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vários argumentos; desde o trabalho de Le Lorrain (1894) e Egger (1895) sobre a duração

aparente dos sonhos, desenvolveu-se um longo e interessante debate sobre o assunto, mas
parece improvável que a última palavra já tenha sido dita acerca dessa questão sutil e das
profundas implicações que ela envolve.
Relatos de numerosos casos, bem como a coletânea de exemplos feitos por Chabaneix
(1897), parecem tornar indiscutível o fato de que os sonhos são capazes de dar prosseguimento
ao trabalho intelectual diurno e levá-lo a conclusões que não foram alcançadas durante o dia, e
que podem resolver dúvidas e problemas e constituir a fonte de uma nova inspiração para os
poetas e compositores musicais. Mas, embora o fato seja indiscutível, suas implicações estão
abertas a muitas dúvidas, que levantam questões de princípio.
Por fim, considera-se que os sonhos têm o poder de adivinhar o futuro. Temos aqui um
conflito em que um ceticismo quase insuperável se defronta com asserções obstinadamente
repetidas. Sem dúvida alguma, estaremos agindo com acerto não insistindo em que esse ponto de
vista não tem nenhum fundamento nos fatos, pois é possível que, dentro em breve, muitos dos
exemplos citados venham a encontrar explicação no âmbito da psicologia natural.

(F) O SENTIDO MORAL NOS SONHOS

Por motivos que só se tornarão evidentes depois que minhas pesquisas sobre os sonhos
forem levadas em conta, isolei do assunto da psicologia dos sonhos o problema especial de
determinar se e até que ponto as inclinações e sentimentos morais se estendem até a vida onírica.
Também aqui nos vemos diante dos mesmos pontos de vista contraditórios que, curiosamente,
vimos adotados por diferentes autores no tocante a todas as outras funções da mente durante os
sonhos. Alguns asseveram que os ditames da moralidade não têm lugar nos sonhos, enquanto
outros sustentam não menos categoricamente que o caráter moral do homem persiste em sua vida
onírica.
O recurso à experiência comum dos sonhos parece estabelecer, sem sombra de dúvida,
a correção do primeiro desses pontos de vista. Jessen (1855, 553) escreve: “Tampouco nos
tornamos melhores nem mais virtuosos no sono. Pelo contrário, a consciência parece ficar
silenciosa nos sonhos, pois neles não sentimos nenhuma piedade e podemos cometer os piores
crimes - roubo, violência e assassinato - com completa indiferença e sem quaisquer sentimentos
posteriores de remorso.”
Radestock (1879, 164): “Deve-se ter em mente que ocorrem associações e vinculam-se
representações nos sonhos sem nenhum respeito pela reflexão, bom-senso, gosto estético ou
julgamento moral. O julgamento extremamente fraco e a indiferença ética reina, suprema.”
Volkelt (1875, 23): “Nos sonhos, como todos sabemos, os procedimentos são
particularmente irrefreados nos assuntos sexuais. O próprio indivíduo que sonha fica inteiramente
despudorado e destituído de qualquer sentimento ou julgamento moral; além disso, vê todos os

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