Sexualidade
Casos na mídia e sites de apoio
O peso da família
A família é um dos motivos mais fortes para que um homem
mantenha sua sexualidade em segredo. Amanda* lembra que a fa-
mília de seu ex-marido sempre fazia piadas sobre homossexuais e
ele nunca teve diálogo com o próprio pai, muito conservador.
“Minha sogra estava sempre em segundo plano. E ela própria cri-
ticava os filhos de amigas que eram gays. Nem sei se a família dele
sabe o real motivo do fim do casamento.”
O especialista em sexualidade humana Cláudio Picazio, autor
do livro Uma outra verdade (Grupo Editorial Summus), que trata
da homossexualidade na adolescência, garante que diversos pais
vão até seu consultório e relatam sentir vergonha
pelas atitudes que tiveram ao saber que o filho
era gay. “Eles percebem o quanto desperdi-
çaram tempo tentando impedir a felicidade
do filho.” Para ele, tornou-se mais comum
adolescentes saírem do armário, o que, no
futuro, pode diminuir casos de homens gays
que se casam com mulheres heterossexuais.
“É preciso entender que sexualidade não é
opção. O que o pai deve fazer, se gosta mesmo
desse filho, é educá-lo para respeitar o desejo dele
e o do outro.” No caso de homens gays que têm fi-
lhos durante suas relações heterossexuais, há que se
ponderar. De acordo com Joe Kord, qualquer faixa
etária consegue lidar com a informação de que o
pai é gay. “O que eles não podem lidar é com a ho-
mofobia dos outros com o pai.” Quando há o divór-
cio, aconselha Kord, primeiro deve-se avisar sobre o fim da relação,
falando sobre a sexualidade do pai depois. “As duas informações ao
mesmo tempo podem ser estressantes para a criança.”
Foi essa a decisão de Fernando. Pai de duas crianças, ele primeiro se
CORREIO divorciou. Dois anos depois, decidiu contar a verdade a elas. “A melhor
BRAZILIENSE forma de se educar bons cidadãos é lidar com a verdade. Meus filhos sa-
bem da minha sexualidade. Contei para eles que o pai vive com outro
Brasília, domingo,
5 de dezembro de 2010 homem da mesma forma que a mãe vive com outro homem. Quero
que meus filhos cresçam isentos de qualquer tipo de preconceito.”
10 e 11
Vem aí mais uma edição do Isso é Maristão. O tema deste mês é sobre Espiritualidade. Confira no
caderno “Eu Estudante” do dia 6/12/2010. Acesse www.marista.org.br (Colégio Marista de Brasília
E.M.) para deixar sua opinião sobre os artigos.
O filme Brokeback Mountain, de 2005, foi uma
produção que abordou de forma sincera as
dificuldades que homens homossexuais têm em viver
a própria sexualidade. No enredo, a história de amor
entre Jack Twist e Ennis del Mar é limitada pela
obrigação social de casar-se. No Brasil, o noveleiro
Manuel Carlos abordou o tema bem antes, em 1997,
na novela Por Amor. O personagem Rafael,
interpretado por Odilon Wagner, terminava o folhetim
deixando a mulher por outro homem.
Nainternet:
www.aesposa.blogspot.com
Brasileiro, o blog de Amanda (nome fictício) deixou de
ser apenas um local de desabafo. Ela se dedica
também a juntar histórias, vídeos e tópicos
interessantes para mulheres que descobrem a
homossexualidade dos maridos.
http://www.straightspouse.org/
Rede internacional de suporte para maridos e
mulheres de gays, lésbicas e bissexuais que decidiram
assumir a própria sexualidade. Segundo dados do site,
são quatro novos casos por dia. A fundadora, Amity
Pierce Buxton, foi casada com um gay por 25 anos.
http://www.gayhusbands.com/
Criado por Bonnie Kaey, ele reúne artigos,
notícias e também a rede de ajuda para maridos
que desejam falar a verdade para as mulheres.
Kaye deixa claro que só contribui com aqueles que
estão decididos a sair do armário.
http://www.joekorrt.com/mixed_orientation_
marriages.htm
Linkdiretoparaaáreasobrerelacionamentosdeorientação
sexualmistadositedoterapeutaJoeKort.
www.correiobraziliense.com.br
Leia trechos inéditos da
entrevista com o terapeuta Joe Kort
(61) 3445 6900
www.marista.org.br