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JULHO DE 2017.
i
RESUMO
ABSTRACT
ii
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1..............................................................................................................................1
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................................5
iii
CAPÍTULO 3............................................................................................................................65
BANCADA EXPERIMENTAL...............................................................................................65
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL....................................................................................69
4.1.3 Calibração.................................................................................................................73
CAPÍTULO 5............................................................................................................................83
REDUÇÃO DE DADOS..........................................................................................................83
CAPÍTULO 6............................................................................................................................93
APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS..................................................................................93
iv
CONCLUSÕES E SUGESTÕES.............................................................................................99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................101
APÊNDICE A.........................................................................................................................103
APÊNDICE B.........................................................................................................................104
v
LISTA DE FIGURAS
Figura. 2.1.Tipo de arranjo cristalino: (a) Estrutura cristalina; (b) Célula Unitária. Adaptado
de Callister e Rethwisch (2010)..................................................................................................7
Figura. 2.2. Estrutura CFC. Adaptado de Shackelford (2008)....................................................8
Figura. 2.3. Estrutura CCC. Adaptado de Shackelford (2008)...................................................8
Figura. 2.4. Estrutura HC. Adaptado de Shackelford (2008)......................................................9
Figura. 2.5. Linha de discordância e vetor de Burgers. Adaptado de Callister e Rethwisch
(2010)........................................................................................................................................11
Figura. 2.6. Discordância helicoidal e vetor de Burgers. Adaptado de Callister e Rethwisch
(2010)........................................................................................................................................11
Figura 2.7.Contorno de grão. Adaptado de Shackelford (2008)...............................................12
Figura. 2.8. Imperfeição de macla. Adaptado de Callister e Rethwisch (2010).......................13
Figura. 2.9. Gráfico de deformação de um material. Adaptado de Callister e Rethwisch
(2010)........................................................................................................................................15
Figura 2.10. Gráfico de deformação. Adaptado de Callister e Rethwisch (2010)....................16
Figura. 2.11. Uso do alumínio na aeronáutica. Adaptado de Dursun e Soutis (2013)..............18
Figura. 2.12. Comparação entre as ligas de alumínio. Adaptado de Dursun e Soutis (2014).. 21
Figura. 2.13. Navio tanque da 2ª Guerra Mundial. Adaptado de Norton (2013)......................24
Figura. 2.14.Modelo de Griffith.Adaptado de Meyers e Chawla (2008)..................................26
Figura. 2.15.Modos de aplicação de carga. Adaptado de Budynas e Nisbett (2011)...............27
Figura 2.16.Modelo de modo I para cálculo de KI. Adaptado de Budynas e Nisbett (2011).. .28
Figura. 2.17.Curva de Wöhler. Adaptado de Norton (2013)....................................................30
Figura 2.18.Marcas de praia. Adaptado de Norton (2013).......................................................32
Figura 2.19.Diagrama S-N. Adaptado de Budynas e Nisbett (2011)........................................33
Figura 2.20.Diagrama ε-2N.Adaptado de Meyers e Chawla (2008)........................................34
Figura 2.21.Gráfico que relaciona o crescimento da trinca com o intervalo de intensidade de
tensão. Adaptado de Norton (2013)..........................................................................................36
vi
Figura 2.22.Influência da razão R no gráfico.Adaptado de Norton (2013)..............................37
Figura 2.23.Adoçamento de uma peça. Adaptado de Callister e Rethwisch (2010)................38
Figura 2.24.Etapas do processamento de imagem. Adaptado de Moeslund (2012).................40
Figura 2.25. Modelo C (T) segundo a norma E399-12.............................................................42
Figura 2.26. Limites de desvio da trinca, segundo a norma E647-13a.....................................43
Figura 2.27.Espectro Eletromagnético. Adaptado de Moeslund (2012)...................................46
Figura 2.28.Modelo de sensor luminoso. Adaptado de Moeslund (2012)................................47
Figura 2.29.Resoluções de níveis de cinza.Adaptado de Moeslund (2012).............................47
Figura 2.30Bayer Pattern e Quantização. Adaptado de Moeslund (2012)...............................48
Figura 2.31. Brilho e contraste em uma imagem. Adaptado de Moeslund (2012)...................50
Figura 2.32. Mapeamento Linear. Adaptado de Moeslund (2012)...........................................51
Figura 2.33. Mapeamentos logaritmo e exponencial. Adaptado de Moeslund (2012).............52
Figura 2.34. Histogramas de imagem. Adaptado de Moeslund (2012)....................................53
Figura 2.35. Alongamento de Histograma. Adaptado de Moeslund (2012).............................54
Figura 2.36. Subtração de imagens. Adaptado de Solomon (2011)..........................................55
Figura 2.37.Elementos estruturantes. Adaptado de Moeslund (2012)......................................57
Figura 2.38.Dilatação e erosão. Adaptado de Solomon (2011)................................................58
Figura 2.39.Aplicações de dilatação e erosão. Adaptado de Moeslund (2012)........................59
Figura 2.40.Exemplos utilizando elemento estruturante 7x7. Adaptado de Moeslund (2012).60
Figura 2.41.Detecção de borda. Adaptado de Moeslund (2012)..............................................61
Figura 2.42.Método grass-fire recursivo. Adaptado de Moeslund (2012)...............................62
Figura 2.43.Características tabeladas de BLOBs. Adaptado de Moeslund (2012)...................63
Figura 2.44.Classificação de BLOBs. Adaptado de Moeslund (2012).....................................64
Figura 3.1. Bancada experimental............................................................................................66
Figura 3.2. Corpo de prova (CDP)............................................................................................68
Figura 4.1. Módulo hidráulico..................................................................................................70
Figura 4.2. Controlador.............................................................................................................70
Figura 4.3. Painel da máquina...................................................................................................71
Figura 4.4. Câmera digital........................................................................................................72
Figura 4.5. Nivelador digital da câmera....................................................................................73
Figura 4.6. Padrão de calibração...............................................................................................74
Figura 4.7. Tela inicial WaveMatrix.........................................................................................75
Figura 4.8. Criação de método..................................................................................................75
Figura 4.9. Configuração da rampa de subida..........................................................................76
vii
Figura 4.10. Escolha da opção “AbsoluteRampWaveForm”....................................................76
Figura 4.11. Configuração da rampa de subida........................................................................77
Figura 4.12. Escolha da opção “CyclicWaveForm”..................................................................77
Figura 4.13. Configuração dos parâmetros da onda cíclica do ensaio......................................78
Figura 4.14.Definição da tensão mínima..................................................................................79
Figura 4.15. Botão “Home”......................................................................................................80
Figura 4.16. Apresentação dos gráficos de monitoramento......................................................80
Figura 4.17. Aviso antes do inicio do teste...............................................................................81
Figura 5.1. Distâncias de medição............................................................................................84
Figura 5.2. Fluxograma do algoritmo.......................................................................................88
Figura 5.3. Ajuste de contraste.................................................................................................90
Figura 5.4. Conversão para binário...........................................................................................91
Figura 5.5. Medição, em pixels, do objeto................................................................................92
Figura 6.1. Curva de calibração................................................................................................94
Figura 6.2. Medições realizada pelo programa.........................................................................96
Figura 6.3. Gráfico com filtro...................................................................................................97
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela. 2.1. Elementos de ligas e propriedades gerais. Adaptado de Russell e Lee (2005).....19
Tabela. 2.2.Tratamentos mecânicos. Adaptado de Russell e Lee (2005).................................22
Tabela. 2.3.Tratamentos térmicos. Adaptado de Russell e Lee (2005)....................................23
Tabela. 2.4.Comparação entre tensões de escoamento. Adaptado dos catálogos de ligas da
Alcoa S.A (2010)......................................................................................................................23
Tabela 2.5.Tabelas verdade dos operadores.............................................................................55
Tabela 5.1. Distribuição de t-Student.......................................................................................86
Tabela 5.2. Critério de Chauvenet. Valores de ΔR0 para cada número de amostras...............87
Tabela 6.1. Medidas de comprimento dos segmentos..............................................................93
Tabela 6.2. Valores de desvio individual..................................................................................94
Tabela 6.3. Resultados para cálculo do desvio padrão de ajuste..............................................95
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
x
LISTA DE SÍMBOLOS
xi
c velocidade da luz
λ comprimento da onda
g distância entre o objeto e a lente
x distância entre a lente e a interceptação entre os raios
f comprimento focal
P força aplicada no corpo de prova
Pmáx força máxima aplicado no corpo de prova
S constante de incremento de brilho na imagem
Se limite de endurecimento
SEE desvio padrão de ajuste
ai valor da amostra
aci valor encontrado a partir da curva de calibração
U incerteza do sistema
Bi resolução do instrumento de medição
tα-v constante de t-Student
α probabilidade para um teste bicaudal
v grau de liberdade
Na número de amostras
K número de coeficientes da curva ajustada
CI intervalo de confiança
ΔR desvio individual da amostra
xii
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1
mesma. Ensaios mecânicos realizados em laboratório, com cargas dinâmicas aplicadas em
corpos de prova, são utilizados para se avaliar as propriedades sob fadiga mecânica, os quais
causam o aparecimento de trincas monitoradas através de métodos óticos, térmicos, elétricos
ou mecânicos(BUDYNAS; NISBETT, 2011). Dentre os processos de monitoramento de
trinca, métodos óticos baseados em processamento de imagens, como por exemplo DIC
(Digital ImageCorrelation), são amplamente utilizados para medição de trincase através de
correlações de imagens tiradas da peça durante o ensaio. Com o custo de um sistema de
aquisição de imagem adequado, e contando comumaestrutura computacional e um algoritmo
eficaz, este método proporciona medições precisas, que podem ser comparadas com outros
métodos (MAHAL et al., 2015).
Neste trabalho,se propõe desenvolver um sistema de aquisição e processamento de
imagem para a medição e acompanhamento de trincas. No decorrer deste documento, serão
apresentados os objetivos, justificativas, toda a teoria envolvida, além dos materiais e métodos
experimentais, visando assim o sucesso na implementação deste projeto.
Visto que falhas por fadiga causam grandes prejuízos para qualquer área da indústria, é
de grande importância o estudo acerca deste campo de pesquisa, pois mesmo que já se tenha
muito conteúdo acerca de falhas por fadiga mecânica, ainda não é algo totalmente
estabelecido (NORTON, 2013). O ramo de pesquisa sobre fadiga mecânica possui uma ampla
gama de sistemas que monitoram trinca através de sensores, com o objetivo de estudar o
comportamento da mesma. Deste modo, tendo como base a necessidade da medição do
comprimento de uma trinca, foi proposto um sistema que através do uso de uma câmera
digital convencional para aquisição de imagem, processará as imagens adquiridas através de
algoritmos que serão implementados, a fim de se obter o tamanho da trinca através das
imagens obtidas durante o ensaio mecânico. Este sistema apesar de simples, apresenta grande
utilidade por servir de parâmetro para outros tipos de sensores que também monitoram a
trinca, além de promover a automatização do processo de medição, já que não é preciso o uso
de instrumentos analógicos, como réguas, para se medir a trinca.
1.2 Objetivos
2
regime por fadiga, no qual o processo de medição do comprimento da trinca (a) foi baseado
na norma ASTM E647-13.
Tendo ciência do objetivo principal, foi necessário estabelecer objetivos específicos
para o melhor desenvolvimento do trabalho, deste modo organizando-se de forma metódica os
passos a serem cumpridos no decorrer do projeto. Os objetivos específicos foram os
seguintes:
1. Revisar a literatura sobre materiais, falhas estáticas, falhas por fadiga mecânica e
processamento de imagem;
2. Estudar a norma ASTM E647-13 afim de entender os padrões de medição da
trinca;
3. Avaliar os recursos da câmera digital disponibilizada pelo campus e pesquisar se
há a possibilidade de criar uma interface entre a câmera e o computador;
4. Pesquisar os recursos disponíveis pela toolbox de processamento de imagem do
software MATLAB® disponibilizado pela instituição;
5. Realizar testes iniciais de aquisição de imagem através da câmera digital e se
ambientar com questões de iluminação do local de testes e posicionamento da
câmera em relação ao corpo de prova;
6. Estabelecer um padrão para a aquisição de imagem, afim de calcular as
distorções causadas pela lente da câmera e implementar uma calibração;
7. Propor, testar e implantar um sistema de aquisição e processamento de imagem
para a medição de trincas ocasionadas de regimes de fadiga.
3
relatório, pois através dele, é possível entender de forma coesa os processos realizados para a
realização dos ensaios de fadiga e da aquisição das imagens que serão utilizadas no
processamento.
No capítulo 5 são descritos os métodos de redução dos dados obtidos nos testes
realizados. Os métodos abrangem o sistema de calibração e o programa utilizado para
processamento de imagem executado no MATLAB™2010. Após a condensação dos
resultados obtidos, os mesmos serão analisados e discutidos no capítulo 6. Por fim, no
capítulo 7, serão dadas as conclusões e sugestões deste trabalho, baseando-se nos resultados
adquiridos no final do trabalho.
4
CAPÍTULO 2
REVISÃO DA LITERATURA
5
atuais, no qual possuímos uma infinidade de materiais com diferentes propriedades e
aplicações(NAVARRO, 2006).
A ciência dos materiais estuda as propriedades dos materiais e relaciona com as
estruturas dos mesmos. Através dessas correlações estudadas, a engenharia de materiais cria
novos produtos visando sanar as necessidades dos projetos em questão, e para isso, utilizam-
se métodos de tratamento necessários e adequados para o material em questão (CALLISTER;
RETHWISCH, 2010).
Os materiais são classificados em: metais, cerâmicas, polímeros e compósitos. Cada
material apresenta uma configuração atômica característica, que define suas propriedades
mecânicas, térmicas e elétricas. Dentre todos os tipos de materiais, os metais possuem grande
presença tanto nas indústrias quanto no nosso cotidiano, apresentando assim uma grande
versatilidade(CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
As propriedades gerais que os materiais metálicos possuem, como por exemplo a boa
condutividade elétrica ou térmica, são explicadas através da estrutura atômica dos mesmos.
Por possuírem no máximo três elétrons na camada de valência, os metais são muito mais
propensos a perder estes elétrons livres do que um material que possua cinco elétrons na
camada de valência, logo a circulação de elétrons em materiais metálicos é mais intensa, o
que é explicado pelo conceito de ligação metálica (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
Visto que a parte microscópica dos materiais, tanto metálicos quanto de qualquer outro
tipo, influencia diretamente na parte macroscópica do mesmo, serão abordados alguns
conceitos fundamentais para se entender o comportamento, principalmente mecânico, dos
materiais.
Um material cristalino é aquele que possui seus átomos organizados de forma periódica
por uma longa distância, em relação as medidas atômicas. Desta forma, quando o material
sofrer o processo de solidificação, os átomos se arranjarão tridimensionalmente e
repetidamente (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
O arranjo no qual cada átomoestá posicionado no espaço, é chamado de estrutura
cristalina, e a mesma influencia diretamente nas propriedades dos sólidos cristalinos. Para o
melhor entendimento desse conceito de estrutura cristalina, é utilizado o modelo atômico da
6
esfera rígida, no qual essas esferas representam átomos, como é mostrado na Fig. 2.1
(CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
Figura. 2.1.Tipo de arranjo cristalino: (a) Estrutura cristalina; (b) Célula Unitária. Adaptado
de Callister e Rethwisch (2010).
7
unitária, e somando todos temos 12 átomos vizinhos. O FEA da estrutura CFC é de 0,74. A
estrutura CFC é mostrada na Fig. 2.2 (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
A estrutura cristalina HC, diferentemente das duas anteriores, possui uma geometria
hexagonal e seus átomos estão dispostos nos vértices, na face superior e inferior, e há a
disposição de três átomos localizados entre os planos superiores e inferiores, tal arranjo pode
ser visto através da Fig. 2.4. Entre alguns metais que possuem esta estrutura, temos: cobalto,
titânio, zinco e etc. O número de coordenação e o FEA da estrutura HC é semelhante à CFC,
tendo respectivamente, 12 e 0,74 (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
8
Figura. 2.4. Estrutura HC. Adaptado de Shackelford (2008).
Um defeito ou imperfeição pontual está diretamente ligado com a posição atômica dos
átomos,e entre os defeitos pontuais mais simples está a lacuna que é um espaço vazio entre a
rede cristalina do sólido.Todos os sólidos apresentam esse tipo de defeito pontuale é
praticamente impossível encontrar um sólido que não contenha lacunas(CALLISTER;
RETHWISCH, 2010).O número de lacunas está diretamente ligado a temperatura, pois
quantomaior a excitação dos átomos, maior será a probabilidade de um átomo saltar da sua
posição atual para outra, e esse número pode ser encontrado através da Eq. (2.1) (RUSSELL;
LEE, 2005).
−Ed
N d =N e ( kT ) (2.1),
9
Outro defeito pontual existente, é o auto intersticial e, diferentemente da lacuna, que é
umespaço vazio, possui um átomo presente num espaço que não é ocupado em estruturas
cristalinas perfeitas. O átomo que ocupa esse espaço vazio pode ser, ou não, igual aos outros
átomos da rede cristalina (RUSSELL; LEE, 2005).Esse tipo de defeito é menos frequente do
que o de lacunas, pois, como o espaço vazio é menor do que o átomo, a energia de formação
acaba sendo consequentemente maior, além de causar grandes distorções na rede
(CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
Em uma rede cristalina é muito improvável que exista apenas um tipo de átomo, em
algum espaço terá um átomo diferente da maioria, neste caso há uma impureza na estrutura do
sólido. Nenhum material consegue ser 100% puro, nem com a utilização de técnicas
avançadas.O nível de impureza contido no metal pode alterar, de maneira drástica, as
propriedades dos materiais, como por exemplo,a adição de impurezas nos semicondutores,
que alteram as propriedades de condução elétrica (RUSSELL; LEE, 2005)
Quando há a mistura de materiais ou a inserção de impurezas, como por exemplo,
ligasmetálicas, é formada a solução sólida que segue o mesmo princípio de uma solução
líquida.Nessas soluções ocorrem defeitos devido à presença de impurezas na composição, e
esses defeitos podem ser substitucionais ou intersticiais. Em defeitos substitucionais, os
átomos externos (impurezas) ocupam lacunas ou substituem átomos da rede cristalina, já os
defeitos intersticiais ocorrem quando uma impureza ocupa os espaços vazios entre os
átomos,semelhantemente ao defeito visto anteriormente, porém, ao invés de ser um átomo do
hospedeiro, uma impureza irá preencher o vazio(CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
Além dos defeitos pontuais vistos anteriormente, existem defeitos lineares que não
ocorrem deforma particular em um espaço, mas estão ligados diretamente com o alinhamento
dos átomos. Dentre os defeitos lineares estão as discordâncias que podem ser arestas, espirais
ou a junçãodas duas que forma as discordâncias mistas. A discordância aresta ou cunha, é um
defeitocausado pelo término de uma fileira de átomos dentro da rede cristalina, essa linha
édenominada de linha de discordância, no qual esse defeito é responsável por algumas
deformações na rede, como mostrado na Fig. 2.5.
10
Figura. 2.5. Linha de discordância e vetor de Burgers. Adaptado de Callister e Rethwisch
(2010).
11
Os defeitos planares ou interfaciais, ocorrem através do plano das estruturas e são
contornos que possuem duas dimensões e separam regiões do material que possuem diferentes
estruturas e orientações cristalográficas, as imperfeições referentes à esse defeito são: as
superfícies externas, contornos de grãos, contorno de maclas, falhas de empilhamento e
contorno de fase (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
Os grãos são pequenos cristais que possuem todos os átomos na mesma orientação. Os
contornos de grãos são ‘linhas’ que separam os grãos que possuem diferentes orientações
cristalográficas em um poli cristalino, como mostradas na Fig. 2.7. Essa propriedade
superficial ocorre quando dois cristais em crescimento se encontram, causando essa divisão
(RUSSELL; LEE, 2005).Nos contornos de grãos há uma energia interfacial semelhante à
energia de superfície encontrada nos defeitos de superfície externa, onde essa energia vem dos
átomos de superfície que não possuem o número total de átomos vizinhos ligados a eles, logo
esses átomos da superfície estão em um estado de energia maior. A área do grão está
relacionada com a quantidade de energia interfacial, sendo que, quanto maior o grão menor
será a energia e quanto menor o grão maior será a energia, e isso se deve ao fenômeno que
ocorre semelhantemente em defeitos de superfície externa, no qual o material tende a reduzir
sua área total de superfície afim de diminuir a energia de superfície, que é expressa em
unidade de energia por unidade de área (J/m²)(CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
12
do outro lado do contorno, onde essa região de simetria é chamada de macla, como pode ser
visto na Fig. 2.8. As imperfeições de macla são causados por forças de cisalhamento e
tratamentos térmicos de recozimento(CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
13
elétricas. Neste tópico será desenvolvida a parte de propriedades mecânicas, enfatizando as
principais propriedades dos metais e suas definições.
Quando um material passa por um processo de escolha, ele é submetido à ensaios que
visam determinar suas propriedades, sendo elas: deformação elástica, deformação plástica,
limite de escoamento, limite de resistência à tração, ductilidade, tenacidade e etc. Em um
ensaio de ruptura por tração, o material é submetido à uma tensão de tração repetitiva com
umafrequência específica, afim de alongar o corpo de prova e adquirir gráficos de
alongamento edeformação. No gráfico de deformação, há duas regiões de importante análise,
que são a regiãode deformação elástica e plástica. Numa deformação elástica, o material sofre
um alongamento, porém é temporário e volta ao estado inicial quando não há mais tensão
mecânica aplicada, diferentemente daelástica, na deformação plástica, o material sofre uma
deformação permanente e é dito que ocorpo de prova sofreu um escoamento, no entanto,
mesmo que um material escoe, ainda há uma pequena parcela de recuperação elástica. Em um
gráfico de tensão × deformação, há uma região linear que é representada pela região de
deformação elástica e a área não linear é a deformação plástica. O limite de escoamento é
determinado pela intersecção da curva do gráficocom uma reta paralela à reta de crescimento
linear da deformação elástica, onde essa retaparalela é deslocada em 0,2% no eixo da
deformação. A determinação do limite de escoamento indica a tensão necessária para ocorrer
esse escoamento de 0,2% no corpo de prova (SHACKELFORD, 2008). Além do limite de
escoamento, há outra propriedade importante chamada de módulo de Young ou módulo de
elasticidade, no qual é fornecida a resistência do material à deformação elástica, ou seja, é a
resistência do material à deformação permanente, este valor é encontrado como sendo a
inclinação da reta na região elástica do gráfico de tensão por deformação, de acordo com a
Fig. 2.9 (SHACKELFORD, 2008).
14
Figura. 2.9. Gráfico de deformação de um material. Adaptado de Callister e Rethwisch
(2010).
15
Figura 2.10. Gráfico de deformação. Adaptado de Callister e Rethwisch (2010).
16
A dureza é uma propriedade mecânica definida como a resistência à deformação
plástica emum ponto de desgaste, e diferentemente das anteriores, possui ensaios específicos
para sua determinação, sendo eles Brinell, Vickers e Rockwell (NORTON, 2013).
17
significante de perda de peso para a aeronave. Em caso de uso, é necessário que o magnésio
não seja utilizado em áreas de difícil inspeção e que possuam tendência à corrosão
(RAYMER, 2012).
As ligas de níquel são usadas em aeronaves hipersônicas e de reentrada, geralmente
encontram-se nos motores. Essas ligas são mais pesadas e difíceis de serem fabricadas
(RAYMER, 2012).
O alumínio é de longe o material aeronáutico mais utilizado, e isso se deve as suas
características sendo elas sua boa relação resistência-peso, resistência à corrosão e possuem
um custo moderado, diferentemente dos compósitos que apresentam um alto custo e alguns
problemas de reparo e fabricação. Dentre as ligas mais utilizadas no setor aeronáutico, as
séries 2000 e 7000, sendo comumente usadas nas asas e na fuselagem. Na Fig. 2.11 são
mostrados gráficos com a porcentagem do uso de alumínio em alguns Boeings. As ligas de
alumínio podem ter suas propriedades de resistência e rigidez alteradas pelo tipo de
tratamento e a junção com outros metais, que serão discutidos adiante (RAYMER, 2012).
Apesar das ligas 2000,6000 e 7000 estarem em alta entre as ligas utilizadas, a liga de
alumínio-lítio apresenta melhor resistência, rigidez e tolerância à fadiga do que as demais
ligas de alumínio, porém, apresenta uma baixa resistência à fratura e o custo é elevado
(TORENBEEK, 2013).
18
2.1.5 Características das ligas de alumínio 2000 e 7000
A liga 2000 é formada a partir da dissolução do cobre no alumínio, que é feita em altas
temperaturas, onde a concentração de Cu pode varia entre 0,7% até 6,8% dependendo da liga.
Além do Cu, outros elementos como Mg, Si e Mn podem aperfeiçoar as características da
liga, onde o Mg dentre os outros elementos, possui uma maior concentração, variando entre
19
0,02% até 1,9% do peso (THE ALUMINUM ASSOCIATION, 2015). O Mg em específico
acelera o processo de endurecimento por precipitação e aumenta os níveis de resistência
quando a liga for envelhecida. As ligas da série 2000 apresentam uma boa reposta ao
endurecimento por precipitação, porém são vulneráveis à rupturas à quente e requerem uma
maior realimentação de metal líquido para evitar cavidades no seu processo de formação
(RUSSELL; LEE, 2005). As ligas 2000 são usadas para usos críticos de fadiga por serem
tolerante a estes danos. Uma das ligas mais utilizadas na fuselagem de aeronaves têm sido a
2024 por apresentar um limite de escoamento moderado, uma boa resistência à propagação de
trincas e por ter uma boa tenacidade à fratura(DURSUN; SOUTIS, 2014).
A série 7000 é amplamente utilizada na indústria aeronáutica por possuir as maiores
resistências do que as outras ligas de alumínio. Sua composição conta principalmente com a
adição de zinco, que pode variar de 0,8% até 12% e por apresentar problemas com corrosão,
são adicionados alguns elementos afim de melhorar a resistência à corrosão da liga, como por
exemplo o cobre, que pode chegar a 2,8% dependendo da liga (THE ALUMINUM
ASSOCIATION, 2015). As primeiras ligas 7000 apresentavam alguns problemas de baixa
concentração de precipitação nos contornos de grão, o que deixava a liga mais vulnerável à
formação de trincas por corrosão. Este problema foi solucionado adicionando-se Cu à liga,
pois o mesmo diminui as zonas de precipitação livre, aumentando a concentração de
precipitação nos contornos de grão. Porém, como necessita-se de uma concentração acima de
1,5% a 2%, o processo de precipitação da liga é alterado, além do fato de que o Cu pode
causar trincas na solidificação do material, sendo assim, essas ligas não são soldáveis
(RUSSELL; LEE, 2005). Dentre as ligas 7000 com maior resistência está a 7075 que é
amplamente utilizada para estrutura de aeronaves, devido a sua relação resistência-peso e por
ser relativamente barata. Outra liga utilizada é a 7475, que é uma versão modificada da 7075 e
foi desenvolvida para aplicações que exigem alta resistência, tenacidade à fratura e resistência
à propagação de fadiga, em ambientes corrosivos ou no ar. A principal diferença entre as 7075
e 7475 é a quantidade de ferro e silício presente na composição de cada um, sendo a primeira
composta por 0,90%, enquanto a 7475 contém apenas 0,22%. Devido à essas mudanças na
liga 7075, os grãos presentes em 7475 são mais finos, e por isso apresenta uma das maiores
tenacidades à fratura e também uma melhor resistência à corrosão. Na Fig. 2.12 é ilustrada
uma comparação entre as ligas 2024-T3, 7075-T6 e 7475-T7351, onde nota-se que a liga
7475-T7351 apresenta a maior resistência à fadiga dentre as 3 três (DURSUN; SOUTIS,
2014).
20
Figura. 2.12. Comparação entre as ligas de alumínio. Adaptado de Dursun e Soutis (2014).
21
Apenas o encruamento. O nível de
H1x encruamento é definido por x, variando de
2 a 8, que é o mais intenso.
22
Resfriado de temperaturas altas de
T1 fabricação e envelhecido naturalmente
(temperatura ambiente ).
Resfriado de temperaturas altas de
T2 fabricação, trabalhado a frio e
naturalmente envelhecido.
Tratado através de solubilização,
T3 trabalhado a frio e naturalmente
envelhecido.
T4 Tratado através de solubilização e
naturalmente envelhecido.
T5 Resfriado e envelhecido naturalmente
(temperatura elevada).
T6 Tratado através de solubilização e
artificialmente envelhecido.
T7 Tratado através de solubilização e
estabilizado.
Tratado através de solubilização,
T8 trabalhado a frio e artificialmente
envelhecido.
Tratado através de solubilização,
T9 artificialmente envelhecido e trabalhado
a frio.
Resfriado de temperaturas altas de
T10 fabricação, trabalhado a frio e
artificialmente envelhecido.
O tipo de tratamento utilizado em cada liga influencia muito nas propriedades que o
mesmo possuirá após ser tratado. Mesmo que duas ligas possuam as mesmas concentrações
de elementos de liga, se forem tratadas de maneira divergente, possuirão diferentes
características. A Tab. 2.4 relaciona a tensão de escoamento da liga 7075, com diferentes
tipos de tratamento.
23
encontram-se em grandes desastres na história, como por exemplo no período da Segunda
Guerra Mundial, quando um navio tanque estava atracado e rompeu-se em dois. O casco do
navio era feito de material dúctil, porém, o mesmo nunca tinha sido submetido a
carregamento dinâmico, e mesmo que as tensões nominais estivessem abaixo do limite de
escoamento do material, o mesmo fraturou. Na Fig. 2.13 é mostrado um navio que rompeu-se
ao meio (NORTON, 2013).
As falhas são um grande problema para qualquer projetista, pois apesar de se ter
grandes estudos acerca dos fenômenos envolvidos, ainda possuem uma difícil prevenção. O
estudo desse tema é de grande importância para projetos navais, aeronáuticos, industrias, entre
outros, por serem máquinas que estão sob constantes solicitações dinâmicas, qualquer erro
significativo no projeto pode causar grandes danos e perdas(BUDYNAS; NISBETT, 2011).
As fraturas são causadas por solicitações estáticas, ou seja, pela aplicação de uma
determinada tensão que não varia ou varia muito pouco ao decorrer do tempo, que acarretam
na divisão do material em duas ou mais partes. As fraturas possuem duas modalidades, sendo
24
elas, em materiais dúcteis ou frágeis, no qual esses termos estão diretamente ligados à
deformação plástica encontrada em cada material.(CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
Para se entender mais sobre a mecânica da fratura é preciso estudar as principais teorias
envolvidas com esse fenômeno, desde o microscópio até o macro de um material.
Um processo de fratura, de forma geral, possui três etapas, sendo elas: a formação da
trinca, suapropagação e a fratura em si. Em um material frágil, ocorre-se uma formação de
trinca devido as inúmeras micro trincas e defeitos presentes nas estruturas cristalinas do
material, que quando sujeitas à uma tensão de tração crítica criam as trincas que em seguida
se propagam, e isso se decorre pelo fato de materiais frágeis serem mais impactados por
concentradores de tensão do que materiais dúcteis. A propagação da trinca para a maioria das
estruturas cristalinas ocorre devido à ruptura contínua e repetida das ligações atômicas, ou
seja, as trincas se propagam passando através dos grãos, sendo esse processo chamado de
clivagem, e devido esse processo de trinca atravessar os grãos, é chamada de transgranular.A
propagação da trinca pode ocorrer ao decorrer do contorno dos grãos, sendo chamada de Inter
granular, na qual é geralmente causa de um enfraquecimento nas regiões dos contornos de
grão (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
A mecânica da fratura teve seu iníciocom os experimentos de Griffith que se baseou em
Inglis para desenvolver seus cálculos de campos de tensão para uma imperfeição elíptica. Na
Fig.2.14 é mostrada a placa que foi usada, no qual foi carregada com uma tensão
uniaxial(BUDYNAS; NISBETT, 2011).
25
Figura. 2.14.Modelo de Griffith.Adaptado de Meyers e Chawla (2008).
À medida que ‘a’ se aproxima de zero, a tensão se aproxima do seu valor máximo, e
este valor é dado pela equação de Inglis, que é a Eq. (2.2) abaixo:
a
(
σ máx =σ 1+2
b ) (2.2),
onde, σmáx é a tensão máxima que ocorre na extremidade do eixo maior da elipse, σ é a carga
aplicada, ‘a’ é o comprimento da elipse e ‘b’ é a largura da elipse.
Griffith, baseado no balanço energético da termodinâmica, propôs que ocorrem dois
eventos na propagação de uma trinca, que são: a energia de deformação elástica sendo
liberada no volume do material e são criadas duas novas superfícies de trinca, que
representam uma superfície de energia. Logo, para Griffith, a propagação da trinca ocorrerá
quando a energia de deformação elástica liberada for maior do que a energia de superfície
criada pelas duas novas superfícies de trinca (MEYERS; CHAWLA, 2008).Apesar de Griffith
ter conseguido um certo êxito com suas hipóteses acerca das energias de superfície, seus
experimentos foram restritos à materiais frágeis, exclusivamente o vidro, e como materiais
dúcteis apresentam comportamento diferente, encontrou-se uma barreira(BUDYNAS;
NISBETT, 2011). Apesar de ser apresentar certas falhas, a equação de Griffith foi usada para
o desenvolvimento da definição de fator de intensidade de tensão, que contou com o uso da
26
equação reformulada de Griffith que relaciona a geometria da peça e a carga com as
propriedades do material, como mostrado na Eq. (2.3) (ROSA, 2002).
2
σ cr π a=2 Eγ (2.3),
A propagação da trinca tem seu início quando o fator de intensidade de tensão atinge
seu valor crítico. O fator de intensidade de tensão é dependente do modo geométrico, do
tamanho, da forma da trinca e do tipo de carregamento, e de modo geral como o modo I é o
mais utilizado, têm-se na Eq. (2.4) o fator de intensidade de tensão que abrange várias
situações. A Figura 2.16 um modelo para o cálculo do fator de intensidade de tensão
KI(BUDYNAS; NISBETT, 2011):
27
K I =βσ √ π a (2.4),
onde, β é o fator de modificação da intensidade de tensão, que pode ser encontrado em tabelas
(BUDYNAS; NISBETT, 2011).
Figura 2.16.Modelo de modo I para cálculo de KI. Adaptado de Budynas e Nisbett (2011).
28
Até este momento, todas as falhas estudadas foram causadas por um carregamento
estático, ou seja, um carregamento que não varia no tempo ou varia muito pouco. Porém,
quando os materiais são solicitados de maneira dinâmica, o comportamento dos materiais
muda completamente, no qual um material dúctil pode falhar de forma frágil. No capítulo
decorrente serão tratadas falhas por solicitações dinâmicas, sendo mais aprofundado o
conceito de fadiga e suas causas.
Os estudos acerca da falha por fadiga tiveram seu início no período de 1800, tendo
como pioneiro W.A.J. Albert que através de experimentos com cargas de baixo ciclo em
correntes de elevação de guindastes foi o primeiro a documentar uma falha por carregamento
cíclico, isso ocorreu por volta de 1828 na Alemanha. O primeiro a usar o termo fadiga, foi o
matemático e engenheiro francês J.V Poncelet em seu livro sobre mecânica(DOWLING,
2012).Após as discussões acerca da teoria da cristalização da fadiga proposta por
W.J.M.Rankine que seria uma das causas da fragilização dos trilhos que falhavam por tensões
flutuantes, em 1864 começaram os relatos de experimentos sobre cargas repetidas. Por volta
de 1870, o engenheiro alemão August Wöhler, publicou sua pesquisa que relacionava o
número de ciclos de tensão variantes no tempo com as falhas e mostrava que existia um limite
de resistência à fadiga para aços. O número de ciclos e a resistência à fadiga foram
relacionados em um diagrama, chamado de Curva de Wöhler ou diagrama S-N, que é
mostrado na Fig. 2.17.
Antes de Wöhler, pensava-se que quando o material era exposto a cargas cíclicas, ele,
de alguma forma, apresentava um “cansaço” que o fragilizava, explicando de certa forma a
causa da falha frágil em um material dúctil, porém, Wöhler mostrou com seus experimentos
que mesmo quando um corpo era fraturado, ele ainda continha as propriedades de um material
dúctil. Mesmo com essa refutação, o termo fadiga ainda é usado para designar falhas por
carregamentos cíclicos(NORTON, 2013).
As falhas por fadiga têm sido, por muitos anos, uma preocupação para projetistas, isso
porque além de causar danos econômicos, pode causar acidentes catastróficos, já que os
mesmos estão envolvidos de um modo mais abrangente em veículos aéreos, terrestres e
navais, os quais estão sujeitos a cargas que variam no tempo. No decorrer deste capítulo serão
estudados os mecanismos, os modelos e os fatores que influenciam na falha por fadiga.
29
Figura. 2.17.Curva de Wöhler. Adaptado de Norton (2013).
De uma maneira geral, o processo de fadiga se divide em três estágios, sendo eles: o
início da trinca, a propagação e a fratura final. As trincas geralmente têm seu início em
concentradores de tensão, que podem ser inclusões na estrutura cristalina do material ou até
micro trincas criadas no processo de fabricação do corpo. Dos três estágios, a propagação da
trinca é o que leva mais tempo para se desenvolver, sendo uma importante peça no estudo da
falha por fadiga (NORTON, 2013).
O estágio de início da trinca pode se decorrer de qualquer concentrador de tensão, sendo
assim, como nenhum material é homogêneo e isotrópico, a presença de inclusões, vazios ou
até mesmo de contornos geométricos na peça (entalhe), servem como intensificadores de
tensão naquele ponto. Supondo que um material dúctil está sob carregamento cíclico e que a
mesma peça possui entalhes, analisa-se que conforme as tensões no entalhe oscilam, ocorre
um escoamento local no entalhe, causando um deslizamento na estrutura cristalina do material
que futuramente criará um agrupamento de micro trincas devido ao carregamento cíclico,
podendo ser menor que a tensão necessária para o escoamento, na região do entalhe. Porém,
mesmo que um material não possua entalhes, a presença de defeitos e discordâncias na
estrutura cristalina do material causarão as concentrações de tensão no local. Em materiais
frágeis, como não ocorre o processo de escoamento, as trincas se desenvolvem de maneira
mais acelerada, podendo se confundir o estágio de nucleação e propagação devido a ruptura
repentina. Sendo assim, os materiais frágeis são mais afetados pela presença de entalhes na
30
peça (NORTON, 2013).As localizações exatas, do início do processo de fadiga e da nucleação
da trinca, são informações difíceis de serem determinadas mesmo com o uso de avançadas
técnicas de inspeção e monitoramento (RUSSELL; LEE, 2005).
Quando o estágio de início da trinca é concluído, a propagação da trinca tem seu início,
e os conceitos abordados na mecânica da fratura começam a acontecer. Uma vez que a trinca
é estabelecida, as concentrações de tensão fornecidas pela mesma são maiores, desta forma é
criada uma zona plástica ao redor da trinca. Cada vez que uma tensão de tração age sob a
trinca ocorrendo um escoamento e o crescimento. Quando o regime cíclico passa para o
regime de tensão de compressão, o escoamento para e a trinca fecha, porém com um
comprimento maior. Desta forma, nota-se que a trinca possui um certo crescimento durante o
período de tração apenas, e assim as tensões de compressão não contribuem para a
propagação da mesma. Além das solicitações alternadas, outro meio de propagação de trinca é
a corrosão, que submete a trinca à tensões estáticas. Quando um material é submetido à
tensões alternadas em meios corrosivos, a trinca possui uma taxa de crescimento elevado, se
comparado com qualquer outra situação. A taxa de crescimento de uma trinca por ciclo possui
um valor extremamente baixo, sendo da ordem de 10-8 até 10-4 polegadas por ciclo, porém,
com um grande número de ciclos, o comprimento da trinca pode se tornar significativa
(NORTON, 2013).
O estágio final da trinca, a fratura, ocorre quando o fator de intensidade de tensão atinge
seu valor crítico, que como visto anteriormente, é a tenacidade à fratura do material, causando
assim uma falha súbita na peça. Em carregamentos cíclicos, o fator que influencia é o
comprimento da trinca, que é representado pela letra ‘a’ na Eq. (2.4), diferentemente de
carregamentos estáticos, que dependem mais da tensão nominal aplicada. Quando uma peça
falha por fadiga, ela apresenta vestígios que são chamados de marcas de praia, que indicam os
estágios da trinca desde a sua nucleação até a sua fratura. Na Fig. 2.18 é mostrada uma peça
que apresenta marcas de praia (NORTON, 2013).
31
Figura 2.18.Marcas de praia. Adaptado de Norton (2013).
Os cálculos acerca das falhas por fadiga são feitos baseados em modelos, nos quais cada
um possui uma aplicação para determinada situação. No capítulo seguinte serão tratados os
três principais modelos, mostrando suas vantagens e desvantagens.
Os três modelos para a determinação da vida útil de uma peça sob um regime de fadiga
são: tensão-número de ciclos (S-N), deformação-número de ciclos (ε-N) e a mecânica da
fratura linear-elástica (MFLE). Antes de se aprofundar nestes modelos, é importante
reconhecer os tipos de regime de fadiga. O regime de baixo-ciclo é empregado para uma
ordem de 1≤N≤10³ ciclos, e regimes de alto ciclo possuem N>10³, sendo N o número de
ciclos(BUDYNAS; NISBETT, 2011).
O modelo de tensão-vida (S-N) é usado para a determinação da resistência à fadiga de
um material. Este método é usado de forma mais precisa para regimes de alta ciclagem, e não
apresentando precisão para regimes de baixo-ciclo. Os diagramas S-N são determinados com
base em ensaios de fadiga, sendo o método de R.R. Moore o mais usado, no qual é baseado
numa máquina de flexão rotativa. O diagrama é traçado após vários testes, sendo que no eixo
das ordenadas do diagrama encontram-se as resistência à fadiga S f e no eixo das abscissas
estão os ciclos correspondentes à Sf.Na Fig. 2.19 é mostrado um exemplo de diagrama S-N de
32
um aço UNS G41 300, que foi submetido a ensaios de fadiga axiais de rotação completamente
reversa(BUDYNAS; NISBETT, 2011).
Alguns materiais, como por exemplo o aço, apresentam um ponto no diagrama que
indica que após aquele determinado valor, não ocorrerá falha independentemente do número
de ciclos. Esse ponto é chamado de limite de resistência à fadiga,Se, e pode ser identificado na
Fig. 2.19, quando a Sf possui um valor de 350MPa e o número de ciclos é de 10 6.Porém, nem
todos os materiais apresentam um limite Se, os metais não ferrosos e suas ligas não
apresentam esse ponto, deste modo estes materiais apresentam uma vida finita até certo
número de ciclos com uma determinada tensão. Os diagramas S-N também apresentam
regiões de vida finita e infinita, sendo que a região de vida infinita tem seu início no limite de
endurecimento do material em questão. Dentre todos os métodos, o modelo de tensão-vida é o
de mais fácil implemento, porém não possui uma boa precisão, sendo mais utilizado para
regimes de alto ciclo N>103 (BUDYNAS; NISBETT, 2011).
O modelo de deformação-número de ciclos, é geralmente utilizado para a investigação
do início da trinca, pois, como em quase todos os casos, a trinca se inicia a partir de uma
concentração de tensão, que pode ser desde uma inclusão até um entalhe e à medida que a
tensão nesse ponto excede o limite elástico, ocorre a deformação plástica (BUDYNAS;
NISBETT, 2011). Então, devido ao fato da iniciação da trinca provocar um escoamento local,
33
o modelo de deformação-número de ciclos fornece informações com um grau de precisão
aceitável para este estágio da trinca. Este método é geralmente usado em regimes de baixo
ciclo e vida finita, devido às tensões cíclicas elevadas (NORTON, 2013). O diagrama de
deformação-vida é mostrado na Fig. 2.20, sendo que a amplitude de deformação é dada pela
relação de Manson-Coffin no qual é mostrada na Eq. (2.5) (BUDYNAS; NISBETT, 2011)
'
Δε σ F
= ( 2 N )B +ε ' F ( 2 N )C
2 E (2.5),
34
O modelo da mecânica da fratura linear elástica é a que melhor descreve o estágio de
propagação da trinca. O modelo MFLE pressupõe a existência de uma trinca que possa ser
mensurada com métodos adequados. Como visto anteriormente, para que haja a propagação
de uma trinca, é necessário que uma tensão de tração atue sob a mesma. Porém,
diferentemente de como visto na Eq. (2.4), a tensão possui uma flutuação entre os seus
valores mínimos e máximos, desta maneira o intervalo de tensão de tração é dado por ∆σ,
logo o intervalo do fator de intensidade de tensão é dado por (BUDYNAS; NISBETT, 2011):
ΔK I =β Δσ √ πa (2.6)
Nota-se pela relação acima que os valores de tamanho da trinca,a, e o fator geométrico
de intensidade de tensão β, são importantes para a aplicação deste método, assim como a
tensão σ aplicada.
O gráfico que relaciona a taxa de crescimento da trinca com a intensidade de tensão
aplicada é mostrado na Fig. 2.21. O início da trinca se dá pelo estágio I do diagrama, e nota-se
que a trinca só começa a se propagar após o intervalo de intensidade de tensão ∆K I atingir um
valor do fator de intensidade de tensão do ponto limite inicial ∆Kth, sendo considerado
algumas vezes como limite de fadiga para materiais sem entalhe.O estágio II é a região de
maior interesse para a determinação da vida da peça sob fadiga, no qual essa região é definida
pela relação matemática de Paris, sendo ela (NORTON, 2013):
da
=A ( ΔK )m
dN (2.7),
35
Figura 2.21.Gráfico que relaciona o crescimento da trinca com o intervalo de intensidade de
tensão. Adaptado de Norton (2013).
É importante notar que a medida que o valor de tensão mínimo se aproxima do valor
máximo, a razão R aumenta, aumentando também o valor de Kth.
36
Figura 2.22.Influência da razão R no gráfico.Adaptado de Norton (2013).
Além dos concentradores de tensão que foram vistos como os principais fatores de
causa da nucleação de uma trinca, outros fatores podem interferir no processo da fadiga. No
capítulo seguinte serão discutidos alguns conceitos destes fatores, que podem tanto acelerar
quanto retardar o processo de falha por fadiga.
37
residuais.Esse tipo de tensão é introduzido no material durante processos térmicos ou
mecânicos, e se bem explorados, podem trazer benefícios para a vida da peça sob fadiga
(NORTON, 2013).Sendo a falha por fadiga causada por tensões de tração, as tensões residuais
de compressão, introduzidas na peça por tratamentos prévios, servem como uma barreira para
o crescimento da trinca. Quando há uma tensão de tração atuando sob a trinca, a tendência é
que ela abra, porém quando há uma tensão de compressão agindo sobre a mesma, ela tende a
fechar, logo para que haja um crescimento, é preciso que a tensão de tração primeiro
ultrapasse essa tensão residual de compressão. Esse processo de introdução de tensões
residuais em materiais, é utilizado nos componentes críticos de aeronaves, afim de aumentar a
resistência à fadiga (RUSSELL; LEE, 2005).
Contornos nas peças podem causar concentrações de tensões e desta forma diminuir a
vida sob regime de fadiga. Qualquer furo, sulco, rasgo, diferença de diâmetros, chaveta ou
qualquer característica do gênero, pode causar um ponto de intensificação de tensão. Em uma
descontinuidade, quanto menor for seu raio de curvatura, maior será a concentração de tensão.
Desta forma, para evitar esses pontos, são introduzidas modificações estruturais nas peças, a
fim de diminuir, na medida do possível, essas irregularidades. Na Fig. 2.23 é mostrada uma
peça que passou pelo processo de adoçamento, com intuito de diminuir a diferença brusca
entre os diâmetros da peça (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
Até o momento, foi dito que as trincas são causadas por tensões principalmente
mecânicas, porém, variações bruscas de temperatura também causam a formação de trincas
em materiais. Quando os materiais estão sob altas temperaturas, os mesmos tendem a se
expandir de acordo com a dilatação térmica, porém, quando há uma resistência à essa
variação na estrutura do material, aparecem as tensões térmicas, nas quais dependem da
variação da temperatura, do módulo de elasticidade do material e do seu coeficiente de
38
expansão térmica. A forma de evitar que essas tensões ocorram, é evitar que quando o
material for exposto à temperaturas elevadas, não haja bloqueio quando o mesmo sofrer
variações nas suas dimensões (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
A corrosão emum material causa a produção de entalhes e descontinuidades que
servirão como concentradores de tensão no material.Os efeitos negativos de ambientes
corrosivos em materiais podem ser alarmantes, como por exemplo o caso de estruturas de
alumínio, que quando expostas ao ar seco, têm sua resistência à fadiga reduzida de 25 a 75%
(RUSSELL; LEE, 2005).Algumas das medidas usadas para se reduzir a fadiga por corrosão
são: o revestimento superficial de proteção, que visa revestir o material com outro que seja
menos propenso à corrosão, a seleção de materiais resistentes à corrosão e se possível reduzir
o efeito corrosivo do ambiente (CALLISTER; RETHWISCH, 2010).
A característica dos grãos do material também é um fator que pode interferir na vida útil
da peça em regime de fadiga mecânica, no qual o seu tamanho é inversamente proporcional à
resistência, desta forma, os contornos de grãos servem como bons obstáculos contra a
propagação de uma trinca.Outro fator que impacta na vida sob fadiga, embora aja de forma
discreta, é a frequência de tensão cíclica, que começa a ser significativa ao aumento da
temperatura (RUSSELL; LEE, 2005).
O manejo de imagens possui uma grande importância para o mundo, pois muitas tarefas
necessitam de processamento de imagem, seja num consultório odontológico ou em
telescópios gigantescos que visam monitorar corpos celestes. Devido à essa versatilidade de
aplicações, o uso de imagens para a análise de trincas vem sendo bastante utilizado para se
correlacionar com outros métodos que usam de outros fenômenos físicos para a medição da
mesma(GONZALEZ; WOODS, 2007).
O processamento de imagens é uma área extremamente ampla e possui atuação em
diversas áreas, como por exemplo na biologia, onde imagens obtidas em microscópios contam
a quantidade de células, além de realizar tarefas que exigem alta precisão e repetitividade, ou
também a utilização de processamento de imagens em satélites que auxilia nos estudos e
trabalhos nas áreas da Geografia, Meteorologia, Geoprocessamento e etc. Atualmente há
muitos métodos de análise de trinca através do tratamento de imagens, sendo uma aplicação
muito importante para a área de pesquisa de falhas por fadiga mecânica, que é a causa de
39
muitos prejuízos econômicos e sociais. O início do processamento de imagens digitais, apesar
de ter seus vestígios na década de 20, começou a crescer a partir da década de 60, quando a
Jet Propulsion Laboratory se utilizou de técnicas computacionais para tratar as imagens da
lua transmitidas da sonda Ranger. Após isso, as aplicações se diversificaram e são de grande
importância para qualquer sistema tecnológico atual (NETO, 1999).
A área de processamento de imagem tem como origem o processamento de sinais,
sendo assim, o processamento de imagem é o processamento de informações com auxílio de
um meio digital, sendo que os dados contidos tanto na entrada quanto na saída, são imagens.
O processamento de imagem segue as seguintes etapas mostradas na Fig. 2.24 (MOESLUND,
2012).
A aquisição de imagem, abrange toda a parte de captura da imagem, desde a sua forma
analógica até a conversão para o meio digital, que é feito a partir de conversor analógico-
digital (A/D). O pré-processamento engloba toda a parte de preparação para o processamento,
como por exemplo, a conversão de uma imagem colorida em uma imagem preto e branco, ou
extrair uma região de interesse da imagem. A segmentação tem como objetivo extrair a
informação de interesse da imagem, sendo crucial para o sistema de processamento. Na
40
representação, as informações da imagem são extraídas de forma concisa, e números são
usados para representar a mesma. Por último, a classificação analisa as informações obtidas e
classifica cada objeto, seja ele de interesse ou não.O aprofundamento de cada item será feito
no decorrer do tópico (MOESLUND, 2012).
Neste capítulo, serão tratadas algumas definições de aquisições e processamento de
imagem que serão importantes para o sucesso desta pesquisa. Além dos conceitos importantes
acerca de tratamento de imagem, serão abordadas as normas ASTM E647-13a e ASTM E399-
12, que estão relacionadas com a padronização de medida do crescimento de uma trinca num
corpo de prova padronizado.
41
corpo de prova padronizado pela norma, conforme a Eq. (2.7). O sistema proposto por esta
pesquisa tem como objetivo a medição do comprimento de trinca, sendo assim serão seguidos
os padrões da norma ASTM-E647-13a para a medição do comprimento, a. O corpo de prova
escolhido para os testes que serão realizados, é o modelo C (T) padronizado pela norma
ASTM-E399-12, por apresentar dimensões que favorecem a medição do comprimento da
trinca. Tal corpo de prova é ilustrado na Fig. 2.25.
42
Segundo a norma ASTM-E647, uma trinca que se desvia acima de 20° do plano de
simetria acarretará na anulação da medição. Ângulos entre 10° e 20° devem ser reportados e
desvios abaixo de 10° validam a medição. Na Fig. 2.26 é mostrada a ilustração do desvio em
questão.
Uma imagem monocromática pode ser definida como uma função bidimensional f(x,y),
onde o x e y são coordenadas espaciais. A intensidade de cada ponto formado pelas
coordenadas é chamada de nível de cinza. Uma imagem pode ser considerada digital, quando
os níveis de cinza são finitos (GONZALEZ; WOODS, 2007).Os valores de intensidade da
43
função f, para uma imagem monocromática, variam de 0 a 255, onde 0 corresponde a preto e
255 ao branco, sendo os tons intermediários chamados de tons de cinza (MOESLUND, 2012).
Antes de uma imagem ser processada, precisa-se primeiramenteadquiri-la, sendo este
processo denominado de aquisição de imagem. A imagem pode ser adquirida através de
sensores que captam alguma forma de energia e a convertem para um sistema digital através
de conversores analógicos-digitais. Para o contexto desejado, a forma de energia que será
abordada é a luz. A luz é uma onda eletromagnética, sendo a mesma formada por pequenos
pacotes de energia chamados de fótons, que pode ser expressa através da Eq. (2.8)
(MOESLUND, 2012).
h.c
E=
λ (2.8),
44
1 1 1
+ =
g x f (2.9),
ondeg é a distância entre o objeto e a lente, xé a distância entre a lente e a interceptação entre
os raios focados e f é o comprimento focal.
Um campo de profundidade pode ser descrito como a variação de distância no qual a
lente não perde o foco, no qual este campo é influenciado pela distância focal. A medida que a
distância focal aumenta e o campo de profundidade diminui, a área observável pela câmera é
diminuída também, no qual essa área é denominada como campo de visão, e é depende do
tamanho do sensor de imagem. Outro parâmetro que influencia no campo de profundidade é o
tempo de abertura do obturador da câmera, que influencia na quantidade de luz que incide na
lente, pois quanto maior o tempo de abertura, mais luz incidirá nos sensores (MOESLUND,
2012).
A aquisição de imagem é um processo que pode ser descrito como a conversão de uma
cena real em 3D para uma cena analógica em 2D. Para isso, são necessários sensores
fotoelétricos que transformam a energia luminosa, de maneira proporcional, em sinais
elétricos. Os sensores utilizados nas câmeras são CCD (Charge CoupledDevide) e o CMOS
(Complementary Metal-Oxide-Semiconductor)(SOLOMON; BRECKON, 2011).Esses
sensores possuem matrizes com células, onde cada uma possui um filtro, um sensor e uma
saída. Cada célula dessa matriz é chamada de pixel (Picture Element). O sinal digital gerado
pelo sensor é diretamente proporcional à quantidade de luz que foi incidida no mesmo, porém
essas células não estão diretamente expostas, necessitando de uma abertura, chamada de
obturador. Quando o obturador abre, as células são expostas a um período de exposição à luz,
no qual esse tempo vai influenciar na imagem que deseja-seadquirir. De forma geral, esse
tempo de exposição é automático em muitas câmeras digitais, mas podem ser ajustados
manualmente se desejado. Após as células serem carregadas, a tensão gerada é transformada
em sinal digital e a imagem torna-se digital, é importante ressaltar que as células são
descarregadas quando a câmera adquire a foto. A Figura 2.28apresenta um modelo de sensor
luminoso utilizado em câmeras digitais (MOESLUND, 2012).
45
Figura 2.27.Espectro Eletromagnético. Adaptado de Moeslund (2012).
Uma imagem, como discutido anteriormente, é uma função f (x, y) sendo cada f (x, y)
um pixel. Porém, essa função possui duas componentes, sendo elas: iluminação e refletância.
A iluminação é a quantidade de luz que incide na cena em questão, sendo denotada pela
função i(x,y).A refletância é a quantidade de luz que o objeto reflete e pode ser expressa pela
função r(x,y).Deste modo, a função f(x,y) pode ser expressa pela Eq. (2.10), onde a função
i(x,y) varia entre 0<i(x,y)<∞, e a função r(x,y) entre 0<r(x,y)<1 (GONZALEZ; WOODS,
2007).
f (x , y )=i( x , y ). r ( x , y ) (2.10)
46
Figura 2.28.Modelo de sensor luminoso. Adaptado de Moeslund (2012).
47
Apesar de uma grande quantidade de pixels resultar numa imagem com ótima
resolução, no processamento de imagens nem sempre a quantidade representa qualidade, pois
um número elevado de pixels em união com diversos processos que serão efetuados, podem
comprometer principalmente o tempo de processamento da imagem. Sendo assim, o conceito
de região de interesse é importante, pois visa selecionar uma região da imagem que é
importante para o processamento desejado. A região de interesse numa imagem, consiste em
se separar uma área onde se é desejada uma melhor análise. Na etapa de processamento, é
importante que se tenha uma região de interesse para diminuir a quantidade de pixels
presentes na imagem, pois é mais eficaz se processar uma parte da imagem do que ela inteira
(MOESLUND, 2012).
A aquisição de imagens coloridas ocorre de maneira semelhante ao de imagens
monocromáticas. Porém, os sensores são equipados com primas e filtros de cores primários,
ou seja, a luz é decomposta em R (vermelho), G (verde) e B (azul), que posteriormente são
combinadas de acordo com as normas de padronização da NTSC (National Television
Standard Committee) ou da PAL (Phase Alternating Line) (NETO, 1999).Logo, um pixel
colorido é representado por um vetor [R,G,B].O arranjo dos sensores que captam cada tipo de
cor, é mostrado na Fig. 2.30, e além do arranjo, também é mostrada a quantização de cada
pixel colorido. Nota-se que os sensores são separados em 50% de G(verde),25% de
R(vermelho) e 25% de B(azul), a cor verde é mais captada pelo fato de os olhos humanos
serem mais sensitivos à cor verde, sendo esse padrão chamado de Bayer Pattern (Padrão
Bayer) (MOESLUND, 2012).
48
Photographic Experts Group) e PNG (Portable Network Graphics).O formato GIF é um dos
mais básicos por apresentar somente 256 níveis de cinza ou cor, logo é utilizado para imagens
que não necessitam de muita resolução. Uma imagem JPEG possui resoluções de 24bit-RGB
até 36bits para casos de processamento de imagens cientificas e são comumente usadas em
câmeras digitais convencionais. O formato PNG foi criado afim de substituir o GIF,
suportando mais níveis de cinza e cor, ampliando sua aplicação em comparação com GIF
(SOLOMON; BRECKON, 2011).
Uma vez que a imagem foi adquirida, é necessário que ela seja pré-processada afim de
deixá-la nas condições necessárias para o processamento em si. A área de processamento de
imagem é extremamente extensa e possui muitas finalidades, sendo assim, serão abordados,
no tópico seguinte, conceitos de pré-processamento e processamento de imagem.
Quando os valores dos pixels não podem ser distinguidos pelo olho humano, como por
exemplo, 55 e 56, é dito que o contraste da imagem é pequeno, logo para valores distantes
49
como 55 e 100, o contraste é alto. A Eq. (2.12) expressa a relação de contraste numa imagem
(MOESLUND, 2012).
g( x , y )=a . f ( x , y ) (2.12)
O brilho e o contraste podem ser unidos em uma única equação, no qual o gráfico
gerado pela mesma é denotado de mapeamento de nível de cinza. É importante lembrar que os
valores dos pixels são limitados pelo número de bits de um pixel, logo um que tenha 8 bits
suporta valores de 0 a 255, se valores acima de 255 são definidos, o pixel possuirá um valor
de 255, e caso seja menor que 0, possuirá um valor de 0. Na Fig. 2.31 é mostrada a influência
dos níveis de brilho e de contraste numa imagem (MOESLUND, 2012).
γ
g( x, y )=f (x , y) (2.13)
Para 0<γ<1, as áreas escuras são aperfeiçoadas, já para γ>1, áreas claras são melhoradas
(MOESLUND, 2012).
51
análise de um histograma é possível concluir o brilho e o contraste de uma imagem, como por
exemplo, o histograma de uma imagem que contém muitos pixels concentrados na região de
baixa intensidade dos níveis de cinza, demonstra que a imagem possui baixo brilho. Imagens
com baixo contraste possuem um histograma com uma concentração estreita nas regiões
médias dosníveis de intensidade. Na Fig. 2.34 são mostrados alguns exemplos de histograma
(GONZALEZ; WOODS, 2007).
Alguns métodos são usados para o aperfeiçoamento de imagens através do histograma.
O alongamento de histograma, consiste em aumentar a distribuição de níveis de cinza numa
imagem, logo uma imagem com baixo contraste tem seu contraste aumentado, como pode ser
visto na Fig. 2.35 (MOESLUND, 2012).
52
j
C [ j ]=∑ H [i ]
i=0 (2.14),
As operações aritméticas com imagens nos permitem alterar efeitos de forma simples e
rápida. A soma e subtração de uma constante em uma imagem já foram vistas anteriormente
em mapeamento dos níveis de cinza, nos quais estes métodos visavam alterar o contraste e o
brilho da imagem. Porém, a soma e subtração de imagens nos dá um novo horizonte de
possibilidades. A mistura entre duas imagens, geralmente, é mais usada quando uma é
subtraída da outra, pois como mostra a Fig. 2.36, quando a garrafa que estava vazia é
53
preenchida, fica visível na imagem de saída que o único movimento que ocorreu foi o
preenchimento da garrafa, logo é uma boa ferramenta para detecção de movimento numa
sequência de vídeo. A multiplicação e divisão de uma imagem por outra, ou uma constante,
segue o mesmo raciocínio da soma e subtração, sendo assim acabam sendo uma extensão das
operações de soma e subtração. A divisão, assim como a subtração, possui a finalidade de
diferenciar uma imagem da outra, ou seja, se uma imagem é dividida pela outra e o resultado
é 1, quer dizer que as imagens são iguais, caso contrário são diferentes, mas apesar disso,
quando uma imagem é processada pelo computador, acaba sendo mais eficiente usar apenas a
subtração entre imagens (SOLOMON; BRECKON, 2011).
Um pixel possui outros pixels ao seu redor, nos quais estes são chamados de vizinhos.
Os vizinhos posicionados na vertical e horizontal do pixel selecionado, são chamados de 4-
vizinhos e denotados como N4(p), onde p se refere ao pixel selecionado. Os pixels nas
diagonais do pixel, são chamados de vizinhos diagonais e denotados como N D (p). Quando se
junta N4 e ND é formada uma vizinhança de 8, denotada por N 8(p) (GONZALEZ; WOODS,
2007).
Um pixel é adjacente a outro se ambos estão num mesmo conjunto V e são vizinhos.
Considerando-se um conjunto V que pode abranger determinados intervalos de valores, como
por exemplo de 32 a 40 se tem V= {32,33, …,40}, onde os números em V são as intensidades
de cada pixel. Existem três tipos de adjacência, sendo elas: 4-adjacência, 8- adjacência e m-
adjacência. Numa 4-adjacencia, dois pixels p e q devem estar no mesmo conjunto V e q deve
estar em N4(p). A 8-adjacência segue o mesmo conceito, porém o pixel q deve estar em
55
N8(p).A m-adjacência (adjacência mista) é uma modificação da 8-adjacência e é utilizada para
eliminar ambiguidades que podem ocorrer. Os critérios para a adjacência mista são: um pixel
p e q que estejam em V e que q esteja em N4(p), ou q esteja em ND (p) e também no conjunto
de N4(p) ∩ N4(q) não possui pixels com valores de V (GONZALEZ; WOODS, 2007).
O caminho (path) de um pixel (p) até outro (q) é uma sequência entre pixels distintos
que possui coordenadas (x0, y0), (x1, x1), …, (xn,yn), onde (x0, y0) = (x,y), (xn, yn) = (s, t) que é a
coordenada do pixel q. Os pixels (xi, yi) e (xi-1, yi-1) são adjacentes para 1≤i≤n, onde n é o
comprimento do caminho. Para um (x0, y0) = (xn, yn) é definido um caminho fechado
(GONZALEZ; WOODS, 2007).
Dois pixels estão conectados quando há um caminho entre eles que esteja constituído
pelo subconjunto S, que é representado por alguns pixels da imagem. O conjunto de pixels
conectados no subconjunto S é chamado de componente conectado, se tiver apenas um
componente conectado é chamado de conjunto conectado(GONZALEZ; WOODS, 2007).
A morfologia, em processamento de imagem, é uma área voltada para a identificação e
extração de informações através dos formatos e formas que estão dentro da imagem, e isso
abre um leque de aplicações possíveis, sendo algumas delas a segmentação que está
relacionada com processos de contagem e inspeção (SOLOMON; BRECKON, 2011). A
morfologia funciona de forma parecida com os processamentos de vizinhança, por exemplo os
filtros espaciais, porém, a máscara usada é chamada de elemento estruturante, que é o
conjunto responsável pela extração de informações da imagem. Os elementos estruturantes
contêm apenas dois valores, sendo eles ‘0’ ou ‘1’ e, em geral, não possuem um formato
específico, mas são padronizados em formas de caixa ou disco, como é mostrado na Fig. 2.37.
Este processamento é utilizado principalmente em imagens com vários níveis de cinza e
também em imagens binárias, no qual a segunda será tratada de forma mais estruturada.
Diferentemente dos filtros espaciais, onde a máscara era utilizada para efetuar multiplicações
e somas nas imagens, os elementos estruturantes utilizam-se de operadores chamados de hit e
fit, que são responsáveis pelos processos de dilatação e erosão, respectivamente. O
processamento por morfologia envolve três níveis, nos quais o nível um é referente ao
processamento de hit e fit, o nível dois à dilatação e erosão e o último é a combinação de
todos os anteriores, formando as operações compostas. Para a melhor compreensão dos
mecanismos que serão apresentados, os pixels possuirão dois valores, sendo ‘0’ para preto e
‘1’ para branco (MOESLUND, 2012).
O conceito de funcionamento do nível um da morfologia é relativamente simples.
Assim como em filtros espaciais, os elementos estruturantes são postos acima da imagem em
56
questão, lembrando que serão abordadas somente imagens binárias, e a partir disso são feitas
as transformações usando as operações hit ou fit. A operação hit investiga através do elemento
estruturante, se na região que está sendo analisada há algum pixel com intensidade ‘1’, caso
haja algum, o pixel na imagem de saída possuirá valor ‘1’, senão possuirá ‘0’. A operação fit
assim como a hit, investiga se há pixels com intensidade ‘1’ na mesma posição que o
elemento estruturante, e caso todos os pixels do elemento estruturante concordem com os da
imagem de entrada, o pixel na imagem de saída possuirá valor ‘1’. Estes conceitos são
importantes para entender os processos de dilatação e erosão (MOESLUND, 2012).
g( x , y )=f ( x , y ) ⊕ ES (2.15)
57
A dilatação provoca o aumento do objeto que esteja na imagem de entrada, no qual este
processo é proporcional ao tamanho do elemento estruturante (expresso na Eq. (2.15) como
ES), deste modo, quanto maior for o elemento estruturante, maior será a ampliação que será
executada no objeto. A aplicação deste método está em preencher pequenos buracos que
estejam na imagem e os objetos na imagem começam a se mesclar. Através da operação fit é
usado o processamento de erosão da imagem, e é expresso por (MOESLUND, 2012):
Combinando-se a dilatação com a erosão é possível executar outras operações, que são
denominadas como operações compostas. Dentre as operações diversas, serão abordadas a
operação de abertura, fechamento e detecção de borda (MOESLUND, 2012).
58
Figura 2.39.Aplicações de dilatação e erosão. Adaptado de Moeslund (2012).
59
Figura 2.40.Exemplos utilizando elemento estruturante 7x7. Adaptado de Moeslund (2012).
60
Figura 2.41.Detecção de borda. Adaptado de Moeslund (2012).
61
conectividade-8 ser mais precisa, a conectividade-4 exige menos processamento, o que deixa
o processo de varredura mais rápido (MOESLUND, 2012).
Sendo um algoritmo recursivo, tal método não possui finalização apropriada, logo
quando implantada é necessário que o programa seja terminado de forma apropriada. Outra
observação que se deve ter acerca deste método, é a quantidade de memória necessária, pois
muitas funções são executadas, o que exige um pouco do computador. Os problemas citados
são solucionado no algoritmo grass-fire sequencial, porém o mesmo é menos eficiente que o
recursivo (MOESLUND, 2012).
Após extrair os objetos da imagem, é necessário representá-los para distinguir um
objeto do outro. Cada BLOB possui características que posteriormente serão utilizadas para a
comparação entre as mesmas. Existem muitas características que podem ser calculadas em um
BLOB, como por exemplo, a área que consiste no número de pixels que o objeto contém, ou a
62
circularidade que define o quão circular um objeto é. A partir da obtenção das características
de cada objeto, pode-se tabelar as mesmas, como é mostrado na Fig. 2.43. As características
que serão utilizadas para a representação de um BLOB dependem do objetivo a ser alcançado
(MOESLUND, 2012).
63
Figura 2.44.Classificação de BLOBs. Adaptado de Moeslund (2012).
64
CAPÍTULO 3
BANCADA EXPERIMENTAL
A bancada de testes foi composta por três elementos básicos: a máquina de ensaio
dinâmico, o tripé com suporte e a câmera digital. A máquina de ensaio de fadiga permanecia
fixada no mesmo local em que fora instalada. O tripé e o suporte foram posicionados em
frente à máquina, numa altura próxima ao local em que o corpo de prova foi fixado. A câmera
digital era fixada na extremidade do suporte e posicionada de frente para o corpo de prova.
Além destes três elementos, a bancada experimental contou com um microcomputador
responsável pelo processamento das imagens e uma luminária com suporte móvel, com
objetivo de aprimorar a iluminação do corpo de prova. Na Fig. 3.1 é ilustrado o arranjo da
bancada experimental, assim como seus elementos principais como mencionado acima.
65
Figura 3.45. Bancada experimental.
A máquina de ensaio dinâmico utilizada foi a Instron modelo 8801 com capacidade de
carga de 100kN, juntamente com um controlador. Além da máquina e do controlador, há um
computador Dell 9010 Quad Core Processor, com processador Intel Core i5 Processor 3570
(3.4 GHz, 6 MB), 6GB DDR3 memória RAM, 500GB (7200rpm) de HD.
Todos os parâmetros dos ensaios de fadiga foram configurados no computador da
máquina, onde os mesmos serão descritos mais detalhadamente no capítulo de procedimentos
experimentais.
Para a aquisição das imagens, foi utilizada uma câmera digital SONY SLR ALPHA
SLT A57, com lente 18-55 mm, 16.1 MP, ISO 100-1600, FULL HD 1080p, AVCHD 2.0 e
possuindo um cartão de memória SD PRO Duo 8GB. A câmera permite zoom óptico de 3x e
digital de 4x. A câmera SONY SLT A57 tem a capacidade de armazenar 2GB de vídeo, sendo
assim o tempo de gravação tem em média um limite de 10 minutos, no qual este valor pode
ser incrementado com ajustes, principalmente na qualidade do vídeo. Com uma configuração
66
AVCHD 1920x1080, 24MBps e 24fps, obtém-se vídeos em um intervalo de tempo de cerca
de 12 minutos, já com a configuração AVCHD 1920x1080, 28MBps e 60fps, o intervalo é de
cerca de 10 minutos.
Para o posicionamento e suporte da câmera, foi utilizado um tripé profissional FAN
CIEV modelo FT 6304 juntamente com um suporte de aço, a fim de aproximar, de maneira
horizontal, a câmera do corpo de prova, pois apenas com o tripé, não seria possível ter uma
aproximação ideal entre o CDP e a câmera. A haste que adiciona este comprimento horizontal
ao tripé, possui 270 mm de comprimento e 17 mm de largura. A câmera SONY SLT A57 é
compatível com tripés que possuam um parafuso inferior a 5,5mm, caso seja igual ou maior
que esta especificação, pode danificar a rosca presente na parte inferior da câmera.
A câmera, como ilustrado na Fig. 3.1, foi posicionada em frente ao CDP, de maneira
com que a região de filmagem abranja o comprimento total da trinca. Para os testes foram
utilizados materiais compostos de aço 1045. A confecção dos corpos de prova, foi realizada
seguindo os procedimentos descritos no apêndice A. A dimensão dos corpos de prova
utilizados são mostrados na Fig. 3.2. O retângulo pontilhado destacado ao centro da peça,
representa a área de crescimento da trinca, deste modo, para que haja uma validação do teste,
a filmagem terá que abranger toda a área em que ocorrerá a propagação da trinca.
67
Figura 3.46. Corpo de prova (CDP).
68
CAPÍTULO 4
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Os procedimentos de partida deverão ser executados antes do teste em si, deste modo,
os tópicos a seguir abordarão os passos necessários para a preparação da máquina de ensaio, a
câmera digital e o sistema de calibração.
1. Fora do laboratório, ligar módulo hidráulico (Fig. 4.1.) e em seguida ligar chave geral;
2. Dentro do laboratório, ligar as tomadas do estabilizador do computador e do
controlador (cabo preto – controlador 110V; cabo branco – estabilizador 220V);
3. Aguardar aproximadamente 10 minutos para inicialização do software do controlador
(a luz indicativa do controlador será branco piscante, quando o mesmo estiver pronto);
4. Ligar computador;
5. No pedido de senha, digitar “instron”(minúsculo);
6. Executar o software “instron console”, localizado na área de trabalho;
69
Figura 4.47. Módulo hidráulico.
8. No painel da máquina, girar a chave seletora para posição central (o botão de partida
piscará verde, de acordo com a Fig. 4.3);
70
Figura 4.49. Painel da máquina.
9. Segurar o botão de partida até que as mangueiras dos mordentes fiquem rígidas (cerca
de 12 segundos).
10. Fixar o corpo de prova nos mordentes da máquina, utilizando os botões presentes no
controle móvel do painel da máquina (os botões estarão acesos com a cor verde, de
acordo com a posição atual dos mordentes, que no caso da Fig.4.3, mostra que os
mordentes não estavam prendendo nenhum corpo);
11. Caso seja necessário movimentar o mordente inferior, utilizar os botões com setas
verticais presentes no controle móvel do painel.
71
Figura 4.50. Câmera digital.
72
Figura 4.51. Nivelador digital da câmera.
16. Ajustar o foco da filmagem manualmente através da lente, como indicado na Fig.4.4;
4.1.3 Calibração
73
Figura 4.52. Padrão de calibração.
74
Figura 4.53. Tela inicial WaveMatrix.
3. Após aberta a janela, referente a Fig. 4.8 abaixo, selecionar a opção “New Method”;
75
Figura 4.55. Configuração da rampa de subida.
76
Figura 4.57. Configuração da rampa de subida.
77
Figura 4.59. Configuração dos parâmetros da onda cíclica do ensaio.
11. Após a configuração da onda, configurar o método de parada do ensaio. Deverá ser
imposta uma condição de parada do ensaio, sendo que para este trabalho, foi escolhido
que a contagem de ciclos parasse após uma queda repentina de tensão. Para configurar
tal condição, selecionar o segundo quadrado do Step 2;
12. Aparecendo-se a tela, mostrada na Fig. 4.14, escolher a opção “Monitor
Peaks&Trends” e selecionar a opção “EnablePeak& Trend Event Detector”;
13. Selecionar a opção “LoadMinimum”(Fig. 4.15) e digitar na caixa de texto, o valor de
tensão mínimo que deverá ser detectado;
78
Figura 4.60.Definição da tensão mínima.
14. Pressionar o botão “Validate”, presente no canto inferior direito da Fig. 4.9, e verificar
a existência de erros;
15. Caso não houver erros, clicar no botão “Save As” e escolher um nome para o método;
16. Sair do software de configuração do método através do botão “Finish”, localizado
abaixo do “Validate”;
17. Voltar para a tela inicial pressionando o botão “Home” no canto superior esquerdo da
tela, conforme a Fig. 4.16.
79
Figura 4.61. Botão “Home”.
80
6. Para iniciar o teste, câmera e o teste deverão se iniciar ao mesmo tempo, sendo assim,
os dois próximos métodos deverão ser executados no mesmo instante;
7. Para executar o teste, clicar no botão “Start” no canto superior direito da Fig. 4.17.
Uma mensagem será apresentada e, se tudo estiver certo (Botão do painel principal
virado para a direita na posição de carga máxima), o botão “Continue”, mostrado na
Fig. 4.18, será apresentado. Clicar em “Continue” e o teste será executado;
8. Para iniciar a filmagem da câmera, clicar no botão “movie”, localizado na parte
superior do painel de botões da câmera;
81
4.3 Procedimento de Parada
Os procedimentos a seguir, são referentes aos passos que devem ser realizados ao fim
dos testes realizados. É importante que se siga a ordem dos procedimentos, pois caso algum
equipamento seja desligado inadequadamente, danos podem ser causados aos mesmos.
1. Desligar a câmera;
2. Desacoplar a lente da câmera, apertando-se o botão abaixo do símbolo “α”, presente
na região frontal da câmera;
3. Colocar as proteções da câmera e da lente;
4. Guardar a câmera, a lente e os cabos na bolsa, em seus respectivos compartimentos
anteriores;
5. Guardar a bolsa na prateleira 3, do armário 1;
6. Fechar a armário 1;
7. Retirar o suporte do tripé;
8. Recolher os pés do tripé até sua posição inicial e fixá-los com as travas;
9. Guardar o suporte e o tripé no armário 2;
10. Fechar armário 2.
82
CAPÍTULO 5
REDUÇÃO DE DADOS
83
Figura 5.64. Distâncias de medição.
∑ ( ai−aci )2
SEE=
√ N a−K
(5.1),
onde, yi é o valor de cada ponto presente no eixo das ordenadas, yci é o valor de ajuste da
curva de calibração obtida, Na é a quantidade de amostras e K é o número de coeficientes da
curva ajustada.
84
Após a obtenção do desvio padrão de ajuste, é preciso encontrar o valor de ‘t α-v’, usado,
assim como o desvio encontrado, para determinação da correção de incerteza de cada ponto
obtido. Para encontrar tal valor, são encontrados os valores de ‘α’ e ‘v’, sendo o primeiro
encontrado pela Eq. (5.2) e o segundo é o mesmo valor do divisor da Eq. (5.1).
α= 1−CI (5.2),
onde, CI é o intervalo de confiança, sendo utilizado o valor de 95%, que é utilizado para
aplicações em engenharia.
O valor de ‘tα-v’ pode ser encontrado na tabela de distribuição de t-Student (Tab. 5.1),
através do cruzamento da linha representada grau de liberdade ‘v’ com a coluna referente à
‘α’.
Tendo-se ‘tα-v’, é possível encontrar o valor de incerteza do sistema de medição. Para
encontrá-lo é utilizada a Eq. (5.3) abaixo.
U= B 2 + ( t α , v . SEE )2
√ i (5.3),
85
Tabela 5.1. Distribuição de t-Student.
86
ai−aci
ΔR=
SEE
(5.4),
Tendo o valor de desvio individual de cada ponto, utiliza-se a Tab 5.2, onde compara-se
o valor ΔR com o ΔR0. Nota-se que a referencia, ΔR0, muda conforme o número de amostras
feitas e caso o valor de desvio individual seja maior que a referencia, deve-se retirar esta
medida dos cálculos de incerteza.
Tabela 5.2. Critério de Chauvenet. Valores de ΔR0 para cada número de amostras.
Amostras ΔR0
3 1,38
4 1,54
5 1,65
6 1,73
7 1,80
10 1,96
15 2,13
25 2,33
50 2,57
100 2,81
300 3,14
500 3,29
1000 3,48
A resolução sistema pode ser obtida através da medição de toda a área de filmagem, isto
é, todo o espaço abrangido pela visão da câmera. Tendo-se o valor do comprimento ou largura
total, basta relacionar tal valor com as dimensões, já conhecidas, da imagem, sendo elas
1920x1080 pixels.
87
Neste tópico, serão abordados os principais raciocínios para o desenvolvimento do
algoritmo, e em seguida será descrita, de maneira detalhada, a implementação do algoritmo
através do programa feito em ambiente MATLAB.
89
Figura 5.66. Ajuste de contraste.
Após o ajuste de contraste, ocorre a conversão da imagem para binário, isto porque
todas as operações de segmentação e manuseio de objetos na imagem ocorrem no sistema
binário. Converter uma imagem de tons de cinza para preto e branco consiste no threshold
definido. Este valor é uma fronteira que define qual pixel será preto ou branco, utilizando-se
de um exemplo prático, temos um threshold de 56, sendo assim qualquer pixel que tenha
valor acima de 56 será branco(1), onde o restante será transformado em preto(0). Para este
trabalho, utilizou-se um algoritmo de threshold adaptativo, que se baseia nos valores de
vizinhança dos pixels, deste modo encontra-se a medias dos valores de pixel e encontra-se o
limite de conversão. O tamanho da vizinhança, para este algoritmo presente na biblioteca de
processamento de imagem do MATLAB, é de 1/8 do tamanho total da imagem. Para realizar
a conversão, utilizou-se a função imbinarize(imagem,’adaptive’), onde um exemplo de
aplicação é mostrado na Fig. 5.4.
90
Figura 5.67. Conversão para binário.
91
Tendo-se as coordenadas desejadas da imagem, foi possível utilizar-se a função
imdistline(gca,X,Y) que fornece o comprimento do objeto em pixels, com base nas
coordenadas que foram encontradas anteriormente, através da função size. Na Fig. 5.5 é
mostrada a aplicação de tal ferramenta.
Figura 5.68. Medição, em pixels, do objeto.
92
CAPÍTULO 6
APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados referentes aos cálculos feitos para
definir a curva de calibração e seus desvios e incerteza. Serão feitas também, explanações dos
valores obtidos pelo programa proposto no MATLAB™2010, de forma detalhada e clara.
Para a extração das medidas foi utilizada a ferramenta imdistline disponibilizada pela
biblioteca de processamento de imagem do MATLAB. Utilizando-se da régua digital, foram
medidos seguimentos de reta e adquiriu-se as medidas,em pixel. A obtenção dos valores de
‘a’ ocorreram de forma semelhante, porém, utilizou-se um paquímetro digital, com resolução
de 0,01mm, e foram feitas as medidas manualmente após o padrão ter sido retirado do corpo
de prova. Na Tab. 6.1 encontram-se os valores obtidos.
93
Tendo-se os valores de amostra, utilizou-se o critério de Chauvenet para verificar a
necessidade de exclusão de algum ponto. Através da Eq. (5.1) e (5.4), encontrou-se os valores
de desvio individual de cada ponto, como mostra a Tab. 6.2.
Os valores obtidos foram comparados com o referencial da Tab. 5.2, para 6 amostras.
Como o valor do segmento A-D ultrapassou o valor de referência 1,73, excluiu-se este ponto
para as futuras análises de desvio padrão de ajuste e incerteza do sistema de calibração.
Através do Excel™2010, encontrou-se a curva de calibração do sistema, exibida na Fig.
6.1. A equação é representada por uma função de 1º grau (linear), expressa pela Eq. (6.1).
94
axN
Comprimento do segmento (mm) 16
14
12 f(x) = 0.01 x + 0.05
10 R² = 1
8 Relação Nxa
6 Linear (Relação Nxa)
4
2
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Os valores da 4ª coluna da tabela acima, foram somados e então divididos pelo número
de pontos menos a constante 2, conforme a Eq. (5.1). O valor de K é 2, devido a curva de
calibração ser expressa por uma reta. Efetuando-se o somatório e a divisão (por 3), obteve-se
um desvio padrão de ajuste de 0,07908826 mm.
Após os cálculos para achar o valor de desvio padrão de ajuste, foi utilizada a Tab. 5.1
para achar o ‘tα-v’. Considerando-se o ‘α’ igual a 0,05, devido o valor de CI para aplicações
em engenharia ser de 95%, e um grau de liberdade de 3, o valor obtido, de acordo com a
tabela de distribuição de t-Student, foi de 3,1824.
Por fim, utilizando-se dos valores obtidos anteriormente juntamente com a Eq. (5.3), a
incerteza do sistema de calibração é de 0,251889059 mm. Lembrando que o valor de Bi é
95
referente à resolução do instrumento de medição utilizado, no caso foi um paquímetro digital
com 0,01 mm. A leitura correta do sistema de medição proposto, é representada por a
±0,251889059 mm@95%. Isto quer dizer que a medida exata realizada pelo sistema,
encontra-se num intervalo de a+0,251889059 mm < x < a-0,251889059 mm, com uma certeza
de 95%.
96
Figura 6.70. Medições realizada pelo programa.
Observando-se o gráfico nota-se uma oscilação muito grande nas medições realizadas,
isto ocorre porque nenhuma imagem é idêntica, o que indica que qualquer oscilação no corpo
de prova e principalmente a iluminação, podem interferir nas medições. Como a visualização
da trinca, em seus comprimentos iniciais, é de difícil identificação, esta etapa da medição
apresenta maiores valores de oscilação.
As variações nas medições ocorrem principalmente pelas etapas de identificação da
trinca, realizadas pelo de ajuste de contraste e conversão para binário, explanados no capítulo
anterior. O corpo de prova foi pintado de preto fosco para ajudar no destaque da aparição da
trinca, onde a mesma foi iluminada, de maneira com que ela refletisse a luz, dando a
impressão de possuir cor branca. Porém, nos estágios iniciais da trinca, apareciam “sombras”
na mesma. Como em cada ciclo a peça era tracionada, a trinca se “abria” e “fechava”, tais
sombras foram ocasionadas pelo momento em que a peça estava “fechando” por não estar
sendo tracionada. Devido a este fator que influenciava na visualização total da trinca, no
momento do processamento, perdeu-se alguma informação do comprimento real da trinca,
ocasionando as oscilações vistas no gráfico, principalmente no começo da propagação da
trinca.
Para melhorar a visualização dos dados obtidos no gráfico, utilizou-se o método de
médias deslocadas, buscando atenuar os valores fora da média. Na Fig. 6.3, pode ser visto o
gráfico, com um número bem menor de oscilações.
97
Figura 6.71. Gráfico com filtro.
Nota-se, a partir da figura acima, que o crescimento da trinca até a etapa “II” é bem
lento e discreto, como esperado. No estágio “II” do gráfico, é possível notar que o sistema,
mesmo com o filtro, apresenta alguns problemas com relação a detecção do comprimento
total da trinca, sendo passível de aprimoramentos para futuras pesquisas, principalmente na
etapa de threshold de conversão da imagem em tons de cinza para preto e branco. A partir da
etapa “III”, as medições apresentaram resultados satisfatórios, sendo possível notar o
crescimento da trinca ao longo dos ciclos decorridos. Nota-se que quando se atinge
aproximadamente 14 mil ciclos, a trinca apresenta um crescimento acelerado e logo depois
propaga de maneira mais sutil até a sua ruptura.
Através dos gráficos mostrados, é possível notar uma relação com a lei de Paris,
representada na Fig. 2.21. Apesar do corpo de prova utilizado neste teste, não ser o ideal para
as normas E647 e E399, a curva de crescimento da trinca mostrada no gráfico da Fig. 6.3,
apresenta características de uma função exponencial. As etapas I e II da Fig. 6.3, mostram um
crescimento estável da trinca, e ao término de II e inicio do III é possível notar um
crescimento acelerado da trinca até o momento de sua ruptura. O comportamento da trinca
monitorado pelo sistema, a partir da Fig. 6.3 pode ser relacionado com a Eq. (2.7) que
expressa a lei de Paris. Segundo Paris, a taxa de crescimento do comprimento da trinca ao
decorrer dos ciclos, é igual à uma exponencial que relaciona o fator de intensidade de tensão
com constantes experimentais. Com os dados obtidos, é possível encontrar parâmetros para a
obtenção da curva de Paris.
Os resultados discutidos neste capítulo foram baseados em um único teste de fadiga,
porém, anteriormente à este foram realizados outros com as mesmas especificações e
98
procedimentos. Os dados adquiridos em todos os testes apresentaram um grau de similaridade
satisfatório. Deste modo, pode-se dizer o método utilizado neste trabalho possui um bom
índice de repetitividade. Caso for desejada a alteração de algum parâmetro dos testes
realizados neste projeto, é necessário apenas alguns ajustes no programa do
MATLAB™2010, a fim de melhorar os resultados da medição do comprimento da trinca.
99
CAPÍTULO 7
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Neste trabalho foram executados ensaios de fadiga mecânica com o intuito de adquirir
imagens para o monitoramento do comprimento da trinca ao longo dos ciclos. Através de uma
câmera digital semiprofissional, foram feitas as aquisições que foram submetidas a
processamentos feitos no ambiente MATLAB™2010, com o intuito de se medir o tamanho da
trinca a cada instante do teste realizado, porém, antes de realizar as medições, o sistema foi
calibrado através de um padrão de calibração. Com a finalização do processamento das
imagens, traçou-se um gráfico que relacionava o comprimento da trinca com o número de
ciclos. Com os resultados obtidos, foram discutidas algumas adversidades decorrentes de
limitações impostas pelo sistema, além de dados interessantes relacionados com a teoria
descrita no começo deste relatório. A seguir são mostradas conclusões e sugestões , de alguns
pontos importantes do trabalho.
1. Notou-se que o sistema, apesar de possuir algumas limitações, apresenta grande
potencial para os estudos que abrangem o comportamento da trinca durante o seu
crescimento. Um dos intuitos deste projeto de pesquisa era avaliar a possibilidade da
utilização de equipamentos convencionais, como uma câmera digital semiprofissional,
para medição de trinca. Como visto nos resultados obtidos, o monitoramento do
comprimento da trinca realizado pelo sistema proposto, apresentou resultados
interessantes sobre a curva de propagação da trinca expressa pela lei de Paris. Com
tais resultados positivos e levando-se em conta todas as incertezas que esse sistema de
medição carrega, é possível dizer que a utilização em âmbito acadêmico e industrial,
com seus devidos ajustes e aperfeiçoamentos, é viável.
2. Uma das limitações deste sistema, é a resolução da câmera digital utilizada. Mesmo
possuindo 16.1MP, a mesma não é capaz de identificar o momento exato da nucleação
100
da trinca, sendo assim o sistema de medição fica limitado apenas medição do
comprimento da trinca, ignorando a etapa I da Fig 2.21, relacionada com a nucleação
da trinca na peça.
3. O algoritmo proposto para este sistema, apresentou resultados satisfatórios. Apesar do
sistema de identificação da trinca ainda precisar de aprimoramentos, o script de
medição e isolamento de BLOBs funcionou muito bem. Como sugestão para futuros
trabalhos que envolvam este tipo de processamento, propõe-se que o programa
execute um mapeamento inteligente de contraste para identificação da trinca, e
encontre um threshold mais preciso, isto é, que converta o menor número de BLOBs
possível, evitando assim que haja muito ruído na imagem de saída no momento da
conversão.
4. Por limitações técnicas referentes à fixação do corpo de prova na máquina de ensaio
dinâmico, o teste de fadiga realizado neste trabalho não seguiu os padrões exigidos
pelas normas ASTM E645 e E399. Embora o corpo de prova utilizado não atenda os
padrões estabelecidos pelas normas, o comportamento da trinca foi o esperado. No
qual, seu crescimento no começo foi bem lento, aumentando exponencialmente até o
momento de sua ruptura. Tal comportamento foi expresso pelos gráficos traçados no
final do processamento das imagens, que relacionavam o comprimento da trinca com o
número de ciclos.
101
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
102
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<https://www.mathworks.com/matlabcentral/answers/110417-how-to-select-the-object-with-
the-largest-area?requestedDomain=www.mathworks.com>. Acesso em 30 de Junho de 2017.
103
APÊNDICE A
104
APÊNDICE B
clear;
clc;
%Ajuste de constraste
y = imadjust(gray,[0.3 0.6],[]);
X = [0 x];
Y = [y y];
% Medição da trinca
105
h = imdistline(gca,X,Y);
%Curva de calibração
A = 0.00865252;
B = 0.0539831;
format long
meansures = getDistance(h)*A+B;
end
106