Sie sind auf Seite 1von 64

1

2
Francisca Francirene Tomaz Parente

Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues

SUPERVISÃO EDUCACIONAL

1ª Edição
Sobral/2017

3
4
Sumário

Palavra do professor autor


Sobre o autor
Ambientação à disciplina
Trocando ideias com os autores
Problematizando

UNIDADE I: ENTENDENDO A SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL:


CONCEITOS E FUNÇÕES.
Introdução a Supervisão Educacional no Brasil: conceitos e funções
Trajetória histórica da Supervisão Educacional
Legislação educacional que regula a supervisão escolar

UNIDADE II: PROCESSO DE PROFISSIONALIZAÇÃO DO SUPERVISOR


EDUCACIONAL
Introdução ao processo de profissionalização do supervisor educacional
Formação e atuação do supervisor educacional no contexto da sociedade
contemporânea
Prática pedagógica do supervisor escolar

UNIDADE III: A SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO PROCESSO EDUCATIVO DA


GESTÃO DEMOCRÁTICA
Introdução à supervisão educacional no processo educativo da gestão democrática
Supervisão escolar: compromisso e responsabilidade com a qualidade da educação.
Princípios e valores da supervisão educacional: agente da educação escolar

Explicando melhor com a pesquisa


Leitura Obrigatória
Saiba mais

5
Pesquisando com a Internet
Vendo com os olhos de ver
Revisando
Autoavaliação
Bibliografia
Bibliografia Web
Vídeos

6
Palavra do professor autor

Prezado (a) aluno (a) seja bem-vindo aos estudos!

Este material didático pedagógico apresenta conhecimentos teórico e prático


da disciplina Supervisão Educacional do curso de Pedagogia.

Desenvolvemos este módulo com o intuito de promover várias fontes de


pesquisas nos seus estudos, facilitando sua aprendizagem de forma autônoma e
eficiente, abordando conteúdos que atendam a demanda da formação pedagógica
com uma linguagem de fácil compreensão para facilitar o desenvolvimento dos
estudos.
Lembre-se que estamos juntos, buscando o mesmo objetivo que é a
aprendizagem significativa! Cada esforço dedicado o torna mais próximo do seu
objetivo, juntos formaremos conceitos e valores que ajudarão na nossa evolução
pessoal e profissional aprendendo de forma significativa, colaborando assim para
participarmos de forma mais ativa.

Dificuldades são naturais durante o processo de formação, mas não


impossíveis de serem encaradas de forma compreensiva quando se estuda a
respeito delas.

O material foi construído de forma atualizada sintonizada, com a realidade


social e educacional para tornar seu estudo prazeroso, esperamos poder contribuir
com o desenvolvimento de sua aprendizagem.

Bons Estudos!

7
Sobre a autora

Francisca Francirene Tomaz Parente, mestre em


Ciências da Educação conferido pela Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologias ULHT
Lisboa/Portugal (2012). Possui graduação em
Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do
Acaraú (2004) e graduação em Gestão Escolar pela
Universidade Estadual do Ceará (2003). Graduou-se
também em Português e Inglês pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú (1987). Atualmente é
coordenadora do curso de Pedagogia presencial do
UNINTA- Centro Universitário INTA.

Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues. Mestranda


em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias-ULHT- Lisboa/Portugal.
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale
do Acaraú (1989), especialista em Magistério de 1º Grau
pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (1994).
Atualmente Pró-Diretora de Supervisão Institucional – Centro
Universitário UNINTA.

8
Ambientação à disciplina
Por que estudar a disciplina Supervisão Educacional?

A supervisão educacional é responsável pelo acompanhamento da qualidade


da educação, pelo desempenho do docente, pela aprendizagem do aluno, voltada a
uma ótica formadora, reflexiva e interativa.

É considerada como um conjunto de conhecimentos, métodos e estratégias


na área da Pedagogia no que diz respeito à coordenação e avaliação das equipes
que planejam, desenvolve e avalia o processo educacional acompanhando as
equipes de professores e outros agentes educativos. O supervisor pedagógico deve
ter bom relacionamento com os gestores, professores e alunos interagindo questões
educativas e pedagógicas da rotina da escola.

Ferreira (2009) caracteriza a supervisão da educação como um trabalho


profissional que tem o compromisso de garantir os princípios de liberdade e
solidariedade humana, no pleno desenvolvimento do educando, no seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho e, para isso, assegurar a
qualidade do ensino, da educação, da formação humana.

O supervisor na educação procura garantir que o trabalho pedagógico seja de


qualidade, voltado ao atendimento específico de cada pessoa procurando atender a
demanda da escola em prol da motivação, liderança e comunicação entre os
integrantes que promovem o processo de ensino e aprendizagem. O supervisor
escolar é o profissional organizador que orienta o trabalho pedagógico desenvolvido
pelos professores em uma escola.

Esta disciplina servirá como um guia de estudo para você, onde terá a
oportunidade de entender o processo de supervisionar a educação nas relações
intra e interpessoais no contexto escolar.
9
Trocando ideias com os autores

Sugerimos a leitura da obra Novos Padrões de


supervisão escolar. Os autores Thomas J. Sergio Vanni e
Robert J. Starrat procuram dar um enfoque humano à
educação apresentando a supervisão de ensino como um
processo dinâmico e abordam paralelamente problemas
específicos como currículo e sua implementação.

SERGIOVANNI, Thomas J.; STARRAT, Robert. J. Novos


padrões de supervisão escolar. São Paulo: Epu, 1978.

Propomos também a leitura da obra O educador: vida e morte: escritos sobre


uma espécie em perigo. Nela é relatado uma fonte de
pesquisa considerada básica, é a de Carlos R. Brandão. A
obra faz uma análise da situação crítica de ser educador
no Brasil. Mais do que estudar questões vagas ou muito
restritas da educação brasileira, os autores apresentam
escritos absolutamente atuais sobre suas questões
fundamentais: o lugar, o sentido de prática e as condições
políticas do trabalho do educador.

BRANDÃO, R. Carlos et al. O educador: vida e morte:


escritos sobre uma espécie em perigo. 12. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2002.

Guia de estudo: Analise essas obras e faça uma síntese, traçando um paralelo
entre elas, relacionando-as com o assunto abordado nessa disciplina em seguida
disponibilize no ambiente virtual.

10
Problematizando

Considerando os conhecimentos teóricos e práticos formados na vida


profissional e acadêmica, reflita sobre os questionamentos apresentando dicas e
soluções para as devidas problemáticas apresentadas na disciplina de Supervisão
Educacional. O grupo gestor reconhece a importância da supervisão escolar?
Como é caracterizada e desenvolvida a função supervisora no contexto educacional
brasileiro?

Guia de estudo: Faça uma pesquisa sobre a Supervisão Escolar contemporânea,


em seguida produza um texto argumentativo abordando as atribuições pedagógicas
do supervisor educacional desenvolvidas nas escolas de hoje?

11
12
ENTENDENDO A SUPERVISÃO
EDUCACIONAL NO BRASIL:
CONCEITOS E FUNÇÕES.

1
CONHECIMENTOS
Compreender o processo de formação da identidade profissional do
supervisor educacional.

HABILIDADES
Identificar os fatos que marcaram o processo de desenvolvimento da
supervisão educacional no Brasil.

ATITUDES
Atuar de forma crítica e consciente diante da formação de novos conceitos e
valores construídos na temática da supervisão educacional.

13
14
Introdução a Supervisão Educacional no Brasil: conceitos
e funções

Fundamentada nas definições do dicionário, supervisão significa “ação ou


efeito de supervisionar”, é o ato de orientar, guiar, motivar e gerenciar as práticas
docentes dos membros envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Rangel
(2011) afirma que “supervisão” encaminha o sentido de “visão sobre”, necessária a
todas as atividades a serem supervisionadas. Na história da educação, a supervisão
nem sempre teve os mesmos conceitos e funções, foram se modificando no decorrer
do tempo e espaço em que foi desenvolvida a educação. A supervisão está
historicamente ligada à ideia de controle, de garantia da execução de uma proposta
planejada.

A palavra supervisão é formada pelos vocábulos super (sobre) e


visão (ação de ver). Indica atitude de ver com mais clareza uma ação
qualquer. Como significação estrita do termo, pode-se dizer que
significa olhar de cima, dando uma visão global. Neste sentido pode-
se partir de um conceito geral, que, aliás, se aplica a vários campos
de atividade: Nesse aspecto pode ser entendida como um processo
pelo qual uma pessoa possuidora de conhecimentos e experiência,
assume responsabilidade de fazer com que outras pessoas que
possuem menos recursos, executem determinado trabalho.
(ANDRADE, 1976, p. 9).

Sabe-se que a escola não é formada somente para professores e alunos, mas
também pela direção, orientação educacional, coordenação pedagógica, pais, pois é
com o trabalho coletivo que se alcança as metas educacionais com êxito.

Em 1931 aconteceu o primeiro argumento legal sobre a atuação do supervisor


escolar no Brasil. Estes profissionais executavam as normas ‘prescritas’ pelos
órgãos superiores, e eram chamados de ’orientadores pedagógicos’ ou ‘orientadores
de escola’, tendo como função básica à inspeção escolar. (ANJOS, 1988).

15
Neste momento da história as atribuições deste profissional deveriam ser
exercidas para inspecionar como forma de garantir a execução das atividades na
escola.

Baseado nas fundamentações teóricas de Saviani (2003, p. 26), a função de


supervisor escolar surge: “[...] quando se quer emprestar à figura do inspetor um
papel predominantemente de orientação pedagógica e de estímulo à competência
técnica, em lugar da fiscalização para detectar falhas e aplicar punições [...]”.

Devemos trabalhar com pessoas que preparam professores e alunos para a


vida com a proposta de melhor desenvolver as atividades pedagógicas de ensinar e
aprender considerando as vocações e as exigências das demandas do mercado de
trabalho.

O trabalho do supervisor educacional deve está sintonizado com o ritmo das


mudanças tecnológicas do mundo moderno que ocorrem com muita rapidez exigindo
habilidade e competência no exercício da profissão, pois neste processo os
conceitos se alteram, variando os valores dos conhecimentos. Nesta perspectiva de
renovação o supervisor escolar representa uma figura de inovação, o profissional
que assume o papel fundamental de identificar e entender as reais necessidades,
tanto da escolar como do mundo, contribuindo para formar e desenvolver normas
educacionais no contexto escolar como forma de garantir o sucesso da
aprendizagem do aluno.

No século XXI não cabe mais no contexto escolar o supervisor como um


fiscalizador e sim como um formador, um profissional que trabalha em grupo
focalizado na aprendizagem do aluno e sua formação integral.

A Pedagogia surge para conduzir o processo de ensino-aprendizagem na área de


atuação, enquanto pedagogo exerce um papel em escolas como professor orientador e
supervisor. O pedagogo não fica atrelado para atuar somente no espaço da escola, mas
também exerce a profissão em situações variadas como nas empresas, órgãos públicos,
movimentos sociais, hospitais, órgãos culturais, etc. Portanto, o supervisor educacional deve
usufruir dos espaços internos e externos da escola, envolvendo o aluno em todo contexto
social.

16
Para entender a função atual do supervisor na escola do século XXI, adota-se
a terminologia de supervisor pedagógico, pois, segundo Rangel (Apud ALARCÃO,
2001 p. 12), a supervisão passa a ser pedagógica quando se caracteriza por um
trabalho de acompanhamento do professor, desde o planejamento, a prática docente
e a avaliação do processo de desenvolvimento do ensino relacionando com o nível
da aprendizagem dos alunos.

Trajetória Histórica da Supervisão Educacional

No Brasil imperial quem exercia a função de supervisor era o inspetor, sendo


um fiscal que acompanhava as escolas enquanto no período republicano o
supervisor exercia as funções de orientador, controlador e fiscalizador. Os
Departamentos e Ministérios da Educação e Saúde surgem na década de 20 onde o
supervisor era considerado como técnico na ação de agir ativamente no processo
escolar.

Na década de 30 o Brasil passa por várias transformações sociais e políticas


onde a educação passa a ter uma característica mais técnica e assim valorizar as
formas de organização dos serviços educacionais. Em 1964 na Ditadura Militar, a
educação passa a ser oferecida nos modelos da Pedagogia Tecnicista a partir dos
princípios de racionalidade, eficiência e produtividade.

A ação tradicional conservadora do supervisor escolar é caracterizada como


inspetor que controla, executa e faz cumprir as atividades limitadas que lhe eram
determinadas como forma de garantir o desenvolvimento do que foi estabelecido
criando estratégias para os docentes reproduzirem, em suas aulas, o modelo
padronizado, sem liberdade de opinião e prática do pensamento. Nesse contexto o
educador passa a ser apenas um condutor do conhecimento.

Precisam ser ampliadas as atribuições legais da supervisão educacional para


além das ações burocráticas, superando a visão restrita que tem caracterizado a
atuação do inspetor escolar no Brasil durante o período republicano (1889-1945).

17
Desta forma, entendemos que:

[...] a tarefa maior do inspetor escolar é superar a burocrática


atuação que lhe prevê a legislação educacional, dirigindo seus
esforços no sentido de adquirir a visão de totalidade e
interdependência necessária ao exercício de uma função que, no
interior do sistema, permita-lhe compreender suas iniciativas e
limitações e, ainda assim, não desfigure a importância da ação
solidária de um trabalho de equipe sempre compreendido com as
finalidades mais amplas e significativas da educação. (SANTOS,
2004, p. 38).

Segundo Saviani (2008) a Pedagogia Tecnicista defende a reorganização do


processo educativo de forma objetiva e ativa, tendo como elemento principal a
organização dos meios operacionais onde os professores e alunos eram
considerados secundários sem qualquer relação com o contexto social. Na
Pedagogia Tradicional o centro das atenções era voltado somente para o professor
onde o aluno era simplesmente um mero receptivo das informações. Na Pedagogia
Nova a dedicação passou para o aluno, enquanto na Pedagogia Tecnicista o
elemento principal passou a ser a organização lógica dos meios, ocupando
o professor e o aluno posição secundária. A organização do processo visava à
segurança da competência, procurando corrigir as carências do professor e
potencializando os resultados de sua intervenção.

A função do supervisor educacional retrata a trajetória histórica do período


identificado pelo desenvolvimento do país e pela estabilidade das políticas
burocráticas, mecanicistas e programáticas. Na década de 80, os professores lutam
pela conquista do direito de participar da identificação política educacional buscando
o resgate da escola pública. Nesse período, a educação estava centrada na
formação do homem, na realização da sociedade e comprometida com interesses
dos menos beneficiados.

Para relatar o processo histórico em que surgiu o serviço de supervisão


educacional e o seu desenvolvimento deve-se estabelecer relações com o contexto
sócio-político e econômico brasileiro de cada tempo. Desde os primórdios da
civilização humana, o trabalho está presente na história, sendo seu objetivo inicial, a

18
sobrevivência. A partir daí surgem às fábricas e, consequentemente, o aumento da
produção.

Várias inovações tecnológicas foram desenvolvidas modificando a sociedade a


partir do século XVIII, provocando mudanças através da passagem da economia
agrária e artesanal para um modelo de economia industrial. Desta forma surgiram
novas maneiras de organizar o trabalho produtivo nos centros das cidades,
promovendo a necessidade de um trabalho orientado para sustentar a qualidade da
produção.

Nesse sentido, baseado na divisão técnica do trabalho fabril e,


consequentemente, no aumento da produção no contexto da concentração de
riquezas nas mãos dos grandes proprietários capitalistas, é identificada a
necessidade da supervisão empresarial dando suporte a origem da supervisão
educacional.

Espelhando-se na indústria, a supervisão estendeu-se para outros segmentos


da organização social, chegando ao âmbito educacional. No decorrer dos anos o
trabalho pedagógico do supervisor educacional esteve centrado no controle da
prática educativa como forma de assegurar a efetivação das propostas
educacionais.

Saviani (2002) conceitua que a função supervisora ganha força e, no decorrer


do tempo alcança a valorização da profissão através do parecer do Conselho
Federal de Educação nº 252/69. A lei nº 5.540/68, da reforma universitária,
reformulou o curso de Pedagogia, sugerindo a especialização do educador em uma
função, embora as universidades estejam ainda em constante construção da sua
identidade na sociedade brasileira. São criadas as habilitações de inspeção,
administração, supervisão e orientação. Compreende‐se melhor esse contexto da
supervisão escolar na missão, no exercício, no desafio e na perspectiva de
desenvolver uma educação de qualidade de forma liberal e progressista.

Esta nova estrutura do curso de Pedagogia criava a compreensão de


profissionalização da supervisão educacional, através das condições consideradas

19
básicas para se estabelecer a atividade com importância da profissão. Seria a
validação da necessidade social, considerando a realidade do mercado de trabalho
permanente e a preparação dos novos profissionais através do curso de Pedagogia
reconstituído para formar, entre os vários técnicos, o supervisor educacional.

Segundo Lima, (2008 apud SAVIANI 1988 p. 15):

[...] como as demais habilitações educacionais criadas e oficialmente


institucionalizadas na educação brasileira, a partir da
regulamentação da lei 5540/68, a supervisão escolar passa a ter sua
formação em cursos de graduação, sendo processada a partir da
linha em que se davam os cursos promovidos pelo Pabaee
(Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar
) e Pamp (Programa de Aperfeiçoamento do Magistério Primário. Isto
é, fundamentada nos pressupostos da pedagogia tecnicista – que se
apoia na neutralidade científica e se inspira nos princípios da
racionalidade, eficácia e produtividade do sistema.

Os cursos de Pedagogia são reformulados que ao invés de formar o técnico


em educação com várias funções, eram oferecidas habilitações do curso como
administração, inspeção, supervisão e orientação e o magistério de disciplinas
profissionalizantes dos cursos normais. A forma de reconhecer a profissionalização
do supervisor educacional no sistema de ensino deve ser através da construção da
identidade profissional, disponibilizando as condições favoráveis para sua formação
e atuação profissional especializada.

A partir daí vários movimentos foram criados primando por melhorias no


sistema e nos cursos de formação de educadores, se expandindo até o final da
década de 70 onde aconteceu o encontro nacional de supervisores de educação
quando, na ocasião, defendia-se uma ideia de que a função do supervisor além de
ser técnica também é política.

O trabalho é considerado uma qualidade própria do homem, sendo uma “[...]


atividade proposital, orientada pela inteligência, onde o ser social, ao agir sobre o
mundo externo, transforma-o, faz cultura e, ao mesmo tempo, modifica a sua
natureza.” (AGUIAR, 1991, p. 37). Dessa forma, o trabalho do supervisor
educacional pode ser entendido como a realização do homem no seu processo de
20
interação com o meio social para a evolução da humanidade, partindo do princípio
da educação como essência da humanidade.

Na década de 80 a prática do supervisor educacional foi considerada sob o


aspecto técnico e burocrático do ensino, aquele profissional que somente
compreendia a escola de forma indiferente, sem iniciativa, negando-se a estimular o
caráter dinâmico e evolutivo das instituições educacionais. Assim, o supervisor foi
entendido como aquele profissional que não tinha o caráter ativo de forma que
levasse à inovação, correndo o risco de eliminá-lo do sistema educacional.

Historicamente, a supervisão educacional tem sido uma das funções


exercidas pelo pedagogo. Nos vários estados brasileiros e nas diferentes redes de
escolas, este profissional recebe denominações e exerce atividades variadas. Tal
diversidade descaracteriza da real dimensão da prática pedagógica do supervisor
educacional.

Os cursos de Pedagogia têm formado profissionais para o exercício de


funções ligadas à gestão educacional: gestores escolares, orientadores
educacionais e supervisores de ensino. Estes profissionais, muitas vezes, ao
mudarem de instituição de ensino, encontram realidades profissionais diferentes e,
em muitas delas, o seu campo profissional apresenta-se restrito, sem valorização
profissional.

Segundo Rangel (2011) a supervisão educacional tem uma definição mais


ampla, excedendo das atividades da rotina escolar podendo estender sua atuação
no sistema da educação brasileira. O supervisor educacional é um sujeito
incentivador de práticas educativas visando à qualidade da formação humana para o
pleno exercício da cidadania.

O acompanhamento e o controle do processo de ensino e aprendizagem são


considerados fundamentais no sistema de supervisão através da compatibilidade de
ideias entre aqueles que planejam, executam e avaliam a educação a partir de
relações sociais que estruturam o processo educativo.

21
De acordo as ideias de Ferreira (2009) um novo conteúdo se impõe hoje para
a supervisão educacional:

Novas relações e compromissos desafiam os profissionais da


educação não só voltada para a qualidade do trabalho educativo e
suas rigorosas formas de realização, mas também e, sobremaneira,
compromissada com a construção de um novo conhecimento – o
conhecimento emancipação que permita desenvolver seres humanos
fortes intelectualmente, ajustados emocionalmente, capazes
tecnicamente e ricos de caráter na convivência sadia que se dá
através do diálogo e do respeito na construção coletiva de uma
sociedade democrática verdadeiramente humana. (FERREIRA,
2009, p. 113).

Segundo a autora o trabalho do supervisor deve buscar uma educação ideal


de solidariedade humana, tendo como finalidade o desenvolvimento do educando,
sua formação integral como cidadão qualificado para inserir no mercado de trabalho.

Desta forma no desenvolvimento de suas atividades pedagógicas desde o


planejamento, gestão e avaliação da administração da educação, o supervisor
educacional deve ser um profissional dinâmico e orgânico que atua nas políticas e
no planejamento, por meio da construção coletiva do projeto acadêmico/educacional
que é de todos os profissionais que trabalham na escola (FERREIRA, 2003).

Um dos assuntos mais discutidos atualmente e que vem sendo muito estudado
no mundo do conhecimento é a educação, no seu sentido de formação de conceitos
e valores humanos. As transformações do mundo são decorrentes das ações dos
homens, fazendo surgir efeitos de seus pensamentos. Desta forma, a educação
deve ser supervisionada nos contextos escolares de forma democrática e
participativa em prol de uma educação de qualidade. O supervisor escolar é aquele
que direciona o trabalho pedagógico baseado nas propostas curriculares
relacionando pessoas e processos.

Hoje o supervisor deve desenvolver um trabalho articulador com todas as


áreas educativas da escola e comunidade oferecendo subsídios para a elaboração
das políticas educacionais e das novas formas de gestão da educação a fim de

22
acompanhar as transformações do conhecimento no mundo globalizado em que
vivemos.

Baseado nestas informações reais, o supervisor educacional deve estar


inserido no contexto escolar e social, articulando novas práticas educativas,
favorecendo o desenvolvimento de uma proposta curricular multicultural que atenda
às diferenças culturais e a demanda social visando o crescimento profissional
docente e à melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Segundo Saviani (2002, p.14) “[...] a ação supervisora passa dá condição de


função para a de profissão, pela mediação da ideia de supervisão”. A ação
supervisora acompanha o ato educativo desde suas origens e passa por esses três
momentos.

Nas comunidades primitivas já se fazia presente, no momento em que os


adultos educavam as crianças de forma indireta, a função supervisora, por meio de
uma vigilância discreta, como uma simples ajuda por parte de outros adultos
(SAVIANI, 2002a).

Segundo Saviani (2002b) na antiguidade e na idade média, a divisão de


classes se refletia na educação e, nesses dois períodos, apesar da escola se
constituir uma estrutura simples, limitada à relação de um mestre com seus
discípulos, a função supervisora se fazia presente e assumia claramente a forma de
controle, de conformação, de fiscalização, de velar sobre alguma coisa ou sobre
alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu
comportamento.

Para Saviani (1999, p. 24) “[...] a ideia da supervisão ganha contornos mais
nítidos ao mesmo tempo em que condições objetivas começam a abrir perspectivas
para se conferir a essa ideia estatuto de verdade”.

Na gestão educacional busca-se planejar, organizar, dirigir e gerenciar os


projetos educacionais acompanhando as propostas pedagógicas, curriculares e

23
metodológicas da escola, a fim de atingir os objetivos planejados, buscando a
melhoria do ensino e da aprendizagem.

Para melhorar seus conhecimentos leia sobre: Supervisão escolar: perspectiva


de ação face ao processo de avaliação da aprendizagem. Acesse o link:
http://www.webartigos.com/artigos/supervisao-escolar/49292/

Atualmente o cargo de supervisor escolar se mostra bem mais extenso e o


profissional é considerado aquele que desenvolve ações articulando os elementos
que envolvem o processo educacional. O supervisor do mundo educacional de hoje
é aquele profissional consciente da importância da pesquisa no contexto escolar e
assim contribuir para a qualidade do trabalho docente, pois a equipe conta com a
sua orientação e apoio pedagógico para alcançar as metas educacionais.

Segundo Ferreira (2009) o supervisor atual sabe que precisa se dividir em


muitas habilidades e criar elos entre as atividades de supervisionar, orientar e
coordenar, desenvolvendo relações verdadeiramente democráticas no contexto
escolar.

Legislação educacional que regula a supervisão escolar

Os supervisores do sistema educacional brasileiro devem demonstrar a


sintonia do planejamento com o exercício profissional do supervisor escolar
buscando na mesma dimensão pedagógica a melhoria da qualidade do ensino,
podendo repercutir na aprendizagem significativa do aluno, criando condições
necessárias para que se promovam uma gestão participativa visando à formação
integral do aluno.

Desde a década de 1960 até os dias de hoje a supervisão educacional tem


sido incorporada pela formação, competência e pesquisa, visando o
desenvolvimento profissional do educador. A supervisão escolar orienta a formação

24
e atuação docente daquele profissional que trabalha com capacidade de pensar
como membro responsável no desenvolvimento do processo educativo.

A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4024/61


reconhece a importância da especialização de profissionais para orientar as
atividades pedagógicas nas escolas como forma de desenvolver as políticas
educacionais idealizadas pelos sistemas de ensino.

A LDB 5.692/71, no artigo 10 indica que: "será instituída obrigatoriamente a


orientação educacional, incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com
os professores, a família e a comunidade". O supervisor como um especialista em
educação exercia função como regulador do processo de produção, como membro
intercessor entre o sistema educacional e a escola.

A lei 5.692/71 é caracterizada como profissionalizante, com a finalidade de


preparar a mão-de-obra para trabalhar na máquina do governo e no mercado, e
ainda preparar os trabalhadores para atender as iniciativas da propriedade privada.
Esta lei consolidou a obrigatoriedade do supervisor educacional nos
estabelecimentos de ensino.

Na Lei Federal nº 5692, de 11 de agosto de 1971 é reforçado a


responsabilidade do profissional com relação à prática pedagógica exercida na
escola:

Institucionaliza a supervisão, ao referir-se à formação de


administradores, planejadores, orientadores, inspetores,
supervisores e demais especialistas em educação. A
supervisão passa a introduzir modelos e técnicas pedagógicas
atualizadas; o supervisor, contudo, não perde o vínculo com o
poder administrativo das escolas. Agora o seu papel é o de
assegurar o sucesso no exercício das atividades docentes,
professores, regentes de classe. O supervisor escolar possui
legalmente um poder instituído que determina suas ações
frente ao corpo docente e à proposta pedagógica da escola, e a
partir de então, sendo reconhecido como profissional da
educação, passando a ter suas atribuições definidas pelos
órgãos superiores. (Lei Federal 5.692/71, Capítulo V).

25
Devido à omissão das reais competências e campo de atuação dos
supervisores educacionais na Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, existem nomenclaturas diferenciadas que são utilizadas pelos sistemas de
ensino brasileiro como o supervisor educacional, o orientador pedagógico, o inspetor
escolar e o coordenador pedagógico que desenvolvem atividades semelhantes de
acordo com as demandas de cada escola. Desta forma, alguns autores caracterizam
a função do supervisor educacional como aquele que planeja, avalia e reformula as
diversas etapas do processo ensino e aprendizagem que coordena, supervisiona e
acompanha a equipe docente.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96) dispõe no


artigo 64 sobre a função de supervisor:

A formação de profissionais de educação para administração,


planejamento, inspeção, supervisão e orientação
educacional para a educação básica, será feita em cursos de
graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a
critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a
base comum nacional. (LDB, 9.394/ 96, artigo 64).

Entende-se que a formação continuada do supervisor representa um avanço


para toda comunidade escolar. No âmbito educacional o supervisor foi considerado
durante muito tempo como vigiador das ações pedagógicas, por isso é muito
importante discutir sobre as práticas pedagógicas desse profissional.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN nº 9394/96 define


as linhas da política educacional brasileira baseada no princípio da autonomia
escolar, abrangendo os aspectos pedagógicos, fundamentada no conceito de que
todos são capazes de aprender e que é tarefa da escola favorecer situações de
aprendizagem valorizando as experiências dos alunos no processo de
democratização do ensino público.

O perfil do supervisor que a educação pretende formar é aquele capaz de


atuar nas práticas pedagógicas como forma de garantir a educação escolar de

26
qualidade como direito de todos, de desenvolver o trabalho cooperativo e integrador
da supervisão nos espaços intra e interescolares, de contribuir para a mediação na
construção da identidade e autonomia da escola e enfim para o desenvolvimento
profissional dos educadores que atuam na escola.

O supervisor educacional deve ser aquele educador capaz de entender,


elaborar e desenvolver técnicas de estudo voltadas para a realidade escolar e o
rendimento estudantil e daí criar métodos de ensino para o desenvolvimento dos
projetos educacionais. Deverá ser capaz de desenvolver e adotar projetos
educacionais que atendam a demanda real da escola na perspectiva de formar
sujeitos autônomos capazes de entender as relações das leis com os
comportamentos humanos. O supervisor tem uma função que envolve todo
conhecimento da rotina escolar embasada nos fundamentos da educação através da
integração dos diversos componentes curriculares e gerações com perspectivas de
vidas diferentes, primando sempre pela inclusão social.

27
28
PROCESSO DE
PROFISSIONALIZAÇÃO DO
SUPERVISOR EDUCACIONAL

2
CONHECIMENTOS
Conhecer os elementos que compõem o processo de formação e profissionalização
pedagógica do supervisor educacional.

HABILIDADES
Identificar os fenômenos envolvidos nas práticas pedagógicas da supervisão
educacional.

ATITUDES
Participar como agente de mudança social em prol da democratização da educação.

29
30
Introdução ao processo de Profissionalização do
supervisor educacional

Atualmente, vive-se um momento de muitas mudanças no cenário


educacional onde é preciso repensar a função social da escola nesse contexto de
transformações de conceitos e valores, levando em consideração a diversidade
cultural existente. O supervisor sendo um dos profissionais responsáveis pelo
desenvolvimento de projetos educacionais deve promover uma prática democrática
envolvendo alunos e professores.

A educação é um processo de transformação do homem, promovendo suas


potencialidades de acordo com o ambiente familiar, social e cultural em que vive. O
ser humano adquire diferentes maneiras e hábitos como o modo de ser, agir, pensar
e sentir no processo constante de transformação de conceitos e valores. Com o
avanço tecnológico o supervisor educacional deve ocupar espaços na escola para
desenvolver projetos educacionais que envolvam os valores éticos e morais, saberes
que fundamentam a vida social.

A profissionalização do supervisor educacional promove a orientação do


grupo de professores, motivando e despertando neles o prazer de ensinar
focalizados na aprendizagem significativa do aluno. O supervisor é o profissional que
organiza o trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores baseado nos
resultados das avaliações internas e externas da escola. Revisando os
procedimentos das avaliações, o supervisor deve reorientar o professor na prática
docente para propiciar os melhores resultados da aprendizagem dos alunos
considerando o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula.

A profissão do supervisor se desenvolve através da educação e precisa estar


comprometida com as mudanças educacionais, não somente ter a licenciatura em
Pedagogia, mas ser consciente do processo histórico na sociedade e na escola. Ele
precisa entender a escola brasileira no contexto da sociedade capitalista buscando a
transformação, tendo clareza das suas posições políticas e educativas.

31
O dsupervisor escolar deve ser habilitado e capacitado para desenvolver suas
atividades de assessoria ao professor desde o planejamento, o desenvolvimento

curricular e o processo avaliativo através do processo contínuo de ação-reflexão-


ação.

Na formação do supervisor educacional é importante sensibilizar o grupo para


as mudanças educacionais, seu fazer deve considerar as diferenças para mediar os
conflitos através de diálogo aberto.

A função supervisora deve ser entendida como a promotora do projeto de


educação onde deve reconhecer a trajetória de sua atuação para melhor conhecer e
saber ressignificar seu papel como um profissional comprometido com a efetivação
das aprendizagens.

A gestão da supervisão educacional requer capacidade como elo de


integração no desenvolvimento do projeto político pedagógico compreendendo a
responsabilidade junto à comunidade escolar, assumindo o compromisso pela
efetivação da aprendizagem.

Na comunidade escolar é fundamental a atuação do Supervisor escolar, pois


sua contribuição é de grande importância para o desenvolvimento da aprendizagem.

Para melhorar seus conhecimentos sobre a regulamentação da profissão do


supervisor educacional veja o link a seguir:

Fonte de conhecimento: Veja o Projeto de Lei Nº 290/2003 que regulamenta o


exercício da profissão de Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar.
Acesse no link a seguir: http://www.al.rs.gov.br/Diario/Proposicoes/PROP1695.htm

32
Portanto, o supervisor escolar tem como missão de trabalho o aprender do
aluno e o ensinar do professor, o foco maior de trabalho do supervisor é a
aprendizagem do aluno através da mediação do professor, onde ambos trabalham
numa mesma dimensão pedagógica, sendo o grande harmonizador do ambiente
escolar.

Formação e atuação do supervisor educacional no


contexto da sociedade contemporânea

Para a escola desenvolver sua função social é preciso elaborar projetos


educativos que atendam a demanda da realidade dos segmentos escolares onde o
projeto político pedagógico corresponda com as exigências do meio social. As
mudanças sociais, políticas e econômicas que acontecem atualmente em ritmos
acelerados exigem do supervisor escolar o compromisso de raciocínio lógico com
habilidade na liderança de pessoas e grupos visando à formação humana e técnica
no processo educacional.

A democratização escolar depende de muitos fatores, tais como: desenvolver


atividades pedagógicas de forma participativa envolvendo os gestores, professores,
funcionários, pais e alunos e, sobretudo, os supervisores de Ensino que são os
responsáveis por coordenar, apoiar, estimular e orientar o processo de discussão e
elaboração da proposta pedagógica, metodológica e curricular da escola.

As mudanças no campo educacional ocorrem frequentemente, surgindo


novos objetivos educacionais, novas metas de ensino, novas exigências de
atendimento da demanda do mercado de trabalho, buscando diferentes formas de
ensino e novas práticas pedagógicas que afetam diretamente o trabalho do
supervisor educacional. Baseado nessas possibilidades, a ação supervisora não
pode se esgotar nos limites da unidade escolar, precisando se articular para além
dos muros da escola, procurando conhecer as políticas educacionais para
harmonizar as leis que regem a educação com a prática da rotina de ensinar e
aprender no cotidiano escolar.

33
No espaço escolar as contribuições do supervisor se fazem presentes em
vários momentos desde o planejamento, o acompanhamento e a avaliação do
processo ensino aprendizagem. A aprendizagem passa a ser objeto de estudo e
trabalho do supervisor que a problematiza, discute e acompanha junto com o
professor as propostas dos conteúdos escolares, as condições de ensino dos
professores e o nível de aprendizagem dos alunos. O papel do supervisor é definido
com base em seu objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre entre o
professor que ensina e o aluno que aprende.

Libâneo (2002) faz referência ao supervisor educacional como um agente de


mudanças, um mediador entre o conhecimento, o professor, o aluno e a família, um
profissional capaz de fazer a articulação entre equipe de educadores, educandos e
demais integrantes da comunidade escolar para colaborar no desenvolvimento
integral do aluno e, principalmente na formação ética e solidária do cidadão.

Baseado nas reflexões de Libâneo (2002) é possível compreender que o


supervisor educacional necessita desenvolver no espaço escolar uma visão crítica e
construtiva do seu saber e do fazer pedagógico, trabalhando de forma democrática e
participativa com os gestores, professores e alunos. Esta relação possibilita a
melhoria da qualidade de ensino podendo repercutir na aprendizagem significativa.
O mundo atual exige do supervisor escolar uma avaliação contínua do seu
compromisso profissional, de forma que oriente suas atividades pedagógicas e
conduza ao processo de formação profissional permanente.

Outra atividade importante do supervisor escolar está ligada à execução,


acompanhamento e avaliação do planejamento do currículo escolar, isso fortalece a
elaboração de novos projetos que promovam a melhoria do processo ensino-
aprendizagem através de uma gestão liberal e progressista.

Para saber mais: Outra fonte de pesquisa importante para agregar em seus
conhecimentos, leia a obra: Administração, supervisão e orientação
educacional de Heloísa Lück.

34
A autora Lück estuda as funções da gestão educacional na integração do
processo de ensino-aprendizagem. Essa inclusão acontece através dos
relacionamentos da escola e da comunidade. A autora relata o processo de gestão
na escola como motivo de inserção dos trabalhos entre gestores, professores e
alunos.

Ela explica que a liderança corresponde a um conjunto de ideias, ações e


comportamentos assumidos para intervir no desempenho escolar visando à
realização dos objetivos organizacionais e as propostas educacionais. (LÜCK, 2008)

Considerando o mundo diversificado de culturas e saberes onde exige


conhecimentos e competências no processo de desenvolvimento da educação, o
supervisor deve conhecer os fundamentos da educação escolar, o processo de
organização do trabalho pedagógico, as relações destes conhecimentos com o
contexto histórico-social. Todos estes saberes teóricos dão sustentabilidade no
ensino e na aprendizagem com ideias e valores orientadores da prática pedagógica.

O perfil do supervisor educacional é aquele que entende as normas e


diretrizes que orientam os níveis e modalidades de ensino, socializando e
conduzindo as práticas pedagógicas e as possíveis interferências no cotidiano
escolar. Outra atividade do supervisor é promover a formação continuada dos
educadores valorizando o perfil de aluno que a instituição pretende formar. O
supervisor educacional deve ser aquele capaz de entender as demandas da escola
e da sociedade, direcionando atividades que respondam as demandas que fazem
parte de uma sociedade que está em constantes transformações, pois a
reestruturação de novos conceitos visam à implementação de mudanças na
qualidade educacional.

A supervisão educacional caracteriza-se como uma função comprometida


com a qualidade do ensino e da aprendizagem através da articulação do projeto
político pedagógico da escola com os elementos que compõem a sociedade,
interagindo de forma interdisciplinar. É função do supervisor mediar à relação

35
professor, aluno e conhecimento, com foco nos resultados dos indicadores
educacionais da escola comprometidos com a qualidade do ensino com foco no
nível de aprendizagem dos alunos.

O supervisor deve ser comprometido com os resultados das propostas


educacionais da escola com habilidade de diálogo sabendo que a educação escolar
não se resume na sala de aula e torna viável pela ação articulada com todos os
agentes escolares. Esse educador hoje é um dos integrantes da equipe gestora,
devendo apoiar e orientar a prática pedagógica baseado no projeto político
pedagógico da escola compreendendo os desafios e, articulando soluções para os
mesmos.

Práticas pedagógicas do supervisor escolar

A orientação educacional auxilia a escola no processo de socialização com o


corpo docente e os alunos, orientando na reconstrução dos projetos pedagógicos e
nas práticas educacionais, propiciando o conhecimento e a relação de valores que
promovem as atitudes éticas e morais no âmbito do convívio escolar e social.

A supervisão escolar soberana desenvolve as práticas pedagógicas buscando


o respeito às opiniões próprias, a liberdade de expressão, a compreensão dos
conceitos e valores humanos e a criatividade que promove o desenvolvimento e a
aprendizagem. O trabalho desenvolvido pelo supervisor escolar deve ser ações
democráticas, onde as tomadas de decisões envolvam todos os responsáveis pelo
processo educativo.

A supervisão escolar é uma atividade pedagógica que requer conhecimento


dos fundamentos da educação e da organização do trabalho pedagógico para
desenvolver um processo dinâmico, contínuo e sistemático no processo de ensino e
aprendizagem. O supervisor é um dos gestores escolares responsável pela melhoria
do processo de ensino e aprendizagem. Portanto, o supervisor é idealizado como

36
um profissional que tem a função de instruir e prestar assessoria aos professores
nos aspectos pedagógicos, sociais e educacionais.

O supervisor escolar deve ser aquele profissional que age como intermediário
no desenvolvimento das atividades educativas do professor. O supervisor
educacional é aquele que orienta, aprende e ensina que requer uma liderança
pedagógica, tornando-se um parceiro no processo educativo. Para contribuir para
um processo de ensino e aprendizagem significativo e contextualizado, o supervisor
educacional deve desenvolver atividades pedagógicas que promovam o pleno
conhecimento do processo didático como suporte de apoio aos professores com
interação, diálogo, acompanhamento da prática docente e troca de experiências.

A ação do supervisor é fundamentada nos objetivos educacionais, visando os


melhores indicadores educacionais, buscando sempre se aperfeiçoar no
embasamento teórico e prático, de forma ativa e progressista.

A supervisão educacional deve auxiliar a escola na promoção do convívio


social, reconstruindo as ações pedagógicas e educacionais, proporcionando a
articulação de valores que resultem em atitudes éticas no âmbito do convívio escolar
e comunitário.

As atividades pedagógicas do supervisor educacional devem ser focalizadas


nas etapas e instrumentos da avaliação escolar, no rendimento dos alunos, na
observação da mudança de comportamento dos educandos, no entendimento e
análise dos indicadores educacionais alcançados e na sugestão de estratégias para
melhorar as deficiências levantadas em todo o processo de ensino e aprendizagem.

Uma das atividades muito importante do supervisor educacional é realizar


serviços de ouvidoria dos alunos, professores e pais, serviços administrativos com o
objetivo de entender as reações dos comportamentos humanos dentro e fora do
contexto escolar, e assim com maior segurança, permite orientar de forma mais
segura sendo conhecedora das razões dos fatos.

37
38
A SUPERVISÃO EDUCACIONAL
NO PROCESSO EDUCATIVO DA
GESTÃO DEMOCRÁTICA

3
CONHECIMENTOS
Compreender as funções, o compromisso e a responsabilidade que orienta a gestão
do supervisor educacional.

HABILIDADES
Identificar os desafios atuais do supervisor educacional no contexto da educação
brasileira.

ATITUDES

Posicionar-se criticamente diante das dificuldades e desafios da supervisão escolar


encontrados no contexto atual da educação.

39
40
Introdução à supervisão educacional no processo
educativo da gestão democrática

Ainda hoje, o supervisor escolar tem dificuldade em articular as ações


coletivas da escola na organização do trabalho pedagógico como forma de atender
às necessidades reais da comunidade escolar.

O desafio atual está no nível da formação e atuação do profissional do ensino,


atribuindo assim uma prática fundamentada no conceito modificador da educação,
trabalhando como mestre de transformação da escola com visão macro da
educação no país e com visão micro dos elementos integrantes que formam a
escola.

Baseado na gestão democrática entende-se que o supervisor escolar não


deve apenas limitar sua ação ao fazer burocrático, precisa buscar e construir
fundamentações teóricas que deem suporte à sua prática de educador, sendo um
educador empenhado no processo coletivo de produção, apropriação e distribuição
dos conhecimentos teóricos e práticos.

A gestão democrática contribui para que a profissão do supervisor encontre


no processo de ressignificação dos conceitos e atitudes escolares a participação de
todos que fazem parte da instituição de ensino, fundamentando o processo da
gestão participativa através da gestão democrática na tomada de decisões
pedagógicas.

Nesta perspectiva o novo papel do supervisor educacional amparado pela Lei


nº 9394/96 sob a denominação de pedagogo, profissional da educação, desenvolve
a função e a profissão no ambiente escolar firmado nos princípios da gestão
democrática.

A ação do supervisor educacional deve ser baseada nos princípios


constitucionais, fazendo as alterações do processo educacional de acordo com as
transformações sociais ocorridas em tempos e espaços cada vez mais variados e

41
constituídos de culturas diversas, fundamentando assim as práticas pedagógicas da
escola.

A gestão democrática do supervisor educacional pressupõe a possibilidade de


participação dos membros da comunidade escolar nos processos decisórios que
dizem respeito ao cotidiano, vinculados ao processo de ensino e aprendizagem.
Assim, busca-se a defesa de uma sociedade mais igualitária, na qual as
oportunidades e direitos sejam os mesmos para todos.

O paradigma qualitativo da gestão democrática no processo educativo requer


da prática administrativa e pedagógica uma intervenção conceituada na ação
coletiva.

A supervisão escolar democrática é considerada aquela em que o


desempenho do supervisor é baseado na autonomia de fala, atitude, respeito,
compreensão e criatividade. O trabalho desenvolvido é feito de forma democrática,
onde a tomada de decisões envolve todos os responsáveis no processo educativo.

Nérici (1978) defende que o supervisor democrático é considerado aquele que


tem habilidade de respeitar a individualidade de cada profissional, incentivando a
criatividade dos professores em aplicar possíveis normas de relacionamentos
humanos, incentivando o trabalho de grupo entre os atores principais que
desenvolvem o processo de ensinar e aprender nos espaços intra e extraescolar.

A supervisão escolar é um processo dinâmico, contínuo e sistemático. O


supervisor é um dos principais líderes do processo educativo, ou seja, é um dos
grandes responsáveis pela melhoria do processo ensino-aprendizagem.

A respeito do conceito de democracia, Oliveira (2002), destaca que a


democracia pressupõe uma possibilidade de participação dos integrantes que
formam a sociedade em todos os processos decisórios que envolvem a vida escolar.
Para se entender uma determinada formação social como democrática, deve-se
considerar o conjunto dos entendimentos, das falas, das decisões, dos
comportamentos em todo contexto social do país.

42
A educação é abordada na Constituição Federal no artigo 206 onde descreve
que a gestão democrática do ensino público deve ser desenvolvida baseada nos
princípios básicos da educação de qualidade.

Segundo Fazenda, “o princípio se justifica porque a educação escolar é um


direito inerente, por excelência, aos cidadãos” (FAZENDA, 2001 p.1, ). Assim, a
educação escolar é assumida como “dever” tanto do Estado como da família,
conforme regulariza a Constituição Federa de 1988 no artigo 205, a educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A gestão democrática da educação defende como princípio básico o ensino


de qualidade, de acordo com o artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases de 1996,
confirmando com o que está na Constituição Federal de 1988. A gestão democrática
é um fundamento legal que forma o estado participativo das pessoas que entendem
e fazem gerar a educação de qualidade para todos.

A atual (LDB) não delimita a atuação das instituições de ensino, deixando


para estas o encargo de fazer suas opções pedagógicas. Como na Constituição
Cidadã, na Lei 9.394/1996, educação é “dever do Estado” e “dever da família” e se
diz inspirada nos fundamentos de liberdade e solidariedade humana:

Existem três finalidades da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


para o desenvolvimento da gestão democrática da educação brasileira: o pleno
desenvolvimento do educando, o preparo para o exercício da cidadania e a
qualificação para o trabalho. A supervisão educacional deve fundamentar-se nestes
princípios legais.

É importante que o supervisor saiba articular o administrativo com o


pedagógico com pleno conhecimento da didática, para poder dar suporte
pedagógico aos professores. O processo de interação, diálogo e troca de
experiências contribui para um processo de ensino de qualidade repercutindo na
aprendizagem significativa e contextualizada.

43
Supervisão escolar: compromisso e responsabilidade com
a qualidade da educação

Uma das principais funções do supervisor educacional é construir


coletivamente com a comunidade escolar o Projeto Político Pedagógico da escola,
pois todos devem buscar o mesmo objetivo que é a formação de cidadãos críticos,
conscientes e reflexivos, preparados para entender as razões dos fatos promovidos
pela própria humanidade.

Nesse contexto Gadotti (2010, p. 17) indica alguns fatores que influenciam a
qualidade da educação:

Há necessidade de se estabelecer padrões de qualidade do ensino‐


aprendizagem, há necessidade de mensuração da eficiência dos
sistemas educativos, mas, para se chegar a resultados concretos em
educação, um grande conjunto de indicadores de qualidade deve ser
levado em conta: a qualidade tem fatores extraescolares e
intraescolares; é preciso também considerar outros critérios
subjetivos, sempre deixados de lado, mas que podem ser
dimensionados intencionalmente.

A escola deve ter a pretensão de democratizar o conhecimento, criando


tempos e espaços para a formação de pessoas conscientes de seus direitos e
deveres, promovendo meios para formação de novos conceitos e valores, fazendo
valer as culturas que as pessoas formam na sociedade. O supervisor escolar deve
ser aquele profissional criador de cultura e de aprendizagens não apenas intelectual,
mas também afetiva, ética, social e política.

A escola é um espaço educativo que ainda necessita de grandes mudanças


para atender a demanda social, ainda se encontra no plano de suas concepções
teóricas e práticas alienadas, sem iniciativa de formar fundamentações teóricas para
melhor orientar e compreender a prática, ainda se encontra baseada em modelos já
estabelecidos.

44
O supervisor escolar deve desempenhar com compromisso suas funções
promovendo as transformações sociais e políticas, prevendo a formação humana no
processo educacional. É possível compreender que o supervisor educacional
precisa desenvolver na escola uma análise crítica e construtiva do saber e do fazer
pedagógico, trabalhando de forma racional e articulada com os gestores escolares,
possibilitando a melhoria da qualidade da educação.

O supervisor escolar deverá desempenhar sua prática pedagógica com a


finalidade de aperfeiçoar os educadores podendo interagir na qualidade do ensino e
assim gerar uma aprendizagem de qualidade. O supervisor escolar deve valorizar as
diversidades dos saberes dos professores e alunos e as suas colaborações para o
planejamento de práticas pedagógicas, respeitando a particularidade de cada um.
Isso exige do supervisor escolar um processo permanente de avaliação do
desempenho profissional.

Desde o planejamento, desenvolvimento e avaliação do processo de ensinar


e aprender o supervisor escolar deve considerar a proposta curricular, metodológica
e pedagógica da escola. Segundo Lück (2008, p. 20) “a avaliação contínua é
baseada na somatória de esforços que promovam ações com o sentido de
desenvolver uma prática docente que garanta uma qualidade do processo de ensino
e aprendizagem”.

Na prática do conhecimento o supervisor deve entender a missão da escola,


seus princípios e valores, sua visão de futuro, suas metas, suas relações com o
contexto histórico-social e o desenvolvimento humano, seus níveis e modalidades de
ensino.

As ações do supervisor escolar devem envolver o estímulo dos professores


de maneira que possam trabalhar de forma ativa com compromisso e ética
profissional através do diálogo. O supervisor deve identificar e entender as
demandas da escola e a sociedade que está em processo permanente de
mudanças.

A educação é um processo permanente que exige cada vez mais das


pessoas um compromisso que atenda as demandas sociais, políticas e econômicas,
pois o mundo está evoluindo rápido requerendo profissionais cada vez mais
45
competentes. Isso representa a necessidade da implementação de uma política
educacional que atenda a demanda da escola brasileira validando suas
especificidades, seus valores e seus costumes e crenças regionais dentro do
contexto geral.

Nesse desafio de formar pessoas para conviver e viver numa sociedade


diversificada onde a educação deve ser humanizadora na transformação da
realidade, ainda existem conceitos diferentes, variando de classe social. Nesse
sentido o supervisor educacional deve primar pelos fundamentos teóricos e práticos
que sustentam os saberes de pessoas que pensam e agem diferentes na escola.

A supervisão escolar tem o compromisso educacional e a responsabilidade


social com a qualidade da educação, como forma de garantir o desenvolvimento do
aluno de forma lúdica e racional, capaz de fazer e entender a história em que vive e
convive socialmente, entendendo as razões dos fatos e atos construídos baseados
em fundamentações teóricas e práticas.

Princípios e valores do supervisor educacional: agente da


educação escolar

Toda profissão exige seus princípios e valores próprios no processo de


formação e atuação profissional, requerendo qualidade no processo que envolve
muitos agentes e lugares que somam ideias e comportamentos diferentes.

Segundo Fazenda (2001) tão importante quanto o produto de uma ação


exercida é o processo e, mais que o processo, é necessário pesquisar o movimento
desenhado pela ação exercida, somente com as pesquisas dos movimentos das
ações exercidas podemos delinear seus contornos e seus perfis.

Os princípios e valores éticos e morais do supervisor educacional devem ser


voltados para a cooperação democrática na visão orgânica da educação e do

46
ensino, criando processos adequados e coerentes com a realidade. O supervisor
educacional deve integrar todo o processo de ensino e aprendizagem no espaço e
tempo que convive com as diversidades culturais. A supervisão contínua poderá ser
individual e coletiva com capacidade de avaliar seus próprios resultados e daí fazer
os replanejamentos necessários.

O conhecimento do novo envia-nos a uma revisão do velho com possibilidade


de entender os motivos dos resultados alcançados para planejar de forma
fundamentada. “[...]. Novos movimentos, nascidos de ações e práticas bem
sucedidas, geram-se em movimentos anteriores”. (FAZENDA, 2001, p.16).

É relevante conhecer o que já existe para dar suporte o que se planeja pensar
e fazer isto são práticas pedagógicas coletivas conscientes. A função do supervisor
escolar é descentralizadora deve ouvir e falar na proporção das necessidades
escolares.

O supervisor escolar no exercício profissional é aquele articulador e


mobilizador da equipe escolar, buscando a melhoria do fazer pedagógico da sala de
aula e a melhoria no que apresenta a qualidade do ensino-aprendizagem
proporcionada pela escola.

O supervisor escolar é considerado um sujeito histórico possuidor de uma


identidade própria, e ao mesmo tempo coletiva. A identidade configura-se como uma
totalidade. A construção da identidade passa por um processo complexo graças a
sua história pessoal e profissional.

É através do olhar e da prática de pesquisador do supervisor educacional que


configura os princípios e valores da profissão, envolvendo olhares e lugares diversos
que reportam seus conceitos.

Pelo rigor teórico da pesquisa, integrado a complexidade da realidade,


encontra-se o sentido da supervisão, da ação do supervisor escolar compreendendo
os agentes e os ambientes envolvidos no processo educativo.

Os valores humanos devem ser reconhecidos, entendidos e praticados


através da validação do respeito mútuo e consideração as características próprias
47
dos profissionais. Os valores relacionados com o trabalho são convicções pessoais
de cada pessoa, como colaborador que manifesta seus princípios éticos e morais
através do exercício de sua profissionalização.

48
Explicando melhor com a pesquisa

Sugerimos a leitura do artigo: O desafio atual da supervisão escolar na


formação continuada de professores. O material objetiva ressaltar o desafio atual da
supervisão escolar na formação continuada de professores.

Propomos a leitura do artigo: A importância do supervisor pedagógico na


organização escolar. O presente artigo tem como objetivo analisar por meio de
embasamento teórico específico a função/importância do supervisor pedagógico na
organização escolar para as exigências da sociedade na atualidade.

GUIA DE ESTUDO: Após a leitura dos artigos, faça uma resenha sobre a
contribuição do Supervisor pedagógico para o processo de ensino-
aprendizagem do aluno.

49
Leitura Obrigatória
Sugerimos leitura do livro Supervisão educacional: uma
reflexão crítica de Naura Syria Carapeto Ferreira, onde a
autora faz uma análise sobre o objetivo de caracterizar a
supervisão educacional no contexto real brasileiro. A autora
desenvolve uma análise desde seus princípios,
relacionamentos, consequências, mudanças e incoerências da supervisão
educacional.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Supervisão Educacional: uma reflexão crítica.


13ª Edição. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2009.

GUIA DE ESTUDO: Após a leitura da obra faça uma resenha relatando o que
mudou na educação em relação à aprendizagem, com o surgimento da
Supervisão Educacional.

50
Saiba mais

Sugerimos a leitura da Entrevista com uma supervisora escolar concedida ao


Blog Gestão 2 - Pólo Itaguaí/ RJ. Nesta entrevista é abordado que a supervisão
escolar é muito indispensável na comunidade escolar, na medida em que o mesmo
participa do processo de gestão democrática.

Leia também a entrevista: Gestão: ação para mudança em educação. Esta


entrevista fala sobre a situação do Orientador Educacional nas instituições escolares
atualmente.

GUIA DE ESTUDO: Leia as entrevistas e em seguida produza um texto


argumentativo, abordando a importância da atuação do Orientador
Educacional no processo de gestão democrática.

51
Pesquisando com a Internet

Para ampliar seus conhecimentos pesquise na internet sobre gestão


educacional, busque relatos de experiências nessa área para que lhe auxilie em
suas reflexões.

GUIA DE ESTUDO: Logo após sua pesquisa faça uma resenha sobre suas
descobertas e conclusões. Compartilhe suas reflexões postando no ambiente
virtual.

52
Vendo com os olhos de ver

Sugerimos a você que assista ao vídeo: Evolução Histórica da Supervisão


Educacional. Neste vídeo a professora Eloíza Oliveira aborda sobre o surgimento da
Supervisão Educacional e sua contemporaneidade na história da educação.

Propomos também a você que assista ao vídeo: Supervisão e Orientação


Educacional. Neste vídeo é relatado o papel do Orientador educacional e
contribuição no processo de ensino e aprendizagem na educação.

GUIA DE ESTUDO: Após você assistir esses vídeos, faça uma correlação
entre eles e produza um texto argumentativo, relatando a função do
Supervisor Educacional desde seu surgimento até os dias de hoje.

53
Revisando

Inicialmente o trabalho do supervisor educacional era voltado somente para o


controle e a inspeção escolar como forma de garantir a execução das normas
educacionais ditadas pelo Estado. Hoje o espaço de sua formação e atuação
profissional é bem mais desafiador porque se refere à orientação e
acompanhamento do trabalho pedagógico dos professores.

O supervisor escolar organiza e orienta a prática docente com visão ampla do


processo educacional reconhecendo a interação profissional no planejamento,
desenvolvimento, avaliação de todo desenvolvimento do processo de ensino e
aprendizagem, fazendo relação com a proposta pedagógica da escola.

As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional reconhecem os setores


especializados para coordenação das atividades pedagógicas nas escolas como
forma de executar as políticas educacionais.

O trabalho do supervisor escolar é orientado pela proposta pedagógica da


escola juntamente com os professores focalizando na aprendizagem do aluno, como
forma de garantir o pleno desenvolvimento e preparo para o exercício da cidadania
através da qualidade do ensino. Hoje é considerado atribuição básica do supervisor
escolar sugerir ao professor novos métodos didáticos orientando desde o
planejamento, desenvolvimento dos conteúdos e avaliação do processo de ensino e
aprendizagem.

A educação deve ser supervisionada no contexto escolar de forma


democrática e participativa em prol de uma educação de qualidade para todos.

A supervisão pedagógica abrange a avaliação do desempenho docente,


voltada para uma ótica formadora, reflexiva e interativa. A supervisão moderna
passou a ser entendida como orientação profissional e assistencial visando ao
aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. Na formação pedagógica

54
do supervisor educacional é importante validar os projetos desenvolvidos na rotina
escolar de hoje primando pelo profissional reflexivo que realiza suas atividades
baseadas nas referências teóricas de alguns autores e nos saberes práticos
adquiridos nas experiências pedagógicas.

55
Autoavaliação

1) Qual a importância do conhecimento da supervisão educacional e escolar na


formação pedagógica?

2) Por que é considerado importante o trabalho pedagógico do supervisor


educacional na escola de hoje?

3) Como o supervisor escolar pode contribuir com a formação e atuação profissional


dos professores?

4) Quais as atribuições do supervisor escolar no processo de desenvolvimento da


aprendizagem dos alunos?

56
Referências Bibliográficas

AGUIAR, Márcia Ângela da Silva. Supervisão escolar e política educacional. Cap.


v. São Paulo: Cortez, 1991.

ALARCÃO, Isabel. Do olhar supervisivo ao olhar sobre a supervisão. In: RANGEL,


Mary (Org.). Supervisão Pedagógica: Princípios e práticas. Campinas, SP:
Papirus, 2001.

________. Do olhar supervisivo ao olhar sobre supervisão. In: Supervisão


pedagógica: princípios e práticas. 4. ed. Campinas: 2004.

ANDRADE, N. V. de. Supervisão em Educação. Rio de Janeiro: Editora S. A.,


1976.

ANJOS, Almerinda dos. Relação entre a função de liderança do Supervisor


Escolar e a satisfação de professores: estudo de caso na 1ª D. E. de Porto
Alegre. Dissertação (Mestrado em Educação). Porto Alegre: PUCRS, 1988.

BRANDÃO, R. Carlos et al. O educador: vida e morte: escritos sobre uma espécie
em perigo. 12. Ed. Rio de Janeiro: Graal, 2002.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 4024/61.

_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20


de dezembro de 1996.

_______. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Disponível em: Acesso em 07 de fevereiro de 2017.

_______. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Diretrizes e Bases do ensino de


1º e 2º graus e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: 02 fev. 2017.

_______. Projeto de Lei N° 290/2003. Regulamenta o exercício da profissão de


Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, e dá outras providências,
2003.

57
CEARÁ. Lei Nº 10.884, de 02.02.84 (D.O. de 03.02.84). Dispõe sobre o Estatuto do
Magistério Oficial do Estado.

FAZENDA, Ivani (Org). Novos enfoques da pesquisa educacional. 4 ed. São


Paulo: Cortez, 2001.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Supervisão Educacional: uma reflexão crítica.


13ª Edição. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2009.

________. Supervisão educacional para uma escola de qualidade. 4 ed. São


Paulo: Cortez 2003.

GADOTTI, Moacir. Escola cidadã. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2010.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da sua escola pública: a pedagogia


crítico-social dos conteúdos. 18 ed. Loyola: São Paulo. 2002.

LÜCK, Heloísa. Administração, supervisão e Orientação Educacional. 29ª


edição (2011). Petrópolis-RJ. Editora Vozes. 2008.

NÉRICI, I. G. Introdução à supervisão escolar. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1978.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia. A Supervisão na Formação de Professores: Da


Organização à Pessoa. Porto: Editora Porto, 2002.

PARECER Nº 252/69. In: Currículos Mínimos dos cursos de graduação. 4 ed.


Conselho Federal de Educação, Brasília, 1981.

RANGEL, M. Considerações sobre o papel do supervisor, como especialista em


educação, na América Latina, in: SILVA JÚNIOR; RANGEL, M. (org.) Nove olhares
sobre a supervisão. 16 ed. São Paulo: Papirus, 2011.

SANTOS, M. P. Um olhar histórico sobre a supervisão educacional no Brasil:


das raízes ao quadro atual. 2004. 151 f. Monografia (Especialização em
Administração, Supervisão e Orientação Educacional – Universidade Estadual de
Ponta Grossa). Ponta Grossa, 2004. mimeo.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1988.

58
________. A supervisão educacional em perspectiva histórica: da função à
profissão pela mediação da ideia. In:____________ FERREIRA, Naura Syria
Carapeto (org.). Supervisão Educacional para uma escola de qualidade: da
formação a ação. São Paulo: Cortez, 1999.

________. Transformações do capitalismo, do mundo do trabalho e da


educação. In: LOMBARDI, José Claudinei; SAVIANI, Dermeval & SANFELICE, José
Luiz (orgs). Capitalismo, trabalho e educação. São Paulo: Autores Associados, 2002.

________. A supervisão educacional em perspectiva histórica: da função a profissão


pela mediação da ideia, in: FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org.). Supervisão
educacional para uma escola de qualidade. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2003.

_________: A Supervisão Educacional em Perspectiva Histórica: da função á


profissão pela mediação da ideia. In FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org).
Supervisão educacional para uma escola de qualidade. 5ª Ed São Paulo: Cortez,
2006.

__________. A Pedagogia no Brasil: história e teoria. Campinas: Autores


Associados, 2008.

__________. A supervisão educacional em perspectiva histórica. In: FERREIRA,


N. S. C. Supervisão educacional para uma escola de qualidade. 8. ed. São Paulo:
Cortez, 2010.

__________. Escola e Democracia. 4ª Edição. Editora: Autores


Associados. Campinas, 2012.

SERGIOVANNI, Thomas J.; STARRAT, Robert. J. Novos padrões de supervisão


escolar. São Paulo: Epu, 1978.

SILVA JUNIOR, C. A. Supervisão da Educação: do autoritarismo ingênuo à


vontade coletiva. Coleção EDUC – AÇÃO, nº 14. São Paulo, Editora Loyola, 1984.

59
Bibliografia Web

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.


Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>.
Acesso em 02/08/2017

CLAUDINÉA, Isis. Gestão: ação para mudança em educação. Disponível em


http://gestao2saopedro.blogspot.com.br/. Acesso em 02/08/17

RODRIGUES, Cleonide Cavalcante dos Santos. O desafio atual da supervisão


escolar na formação continuada de professores. Disponível em
http://fapb.edu.br/media/files/2/2_350.pdf. Acesso em 01/08/2017

ROSA, Aparecida Silvério. A importância do supervisor pedagógico na


organização escolar. Disponível em
http://perquirere.unipam.edu.br/documents/23456/192396/A++import%C3%A2ncia+d
o+supervisor+pedag%C3%B3gico.pdf. Acesso em 26/07/2017

SANTANA, Mônica; SOUSA, Michele; LÚCIA, Ana. Entrevista com uma


supervisora escolar. Disponível em
http://gestao2itg.blogspot.com.br/2012/05/entrevista-com-uma-supervisora-
escolar.html. Acesso em 31/07/17

60
Vídeos

Evolução Histórica da Supervisão Educacional. Disponível em


https://www.youtube.com/watch?v=I9IlgPzVfX8. Acesso em 14/07/2017.

Supervisão e Orientação Educacional. Disponível em


https://www.youtube.com/watch?v=iBFhvYL1YZg. Acesso em 10/07/2017.

61
62
63
64

Das könnte Ihnen auch gefallen