Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Língua Inglesa
Prof.ª Taise Feldmann
2019
1 Edição
a
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Me. Taise Feldmann
F312e
Feldmann, Taise
ISBN 978-85-515-0288-4
CDD 820
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico!
III
acessar a trilha de aprendizagem da disciplina no seu Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA), pois os materiais disponibilizados lá são muito
importantes para o seu aprendizado.
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – O QUE É LITERATURA?............................................................................................. 1
VII
TÓPICO 2 – O GÊNERO LÍRICO.......................................................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 81
2 AS ESPECIFICIDADES DO GÊNERO LÍRICO ............................................................................ 81
2.1 RECURSOS DA LINGUAGEM POÉTICA.................................................................................... 84
2.1.1 Versificação............................................................................................................................... 84
3 OS SUBGÊNEROS DO GÊNERO LÍRICO...................................................................................... 97
3.1 ODE . .................................................................................................................................................. 97
3.2 ELEGIA ............................................................................................................................................ 99
3.3 IDÍLIO OU ÉCLOGA .................................................................................................................... 101
3.4 SONETO........................................................................................................................................... 102
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 105
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 107
VIII
UNIDADE 3 – O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA............................................... 139
IX
X
UNIDADE 1
O QUE É LITERATURA?
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Embora muitas pessoas não reconheçam, podemos afirmar que a
Literatura faz parte de nossas vidas, perpassando todas as fases, primeiro com as
obras infantis, após pela juventude, até a vida adulta.
2 A LITERATURA
A Literatura perpassa toda a história da humanidade e, especificamente,
a Literatura em Língua Inglesa, é ligada ao nascimento da própria língua e de
todo o seu o povo, hoje pertencente à Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País
de Gales).
Assim, mesmo sem perceber, você tem contato com a Literatura no seu
cotidiano. Mas afinal, o que é Literatura?
Definir o conceito de Literatura não é uma tarefa fácil, pois são diversas
as concepções que perpassam por esse intrigante tema. Alguns autores definem
a Literatura como arte, como uma recriação da realidade. Outros a veem como
a expressão da sociedade, do homem, muitas vezes atrelada à resistência e às
diferentes ideologias.
3
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
RAGE:
Sing, Goddess, Achilles’ rage,
Black and murderous, that cost the Greeks
Incalculable pain, pitched countless souls
Of heroes into Hades’ dark,
And left their bodies to rot as feasts
For dogs and birds, as Zeus’ will was done.
Begin with the clash between Agamemnon--
The Greek warlord--and godlike Achilles.
4
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
Ilíada
Canto 1
The Odyssey
by Homer
I
Athene Visits Telemachus
Tell me, Muse, the story of that resourceful man who was driven to
wander far and wide after he had sacked the holy citadel of Troy. He saw the
cities of many people and he learnt their ways. He suffered great anguish on
the high seas in his struggles to preserve his life and bring his comrades home.
But he failed to save those comrades, in spite of all his efforts. It was their own
transgression that brought them to their doom, for in their folly they devoured
the oxen of Hyperion the Sun-god and he saw to it that they would never
return. Tell us this story, goddess daughter of Zeus, beginning at whatever
point you will.
5
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
All the survivors of the war had reached their homes by now and so
put the perils of battle and the sea behind them. Odysseus alone was prevented
from returning to the home and wife he yearned for by that powerful goddess,
the Nymph Calypso, who longed for him to marry her, and kept him in her
vaulted cave. Not even when the rolling seasons brought in the year which
the gods had chosen for his homecoming to Ithaca was he clear of his troubles
and safe among his friends. Yet all the gods pitied him, except Poseidon,
who pursued the heroic Odysseus with relentless malice till the day when he
reached his own country.
‘What a lamentable thing it is that men should blame the gods and
regard us as the source of their troubles, when it is their own transgressions
which bring them suffering that was not their destiny. Consider Aegisthus:
it was not his destiny to steal Agamemnon’s wife and murder her husband
when he came home. He knew the result would be utter disaster, since we
ourselves had sent Hermes, the keen-eyed Giant-slayer, to warn him neither to
kill the man nor to court his wife. For Orestes, as Hermes told him, was bound
to avenge Agamemnon as soon as he grew up and thought with longing of his
home. Yet with all his friendly counsel Hermes failed to dissuade him. And
now Aegisthus has paid the final price for all his sins.’
FONTE: <https://www.penguinrandomhouse.ca/books/329524/the-odyssey-by-
homer/9780141192444/excerpt>. Acesso em: 13 out. 2018.
6
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
7
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Após conhecer essas duas importantes obras literárias, você pode perceber
que a Literatura vai muito além de obras escritas, pois pode estar presente em
diferentes manifestações, e que possuem uma carga cultural, social e política.
Afinal, “onde quer que houvesse uma história para ser contada e ouvidos
dispostos, lá estava ela em sua forma mais primitiva: a poesia oral” (CARTER;
MCRAE, 2001 apud OLIVEIRA; ZANESCO, 2009, p. 3142).
8
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
9
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
E
IMPORTANT
As fases da Língua Inglesa (Old English, Middle English e Modern English) também
são abordadas na disciplina de Aspectos Culturais da Língua Inglesa, mas com outro viés.
Old English é o nome dado à primeira fase que se tem relato do idioma
inglês. Refere-se à linguagem como foi usada no longo período da
vinda de invasores e colonos germânicos à Grã-Bretanha – no período
seguinte ao colapso da Grã-Bretanha romana no início do quinto
século – até a conquista Normanda de 1066, e além do primeiro século
do domínio Normando na Inglaterra. É, portanto, em primeiro lugar e
acima de tudo, a linguagem das pessoas normalmente referidas pelos
historiadores como os anglo-saxões.
FONTE: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/34229>.
Acesso em: 15 nov. 2018.
10
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
FONTE: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/34229>.
Acesso em: 12 nov. 2018.
11
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
TURO S
ESTUDOS FU
12
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
QUADRO 4 – BEOWULF
FONTE: <https://www.bookbrowse.com/excerpts/index.cfm/book_number/308/page_
number/1/beowulf#excerpt>. Acesso em: 20 nov. 2018.
De autor anônimo, a obra possui 3182 versos, sem rimas e com aliteração, e
é considerada um marco para a literatura medieval. O único manuscrito existente
de Beowulf data do século XI, entretanto estudiosos acreditam que o texto original
tenha sido escrito entre os séculos VII e VIII.
13
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
DICAS
Veja a seguir o Pai Nosso em Old English e o ouça também no link seguinte
para conhecer um pouco mais sobre essa importante fase da Língua Inglesa: https://www.
sk.com.br/lp-all.wav.
FONTE: <https://www.lords-prayer-words.com/lord_old_english_medieval.html#ixzz5U1YxPl2f>.
Acesso em: 20 nov. 2018.
FONTE: <https://www.lords-prayer-words.com/lord_old_english_medieval.
html#ixzz5U1ZOOVLz>. Acesso em 20 nov. 2018
14
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
15
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
16
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
FONTE: <https://www.bl.uk/collection-items/the-canterbury-tales-by-geoffrey-chaucer>.
Acesso em: 22 nov. 2018.
17
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
DICAS
Leia a obra The Canterbury Tales no link a seguir, do Domínio Público, para que
possa participar ativamente do estudo das obras que faremos na Unidade 3: http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/gu002383.pdf.
Você pode conhecer uma dramatização das linhas de abertura de The Canterbury Tales,
de Geoffrey Chaucer, ouvida pela primeira vez na língua de Chaucer, no Middle English e
depois numa tradução moderna no link a seguir: https://www.britannica.com/topic/The-
Canterbury-Tales/media/93091/68305.
Além disso, veja uma dramatização em Inglês Moderno do Prólogo do Perdão, de The
Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer: https://www.britannica.com/topic/The-Canterbury-
Tales/media/93091/68306.
18
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
19
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
20
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
DICAS
Para acessar a obra completa e desfrutar de uma boa leitura, acesse o site
do Domínio Público e conheça melhor a peça Hamlet: http://www.dominiopublico.gov.br/
pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=13370.
DICAS
3 A TEORIA LITERÁRIA
A Teoria Literária, cuja denominação passou a ser utilizada no século XIX,
mas se difundiu somente no século XX, é uma disciplina que se propõe a estudar e
metodizar a Literatura como área do conhecimento, dando uma nova abordagem
às obras literárias. Dessa forma, essa teoria busca compreender como a linguagem
literária se organiza, a partir de elementos essenciais como a estrutura narrativa,
as correntes de pensamentos, por exemplo.
21
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Esses estudos tiveram início com os gregos, nos séculos IV e V a. C., que
“voltaram-se para os efeitos retóricos encontráveis nas obras de seus principais
autores, estabelecendo uma série de regras que eram passadas aos estudantes, a
quem cabia copiá-las e aplicá-las em seus próprios escritos” (ZILBERMAN, 2012,
p. 12).
22
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Old English é o nome dado à primeira fase que se tem relato do idioma inglês, de
500 até 1100 A.D., a qual apresenta uma língua inglesa extremamente diferente
da que aprendemos hoje. Essas diferenças podem ser vistas no poema longo
mais antigo da época, Beowulf, de autor desconhecido.
24
• A Teoria Literária foi crescendo a partir das novas concepções acerca da
Literatura.
25
AUTOATIVIDADE
1 Literatura é a palavra usada para se referir a textos escritos com uma função
estética, que tem o poder de recriar a realidade, transformando a linguagem,
carregada de significados, que produzem efeitos sobre o leitor. Vimos, ao
longo do Tópico 1, que a literatura perpassa toda a história da humanidade
e, especificamente, a Literatura em Língua Inglesa, é ligada ao nascimento
da própria língua e de todo o seu o povo, hoje pertencente à Grã-Bretanha
(Inglaterra, Escócia e País de Gales). A partir do exposto, classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Old English foi o período de 1.100 até 1.500, em que a língua inglesa teve
forte presença e influência da língua francesa.
( ) Um exemplo de texto em Old English é Beowulf, o poema longo mais antigo,
sobrevivente em inglês antigo, consistindo de 3.182 linhas de aliteração.
( ) O Middle English representou um período de padronização e unificação da
língua inglesa, a partir de 1500.
( ) A Literatura compreende um complexo de textos que a humanidade
produziu e produz, não para fins práticos, mas por bem-estar, elevação
espiritual, ampliação dos próprios conhecimentos.
a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) V – V – V – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) V – F – V – V.
2 Ao longo desta unidade você pôde conhecer alguns textos literários que
marcaram a história da Literatura em Língua Inglesa. Acerca dos poemas
épicos de Homer (Homero), The Iliad (A Ilíada) e sua sequência The Odyssey (A
Odisséia), analise as sentenças a seguir e selecione a opção INCORRETA:
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1 você estudou importantes conceitos relacionados à Literatura
em Língua Inglesa, e pôde ver que essa passou por diversos momentos ao longo
dos anos, acompanhando a evolução da sociedade e registrando cada período
por meio de seus inúmeros textos literários, tanto orais quanto escritos.
Após esses diálogos iniciais, neste tópico você estudará dois conceitos
basilares que abarcam esse universo: o cânone literário e o anticânone literário.
2 O CÂNONE LITERÁRIO
A palavra Cânone deriva do grego Kanon e significa, na forma original,
“vara, cana ou cana para medir”. Mas o que isso tem a ver com a Literatura?
27
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Chapter 12
[12:1] Now the LORD said to Abram, "Go from your country and your kindred
and your father's house to the land that I will show you.
[12:2] I will make of you a great nation, and I will bless you, and make your
name great, so that you will be a blessing.
[12:3] I will bless those who bless you, and the one who curses you I will curse;
and in you all the families of the earth shall be blessed."
[12:4] So Abram went, as the LORD had told him; and Lot went with him.
Abram was seventy-five years old when he departed from Haran.
[12:5] Abram took his wife Sarai and his brother's son Lot, and all the possessions
that they had gathered, and the persons whom they had acquired in Haran;
and they set forth to go to the land of Canaan. When they had come to the land
of Canaan,
[12:6] Abram passed through the land to the place at Shechem, to the oak of
Moreh. At that time the Canaanites were in the land.
[12:7] Then the LORD appeared to Abram, and said, "To your offspring I will
give this land." So he built there an altar to the LORD, who had appeared to
him.
[12:8] From there he moved on to the hill country on the east of Bethel, and
pitched his tent, with Bethel on the west and Ai on the east; and there he built
an altar to the LORD and invoked the name of the LORD.
[12:9] And Abram journeyed on by stages toward the Negeb.
[12:10] Now there was a famine in the land. So Abram went down to Egypt to
reside there as an alien, for the famine was severe in the land.
28
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
[12:11] When he was about to enter Egypt, he said to his wife Sarai, "I know
well that you are a woman beautiful in appearance;
[12:12] and when the Egyptians see you, they will say, 'This is his wife'; then
they will kill me, but they will let you live.
[12:13] Say you are my sister, so that it may go well with me because of you,
and that my life may be spared on your account.
[12:14] When Abram entered Egypt the Egyptians saw that the woman was
very beautiful.
[12:15] When the officials of Pharaoh saw her, they praised her to Pharaoh. And
the woman was taken into Pharaoh's house.
[12:16] And for her sake he dealt well with Abram; and he had sheep, oxen,
male donkeys, male and female slaves, female donkeys, and camels.
[12:17] But the LORD afflicted Pharaoh and his house with great plagues
because of Sarai, Abram's wife.
[12:18] So Pharaoh called Abram, and said, "What is this you have done to me?
Why did you not tell me that she was your wife?
[12:19] Why did you say, 'She is my sister,' so that I took her for my wife? Now
then, here is your wife, take her, and be gone.
[12:20] And Pharaoh gave his men orders concerning him; and they set him on
the way, with his wife and all that he had.
FONTE: <http://www.vatican.va/archive/bible/genesis/documents/bible_genesis_en.html>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
29
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Uma das obras clássicas lhe foi apresentada no Tópico 1, The Canterbury
Tales (Os Contos da Cantuária), de Geoffrey Chaucer. Vamos conhecer outras obras
clássicas em Língua Inglesa!
FONTE: <https://www.theatlantic.com/entertainment/archive/2013/01/pride-and-prejudice-
200th-anniversary-covers/318349/>. Acesso em: 28 nov. 2018.
30
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
FONTE: <https://thevirtuallibrary.org/index.php/en/books/literature/book/english-literature-172/
romeo-and-juliet-181>. Acesso em: 28 nov. 2018.
FONTE: <https://sites.nd.edu/rbsc/recent-acquisition-first-edition-frankenstein-1818/>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
31
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
FONTE: <https://shmoop.com/gullivers-travels/summary.html>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Second_Folio_Title_Page_of_Macbeth.jpg>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
32
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
33
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
DICAS
Tire um tempinho e assista ao filme Sociedade dos Poetas Mortos (1990), estrelado
por Robin Williams, que conta a história de um professor que incentiva seus alunos a construírem
seu próprio conhecimento a partir da leitura de grandes obras da Literatura em Língua Inglesa.
Esperamos que curta o filme e que reflita sobre a prática pedagógica a partir da Literatura!
3 O ANTICÂNONE LITERÁRIO
Apesar dos diálogos propostos anteriormente, que reforçam a importância
dos clássicos da literatura, sabemos que é difícil afirmar que uma obra merece
maior reconhecimento que outra, que sua forma é melhor ou pior, entre outros
aspectos. Por isso essas concepções do cânone são muito questionadas até os
dias atuais, pois para alguns estudiosos da literatura, não há uma honestidade
na seleção e canonização de muitas obras consideradas até hoje “clássicas”, visto
que essas representam apenas parte da história e cultura de um povo, de modo
geral os brancos e ocidentais.
Por volta da década de 1960, com o avanço dos Estudos Literários, essas
obras vistas como “não clássicas”, chamadas de anticânones, começaram a ser
estudadas. Percebeu-se que muitas obras consideradas fora do padrão dos clássicos,
na verdade, se aproximavam em muitas características das obras canonizadas
pelos estudiosos literários, o que mostrou que essa análise, que classificou muitas
obras como boas ou ruins, poderia ter sofrido influências externas, como a política,
relações pessoais ou simplesmente financeira (marketing).
34
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
DICAS
• https://www.thebritishacademy.ac.uk/search-results?subjects%5B%5D=575.
• http://www.ueangola.com/.
• http://www.academia.org.br/revistabrasileira.
• https://artsandletters.org/academy-members/.
Negro I, Too
(by Langston Hughes) (by Langston Hughes)
(a) (b)
FONTE: (a) Hughes (1991, p. 7); (b) Hughes (1994, p.46)
35
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Sou Negro
Negro como a noite é negra
Negro como as profundezas da minha África.
36
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Com o passar dos anos, Cânone passou a significar “regra, padrão, modelo ou
norma”, e no contexto religioso, tratava-se dos Livros Sagrados, que continham
as leis divinas que o povo deveria seguir.
• São exemplos de clássicos da Língua Inglesa: The Canterbury Tales; Pride and
Prejudice; Romeo and Juliet; Frankenstein; Gulliver's Travels; Macbeth; entre outras
obras.
38
AUTOATIVIDADE
2 (ENEM, 2012) Leia o poema I, too, escrito por Langston Hughes, e responda
a questão.
I, too
I, too, sing America.
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
Tomorrow,
I’ll be at the table
When company comes.
Nobody'll dare
Say to me,
“Eat in the kitchen,”
Then.
Besides,
They’ll see how beautiful I am
And be ashamed.
I, too, am America.
FONTE: HUGHES, L. I, too. In: RAMPERSAD, A.; ROESSEL, D. (Ed.) The collected poems of
Langston Hughes. New York: Knopf, 1994.
39
Langston Hughes foi um poeta negro americano que viveu no século XX e
escreveu “I, too” em 1926. No poema, a personagem descreve uma prática
racista que provoca nela um sentimento de:
FONTE:<http://exerciciosesolucoes.blogspot.com/2017/04/enem-2012-questao-sobre-o-
poema-i-too.html>. Acesso em: 22 mar. 2019.
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores você estudou o que é Literatura, também algumas
concepções acerca da sua teoria e, por fim, o que é a literatura cânone e anticânone,
temas que geram inúmeras discussões no campo literário, uma vez que alguns
autores não concordam com as classificações.
2 A LITERARIEDADE
A linguagem humana é uma manifestação cultural, assim, como a
Literatura se materializa por meio da linguagem, ela está rodeada de expressões
culturais. Mas isso significa que toda forma de linguagem é Literatura? Não, e
essa é, justamente, a função da Literariedade, definir, por meio de critérios, o
que é Literatura. Roman Jakobson, em sua obra A Modena Poesia Russa, de 1921
lecionou que “o objeto da ciência literária não é a literatura, mas ‘literariedade’
(literaturnost), ou seja, o que faz de uma dada obra uma obra literária”
(SCHNAIDERMAN, 1978, p. 8).
41
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
QUADRO 12 – ARTIGO
Paulo H. Donassolo
19 de outubro de 2018
1. Crie uma lista de coisas para fazer logo ao acordar. Esta lista deve conter
desde o horário que você vai acordar até o tempo de banho, de vestir, de
tomar café. Inclua atividades que você GOSTA de fazer. Por exemplo, tem
gente que gosta de correr de manhã e até não se importa de tomar o café da
manhã no carro enquanto dirige. Inclua a corrida E o café em casa na sua
rotina. Se não conseguir encaixar todas as atividades no tempo que você
dispõe, acorde um pouco mais cedo. Vai valer a pena.
2. Planeje e ESCREVA o seu dia: comece o seu dia já sabendo o que lhe espera.
E ESCREVA esse planejamento. Pode ser em uma agenda, em um caderno,
na agenda do Google ou onde você quiser. Mas é importante que você
tenha uma lista cronológica do que você vai fazer no dia. É um bom início.
Faça isso, se possível, no dia anterior, mas nunca antes de dormir. Tem
gente que faz este planejamento deitado na cama e perde o sono por causa
da ansiedade.
3. APRENDA algo novo todos os dias: pode ser um novo caminho, uma nova
receita, uma nova forma de fazer algo, uma nova informação, um novo
desafio..., enfim, o que você quiser! Isso ajuda a construir uma base de
conhecimento ampla, diversificada e atualizada. Isso ajuda a manter você
sempre “ligado”.
FONTE:<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/rotina-equilibrar-fugir-ou-
implementar-3-dicas/112719/>. Acesso em: 20 nov. 2018.
43
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
44
TÓPICO 3 | NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
[...]'Never mind!' said the King, with an air of great relief. 'Call the next
witness.' And he added in an undertone to the Queen, 'Really, my dear, you
must cross-examine the next witness. It quite makes my forehead ache!'
Alice watched the White Rabbit as he fumbled over the list, feeling
very curious to see what the next witness would be like, '—for they haven't got
much evidence yet,' she said to herself. Imagine her surprise, when the White
Rabbit read out, at the top of his shrill little voice, the name 'Alice!' [...]
[...] “Não faz mal!” disse o Rei, com grande alívio. “Chamem a próxima
testemunha!” E acrescentou, a meia voz, para a Rainha: “Na verdade, minha
querida, é melhor que você interrogue duplamente a próxima testemunha. Isso
está me dando uma tremenda dor de cabeça!”
45
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
FONTE: <https://medium.com/alice-s-adventures-in-wonderland/sir-john-tenniel-s-classic-
illustrations-of-alice-in-wonderland-2c3bbdca3a77>. Acesso em: 27 nov. 2018.
FONTE: <https://medium.com/alice-s-adventures-in-wonderland/sir-john-tenniel-s-classic-
illustrations-of-alice-in-wonderland-2c3bbdca3a77>. Acesso em: 27 nov. 2018.
Segundo citado no artigo O que é que Alice tem?, escrito por Camilo Gomide
(2015, s.p.), o professor da Unesp, Eduardo José Afonso, especialista em História
Social da Cultura e entusiasta de Lewis Carroll, diz que “Alice é uma obra de arte
que contém um olhar singular da complexidade da experiência humana. Alice é
uma menina que carrega angústias como as nossas. É uma criança em um mundo
opressor, que não aceita isso e questiona o tempo todo”.
46
TÓPICO 3 | NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
[...]
The sheriff’s office is on the third floor of the Finney County courthouse,
an ordinary stone-and-cement building standing in the center of an otherwise
attractive tree-filled square. Nowadays, Garden City, which was once a rather
raucous frontier town, is quite subdued. On the whole, the sheriff doesn’t do
much business, and his office, three sparsely furnished rooms, is ordinarily
a quiet place popular with courthouse idlers; Mrs. Edna Richardson, his
hospitable secretary, usually has a pot of coffee going and plenty of time to
“chew the fat.” Or did, until, as she complained, “this Clutter thing came
along,” bringing with it “all these out-of-towners, all this newspaper fuss.” The
case, then commanding headlines as far east as Chicago, as far west as Denver,
had indeed lured to Garden City a considerable press corps.
[...]
[...]
O gabinete do xerife ficava no terceiro andar do palácio da justiça do
condado de Finney, um edifício vulgar de pedra e cimento, situado no centro
de um simpático largo rodeado de árvores. Presentemente, Garden City, que
foi outrora uma cidade fronteiriça bastante turbulenta, acha-se completamente
pacificada. De uma forma geral o xerife pouco tem que fazer, e o seu gabinete,
formado por três salas escassamente mobiladas, é um local tranquilo onde
vão passar um bocado os funcionários ociosos do tribunal; a senhora Edna
Richardson, a amável secretária, tem habitualmente a postos uma cafeteira de
café e passa a vida a “fazer cera”. Ou pelo menos fazia-a, “até surgir este caso
Clutter”, trazendo consigo “tantos estrangeiros e essa cambada dos repórteres”.
Na verdade, aquele crime que fornecia cabeçalhos aos jornais tanto em Denver,
a oeste, como em Chicago, a leste, atraía a Garden City muita gente da imprensa.
[...]
FONTE: <https://issuu.com/ansantosdre/docs/issuu_incoldblood>. Acesso em: 27 nov. 2018.
47
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Agora que já sabe a diferença entre ficção e não ficção na Literatura, vamos
estudar sobre as modalidades de leitura.
A leitura oral, prática em que se verbaliza o que está sendo lido, remete à
Antiguidade, na qual os sacerdotes, escribas e outros com funções hierárquicas
a praticavam de forma oral e coletiva, geralmente para muitas pessoas. Os
aprendizes, em especial as crianças em Atenas, decoravam os textos literários e
os liam em forma de declamação. Essa modalidade, principalmente quando se
trata de textos em Língua Inglesa (ou outro idioma), é muito importante, pois as
habilidades de leitura e fala se concretizam por meio da prática, sobretudo com a
pronúncia das palavras.
48
TÓPICO 3 | NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
49
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Context
Contexto
E
IMPORTANT
Animal Farm, título original, conhecido no Brasil como A Revolução dos Bichos,
é aclamado pela crítica mundial como sendo um dos melhores romances ingleses, inclusive
apontado também pelo famoso jornal americano Time. A obra pode ser considerada uma
metáfora para narrar a traição soviética, onde princípios iniciais teriam sido esquecidos no
decorrer da Revolução.
FONTE: <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-revolucao-dos-
bichos.html>. Acesso em: 18 mar. 2019.
50
TÓPICO 3 | NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
Context
There is a popular saying that stories indicate values and cultures of the
societies in which their authors live. In Oedipus Rex, Sophocles presents his
protagonist, Oedipus, struggling to implement his will against the destiny set
forth by the Greek gods. During this process Sophocles reveals Greek values of
the period during which he wrote the play.
He has illustrated the context of this play through the words and
actions of Oedipus and other characters; as their Greek ideals concerning their
governance, fate, and human relationships with the gods. These were some of
the more popular themes of that era, and so form context of the Oedipus Rex.
Contexto
Exemplo #4: Édipo Rei (de Sófocles)
Ele ilustrou o contexto dessa peça através das palavras e ações de Édipo
e outros personagens; como seus ideais gregos em relação ao seu governo,
destino e relações humanas com os deuses. Estes foram alguns dos temas mais
populares daquela época, e assim formam o contexto do Édipo Rei.
51
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Por isso, estimule seus (futuros) alunos para que pesquisem sobre o
contexto sócio-histórico, político, econômico e cultural que permeia a obra e o
autor, assim como para que deem valor ao conteúdo das demais disciplinas,
uma vez que a Literatura é multidisciplinar, pois carrega aspectos históricos,
sociológicos, filosóficos, artísticos, entre outros.
DICAS
52
TÓPICO 3 | NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
Ítalo Calvino
1. Os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: "Estou relendo
... " e nunca "Estou lendo ... ".
Isso acontece pelo menos com aquelas pessoas que se consideram "grandes
leitores"; não vale para a juventude, idade em que o encontro com o mundo e com
os clássicos como parte do mundo vale exatamente enquanto primeiro encontro.
O prefixo reiterativo antes do verbo ler pode ser uma pequena hipocrisia
por parte dos que se envergonham de admitir não ter lido um livro famoso. Para
tranquilizá-Ias, bastará observar que, por maiores que possam ser as leituras "de
formação" de um indivíduo, resta sempre um número enorme de obras que ele
não leu.
Isso confirma que ler pela primeira vez um grande livro na idade madura
é um prazer extraordinário: diferente (mas não se pode dizer maior ou menor) se
comparado a uma leitura da juventude. A juventude comunica ao ato de ler como
a qualquer outra experiência um sabor e uma importância particulares; ao passo
que na maturidade apreciam-se (deveriam ser apreciados) muitos detalhes, níveis
e significados a mais. Podemos tentar então esta outra fórmula de definição:
2. Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem
os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem
se reserva a sorte de lê-Ias pela primeira vez nas melhores condições para
apreciá-las.
53
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Portanto, usar o verbo ler ou o verbo reler não tem muita importância. De
fato, poderíamos dizer:
6. Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para
dizer.
7. Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas
das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na
cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem
ou nos costumes).
54
TÓPICO 3 | NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
9. Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer,
quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos.
55
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Com esta definição nos aproximamos da ideia de livro total, como sonhava
Mallarmé. Mas um clássico pode estabelecer uma relação igualmente forte de
oposição, de antítese. Tudo aquilo que Jean-Jacques Rousseau pensa e faz me
agrada, mas tudo me inspira um irresistível desejo de contradizê-lo, de criticá-lo,
de brigar com ele. Aí pesa a sua antipatia particular num plano temperamental,
mas por isso seria melhor que o deixasse de lado; contudo não posso deixar de
incluí-lo entre os meus autores. Direi portanto:
11. O "seu" clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente e que serve para
definir a você próprio em relação e talvez em contraste com ele.
FONTE: CALVINO, I. Por que ler os Clássicos? São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 9-14.
Disponível em: http://letrasclassicas.com.br/wp-content/uploads/2018/02/Calvino-1993-Por-que-
ler-os-classicos.pdf. Acesso em: 8 mar. 2019.
56
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os textos literários são aqueles que além de caráter linguístico, possuem caráter
estético.
• As obras literárias não ficcionais contam histórias reais por meio de métodos
narrativos, frequentemente utilizados nos textos de ficção.
• A leitura oral compreende a prática em que se verbaliza o que está sendo lido.
• A leitura de prazer está diretamente ligada à Literatura, uma vez que se lê para
fins de higiene mental, por deleite, entre outros motivos que não sejam fins
práticos.
57
• O texto se refere a um conjunto de palavras e sentenças interligadas, que
permite interpretação e transmite uma mensagem.
58
AUTOATIVIDADE
FONTE: CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Tradução de Sebastião
Uchoa Leite, Ilustrações de John Tenniel, São Paulo: Editora 34, 2015.
59
2 (ENADE, 2008) A literariedade, conceito que remete à especificidade da
linguagem literária, vem sendo discutida por teóricos e críticos, tal como se
verifica nos textos a seguir.
FONTE: CHALUB, S. A metalinguagem. 4. ed. São Paulo: Ática, 1998, p. 84 (com adaptações).
FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/649094>.
Acesso em: 22 mar. 2019.
60
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
61
62
UNIDADE 2
TÓPICO 1
OS GÊNEROS LITERÁRIOS
1 INTRODUÇÃO
No decorrer da Unidade 1 estudamos os conceitos basilares acerca da
Literatura, e podemos relembrar que, etimologicamente, literatura advém da
palavra latina erudita litteratura, "arte de escrever, literatura", a partir da palavra
latina littera, "letra".
Esse novo olhar teve início com gregos, nos séculos IV e V, em que
Aristóteles, em sua obra Poética, propôs uma divisão que influenciou o que
temos hoje, os três gêneros: lírico, épico ou narrativo e dramático. Esses gêneros
possuem outras divisões, conhecidas como subgêneros, os quais serão estudados
ao longo da Unidade 2.
ATENCAO
63
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
A partir disso, “o que se vem fazendo, através dos tempos, é filiar cada
obra literária a uma classe ou espécie; ou ainda é mostrar como certo tempo de
nascimento e certa origem geram uma nova modalidade literária” (SOARES,
2007, p. 7).
64
TÓPICO 1 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS
Da mesma forma, Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), no Capítulo III da obra
Poética, fala acerca dos gêneros literários quando “se refere às espécies de poesia:
a epopeia, a tragédia, a comédia, o ditirambo, a aulética e a citarística” (KIRCHOF
et al., 2017, p. 104).
NOTA
65
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
FONTE: <https://exame.abril.com.br/ciencia/projeto-da-usp-pesquisa-a-filosofia-grega-
classica/>. Acesso em: 2 jan. 2019.
UNI
Moisés (2012, p. 40) destaca que “a teoria clássica não só crê que um gênero
difere de outro em natureza e em hierarquia, como também devem manter-se
separados”. Desse modo, além de Platão e Aristóteles, a fase clássica comtempla
outros escritores, entre os quais se destaca o Romano Horácio.
66
TÓPICO 1 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS
FONTE: <https://medium.com/tert%C3%BAlia-narrativa/a-arte-po%C3%A9tica-de-
hor%C3%A1cio-bf34ae8a7773>. Acesso em: 3 jan. 2019.
67
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
FONTE: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/trovadorismo---poesia-cantigas-de-
amor-de-amigo-e-de-escarnio-e-maldizer.htm>. Acesso em: 6 jan. 2019.
68
TÓPICO 1 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS
FONTE: <http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/nicolas-boileau-despreaux>.
Acesso em: 7 jan. 2019.
A musa moderna verá mais coisas com um olhar mais elevado e mais
amplo. Sentirá que tudo na criação não é humanamente belo, que o
feio existe ao lado do belo, o disforme perto do gracioso, o grotesco
no reverso do sublime, o mal com o bem, a sombra com a luz (HUGO,
2002, p. 26).
69
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
Esse tema foi adiante, e na segunda metade do século XIX, época dominada
pelas ciências naturais, Ferdinand Brunetière, escritor e crítico francês que viveu
entre os anos de 1849 e 1906, propôs um estudo da origem, desenvolvimento
e dissolução dos gêneros literários, uma vez que, segundo ele, a diferenciação,
e evolução desses, acontece historicamente, assim como ocorre com as espécies
naturais, que são determinadas por aspectos como a raça, as condições geográficas,
sociais, históricas, a individualidade, entre outros. “Como as substâncias vivas, o
gênero nasceria, cresceria, alcançaria sua perfeição e declinaria para, em seguida,
morrer” (SOARES, 2007, p. 15).
FONTE: <http://www.academie-francaise.fr/les-immortels/ferdinand-brunetiere>.
Acesso em: 8 jan. 2019.
70
TÓPICO 1 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS
FONTE: <https://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/especial-benedetto-croce-a-
estetica-como-ciencia-da-expressao-e-linguistica-geral/>. Acesso em: 8 jan. 2019.
71
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
ATENCAO
72
TÓPICO 1 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS
73
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
DICAS
DICAS
74
TÓPICO 1 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS
75
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
E
IMPORTANT
76
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Aristóteles, em sua obra Poética, propôs uma divisão que influenciou a tríade
que temos hoje: gêneros lírico, épico ou narrativo e dramático.
• Na fase clássica, os gêneros literários eram vistos como espécies fixas que
obedeciam a certas regras predeterminadas, as quais eram inflexíveis.
77
• Atualmente, os estudiosos da literatura entendem que nunca se deve descrever
um gênero aprioristicamente, sem considerar os modos concretos de recepção
dos textos.
• Mais importante que identificar um traço isolado na obra, nos parece ser
observarmos como cada traço se relaciona com outros da mesma obra, para
que então ele seja reconhecido como lírico, narrativo ou dramático.
• O estudo dos gêneros literários não deve ser usado para valorar as obras
literárias, julgando-as.
78
AUTOATIVIDADE
I- Fase clássica.
II- Fase romântica.
III- Fase contemporânea.
a) ( ) I, II, III, II e I.
b) ( ) II, I, III, III e II.
c) ( ) III, II, II, I e III.
d) ( ) I, III, I, II e I.
79
80
UNIDADE 2 TÓPICO 2
O GÊNERO LÍRICO
1 INTRODUÇÃO
Vimos anteriormente as diferentes concepções acerca da teoria dos
gêneros literários, de acordo com os pensamentos dos críticos de cada época.
Assim, sabemos que os estudos sobre os gêneros foram tidos, incialmente, como
clássicos, passando pelo romantismo até chegar na contemporaneidade.
Além disso, você pôde ver que diferentes ideias abarcaram uma mesma
fase, pois os estudos literários estão em constante transformação, evoluindo
conforme as compreensões sociais, históricas e ideológicas da sociedade.
Foi a partir dessas composições que o termo lírico passou a ser usado
para se referir a esse gênero, pois “lírica é uma palavra de origem grega que se
referia, inicialmente, à canção que se cantava ao som da lira ou da flauta”. Daí a
aproximação da poesia com a música (KIRCHOF et al., 2017, p. 118).
81
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
TURO S
ESTUDOS FU
FIGURA 8 – LIRA
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/132293307783404547/?lp=true>.
Acesso em: 10 jan. 2019.
82
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
FIGURA 9 – ALAÚDE
FONTE: <http://blog.mundomax.com.br/instrumentos-musicais/a-historia-e-a-origem-do-
violao/>. Acesso em: 11 jan. 2019.
83
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
Agora que você já sabe o que é o Gênero Lírico, o “eu lírico” presente
nos textos e as suas características gerais, vejamos, de forma aprofundada, as
estruturas desse gênero.
2.1.1 Versificação
Uma das caraterísticas da poesia é justamente sua estruturação em versos.
Mas o que é um verso?
A palavra verso tem origem do latim, versus, que significa voltar, retornar.
Com o passar do tempo, assumiu o sentido de linha, sulco, fileira, sendo utilizada
na literatura para designar a linha do poema (CHOCIAY, 1974).
E
IMPORTANT
84
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
• As estrofes
ATENCAO
• A Métrica
85
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
NOTA
Para ficar mais clara essa métrica por meio da escansão, vejamos as regras
da versificação, segundo Silva (2014, p. 109-110):
86
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
QUADRO 5 – ESCANSÃO
Exemplo:
Rua
torta.
Lua
morta.
Tua
porta.
(Cassiano Ricardo)
87
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
A valsa
Quem dera
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
Eu vi!...
(Casimiro de Abreu)
Quem/ de/
As/ do/
De a/mo/
Que/ lou/
Sen/ti!/
Quem/ de/
Que/ sin/
— Não/ ne/
Não/ min/
Eu/ vi!/...
c) Trissílabos: versos com três sílabas poéticas que possuem o acento principal
na terceira sílaba e podem, ou não, apresentar um acento secundário na
primeira sílaba:
A tempestade
[…]
Vem a aurora
Pressurosa,
Cor de rosa,
Que se cora
De carmim;
A seus raios
As estrelas,
Que eram belas,
Tem desmaios,
Já por fim.
[…]
(Gonçalves Dias)
88
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
Vem/ a au/ro/
Pre/ssu/ro/
Cor/ de/ ro/
Que/ se/ co/
De/ car/mim/;
A/ seus/ rai/
As/ es/tre/
Que e/ram/ be/
Tem/ des/mai/
Já/ por/ fim. /
[…]
Ó minha amada
Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus...
[…]
(Vinicius de Moraes, Paulo Soledade)
e) Pentassílabos: versos que possuem cinco sílabas poéticas. São chamados
também de versos de redondilha menor:
89
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
CVI
Trovas a üa cativa com quem andava de amores na Índia, chamada
Bárbora (Camões)
[…]
Aquela cativa,
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.
[…]
A/que/la/ ca/ti/,
que/ me/ tem/ ca/ti/
por/que/ ne/la/ vi/
já/ não/ quer/ que/ vi/
Eu/ nun/ca/ vi/ ro/
em/ su/a/ves/ mo/lhos,
que/ pa/ra/ meus/ o/
fo/sse/ mais/ fer/mo/
O menino ambicioso
não de poder ou de glória
mas de soltar a coisa
oculta no seu peito
escreve no caderno
e vagamente conta
à maneira de sonho
sem sentido nem forma
aquilo que não sabe.
(Carlos Drummond de Andrade)
90
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
O/ me/ni/no am/bi/cio/
não/ de/ po/der ou/ de/ gló/
mas/ de/ sol/tar/ a/ coi/
o/cul/ta/ no/ seu/ pei/
es/cre/ve/ no/ ca/der/
e/ va/ga/men/te/ con/
à/ ma/nei/ra/ de/ so/
sem/ sem/ti/do/ nem/ for/
a/qui/lo/ que/ não/ sa/
XXXVIII
Glosa a este moto alheio (Camões)
91
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
O Boi
Desencanto
92
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
A Tempestade
93
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
Inania Verba
• Ritmo
Segundo Kirchof et al. (2013, p. 36), “os efeitos sonoros de um poema são
produzidos por vários recursos ligados aos aspectos acústicos do discurso verbal.
Um dos mais importantes é o ritmo”.
Dessa forma, o ritmo tem extrema relevância para a poesia, pois “a forma
do verso é, muitas vezes, definida pelo ritmo que o poeta quer dar ao seu texto”
(OLIVEIRA, 2017, p. 80). Vejamos os exemplos no seguinte quadro:
QUADRO 6 – RITMOS
94
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
• Rima
95
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
96
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
3.1 ODE
A palavra ode tem origem do grego, oidê, que significa canto. Dessa forma,
Odes são poemas para serem cantados, geralmente compostos por quartetos e
com métrica variada (HOFFMANN; BREUNIG, 2017).
97
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
John Keats, 1795-1821
98
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
DICAS
3.2 ELEGIA
Segundo Silva (2014, p. 116), elegia é um “poema lírico em que o emissor
expressa tristeza, saudade, ciúmes, decepção, desejo de morte. É todo poema
melancólico”.
99
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
By Thomas Gray
FONTE: <https://www.poetryfoundation.org/poems/44299/elegy-written-in-a-country-
churchyard>. Acesso em: 15 jan. 2019.
DICAS
100
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
Esse tipo de poema recorre ao uso de diálogos, que falam da vida pastoril
e bucólica. A amada, citada no parágrafo anterior, por Kirchof et al. (2013, p. 25),
é “referida, normalmente, como ‘pastora’”.
A écloga apareceu pela primeira vez nos Idílios, do poeta grego Teócrito
(310-250 a.C.), geralmente reconhecido como o inventor da poesia pastoral
(ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA, 1998).
THEOCRITUS, IDYLLS 5
COMATAS
[1] Beware, good my goats, of yonder shepherd from Sybaris, beware of
Lacon; he stole my skin-coat yesterday.
LACON
[4] Hey up! my pretty lambkins; away from the spring. See you not
Comatas that stole my pipe two days agone?
101
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
COMATAS
[6] Pipe? Sibyrtas’ bondman possessed of a pipe? he that was content to
sit with Corydon and too t upon a parcel o’ straws?
LACON
[8] Yes, master freeman, the pipe Lycon gave me. And as for your skin-
coat, what skin-coat and when has ever Lacon carried off o’ yours? Tell me that,
Comatas; why, your lord Eumaras, let alone his bondman, never had one even
to sleep in.
COMATAS
[11] ‘Tis that Crocylus gave me, the dapple skin, after that he sacrificed
that she-goat to the Nymphs. And as your foul envious eyes watered for it then,
so your foul envious hands have bid me go henceforth naked now.
LACON
[14] Nay, nay by Pan o’ the Shore; Lacon son of Calaethis never filched
coat of thine, fellow, may I run raving mad else and leap into the Crathis from
yonder rock.
COMATAS
[17] No, no, by these Nymphs o’ the lake, man; so surely as I wish ‘em
kind and propitious, Comatas never laid sneaking hand on pipe o’ thine.
[...]
3.4 SONETO
Segundo Hoffmann e Breunig (2017, p. 48), “o nome soneto provém
do italiano sonetto que significa melodia/canção”. Ainda, os autores relatam
que o soneto é popular na atualidade, tendo como “sua forma mais recorrente
a composição por dois quartetos (estrofes com quatro versos) e dois tercetos
(estrofes com três versos)”.
102
TÓPICO 2 | O GÊNERO LÍRICO
A partir do século XVII, o soneto também foi usado para outros temas
além do amor, por exemplo, para a experiência religiosa, reflexões sobre arte ou
até mesmo sobre a experiência de guerra.
Muitos poetas escreveram uma série de sonetos ligados pelo mesmo tema,
os chamados ciclos de sonetos. Podemos citar: Petrarca, Spenser, Shakespeare,
Drayton, Barret-Browning e Meredith, que descrevem os vários estágios de um
relacionamento amoroso.
William Shakespeare
FONTE: <https://www.poetryfoundation.org/poems/45102/sonnet-106-when-in-the-chronicle-
of-wasted-time>. Acesso em: 13 jan. 2019.
DICAS
103
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
William Shakespeare
104
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O lirismo se refere à exaltação dos sentimentos pessoais, que deu origem à arte
de escrever poesia.
105
• Verso é a primeira unidade ordenada (linha) de um poema, que está sujeita à
cadência (um certo ritmo) e à medida (determinada pela quantidade de sílabas-
métrica).
• O ritmo tem extrema relevância para a poesia, pois a forma do verso é, muitas
vezes, definida pelo ritmo que o poeta quer dar ao seu texto.
• A rima pode ser: toante, aliterante, consoante, aguda, grave, esdrúxula, rica,
pobre, emparelhada, alternada, entre outras características.
106
AUTOATIVIDADE
Canção
FONTE: MEIRELES, Cecília. Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993. p. 118.
Com base no poema acima, assinale a opção correta no que diz respeito
à especificidade da linguagem literária.
108
UNIDADE 2 TÓPICO 3
O GÊNERO DRAMÁTICO
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 2 você estudou as especificidades do Gênero Lírico, o
qual apresenta os sentimentos e emoções subjetivas do eu lírico, por meio de
diferentes subgêneros. Você pôde ainda conhecer sua estrutura e algumas
importantes obras.
109
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
110
TÓPICO 3 | O GÊNERO DRAMÁTICO
3 OS SUBGÊNEROS DRAMÁTICOS
De acordo com o tema e a forma de tratá-lo, o gênero dramático se
apresenta em diferentes tipos que variam entre si. Dentre estes, destacam-se a
tragédia, a comédia e o drama.
3.1 A TRAGÉDIA
Segundo Silva (2014, p. 44), o subgênero tragédia surgiu na Grécia Antiga
quando “a mitologia era suplantada pelo pensamento racional da filosofia”.
Assim, tinha um caráter nobre e possuía a catarse como característica básica.
111
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
Romeo and Juliet: The two young lovers meet and fall in love, but because
of the age-old feud between their families, they are destined for misfortune.
Juliet's cousin Tybalt kills Romeo's friend Mercutio. Romeo kills Tybalt and
becomes a criminal. The friar tries to help the couple by having Juliet fake her
death. But, Romeo thinks she is truly dead and kills himself-which leads to
Juliet's suicide as well.
Oedipus Rex: When Oedipus is born, it is foretold that he will kill his father
and marry his mother. So, his parents asked that the infant be murdered, but
a shepherd takes pity on him, and passes him off to be raised in a far country.
As a grown man, Oedipus returns to his original homeland, actually killing his
biological father along the way and marrying his biological mother. The truth
comes out years later, after he has had four children. His biological mother,
and wife, Jocasta, kills herself, and Oedipus gouges out his own eyes.
3.2 A COMÉDIA
A comédia é um subgênero escrito, principalmente, para divertir
seu público, que apresenta personagens, geralmente, da vida cotidiana (em
oposição à tragédia, em que os personagens são tidos como superiores às
pessoas comuns, em caráter ou posição social) e um enredo que termina,
geralmente, de forma feliz.
112
TÓPICO 3 | O GÊNERO DRAMÁTICO
Romantic Comedy
Romantic comedy involves a theme of love leading to a happy conclusion.
We find romantic comedy in Shakespearean plays and some Elizabethan
contemporaries. These plays are concerned with idealized love affairs. It is a
fact that true love never runs smoothly; however, love overcomes difficulties
and ends in a happy union.
Comedy of Humors
Ben Johnson is the first dramatist who conceived and popularized this dramatic
genre during the late sixteenth century. The term humor derives from the Latin
word humor, which means “liquid.” It comes from a theory that the human
body has four liquids, or humors, which include phelgm, blood, yellow bile,
and black bile. It explains that, when human beings have a balance of these
humors in their bodies, they remain healthy.
Comedy of Manners
This form of dramatic genre deals with intrigues and relations of ladies and
gentlemen living in a sophisticated society. This form relies upon high comedy,
derived from sparkle and wit of dialogues, violations of social traditions, and
good manners, by nonsense characters like jealous husbands, wives, and
foppish dandies. We find its use in Restoration dramatists, particularly in the
works of Wycherley and Congreve.
Sentimental Comedy
Sentimental drama contains both comedy and sentimental tragedy. It appears
in literary circles due to reaction of the middle class against obscenity and
indecency of Restoration Comedy of Manners. This form, which incorporates
scenes with extreme emotions evoking excessive pity, gained popularity among
the middle class audiences in the eighteenth century.
Tragicomedy
This dramatic genre contains both tragic and comedic elements. It blends both
elements to lighten the overall mood of the play. Often, tragicomedy is a serious
play that ends happily.
FONTE: <https://literarydevices.net/comedy/>. Acesso em: 12 jan. 2019.
113
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
In his play Every Man in His Humor, Ben Johnson brings a comedy of humors.
An overpowering suspicion of, and obsession with, his wife – that she might
be unfaithful to him – controls Kitely. Then a country gull determines every
decision of George Downright in order to understand the manners of the city
gallant. Kno’well worried for moral development of his son, tries to spy on
him.
Sir Richard Steele’s play, The Conscious Lovers, is a best-known and popular
sentimental comedy, which is like a melodrama. It characterizes extreme
exaggeration, dealing with trials of its penniless leading role Indiana. The play
ends happily with the discovery of Indiana as heiress.
Example #4: All’s Well that Ends Well (By William Shakespeare).
Shakespeare’s play, All’s Well that Ends Well, perfectly sums up tragic and
comic elements. This tragicomedy play shows antics of low-born but devoted
Helena, who attempts to win the love of her lover, Bertram. She finally succeeds
in marrying him, though she decides not to accept him until she wears the
family ring of her husband and bears him a child. She employs a great deal of
trickery by disguising herself as Bertram’s other, and fakes her death. Bertram
discovers her treachery at the end but realizes Helena did all that for him and
expresses his love for her.
FONTE: <https://literarydevices.net/comedy/>. Acesso em: 12 jan. 2019.
3.3 DRAMA
De acordo com Kirchof et al. (2017, p. 143), “emprega-se o termo drama,
de modo geral, para designar a obra teatral em um sentido amplo, dado seu
significado: ‘ação’”. Tal ação é representada por meio da encenação de atores,
que, no palco, são peças fundamentais.
114
TÓPICO 3 | O GÊNERO DRAMÁTICO
By Tennessee Williams
Scene One
Tom enters the apartment’s dining room, where Amanda, his mother, and
Laura, his sister, are eating. Amanda calls Tom to the dinner table and, once he
115
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
sits down, repeatedly tells him to chew his food. Laura rises to fetch something,
but Amanda insists that she sit down and keep herself fresh for gentlemen
callers. Amanda then launches into what is clearly an oft-recited account of
the Sunday afternoon when she entertained seventeen gentlemen callers in her
home in Blue Mountain, Mississippi. At Laura’s urging, Tom listens attentively
and asks his mother what appear to be habitual questions. Oblivious to his
condescending tone, Amanda catalogues the men and their subsequent fates,
how much money they left their widows, and how one suitor died carrying her
picture.
Laura explains that no gentlemen callers come for her, since she is not as
popular as her mother once was. Tom groans. Laura tells Tom that their mother
is afraid that Laura will end up an old maid. The lights dim as what the stage
directions term “the ‘Glass Menagerie’ music” plays.
[...]
Esperamos que você tenha gostado de ler os excertos dos textos literários
em língua inglesa. Agora lheconvidamos a conhecer o próximo gênero, chamado
de Narrativo.
116
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A palavra drama vem do grego, dráma, e significa “ação”, assim, aos gêneros
dramáticos pertencem os textos, em verso ou prosa, feitos com o propósito de
serem representados.
117
• A comédia é escrita principalmente para divertir seu público, que apresenta
personagens, comumente, da vida cotidiana, e um enredo que termina,
geralmente, de forma feliz.
118
AUTOATIVIDADE
119
120
UNIDADE 2
TÓPICO 4
O GÊNERO NARRATIVO
1 INTRODUÇÃO
Você já viu, acadêmico, que o Gênero Lírico retrata sentimentos e
emoções por meio de um eu lírico, enquanto que o Gênero Dramático consiste no
conjunto de obras literárias que imitam ações, caráteres ou emoções por meio de
personagens em ação.
121
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
E
IMPORTANT
2.1 ENREDO
O termo enredo vem do inglês plot, conhecido também como ação, trama
ou intriga. É a parte do texto narrativo que reúne os acontecimentos, os quais
ocorrem num determinado tempo e espaço, vivenciados pelas personagens.
122
TÓPICO 4 | O GÊNERO NARRATIVO
2.2 PERSONAGENS
Como você deve saber, os personagens são aqueles que executam as ações
nas histórias, podendo ser pessoas, animais, seres imaginários, entre outros. Sua
classificação se dá pela participação no enredo, que como já vimos, é o decorrer
da história.
2.2.1 Protagonistas
Também conhecido como personagem principal, é aquele que participa da
maior parte da história e desempenha o papel mais importante, tanto como herói
(personagem que possui características superiores dos demais) quanto como
anti-herói (personagem que não possui essas qualidades e virtudes comumente
atribuídas à figura ficcional central). Dessa forma, uma mesma história pode
possuir mais de um protagonista.
2.2.2 Antagonistas
O antagonista é aquele personagem (presente ou não na narrativa) que
se contrapõe ao protagonista, dificultando a vida deste e criando as situações
problemáticas que serão resolvidas (ou não) ao longo da história. Geralmente
esse personagem é o vilão, o rival da história, podendo ser uma pessoa ou algo
que atrapalha os objetivos do protagonista.
2.2.3 Coadjuvantes
Conhecidos também como secundários, são todos os personagens que
participam da história, mas aparecem somente em determinados momentos.
Os coadjuvantes têm como função auxiliar o protagonista ou o antangonista no
desenrolar da história.
2.3 NARRADOR
Segundo Cardoso (2001, p. 36), o narrador, assim como os demais
elementos de uma obra, é uma criação do autor, que o utiliza para contar a história,
“apresentando e explicando os fatos que se sucedem no tempo e introduzindo os
personagens”.
123
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
2.4 TEMPO
Como o próprio nome sugere, o elemento tempo se refere à duração da
ação e ao desenrolar dos acontecimentos. Segundo Pellegrini (2003, p. 17), “o
tempo é a condição da narrativa: esta acha-se presa à linearidade do discurso
e preenche o tempo com a matéria dos fatos organizada em forma sequencial”.
Esse tempo pode ser cronológico ou psicológico.
2.4.1 Cronológico
Também conhecido como objetivo, é o tempo mensurável em horas,
minutos, dias, anos etc. Utiliza-se de expressões como hoje, ontem, essa semana,
meia-noite etc.
2.4.2 Psicológico
Conhecido também como subjetivo, é o tempo de experiência, imaginário,
o qual ocorre quando o personagem está sonhando, pensando, relembrando etc.
É aquele tempo interior a cada personagem, em que os acontecimentos estão fora
da ordem natural.
124
TÓPICO 4 | O GÊNERO NARRATIVO
2.5 ESPAÇO
O espaço se refere ao lugar ou lugares onde a narrativa se desenvolve.
Segundo Gancho (2006, p. 27), “o espaço tem como funções principais situar as
ações dos personagens e estabelecer com eles uma interação, quer influenciando
suas atitudes, pensamentos ou emoções, quer sofrendo eventuais transformações
provocadas pelos personagens”.
Entretanto, Gancho (2006, p. 27) alerta para o fato de que “o termo espaço,
de um modo geral, só dá conta do lugar físico onde ocorrem os fatos da história;
para designar um ‘lugar’ psicológico, social, econômico etc., empregamos o
termo ambiente”.
3 OS SUBGÊNEROS NARRATIVOS
Segundo Kirchof et al. (2017, p. 122), “as espécies literárias mais praticadas
no gênero épico ou narrativo são a epopeia, a novela de cavalaria, a fábula, o
romance, o conto e a crônica”. Vamos iniciar pela epopeia.
3.1 EPOPEIA
Também chamada de poesia épica, a epopeia é uma “forma literária na
qual se incluem narrativas longas com uma coletânea de façanhas e eventos
históricos de uma ou diversas pessoas, reais, fabulares ou míticas” (SILVA, 2014,
p. 43).
125
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
126
TÓPICO 4 | O GÊNERO NARRATIVO
3.2 NOVELA
A novela é um subgênero que, assim como a epopoia, é incomum nos dias
atuais, confundida muitas vezes com as novelas transmitidas pelas emissoras de
televisão. Trata-se de uma narração, menos duradoura que um romance e com
menos personagens e ações conflituosas, o que a torna mais simples, com menos
recursos narrativos.
QUADRO 21 – NOVELS
127
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
3.3 FÁBULA
Segundo Silva (2014, p. 38), “o nome fábula vem de fabular, que significa
criar, inventar. Nessa forma literária, os personagens normalmente são animais
ou objetos com características humanas”.
Podemos citar como exemplo as famosas Fábulas de Esopo, obra que traz
a fábula A tartaruga e a Lebre, famosa em todo o mundo, que ensina a não se
vangloriar dos demais frente a um desafio. Vejamos a versão em língua inglesa:
By Aesop
The Hare was once boasting of his speed before the other animals.
“I have never yet been beaten,” said he, “when I put forth my full speed.
I challenge any one here to race with me.”
The Tortoise said quietly, “I accept your challenge.”
“That is a good joke,” said the Hare; “I could dance round you all the way.”
“Keep your boasting till you’ve beaten,” answered the Tortoise.
“Shall we race?”
So a course was fixed and a start was made. The Hare darted almost out
of sight at once, but soon stopped and, to show his contempt for the
Tortoise, lay down to have a nap. The Tortoise plodded on and plodded
on, and when the Hare awoke from his nap, he saw the Tortoise just
near the winning-post and could not run up in time to save the race.
Then said the Tortoise:
FONTE: <https://etc.usf.edu/lit2go/pdf/passage/612/aesops-fables-039-the-hare-and-the-
tortoise.pdf.>. Acesso em: 15 jan. 2019.
3.4 ROMANCE
Segundo Gancho (2006, p. 9), o romance “é uma narrativa longa, que
habitualmente envolve um número considerável de personagens (em relação à
novela e ao conto), maior número de conflitos, tempo e espaço mais dilatados”.
128
TÓPICO 4 | O GÊNERO NARRATIVO
By Miguel de Cervantes
Translated by John Ormsby
129
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
figure in his best homespun. He had in his house a housekeeper past forty, a
niece under twenty, and a lad for the field and market-place, who used to saddle
the hack as well as handle the bill-hook. The age of this gentleman of ours was
bordering on fifty; he was of a hardy habit, spare, gaunt-featured, a very early
riser and a great sportsman. They will have it his surname was Quixada or
Quesada (for here there is some difference of opinion among the authors who
write on the subject), although from reasonable conjectures it seems plain that
he was called Quexana. This, however, is of but little importance to our tale; it
will be enough not to stray a hair's breadth from the truth in the telling of it.
[...]
3.5 CONTO
Assim como a novela, o conto possui um número de personagens mais
reduzido e uma trama mais simples, concentrando-se em apenas um conflito.
Complementar a essas características, Silva (2014, p. 38) descata que:
E
IMPORTANT
Lembre-se: o link para acesso completo do conto, assim como dos demais
textos, está sempre na parte inferior dos quadros (fonte).
130
TÓPICO 4 | O GÊNERO NARRATIVO
FOR the most wild, yet most homely narrative which I am about to pen,
I neither expect nor solicit belief. Mad indeed would I be to expect it, in a case
where my very senses reject their own evidence. Yet, mad am I not -- and very
surely do I not dream. But to-morrow I die, and to-day I would unburthen my
soul. My immediate purpose is to place before the world, plainly, succinctly,
and without comment, a series of mere household events. In their consequences,
these events have terrified -- have tortured -- have destroyed me. Yet I will not
attempt to expound them. To me, they have presented little but Horror -- to
many they will seem less terrible than barroques. Hereafter, perhaps, some
intellect may be found which will reduce my phantasm to the common-place
-- some intellect more calm, more logical, and far less excitable than my own,
which will perceive, in the circumstances I detail with awe, nothing more than
an ordinary succession of very natural causes and effects.
131
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
TRUE! – nervous – very, very dreadfully nervous I had been and am; but
why will you say that I am mad? The disease had sharpened my senses – not
destroyed – not dulled them. Above all was the sense of hearing acute. I heard
all things in the heaven and in the earth. I heard many things in hell. How, then,
am I mad? Hearken! and observe how healthily – how calmly I can tell you the
whole story.
It is impossible to say how first the idea entered my brain; but once
conceived, it haunted me day and night. Object there was none. Passion there
was none. I loved the old man. He had never wronged me. He had never given
me insult. For his gold I had no desire. I think it was his eye! yes, it was this! He
had the eye of a vulture – a pale blue eye, with a film over it. Whenever it fell upon
me, my blood ran cold; and so by degrees – very gradually – I made up my mind
to take the life of the old man, and thus rid myself of the eye forever.
Now this is the point. You fancy me mad. Madmen know nothing. But
you should have seen me. You should have seen how wisely I proceeded – with
what caution – with what foresight – with what dissimulation I went to work! I
was never kinder to the old man than during the whole week before I killed him.
And every night, about midnight, I turned the latch of his door and opened it – oh
so gently! And then, when I had made an opening sufficient for my head, I put in
a dark lantern, all closed, closed, that no light shone out, and then I thrust in my
head. Oh, you would have laughed to see how cunningly I thrust it in! I moved
it slowly – very, very slowly, so that I might not disturb the old man's sleep. It
took me an hour to place my whole head within the opening so far that I could
see him as he lay upon his bed. Ha! would a madman have been so wise as this,
and then, when my head was well in the room, I undid the lantern cautiously-
oh, so cautiously – cautiously (for the hinges creaked) – I undid it just so much
that a single thin ray fell upon the vulture eye. And this I did for seven long
nights – every night just at midnight – but I found the eye always closed; and
so it was impossible to do the work; for it was not the old man who vexed me,
but his Evil Eye. And every morning, when the day broke, I went boldly into the
chamber, and spoke courageously to him, calling him by name in a hearty tone,
and inquiring how he has passed the night. So you see he would have been a very
profound old man, indeed, to suspect that every night, just at twelve, I looked in
upon him while he slept.
Upon the eighth night I was more than usually cautious in opening the
door. A watch's minute hand moves more quickly than did mine. Never before
that night had I felt the extent of my own powers – of my sagacity. I could scarcely
132
TÓPICO 4 | O GÊNERO NARRATIVO
contain my feelings of triumph. To think that there I was, opening the door, little
by little, and he not even to dream of my secret deeds or thoughts. I fairly chuckled
at the idea; and perhaps he heard me; for he moved on the bed suddenly, as if
startled. Now you may think that I drew back – but no. His room was as black as
pitch with the thick darkness, (for the shutters were close fastened, through fear
of robbers,) and so I knew that he could not see the opening of the door, and I
kept pushing it on steadily, steadily.
I had my head in, and was about to open the lantern, when my thumb
slipped upon the tin fastening, and the old man sprang up in bed, crying out –
"Who's there?"
I kept quite still and said nothing. For a whole hour I did not move a
muscle, and in the meantime I did not hear him lie down. He was still sitting up in
the bed listening; – just as I have done, night after night, hearkening to the death
watches in the wall.
Presently I heard a slight groan, and I knew it was the groan of mortal
terror. It was not a groan of pain or of grief – oh, no! – it was the low stifled
sound that arises from the bottom of the soul when overcharged with awe. I
knew the sound well. Many a night, just at midnight, when all the world slept,
it has welled up from my own bosom, deepening, with its dreadful echo, the
terrors that distracted me. I say I knew it well. I knew what the old man felt, and
pitied him, although I chuckled at heart. I knew that he had been lying awake
ever since the first slight noise, when he had turned in the bed. His fears had
been ever since growing upon him. He had been trying to fancy them causeless,
but could not. He had been saying to himself – "It is nothing but the wind in
the chimney – it is only a mouse crossing the floor," or "It is merely a cricket
which has made a single chirp." Yes, he had been trying to comfort himself with
these suppositions: but he had found all in vain. All in vain; because Death, in
approaching him had stalked with his black shadow before him, and enveloped
the victim. And it was the mournful influence of the unperceived shadow that
caused him to feel – although he neither saw nor heard – to feel the presence of
my head within the room.
When I had waited a long time, very patiently, without hearing him lie
down, I resolved to open a little – a very, very little crevice in the lantern. So
I opened it – you cannot imagine how stealthily, stealthily – until, at length a
simple dim ray, like the thread of the spider, shot from out the crevice and fell
full upon the vulture eye.
It was open – wide, wide open – and I grew furious as I gazed upon it. I
saw it with perfect distinctness – all a dull blue, with a hideous veil over it that
chilled the very marrow in my bones; but I could see nothing else of the old
man's face or person: for I had directed the ray as if by instinct, precisely upon
the damned spot.
133
UNIDADE 2 | OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES
And have I not told you that what you mistake for madness is but over-
acuteness of the sense? – now, I say, there came to my ears a low, dull, quick
sound, such as a watch makes when enveloped in cotton. I knew that sound well,
too. It was the beating of the old man's heart. It increased my fury, as the beating
of a drum stimulates the soldier into courage.
But even yet I refrained and kept still. I scarcely breathed. I held the lantern
motionless. I tried how steadily I could maintain the ray upon the eve. Meantime
the hellish tattoo of the heart increased. It grew quicker and quicker, and louder
and louder every instant. The old man's terror must have been extreme! It grew
louder, I say, louder every moment! – do you mark me well I have told you that
I am nervous: so I am. And now at the dead hour of the night, amid the dreadful
silence of that old house, so strange a noise as this excited me to uncontrollable
terror. Yet, for some minutes longer I refrained and stood still. But the beating
grew louder, louder! I thought the heart must burst. And now a new anxiety
seized me – the sound would be heard by a neighbour! The old man's hour had
come! With a loud yell, I threw open the lantern and leaped into the room. He
shrieked once – once only. In an instant I dragged him to the floor, and pulled
the heavy bed over him. I then smiled gaily, to find the deed so far done. But, for
many minutes, the heart beat on with a muffled sound. This, however, did not
vex me; it would not be heard through the wall. At length it ceased. The old man
was dead. I removed the bed and examined the corpse. Yes, he was stone, stone
dead. I placed my hand upon the heart and held it there many minutes. There
was no pulsation. He was stone dead. His eve would trouble me no more.
If still you think me mad, you will think so no longer when I describe the
wise precautions I took for the concealment of the body. The night waned, and I
worked hastily, but in silence. First of all I dismembered the corpse. I cut off the
head and the arms and the legs. I then took up three planks from the flooring of
the chamber, and deposited all between the scantlings. I then replaced the boards
so cleverly, so cunningly, that no human eye – not even his – could have detected
any thing wrong. There was nothing to wash out --no stain of any kind – no
blood-spot whatever. I had been too wary for that. A tub had caught all – ha! ha!
When I had made an end of these labors, it was four o'clock – still dark as
midnight. As the bell sounded the hour, there came a knocking at the street door.
I went down to open it with a light heart, – for what had I now to fear? There
entered three men, who introduced themselves, with perfect suavity, as officers
of the police. A shriek had been heard by a neighbour during the night; suspicion
of foul play had been aroused; information had been lodged at the police office,
and they (the officers) had been deputed to search the premises.
I smiled, – for what had I to fear? I bade the gentlemen welcome. The
shriek, I said, was my own in a dream. The old man, I mentioned, was absent
in the country. I took my visitors all over the house. I bade them search – search
134
TÓPICO 4 | O GÊNERO NARRATIVO
well. I led them, at length, to his chamber. I showed them his treasures, secure,
undisturbed. In the enthusiasm of my confidence, I brought chairs into the room,
and desired them here to rest from their fatigues, while I myself, in the wild
audacity of my perfect triumph, placed my own seat upon the very spot beneath
which reposed the corpse of the victim.
No doubt I now grew very pale; – but I talked more fluently, and with
a heightened voice. Yet the sound increased – and what could I do? It was a
low, dull, quick sound – much such a sound as a watch makes when enveloped
in cotton. I gasped for breath – and yet the officers heard it not. I talked more
quickly – more vehemently; but the noise steadily increased. I arose and argued
about trifles, in a high key and with violent gesticulations; but the noise steadily
increased. Why would they not be gone? I paced the floor to and fro with heavy
strides, as if excited to fury by the observations of the men --but the noise steadily
increased. Oh God! what could I do? I foamed – I raved – I swore! I swung the
chair upon which I had been sitting, and grated it upon the boards, but the noise
arose over all and continually increased. It grew louder – louder – louder! And
still the men chatted pleasantly, and smiled. Was it possible they heard not?
Almighty God! – no, no! They heard! – they suspected! – they knew! – they were
making a mockery of my horror! – this I thought, and this I think. But anything
was better than this agony! Anything was more tolerable than this derision! I
could bear those hypocritical smiles no longer! I felt that I must scream or die!
and now – again! – hark! louder! louder! louder! louder!
135
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeuu que:
• O termo enredo vem do inglês plot, conhecido também como ação, trama ou
intriga. É a parte do texto narrativo que reúne os acontecimentos.
• Os personagens são aqueles que executam as ações nas histórias, podendo ser
pessoas, animais, seres imaginários, entre outros.
136
• O espaço tem como funções principais situar as ações dos personagens
e estabelecer com eles uma interação, quer influenciando suas atitudes,
pensamentos ou emoções, quer sofrendo eventuais transformações provocadas
pelos personagens.
137
AUTOATIVIDADE
“Classicamente, diz-se que se define pela sua pequena extensão. Mais curto
que a novela ou o romance, tem uma estrutura fechada, desenvolve uma
história e tem apenas um clímax; é conciso”.
FONTE: <http://www3.ifmg.edu.br/downloads/2015julho/PROVA%20DO%20SUBSEQUENTE_
2015_2%20(1)%20(1).pdf>. Acesso em: 20 Mar. 2019.
a) ( ) Crônica, romance.
b) ( ) Conto, romance.
c) ( ) Crônica, novela.
d) ( ) Conto, crônica.
a) ( ) I e IV.
b) ( ) III e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) I e II.
138
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• refletir sobre questões culturais, sociais e políticas por meio das obras
literárias.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
139
140
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, iniciamos mais uma unidade e, desta vez, você conhecerá
importantes obras que formam o corpus literário em língua inglesa. Deste modo,
ao longo da Unidade 3, nos debruçaremos em diferentes composições literárias,
de acordo com cada era, começando pela Medieval.
2 CAEDMON’S HYMN
O Hino de Caedmon foi composto em algum momento entre 658 e 680
d.C. e é considerado o mais antigo poema existente na língua inglesa. No poema
original, dificilmente uma palavra é reconhecida e compreendida, visto que foi
escrito em Old English – Inglês Antigo (estudado na Unidade 1 deste livro).
141
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
DICAS
142
TÓPICO 1 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL
FONTE: <https://www.shmoop.com/caedmons-hymn/poem-text.html>.
Acesso em: 25 jan. 2019.
Linha 1
Linha 2
Caedmon continua seu elogio com este descritivo apositivo, uma frase
substantiva seguindo outra palavra ou frase que continua a descrevê-lo ou
identificá-lo. Por exemplo, se você dissesse "Harry Potter, o menino bruxo", está
claro que "menino bruxo" é uma descrição adicional ou um apelo da primeira
143
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
Linhas 3-4
Isso se torna importante no resto das linhas 3-4, porque então temos
uma minidescrição de como Deus gerou essa glória, quando estabeleceu o
começo de toda maravilha: todas as coisas maravilhosas do universo – o sol, os
continentes, os herbívoros, o nome dele – têm seu começo em Deus.
Então, para recapitular esta frase da linha 1 para a linha 4, nós temos: É
hora de começar a louvar a Deus, seu poder e seus incríveis planos criativos, e
especialmente seu trabalho no universo, criado do zero.
Linhas 5-6
Linhas 7-8
Uma vez que o céu é criado, Deus faz a terra. A estrutura da sentença
é complicada novamente, com o sujeito e o objeto em lugares misturados.
"Guardião da Humanidade" é o assunto que está sendo feito e a "Terra-média"
é o objeto que está sendo feito. A "Terra-média" mencionada é a nossa terra, um
outro kenning presente no texto.
Linha 9
QUADRO 5 – ANALYSIS
Embora a versão do hino em inglês moderno possa não soar como uma
bela poesia para nossos ouvidos, o dialeto do inglês antigo era mais aliterativo.
O Hino também tem de longe a mais complicada história textual conhecida de
qualquer poema anglo-saxão sobrevivente e foi encontrado em dois dialetos e
cinco revisões distintas.
De modo geral, uma linha de poesia no inglês antigo costuma ter três
palavras que aliteram. O metro, ou ritmo da poesia, trabalha em conjunto com
a aliteração, e os grandes espaços no meio das linhas representam a cesura.
3 BEOWULF
A obra Beowulf já foi mencionada na Unidade 1, em que você pôde
visualizar a primeira página desse poema e conhecê-lo em língua inglesa.
Contudo, apresentaremos aqui um excerto da versão original, em Old English,
e após suas traduções (Língua Inglesa e Língua Portuguesa) com uma análise,
para que você possa conhecer essa obra tão importante para a Literatura em
língua Inglesa.
145
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
FONTE: <https://www.poetryfoundation.org/poems/43521/beowulf-old-english-version>.
Acesso em: 26 jan. 2019.
DICAS
146
TÓPICO 1 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL
FONTE: <https://www.bookbrowse.com/excerpts/index.cfm/book_number/308/page_
number/1/beowulf#excerpt>. Acesso em: 20 nov. 2018.
Beowulf
147
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
FONTE: <https://ppg.revistas.uema.br/index.php/brathair/article/view/617/540>.
Acesso em: 26 jan. 2019.
De autor anônimo, a obra possui 3182 versos, sem rimas e com aliteração,
e é considerada um marco para a literatura medieval. Assim como no poema
anterior, Beowulf apresenta diversas kennings, entre elas, whale-road para se referir
ao mar, light-of-battle para significar uma espada, battle-sweat significando sangue,
raven-harvest para significar um cadáver, ring-giver para se referir a um rei, and
sky-candle significando o sol.
148
TÓPICO 1 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL
O poema narra a história de Beowulf, herói de grande força da tribo dos gautas,
relacionados aos godos, na Suécia. Começa quando ele viaja até a Dinamarca
para livrar o reino de Hrothgar dos ataques de Grendel, criatura monstruosa.
Após matar Grendel, Beowulf enfrenta a mãe dele e a mata com uma espada.
Cinquenta anos depois, Beowulf, que nesse meio tempo se tornou rei de seu
país, enfrenta e mata o dragão que ameaça o reino. O poema acaba com o
funeral de Beowulf, que morre em consequência dos ferimentos que sofreu ao
enfrentar o dragão.
Escrito por volta do ano 1000, o manuscrito de Beowulf ainda hoje é conservado
na Biblioteca Britânica, em Londres, na Inglaterra. Apesar de a primeira
tradução do poema para o inglês moderno ter sido feita apenas em meados do
século XIX, Beowulf influenciou vários escritores através dos séculos, entre os
quais J. R. R. Tolkien, autor da famosa saga O Senhor dos Anéis. Há uma tradução
para o português publicada em 1992. As aventuras de Beowulf também foram
adaptadas para o cinema, sendo bem conhecida a versão dirigida por Robert
Zemeckis em 2007.
DICAS
149
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
QUADRO 10 – A ÉPOCA
É claro que esse conflito com a França teve diversas outras causas, sendo
uma das mais importantes a defesa dos interesses econômicos da Inglaterra no
comércio com a Flandres. Graças a isso, e também a outras medidas que tomou,
Eduardo III pôde contar igualmente com o apoio da burguesia. E não era para
menos, visto que, em seu tempo, cresceram os intercâmbios, aumentaram as
exportações (notadamente a da lã, a principal riqueza do país) e desenvolveram-
se as cidades (a população de Londres chegou a quase 50.000 habitantes). Foi,
portanto, uma fase de otimismo e de confiança. Mas, infelizmente, muitos
desses avanços eram ilusórios.
150
TÓPICO 1 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL
Se, porém, esses escritores lograram encarnar melhor a sua época, não
tiveram talento suficiente para transcendê-la. O único que conseguiu isso,
produzindo uma obra que tinha algo a dizer não apenas aos homens de seu
tempo, mas também às gerações futuras, foi Geoffrey Chaucer, o primeiro
nome da literatura inglesa de grandeza universal.
152
TÓPICO 1 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL
QUADRO 11 – O LIVRO
Se Chaucer tivesse sido fiel a seu plano, a obra deveria conter nada menos
que cento e vinte histórias. O plano, contudo, não era rígido (tanto assim que o
Cônego e seu Criado se agregaram à comitiva em plena estrada). Além disso,
o próprio autor logo se deu conta de sua impraticabilidade, havendo no texto
claros indícios de que ele alterou o ambicioso projeto original a meio caminho,
substituindo-o por uma concepção mais modesta, onde a cada peregrino
caberia o encargo de apenas um ou dois contos. Mesmo com essa redução, a
coletânea ficou incompleta, limitando-se a vinte e quatro histórias, duas das
quais inacabadas (O Conto do Cozinheiro e O Conto do Escudeiro). Ademais, o
nível artístico desses contos é bastante desigual, visto que o poeta enxertou na
obra vários de seus escritos anteriores, como O Conto do Cavaleiro, O Conto da
Prioresa, O Conto de Chaucer sobre Melibeu, O Conto da Outra Freira etc., que, com
exceção dos dois primeiros, são geralmente imaturos, inadequados, e, portanto,
de qualidade inferior. Finalmente, há diversas incongruências, lacunas e
repetições, mostrando que o autor não teve tempo de fazer a necessária revisão
e disfarçar os remendos.
153
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
(?!). Essas colocações reclamam, sem dúvida, uma análise mais cuidadosa.
Evidentemente, Chaucer não era um reformador social, e o próprio fato de
ele haver iniciado Os Contos de Cantuária com o Cavaleiro, símbolo dos ideais
cavaleirescos, e concluído com o Pároco, símbolo do ideal cristão, mostra
claramente os seus parâmetros. [...]
Mas, como já foi dito, cada conto não só ilustra gêneros literários
diferentes, mas também parece focalizar propositalmente uma ciência ou mais,
dando-nos assim uma ampla visão da cultura da época. Consequentemente,
encontramos extensas referências à medicina (O Conto do Cavaleiro), à alquimia
(O Conto do Criado do Cônego), à teologia (O Conto do Frade), à magia (O Conto
do Proprietário de Terras), ao comércio e às finanças (O Conto do Homemdo-Mar),
à filosofia, à retórica e assim por diante, para não se falar da astrologia, de
que o poeta era estudioso apaixonado e à qual faz alusões em quase todas as
narrativas.
Naturalmente, todo esse conteúdo social e cultural não tem apenas valor
histórico. Quando rimos das limitações e da carga de superstição da ciência
daquele tempo, ou quando nos espantamos diante dos casos de opressão, de
espoliação e de corrupção descritos, somos levados a imaginar como hão de ver
nossa ciência daqui a seis séculos, ou a indagar-nos se há realmente diferenças
sensíveis, para melhor ou para pior, entre as injustiças e os abusos que então
se praticavam e os que se praticam agora. Os contos de Chaucer oferecem-nos,
portanto, um precioso referencial para a avaliação de nosso progresso e para
a compreensão de nossa própria sociedade. Mesmo porque a época retratada
pode ser a medieval, mas a humanidade é a de sempre.
155
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
156
TÓPICO 1 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL
157
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
158
TÓPICO 1 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL
159
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
O CONTO DO CAVALEIRO
Iamque domos patrias, Scithicas post aspera gentis Praelia, laurigero, &
C (Statius, Theb. xii. 519).
DICAS
Você pode conhecer uma dramatização das linhas de abertura de The Canterbury Tales,
de Geoffrey Chaucer, ouvida pela primeira vez na língua de Chaucer, no Middle English e
depois numa tradução moderna no link a seguir: https://www.britannica.com/topic/The-
Canterbury-Tales/media/93091/68305.
• The Canterbury Tales (Os Contos da Cantuária), de Geoffrey Chaucer, foi escrita
entre 1386 e 1400, e conta a história de vinte e nove peregrinos que fazem uma
romaria à cidade de Cantuária, para uma visita piedosa ao túmulo de Santo
Tomás Beckett.
161
AUTOATIVIDADE
1 Read the alternatives and choose the one that is INCORRECT in relation to
the epic Beowulf:
162
( ) The Canterbury Tales nos dá um vasto e animado panorama da vida
moderna.
( ) Além de falar da sociedade, The Canterbury Tales apresenta aspectos
culturais e literários da era medieval.
( ) Além de ilustrarem diferentes gêneros literários, The Canterbury Tales
parece focalizar propositalmente em várias ciências, como a medicina, a
teologia, as finanças, a filosofia, entre outras.
( ) A coletânea de Os Contos da Cantuária ficou incompleta, tendo apenas
vinte e quatro histórias, das quais duas ficaram inacabadas.
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) F – V – V – V.
c) ( ) F – F – V – V.
d) ( ) F – V – V – F.
163
164
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Este tópico compreenderá um longo período da literatura de língua
inglesa, desde o século XVI até o século XX. Desta forma, buscamos selecionar o
corpus literário de maior relevância, começando pelo Período Elisabetano (1587
a 1642), com um dos mais conhecidos e célebres escritores de todos os tempos,
William Shakespeare.
Shakespeare viveu:
Ferro (2015, p. 28) destaca que “o teatro (as palavras jogadas ao vento) era
a principal forma de levar a arte da literatura às pessoas”, arte praticada tanto
pela Igreja Católica, ao catequizar seus fiéis, quanto pelas companhias teatrais,
já presentes e respeitadas na segunda metade do século XVI. Porém, foi na Era
Elizabetana que o teatro inglês teve um maior crescimento e desenvolvimento.
165
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
À exemplo disso, podemos citar a obra conhecida como First Folio, a qual
você pôde conhecer brevemente na Unidade 1, impressa em 1623, ou seja, sete
anos após a morte de Shakespeare, por uma iniciativa de John Heminges e Henry
Condell. O livro conta com 36 peças, entre elas Hamlet, obra que escolhemos para
análise neste tópico.
2 HAMLET
Começaremos nossas discussões com algumas considerações acerca da
obra, mas para que você a compreenda, conheça primeiro os personagens:
166
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
Hamlet não pode esquecer seu pai, mesmo quando todos os que o
rodeiam retomaram suas alegres vidas, contentes em oferecer ocasionalmente
palavras conciliatórias de sabedoria. A rainha, considerando que ela perdeu
um marido, oferece o bastante inútil "Tu sabes, isso é comum, tudo o que vive
deve morrer/Passando através da natureza para a eternidade" (I.ii.71-2), e
Cláudio acrescenta, entre outras coisas: "Pedimos a você que jogue na terra/
Este ai inexorável, e pense em nós/Como de um pai" (I.ii.106-8).
167
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
O respeito e admiração que Hamlet tem por seu pai é visto na passagem
acima, quando o príncipe compara o falecido rei a Hipérion, um titã da mitologia
clássica. A visão divina de seu pai é reforçada pela comparação de Cláudio
com a antítese de Hipérion, o sátiro, uma criatura meio cabra e meio homem,
conhecido por seu comportamento bêbado e lascivo – os comportamentos do
novo rei, Cláudio. Não é de admirar, portanto, que Hamlet desenvolva um
desgosto, não apenas por Cláudio, o homem, mas por todos os comportamentos
e excessos associados a Cláudio. Hamlet começa a achar folia de qualquer
tipo inaceitável, mas particularmente ele detesta bebidas e danças sensuais.
Enquanto aguardam o Fantasma na muralha do castelo, Hamlet ouve o Rei
se divertindo em baixo, e diz a Horatio que o mundo inteiro está sentindo o
mesmo desprezo por seus compatriotas bêbados.
Quando a peça que ele arranjou para o rei começa, Hamlet toma um
tom muito diferente com Ofélia:
168
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
desejo por Ofélia; ele não está perdido na névoa de sua própria loucura. Embora
ele não, desta vez, ataque-a com crueldade evidente, ele está, no entanto,
novamente maltratando-a com comportamento humilhante e desrespeitoso.
E Hamlet obviamente está usando Ofélia para promover sua fachada de
insanidade – suas ações são claramente para o benefício do velho Polônio, que
já acredita que Hamlet enlouqueceu por falta do amor de Ofélia.
169
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
Agora leia o excerto que contempla uma das cenas mais famosas do
teatro mundial:
170
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
Actus Primus.
Scoena Prima
[...]
171
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
172
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
ATO III
CENA I
173
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
POLÔNIO: É verdade.
E me pediu que convidasse vossas majestades
Pra ver e ouvir a coisa.
REI: De todo coração; fico muito contente
Em sabê-lo assim disposto.
Bons senhores, animem-no, empurrem-no,
Pra que tire prazer dessa inclinação.
ROSENCRANTZ: Nós o faremos, senhor. (Saem Rosencrantz e Guildenstern.)
REI: Doce Gertrudes, deixe-nos também, agora:
Em segredo, provocamos Hamlet a vir aqui
Onde, por pura obra do acaso,
Vai encontrar Ofélia.
Eu e o pai dela, espiões por seu bem,
Vendo sem ser vistos,
Poderemos julgar o encontro livremente,
Verificando, pela conduta dele,
Se é por aflições do amor, ou não,
Que ele sofre tanto.
RAINHA: Eu obedeço.
E quanto a ti, Ofélia, tudo que anseio
É que tua terna beleza
Seja a feliz razão do transtorno de Hamlet.
Como anseio também que, por tuas virtudes,
Ele volte tranquilo ao caminho normal:
E para honra de ambos.
OFÉLIA: Madame, eu também o desejo. (Rainha sai.)
POLÔNIO: Você fica aqui, Ofélia. (Ao Rei.) E se apraz
A Vossa Graça, nos escondemos ali.
(Para Ofélia.) Você lê este breviário
Pra que o exercício espiritual
Dê algum colorido a tua solidão,
Vamos ser acusados de coisa já tão provada;
Com um rosto devoto e alguns gestos beatos,
Açucaramos até o demônio.
REI: (À parte.) Oh, como isso é verdade!
Que ardente chicotada em minha consciência é esse discurso.
A face da rameira, embelezada por cosméticos,
Não é mais feia para a tinta que a ajuda
Do que meu feito pra minha palavra mais ornamentada.
Oh, fardo esmagador!
POLÔNIO: Ele vem vindo. Vamos nos retirar, senhor. (Saem Polônio e o Rei.)
(Entra Hamlet)
HAMLET: Ser ou não ser – eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade,
174
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
175
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
DICAS
Para acessar a obra completa e desfrutar de uma boa leitura, acesse o site
do Domínio Público e conheça melhor a peça Hamlet: http://www.dominiopublico.gov.br/
pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=13370.
Aproveite também e assista a uma interpretação de Hamlet, por grandes atores que tomaram
o discurso mais famoso do mundo e as linhas imortais de abertura... “Ser ou não ser – eis a
questão”. Disponível no link: https://youtu.be/DRXKgh0idgk.
3 PARADISE LOST
No século XVII, época dos poetas metafísicos, com textos ricos e de difícil
compreensão para a maioria dos leitores, o poeta de maior relevância foi John
Milton (escritor inglês).
Milton viveu entre 1608 e 1674, tendo escrito não apenas poemas,
mas também textos em prosa, como seu famoso manifesto em favor
da liberdade de expressão, Areopagitica, inserido no contexto da luta
dos puritanos em prol do parlamentarismo inglês, na qual Milton foi
muito atuante. Proveniente de uma família de boa posição social, ele
pôde dedicar-se exclusivamente ao estudo e às atividades intelectuais.
Portador de uma formação clássica admirável, escreveu boa parte de
sua obra em latim, sendo até os dias de hoje considerado uma referência
poética não apenas por sua erudição, mas também pela qualidade dos
poemas que escreveu (FERRO, 2015, p. 71).
176
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
By John Milton
lines 1–26
FONTE: <https://www.poetryfoundation.org/poems/45718/paradise-lost-book-1-1674-version>.
Acesso em: 2 jan. 2019.
177
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
Paraíso Perdido
FONTE: <https://escamandro.wordpress.com/2012/06/13/milton-paraiso-perdido/>.
Acesso em: 2 jan. 2019.
178
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
QUADRO 22 – ANALYSIS
179
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
4 GULLIVER'S TRAVELS
No século seguinte, o número de livros publicados e de leitores aumentou
significativamente, tornando a leitura algo comum, tanto que o primeiro jornal
diário da Inglaterra foi publicado nessa época. Como corpus literário desse
período, selecionamos o romance Gulliver's travels.
180
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
Gulliver's Travels
by Jonathan Swift
DICAS
Viagens de Gulliver
Primeira Parte
VIAGEM A LILIPUTE
CAPÍTULO I
182
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
DICAS
Para continuar a leitura dessa instigante obra, acesse o site do Domínio Público:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/eb000001.pdf.
Aproveite também e confira uma análise completa dessa obra no link: http://files.
educacao-sem-fronteiras.webnode.com/200000046-6788f68827/Trabalho%20Gulliver%20
OFICIAL%C3%8DSSIMO.pdf.
183
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
Austen começou a escrever a obra com o título First Impressions, em 1796, aos
vinte e um anos de idade. Ela provavelmente escreveu o primeiro rascunho como
um romance epistolar, o que significa que o enredo se desenrolou através de uma
troca de cartas. Em 1797, o pai de Austen ofereceu o manuscrito de sua filha para
uma editora, mas eles se recusaram a considerar a publicação da obra.
Jane Austen
CHAPTER I
"My dear Mr. Bennet," said his lady to him one day, "have you heard
that Netherfield Park is let at last?"
"But it is," returned she; "for Mrs. Long has just been here, and she told
me all about it."
Mr. Bennet made no answer.
"Do you not want to know who has taken it?" cried his wife impatiently.
"You want to tell me, and I have no objection to hearing it."
184
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
"Why, my dear, you must know, Mrs. Long says that Netherfield is
taken by a young man of large fortune from the north of England; that he
came down on Monday in a chaise and four to see the place, and was so much
delighted with it, that he agreed with Mr. Morris immediately; that he is to take
possession before Michaelmas, and some of his servants are to be in the house
by the end of next week."
"What is his name?"
"Bingley."
"Is he married or single?"
"Oh! Single, my dear, to be sure! A single man of large fortune; four or
five thousand a year. What a fine thing for our girls!"
"How so? How can it affect them?"
"My dear Mr. Bennet," replied his wife, "how can you be so tiresome!
You must know that I am thinking of his marrying one of them."
[…]
FONTE: <http://flf.ukim.edu.mk/wp-content/uploads/2018/04/EXCERPT-FROM-PRIDE-AND-
PREJUDICE-JANE-AUSTEN-2009.doc>. Acesso em: 7 fev. 2019.
CAPÍTULO I
185
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
— Pois, meu caro, você deve saber que Mrs. Long disse que Netherfield
foi alugado por um rapaz de grande fortuna, oriundo da Inglaterra. E que
além disso ele chegou segunda-feira numa elegante caleça a fim de visitar a
propriedade. Ficou tão encantado que entrou imediatamente em negócio com
Mr. Morris; Mrs. Long falou também que ele entrará na posse do prédio antes
do dia de São Miguel. Alguns dos seus criados devem chegar já na próxima
semana.
— Como se chama ele?
— Bingley.
— É casado ou solteiro?
— Oh, solteiro, naturalmente, meu caro. Solteiro e muito rico! Quatro
ou cinco mil libras por ano. Que boa coisa para as nossas meninas, hem?
— Como assim? De que modo pode isso afetá-las?
— Meu caro Mr. Bennet — replicou a esposa —, como você, às vezes, é
enfadonho! Deve saber que ando pensando em casar uma delas...
[...]
186
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
6 FRANKENSTEIN
Frankenstein, de Mary Shelley (escritora britânica), publicado pela
primeira vez em 1818, é uma das obras mais conhecidas no mundo, tendo
inclusive inúmeras adaptações e sequências cinematográficas. É uma história que
conquistou a imaginação do público por dois séculos, pois, além de todo terror
envolvido, o incrível final de Frankenstein revela o que sempre esteve no centro do
romance: as corrupções da ambição e as complexidades da vingança.
FRANKENSTEIN
By Mary Shelley
Chapter 16
“Cursed, cursed creator! Why did I live? Why, in that instant, did I
not extinguish the spark of existence which you had so wantonly bestowed? I
know not; despair had not yet taken possession of me; my feelings were those
of rage and revenge. I could with pleasure have destroyed the cottage and its
inhabitants and have glutted myself with their shrieks and misery.
“When night came I quitted my retreat and wandered in the wood; and
now, no longer restrained by the fear of discovery, I gave vent to my anguish
in fearful howlings. I was like a wild beast that had broken the toils, destroying
the objects that obstructed me and ranging through the wood with a stag-
like swiftness. Oh! What a miserable night I passed! The cold stars shone in
mockery, and the bare trees waved their branches above me; now and then
the sweet voice of a bird burst forth amidst the universal stillness. All, save I,
were at rest or in enjoyment; I, like the arch-fiend, bore a hell within me, and
finding myself unsympathized with, wished to tear up the trees, spread havoc
and destruction around me, and then to have sat down and enjoyed the ruin.
“But this was a luxury of sensation that could not endure; I became
fatigued with excess of bodily exertion and sank on the damp grass in the
sick impotence of despair. There was none among the myriads of men that
existed who would pity or assist me; and should I feel kindness towards my
enemies? No; from that moment I declared everlasting war against the species,
and more than all, against him who had formed me and sent me forth to this
insupportable misery.
[...]
FONTE: <https://www.tor.com/2013/10/31/frankenstein-excerpt-mary-shelley/>. Acesso em:
7 fev. 2019.
187
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
FRANKENSTEIN
Capítulo 16
“Maldito criador! Por que vivi? Por que naquele instante não extingui a
centelha de vida que você tão desumanamente me transmitira? Não sei. Talvez
porque não tivesse atingido ainda os limites do desespero. Meus sentimentos
eram de raiva e vingança. Não me teria sido difícil destruir aquela casa e seus
moradores e ter-me saciado com sua desgraça.
"Quando veio a noite, deixei meu retiro e andei a esmo pela mata. E
agora, sem as precauções que o medo de ser descoberto me impunham, dei
vazão ao meu tormento, uivando como uma fera. Oh! que mísera noite passei!
As estrelas tremeluziam, zombando de mim, e as árvores agitavam os galhos
desnudos sobre minha cabeça, como em gestos de escárnio. De raro em raro a voz
de uma ave noturna quebrava o silêncio. Tudo e todos, exceto eu, descansavam
ou divertiam-se. Com o inferno da revolta ardendo em meu peito, sem ter a
quem confiar minha mágoa infinita, tinha ímpetos, qual a imagem do próprio
senhor do mal, de arrancar as árvores, espalhar a desgraça e a destruição em
torno de mim e depois contemplar o espetáculo da ruína.
"Por fim, fatigado pelo esforço físico e pelo tumulto que me invadia
o cérebro, caí prostrado na grama úmida e deixei que as gotas tênues do
orvalho molhassem meu rosto. Entre as miríades de homens que existiam, não
havia um só que se condoesse de mim e me trouxesse alívio. Onde estavam a
bondade e a generosidade humanas? A partir daquele instante declarei guerra
à espécie humana e, mais do que todos, concentrei meu ódio naquele que me
havia criado, arrojando-me àquele caos”.
[...]
FONTE: <http://www.agr-tc.pt/bibliotecadigital/aetc/download/565/Frankenstein%20-%20
Mary%20Shelley.pdf.>. Acesso em: 7 fev. 2019.
188
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
DO QUE TRATA
7 OLIVER TWIST
Na segunda metade do século XIX, o cenário da literatura mundial alcança
um outro patamar, com um grande número de poetas, escritores e romancistas.
Entre estes, se destaca Charles Dickens (romancista inglês), escritor que abordou
temas de extrema relevância para a sociedade, como problemas sociais (pobreza,
crimes etc.) e o sofrimento das pessoas.
Entre seus principais trabalhos, destacam-se Oliver Twist, Hard times, Great
expectations e A Christmas carols. Para esse momento, selecionamos alguns trechos
de Oliver Twist. Vejamos:
189
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
OLIVER TWIST
CHAPTER II
For the next eight or ten months, Oliver was the victim of a systematic
course of treachery and deception. He was brought up by hand. The hungry and
destitute situation of the infant orphan was duly reported by the workhouse
authorities to the parish authorities. The parish authorities inquired with dignity
of the workhouse authorities, whether there was no female then domiciled in
‘the house’ who was in a situation to impart to Oliver Twist, the consolation and
nourishment of which he stood in need. The workhouse authorities replied with
humility, that there was not. Upon this, the parish authorities magnanimously
and humanely resolved, that Oliver should be ‘farmed,’ or, in other words, that
he should be dispatched to a branchworkhouse some three miles off, where
twenty or thirty other juvenile offenders against the poor-laws, rolled about
the floor all day, without the inconvenience of too much Oliver Twist food or
too much clothing, under the parental superintendence of an elderly female,
who received the culprits at and for the consideration of sevenpence-halfpenny
per small head per week. Sevenpence-halfpenny’s worth per week is a good
round diet for a child; a great deal may be got for sevenpence-halfpenny,
quite enough to overload its stomach, and make it uncomfortable. The elderly
female was a woman of wisdom and experience; she knew what was good for
children; and she had a very accurate perception of what was good for herself.
So, she appropriated the greater part of the weekly stipend to her own use, and
consigned the rising parochial generation to even a shorter allowance than was
originally provided for them. Thereby finding in the lowest depth a deeper
still; and proving herself a very great experimental philosopher.
[...]
190
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
OLIVER TWIST
CAPÍTULO II
Durante os oito ou dez meses que se seguiram, Oliver Twist foi vítima
de um sistema contínuo de trapaças e decepções. Foi criado com mamadeira. As
autoridades da paróquia perguntaram com dignidade às autoridades do asilo
se não havia alguma mulher, residente no estabelecimento, que pudesse dar a
Oliver Twist a consolação e o alimento de que ele carecia. As autoridades do
asilo responderam humildemente que não havia; à vista do quê, as autoridades
da paróquia tiveram a humanidade e a magnanimidade de ordenar que Oliver
fosse mandado para uma casa dependente do asilo, situada a três milhas de
distância, onde uns vinte ou trinta infratores da lei dos pobres passavam o dia
a rolar pelo chão sem medo de comer muito nem andar agasalhados demais.
Tratava deles uma velha que recebia os delinquentes à razão de três tostões
por semana e por cabeça. Três tostões fazem uma boa soma para sustentar
um pequeno; pode comprar-se muita coisa com três tostões; quanto baste
para abarrotar o estômago de uma criança e alterar-lhe a saúde. A velha era
prudente; sabia o que convinha aos pequenos e o que lhe convinha a ela; em
consequência disto, gastava consigo a maior parte do auxílio hebdomadário
e reduziu a pequena geração da paróquia a um regime mais escasso do que
aquele que se dava na casa onde Oliver nasceu. A boa senhora esticava cada
vez mais os limites conhecidos da economia e mostrava ter consumada filosofia
na prática da vida.
FONTE: <http://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/item/
download/120_031c6366de1a2c89eabf5d83e1928536>. Acesso em: 9 fev. 2019.
191
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
Oliver Twist é uma história sobre as batalhas do bem contra o mal, com
o mal continuamente tentando corromper e explorar o bem. Ele retrata o poder
do amor, ódio, ganância e vingança e como cada um pode afetar as pessoas
envolvidas. O amor entre Rose e Harry no final conquista todos os obstáculos
entre eles. O ódio que os monges sentem por Oliver e a ganância que sente em
relação a sua herança acabam por destruí-lo. A vingança que Sikes inflige a
Nancy o deixa quase louco e, eventualmente, ao suicídio acidental. A grande
variedade de personagens tocantes de Dickens enfatiza as virtudes do sacrifício,
do compromisso, da caridade e da lealdade. Mais importante ainda, embora
o sistema para os pobres não seja alterado, o bem, no romance de Dickens,
supera o mal, e os personagens principais, que fazem parte desse bem, vivem
felizes para sempre.
By T. S. Eliot
IL MIGLIOR FABBRO
192
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
FONTE: <https://www.poetryfoundation.org/poems/47311/the-waste-land>.
Acesso em: 10 fev. 2019.
A TERRA DEVASTADA
T. S. Eliot
Tradução e prefácio de Gualter Cunha
193
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
Mas The Waste Land é também um peso que Eliot aliviou do peito: esta
e outras afirmações suas em que sistematicamente ele pareceu querer retirar
ao seu poema a importância histórica que alguns críticos lhe queriam dar, são
porventura mais reveladoras da autenticidade da leitura do poema feita pelo seu
autor do que são simples formas de o poeta se escusar a uma interpretação do
que escreveu. Ofuscada por uma aplicação simplista e mecânica das teorias da
impessoalidade e da autonomia do objeto estético associadas ao modemismo,
a crítica foi incapaz, ao longo de muitos anos, de ver em The Waste Land a
expressão de um profundo conflito subjetivo que, contextualizando-se na crise
psicológica vivida por Eliot no período em que escreveu o poema, foi neste
elevado à representação artística do confronto entre a grandeza das aspirações
da alma e a prosaica mediocridade do mundo. A crise cultural da Europa e
a crise depressiva de Eliot coincidiram na gênese do poema, mas a sua arte
revela-se na mestria pela qual o autor conseguiu fundir as duas experiências
numa unidade emocional onde a sociedade e o indivíduo, a história e o homem,
o cultural e o natural, o objetivo e o subjetivo, são rasgados pelos conflitos que
no início do século começam a dar forma a nossa contemporaneidade.
194
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA
[...]
“As we sat down under this tree and were thinking about that night’s
danger, there we saw a ‘Spirit of Prey’, he was big as a hippopotamus, but he
was walking upright as a human-being; his both legs had two feet and tripled
his body, his head was just like a lion’s head and every part of his body was
covered with hard scales, each of these scales was the same in size as a shovel
or hoe, and all curved towards his body” (p. 54).
[...]
FONTE: <https://africanbookaddict.com/2015/03/03/the-palm-wine-drinkard-by-amos-
tutuola/>. Acesso em: 10 fev. 2019.
195
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
[...]
“Quando nos sentamos debaixo desta árvore e estávamos pensando no
perigo daquela noite, lá vimos um 'espírito de rapina', ele era grande como um
hipopótamo, mas ele andava ereto como um ser humano; suas duas pernas
tinham dois pés e triplicaram seu corpo, sua cabeça era como a cabeça de um
leão e cada parte de seu corpo estava coberta de escamas duras, cada uma
dessas escamas era do mesmo tamanho de uma pá ou enxada, e tudo se curvou
em direção ao seu corpo” (p. 54).
[...]
FONTE: <https://africanbookaddict.com/2015/03/03/the-palm-wine-drinkard-by-amos-
tutuola/>. Acesso em: 10 fev. 2019. Tradução nossa.
Conforme você pôde ver neste trecho, acadêmico, o texto possui uma carga
cultural de mitos e lendas iorubás, um dos maiores grupos étnico-linguísticos
da África Ocidental. Ao ler o texto completo, compreende-se que os mitos, de
modo geral, referem-se à morte e à relação do homem com seus antepassados.
Além disso, o texto é carregado de refências a deuses, sem mencionar nomes, e
de objetos que fazem parte da cultura africana.
196
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O livro conta com 36 peças, entre elas Hamlet, the Prince of Denmark, que é
sem dúvida o maior personagem dramático já criado, tratando de problemas
fundamentais da condição humana.
• A famosa frase “To be, or not to be, that is the Question” – “Ser ou não ser – eis a
questão” dita por Hamlet, desencadeia um debate filosófico interno sobre as
vantagens e desvantagens da existência, e se é o direito de alguém acabar com
sua própria vida.
• O poeta de maior relevância do século XVII foi John Milton, que viveu entre
1608 e 1674. Entre os seus principais escritos, destacam-se os poemas On his
blindness, escrito quando o autor já estava completamente cego, e Paradise lost,
poema épico ligado ao mundo religioso.
197
• O romance Gulliver’s Travels é considerado um ícone da literatura em língua inglesa,
uma paródia da então popular narrativa de viagem, que combina aventura com
sátira selvagem, zombando dos costumes ingleses e da política da época.
• Já no século XX, temos como um dos principais autores Thomas Stearns Eliot
(1888-1965), poeta modernista, dramaturgo e crítico literário inglês, nascido
nos Estados Unidos. Entre as obras mais famosas de Eliot está The Waste Land,
considerado por muitos críticos o poema mais importante do século XX.
• O texto possui uma carga cultural de mitos e lendas iorubas, um dos maiores
grupos étnico-linguísticos da África Ocidental.
199
AUTOATIVIDADE
(SHAKESPEARE, 1999)
2 John Milton, considerado por muitos como o maior poeta do século, era
puritano e parlamentar, e sua poesia primitiva (lírica, pastoral e elegíaca)
velava sua austeridade em linguagem delicada e até sensual. Sua maior obra
foi o épico Paradise Lost (1671). Referente à obra citada, assinale a alternativa
correta:
200
a) ( ) Paradise Lost aborda o primeiro ato de desobediência da humanidade
para com Deus e as consequências que se seguiram.
b) ( ) Milton retira boa parte de sua história no Livro dos Salmos, o primeiro
livro da Bíblia.
c) ( ) O poema relata as conquistas territoriais, tendo o mar como o caminho
para novas descobertas.
d) ( ) O poema aborda a chegada do Cristianismo, que moldou toda a
sociedade da época.
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) V – V – V – V.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – V – F.
201
202
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Se no tópico anterior (Era Moderna) já percorremos um longo período de
magníficas obras literárias em língua inglesa, na atualidade, há muitos autores e
obras de sucesso mundial.
2 HALF A LIFE
Comecemos no ano de 2001, com a obra Half a life, de Vidiadhar Surajprasad
Naipaul (britânico-caribenho de origem indiana), que escreveu mais de vinte
livros de ficção e não ficção e recebeu inúmeras honrarias, incluindo o Prêmio
Nobel em 2001, o Booker Prize em 1971 (por In a Free State ) e o título de Cavaleiro
da Literatura em 1990.
203
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
"It has been a life of sacrifice. I have no riches to offer you. All I have are
my friendships. That is my treasure".
Willie Chandran's dad says this to Willie after he is done telling him his
life's story and how he got to the place he is in today. This quote is important
because it encompasses the entirety of Willie's father's life story. It allows the
reader to understand that he gave up his family heritage and his wealth for a
greater cause. He sacrificed this in order to forge an identity for himself and
this idea is presented in this quote.
"He went by ship. And everything about the journey so frightened him - the
size of his own country, the crowds in the port, the number of ships in the harbour,
the confidence of the people on the ship - that he found himself unwilling to speak,
at first out of pure worry, and then, when he discovered that silence brought him
strength, out of policy".
This is the part in the book where Willie Chandran is 20 and he is leaving
his home for the first time to go to London on his scholarship. He has never
left his home before, much less India, and he is overwhelmed by everything
he sees. This quote is thus so important because it shows the seeds of self-
doubt that have been planted in Willie's mind, a characteristic that defines him
through much of the novel and creates his lack of confidence. This pushes him
towards his sexual escapades throughout the novel. Furthermore, this quote
shows his lack of exposure to the world, which we also see when he finds out
that he doesn't know of world politics, like the Suez Canal.
"No one he met, in the college or outside it, knew the rules of Willie's own
place, and Willie began to understand that he was free to present himself as we wished.
He could, as it were, write his own revolution. The possibilities were dizzying. He
could, within reason, remake himself and his past and his ancestry".
Page 57, Narrator
This is the point in the book where Willie is becoming more familiar
with his new home at the university. He has experienced many freedoms up
till this point that he had not experienced before, but now, one more freedom
is presented to him. Willie is free from the burden of his family background.
What had been so important and defining to his identity was now gone, and he
could create a new identity for himself. This is a turning point in the novel and
represents a key theme in the book about identity.
204
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA CONTEMPORÂNEA
FONTE: <https://www.penguinrandomhouse.com/books/119616/half-a-life-by-v-s-
naipaul/9780375707285/readers-guide/>. Acesso em: 10 fev. 2019.
205
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
FONTE: <http://bibliotecatransmissivel.blogspot.com/2009/05/shalimar-o-palhaco.html>.
Acesso em: 10 fev. 2019.
206
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA CONTEMPORÂNEA
By Salman Rushdie
“India” still felt wrong to her, it felt exoticist, colonial, suggesting the
appropriation of a reality that was not hers to own, and she insisted to herself
that it didn’t fit her anyway, she didn’t feel like an India, even if her color was
rich and high and her long hair lustrous and black. She didn’t want to be vast
or subcontinental or excessive or vulgar or explosive or crowded or ancient or
noisy or mystical or in any way Third World. Quite the reverse. She presented
herself as disciplined, groomed, nuanced, inward, irreligious, understated,
calm. She spoke with an English accent. [...] This was the persona she wanted,
that she had constructed with great determination.
FONTE: <https://www.bookbrowse.com/excerpts/index.cfm/book_number/1668/shalimar-the-
clown>. Acesso em: 10 fev. 2019.
SHALIMAR, O EQUILIBRISTA
FONTE: <http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRAPUI_I_UFMG/literature_pdf/
lit115.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2019.
207
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
Adichie foi convidada para falar ao redor do mundo. O seu TED Talk de
2009, The Danger of A Single Story, é agora uma das palestras TED mais vistas de
todos os tempos. Sua palestra de 2012, We Should All Be Feminists, iniciou uma
conversa mundial sobre feminismo e foi publicada como um livro em 2014.
Excerpt
Half a Yellow Sun
[...]
"No, sah." Ugwu looked out of the window. It filled him with sadness,
coming here to give garri and fish to people who had fed themselves in the
North, listening week after week to Master saying the same things. He reached
out and straightened the rope that dangled from the rearview mirror. The
plastic keepsake attached to it was a painting of half of a yellow sun on a black
background.
[...]
208
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA CONTEMPORÂNEA
[...]
“Não, sah.” Ugwu olhava pela janela. Sentia-se triste por ter ido doar
garri e peixe a pessoas que podiam se alimentar sozinhas no Norte, e por ouvir
o Patrão dizer, semana após semana, as mesmas coisas. Estendeu a mão e
endireitou o cordão pendurado no espelhinho retrovisor. O objeto preso ali era
de plástico, um meio sol amarelo pintado sobre fundo preto (ADICHIE, 2008,
p. 206).
[...]
FONTE: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/167620/341091.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 12 fev. 2019.
Raquel Segovia
25 de outubro de 2016
209
UNIDADE 3 | O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA
FONTE: <https://theculturetrip.com/africa/nigeria/articles/half-of-a-yellow-sun-a-symbiotic-
expression-of-fiction-and-history/>. Acesso em: 14 fev. 2018. Tradução nossa.
DICAS
210
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA CONTEMPORÂNEA
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: <https://www.revistas2.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/download/6395/pdf_149>.
Acesso em: 14 fev. 2019.
211
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sua obra Half a life, publicada no ano de 2001, conta a história de Willie
Chandran, que acontece entre a Índia, a África e a Europa. Naipaul explora seu
grande tema de herança com uma intimidade e franqueza insuperáveis em seu
corpo extraordinário de trabalho.
• Adichie foi convidada para falar ao redor do mundo. O seu TEDx Talk de 2009,
The Danger of A Single Story, é agora uma das palestras TEDx mais vistas de
todos os tempos.
212
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Half a life tem como espaço três continentes, em que o tema herança é
abordado.
b) ( ) Half a life foi escrito em Old English.
c) ( ) O texto fala sobre os problemas político-religiosos que afetam a África.
d) ( ) Half a life aborda, principalmente, o tema feminismo.
213
Este trecho faz parte de uma palestra dada em um evento TEDx local,
produzido independentemente das conferências TED, que se tornou um livro
no ano de 2014. Nesta palestra, sincera e engraçada, Chimamanda Adichie
questiona os papéis dos gêneros e sugere uma forma diferente de pensar sobre
eles, uma que poderia realmente trazer igualdade. Diante do exposto, qual é o
papel da literatura no que se refere a temas relevantes como o dos gêneros? De
que forma o excerto apresentado retrata a questão dos gêneros?
214
REFERÊNCIAS
ADICHIE, C. Meio sol amarelo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
CALVINO, I. Por que ler os clássicos? São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
215
CARVALHO, A. L. C. de. Interpretação da Poética de Aristóteles. São José do Rio
Preto: Rio-Pretense, 1998.
216
FABRINO, A. M. História da literatura universal. Curitiba: InterSaberes, 2014.
GOLDSTEIN, N. Versos, sons e ritmos. 14. ed. São Paulo: Ática, 2007.
GOMIDE, C. O que é que Alice tem? Revista Planeta, São Paulo, a. 42, n. 511,
jul. 2015.
HUGHES, L. I, too. In: RAMPERSAD, A.; ROESSEL, D. (Ed.) The collected poems
of Langston Hughes. New York: Knopf, 1994.
JAKOBSON, R. A geração que esbanjou seus poetas. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
PELLEGRINI, T.; FERREIRA, M. Português: palavra e arte. São Paulo: Atual, 1996.
218
SCHÜTZ, R. História da Língua Inglesa. Santa Cruz do Sul: English Made in
Brazil, 2008. Disponível em: https://www.sk.com.br/sk-historia-da-lingua-
inglesa.html. Acesso em: 26 out. 2018.
SOARES, A. Gêneros literários. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. Disponível em:
https://joaocamillopenna.files.wordpress.com/2017/08/soares-gecc82neros-
literacc81rios.pdf. Acesso em: 10 mar. 2019.
219