ (p → q) ∧ (q → p)
Elemento Neutro (EN) pVF↔p p∧V↔p
Elemento Absorvedor (EA) pVV↔V p∧F↔F
Complementares (COMPLE) p V ~p ↔ V p ∧ ~p ↔ F
F = contradição V = tautologia

As proposições p e q são chamadas de logicamente equivalentes (≡) se p ↔ q é uma tautologia. Exemplos:


Mostraremos que (p V q) e p ∧ q são logicamente equivalentes. Uma das leis de De Morgan. Solução:

(p V q) e p ∧ q
p q (p V q) (p V q) p q p∧q (p V q) ↔ p ∧ q
V V V F F F F V
V F V F F V F V
F V V F V F F V
F F F V V V V V

Mostraremos que (p → q) e p V q são logicamente equivalentes. Solução:

Didatismo e Conhecimento 72
matemática e raciocínio lógico

(p → q) e p V q (C) p ∧ (r ∨ s ∨ t) ⇔ (p ∧ r) ∨ (p ∧ s) ∨ (p ∧ t)
p ∧ (r ∨ s ∨ t) ⇔
p q p pVq p→q (p → q) ↔ p V q p ∧ (r ∨ (s ∨ t)) ⇔ (associativa em s ∨ t)
V V F V V V (p ∧ r) ∨ (p ∧ (s ∨ t)) ⇔ (distributiva)
(p ∧ r) ∨ (p ∧ s) ∨ (p ∧ t) (distributiva)
V F F F F V
F V V V V V (D) p ∧ q → r ⇔ p → (q → r)
F F V V V V p∧q→r⇔
~(p ∧ q) ∨ r ⇔ (reescrita da condicional)
QUESTÕES ~p ∨ ~q ∨ r ⇔ (De Morgan)
~p ∨ (~q ∨ r) ⇔ (associativa)
01. Demonstre as relações abaixo utilizando as equivalências ~p ∨ (q → r) ⇔ (reescrita da condicional)
notáveis: p → (q → r) (reescrita da condicional)
(A) p → q ∧ r ⇔ (p → q) ∧ (p → r)
(B) p → q ∨ r ⇔ (p → q) ∨ (p → r) (E) ~(~p → ~q) ⇔ ~p ∧ q
(C) p ∧ (r ∨ s ∨ t) ⇔ (p ∧ r) ∨ (p ∧ s) ∨ (p ∧ t) ~(~p → ~q) ⇔
(D) p ∧ q → r ⇔ p → (q → r) ~(~~p ∨ ~q) ⇔ (reescrita da condicional)
(E) ~(~p → ~q) ⇔ ~p ∧ q ~(p ∨ ~q) ⇔ (dupla negação)
~p ∧ ~~q ⇔ (De Morgan)
02. Demonstre, utilizando as equivalências notáveis, que as ~p ∧ q (dupla negação)
relações de implicação são válidas:
(A) Exemplo: Regra da simplificação: p ∧ q ⇒ q 02.
(B) Regra da adição: p ⇒ p ∨ q
Para provarmos uma relação de implicação temos que de-
p → p ∨ q ⇔ V (devemos demonstrar que a relação de
monstrar que a condicional p ∧ q → q é tautológica, ou seja, que
implicação equivale a uma tautologia)
a condicional p ∧ q → q ⇔ V
~p ∨ (p ∨ q) ⇔ (condicional)
~p ∨ p ∨ q ⇔ (associativa)
Desenvolvendo o lado esquerdo da equivalência, tem-se:
V ∨ q ⇔ (complementares ~p ∨ p)
p ∧ q → q ≡ (aplicando-se a equiv. de reescrita da condicional)
V (identidade)
~(p ∧ q) ∨ q ≡ (aplicando-se a Lei de Morgan)
~p ∨ ~q ∨ q ≡ (aplicando-se lei complementar, ~q ∨ q é (C) Regra do Silogismo Disjuntivo: (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ p
uma tautologia) (p ∨ q) ∧ ~q → p ⇔ V (devemos demonstrar que a rela-
~p ∨ V ≡ (pela lei da identidade ~p ∨ V é um tautologia) ção de implicação equivale a uma tautologia)
V Portanto, está provado que p ∧ q ⇒ q é uma tautologia (p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~q) → p ⇔ (distributiva)
(p ∧ ~q) ∨ F → p ⇔ (complementares)
(B) Regra da adição: p ⇒ p ∨ q (p ∧ ~q) → p ⇔ (identidade)
(C) Regra do Silogismo Disjuntivo: (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ p ~(p ∧ ~q) ∨ p ⇔ (condicional)
(D) Regra de Modus Ponens: (p → q) ∧ p ⇒ q ~p ∨ ~q ∨ p ⇔ (De Morgan)
(E) Regra de Modus Tollens: (p → q) ∧ ~q ⇒ ~p (~p ∨ p) ∨ ~q ⇔ (associativa)
V ∨ ~q ⇔ (complementares)
03. Usando as regras de equivalência, mostre a seguinte tauto- V (identidade)
logia: (p → q) → r ⇔ r ∨ (p ∧ ~q)
(D) Regra de Modus Ponens: (p → q) ∧ p ⇒ q
Respostas (p → q) ∧ p → q ⇔ V (devemos demonstrar que a relação
de implicação equivale a uma tautologia)
01. (~p ∨ q) ∧ q → q ⇔ (condicional)
(A) p → q ∧ r ⇔ (p → q) ∧ (p → r) (q ∧ ~p) ∨ (q ∧ q) → q ⇔ (distributiva)
p→q∧r⇔ (q ∧ ~p) ∨ q → q ⇔ (idempotente)
~p ∨ (q ∧ r) ⇔ (reescrita da condicional) ~((q ∧ ~p) ∨ q) ∨ q ⇔ (condicional)
(~p ∨ q) ∧ (~p ∨ r) ⇔ (distributiva) (~(q ∧ ~p) ∧ ~q) ∨ q ⇔ (De Morgan)
(p → q) ∧ (p → r) (reescrita da condicional) ((~q ∨ p) ∧ ~q) ∨ q ⇔ (De Morgan)
(~q ∧ ~q) ∨ (~q ∧ p) ∨ q ⇔ (distributiva)
(B) p → q ∨ r ⇔ (p → q) ∨ (p → r) ~q ∨ (~q ∧ p) ∨ q ⇔ (idempotente)
p→q∨r⇔ (~q ∨ q) ∨ (~q ∧ p) ⇔ (associativa)
~p ∨ (q ∨ r) ⇔ (reescrita da condicional) V ∨ (~q ∧ p) ⇔ (complementares)
~p ∨ q ∨ r ⇔ (associativa) V (identidade)
~p ∨ ~p ∨ q ∨ r ⇔ (idempotente, adicionei um
~p, pois ~p ∨ ~p ⇔ ~p) (E) Regra de Modus Tollens: (p → q) ∧ ~q ⇒ ~p
(~p ∨ q) ∨ (~p ∨ r) ⇔ (associativa) (p → q) ∧ ~q → ~p ⇔ V (devemos demonstrar que a
(p → q) ∨ (p → r) (reescrita da condicional) relação de implicação equivale a uma tautologia)

Didatismo e Conhecimento 73
matemática e raciocínio lógico
(~p ∨ q) ∧ ~q → ~p ⇔ (De Morgan) Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo esse
(~q ∧ ~p) ∨ (~q ∧ q) → ~p ⇔ (Distributiva) valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B. A partir dos
(~q ∧ ~p) ∨ F → ~p ⇔ (Complementares) valores reais, é que poderemos responder as perguntas feitas.
(~q ∧ ~p) → ~p ⇔ (Identidade)
~(~q ∧ ~p) ∨ ~p ⇔ (condicional)
~~q ∨ ~~p ∨ ~p ⇔ (De Morgan)
q ∨ p ∨ ~p ⇔ (Dupla Negação)
q ∨ V ⇔ (complementares)
V

03. Mostraremos que (p → q) → r ⇔ r ∨ (p ∧ ~q) é uma


tautologia, de fato:

Ordem Proposição
1 (p → q) → r ⇔
2 ⇔(~p ∨ q) → r ⇔
3 ⇔~(~p ∨ q) ∨ r ⇔ a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.
b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
4 ⇔ r ∨ ~(~p ∨ q) c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
5 r ∨ (p ∧ ~q)
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência quan-
to à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a seguinte
Diagramas Lógicos tabela:

Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários pro- Jornais Leitores


blemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é
na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma A 300
determinada característica. B 250
C 200
AeB 70
AeC 65
BeC 105
A, B e C 40
Nenhum 150

Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmente


montar os diagramas que representam cada conjunto. A colocação
dos valores começará pela intersecção dos três conjuntos e depois
Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18 para as intersecções duas a duas e por último às regiões que re-
que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-se presentam cada conjunto individualmente. Representaremos esses
nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas conjuntos dentro de um retângulo que indicará o conjunto universo
pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente carro ou ainda da pesquisa.
quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os
diagramas dos conjuntos que representam os motoristas de motos
e motoristas de carros. Começaremos marcando quantos elemen-
tos tem a intersecção e depois completaremos os outros espaços.

Didatismo e Conhecimento 74
matemática e raciocínio lógico
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são leito- Cada curva de Euler divide o plano em duas regiões ou zonas
res de nenhum dos três jornais. estão: o interior, que representa simbolicamente os elementos do
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos. conjunto, e o exterior, o que representa todos os elementos que não
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos. são membros do conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos. representam conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores se
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos. interceptam representam conjuntos que têm elementos comuns,
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos. a zona dentro de ambas as curvas representa o conjunto de ele-
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos. mentos comuns a ambos os conjuntos (intersecção dos conjuntos).
Uma curva que está contido completamente dentro da zona interior
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes de outro representa um subconjunto do mesmo.
elementos: Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva de dia-
gramas de Euler. Um diagrama de Venn deve conter todas as pos-
síveis zonas de sobreposição entre as suas curvas, representando
todas as combinações de inclusão / exclusão de seus conjuntos
constituintes, mas em um diagrama de Euler algumas zonas podem
estar faltando. Essa falta foi o que motivou Venn a desenvolver
seus diagramas. Existia a necessidade de criar diagramas em que
pudessem ser observadas, por meio de suposição, quaisquer rela-
ções entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”.
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) são
largamente utilizados para ensinar a teoria dos conjuntos no cam-
po da matemática ou lógica matemática no campo da lógica. Eles
também podem ser utilizados para representar relacionamentos
complexos com mais clareza, já que representa apenas as relações
válidas. Em estudos mais aplicados esses diagramas podem ser
utilizados para provar / analisar silogismos que são argumentos
lógicos para que se possa deduzir uma conclusão.
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas leem
apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas não leem o jornal
Diagramas de Venn
C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150. Notamos ainda que 700
pessoas foram entrevistadas, que é a soma 205 + 30 + 25 + 40 +
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usados em
115 + 65 + 70 + 150. matemática para simbolizar graficamente propriedades, axiomas e
problemas relativos aos conjuntos e sua teoria. Os respetivos dia-
Diagrama de Euler gramas consistem de curvas fechadas simples desenhadas sobre
um plano, de forma a simbolizar os conjuntos e permitir a repre-
Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de Venn, mas sentação das relações de pertença entre conjuntos e seus elementos
não precisa conter todas as zonas (onde uma zona é definida como (por exemplo, 4 {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações de conti-
a área de intersecção entre dois ou mais contornos). Assim, um nência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, {1, 3} ⊂ {1, 2,
diagrama de Euler pode definir um universo de discurso, isto é, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se tocam e estão uma no espaço
ele pode definir um sistema no qual certas intersecções não são interno da outra simbolizam conjuntos que possuem continência;
possíveis ou consideradas. Assim, um diagrama de Venn contendo ao passo que o ponto interno a uma curva representa um elemento
os atributos para Animal, Mineral e quatro patas teria que con- pertencente ao conjunto.
ter intersecções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de Os diagramas de Venn são construídos com coleções de cur-
quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente, mostra vas fechadas contidas em um plano. O interior dessas curvas re-
todas as possíveis combinações ou conjunções. presenta, simbolicamente, a coleção de elementos do conjunto. De
acordo com Clarence Irving Lewis, o “princípio desses diagramas
é que classes (ou conjuntos) sejam representadas por regiões, com
tal relação entre si que todas as relações lógicas possíveis entre as
classes possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o diagra-
ma deixa espaço para qualquer relação possível entre as classes, e
a relação dada ou existente pode então ser definida indicando se
alguma região em específico é vazia ou não-vazia”. Pode-se escre-
ver uma definição mais formal do seguinte modo: Seja C = (C1,
C2, ... Cn) uma coleção de curvas fechadas simples desenhadas em
Diagramas de Euler consistem em curvas simples fechadas um plano. C é uma família independente se a região formada por
(geralmente círculos) no plano que mostra os conjuntos. Os tama- cada uma das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou
nhos e formas das curvas não são importantes: a significância do o exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as cur-
diagrama está na forma como eles se sobrepõem. As relações es- vas se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se, além disso,
paciais entre as regiões delimitadas por cada curva (sobreposição, cada uma dessas regiões é conexa e há apenas um número finito
contenção ou nenhuma) correspondem relações teóricas (subcon- de pontos de interseção entre as curvas, então C é um diagrama de
junto interseção e disjunção). Venn para n conjuntos.

Didatismo e Conhecimento 75
matemática e raciocínio lógico
Nos casos mais simples, os diagramas são representados por - Animais que não possuem duas pernas e não voam (branco
círculos que se encobrem parcialmente. As partes referidas em um - fora).
enunciado específico são marcadas com uma cor diferente. Even-
tualmente, os círculos são representados como completamente Essas configurações são representadas, respectivamente, pe-
inseridos dentro de um retângulo, que representa o conjunto uni- las operações de conjuntos: diferença de A para B, diferença de B
verso daquele particular contexto (já se buscou a existência de um para A, intersecção entre A e B, e conjunto complementar de A e
conjunto universo que pudesse abranger todos os conjuntos possí- B. Cada uma delas pode ser representada como as seguintes áreas
veis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era impossível). (mais escuras) no diagrama:
A ideia de conjunto universo é normalmente atribuída a Lewis
Carroll. Do mesmo modo, espaços internos comuns a dois ou mais
conjuntos representam a sua intersecção, ao passo que a totalidade
dos espaços pertencentes a um ou outro conjunto indistintamente
representa sua união.
John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX, am-
pliando e formalizando desenvolvimentos anteriores de Leibniz e
Euler. E, na década de 1960, eles foram incorporados ao currículo Diferença de A para B: A\B
escolar de matemática. Embora seja simples construir diagramas
de Venn para dois ou três conjuntos, surgem dificuldades quando
se tenta usá-los para um número maior. Algumas construções pos-
síveis são devidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos
como Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
Além disso, encontram-se em uso outros diagramas similares aos
de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce e Karnaugh.
Diferença de B para A: B\A
Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: suponha-
-se que o conjunto A representa os animais bípedes e o conjunto B
representa os animais capazes de voar. A área onde os dois círcu-
los se sobrepõem, designada por intersecção A e B ou intersecção
A-B, conteria todas as criaturas que ao mesmo tempo podem voar
e têm apenas duas pernas motoras.

Intersecção de dois conjuntos: AB

Considere-se agora que cada espécie viva está representada Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)
por um ponto situado em alguma parte do diagrama. Os humanos
e os pinguins seriam marcados dentro do círculo A, na parte dele Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de 16
que não se sobrepõe com o círculo B, já que ambos são bípedes formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre os ani-
mas não podem voar. Os mosquitos, que voam mas têm seis per- mais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das caracte-
nas, seriam representados dentro do círculo B e fora da sobreposi- rísticas); tal conjunto seria representado pela união de A e B. Já
ção. Os canários, por sua vez, seriam representados na intersecção os animais que voam e não possuem duas patas mais os que não
A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal que não voam e possuem duas patas, seriam representados pela diferença
fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou serpentes, seria simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados nas imagens
marcado por pontos fora dos dois círculos. a seguir, que incluem também outros dois casos.
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro áreas
distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte de cada
círculo que pertence a ambos os círculos (onde há sobreposição),
e as duas áreas que não se sobrepõem, mas estão em um círculo
ou no outro):
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A sem so-
breposição).
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B sem so-
breposição). União de dois conjuntos: AB
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobreposição).

Didatismo e Conhecimento 76
matemática e raciocínio lógico
Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções possíveis
entre A, B e C.

Diferença Simétrica de dois conjuntos: AB

União de três conjuntos: ABC

Complementar de A em U: AC = U \ A

Intersecção de três conjuntos: ABC

Complementar de B em U: BC = U \ B

Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn focou-se


sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alargando o exemplo
anterior, poderia-se introduzir o conjunto C dos animais que pos-
suem bico. Neste caso, o diagrama define sete áreas distintas, que
podem combinar-se de 256 (28) maneiras diferentes, algumas delas
ilustradas nas imagens seguintes. A \ (B C)

(B C) \ A

Proposições Categóricas
ANOTAÇÕES
- Todo A é B
- Nenhum A é B
- Algum A é B e
- Algum A não é B

————————————————————————— Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o conjunto A


é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está contido em B.
————————————————————————— Atenção: dizer que Todo A é B não significa o mesmo que Todo
B é A. Enunciados da forma Nenhum A é B afirmam que os con-
—————————————————————————
juntos A e B são disjuntos, isto é, não tem elementos em comum.
————————————————————————— Atenção: dizer que Nenhum A é B é logicamente equivalente a di-
zer que Nenhum B é A.

Didatismo e Conhecimento 77
matemática e raciocínio lógico
Por convenção universal em Lógica, proposições da forma Todo A é B. É falsa.
Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um Algum A é B. É falsa.
elemento em comum com o conjunto B. Contudo, quando dizemos Algum A não é B. É verdadeira.
que Algum A é B, pressupomos que nem todo A é B. Entretanto,
no sentido lógico de algum, está perfeitamente correto afirmar que 3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as quatro
“alguns de meus colegas estão me elogiando”, mesmo que todos representações possíveis:
eles estejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente
a dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são
equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe um A 1 2
que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o
conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao con- A B A B
junto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B =
Algum A é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente a
Algum B não é A. Nas proposições categóricas, usam-se também
as variações gramaticais dos verbos ser e estar, tais como é, são,
está, foi, eram, ..., como elo de ligação entre A e B.

- Todo A é B = Todo A não é não B. 3 4


- Algum A é B = Algum A não é não B. B
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B. A = B
- Todo A é não B = Todo A não é B. A
- Algum A é não B = Algum A não é B.
- Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B. Nenhum A é B. É falsa.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-versa). Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em 1 e 2).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e vice- Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou falsa (em
-versa). 3 e 4) – é indeterminada.

Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas 4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as
três representações possíveis:
Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das proposi-
ções categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B, Algum A é
B e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato a verdade ou a 1 2
falsidade de algumas ou de todas as outras.

1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então temos as A B A B


duas representações possíveis:

1 2
B Todo A é B. É falsa.
Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em 1 e
A = B
A 2 – é indeterminada).
Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira (em 1 e
2 – é ideterminada).

Nenhum A é B. É falsa. QUESTÕES


Algum A é B. É verdadeira.
Algum A não é B. É falsa. 01. Represente por diagrama de Venn-Euler
(A) Algum A é B
2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então temos (B) Algum A não é B
somente a representação: (C) Todo A é B
(D) Nenhum A é B

02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC) Conside-


rando “todo livro é instrutivo” como uma proposição verdadeira,
é correto inferir que:
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição necessaria-
mente verdadeira.

Didatismo e Conhecimento 78
matemática e raciocínio lógico
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição necessaria- (A) 220
mente verdadeira. (B) 240
(C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição verda- (C) 280
deira ou falsa. (D) 300
(D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verdadeira (E) 340
ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição necessa- 08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que 2.000
riamente verdadeira. pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é usado por 800
pessoas e 320 pessoas usam os dois produtos ao mesmo tempo.
03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam instru- Quantas pessoas usam o produto C?
mentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e 60 tocam (A) 1.430
esses dois tipos de instrumentos. Quantos músicos desta Filarmô- (B) 1.450
nica tocam: (C) 1.500
(A) instrumentos de sopro ou de corda? (D) 1.520
(B) somente um dos dois tipos de instrumento? (E) 1.600
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classificado em
04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pesquisa efetuada num
“Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro que: grupo de 120 pessoas de um hospital, constatou-se que 40 delas
(A) algum A não é G; têm o antígeno A, 35 têm o antígeno B e 14 têm o antígeno AB.
(B) algum A é G. Com base nesses dados, quantas pessoas possuem o antígeno O?
(C) nenhum A é G; (A) 50
(D) algum G é A; (B) 52
(E) nenhum G é A; (C) 59
(D) 63
05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não (E) 65
praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam
futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 10. Em uma universidade são lidos dois jornais, A e B. Exa-
alunos que não praticam futebol. O número de alunos da classe é: tamente 80% dos alunos leem o jornal A e 60% leem o jornal B.
(A) 30. Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos um dos jornais,
(B) 35. encontre o percentual que leem ambos os jornais.
(C) 37. (A) 40%
(D) 42. (B) 45%
(E) 44. (C) 50%
(D) 60%
06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um ou mais (E) 65%
dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei. Sabe-se que, no
atual semestre: ANOTAÇÕES
- 20 alunos praticam vôlei e basquete.
- 60 alunos praticam futebol e 55 praticam basquete.
- 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei.
- o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
número de alunos que praticam só vôlei.
- 17 alunos praticam futebol e vôlei. —————————————————————————
- 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não —————————————————————————
praticam vôlei.
—————————————————————————
O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
igual a: —————————————————————————
(A) 93 —————————————————————————
(B) 110
(C) 103 —————————————————————————
(D) 99
(E) 114 —————————————————————————
—————————————————————————
07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas entrevista-
das, 100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam os dois —————————————————————————
jornais e 110 não liam nenhum dos dois jornais. Quantas pessoas
foram entrevistadas? —————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 79
matemática e raciocínio lógico
Respostas Passo 1: 60 tocam os dois instumentos, portanto, após fazer-
mos o diagrama, este número vai no meio.
Passo 2:
a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os que só
tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180

Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos acima:

Com o diagrama completamente preenchido, fica fácil achara


as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica tocam:
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do proble-
ma: 100 + 60 + 180 = 340
b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 + 180 =
280
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340 = 160

04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições cate-


góricas:
- Alguns A são R
- Nenhum G é R

Devemos fazer a representação gráfica de cada uma delas por


círculos para ajudar-nos a obter a resposta correta. Vamos iniciar
pela representação do Nenhum G é R, que é dada por dois círculos
separados, sem nenhum ponto em comum.

02. Resposta “B”.

110
instrutivo

livro Como já foi visto, não há uma representação gráfica única


para a proposição categórica do Alguns A são R, mas geralmente
a representação em que os dois círculos se interceptam (mostrada
abaixo) tem sido suficiente para resolver qualquer questão.
A opção A é descartada de pronto: “nenhum livro é instrutivo”
implica a total dissociação entre os diagramas. E estamos com a
situação inversa. A opção “B” é perfeitamente correta. Percebam
como todos os elementos do diagrama “livro” estão inseridos no
diagrama “instrutivo”. Resta necessariamente perfeito que algum
livro é instrutivo.

03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instrumentos de Agora devemos juntar os desenhos das duas proposições ca-
corda e S dos que tocam instrumentos de sopro. Chamemos de F o tegóricas para analisarmos qual é a alternativa correta. Como a
conjunto dos músicos da Filarmônica. Ao resolver este tipo de pro- questão não informa sobre a relação entre os conjuntos A e G, en-
blema faça o diagrama, assim você poderá visualizar o problema e tão teremos diversas maneiras de representar graficamente os três
sempre comece a preencher os dados de dentro para fora. conjuntos (A, G e R).

Didatismo e Conhecimento 80
matemática e raciocínio lógico
A alternativa correta vai ser aquela que é verdadeira para n(sóF) = n(sóV) = 13
quaisquer dessas representações. Para facilitar a solução da ques- n(B) = n(só B) + n(BeV) + n(BeF-V) → n(só B) = 65 - 20 –
tão não faremos todas as representações gráficas possíveis entre 30 = 15
os três conjuntos, mas sim, uma (ou algumas) representação(ões) n(nem F nem B nem V) = n(nem F nem V) - n(solo B) = 21-
de cada vez e passamos a analisar qual é a alternativa que satisfaz 15 = 6
esta(s) representação(ões), se tivermos somente uma alternativa
que satisfaça, então já achamos a resposta correta, senão, desenha- Total = n(B) + n(só F) + n(só V) + n(Fe V - B) + n(nemF
mos mais outra representação gráfica possível e passamos a testar nemB nemV) = 65 + 13 + 13 + 2 + 6 = 99.
somente as alternativas que foram verdadeiras. Tomemos agora o
seguinte desenho, em que fazemos duas representações, uma em
que o conjunto A intercepta parcialmente o conjunto G, e outra em
que não há intersecção entre eles.

07. Resposta “E”.


Teste das alternativas:
Teste da alternativa “A” (algum A não é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que esta alternativa é verda-
deira para os dois desenhos de A, isto é, nas duas representações
há elementos em A que não estão em G. Passemos para o teste da
próxima alternativa.

Teste da alternativa “B” (algum A é G). Observando os dese-


nhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A que está
mais a direita, esta alternativa não é verdadeira, isto é, tem elemen- Começamos resolvendo pelo que é comum: 20 alunos gostam
tos em A que não estão em G. Pelo mesmo motivo a alternativa de ler os dois.
“D” não é correta. Passemos para a próxima. Leem somente A: 100 – 20 = 80
Leem somente B: 150 – 20 = 130
Teste da alternativa “C” (Nenhum A é G). Observando os Totaliza: 80 + 20 + 130 + 110 = 340 pessoas.
desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A que
está mais a esquerda, esta alternativa não é verdadeira, isto é, tem 08. Resposta “D”.
elementos em A que estão em G. Pelo mesmo motivo a alternativa
“E” não é correta. Portanto, a resposta é a alternativa “A”.

05. Resposta “E”.

Somente B: 800 – 320 = 480


Usam A = total – somente B = 2000 – 480 = 1520.

n = 20 + 7 + 8 + 9 09. Resposta “C”.


n = 44

06. Resposta “D”.

n(FeB) = 45 e n(FeB -V) = 30 → n(FeBeV) = 15


n(FeV) = 17 com n(FeBeV) = 15 → n(FeV - B) = 2
n(F) = n(só F) + n(FeB-V) + n(FeV -B) + n(FeBeV)
60 = n(só F) + 30 + 2 + 15 → n(só F) = 13

Didatismo e Conhecimento 81
matemática e raciocínio lógico
Começa-se resolvendo pelo AB, então somente A = 40 – 14 = Note que o nome das variáveis não é importante. É equiva-
26 e somente B = 35 – 14 = 21. lente a:
Somando-se A, B e AB têm-se 61, então o O são 120 – 61 = - estudante (x): x é um estudante.
59 pessoas. - estudante(y): y é um estudante.

10. Resposta “A”. Para que possamos finalmente expressar em detalhes a sen-
- Jornal A → 0,8 – x tença apresentada no exemplo precisamos codificar o significado
- Jornal B → 0,6 – x de Todo e algum em Todo estudante é mais jovem do que algum
- Intersecção → x instrutor. Os quantificadores e fazem este trabalho:
: significa para todo;
Então fica: : significa existe.

(0,8 - x) + (0,6 - x) + x = 1 Os quantificadores e estão sempre ligados a alguma variável:


- x + 1,4 = 1 x
: para todo x;
- x = - 0,4 x
: existe um x (ou existe algum x).
x = 0,4.
Agora podemos finalmente codificar a sentença: Todo estu-
Resposta “40% dos alunos leem ambos os jornais”. dante é mais jovem do que algum instrutor. Da seguinte forma:

Lógica de Primeira Ordem x


(estudante (x) → (y (instrutor (y) Λ jovem (x, y))))

O cálculo proposicional possui limitações com respeito a Note que predicados diferentes podem ter um número distin-
codificação de sentenças declarativas. De fato, o cálculo proposi- to de argumentos: os predicados estudante e instrutor admitem
cional manipula de forma satisfatória componentes das sentenças apenas um argumento e por isto são chamados de predicados uná-
como não, e, ou, se ... então, mas certos aspectos lógicos que apa- rios, enquanto que o predicado jovem admite dois argumentos, e
recem em linguagens naturais ou artificiais são muito mais ricos. portanto é um predicado binário. O número de argumentos de um
Por exemplo, como expressar coisas do tipo: “Existe...” e “Para predicado é chamado sua aridade. Assim, os predicados unários
todo...” na lógica proposicional? têm aridade 1, enquanto que os predicados binários têm aridade
2, etc. No cálculo de predicados são permitidos predicados com
Exemplo: Considere a seguinte sentença declarativa: Todo es- qualquer aridade finita.
tudante é mais jovem do que algum instrutor. Na lógica proposi-
cional podemos identificar esta sentença com uma variável propo- Exemplo: Considere a sentença: Nem todos os pássaros po-
sicional p. No entanto, esta codificação não reflete os detalhes da dem voar. Escolhemos os seguintes predicados para expressar esta
estrutura lógica desta sentença. De que trata esta sentença? sentença:
- Ser um estudante.
- Ser um instrutor. - pássaro(x): x é um pássaro.
- Ser mais jovem do que alguém. - voar (x): x pode voar.

Para expressar estas propriedades utilizaremos predicados. Esta sentença pode ser codificada da seguinte forma:
Por exemplo, podemos escrever estudante (ana) para denotar que
Ana é uma estudante. Da mesma forma podemos escrever instrutor ¬(x (pássaro (x) → voar(x)))
(marcos) para denotar que Marcos é um instrutor. Por fim, pode-
mos escrever jovem (ana, marcos) para denotar que Ana é mais Exemplo: Uma outra maneira de expressar a mesma ideia da
jovem do que Marcos. Nestes exemplos, estudante, instrutor e jo- sentença anterior é dizer que: Existem alguns pássaros que não
vem são exemplos de predicados. Ainda precisamos codificar as podem voar. Esta última sentença pode ser codificada da seguinte
noções de “todo” e “algum”. Para isto introduziremos o conceito maneira:
de variável. Variáveis serão denotadas por letras latinas minúscu-
las do final do alfabeto: u, v, w, x, y, z (possivelmente acrescidas x
(pássaro (x) Λ ¬voar(x))
de sub-índices x1, x2, ...). Variáveis devem ser pensadas como “lu-
gares vazios” que podem ser preenchidos (ou instanciados) por Posteriormente veremos que as duas codificações dadas são
elementos concretos, como João, Maria, etc. Utilizando variáveis semanticamente equivalentes. De fato, existem transformações
podemos especificar o significado dos predicados estudante, ins- que convertem uma na outra.
trutor e jovem de uma maneira mais formal:
O vocabulário da lógica de primeira ordem consiste de três
- estudante (x): x é um estudante. conjuntos:

- instrutor (x): x é um instrutor. - Um conjunto P de símbolos de predicado;


- Um conjunto F de símbolos de função;
- jovem (x, y): x é mais jovem do que y. - Um conjunto C de constantes.

Didatismo e Conhecimento 82
matemática e raciocínio lógico
Onde cada símbolo de predicado e de função vem com sua - filho (x, y): x é filho de y.
aridade bem definida. Os predicados são casos especiais de fun- - pai (x, y): x é pai de y.
ção: enquanto as funções possuem contradomínio qualquer, os - irmão (x, y): x é irmão de y.
predicados têm contradomínio sempre igual a {V,F}. As constantes
são funções de aridade 0. Uma possível codificação para a sentença dada utilizando es-
tes predicados é:
Termos são definidos da seguinte forma:
- Qualquer variável é um termo; xy
(pai (x, João) Λ filho (y, x) → irmão (y, João))
- Se c F é uma função de aridade 0 então c é um termo;
- Se t1, ... , tn são termos e f F é uma função de aridade n > 0 Dizendo que: “para todo x e todo y, se x é o pai de João e se
então f (t1, ... , tn) é um termo. y é um filho de x então y é um irmão de João”. Representando a
- Nada mais é termo. noção de “pai” como função, que chamaremos de f: Neste caso,
f(x) retorna o pai de x. Note que isto funciona apenas porque o pai
Em BNF (Backus Naur form) temos: de uma dado x é único e está sempre definido, e portanto f é real-
mente uma função. Uma possível codificação para esta sentença é
t :: = x | c | f (t, ... , t) dada por:

Onde x percorre o conjunto de variáveis V, c percorre os sím- x


(filho (x, f(João) → irmão (y, João))
bolos de função de aridade 0 de F e f percorre os elementos de
aridade maior do que 0 de F. Significando que “para todo x, se x é um filho do pai de João
então x é um irmão de João. Esta codificação é menos complexa
Exemplo: Suponha que n, f e g são símbolos de função de que a anterior porque envolve apenas um quantificador.
aridade respectivamente igual a 0, 1 e 2. Então g (f (n), n) e f (g
(n, f (n))) são termos, mas g(n) e f (f (n), n) não são termos por Especificações formais em geral exigem um domínio de co-
nhecimento. Muitas vezes este conhecimento não está explicitado
violarem as aridades dos símbolos. A escolha dos conjuntos P e F
no domínio. Sendo assim, um especificador pode desconsiderar
para símbolos de predicado e de função é definida a partir do que
restrições importantes para um modelo ou implementação. Por
se pretende descrever.
exemplo, as codificações dadas no exemplo anterior podem pa-
recer corretas, mas e se x for igual a João? Se o domínio de rela-
Definimos o conjunto de fórmulas sobre o conjunto S = (F, P)
ções de parentesco não é um conhecimento comum o especificador
indutivamente da seguinte forma:
pode não notar que uma pessoa não pode ser irmão dela mesma.
- Se p P é um símbolo de predicado de aridade n > 0, e se t1,
A abrangência de x (respectivamente, x) em xΦ (respectiva-
... , tn são termos sobre F então p (t1, .... , tn) é uma fórmula.
mente, xΦ) é Φ. Uma ocorrência de uma variável ligada numa fór-
- Se Φ é uma fórmula então (¬Φ) é também uma fórmula. mula, é uma ocorrência de uma variável x, dentro do campo de
- Se Φ e ψ são fórmulas então (Φ Λ ψ), (Φ V ψ), (Φ → ψ) e abrangência de um quantificador x ou x. Uma ocorrência de uma
(Φ ↔ ψ) são fórmulas. variável livre é uma ocorrência de uma variável x não ligada.
- Se Φ é uma fórmula e x é uma variável então (xΦ) e (xΦ)
também são fórmulas. Exemplo: Na fórmula x (p(f(x), y) → q(x)), as duas ocorrên-
- Nada mais é fórmula. cias da variável x são ligadas, enquanto a ocorrência da variável
y é livre. Na fórmula x p(f(x), y) → q(x) a primeira ocorrência da
Em BNF temos: variável x é ligada, no entanto a segunda é livre.

Φ :: = p (t1, ... , tn) | (¬Φ) | (Φ Λ Φ) | (Φ V Φ) | (Φ → Φ) | (Φ Dada uma variável x, um termo t e uma fórmula Φ, definimos
↔ ψ) | ((xΦ) | ((xΦ) Φ [x/t] como sendo a fórmula obtida após substituir cada ocorrên-
cia livre de x em Φ por t.
Onde p é um símbolo de predicado de aridade n > 0, ti são
termos sobre F e x é uma variável. Exemplo: Considere novamente a fórmula x ((p(x) → q(x)) Λ
s(x, y)), que chamaremos simplesmente de Φ. Temos que Φ [x/f(x,
Adotaremos a seguinte prioridade de operadores: y)] = Φ. De fato, todas as ocorrências de x em Φ são ligadas, e
1. ¬, , ; portanto a substituição [x/f(x, y)] não tem nenhum efeito sobre esta
2. Λ, V; fórmula.
3. →, ↔.
Exemplo: Agora considere a fórmula (x (p(x) Λ q(x))) →
Exemplo: Considere a seguinte sentença: Todo filho de meu (¬p(x) V q(y)) que chamaremos simplesmente de ψ. Neste caso
pai é meu irmão. Podemos codificar esta fórmula de pelo menos temos uma ocorrência livre de x e, portanto [x/f(x, y)] é igual a (x
duas formas distintas: (p(x) Λ q(x))) → (¬p(f(x, y)) V q(y)). As substituições podem pro-
1. Representando a noção de “pai” como predicado: Neste duzir efeitos colaterais indesejados: Considere o termo f(x, y) e a
caso escolhemos três predicados: filho, pai e irmão com os se- fórmula y (p(x, y)). Então (y (p(x, y))) [x/f(x, y)] resulta na fórmula
guintes significados e aridades: (y (p(f(x, y), y))) se fizermos uma substituição “ingênua”. Observe

Didatismo e Conhecimento 83
matemática e raciocínio lógico
que o termo resultante possui uma semântica diferente da esperada Deve também haver um algoritmo que possa decidir se uma
porque a variável y do termo f(x, y) não corresponde a variável y aplicação dada de uma regra de inferência está correta ou não. É
quantificada universalmente na fórmula dada. Como resolver este importante notar que o cálculo de predicados pode ser formalizado
problema? de muitas maneiras equivalentes; não há nada canônico sobre os
axiomas e as regras de inferência propostos aqui, mas toda a for-
Dados um termo t, uma variável x e uma fórmula Φ, dizemos malização dará origem aos mesmos teoremas da lógica (e deduzirá
que t é livre para x em Φ se nenhuma ocorrência livre de x em Φ os mesmos teoremas a partir de um conjunto qualquer de axiomas
está no escopo de (y ou y para qualquer variável y que ocorra em t. não-lógicos).

Exemplo: Considere a fórmula s(x) Λ y (p(x) → q(y)), que pos- Alfabeto


sui duas ocorrências livres de x. A ocorrência de x mais a esquerda
poderia, por exemplo, ser substituída pelo termo f(y, y), no entanto O alfabeto de 1ª ordem, Σ, tem a seguinte constituição:
a outra ocorrência não poderia ser substituída por este termo por- Σ = X ΣC ΣF ΣR ΣL ΣP, onde
que tal substituição acarretaria captura da variável y. Quando pre-
X = {x, y, z, x1, x2, ..., y1, y2, ..., z1, z2, ...} é um conjunto enu-
cisamos realizar uma substituição de um termo t que não está livre
merável de variáveis;
para uma variável x em uma fórmula Φ, o que fazemos é renomear ΣC = {a, b, c, a1, a2, ..., b1, b2, ..., c1, c2, ...} é um conjunto de
as variáveis ligadas para evitar capturas: símbolos chamados de constantes;
ΣF = {F1, F2, ...} é um conjunto de símbolos ditos sinais fun-
Exemplo: No caso do exemplo anterior, a substituição de x por cionais;
f(y, y) em s(x) Λ y (p(x) → q(y)) pode ser resolvida renomeando a ΣR = {R1, R2, ...} é um conjunto de símbolos ditos sinais rela-
variável ligada y da fórmula para algum nome novo, por exemplo cionais ou predicativos;
: s(x) Λ (p(x) → q()). Agora a substituição pode ser realizada sem ΣL = {¬, Λ, V, →, ↔, , } é o conjunto de símbolos ditos sinais
provocar captura de variáveis. lógicos;
ΣP = {(,),,} é o conjunto de símbolos de pontuação.
O ingrediente novo da lógica de primeira ordem não encon-
trado na lógica proposicional é a quantificação: dada uma sentença As constantes, sinais funcionais e sinais predicativos consti-
Φ qualquer, as novas construções xΦ e xΦ - leia “para todo x, Φ” e tuem a coleção de sinais ditos símbolos não lógicos. Há diversas
“para algum x, Φ”, respectivamente são introduzidas. xΦ significa variações menores listadas abaixo:
que Φ é verdadeiro para todo valor de x e xΦ significa que há pelo O conjunto de símbolos primitivos (operadores e quantifica-
menos um x tal que Φ é verdadeiro. Os valores das variáveis são dores) varia frequentemente. Alguns símbolos primitivos podem
tirados de um universo de discurso pré-determinado. Um refina- ser omitidos, substituindo-os com abreviaturas adequadas; por
mento da lógica de primeira ordem permite variáveis de diferentes exemplo (p ↔ q) é uma abreviatura para (p → q) ∧ (q → p).
tipos, para tratar de diferentes classes de objetos. No sentido contrário, é possível incluir outros operadores como
símbolos primitivos, como as constantes de verdade ⊤ para “ver-
A lógica de primeira ordem tem poder expressivo suficiente dadeiro” e o ⊥ para “falso” (estes são operadores do aridade 0). O
para formalizar praticamente toda a matemática. Uma teoria de número mínimo dos símbolos primitivos necessários é um, mas se
primeira ordem consiste em um conjunto de axiomas (geralmente nós nos restringirmos aos operadores listados acima, seria neces-
finitos ou recursivamente enumerável) e de sentenças dedutíveis sário três; por exemplo, o ¬, o ∧, e o ∀ bastariam.
a partir deles. A teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel é um Alguns livros mais velhos usam a notação Φ ⊃ ψ para Φ →
ψ, ~Φ para ¬Φ, Φ & ψ para Φ ∧ ψ, e uma riqueza de notações
exemplo de uma teoria de primeira ordem, e aceita-se geralmen-
para os quantificadores; por exemplo, ∀xΦ pode ser escrito como
te que toda a matemática clássica possa ser formalizada nela. Há
(x)Φ. A igualdade é às vezes considerada como parte da lógica de
outras teorias que são normalmente formalizadas na lógica de pri-
primeira ordem; Neste caso, o símbolo da igualdade será incluído
meira ordem de maneira independente (embora elas admitam a no alfabeto, e comportar-se-á sintaticamente como um predicado
implementação na teoria dos conjuntos) tais como a aritmética de binário. Assim a LPO será chamada de lógica de primeira ordem
Peano. Um cálculo de predicados consiste em: com igualdade. As constantes são na verdade funções de aridade
- regras de formação (definições recursivas para dar origem a 0, assim seria possível e conveniente omitir constantes e usar as
fórmulas bem-formadas ou FBFs). funções que tenham qualquer aridade. Mas é comum usar o termo
- regras de transformação (regras de inferência para derivar “função” somente para funções de aridade 1. Na definição acima,
teoremas). as relações devem ter pelo menos aridade 1. É possível permitir
- axiomas. relações de aridade 0; estas seriam consideradas variáveis propo-
sicionais.
Os axiomas considerados aqui são os axiomas lógicos que fa- Há muitas convenções diferentes sobre onde pôr parênteses;
zem parte do cálculo de predicados. Além disso, os axiomas não- por exemplo, se pode escrever ∀x ou (∀x). Às vezes se usa dois
-lógicos são adicionados em teorias de primeira ordem específicas: pontos ou ponto final ao invés dos parênteses para criar fórmulas
estes não são considerados como verdades da lógica, mas como não ambíguas. Uma convenção interessante, mas incomum, é a
verdades da teoria particular sob consideração. Quando o conjunto “notação polonesa”, onde se omite todos os parênteses, e escreve-
dos axiomas é infinito, requer-se que haja um algoritmo que possa -se o ∧, ∨, e assim por diante na frente de seus argumentos. A
decidir para uma fórmula bem-formada dada, se ela é um axioma notação polonesa é compacta e elegante, mas rara e de leitura com-
ou não. plexa.

Didatismo e Conhecimento 84
matemática e raciocínio lógico
Uma observação técnica é que se houver um símbolo de fun- A linguagem dos grupos abelianos ordenados tem uma cons-
ção de aridade 2 que representa um par ordenado (ou símbolos de tante 0, uma função unária −, uma função binária +, e uma relação
predicados de aridade 2 que representam as relações de projeção binária ≤. Assim:
de um par ordenado) então se pode dispensar inteiramente as fun- - [0, x, y são termos atômicos];
ções ou predicados de aridade > 2. Naturalmente o par ou as proje- - [+ (x, y), + (x, + (y, − (z))) são termos, escritos geralmente
ções necessitam satisfazer aos axiomas naturais. como x + y, x + (y + (−z))];
Os conjuntos das constantes, das funções, e das relações com- - [= (+ (x, y), 0), ≤ (+ (x, + (y, − (z))), + (x, y)) são fórmulas
põem a assinatura e são geralmente considerados para dar forma a atômicas, escritas geralmente como x + y = 0, x + y - z ≤ x + y,];
uma linguagem, enquanto as variáveis, os operadores lógicos, e os - [(∀x ∃y ≤ (+ (x, y), z)) ∧ (∃x = (+ (x, y), 0)) é uma fór-
quantificadores são geralmente considerados para pertencer à lógi- mula, escrita geralmente como (∀x ∃y (x + y ≤ z)) ∧ (∃x (x +
ca. Uma estrutura dá o significado semântico de cada símbolo da y = 0))].
assinatura. Por exemplo, a linguagem da teoria dos grupos consiste
Substituição: Se t é um termo e Φ(x) é uma fórmula que
de uma constante (elemento da identidade), de uma função de ari-
contém possivelmente x como uma variável livre, então Φ(t) se
dade 1 (inverso), de uma função de aridade 2 (produto), e de uma
definido como o resultado da substituição de todas as instâncias
relação de aridade 2 (igualdade), que seria omitida pelos autores
livres de x por t, desde que nenhuma variável livre de t se torne li-
que incluem a igualdade na lógica subjacente. gada neste processo. Se alguma variável livre de t se tornar ligada,
então para substituir t por x é primeiramente necessário mudar os
Regras de Formação nomes das variáveis ligadas de Φ para algo diferente das variáveis
livres de t. Para ver porque esta condição é necessária, considere
As regras de formação definem os termos, fórmulas, e as va- a fórmula Φ(x) dada por ∀y y ≤ x (“x é máximal”). Se t for um
riáveis livres como segue. O conjunto dos termos é definido recur- termo sem y como variável livre, então Φ(t) diz apenas que t é ma-
sivamente pelas seguintes regras: ximal. Entretanto se t é y, a fórmula Φ(y) é ∀y y ≤ y que não diz
- Qualquer constante é um termo (sem variáveis livres). que y é máximal. O problema de que a variável livre y de t (=y) se
- Qualquer variável é um termo (cuja única variável livre é transformou em ligada quando nós substituímos y por x em Φ(x).
ela mesma). Assim, para construir Φ(y) nós devemos primeiramente mudar a
- Toda expressão f (t1,…, tn) de n ≥ 1 argumentos (onde cada variável ligada y de Φ para qualquer outra coisa, por exemplo a
argumento ti é um termo e f é um símbolo de função de aridade n) variável z, de modo que o Φ(y) seja então ∀z z ≤ y. Esquecer desta
é um termo. Suas variáveis livres são as variáveis livres de cada condição é uma causa notória de erros.
um dos termos ti.
- Cláusula de fechamento: Nada mais é um termo. Igualdade: Há diversas convenções diferentes para se usar
a igualdade (ou a identidade) na lógica de primeira ordem. Esta
O conjunto das fórmulas bem-formadas (chamadas geralmen- seção resume as principais. Todas as convenções resultam mais
te FBFs ou apenas fórmulas) é definido recursivamente pelas se- ou menos no mesmo com mais ou menos a mesma quantidade de
guintes regras: trabalho, e diferem principalmente na terminologia. A convenção
- Predicados simples e complexos: se P for uma relação de ari- mais comum para a igualdade é incluir o símbolo da igualdade
dade n ≥ 1 e os ai são os termos então P (a1, ..., an) é bem formada. como um símbolo lógico primitivo, e adicionar os axiomas da
Suas variáveis livres são as variáveis livres de quaisquer termos ai. igualdade aos axiomas da lógica de primeira ordem. Os axiomas
Se a igualdade for considerada parte da lógica, então (a1 = a2) é de igualdade são
bem formada. Tais fórmulas são ditas atômicas. x=x
x = y → F(…, x, …) = F(…, y, …) para qualquer função F
- Cláusula indutiva I: Se Φ for uma FBF, então ¬Φ é uma FBF.
x = y → (R(…, x, …) → R(…, y, …)) para qualquer relação R
Suas variáveis livres são as variáveis livres de Φ.
(incluindo a própria igualdade)
- Cláusula indutiva II: Se Φ e ψ são FBFs, então (ψ ∧ Φ), (ψ
V Φ), (ψ → Φ), (ψ ↔ Φ) são FBFs. Suas variáveis livres são as A próxima convenção mais comum é incluir o símbolo da
variáveis livres de Φ e de ψ. igualdade como uma das relações de uma teoria, e adicionar os
- Cláusula indutiva III: Se Φ for uma FBF e x for um variável, axiomas da igualdade aos axiomas da teoria. Na prática isto é qua-
então ∀xΦ e xΦ são FBFs, cujas variáveis livres são as variáveis se idêntico à da convenção precedente, exceto no exemplo inco-
livres de Φ com exceção de x. Ocorrências de x são ditas ligadas mum de teorias com nenhuma noção de igualdade. Os axiomas
ou mudas (por oposição a livre) em ∀xΦ e xΦ. são os mesmos, e a única diferença é se eles serão chamados de
- Cláusula de fechamento: Nada mais é uma FBF. axiomas lógicos ou de axiomas de teoria. Nas teorias sem funções
e com um número finito de relações, é possível definir a igualdade
Na prática, se P for uma relação de aridade 2, nós escrevemos em termos de relações, definindo os dois termos s e t como iguais
frequentemente “a P b” em vez de “P a b”; por exemplo, nós se qualquer relação continuar inalterada ao se substituir s por t em
escrevemos 1 < 2 em vez de < (1 2). Similarmente se f for uma qualquer argumento. Por exemplo, em teoria dos conjuntos com
função de aridade 2, nós escrevemos às vezes “a f b” em vez de uma relação ∈, nós definiríamos s = t como uma abreviatura para
“f (a b)”; por exemplo, nós escrevemos 1 + 2 em vez de + (1 2). ∀x (s ∈ x ↔ t ∈ x) ∧ ∀x (x ∈ s ↔ x ∈ t). Esta definição de
É também comum omitir alguns parênteses se isto não conduzir à igualdade satisfaz automaticamente os axiomas da igualdade. Em
ambiguidade. Às vezes é útil dizer que “P(x) vale para exatamen- algumas teorias é possível dar definições de igualdade ad hoc. Por
te um x”, o que costuma ser denotado por ∃!xP(x). Isto também exemplo, em uma teoria de ordens parciais com uma relação ≤ nós
pode ser expresso por ∃x (P (x) ∀y (P (y) → (x = y))). Exemplos: poderíamos definir s = t como uma abreviatura para s ≤ t ∧ t ≤ s.

Didatismo e Conhecimento 85
matemática e raciocínio lógico
Regras de Inferência

A regra de inferência modus ponens é a única necessária para a lógica proposicional de acordo com a formalização proposta aqui. Ela
diz que se Φ e Φ → ψ são ambos demonstrados, então pode-se deduzir ψ. A regra de inferência chamada Generalização Universal é carac-
terística da lógica de primeira ordem:

Se ╞ Φ, então ╞ ∀xΦ

onde se supõe que Φ é um teorema já demonstrado da lógica de primeira ordem. Observe que a Generalização é análoga à regra da
necessitação da lógica modal, que é:

Se ╞ P, então ╞ ∀xP

Limitações: Apesar da Lógica de Primeira Ordem ser suficiente para formalizar uma grande parte da matemática, e também ser comu-
mente usada em Ciência da Computação e outras áreas, ela tem as suas limitações. Suas limitações incluem limitações em sua expressivida-
de e limitações com relação aos fragmentos das línguas naturais que pode descrever.

Expressividade: O teorema de Löwenheim–Skolem mostra que se uma teoria de primeira ordem tem um modelo infinito, então a teoria
também tem modelos de todas as cardinalidades infinitas. Em particular, nenhuma teoria de primeira ordem com um modelo infinito pode
ser categórica. Assim, não há uma teoria de primeira ordem cujo único modelo tem o conjunto dos números naturais como domínio, ou
cujo único modelo tem o conjunto dos números reais como domínio. Várias extensões da Lógica de Primeira-Ordem, incluindo a Lógica
de Ordem Superior e a Lógica Infinitária, são mais expressivas no sentido de que elas admitem axiomatizações categóricas dos números
naturais ou reais. Essa expressividade tem um custo em relação às propriedades meta-lógicas; de acordo com o Teorema de Lindström,
qualquer lógica que seja mais forte que a lógica de primeira ordem falhará em validar o teorema da compaccidade ou em validar o teorema
de Löwenheim–Skolem.

Formalizando as Línguas Naturais

A lógica de primeira ordem é capaz de formalizar vários quantificadores na lingua natural, como “todas as pessoas que moram em Paris,
moram na França”. Mas existem várias características que não podem ser expressas na lógica de primeira ordem. “Qualquer sistema lógico
que é apropriado para analisar línguas naturais, precisa de uma estrutura muito mais rica que a lógica de primeira ordem” (Gamut 1991).

Tipo Exemplo Comentário


Quantificadores Se Rafael for satisfeito consigo mesmo, Requer quantificadores sobre os predicados, os quais não
sobre as proprie- então ele tem pelo menos uma coisa em podem ser implementados com a lógica de primeira ordem
dades comum com Roberta (unicamente ordenada): Zj→ ∃X(Xj∧Xp)
Quantificadores Requer quantificadores sobre os predicados, os quais não
Papai Noel tem todos os atributos de um
sobre as proprie- podem ser implementados com a lógica de primeira ordem
sadista
dades (unicamente ordenada): ∀X(∀x(Sx → Xx)→Xs)
Não pode ser analisado como Wj ∧ Qj; predicados adver-
Predicado adver-
Luiz está andando rápido biais não são a mesma coisa que predicados de segunda
bial
ordem, como cores
Não podem ser analisados como Sj ∧ Ej; predicados adje-
Adjetivo Relativo Jumbo é um elefante pequeno tivados não são a mesma coisa que predicados de segunda
ordem, como cores
Modificador do
predicado adver- Anderson está andando muito rápido -
bial
Uma expressão como “extremamente” , quando usado com
Modificador do
Roberta é extremamente pequena um adjetivo relativo “pequena”, resulta em um novo adjeti-
adjetivo relativo
vo relativo: “extremamente pequena”
A preposição “ao lado de” quando aplicada a Luiz, resulta
Preposições Alberto está sentado ao lado de Danilo
em um predicado adverbial “ao lado de Luiz”

Didatismo e Conhecimento 86
matemática e raciocínio lógico
Axiomas e Regras Há muitas maneiras diferentes (mas equivalentes) de definir
provabilidade. A definição acima é um exemplo típico do cálculo
Os cinco axiomas lógicos mais as duas regras de inferência no estilo de Hilbert, que tem muitos axiomas diferentes, mas pou-
seguintes caracterizam a lógica de primeira ordem: cas regras de inferência. As definições de demonstrabilidade para a
lógica de primeira ordem nos estilos de Gentzen (dedução natural
Axiomas: e cálculo de sequentes) são baseadas em poucos ou nenhum axio-
mas, mas muitas regras de inferência.

Algumas Equivalências

Regras de Inferência
!, ! → !
Modus Ponens: !": !
!
!
Generalização Universal: !"#: !
∀!.!
Algumas Regras de Inferência
Estes axiomas são na realidade esquemas de axiomas. Cada
letra grega pode ser uniformemente substituída, em cada um dos
axiomas acima, por uma FBF qualquer, e uma expressão do tipo α
[t:= x] denota o resultado da substituição de x por t na fórmula α.

Cálculo de Predicados
∀!"(!) → !(!) (se ! c for uma variável, então não deve ser
O cálculo de predicado é uma extensão da lógica proposicio-
quantificada em P(x)).
nal que define quais sentenças da lógica de primeira ordem são
demonstráveis. É um sistema formal usado para descrever as teo- !(!) → ∃!"(!) !(x não deve aparecer livre em P(c)).
rias matemáticas. Se o cálculo proposicional for definido por um
conjunto adequado de axiomas e a única regra de inferência modus QUESTÕES
ponens (isto pode ser feito de muitas maneiras diferentes, então
o cálculo de predicados pode ser definido adicionando-se alguns 01. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) Parte superior do for-
axiomas e uma regra de inferência “generalização universal”. Mais mulário
precisamente, como axiomas para o cálculo de predicado, teremos: Dadas as sentenças A e B da lógica de primeira ordem, onde
- Os axiomas circunstanciais do cálculo proposicional (A1, A é a sentença e B é a sentença , tem-se que
A2 e A3); (A) A é consequência da lógica de B.
- Os axiomas dos quantificadores (A4 e A5); (B) B é consequência da lógica de A.
- Os axiomas para a igualdade propostos em seção anterior, se (C) A é consequência da lógica de B.
a igualdade for considerada como um conceito lógico. (D) B é consequência da lógica de A.
(E) B é consequência da lógica de A.
Uma sentença será definida como demonstrável na lógica de
primeira ordem se puder ser obtida começando com os axiomas 02. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) Parte superior do for-
do cálculo de predicados e aplicando-se repetidamente as regras mulário
de inferência “modus ponens” e “generalização universal”. Se nós Considere o conjunto de conectivos lógicos da lógica sen-
tivermos uma teoria T (um conjunto de sentenças, às vezes chama- tencial. Por definição, um conjunto de operadores B é completo
das axiomas) então uma sentença Φ se define como demonstrável se somente se todos os operadores de A podem ser expressos em
na teoria T se a ∧ b ∧ ...→ Φ é demonstrável na lógica de primei- função do(s) operador(es) de B. Analise as afirmativas a seguir:
ra ordem (relação de consequência formal), para algum conjunto I- é um conjunto de operadores completo.
finito de axiomas a, b, ... da teoria T. Um problema aparente com II- é um conjunto de operadores completo.
esta definição de “demonstrabilidade” é que ela parece um tanto ad III- é um conjunto de operadores completo.
hoc: nós tomamos uma coleção aparentemente aleatória de axio- IV- é um conjunto de operadores completo.
mas e de regras de inferência, e não é óbvio que não tenhamos aci- V- é um conjunto de operadores completo.
dentalmente deixado de fora algum axioma ou regra fundamental.
O teorema da completude de Gödel nos assegura de que este Conclui-se que
não é realmente um problema: o teorema diz que toda sentença ver-
dadeira em todos os modelos é demonstrável na lógica de primeira (A) uma das afirmativas acima é verdadeira e quatro são falsas.
ordem. Em particular, toda definição razoável de “demonstrável” (B) duas das afirmativas acima são verdadeiras e três são falsas.
na lógica de primeira ordem deve ser equivalente à definição aci- (C) três das afirmativas acima são verdadeiras e duas são falsas.
ma (embora seja possível que os comprimentos das derivações (D) quatro das afirmativas acima são verdadeiras e uma é falsa.
difira bastante para diferentes definições de demonstrabilidade). (E) todas as afirmativas acima são verdadeiras.

Didatismo e Conhecimento 87
matemática e raciocínio lógico
03. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) Parte superior do for- 06. (CESPE - SECONT-ES - Auditor do Estado) Se a proposi-
mulário Considere as premissas: ção simbolizada por A ∧ B → C for um argumento válido, então a
Premissa 1: as premissas 2 e 3 são verdadeiras. proposição A ∧ B ∧ (C) será falsa.
Premissa 2: das premissas 3 e 4, uma delas é verdadeira e a ( ) Certo ( ) Errado
outra, falsa.
Premissa 3: as premissas 1 e 4 são ambas verdadeiras ou am- 07. (CESPE - TRE-MA – Técnico Judiciário) Com base nas
bas falsas. regras da lógica sentencial, assinale a opção que corresponde à ne-
Premissa 4: as premissas 1 e 3 são ambas falsas. gação da proposição “Mário é contador e Norberto é estatístico”.
(A) Se Mário não é contador, então Norberto não é estatístico.
Sabendo-se que cada premissa acima é exclusivamente verda- (B) Mário não é contador e Norberto não é estatístico.
deira ou exclusivamente falsa, são verdadeiras APENAS as pre- (C) Se Mário não é contador, então Norberto é estatístico.
missas: (D) Se Mário é contador, então Norberto não é estatístico.
(A) 1 e 2. (E) Se Mário é contador, então Norberto é estatístico.
(B) 1 e 3.
(C) 2 e 3. 08. (FCC - TCE-GO - Técnico de Controle Externo) São
(D) 2 e 4. dadas as afirmações:
(E) 3 e 4. - Toda cobra é um réptil.
- Existem répteis venenosos.
04. (CESPE - TRE-MG – Técnico Judiciário) Considere as
sentenças apresentada a seguir. Se as duas afirmações são verdadeiras, então, com certeza,
G - O preço do combustível automotivo é alto. também é verdade que
M - Os motores dos veículos são econômicos. (A) Se existe uma cobra venenosa, então ela é um réptil.
I - Há inflação geral de preços. (B) toda cobra é venenosa.
C - O preço da cesta básica é estável. (C) algum réptil venenoso é uma cobra.
(D) qualquer réptil é uma cobra.
Admitindo que os valores lógicos das proposições compostas
(E) Se existe um réptil venenoso, então ele é uma cobra.
(M ∨ G) → (C ∧ I), I → (C ∧ G), G → M e C ∨ M são verda-
deiros, assinale a opção correta, considerando que, nessas propo-
09. (FCC - TCE-GO - Técnico de Controle Externo) No pró-
sições, os símbolos ∨ e ∧ representam os conectivos “ou” e “e”,
ximo domingo, Dona Marieta completará 100 anos de idade e sua
respectivamente, e o símbolo ¬ denota o modificador negação.
bisneta Julieta resolveu presenteá-la construindo a árvore genea-
(A) os motores dos veículos são econômicos e não há inflação
lógica de seus descendentes. Para tal, Julieta usou as seguintes
geral de preços.
informações:
(B) o preço da cesta básica não é estável e há inflação geral
- Dona Marieta teve 10 filhos, três dos quais não lhe deram
de preços.
netos e cada um dos demais lhe deu 3 netos;
(C) o preço do combustível automotivo é alto e os motores dos
- Apenas quatro dos netos de Dona Marieta não tiveram filhos,
veículos não são econômicos.
(D) os motores dos veículos são econômicos e o preço da ces- enquanto que cada um dos demais lhe deu 5 bisnetos;
ta básica não é estável. - Dos bisnetos de Dona Marieta, apenas nove não tiveram fi-
(E) o preço da cesta básica é estável e o preço do combustível lhos e cada um dos outros teve 2 filhos;
automotivo é alto. - Os tataranetos de Dona Marieta ainda não têm filhos.

05. (FCC - TRE-PI - Técnico Judiciário) Todos os advogados Nessas condições, é correto afirmar que o total de descenden-
que trabalham numa cidade formaram- se na universidade X. Sabe- tes de Dona Marieta é:
-se ainda que alguns funcionários da prefeitura dessa cidade são (A) 277
advogados. A partir dessas informações, é correto concluir que, (B) 272
necessariamente, (C) 268
(A) existem funcionários da prefeitura dessa cidade formados (D) 264
na universidade X. (E) 226
(B) todos os funcionários da prefeitura dessa cidade formados
na universidade X são advogados. 10. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) x ↔ y possui a mesma
(C) todos os advogados formados na universidade X traba- tabela verdade que:
lham nessa cidade. (A) x → y
(D) dentre todos os habitantes dessa cidade, somente os advo- (B) x → y
gados formaram-se na universidade X. (C) (x → y) ∨ y
(E) existem funcionários da prefeitura dessa cidade que não se (D) (x → y) ∧ (y → x)
formaram na universidade X. (E) (x → y) ∨ (y → x)

Didatismo e Conhecimento 88
matemática e raciocínio lógico
Respostas

01. Resposta “A”.


Sentenças:

03. Resposta “D”.

Premissa 1: as premissas 2 e 3 são verdadeiras. FALSO (ape-


Para saber qual sentença manipular, é preciso lembrar algu- nas a premissa 2 é verdadeira a 3 é falsa);
mas regras: Premissa 2: das premissas 3 e 4, uma delas é verdadeira e a
(1) ¬∃xp(x) = ∀x¬p(x) outra é falsa. VERDADEIRA (a premissa 3 é falsa e a 4 é verda-
(2) ¬∀xp(x) = ∃x¬p(x) deira);
Premissa 3: as premissas 3 e 4 são ambas verdadeiras ou am-
Para a sentença A ser “transformada”, seria necessário intro- bas falsas. FALSO (premissa 3 é falsa e a 4 é verdadeira);
duzir uma negação dupla (¬¬). Observando a regra (1), percebe-se Premissa 4: as premissas 1 e 3 são ambas falsas. VERDA-
que a sentença B pode ser “transformada” sem a necessidade de DEIRA.
utilização de uma negação dupla. Com isso, selecionamos a sen-
tença B para efetuar a manipulação. Manipulando a sentença B: Normalmente ler as premissas em ordem inversa facilita a res-
posta.
¬∃x¬p(x) ∨∀xq(x) Premissa 4: afirma que 1 e 3 são falsas, portanto 2 deverá ser
∀x¬¬p(x) ∨∀xq(x) verdadeira.
∀x(¬¬p(x) ∨q(x)) Premissa 3: contraditória com a P4 - Falsa.
∀x(¬¬p(x) ∨q(x)) Premissa 2: até aqui a 4 é verdadeira e a 3 falsa – Verdadeira.
Premissa 1: contraditória com a P4 – Falsa.
Obs.:
04. Resposta “A”.
(¬p(x) ∨ q(x) = p(x) → q(x))
∀x (¬p(x) → q(x)) - Atribui-se verdadeiro para todas as sentenças simples, ou
seja, G, M, I, C - são a princípio (V).
Logo, a sentença A é consequência da lógica de B. É - Comece pela primeira sentença composta: M ∨ ~G então
importante mencionar que não foram introduzidos elementos C ∧ G - Por essa sentença conclui-se que atribuindo à sentença
adicionais (negação dupla, por exemplo) na sentença original para I como verdadeira essa sentença composta seria falsa e como a
se chegar ao resultado. Com isso, podemos afirmar que a sentença questão afirma que todas as compostas são verdadeiras, então I
A é consequência da lógica (manipulação direta) de B. = Falsa e ~I = V, daí a sentença seria verdadeira, ou seja: Não há
inflação geral de preços.
- Na segunda sentença composta: I então ~C ∧ G - consi-
derando I (falsa) o resultado era verdadeiro para a sentença inde-
pendente de ser Falso ou Verdadeiro a 2ª parte - por isso não tinha
São equivalências lógicas, ou seja, elas são bidirecionais. ainda argumento válido.
Dessa forma, pode-se concluir que a alternativa correta é a “A”, - Na terceira sentença: G então M - se considerar M verdadeira
(B → A). então G pode ser falso ou Verdadeiro.
- Na quarta sentença: ~C ∨ M - se considerar M verdadeira
02. Resposta “C”. então ~C pode ser falso ou verdadeiro (mas como na primeira sen-
tença já considera C como verdadeira), ou seja: Os motores dos
Dizemos que um conjunto de operadores é completo se com veículos são econômicos.
eles pode exprimir as operações conjunção, disjunção e negação,
que são: ∨, ∧,¬ e nand (não é). O enunciado da questão diz:
I - Verdadeiro; 1) Se (M ∨ ~G) então (C ∧ ~ I) que equivale a: Se (Se G
II - Verdadeiro; então M ) então ~(Se C então I);
III - Falso; 2) Se I então (~C ∧ G) que;
IV - Verdadeiro; 3) Se G então M;
4) ~C ∨ M que.
V - Falso.
Precisa-se somente das proposições 1 e 3. Inicia-se pela pro-
Na lógica, um grupo de conectivos tem a propriedade da com-
posição 3. Supunha que o G era verdadeiro, desta forma o M só
pletude funcional se todos outros conectivos possíveis podem ser poderia ser verdadeiro. Caso contrário a proposição se tornaria
definidos em função dele. Os conjuntos {nand}, {nor}, {∨, ¬ }, falsa.
{∧, ¬} e {→, ¬ } possuem a propriedade da completude funcio- Então para a proposição 1: Como a primeira parte é verdadeira
nal. Demonstração da completude funcional em um conjunto: a segunda só poderia ser verdadeira, ou seja ~(se C então I) tam-
Utilizando apenas a negação (¬) e a implicação (→) podemos bém tinha que ser verdadeira.
gerar todas as outras operações.

Didatismo e Conhecimento 89
matemática e raciocínio lógico
Como tem o “~” na frente, Se C então I tem que ser falsa. E - uma disjunção - Não P ou Não Q.
para ser falsa I deve ser falso e C deve ser verdadeira. Desta forma
descobre-se o valor real de cada proposição. Mário é contador e Norberto é estatístico.
P e Q = P e não Q, portanto:
05. Resposta “A”. Se Mário é contador, então Norberto não é estatístico.

Quando temos a expressão “Todo” e “Todo”, a resposta tem Considerando:


que obrigatoriamente ter a expressão “Todo” e não pode aparecer P: “Mário é contador”.
a expressão comum. Ex.: Todo indivíduo que fuma tem bronquite. Q: “Norberto é estatístico”.
Todo indivíduo que tem bronquite costuma faltar ao trabalho. Ex- A negação de P ∧ Q é ~P “ou” ~Q.
pressão comum: bronquite. Logo: Todo indivíduo que fuma costu-
ma faltar ao trabalho. A partir daí basta transformar ~P “ou” ~Q em sua proposição
Quando temos as expressões “Todo” e “Algum”, na resposta equivalente: P “se então” ~Q.
prevalece o “Algum” e não pode aparecer a expressão comum. Na
questão acima, descartamos a “B” e a “C”, pois começam com 08. Resposta “A”.
“Todo”. Depois descartamos “D” pois aparece a expressão comum
“advogados”. Depois descartamos a “E” pois aparece uma nega- (A) Verdade, toda cobra é um réptil.
ção “não se formaram na universidade x”. Resumo: Se as duas afirmações são verdadeiras, então, com certeza,
Todo e Todo = Todo também é verdade que
Todo e Nenhum = Nenhum - Se existe uma cobra venenosa (P), então ela é um réptil (Q).
Algum e Todo = Algum (P → Q = V). Obs: segundo as afirmações “dadas” não se pode
Algum e Nenhum = Algum Não determinar se P é V ou F, no entanto isto não altera a correção da
assertiva.
Se todos os advogados são formados na universidade X e se
existem funcionários da prefeitura que são advogados, logo, cer-
(B) Falsa = nem toda cobra é venenosa.
tamente existem funcionários da prefeitura dessa cidade formados
(C) Falsa = nem todo réptil venenoso é cobra (há lagartos ve-
na universidade X. Com relação a letra “E”, temos que não neces-
nenosos, répteis e não são cobras).
sariamente os outro funcionários que não são advogados não se
No contexto geral, esta afirmação poderia ser considerada
formaram na universidade X, pois nada garante que eles tenham se
verdadeira, mas segundo as afirmações “dadas” pela questão ela
formado nesta universidade ou não, como deixa dúvida, esta não
pode ser necessariamente correta. é falsa, pois não é mencionada qualquer ligação entre o grupo das
cobras e dos répteis venenosos; A cobra é um réptil; Alguns répteis
06. Resposta “Certo”. são venenosos; mas embasando-se somente nestas duas afirmações
não há como se garantir que Algum réptil venenoso é uma cobra.
Um argumento válido considere todas as premissas verdadei- (D) Falsa = nem todo réptil é uma cobra (Jacaré é réptil).
ras, e a conclusão terá que ser verdadeira. (E) Falsa = nem todo réptil venenoso é cobra (há lagartos ve-
V∨V nenosos, são répteis e não são cobras).
A ∧ B → C (Argumento válido)
A ∧ B ∧ (~C)
V ∧ V ∧ (~V)
V ∧ F = F (Falsa)

Nota-se que na proposição composta que a alternativa diz


ser falsa só foi usado o conectivo E (∧), isto torna a questão fá-
cil, ou seja, tanto o A, o B e a negação de C têm que ter valores
verdadeiros para a proposição ser verdadeira (regra do conectivo
E). Se a negação de C tem que ser verdade, logo, o C é falso. Se
o C é falso, A ∧ B não pode ser verdadeiro, pois V então F, que
é o argumento válido trazido pela questão, é falso. Se a questão
diz que o argumento é válido, ele realmente é válido, temos que
acreditar nisso, logo, o valor de A ∧ B tem que ser falso obrigato- Um grande conjunto é o dos répteis, obrigatoriamente o con-
riamente, senão o argumento não é válido. Se A ∧ B tem que ser junto das cobras, que é menor, estará totalmente dentro do conjunto
falso, significa que ou o A ou o B tem que ser falso (regra do E, um dos répteis. Já o conjunto dos Venenosos existem 3 possibilidades:
falso tudo falso). Sendo ou o A ou o B falso, torna a proposição A 1 - o conjunto dos venenosos estar totalmente dentro do con-
∧ B ∧ ~C falsa. junto dos répteis, mas não se mistura com o conjunto das cobras,
ou seja, são dois conjuntos dentro do grande conjunto que é o dos
07. Resposta “D”. répteis;
2 - o conjunto dos venenosos estar parcialmente dentro do
A negativa de uma conjunção pode ser: conjunto dos répteis, mas não se mistura com o conjunto das co-
- uma condicional - afirma a 1ª parte e nega a 2ª parte = P bras, ou seja, um conjunto (cobras) dentro do conjunto dos répteis
então não Q. e outro (venenosos) parcialmente dentro e fora (como na figura).

Didatismo e Conhecimento 90
matemática e raciocínio lógico
3 - o conjunto dos venenosos estar totalmente dentro do con- Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos resultados
junto dos répteis, e parcialmente, também, dentro do conjunto das possíveis.
cobras. Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos resultados
4 - o conjunto dos venenosos estar totalmente dentro do con- possíveis; será representado por S e o número de elementos do
junto dos répteis e totalmente dentro do conjunto das cobras. espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do espaço
Logo, a única coisa que conseguimos garantir dentre as al- amostral; será representado por A e o número de elementos do
ternativas é que “todas as cobras são répteis”, elas podem ser ou evento por n(A).
não venenosas e os venenosos podem ou não ser répteis e podem
ou não ser cobras. Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, portanto
são eventos.
09. Resposta “C”. Ø = evento impossível.
S = evento certo.
Dona Marieta teve 10 filhos = 7 férteis e 3 inférteis.
Sete férteis tiveram 21 filhos = 17 férteis e 4 inférteis. Conceito de Probabilidade
Dezessete férteis tiveram 85 filhos = 76 férteis e 9 inférteis.
Setenta e seis férteis tiveram 152 filhos = 152 férteis. As probabilidades têm a função de mostrar a chance de ocor-
Descendentes = férteis + inférteis = 252 + 16 = 268 descen- rência de um evento. A probabilidade de ocorrer um determinado
dentes. evento A, que é simbolizada por P(A), de um espaço amostral S ≠
Ø, é dada pelo quociente entre o número de elementos A e o núme-
Seguindo os passos: ro de elemento S. Representando:
- Dona Marieta teve 10 filhos, três dos quais não lhe deram !(!)
netos e cada um dos demais lhe deu 3 netos; dos 10 filhos de Dona ! ! = !
!(!)
Marieta 3 não lhe deram netos, enquanto que 7 lhe deram 3 netos
“cada”, então fazemos o seguinte cálculo: 7. 3 = 21 netos. Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a
- Apenas quatro dos netos de Dona Marieta não tiveram filhos, 6, e observar o lado virado para cima, temos:
enquanto que cada um dos demais lhe deram 5 bisnetos; Sabemos - um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
que Dona Marieta teve 21 netos, mas, desses 21, quatro não tive- - um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2, 4, 6}
ram filhos, enquanto que os outros 17 lhe deram 5 bisnetos cada: C S.
17. 5 = 85 bisnetos. - o número de elementos do evento número par é n(A1) = 3.
- Dos bisnetos de Dona Marieta, apenas nove não tiveram fi- - a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
lhos e cada um dos outros tiveram 2 filhos; Dona Marieta teve 85
bisnetos, e desses 85 nove não tiveram filhos, o que implica que 76 !(!! ) ! !
! ! = =!=!
tiveram 2 filhos “cada”: 76 . 2 = 152 tataranetos. !(!)
- Os tataranetos de Dona Marieta ainda não têm filhos. Como !
os tataranetos não tiveram filhos, então somamos os filhos, netos, Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio
bisnetos e tataranetos: 10 + 21 + 85 + 152 = 268.
- Em um evento impossível a probabilidade é igual a zero. Em
10. Resposta “D”. um evento certo S a probabilidade é igual a 1. Simbolicamente:
P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
Segundo Sérates (1997), a conjunção da sentença x → y com - Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) ≤ 1.
a sentença y → x resulta na sentença x y. Assim, (x → y) ∧ (y → - Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) = 1 -
x) equivale a x y. P(A).
x se e somente se y: somente admite resposta verdadeira quan-
do ambas possuem o mesmo sinal. Tabela verdade: tabela verdade Demonstração das Propriedades
de x-y e y-x:
Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos:

x se e somente se y é equivalente a y, se x e x, se y.

Probabilidade
Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento

Em uma tentativa com um número limitado de resultados, to-


dos com chances iguais, devemos considerar:

Didatismo e Conhecimento 91
matemática e raciocínio lógico
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1

Probabilidade Condicionada

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito


e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é dada pela
probabilidade de ocorrência de B sabendo que já ocorreu A. É re-
presentada por P(B/A).
União de Eventos
!(! ∩ !)
Veja: !(!/!) = !(!)
Considere A e B como dois eventos de um espaço amostral S,
!
finito e não vazio, temos:

Eventos Independentes

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito e


Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)
não vazio. Estes serão independentes somente quando:
Eventos Mutuamente Exclusivos
P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B)

Intersecção de Eventos

Considerando A e B como dois eventos de um espaço amostral


S, finito e não vazio, logo:

Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão denominados


mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B = 0, portanto: P(A B)
= P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de
dois em dois, sempre mutuamente exclusivos, nesse caso temos,
analogicamente: Assim sendo:

P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
Eventos Exaustivos
Considerando A e B como eventos independentes, logo P(B/A)
Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois em = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) . P(B). Para
dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados exaustivos saber se os eventos A e B são independentes, podemos utilizar a
se A1 A2 A3 … An = S definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a represen-
tação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)

Lei Binominal de Probabilidade

Considere uma experiência sendo realizada diversas vezes,


Então, logo: dentro das mesmas condições, de maneira que os resultados de
cada experiência sejam independentes. Sendo que, em cada tenta-
tiva ocorre, obrigatoriamente, um evento A cuja probabilidade é p
ou o complemento A cuja probabilidade é 1 – p.

Didatismo e Conhecimento 92
matemática e raciocínio lógico
Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n 05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma
vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes? bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja
escolhida uma bola com um número de três algarismos ou múltiplo
Resolução: de 10 é
- Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes o (A) 10%
evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k ve- (B) 12%
zes o evento A. (C) 64%
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é (D) 82%
1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e (E) 86%
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é:
06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 bolas
vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a probabilidade
de ela ser amarela ou branca?

- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer entre as 07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com probabilidade
n vezes possíveis. O número de maneiras de escolher k vezes o 40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas condições, a pro-
evento A é, portanto Cn,k. babilidade de apenas uma delas acertar o alvo é:
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que possuem a (A) 42%
mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a probabilidade de- (B) 45%
sejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k (C) 46%
(D) 48%
QUESTÕES (E) 50%

01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se reti- 08. Num espaço amostral, dois eventos independentes A e B
rar uma única bola de uma urna que contém, exatamente, 4 bolas são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos concluir que o
brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é: valor de P(B) é:
(A) 0,5
(B) 5/7
(C) 0,6
(D) 7/15
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino (E) 0,7
Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião comemorati-
va. Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das 09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro pretas.
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de cada bola antes
gráfico abaixo. Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas de retirar a seguinte. A probabilidade de só a primeira e a terceira
ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada tenha sido serem brancas é:
um(a) filho(a) único(a) é

10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores: laranja, aba-


caxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são utilizadas 3 laran-
jas e a probabilidade de um cliente pedir esse suco é de 1/3. Se na
lanchonete, há 25 laranjas, então a probabilidade de que, para o
décimo cliente, não haja mais laranjas suficientes para fazer o suco
dessa fruta é:

Respostas

01.
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas,
qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama? 02.
A partir da distribuição apresentada no gráfico:
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, numeradas 08 mulheres sem filhos.
de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para 07 mulheres com 1 filho.
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números ím- 06 mulheres com 2 filhos.
pares ou dois números iguais? 02 mulheres com 3 filhos.

Didatismo e Conhecimento 93
matemática e raciocínio lógico
Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilida- P (A B) = P (A) + P (B)
de de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
igual a P = 7/25. P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
4 4 8 2 P (A B) = 0,28 + 0,18
03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) = + = = ! P (A B) = 0,46
52 52 52 13
P (A B) = 46%
04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a
6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois núme- 08.
ros ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é: Sendo A e B eventos independentes, P(AB) = P(A) . P(B) e
como P(AB) = P(A) + P(B) – P(AB). Temos:
9 6 3 12 1
! !∪! =! ! +! ! −! !∩! = + − = = P(AB) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
36 36 36 36 3 0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
0,7 . (PB) = 0,5
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500 P(B) = 5/7.

A: o número sorteado é formado por 3 algarismos; 09. Representando por a probabilidade pedida, temos:
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500

B: o número sorteado é múltiplo de 10;


B = {10, 20, ..., 500}.

Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo geral


da P.A., em que
a1 = 10
an = 500 10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três tipos de
r = 10 sucos e que os nove primeiros clientes foram servidos com apenas
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 → n = 50 um desses sucos, então:
I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é possí-
Dessa forma, p(B) = 50/500. vel fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros clientes, pois
seriam necessárias 27 laranjas.
A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10; II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo clien-
A Ω B = {100, 110, ..., 500}. te, é necessário que, entre os nove primeiros, oito tenham pedido
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 → n = sucos de laranjas, e um deles tenha pedido outro suco.
41 e p(AB) = 41/500 A probabilidade de isso ocorrer é:
401 50 41 41
Por fim, p(A.B) = 500 + 500 − 500 = 50 = 82%!

06.
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas e V1,
V2, V3 as vermelhas.
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9 ANOTAÇÕES
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2

—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
Como AB = , A e B são eventos mutuamente exclusivos;
Logo: P(AB) = P(A) + P(B) =) = !! + !! = !! → ! ! ∪ ! = !! ≅ 67,0% —————————————————————————
!
07. —————————————————————————
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os
—————————————————————————
seguintes eventos:
(A) “A” acerta e “B” erra; ou —————————————————————————
(B) “A” erra e “B” acerta.
—————————————————————————
Assim, temos:

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