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Resolução da hipótese 11

11. Banco Superior Crédito propõe, por regra, cerca de 100 ações executivas por mês no
tribunal da comarca de Lisboa. Nomeia sempre o mesmo agente de execução, o Dr.
Loureiro. Numa execução contra Mendes, no valor de 2.000€, Loureiro penhora valores
mobiliários (ações da Galp Energia) no valor de 300.000€, apesar de ter apurado que
Mendes aufere um salário de 1.5000€ mensais. Fê-lo em obediência a instruções do
Banco.
a) pronuncie-se sobre o ato do agente de execução;
O agente de execução Dr. Loureiro pratica um ato desproporcional ao penhorar as ações
da Galp Energia no valor de 300.000€.
Nos termos do art. 10º, nº1, as ações podem ser declarativas ou executivas, sendo que as
ações executivas são aquelas em que o credor requer as providências adequadas à
realização coativa de uma obrigação que lhe é devida (art. 10º, nº4). Com efeito, nos
termos do art. 817º do CC, não sendo a obrigação voluntariamente cumprida, o credor
tem o direito de exigir judicialmente o seu cumprimento e de executar o património do
devedor.
O montante a penhorar na presenta execução é 2.000€, sendo desproporcional a venda
dos valores mobiliários. O agente de execução (Dr. Loureiro) é nomeado pelo exequente
(Banco Super Crédito) nos termos do art. 720º, nº1 CPC. Assim, incube nas funções
deste a penhora de bens do executado em conformidade com o art. 719º, nº1 CPC. O
objeto da execução encontra-se estipulado no art. 735º CPC, segundo as disposições do
mesmo, estão sujeitos à execução todos os bens do devedor suscetíveis de penhora
sendo que a penhora se limita aos bens necessários ao pagamento da dívida exequenda.
Nos termos do art. 751º CPC, a penhora inicia-se pelos bens cujo valor pecuniário seja
de mais fácil realização e se mostrem adequados ao montante do crédito do exequente.
É de notar que a fácil realização pecuniária tem que ver não só com o valor em si mas
também com a duração temporal do processo. Nesta linha, surgem dois bens suscetíveis
de penhora: os valores mobiliários (300.000€) e o salário mensal (1.500€), tendo sido
alvo de penhora as ações da Galp Energia com valor estipulado de 300.000€, violando
profundamente o princípio da proporcionalidade da penhora regulado pelo art. 751º, nº2
CPC.
O executado Mendes tem um salário mensal que 1.500€, sendo assim necessários entre
5 a 6 meses para o credor ver o crédito satisfeito. Nos termos do artigo 738º/1 CPC pode
ser penhorado 1/3 do salário, tendo a impenhorabilidade como limite 3 salários mínimos
nacionais (art.º 738/3 CPC). O salário mínimo nacional é 635€, o executado tem um
salário 1.500€ serão impenhoráveis 1000€ (2/3) e os remanescentes 500€ (1/3)
penhoráveis. Por conseguinte, e de acordo com os limites impostos no art. 751º CPC, o
agente de execução (Dr. Loureiro) pratica um ato desproporcional ao penhorar as ações
no valor de 300.000€ para a satisfação de um crédito no valor de 2.000€. A via
adequada seria a penhora do salário de Mendes de acordo com os critérios explanados
acima, ainda que a sua realização se prolongue no tempo entre 5 a 6 meses.
b) Sem que o executado tivesse dito nada, o juiz, ao ter tomado conhecimento, ordenou
ao agente de execução que levantasse de imediato a penhora das ações. Pronuncie-se
sobre a decisão do juiz.
Para que seja possível intentar uma ação executiva, é necessário que exista um título
executivo (art. 10º, nº5). Na verdade, a ação executiva só pode ser intentada se tiver por
base um título executivo, o qual, para além de definir os limites, determina igualmente o
fim da execução (art. 10, nº6). Nos termos do art. 10º, nº5, a execução tem por base um
título executivo, o qual determina o fim e os limites da execução. Com efeito, o pedido
deduzido no requerimento executivo (art. 724º, nº1) não pode exceder os limites que
constam do título executivo, sem prejuízo do disposto no art. 703º, nº2, quanto à
possibilidade de ser peticionado o pagamento de juros de mora, ainda que o título
executivo seja omisso quando a eles. Assim, uma vez que o credor formulou um pedido
que extravasa os limites do título executivo, em violação manifesta do disposto no art.
10., nº5, o juiz deve indeferir parcialmente o requerimento executivo, na parte em que o
pedido exceda os limites constantes do título executivo, à luz do art. 726º, nº3.
c) Imagine agora que o Dr. Loureiro se recusou a penhorar as ações e, por essa razão, o
exequente pretende substituí-lo. Pode fazê-lo?
O Banco Super Crédito pode substituir o Dr. Loureiro devendo apenas fundamentar a
substituição nos termos do art. 720º, nº1 (o agente de execução é designado pelo
exequente e pode ser substituído pelo mesmo, devendo expor o motivo da substituição,
de acordo com o art. 720º, nº4). Não haverá a partida entraves uma vez que a decisão do
exequente não é avaliada por nenhuma entidade.
Anastasiya Yasinska,
005023

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