Economia.

A economia brasileira e o COVID-19 Página 8

São João del-Rei - Abril de 2020 - Ano 1 - Número 3
Gastronomia

J O R N A L O jornal A Voz traz uma receita de

A VOZ
Filé de Peixe Crocante, que permite
economizar sem abrir mão do sabor
na sexta-feira Santa. Página 10

INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

Em estado de emergência,
São João del-Rei segue no
enfrentamento ao Corona Vírus

Foto: 360meridianos / reprodução

Três casos confirmados e 177 notificados. Esta é a situação do
enfrentamento ao Corona Vírus (COVID-19) em São João del-Rei ,
de acordo com o Informe Epidemiológico emitido pela Secretaria
Municipal de Saúde no dia 8 de abril, data de fechamento desta
reportagem. Situação que traz preocupação e transtornos às auto-
ridades que, neste momento, seguem as determinações do decreto
nº 8.610, de 26 de março, que declara situação de emergência no
município. Página 4
A Associação Comercial e Industrial de São João del Rei abraçou a
causa "CORONA VIRUS NÃO - São João del Rei", doando a matéria
prima para confecção de Protetores Faciais (EPIs), destinados aos
profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate a
esta pandemia. Página 3

Semana Santa: com programação alterada Uniptan celebra 20 anos

de trabalhos exercidos
devido à pandemia, fiéis são-joanenses em São João del-Rei
acompanham tradições seculares de casa Em março, o Centro Universitário Presi-
dente Tancredo de Almeida Neves
Foto: Diocese (UNIPTAN) completou 20 anos de traba-
lhos exercidos em São João del-Rei. Na
instituição, que conta atualmente com 13
cursos de graduação e dois cursos de
pós-graduação, 2020 teve início com
importantes mudanças e novos desafios.
Página 5

Inovação em pauta: ACI

del-Rei recebe aula
inaugural do PROFNIT
A busca pela inovação enquanto ferramen-
Há mais de três séculos, a Irmandade do Santíssimo Sacramento promove a Semana Santa em ta de desenvolvimento para o cenário
São João del-Rei, onde são mantidos rituais muito antigos. No entanto, devido ao enfrentamento econômico da região continua permeando
ao Corona Vírus, neste ano, a programação sofreu alterações e os fiéis precisam acompanhar os ações e encontros em São João del-Rei,
rituais de casa, utilizando meios de comunicação. Página 4 por meio do Grupo de Trabalho Desenvol-
vimento e Inovação na Mata Mineira e
Vertentes (GDI Mata e Vertentes). Página 3
Institucional A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020 2

EDITORIAL
O momento é crítico. O enfrentamento
ao Corona Vírus caminha junto a uma crise
econômica severa, que já acarreta em refle-
xos graves em nossas empresas. No entan-
to, mesmo diante do isolamento social e
das demais medidas decretadas pelo
Poder Público, continuamos caminhando.
Jornada que requer força. Precisamos
acreditar que, unidos, enfrentaremos os
obstáculos. Por isso, a Associação Comer-
cial de São João del-Rei vem lutando diaria-
mente em defesa daqueles que movem a
nossa região. Em parceria com a Federami-
nas e a FCDL e respeitando e dialogando
com o Poder Público, buscamos alternati-
vas e bons aliados para minimizarmos os
impactos e vencermos este momento de
crise. Sem deixarmos, é claro, de compre-
ender que preservar a vida é muito impor-
tante.
E nesse momento, em que a união é
extremamente valiosa, colocamos, também
Expediente
a solidariedade na linha de frente. Prezando
pela nossa função social enquanto institui- Direção
ção e, mais ainda, buscando exercer nossos José Primeiro Teixeira Neto - Zezito
papéis enquanto cidadãos, lançamos uma
campanha visando auxiliar aqueles que Redação e edição
cuidam diretamente dos pacientes durante Rafaela Soares
a pandemia. O objetivo é doar 1000 aven-
tais para os profissionais de saúde da UPA Revisão final
Agência Abr
de São João del-Rei. Para isso, precisamos
adquirir 3200 metros de TNT, gramatura
Marketing
80. Nós da ACI del-Rei já fizemos uma Agência Abr
doação e quem também puder contribuir,
pode entrar em contato pelo telefone (32) Diagramação e arte final
3379-4800 ou pelo e-mail administrati- Agência Abr - Júlia Bicalho
vo@acidelrei.com.br.
E as ações não param por aí. Abraça-
Presidente
mos também a causa CORONA VÍRUS José Egídio de Carvalho
NÃO- São João del-Rei e doamos a matéria
prima para a confecção de protetores Vice presidente
faciais para os profissionais de saúde. Já Olga Aparecida da Silva
planejamos, ainda, outras iniciativas e Fernando Magno Mendonça
permaneceremos lutando. Seja por meio
do diálogo com as autoridades, das tentati- Diretoria administrativa
vas em prol de nossos associados e de Ronald Bauer de Assunção
nossa economia ou através da solidarieda- Rosângela Aparecida Detomi
de. Estamos e continuaremos trabalhando.
Juntos, enfrentaremos esse desafio! Diretoria financeira
Mauro Costa de Oliveira
Maurício Alberto da Mata

Diretoria de CPD
Miguel Geraldo de Carvalho

Se a tendência é a do aumento da inadimplência, o Diretoria de Relações Públicas

Marcelo Mourão Coutinho
varejista deve tomar suas precauções para não sofrer
com esse problema ou, pelo menos, tentar minimizá-lo. Diretoria de SPC
Para isso, usar o SPC pode ser uma boa estratégia. Quer Roney Geraldo da Costa
saber o porquê? Nós explicamos a seguir: Anderson André Machado

Diretoria de Patrimônio
Rodrigo de Oliveira Borges

O que é o SPC?
A sigla significa Serviço de Proteção
ao Crédito, e como o próprio nome já
diz, essa nada mais é do que uma
empresa privada que atua na
formulação e gestão de um banco
de dados com informações de
crédito de grande parte da
população economicamente ativa no
Brasil.
Diretoria de Promoções
Por que o varejo deve usar o SPC? Maristela Aparecida Oliveira Valadão
Como vimos, o grande cerne do SPC é
garantir uma maior segurança no Diretoria Social
comércio. Por meio dos registros Ronan Sade Haddad
contidos no banco de dados é possível
traçar um perfil de crédito do Diretoria de Turismo
consumidor, avaliando os riscos Sonia Moraes Haddad
envolvidos ao fazer algum tipo de Antônio Rômulo Jr.
transação comercial com ele e evitando
futuros problemas. Diretoria CDL Jovem
Neymar Resende

Conselho Fiscal
Eduardo Buccini
Julio Bolognani
As vantagens experimentas pelo varejista ao estabelecer João Froes
uma parceria com o SPC são muitas, veja: Maria Cristina Bergo
Eduardo Bergo

Conselho superior
Presidente
José Primeiro Teixeira Neto - Zezito

Vice
Célio Boucherville Filho

Proteção da saúde Redução dos riscos de Confiabilidade Membros

financeira do negócio fraudes com cheques das informações João Bosco D’Ângelo Alves
João Afonso Farias
Rafael Agostini
Olavo Chitarra

Rômulo Pinto Camarano

Aparecida Olga da Silva
Ao associar-se a CDL ACI del-Rei, você tem acesso ao José Egídio de Carvalho
SPC Brasil junto todos esses benefícios acima. Entre Jorge Haddad
em contato conosco e agende uma visita da nossa
representante comercial no telefone 32 3379-4800 ou Sidney Antônio de Souza
Luiz Carlos Lobato Costa
pelo e-mail comercial@acidelrei.com.br Murilo Souza (em memória)
José Raimundo Lobato (em memória)
3 A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020 ACI em Ação

Inovação em pauta: ACI del-Rei recebe aula

inaugural do PROFNIT
Ação caminha ao encontro ciação com Instituições de Ensino Foto: divulgação

dos objetivos do Grupo de Superior, em que os alunos de

Trabalho, Desenvolvimento e
Inovação na Mata Mineira e
Vertentes
A busca pela inovação
enquanto ferramenta de desen-
volvimento para o cenário econô-
mico da região continua perme-
ando ações e encontros em São
João del-Rei, por meio do Grupo
de Trabalho Desenvolvimento e
Inovação na Mata Mineira e
Vertentes (GDI Mata e Vertentes).
Ao encontro do projeto, existem
iniciativas como o PROFNIT, um
Programa de Pós-Graduação
dedicado ao aprimoramento
da formação profissional para
atuar nos ambientes promotores
de inovação nos setores acadêmi-
co, empresarial, governamental e
organizações sociais. A iniciativa
teve aula inaugural realizada na
noite de sexta-feira, 6 de março,
no auditório da ACI del-Rei,
parceira e incentivadora do proje-
to.
Segundo Fabrício Molica de
Mendonça, Coordenador do
Ponto focal do PROFNIT em São
João del-Rei, a ação representa
uma contribuição social da Asso-
ciação Fórum Nacional de Gesto-
res de Inovação e Transferência de
Tecnologia (FORTEC) em asso-
mestrado não pagam anuidades e
os professores não recebem
pró-labore.
Desde o início, em 2016,
quase 1400 alunos já passaram
pelo programa, aderido pela UFSJ
em 2018. A fase inicial contava
com 12 instituições associadas.
Hoje, são 33 instituições e 423
alunos. “É um programa novo que
obteve desde a aprovação do
projeto nota 4 (quatro), pela
avaliação da CAPES, dentro de
uma escala de zero a cinco. Surgiu
com base na demanda por profis-
sionais conhecedores de assuntos
relacionados à propriedade
intelectual e transferência de
tecnologia, buscando reduzir o
hiato, existente há anos em nosso
país, entre a invenção (criação) e a
inovação (comercialização da
criação no mercado)”, destaca o
professor.
Ações que já obtiveram reconhe-
cimento e, até mesmo, premia-
ções. “Em 2019, foram produzidos
vários artigos e capítulos de livros
envolvendo professores e alunos
do PROFNIT. Dos artigos publica-
dos e apresentados, o Ponto-Fo-
cal UFSJ ganhou quatro prêmios.
Um prêmio no V Encontro Nacio-
nal de Propriedade Intelectual (V
ENPI) e três 3 prêmios no X Inter-
Aula inaugural aconteceu no auditório da ACI del-Rei, parceira e incentivadora do projeto.
nationalSymposiumonTechnologi-
calinnovation (ISTI 10 years)”,
relembra Fabrício.
Aula inaugural
A aula inaugural foi coman-
dada pelos professores Daniela
Martins Diniz, Darlinton Barbosa
Feres de Carvalho, Paulo Henrique
de Lima Siqueira e Bezamat de
Souza Neto, em conjunto com o
coordenador do curso, Fabrício
Molica de Mendonça No auditório
da ACI del-Rei, o ato simbólico
representou a integração da
universidade com a sociedade
são-joanense.
Dárlinton Carvalho, coorde-
nador do coordenador do Núcleo
de Empreendedorismo e Inova-
ção Tecnológica (NETEC) da
UFSJ destaca que a iniciativa
reforça o objetivo de união entre o
meio acadêmico e a comunidade.
“Esta aula demonstra a integração
da universidade com a sociedade,
reforçando a proposta do mestra-
do de capacitar profissionais para
promover transferência de tecno-
logia produzida nas universidades
para benefícios amplos para
todos”, afirma o professor.
Estiveram presentes também
o Presidente do Conselho Supe-
rior da ACI-Del-Rei, José Primeiro
Teixeira Neto, o Zezito, e Ralph
Justino, diretor do Instituto
Vertentes, ex-secretário de
turismo e ex-prefeito da cidade de
Tiradentes, que ministrou a pales-
tra intitulada O Turismo de even-
tos como forma de promover o
empreendedorismo criativo e
inovador: o Caso de Tiradentes.

COVID-19
A Associação Comercial e
Industrial de São João del Rei
abraçou a causa CORONA VIRUS
NÃO - São João del Rei, doando a
matéria prima para confecção de
QUER ANUNCIAR
Protetores Faciais ( EPIs), destina-
dos aos profissionais de saúde
que estão na linha de frente no
SEU NEGÓCIO
combate a esta pandemia. Já
foram feitas doações para a Santa NO NOSSO
JORNAL?
Casa de Misericórdia, Hospital
Nossa Senhora das Mercês, UPA,
SAMU e Secretaria Municipal de
Saúde. Seguimos juntos nesta
batalha e continuaremos a apoiar
estas ações na cidade e região.

Foto: ACI del-Rei

ENTRE EM
CONTATO CONOSCO!
(32) 3379-4800
J O R N A L
A VOZ
Foto: ACI del-Rei
Cidade
Em estado de emergência, São João del-Rei
segue no enfrentamento ao Corona Vírus
Três casos confirmados e
177 notificados. Esta é a situação
do enfrentamento ao Corona
Vírus (COVID-19) em São João
del-Rei , de acordo com o Infor-
me Epidemiológico emitido pela
Secretaria Municipal de Saúde no
dia 8 de abril, data de fechamen-
to desta reportagem. Situação
que traz preocupação e transtor-
nos às autoridades que, neste
momento, seguem as determina-
ções do decreto nº 8.610, de 26
de março, que declara situação
de emergência no município.
Eliene Freitas, enfermeira do
setor de Epidemiologia da Secre-
taria Municipal de Saúde, explica
que, neste momento, a conscien-
tização da população é essencial.
“Não é hora de fragmentar, sepa-
rar ou culpar. É momento de
cada um fazer a sua parte. Aquilo
que compete ao município no
sentido de aquisição de mate-
riais, leitos de UTI e organização
de fluxos de atendimento está
sendo feito, dentro das limita-
ções enfrentadas pelo Brasil e
pelo mundo”, ela afirma. Segun-
Semana Santa: com programação alterada devido à pandemia,
fiéis são-joanenses acompanham tradições seculares de casa
Na “terra onde os sinos
falam”, tradições seculares e
verdadeiros espetáculos de fé
marcam esta época do ano. Há
mais de três séculos, a Irmandade
do Santíssimo Sacramento
promove a Semana Santa em São
João del-Rei, onde são mantidos
rituais muito antigos. Na Paróquia
de Nossa Senhora do Pilar, padro-
eira da cidade, celebrações em
latim, embaladas pela música
barroca, atraem anualmente
milhares de fiéis. No entanto,
devido ao enfrentamento ao
Corona Vírus, neste ano, a progra-
mação sofreu alterações e os fiéis
precisam acompanhar os rituais
de casa, utilizando meios de
comunicação.
Padre Geraldo Magela da
Silva, vigário geral da Diocese de
São João del-Rei e pároco da
Catedral Basílica de Nossa Senho-
ra do Pilar, explica que toda a
celebração externa da Semana
Santa foi cancelada. Cerimônias
tradicionalmente realizadas nas
ruas do centro histórico estão
acontecendo dentro da Catedral.
“Estamos realizando internamen-
do a enfermeira, entre os princi-
pais desafios enfrentados pelo
município está a compra de equi-
pamentos. “Mesmo tendo recur-
sos, não se consegue comprar
tão facilmente esses equipamen-
tos. Então, o grande aliado neste
momento é cada cidadão cum-
prindo seu dever de isolamento
social”, destaca.
Diariamente, é emitido um
informe oficial da prefeitura, um
boletim epidemiológico que
reflete a realidade atual do muni-
cípio. Nele, são registrados os
casos notificados, descartados e
confirmados, além daqueles que
aguardam resultados laborato-
riais e dos que não tiveram amos-
tras coletadas, conforme deter-
minação do Cievs, de Belo
Horizonte. Até o momento, três
pessoas atestaram positivo para
a COVID-19 em São João del-Rei.
“Todo caso de quadro gripal é
considerado um possível caso de
Corona Vírus. A medida de
conduta e controle precisa ser
adotada. É isolamento de 14 dias
e tomada das medidas de
te os ritos litúrgicos, a Missa de
Ramos, a ceia do Senhor, a Vigília
Pascal, liturgia da Cruz”, ele afirma,
enfatizando que as ações são
transmitidas e podem ser acom-
panhadas pela página da paróquia
no Facebook.
Segundo o padre, o objetivo
é que o menor número possível de
pessoas participe dos rituais
dentro da igreja, para que seja
evitada aglomeração. “As cerimô-
nias estão sendo realizadas
apenas com os sacerdotes e o
mínimo possível de auxiliares. Os
ofícios de trevas estão cancelados.
Estudamos alguma forma de
oração onde as pessoas estarão
Foto: Diocese
Cerimônias tradicionalmente realizadas nas ruas do centro histórico acontecem, neste ano, dentro da Catedral
A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020
precaução, para não haver mais
transmissão”, esclarece Eliene. E
completa: “Há pessoas interna-
das e aguardando resultados e
pessoas em isolamento domici-
liar. O município não escolhe
quem vai fazer exame. O mundo
vive dificuldades porque
ninguém estava organizado.
Existe uma determinação de
exames para os pacientes graves
e os profissionais de saúde. Mas
quem tiver um dos sintomas
deve cuidar como se pudesse
transmitir”.
Dra. Janaína Teixeira Nunes
Silva, médica infectologista, expli-
ca que as medidas para prevenir
o contágio neste momento
devem ser ações gerais, como
lavar as mãos várias vezes ao dia,
evitar tocar mãos, olho e boca e
cumprir ainda a etiqueta da
tosse. “Mais importante, como
estamos tentando conter o vírus
e diminuir sua circulação, deve-
mos praticar o isolamento social,
evitar beijo, abraços e convívio
social, evitar aglomerações e
festas”, ela destaca.
congregadas através dos meios
de comunicação”, ele esclarece. E
completa: “As autoridades têm
insistido para que as pessoas
fiquem em casa. Por isso, não
poderemos realizar a Semana
Santa de forma tradicional”.
Tradição
Padre Geraldo Magela explica
que a Páscoa é a festa mais impor-
tante para a Igreja Católica e para
todos os cristãos, sendo a celebra-
ção do mistério da paixão, morte e
ressurreição de Nosso Senhor
Jesus Cristo. “Em virtude dessa
celebração, temos o tempo
quaresmal, que é um tempo de
4
A médica enfatiza também
que as recomendações são ainda
mais rígidas para os grupos de
risco, que são idosos e portado-
res de doenças crônicas, como
diabetes, doenças cardíacas ou
pulmonares. “Neste momento,
quem está gripado ou com sinto-
mas como coriza, febre baixa,
tosse discreta e bom estado geral
devem ficar em casa afastado de
convívio social, com boa hidrata-
ção e alimentação. Os casos leves
que necessitarem de assistência
devem procurar atendimento
médico nas unidades básicas de
saúde. Já pacientes com febre
alta persistente, dor toráxica ou
falta de ar devem procurar
pronto atendimento em UPPs ou
hospitais”, orienta a infectologis-
ta.
Com objetivo de sanar dúvi-
das, a Secretaria de Saúde
são-joanense disponibiliza um
canal de informações. Quem
necessitar de orientações pode
entrar em contato por meio do
telefone (32) 98814- 7382.
preparação para a celebração da
Páscoa, no qual nós somos
chamados à conversão, a mudan-
ça de vida, no sentido de nos
assemelharmos mais a nosso
Senhor. Somos chamados
também a três práticas: oração,
jejum e caridade. A oração para
que possamos crescer na amizade
com Deus, o jejum para que
possamos ter alto domínio e não
nos deixarmos vencer pelos instin-
tos e a caridade, aspecto em que
entra a Campanha da Fraternida-
de, vivida durante a quaresma”,
destaca o sacerdote.
Sinos
Os sinos, famosos por “falarem”
por aqui, se calam nesta época do
ano. Isso porque, simbolizando o
luto pela paixão e morte de Jesus
Cristo, eles são tocados pela
última vez na quinta-feira santa, no
momento em que é entoado o
“Glória”. “Eles vão voltar a ser
tocados somente na Vigília Pascal,
na hora do Glória, à noite. Nesse
intervalo, o relógio da igreja
também fica sem som”, destaca
Padre Geraldo.
5 A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020
Uniptan celebra 20 anos de trabalhos exercidos em São João del-Rei
2020 teve início com mudanças e novos desafios
Em março, o Centro Universi-
tário Presidente Tancredo de
Almeida Neves (UNIPTAN) com-
pletou 20 anos de trabalhos exerci-
dos em São João del-Rei. Na
instituição, que conta atualmente
com 13 cursos de graduação e dois
cursos de pós-graduação, 2020
teve início com importantes
mudanças e novos desafios. Desde
o dia 10 de fevereiro, o UNIPTAN
tem nova reitora: Maria Tereza
Gomes de Almeida Lima, em subs-
tituição a Ricardo Assunção
Viegas, que assumiu o cargo de
Diretor de Operações do grupo
Afya Educacional. Já Kelly Apareci-
da Torres, ex-coordenadora do
curso de Administração, passou a
atuar como Pró Reitora de Ensino e
Assuntos Acadêmicos
A trajetória de Maria Tereza na
instituição teve início há 14 anos. “É
muito significativo para mim ter
começado como uma professora
horista, passado pela pró-reitoria
de Ensino e Assuntos Acadêmicos
e estar agora na Reitoria. O Grupo
Afya valoriza seu colaborador e
busca a valorização e o aperfeiçoa-
mento das pessoas da casa”, ela
destaca. Para ela, assumir a reitoria
é dar continuidade ao trabalho
anterior, de grande impacto para o
UNIPTAN e para São João del-Rei.
“Durante a gestão do Professor
Ricardo, tivemos um portfólio bem
maior de cursos, a chegada de
graduações importantes como a
Medicina, a Psicologia, a Odontolo-
gia, o que significa um fortaleci-
mento da área Saúde. Vejo isso
para a comunidade local e para a
universidade, como uma possibili-
dade de melhorar o nosso entorno,
de entregar profissionais qualifica-
dos e competentes que vão fazer a
diferença para a região, quiçá para
o Brasil”, destaca a reitora.
Ricardo Viegas assumiu, neste
ano, a diretoria de operação do
grupo Afya, rede de faculdades de
medicina que reúne 13 unidades
entre faculdades e centros universi-
tários no país. “No ano passado, o
grupo Afya, a partir de uma abertu-
ra de capital nos Estados Unidos,
iniciou um processo grande de
expansão em faculdades de Medi-
cina pelo Brasil. Hoje, já são 20
Foto: UNIPTAN / divulgação
Maria Tereza Gomes de Almeida Lima é a nova reitora
R. Alfredo Luiz Ratton, 22 - Centro
São João del-Rei (Ao lado do INSS)
(32) 3518-0018 | (32) 99967-0018
unidades, sendo 16 em Medicina e
seu corporativo vem todo sendo
reestruturado”, explicou o diretor.
Segundo ele, a escolha de Maria
Tereza como sua sucessora na
reitoria do UNIPTAN foi feita com
muita confiança.
“A Maria Tereza, ao longo desses
anos, já demonstrou toda sua
capacidade acadêmica e de gestão
de forma geral. As mudanças vêm
para trazer mais benefícios e
conquistas nessa história de 20
anos do Uniptan”, afirma, adiantan-
do que, em 2020, a instituição
ainda trará outras novidades.
“Neste ano, haverá inauguração de
um campus novo, que vem trazer
para São João del-Rei um modelo
de estrutura educacional de Ensino
Superior. É um investimento de
aproximadamente $20 milhões.
Estamos muito satisfeitos e
confiantes com essas mudanças.
Continuaremos essa trajetória de
sucesso, transformando vidas dos
alunos, colaboradores e da socie-
dade em geral”, salienta.
Atualmente, o UNIPTAN conta
com cursos de graduação em
Administração, Ciências Contábeis,
Direito, Educação Física, Enferma-
gem, Engenharia Civil, Engenharia
de Produção, Fisioterapia, Medici-
na, Nutrição, Odontologia, Pedago-
gia e Psicologia, além de dois
SUA NOVA OPÇÃO
EM PRODUTOS PARA
SAÚDE E BEM-ESTAR
Cidade
cursos de pós-graduação lato
sensu, que são Neuropsicopedago-
gia e Gestão de Pessoas. O centro
educacional ainda conta com a
prática de pesquisa científica, em
parceria com órgãos de fomento
como a FAPEMIG e a FUNADESP, e
também com o trabalho exercido
pelo Comitê de Ética em Pesquisa,
aprovado pelo Ministério da Saúde
em 2019. No campo da extensão à
comunidade, mantém importantes
núcleos como o Aprimorar, Verten-
tes Empresa Júnior, Núcleo de
Prática de Jurídica e CEM – Centro
de Especialidades Médicas e
Odontológicas Dr. Nicolau Carva-
lho Esteves, que desenvolvem
vários projetos sociais e prestam
centenas de atendimentos gratui-
tos diários em várias áreas para
grande parte da população são-jo-
anense.
Foto: UNIPTAN / divulgação
Ricardo Assunção Viegas assumiu o cargo de
diretor de operações do grupo Afya Educacional
Opinião A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020 6

Prólogo: “Geraldo-livro foi um

dos livros mais emocionantes que já
li na vida. Sim, era um livro humano:
matuto, da roça, com expressões e
gírias características. Era intelectual
de vivência e autodidata na contação
de histórias. Ele me fez leitora. Hoje,
peço licença aos escritores da litera-
tura brasileira, e escrevo para nossos
jovens. Podem “trollar” o Escobar,
chamar Machado de Assis de “Mano”
e “shippar” Capitu e Bentinho -
#Benpitu, pois é na diversidade das
linguagens que o universo das histó-
rias se encontram. É ele, o livro, o
sobrevivente dos tempos, pois há
nele uma porta de entrada e muitas
saídas. Seja humano ou de papel,
será sempre vivo.
Capitulo I: “Tipo assim: eu leio e
escrevo a vida.”
Nesta história, os personagens
são reais. De celular na mão, nossos
“manos” dão um “rolé” nas páginas
da internet e saem de lá com muitas
histórias. São capazes de escrever
“textão”, estão “antenados” com os
personagens do mundo virtual e
ficam “stalkeando” os perfis das
séries. Estes jovens fazem dos sites
os seus “crushs” de todos os lugares,
pegam “ranço” de heróis e anti-he-
róis do cotidiano, detectam quem
está na “Disney”, fazem “resenhas”
dos acontecimentos (mesmo
quando “negam demência”). São
leitores da realidade. Falam as gírias
da geração e traduzem o momento.
Apesar da linguagem incompreensí-
vel para nós - sobreviventes de uma
linguagem arcaica- somos gratos a
eles pela vida que imprimem às
palavras, pela renovação da língua e
pelo dinamismo da comunicação.
Somos feitos de palavras. Somos
feitos de histórias. Somos feitos de
livros, pois somos nossa própria
história. E os jovens-livros são a
marca do século, assim como o
Geraldo-livro o foi um dia.
Capitulo II: “Crossover”: o encontro
de dois mundos no mesmo livro da
vida.
Da língua viva dos jovens ao
mundo da leitura, as gírias literárias
são marcas daqueles cujos codino-
mes são leitores vorazes. Eles
assumem a identidade da leitura e
fazem passaportes para as fronteiras
da vida. E têm também suas gírias
leitoras. O que dizer do“Book shelf
tour”: passeio pela estante de livros
de alguém? E do “Booktube”, canal
de livros no Youtube? E temBooksta-
gram: perfil do Instagram dedicado
exclusivamente a postagens sobre
Jovem-livro: empresta-me
uma palavra “aí”?
livros. Tem Booktour - livro que
passeia, fazendo um tour por vários
leitores. E onde estão as citações,
frases e partes favoritas de um livro?
Estão nos “Quotes” criados para
trocar impressões sobre as histórias.
E se quer uma estante criativa, então
“se liga” no “Skoob” - rede social em
que o tema central é livros. Perceber
este universo de leitores é adentrar
do dialeto deles e ter uma “ressaca
literária”: ficar tão envolvido em uma
história que é necessário um tempo
para se envolver com outra. É neste
momento que se faz um “Plot twist”:
grande reviravolta na história. Assim,
um leitor se torna perigosamente
humano, em uma paráfrase de
Fernando Pessoa.
Epílogo: O livro é o destino, é a
trajetória, é a libertação, é a palavra
que pode alterar o final da história
real. Há um Dom Casmurro do
Machado de Assis em cada um de
nós, um pouco dasVidas Secas do
Graciliano Ramos no cotidiano, do
Cortiço do Aluísio Azevedo em
muitos espaços.Herdamos o Macu-
Artigo
naíma de Mário de Andrade e já
vivenciamos aMorte e Vida Severina
do João Cabral de Melo Neto. Posto,i
que há umClaro Enigma do Carlos
Drummond de Andrade nas
emoções humanas: o livro é o
personagem mais real da vida huma-
na.Sejamos leitores. Sejamos livros. E
se preciso for, peça: ” jovem-livro,
empresta-me uma palavra ai?”
Maria Rodarte
Formada em Letras, especialista em
Redação. Possui 25 prêmios na
carreira, dentre eles primeiro lugar no
Brasil como Educador Inovador,
representando o país na América
Latina e quatro prêmios da Academia
Brasileira de Letras.

Hosanna Filio David: bene-
dictus qui venit in nomine Domini!
(Saudemos com hosanas o Filho de
Davi! Bendito o que nos vem em
nome do Senhor!).
É ali, no Largo do Rosário,
onde se localiza o belíssimo templo
da Igreja de Nossa Senhora do Rosá-
rio, que se inicia a tão bela, solene,
rica e piedosa Semana Santa da
Paróquia da Catedral Basílica de
Nossa Senhora do Pilar!
Após as bênçãos dos ramos, em
rasoura, chega-se na Catedral do
Pilar, local da maior parte das
celebrações desta tradicional
Semana Santa, e neste dia se celebra
Cristo em sua entrada triunfante em
Jerusalém e já se antevê a Sua Paixão
e Morte.
Segunda e Terça-feira
Santas se celebra a Via-sacra solene,
onde se executam os Motetos dos
Passos de Martiniano Ribeiro Bastos
e o tocante Miserere mei Deus de
Música e tradição na Semana
Santa de São João del-Rei!
Manoel Dias de Oliveira.
Chegamos na Quarta-feira Santa e
nela se celebra desde sempre o
único, tocante e solene Ofício de
Trevas!
O compositor são-joanense,
Padre José Maria Xavier, é o principal
compositor desta tão singular
Semana Santa. São de sua autoria o
Ofício de Ramos, os três Ofícios de
Trevas, o Ofício de Sexta-Maior,
todos estes relacionados à Paixão e
Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo,
e o Ofício de Sábado Santo, que já
traz a Sua Ressurreição!
De Quinta-feira Santa ao
Domingo de Páscoa, solenes e
piedosas celebrações acontecem no
interior da Catedral do Pilar: Missa do
Artigo
externos...) lotam o centro histórico
de São João del-Rei, e assim todos os
presentes fazem acontecer ano a ano
a ímpar Semana Santa da Paróquia
Crisma, Missa da Ceia do Senhor, da Catedral Basílica de Nossa Senho-
Ofícios de Trevas, Sermão das Sete ra do Pilar aqui em São João del-Rei,
Palavras, Solene Ação Litúrgica, MG. Imperdível!
Vigília Pascal, Missa de Páscoa, Coro-
ação de Nossa Senhora e Te Deum
Laudamus! Nos atos externos, temos
o Lava-Pés, a Procissão do Enterro e
a Procissão da Ressurreição!
A parte musical fica a cargo
da Bicentenária Orquestra Ribeiro
Bastos que hoje conta com cerca de
70 músicos que se desdobram para
fazer o seu melhor e assim bem Rodrigo Sampaio
cumprir o papel da orquestra nas Presidente e Maestro da
celebrações! Bicentenária Orquestra Ribeiro
Fiéis locais e visitantes, até Bastos
mesmo não católicos mas que
apreciam o belo (dos templos, das
celebrações, da música, dos atos

Circuito Trilha dos Inconfidentes promove e desenvolve o Artigo

turismo integrado na região do Campo das Vertentes

Minas Gerais conta com 853 municí-
pios.O estado é tão extenso que faz
divisa com outros seis. Isso significa
que Minas carrega uma diversidade
de culturas, paisagens e tradições
incontáveis, intensificando o poten-
cial turístico da região. Entretanto, o
grande desafio das autoridades é
organizar essas atividades de manei-
ra sustentável, regionalizada e
descentralizada, com a participação
da sociedade civil e do setor privado.
Pensando nisso foram criados os
Circuitos Turísticos, instâncias de
governança regional integrados por
municípios de uma mesma região
com afinidades culturais, sociais e
econômicas, que se unem para orga-
nizar atividades turísticas em âmbito
local e regional. Hoje, de acordo com
a legislação vigente, Minas Gerais
conta com 47 Circuitos certificados e
aproximadamente 600 municípios
regionalizados.
No Campo das Vertentes, foi funda-
do, em 28 de agosto de 2000, o
Circuito Trilha dos Inconfidentes. O
nome se deu em função da história
da região ligada aos Inconfidentes
Mineiros. As cidades que abrangem o
Circuito fazem parte da história de
independência do país, já que a
primeira reunião dos inconfidentes
aconteceu ali, assim como parte da
trajetória dos bandeirantes e tropei-
ros.
Atualmente, a organização sem fins
lucrativos, conta com uma gestão
profissional: o gestor, Marcus Januá-
rio, a assistente, Mariana Vitória, e a
assessoria de comunicação, Victória
Souza. Quando fundado o Circuito
tinha a participação de 13 cidades.
Hoje, são 24 municípios associados.
São eles: Alfredo Vasconcelos, Antô-
nio Carlos, Barbacena, Barroso,
Carrancas, Conceição da Barra de
Minas, Coronel Xavier Chaves,
Desterro do Melo, Dores de Campos,
Entre Rios de Minas, Ibituruna, Itutin-
ga, Lagoa Dourada, Madre de Deus
de Minas, Nazareno, Piedade do Rio
Grande, Prados, Resende Costa, do Circuito, Marcus Januário, foi
Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São finalista como melhor profissional na
João del-Rei, São Tiago, São Vicente categoria Organizações não Gover-
de Minas e Tiradentes. namentais.
Dentre as diversas iniciativas Por meio do instagram
que o Circuito esteve a frente nesses @tonatrilha e pelo facebook Circuito
20 anos de trabalho, destacam-se Trilha dos Inconfidentes, é possível
projetos artísticos como o Trilha das acompanhar toda programação
Artes, Cine Arte Sarau e Imagem da turística dos municípios associados,
Trilha e ações institucionais como a além de ficar por dentro das novida-
produção de vídeos visando promo- des a atrativos da região.
ver os municípios e sinalização
turística, que acontece até hoje. Além
desses, projetos maiores como a
Rota do Queijo, Caminhos de São
Tiago, Rota Nhá Chica e Destino
Mantiqueira, seguem em curso e
prometem alavancar ainda mais o
turismo na região.
Em 2018, a Rota do Queijo
levou o segundo lugar na categoria
Turismo de Base Comunitária e
Produção Associada ao Turismo do
Victória de Souza
Assessora de Comunicação
Brasil no 1º Prêmio Nacional do Turis-
da Trilha dos Inconfidentes
mo, que aconteceu no Rio de Janeiro.
2019 não passou em branco, o gestor
7 A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020
A Avó Amarela
Atriz e compositora, a são-joanense Júlia
Medeiros já havia mostrado brilho próprio
nos palcos, com o talento e carisma de
quem vai fundo em tudo o que faz. Com o
livro A Avó Amarela, estreou na literatura
com a mesma dedicação e empenho com
que deu vida a seus personagens do Grupo
Ponto de Partida. O resultado veio a galope
e o livro foi vencedor do Jabuti 2019
(categoria infantil), o mais importante
prêmio literário do país. E os ventos
continuaram soprando a favor.
Mais prêmios
Autora revelação de 2019 pela Fundação
Nacional do Livro Infantil (FNLIJ), a obra
recebeu o selo de “Altamente Recomendá-
vel” e foi inclusa no Catálogo da FNLIJ
para circular na feira de Literatura Infantil e
Juvenil, realizada em Bolonha, além de
ganhar o selo “White Ravens” da Biblioteca
Internacional da Juventude de Munique.
Entre outras distinções, Júlia foi a escritora
escolhida para ganhar um perfil na Série
Autores Brasileiros, do Brazilian Publishers.
Mais um desdobramento do livro "A Avó
Amarela", que tem ilustrações de Elisa
Carareto / Ôze Editora.
O livro
Com referências literárias trazidas da
infância, além de lirismo e bom humor, “A
avó amarela” se inspira nos encontros
semanais da família na casa da avó Esme-
ralda , um cotidiano mágico escrito com
“segurança de veterana , num jogo de
cores e texturas, na ilustração de Elisa
Carareto”. Júlia lembra da escola Cataven-
to, onde estudou, que tinha a literatura no
centro do processo pedagógico e da
diretora Sônia Haddad, que se vestia de D.
Benta para contar estórias. Ela contou a
esta coluna, com orgulho, que o Catavento
adotou o livro para o 4º Ano. Escrito em
2012, foi em 2018 que a Avó Amarela foi
publicado, ganhando as lindas ilustrações
de Elisa, também estreando no seguimen-
to. A Avó Amarela já teve lançamento em
São João del-Rei na Casa Lero e participa-
ção especial no Felit 2019. “Eu adoraria
voltar, estou aberta para convites”, disse
Júlia com bom humor.
A Avó Amarela ganha o
mundo
Este mês, Julia viajaria a Paris onde partici-
paria da Primavera Literária Brasileira, na
Sorbonne Université, idealizada e realizada
pelo escritor e professor Leonardo Tonus.
Na sequência, seguiria para a Itália, onde o
livro estaria participando da Bologna
Books Fair e na sequência, Munique,
passando pela Biblioteca Internacional da
Juventude. Devido à crise mundial causada
pelo coronovirus, a viagem foi adiada. Com
raízes e laços são-joanenses, Júlia é filha de
Cristina Borges e José Inácio Pereira. Seus
avós maternos são o saudoso casal Beatriz
e Roldão, que vieram de Barbacena e
escolheram SJDR para viver. O empresário
Roldão Borges fez história na cidade no
ramo de supermercados com o pioneiro
RCA.
Bem vinda
São João del-Rei dá as boas vindas a Cíntia
Prudente Sanches, que chegou à cidade no
início do ano, vinda do Rio de Janeiro.
Fugindo da metrópole, Cíntia quer ficar
mais perto da família: os pais Elzi e Osvaldo
e da irmã, a estimada Raquel Prudente
Neder Issa, advogada e professora do
Uniptan. Cíntia é formada em Design de
Interiores e assessora de eventos, segmen-
to que se renova e se fortalece com a
chegada da jovem cerimonialista.
Acontece
Em nome da arte
BOM TOM Não é de hoje que o nome Mauro Marques
está ligado às artes, seja no desenho,
pintura ou escultura. Publicitário e artista
plástico do maior gabarito, com trabalho
Por Cláudia Simões reconhecido em SJDR e região, nos últimos
anos, Mauro Marques Kersul ganhou
Dias de Reflexão notoriedade e reconhecimento internacio-
nal. Passou a dedicar-se exclusivamente ao
Prezados leitores,
atelier participando de exposições coleti-
para muitos, estamos em cativeiro e isso se tornou asfixiante. No entanto, a vas e individuais em diversos países, sobre-
solitude, o sonho de privacidade, o “estar em casa”, sempre foi luxo e meta de tudo na Europa. Em 2018 e 2019 foi selecio-
muitos. A diferença é que o isolamento agora, não é mais uma escolha, mas uma nado para participar do JuniFest em
regra a ser seguida. Deixou de ser prazeroso, para ser preocupante. Apesar de Lienchtenstein com pinturas sobre os
tudo, minha mensagem é de ESPERANÇA. Se estamos em casa, sob o peso dos temas: O homem e o projeto do mundo e
graves problemas do mundo, que pelo menos tenhamos uma relação cordial Empatia, respectivamente. Por dois anos
consecutivos ganhou o 1º lugar , com as
com a solidão, primeiro passo para dias de auto-conhecimento, reflexão e
obras “Assim caminha a humanidade e
mudança de atitudes. Não fossem as preocupações que insistem em nos assom-
Empatize-se com o planeta”, o que lhe
brar – e isso é inevitável - dias de resguardo são bem-vindos e necessários. E valeu o título de Hors Concours e a escolha
quando voltarmos às ruas cheias de gente e vida pelos bares e lojas da cidade, de sua obra para ilustrar todo o material de
possamos estar renovados: mais solidários, agradecidos pela vida e ainda mais divulgação do mesmo evento, em 2020
próximos dos amigos. Afinal, “não existe distância entre os que preservam laços
vitalícios”. #FiqueemCasa!
Toque da Penitência
Em São João del-Rei a Prefeitura decretou entidades, pessoas comuns, numa corrente
situação de emergência em saúde pública exemplar em função do outro. Gestos
em razão do coronavírus. Igrejas, restauran- como a doação de 100 máscaras de aceta-
tes, bares, lojas em geral, clubes, academias to para a Santa Casa, pelo são-joanense
e museus fecharam as portas por tempo Cláudio Salomé e Camilo (UFSJ); ações
indeterminado. As solenidades da Semana como dos empresários Thiago Noccholine,
Santa, época que a cidade recebe seu Marco Aurélio Ribeiro Campos e funcioná-
maior número de visitantes, também foram rios, Ernesto Andrade e Leonardo Lima
suspensas e, assim como as missas, serão (Real Motos), Eduardo Bergo (Supermer- Homenagem
transmitidas pelas redes sociais. O impacto cado Bergão) e grande grupo chamado
negativo no turismo e em todos os Transibitipoca têm garantido alimentação Além de tudo isso, Mauro será o artista
segmentos é grande. O Bispo Diocesano, para caminhoneiros e famílias carentes, homenageado em Valduz, capital de
Dom José Eudes Nascimento, pediu que os além de auxílio para o Albergue Santo Lienchtenstein em maio próximo, além de
sinos das igrejas tocassem simultaneamen- Antônio e cestas básicas para Sopa do destaque da revista Artnatic, a melhor de
te o toque da penitência, um chamamento Vovô Faleiro. Com a ajuda da costureira arte e cultura brasileira na Europa.
para a oração, pelos profissionais de saúde, Vera entre outras, o médico Paulo Maurício Na programação, um encontro com o
pelos doentes, pelo fim da epidemia, desta- Oliveira Vieira coordena uma campanha príncipe de Lienchtenstein para entrega do
cou o vigário geral, Pe. Geraldo Magela. para a confecção de roupas protetoras quadro “Assim caminha a humanidade”
para Agentes de Saúde. Da mesma forma, que passará a integrar o acervo do princi-
Solidariedade Lili Muffato recolhe doações para a Frater- pado, levando o nome de São João del-Rei
nidade Sagrado Coração de Jesus, que , de Minas e do Brasil. Em virtude das
Assim como o toque triste da penitência
abriga moradores de rua. Essas e outras medidas de isolamento e a grave crise
rompendo a quarentena, ações de solida-
atitudes nos engrandecem. mundial, a viagem de Mauro e toda a
riedade se propagam pela cidade e
programação foram adiadas para o segun-
merecem aplausos. São empresários,
do semestre.
Encontro de Noivas
Aniversário Pontos altos
Organizar cerimônias e festas de casamen-
“Que se perceba que quando estamos Linda em traje e adereços sob medida, to não é tarefa fácil. Num mercado em
dançando, festejando, brindando, abraçan- Sueli Cunha saudou os amigos e valeu-se constante evolução, noivos e noivas têm à
do, sorrindo e fazendo graça, estamos do dia da Mulher para provocar: “foi nos sua disposição um banquete de possibili-
homenageando a vida. Que sejam muitos anos 20 que a mulher começou a fazer dades apresentadas na velocidade da
esses momentos de comemoração e muito barulho.... e não parou mais”. Feliz ao Internet e, ainda assim, muitas dúvidas.
alegria compartilhados, pois atraem a lado dos filhos Luiz Fernando e Ana Para orientar os casais nesta fase de prepa-
melhor das energias” disse bem a escritora Beatriz, familiares e muitos amigos, Sueli rativos, nasceu o Encontro de Noivas – Um
Martha Medeiros. E foi com leveza e pensou em cada detalhe para encantar amor de Casamento, organizado pela
generosidade, próprias de quem sabe seus convidados, brindados com leques e Salutem Cerimonial e Eventos. A quarta
celebrar, que Sueli Cunha abriu as portas de charutos logo na chegada. Sob os cuidados edição do evento, no Auditório da ACI
sua casa em Lagoa Dourada, ampla e de Érika, o buffet Resgalla serviu regiamen- Del-Rei, foi no dia 12 de março, com pales-
te, enquanto uma seleção de drinks
acolhedora, em comemoração ao seu tras da cantora Regina Ávila (Músicas para
aniversário. O convite anunciava uma especiais, por Leonardo José, inspirou a Casar) e de Mariana Jacques (Acertos e
grande noite no Cabaret e assim foi. animação da pista. O músico e professor Erros na Organização do Casamento).
Lorran comandou a cena com show ao Entre os parceiros que somaram forças, o
O Cabaret vivo, no auge da festa, que na sequência fotógrafo Beni Jr., Cláudia e Luciano Mafra,
teve Diego Djoke, mais uma vez, em play da Design Filmes, doces de Alice Lamont,
Mobiliário de época, candelabros e peças list de sucessos eternos. O momento do Namasju Terapias Integrativas, Cinthya
de antiquário compuseram o décor que se parabéns, ao lado dos filhos, foi de genuína Goddi Bolos Especiais, Multi Artes Formi-
valeu da criatividade do projeto cênico alegria, sem falar nos doces, receitas de nhas, Adriana Goddi (aluguel de acessórios
para harmonizar os ambientes, valorizados puro sabor de Maria das Mercês, mãe da para festas) e Maria Leopoldina Coiffeur.
pela iluminação, tapeçaria e cortinas aniversariante. Destaque para a organização do evento e a
vermelhas. Diego Djoke, de BH, criou o
interação com a plateia.
clima intimista que transportou os convida- valeu a pena
dos para um elegante cabaret dos anos 20.
Em tudo o charme de uma década influen- Entre muitos acertos, a produção dos Vida plena
ciada pelo Movimento Art Déco. A advoga- convidados, que entraram no clima da
Pioneiro no ramo imobiliário em SJDR,
da e empresária Maristela Valadão elogiou: festa, com capricho total nos trajes. “Adora-
João Lovato chega aos 85 anos em clima
“Sueli teve uma feliz escolha, por se tratar mos a festa! Uma alegria contagiante no ar,
de festa e celebração. A recepção, que
de um tema rico, que resgata um pouco a a música, a decoração e a anfitriã, sempre
reuniu 150 convidados no dia 14 de março,
história dos anos 20/30, pelo cenário e com aquele sorriso lindo” disse Fátima
foi no Salão Nobre do Athletic Clube.
convidados que abraçaram a ideia com Gaio, ao lado dos amigos de SJDR que
Embalados pela música de Rogério Ramos,
suas melhores caracterizações. Nas redes fretaram uma van especialmente. E quem
o que se viu foi a homenagem da família e
sociais, Maristela falou dos anos 20 e sua perdeu, pode apostar, ano que vem tem
amigos de longa data, ao patriarca merece-
relação com o Dia da Mulher, destacando a mais, afinal, é na fantasia que nos reinven-
dor de todas as honras. Numa das surpre-
importância da época na evolução dos tamos. E Sueli sabe disso.
sas da noite, o aniversariante cantou, acom-
direitos femininos (há 100 anos!), o que panhado de violões e sanfona, num pocket
coincidiu com o tema e data da festa. Aplausos show de músicas de seu gosto e época de
Corretor de imóveis dos mais respeitados, juventude. Emocionante!
durante quase cinco décadas, Sr. João
teceu amizades de todos os laços. O filho
caçula, Mauro Lovatto, conta que o pai
abriu seu primeiro escritório de corretagem
na Ministro Gabriel Passos, em frente à
Prefeitura e permaneceu 49 anos no ramo.
A festa foi marco de alegria, reconhecimen-
to e abraço apertado. Além da esposa
Rachel, 3 filhos e 7 netos, a descendência
do aniversariante já soma 7 bisnetos, estan-
do dois a caminho.
 Economia e Inovação
Economia brasileira e
COVID-19
No Brasil, o ano de 2020 iniciou-
-se com fortes expectativas para a
retomada do crescimento econômi-
co, o que poderia melhorar as condi-
ções de vida das pessoas, principal-
mente daqueles que se encontram
fora do Mercado de Trabalho (atual-
mente 1,2% da População Economi-
camente Ativa – PEA, totalizando 11,9
milhões de pessoas). Estas expectati-
vas foram amenizadas quando foi
divulgada, pelo IBGE, a taxa de
crescimento do PIB, de 2019, que foi
da ordem de 1,1%. O mercado espera-
va número mais robusto, em função
do crescimento dos dois anos ante-
riores (1,3% a.a.), mas a desacelera-
ção no 4º trimestre de 2019 frustrou
algumas expectativas.
Em seguida, o mundo foi acome-
tido pela Pandemia do COVID-19
(Corona Vírus) que já levou ao óbito
milhares de pessoas, em todo o
Mundo. De acordo com os infectolo-
gistas, este novo vírus é mais resis-
tente e, para que haja o achatamento
da curva de casos confirmados, há a
necessidade de procedimentos espe-
Inovação e Startups
O conceito de inovação vem
sendo utilizado em diversas áreas
relacionado a soluções que trazem
melhorias expressivas, como uma
busca pelo santo graal ou mesmo
uma panaceia. No mundo dos negó-
cios, nem toda novidade deve ser
considerada inovação. A Organiza-
ção para a Cooperação e Desenvolvi-
mento Econômico (OCDE) apresenta
no Manual de Oslo diretrizes para
coleta e interpretação de dados
sobre inovação. Na última edição de
2018, no Manual são definidas quatro
tipo de inovações: produto, processo,
marketing e organizacional. Sem
entrar nos pormenores, é importante
ressaltar que a inovação tecnológica
já possui um entendimento bem
definido e sua prática vem sendo
estimulada como meio para promo-
ção do desenvolvimento econômico
e social. Contudo, como aproveitar
ou sobreviver a inovações, principal-
mente em relação as de alto impacto
como as radicais ou disruptivas, que
criam ou eliminam mercados inteiros,
é uma questão que merece uma
reflexão especial.
Considerando a de maior
impacto como exemplo, inovação
disruptiva é o fenômeno pelo qual
uma inovação transforma um merca-
do ou setor existente, causando uma
ruptura de como funcionava
(mudança de paradigma) seja pela
introdução de simplicidade, conveni-
ência ou acessibilidade, bem como
eliminando complicações e custos.
Os impactos deste tipo de inovação
podem ser percebidos observando a
popularização do uso de apps para
os segmentos de transporte urbano
(Uber), alimentação (UaiRango,
iFood), comunicação (Whatsapp),
hospedagem (AirBnB), marketing
(Facebook, Google, Instagram,
YouTube), varejo (Amazon). Ressal-
tando o que as inovações promovi-
das pelos apps têm em comum,
Sérgio Magno Mendes
ciais. Dentre eles, podem-se citar
reclusão domiciliar, higienização das
mãos, tampar boca e nariz ao espirar
etc. No aspecto social, a vida não tem
preço e é importante que governos e
toda a população tomem as devidas
providências. No aspecto macroeco-
nômico, o efeito desta Pandemia foi
o aumento do consumo de produtos
ligados, diretamente, ao seu comba-
te (máscaras cirúrgicas, álcool em gel
etc.) e a retração de outros, afetando
não só o momento atual, mas
também o que poderá acontecer no
futuro próximo.
Na atualidade, as expectativas
de crescimento econômico, em todo
o mundo, estão sendo revisadas para
baixo, o que poderá afetar a vida de
todas as pessoas. Em termos de
Mundo, China e Zona do Euro, estas
taxas recuaram 0,5 pontos percentu-
ais (p.p.) nos dois primeiros e 0,3 p.p.
na União Europeia, reduzindo para
2,4%, 4,9% e 0,8%, respectivamente.
Na Economia americana, a taxa foi
revisada de 1,2% para 0,4% a.a. e o
Banco Central reduzindo a taxa de
Dárlinton Carvalho
chegamos a outro conceito muito
relevante: as startups.
O termo startup para empre-
sas surgiu ainda na época da bolha
da internet, pouco antes do início do
século 21, para designar uma nova
empresa de tecnologia, formada por
um conjunto de pessoas (empreen-
dedores) trabalhando em uma nova
ideia (inovação) com o potencial de
crescimento acelerado para ganhar
muito dinheiro. Em um entendimento
mais moderno, é considerado uma
startup um grupo de pessoas à
procura de um modelo de negócios
repetível e escalável, trabalhando em
condições de extrema incerteza.O
cenário de incerteza é fundamental,
visto que a proposta da startup deve
ser tão inovadorade modo a não ser
possível afirmar se a proposta irá
realmente dar certo, ou ao menos se
provar sustentável, sem colocar em
prática (testar). Já o modelo de
negócios é como a startup gera valor,
ou seja, como transforma seu traba-
lho em dinheiro, que deve ser repetí-
vel e escalável de modo a poder
crescer rapidamente (fator exponen-
cial).
O mais comum é uma
startup falhar, sendo raríssimos os
casos de empresas que conseguem
realmente dar lucro. Mas quando dá
certo, uma startup se torna muito
valiosa. Investidores de risco (venture
capital)trabalham com teses de
investimento considerando um
conjunto vasto de startups na espe-
rança de que alguma compense todo
o investimento e ainda gere muitos
lucros. Estratégias de investimentos
em startups têm possibilitado retor-
nos extraordinários, pois o alto risco
de fracasso compensa ponderando o
altíssimo retorno obtido nos casos de
sucesso.
Devido ao seu caráter expo-
nencial de crescimento, o impacto
econômico das startups bem-sucedi-
A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020
juro da faixa de 1,0% a 1,25% a.a. para
0% a 0,25% a.a. Países, tais como
Itália, Portugal, Espanha e Argentina
já implementaram o fechamento ou
bloqueio temporário de suas frontei-
ras. Outros países cogitam atitudes
semelhantes.
No Brasil, as expectativas de
crescimento econômico reduziram
de 2,2% para 1,5% a.a. Na tentativa de
amenizar o problema, dado o proble-
ma do desemprego e a tentativa de
retomada de crescimento sustentá-
vel, o governo promete liberar mais
de 140 bilhões de Reais e há a possi-
bilidade de novo corte na taxa de
juro básica da Economia brasileira,
que historicamente está em seu
menor patamar. A queda da deman-
da mundial pelas Commodities e,
consequentemente, seus preços
poderão afetar a nossa Conta
Corrente e provocar mais incertezas
futuras, depreciando Câmbio entre
outras coisas. Neste sentido, a
Economia brasileira que vinha em
momento de recuperação enfrentará
novo desafio e que está se tornando
maior a cada dia.
Em São João del Rei, o momen-
to não será diferente e a Economia
local poderá ser duramente afetada
das supera por diversas ordens de
grandeza o de empresas tradicionais.
As startups de enorme sucesso são
tão extremamente raras (<0,1%), e
mitológicas, que passaram a ser
chamadas de unicórnios. Uma
startup avaliada em mais de 1 bilhão
de dólares é chamada de unicórnio,
sendo que no Brasil existem apenas
10 empresas assim.
Para se ter uma noção de
valor no mundo das startups, temos
os casos da aquisição do Instagram e
do WhatsApp pelo Facebook para se
consolidar entre as plataformas de
mídias sociaismais populares. Em
2012, o Facebook anunciou a compra
do Instagram, uma startup com
apenas 13 funcionários, por $1 bilhão
de dólares estadunidenses (USD). Já
em 2014, o Facebook anunciou uma
oferta inicial para compra do What-
sApp por $16 bilhões de USD, sendo
que em 2013 a empresa do app deu
um prejuízo de $138 milhões de USD
e faturou apenas $10,2 milhões de
USD. A título de comparação, em
agosto de 2014 o valor de mercado
da Cemig era de R$ 24,7 bilhões,
sendo que em 2013 seu lucro foi de
R$ 3,1 bilhões e ofaturamento de R$
19,4 bilhões. Na conclusão da nego-
ciação de compra do Whatsapp, o
Facebook acabou pagando $ 21,8
bilhões de USD, ou $55 USD por
usuário, para também ficar com o
time de desenvolvedores. Atualmen-
te, o Facebook é uma das empresas
mais valiosas do mundo, figurando
como primeira letra do termo
FAAMG, que foi cunhado pela Gold-
man Sachs para representar as 5
empresas de tecnologia mais
relevantes atualmente: Facebook,
Apple, Amazon, Microsoft e Google.
No ano passado, o valor de mercado
da Apple superou o valor de $1
trilhão de USD, sendo a primeira na
história de todas as empresas a
atingir este patamar.
Acompanhando as novas
tendências, a Feira de Startups das
Vertentes vem sendo realizada
8
Artigo
com este novo desafio. Os setores
ligados ao turismo, cinema, apresen-
tações e atividades culturais, entre
outros, devem ser expressivamente
afetados, já que a aglomeração de
pessoas não é recomendável. As
escolas públicas, dentre as quais a
UFSJ, já decretaram a paralisação de
suas atividades, o que tenderá a
reduzir, ainda mais, o fluxo de pesso-
as na cidade. Espera-se que o Execu-
tivo local esteja implementando
medidas necessárias, ao seu alcance,
para mitigar possíveis problemas na
cidade.
O momento é de reflexão; de
valorização da vida; de deixar de
lado posições políticas e pessoais
para enfrentarmos, juntos, este
grande desafio que nos é proposto.
Utilizando-se as palavras de Luis
Fernando Veríssimo “Quando a
gente acha que tem todas as respos-
tas, vem a vida e muda todas as
perguntas” podemos tentar entender
o quão simples nós somos frente a
imensidão da vida.
Sérgio Magno Mendes
Professor Adjunto da UFSJ-
Macroeconomia
Artigo
anualmente em São João del-Rei
desde 2018. Buscando inovar
também na sua organização, o
evento é promovido em parceria
aproveitando-se especialmente das
instituições de ensino superior da
região e o ecossistema de inovação
da região. A primeira edição foi
realizada Universidade Federal de
São João del-Rei (UFSJ) em uma
iniciativa da ACI del-Rei e NETEC/U-
FSJ, contando com a participação
especial de startups de Lavras-MG.
Já a segunda edição, realizada no
UNIPTAN, o evento cresceu e teve
uma estrutura para mais de mil parti-
cipantes, contando com participação
de startups também do parque
tecnológico de Viçosa-MG. Seguindo
o rodízio entre as universidades da
cidade, este ano a Feira está sendo
organizada pelo IF SudesteCâmpus
de São João del-Rei com realização
prevista para outubro.
Startups mudam mercados inteiros,
influenciam o consumo de massa,
mudam a dinâmica de funcionamen-
to da sociedade. Esta nova realidade
exige upgrades nos modelos de
negócios de todas as empresas.
Sendo assim, como anda a sua atuali-
zação para o mundo das inovações
tecnológicas aceleradas e das
startups? Sobreviver, triunfar ou ser
subjugado depende da capacidade
de se adaptar às mudanças, ou, em
outras palavras, a sua capacidade de
inovação.
Dárlinton Carvalho
Possui doutorado em Engenharia
de Software, é professor na
Universidade Federal de São João
del-Rei, atuando a frente das
atividades de Empreendedorismo
e Inovação Tecnológica.
9 A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020 Sustentabilidade

Saneamento com metas
O novo Marco Regulatório do
Saneamento vem causando muita
esperança de atração de investi-
dores e igual quantidade de polê-
mica com argumentos quase
sempre tortos (baseados na expe-
riência internacional).
O que o marco estabelece é
que os novos contratos de
concessão não poderão ser
assinados sem metas e prazos,
como ocorreu desde a criação
das empresas estaduais de água e
esgoto, à época um tanto por
imposição do Banco Mundial que
sugeria “economias de escala”,
sem falar na escala dos próprios
empréstimos.
Passou-se o tempo, e os
contratos assinados pelos municí-
pios, titulares das concessões,
com essas empresas estaduais
eram assinados sem qualquer tipo
de compromisso da parte das
concessionárias, que na maioria
dos estados acabaram abaladas
em suas finanças e qualificações
técnicas, talvez por excesso de
indicações políticas (mas não
apenas). E, com algumas exce-
ções, os serviços se deterioram,
como fica evidenciado por suces-
sivos empréstimos do Banco
Mundial e do BID para despolui-
ção do Guaíba, do Tietê, da Baía
de Guanabara, da região litorânea
da Grande Vitória – entre outros -,
todos fracassados em maior ou
menor escala.
Nesse período, ou pelo
menos desde a década de 1990,
(Luiz Prado)
foi grande o número de municí-
pios que optaram por fazer a
concessão dos serviços para a
iniciativa privada, pelo menos
num caso até mesmo um grupo
de municípios se unindo para uma
concessão conjunta (apesar dos
prefeitos, à época, serem filiados a
diferentes partidos).
Fora esse aspecto de poten-
cial atração de investidores, o
Marco é fraquinho, entre outras
razões pelos seguintes motivos:
(a) não dá qualquer diretriz para
gestão integrada de águas, com
águas pluviais, subterrâneas e
superficiais geridas conjuntamen-
te, como ocorre nos países mais
desenvolvidos há décadas;
(b) mantêm a figura dos clientes
cativos / áreas de concessão –
que, com os rápidos avanços
tecnológicos e a queda nos
preços dos sistemas de tratamen-
to e de dessalinização já se torna-
ram competitivos e até para a
produção de água potável a partir
de águas residuais de indústrias,
de mineração ou mesmo de siste-
mas públicos, e;
(c) omite-se em relação à adoção
de importantes avanços tecnoló-
gicos, como macro e micromedi-
ção por telemetria para assegurar
a redução de perdas.
De fato, algumas concessio-
nárias estatais / estaduais joga-
ram pesado contra o mero reuso
interno para fins não potáveis
para assegurar clientes cativos,
contando com o apoio de gover-
nadores e tais. Isso ocorreu, entre
outros locais:
(a) no Rio de Janeiro, no caso de
uma refinaria da Petrobras com
grande potencial de reuso interno
das águas de resfriamento adiou
os seus planos para que a conces-
sionária não reduzisse as suas
vendas;
(b) em São Paulo, quando uma
refinaria também da Petrobras
necessitava de mais água e
chegou a iniciar conversações
sobre o reuso dos esgotos munici-
pais para fins de seus processos
industriais após o tratamento, e:
(c) da Grande Vitória, onde as
sete usinas da Vale compravam
água bruta da concessionária
mesmo quando a empresa se
ofereceu para fazer o tratamento
dos esgotos de toda uma bacia
que seriam coletados com recur-
sos de um programa do Banco
Mundial, e a concessionária não
gostou da ideia (em todos os
casos, a mesma coisa, manuten-
ção de clientes cativos).
Muitos modelos existem no
Brasil: concessões a empresas
estaduais ou privadas, ou serviços
e departamentos autônomos.
Diversas concessões à iniciativa
privada não avançaram muito em
termos de qualidade e eficiência
dos serviços, outras fizeram o que
jamais ocorreria sem elas garan-
tindo o abastecimento e algum
nível de tratamento, enquanto a
maioria das concessionárias
estaduais viu os seus serviços se
deteriorarem bastante, à exceção
daquelas nas quais alguma parti-
cipação de capitais privados levou
à melhorias na gestão e redução
das influências políticas. E há,
também, casos de Serviços Autô-
Artigo
nomos de Água e Esgoto – SAAE
e Departamentos Autônomos de
Água e Esgotos com bastante
sucesso, ainda que raros.
Enquanto isso, países desen-
volvidos e mesmo os nem tão
desenvolvidos já fazem reuso
potável direto – ou seja, dos esgo-
tos municipais para o sistema de
abastecimento -, a dessalinização
para auto-abastecimento por
indústrias e atividades litorâneas
colide com o conceito de áreas de
concessão e seus clientes cativos,
e políticas públicas de reuso já
desenhadas há muito tempo não
foram implementadas.
Finalmente, vale mencionar
um caso de grande valor simbóli-
co: na África do Sul, grandes
mineradoras (Anglo American,
BHP Billinton), sob pressão do
governo terminaram numa parce-
ria público privada e trataram
suas águas residuais altamente
contaminadas para o abasteci-
mento público de uma cidade de
médio porte desde 2007.
Luiz Prado
É economista, jornalista, pós
graduado em Biologia e Ecologia
Humana pela Faculdade
Biomédicas Paris V e em Geografia
e Ciências da Sociedade por Paris
VII. Foi consultor de longa duração
do Banco Mundial e de vários
organismo e empresas nacionais e
internacionais.

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Variedades A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020 10

Gastronomia

Descontos de até
Tradicionalmente, como uma forma de peni-
tência, o peixe se torna protagonista nas mesas de
muitos brasileiros durante a Semana Santa. Sobre-
tudo na Sexta-feira da Paixão, receitas com baca-

22% na conta de
lhau se tornaram tradição. No entanto, em tempos
de crise e incertezas, o prato tornou-se inviável
para muitas famílias. Por isso, o jornal A Voz traz

energia para
uma receita de Filé de Peixe Crocante, que permite
economizar sem abrir mão do sabor.

FILÉ DE PEIXE CROCANTE

associados!
(Receita retirada do site trovoacademy.com)

Ingredientes
• 5 filés de merluza ou pescada (aproximadamente
1 kg); Solicite o quanto antes sua proposta pelo site
• 3 colheres (sopa) de suco de limão;
• 1 colher (sopa) de alho amassado; www.federaminas.com/cemigsim-ace
• 2 colheres (sopa) de óleo;
• 5 colheres (sopa) de maionese;
• 2 cebolas cortadas em rodelas;
• 5 colheres (sopa) de batata palha fina;
• Sal a gosto;
• Pimenta-do-reino moída a gosto. PRAZO
RENOVADO
Modo de Preparo
ATÉ DIA
1. Lave os filés com metade do suco de limão.
2. Seque-os, tempere com o alho e o suco de limão 31/05!
restante. Deixe descansar por 15 minutos.
3. Em uma frigideira, coloque metade do óleo para
aquecer bem.
4. Acrescente as rodelas de cebola e deixe que
fritem até dourar levemente.
5. Polvilhe um pouco de sal.
6. Em uma assadeira, untada com o restante do
óleo acomode os peixes, as cebolas e a maionese.
7. Em forno preaquecido, leve para assar à tempe-
ratura de 200°C por 15 minutos. Polvilhe a batata
palha e deixe que core por mais 5 minutos.

ATITUDES SIMPLES AJUDAM

A ELIMINAR OS CRIADOUROS
É importante deixar a caixa d’água bem
fechada e realizar a limpeza regularmente

Cuide do seu lixo. Material para reciclagem deve

ser mantido em saco fechado e local coberto
O enfrentamento ao Corona
Vírus continua e todos
precisam adotar veemente as Evite deixar água parada em
medidas de precaução. No vasos de planta, pneus e garrafas
entanto, outra necessidade
séria continua em evidência e
não pode ser esquecida: a
O COMBATE AO AEDES CONTINUA...
eliminação do mosquito aedes
aegypti, que pode transmitir (DENTRO E FORA DE CASA)
dengue, zika e chikungunya.
Converse com Reúna sua família e Sabe de algum
amigos, vizinhos e fale sobre a dengue. criadouro?
colegas de trabalho Todos devem ajudar Denuncie!
11 A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020
Falando em amigos...
Entre lombo de burro, e
caminhadas a pé, encontramos um
viajante de fantásticas viagens reais.
Trata-se de Claudionor
Ferreira de Moura, o “Claudionor do
KIBOM”, “Dinôca” para os conterrâ-
neos, velho conhecido de várias
gerações de pessoas. Homem
simples e honesto, que fez do traba-
lho o seu lazer.
Há 62 anos, Claudionor
deixou sua cidade natal, Prados,
vindo para São João del-Rei traba-
lhar no bar dos saudosos irmãos
Romeu e Rômulo Simões, primos de
sua esposa, sem, contudo, abando-
nar os amigos e parentes que
permaneceram em Prados. Alguns
anos se passaram e Claudionor
comprou o bar que na época era
revendedor exclusivo dos saboro-
sos sorvetes “KIBON”, na região.
O bar do Claudionor
tornou-se famoso pelos deliciosos
produtos que vendia e, sobretudo,
pelo carisma do vendedor, que
sorridente atendia a todos, tendo
sempre uma conversa amiga.
No final da década de 60, o
quarteirão onde se localiza o bar
tornou-se ponto de encontro dos
jovens são-joanenses que, naquele
tempo, eram considerados “rebel-
des”, despontando sob influência
do histórico “Festival de rock de
Woodstock”, auge e crepúsculo da
geração hippie. Esses jovens se
apresentavam com seus cabelos
compridos, barba por fazer, vestin-
do velhos jeans, camisetas, chinelos
e adereços artesanais de metal,
miçangas e couro. As mulheres
também acompanhavam o estilo
hippie. Muitos experimentaram
drogas, arrastavam na fala as gírias
da época, na constante pregação
por “Paz e Amor” reforçada pelo
gesto simbólico da mão. Predomi-
nantemente, filhos de médicos,
dentistas, funcionários públicos,
bancários e outros profissionais
renomados, os jovens frequentado-
res do Kibom, na época, não se
dedicavam ao trabalho, bastava-
-lhes um meio-fio da calçada ou
soleira de porta para se sentarem e,
assim, passavam muitas horas do
dia. Nesse contexto, Claudionor
convivia tranquilamente com a
geração contestadora, em seu bar,
nunca tendo sido desrespeitado,
provocado ou ameaçado. Geração
que sempre se mostrou amiga e,
hoje, saudosista.
O movimento do bar
agregava igualmente pessoas que
naturalmente buscavam um lanche
ou sorvete para se refrescar e que,
em poucos minutos, levavam ou
traziam alguns casos ouvidos e
contados. Era o início de uma nova
amizade.
Assim, surgia na cidade de
São João del-Rei o quarteirão mais
famoso que, até hoje, é conhecido
popularmente como “KIBOM”.
Encontramos no “KIBOM”
uma verdadeira história oral, advin-
da da invejável memória de Claudio-
nor, um homem que não narra
simplesmente um fato, mas a sua
própria vida, com detalhes que nos
impressionam.
Nascido aos 6 de agosto de
(*Leila Maria Ferreira de Moura)
1927, segundo filho de Dometildes
Moura Ferreira – a Dona Cutila” e de
Manoel Ferreira Rodrigues, teve
uma infância modesta no “Sítio”,
zona rural do município de Prados,
junto aos irmãos, Jarbas, Jacy, Maria
Cristina, a “Tita”, João Batista
(Procópio), já falecidos, e Jalmas, o
popular “Mimi”, residente em Barro-
so.
Com a morte do pai,
Claudionor, com apenas sete anos
de idade, e os irmãos, foram educa-
dos pela mãe, em companhia dos
avós maternos, José Francisco de
Moura (“Pai Nico”) e Maria Constân-
cia de Moura (“Mãe Tina”). O avô era
um homem severo e não poupava
os netos do trabalho. Sua educação,
assim, foi extremamente rígida.
Aos vinte anos de idade,
em 1947, vivenciou sua primeira
viagem como tropeiro. Saindo de
Prados, na companhia de “Pai Nico”
e de outros companheiros, rumo a
Goiás, levavam em lombo de burros,
celas, baixeiros, estribos e outras
mercadorias para serem comerciali-
zadas. Enfrentaram a pé a longa
viagem que durava cerca de um ano
e meio, até o centro de Goiás. O
destino era a cidade de Buriti
Alegre.
A caminhada diária era de
quinze a vinte quilômetros, por
trilhas, em meio a matagais e
pequenas estradas. Urbanização
não havia ao longo do trajeto.
A alimentação era à base
de arroz, feijão e torresmo, pois o
toucinho era levado na viagem,
armazenado em latas de gordura,
para ser frito no almoço e no jantar.
As panelas e tachos
eram aquecidos em fogueiras feitas
pelos próprios tropeiros com lenhas
e gravetos encontrados pelo cami-
nho.
Ao escurecer, era hora da
parada para o descanso. Dormiam
sobre couro de boi estendido no
chão. Como travesseiro, qualquer
pedaço de madeira servia. Para se
aquecerem, faziam fogueira próxi-
ma aos leitos improvisados.
A viagem recomeçava
ainda na madrugada e ao clarear o
dia, a caminhada a pé já avançava.
Por quatro vezes Claudio-
nor fez esse trajeto e com uma
memória invejável ele se lembra
com orgulho das dificuldades supe-
radas nas viagens e, sobretudo, da
alegria do retorno à casa, após
longos meses de ausência... Viagens
estas que ainda hoje lhe trazem
muita saudade e cujas lembranças o
emocionam: velhos amigos, velhos
caminhos, grandes encontros e
descobertas...
Claudionor Ferreira de
Moura foi casado durante 31 anos
com Juracy Ferreira de Moura,
falecida em 1986, também praden-
se, filha de José Moura Vale, o “Juca
Moura”. É pai de cinco filhos: José
Renato, Marcus Vinícius, Leila Maria,
Tânia Márcia e Paulo César, avô de
doze netos: Victor, Marcus, Sérgio,
Henrique, Flávia, Adriano, Túlio,
Gabriel, Ana Luiza, Thiago, Felipe e
Matheus. Tem ainda cinco lindos
bisnetos (quatro meninas e um
menino).
Claudionor é pradense de
coração, mas sente-se agradecido e
orgulhoso pela receptividade do
povo são-joanense, que tão caloro-
samente o acolheu juntamente a
sua família, há 62 anos...
Homenagens significativas
foram-lhe prestadas: em 1974, foi
agraciado com o título de “Cidadão
Honorário de São João del-Rei”, o
que ratifica o seu carinho por essa
cidade e sua gente que considera
amiga. Em 2011, foi agraciado com a
medalha da “Comenda da Liberda-
de e Cidadania”. Em Prados, foi
homenageado como ex-tropeiro, no
“IX Encontro do Pradense Ausente”,
em junho de 2013, homenagem esta
que lhe encheu de orgulho, alegria e
saudade. Em 2018, a Academia
Mirim de Letras de São João del-Rei
também lhe prestou homenagem.
Muitas emoções vivenciadas...
Já com a idade avançada, o
seu ritmo de trabalho pouco se
reduziu e, mesmo contrariando os
filhos, por volta das 5h45min, diaria-
mente, lá estava o velho amigo, em
seu bar, pronto para servir àqueles
que como ele não se intimidavam
em sair tão cedo de casa para
prosear, enquanto tomam o seu
café da manhã. Durante 54 anos,
Claudionor fez esse trajeto de ida e
volta ao bar em uma única bicicleta,
ainda em perfeito funcionamento, o
que lhe rendeu a prática diária de
exercícios físicos e a possibilidade
de se fazer conhecido também ao
longo do percurso. No “KIBOM”,
recebia as pessoas não somente
para lanchar, mas também, para
levar e trazer histórias de vida...
Histórias que Claudionor
ouvia e em detalhes, contava as
suas próprias conseguindo trans-
formar “freguês” em “amigo”.
Amigos são muitos e têm
um lugar especial em suas lembran-
ças... Há aqueles que já estão em
outro plano, deixando saudades:
Tácito Moura, Mozart Franco, Osval-
do “Lorena”, Norton, José Resende,
Chacal, Parruda, Dr. Carlos Campos,
Antônio Ávila, Marília Ratton, Judas,
Juca Azevedo, Osvaldo Franco,
Nenem, os irmãos “Bita”, Jacy,
“Tita”, Procópio entre outros.
Saudades também de sua esposa
Juracy e de sua mãe “Dona Cutila”.
Há os amigos que moram em outros
lugares do Brasil e do mundo que,
quando vêm a São João del-Rei,
aparecem para “um dedo de prosa”,
dentre eles, Aloísio Tirado, Cel.
Camargo, Robson Andrade, e ainda
os conterrâneos pradenses. E, claro,
os amigos que, diariamente, o
alegravam com suas presenças para
a prosa constante: Luis Fonseca,
Fred Manduca, os irmãos Romeu e
Hélio, o cunhado Zé Moura, Francis-
quinho (do Tácito), Nivaldo de
Andrade, Abgar Tirado, Lygia Velas-
co, Lourdinha Alcântara, João e
Dilermano, “Taxistas”, Wainer Ávila,
Adenor Simões, Paulinho “Sanica”,
os irmãos Dr. Tayer e Jorge e muitos
outros que formam uma imensa
lista.
Claudionor viveu também
momentos especiais em seu sítio,
situado no Rio Acima, local por ele
frequentado todas as tardes, por
cerca de 20 anos. Ali, plantava suas
rocinhas, criava galinhas, vacas e
alguns cavalos. A paixão pelo sítio
era tamanha que o trajeto de ida e
volta era muitas vezes a pé ou em
sua mobilete, já que não dirigia
Especial
automóveis. Aos finais de semana,
amigos e parentes curtiam com ele
esse espaço mágico. Lazer, este,
possibilitado com o apoio do irmão
querido “Mimi”, que o substituía no
bar.
Claudionor sempre se
emociona ao falar dos amigos e ao
ser lembrado por eles. Sua condição
física, hoje, não possibilita a sua
frequência ao bar, nem ao sítio
como antes. Porém, em seu coração
e memória a presença dos amigos e
momentos é constante.
Foram muitas as gerações
de familiares frequentadores do bar
da esquina mais badalada da
cidade, que até hoje contam com a
amizade do Claudionor. Antes, os
avós, os pais e, hoje, são os netos e
até bisnetos... Fato que lhe trazem
lembranças carinhosas.
A ocupação do espaço
físico da esquina do “Kibon” foi se
modificando, desde as primeiras
instalações como a CEMIG, restau-
rantes, foto Lorena, Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal, consultó-
rios médicos, dentre outros, mas o
bar do Claudionor sobreviveu a
crises e
mudanças, ganhando inclusive
reforma recente para continuar
servindo aos fregueses amigos,
atualmente sob gerência do filho
Paulinho. Essa trajetória de mudan-
ças é também lembrada com
saudade por ele, Claudionor. Aos
conterrâneos, a receptividade era
redobradamente calorosa, acompa-
nhada de prosa longa e familiar.
Aos filhos, netos e bisnetos
Claudionor transmite lições de
retidão de caráter, simplicidade,
honestidade e integridade, de uma
educação herdada da “palavra e do
exemplo”, valores que até hoje ele
preza e revela a todos, orgulhosa-
mente.
De menino simples de um
sítio modesto a um homem que aos
92 anos de vida conquistou amigos
com sua prosa e carisma, Claudio-
nor tem muito a se orgulhar.
Conquistas que aconteceram,
sobretudo, no seu local de trabalho.
É, realmente, uma preciosi-
dade pradense que São João
del-Rei ganhou de presente...
E são preciosos os amigos
e familiares que compõem a história
de vida de Claudionor Ferreira de
Moura.
Claudionor – 92 anos...
Caminhadas, trabalho, vitórias,
Conquistas, alegrias e glórias...
Perdas, tristezas, saudades...
Deus, família, amigos e fé.
Amor à vida... História.
Leila Maria
Ferreira de Moura
Filha de Claudionor
Especial A Voz São João del-Rei Janeiro de 2020 12

11º Batalhão de Infantaria de

Montanha comemora 75 anos
da Tomada de Montese
Foto: Reprodução

Crianças da cidade de Montese, na Itália, desde cedo aprendem a Canção do Expedicionário nas escolas.

Nas lembranças de uma nossa terra. “Nós, atuais inte- italiana do jugo nazifascista. rememorar a coragem e o
das mais árduas e sangren- grantes do Regimento Tira- Em Montese, a população sentimento de liberdade dos
tas missões, o sentimento de dentes, somos herdeiros das agradecida homenageou as heróis que deixaram seus
liberdade que permanece tradições daqueles que com- tropas brasileiras batizando lares e famílias para atraves-
vivo a cada dia. Há 75 anos, bateram nos campos gélidos uma de suas praças com o sar o oceano Atlântico e
durante a 2ª Guerra Mundial, da Itália”, ele pontua. nome de "Piazza Brasile". Há combater a tirania dos nazi-
foi escrito um dos capítulos E mesmo tantas déca- um “causo” muito conhecido fascistas. Montese é uma
marcantes na história das das depois, a grandeza dos que diz que os italianos da cidade italiana localizada na
Forças Armadas do Brasil. feitos dos brasileiros conti- região de Montese chamam região da “Emilia Romagna”,
No dia 14 de abril de 1945, nua se mantendo viva e é de “mingau” tudo que diz situada numa vasta área de
brasileiros protagonizaram a celebrada além dos limites respeito à “coisa boa”. O colinas, com muitos bosques
“Batalha de Montese”: um do oceano. Segundo Tenen- motivo seria o fato de as e castanheiras. Foi nesse
dos maiores combates trava- te-Coronel Matos, crianças tropas brasileiras, por oca- contexto, durante o rigoroso
dos pelo País contra o nazi- da cidade de Montese, na sião da 2ª Guerra Mundial, inverno de 1945, que em
fascismo na Itália. A atuação Itália, desde cedo aprendem terem servido o mingau que meio à neve e o frio de 10
dos militares brasileiros a Canção do Expedicionário as alimentava à população graus negativos, muitos
nessa batalha, em especial a nas escolas. “Esta é uma subjugada por aquele brasileiros, e, em especial,
tropa do então 11º Regimen- demonstração de reconheci- regime totalitário”, destaca o são-joanenses do 11º Regi-
to de Infantaria, foi conside- mento do heroísmo dos comandante. mento de Infantaria, lutaram
rada essencial para a reto- brasileiros que libertaram o E completa: “Celebrar e venceram, até mesmo com
mada da Itália e para sofrido povo daquela cidade a conquista de Montese é o sacrifício da própria vida”.
posterior vitória dos aliados
contra as tropas alemãs. A
conquista do maciço no dia
14, a ocupação no dia 15 e a
manutenção nos dias 16, 17 e
18 custaram à Força Expedi-
cionária Brasileira (FEB) um
saldo de 34 mortos, 382
feridos e 10 extraviados, con-
figurando-se em uma das
mais duras e implacáveis
vitórias dos heróis expedi-
cionários, em prol da Paz
Mundial.
Para o comandante do
11º Batalhão de Infantaria de
Montanha, Tenente-Coronel
Sérgio Ricardo Reis Matos,
homenagear e rememorar os
feitos destes brasileiros,
muitos deles filhos de São
João del-Rei, é manter viva a
chama do sentimento de Heróis da Força Expedicionária Brasileira, Tenente Edson de Souza Campos (à esquerda) e
liberdade, tão presente em Major Ivan Esteves Alves (à direita) estão entre os homenageados

Foto: Reprodução