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Direito Processual Civil Executivo

Resolução da hipótese 2

Anastasiya Yasinska, aluna nº 005023

Na situação em apreço, Amélia não cumpriu a obrigação de entregar a Bárbara toda a


fruta que viesse a colher durante o segundo semestre de 2011, num dos dois pomares de
que era proprietária, obrigação esta, correspondente ao contrato escrito por ambas
assinado. Ora, o devedor que falta culposamente ao comportamento da obrigação torna-
se responsável pelo prejuízo que causa ao credor (art. 798º do CC).

Por sua vez, dispõe o art. 817º do CC que, não sendo a obrigação voluntariamente
cumprida, o credor tem direito de exigir judicialmente o seu cumprimento e de executar
o património do devedor. Tendo em conta que, por via de regra, não é lícito o recurso à
força com o fim de realizar ou assegurar o próprio direito (art. 1º), o Código de Processo
Civil consagra a garantia de acesso aos tribunais, segundo a qual, nos termos do art.
2º/nº2, a todo o direito, exceto quando a lei determine o contrário, corresponde a ação
adequada a fazê-lo reconhecer em juízo, a prevenir ou reparar a violação dele e a
realizá-lo coercivamente.

Neste pressuposto, o art. 10º/nº1, preceitua que as ações judiciais podem ser declarativas
ou executivas. Assim, as ações declarativas são aquelas em que o autor pretende que o
tribunal declare unicamente a existência ou a inexistência de um direito ou de um facto
(art. 10º/nº3 al.a), condene o réu na prestação de uma coisa ou de um facto, pressupondo
ou prevendo a violação de um direito (art. 10º/nº3 al.b), ou autorize uma mudança na
ordem jurídica existente (art. 10º/nº3 al.c). Por sua vez, as ações executivas são aquelas
em que o credor requer as providências adequadas à realização coativa de uma
obrigação que lhe é devida (art. 10º/nº4). O mesmo é dizer que as ações executivas,
partindo de um direito previamente declarado e/ou reconhecido num título executivo
(art. 10º/nº5), destinam-se a permitir o cumprimento coercivo da obrigação, através do
poder de autoridade do Estado. Para que seja possível intentar uma ação executiva, é
necessário que exista um título executivo (art. 10º/nº5, e 703º/nº1). Com efeito, a ação
executiva só pode ser intentada se tiver por base um título executivo, o qual, para além
de documentar os factos jurídicos que constituem a causa de pedir da pretensão
deduzida pelo exequente, confere igualmente o grau de certeza necessário para que
sejam aplicadas medidas coercivas contra o executado.

Tendo em conta o conteúdo da prestação constante do título executivo (art. 398º do


CC), o fim da execução pode consistir no pagamento de uma quantia certa, na entrega
de uma coisa certa ou na prestação de um facto, positivo ou negativo (art. 10º/nº6). Na
situação em apreço, a obrigação de entrega da fruta congelada ficou a constar de um
contrato de compra e venda, que entendemos ser um documento autêntico. Para que um
documento autêntico constituía título executivo, torna-se necessário que o mesmo
importe a constituição de uma obrigação ou o reconhecimento de uma obrigação pré-
existente, à luz do art. 703º/nº1 al.b).

Por outro lado, a obrigação exequenda deve ser certa, exigível e líquida (art. 714º a
716º), devendo a execução principiar pelas diligências, a requerer pelo exequente,
destinadas a tornar a obrigação certa, exigível e líquida, quando esta não o seja em face
do título executivo (art. 713º). A obrigação diz-se certa quando está determinada em
relação à sua qualidade, o que implica que o objeto da prestação se encontre
perfeitamente delimitado ou individualizado, isto é, que se saiba precisamente o que se
deve. O mesmo é dizer que a obrigação será certa desde que seja possível diferenciá-la
de todas as outras, sendo que essa diferenciação pode ter lugar antes da propositura da
ação executiva ou nas diligências inicias da execução. Na situação em análise, a
obrigação exequenda é certa, na medida em que está em causa a obrigação de entrega da
colheita do Pomar da Ladeira, entrega de uma coisa. Por sua vez, a obrigação
exequenda diz-se exigível quando já se encontra vencida ou quando o seu vencimento
depende de simples interpelação do devedor, ou seja, quando já pode ser exigida. Na
falta de estipulação ou disposição especial da lei, o credor tem direito de exigir a todo o
tempo o cumprimento da obrigação, assim como o devedor pode, a todo o tempo,
exonerar-se dela (art. 777º/nº1 CC). Estando em causa uma obrigação a prazo ou a
termo, isto é, uma obrigação em que as partes convencionaram um dia ou um prazo para
que o credor exija a prestação ou para que o devedor a realize, tal como evidencia o
caso concreto, quando Amélia e Bárbara estipulam no contrato de compra e venda que o
negócio produziria efeitos as 00:00 horas do dia 1 de Janeiro de 2012, verificamos
assim que o requisito da exigibilidade está preenchido. Por último, a obrigação diz-se
líquida quando se encontra determinada em relação à sua quantidade, isto é, quando
sabemos exatamente quanto se deve (quantum debeatur) ou quando essa quantidade é
facilmente determinável através da operação de simples calculo aritmético, com base
em elementos constantes do próprio título executivo. No caso sub iudice, constatamos
que a obrigação não é líquida, visto que não determina em relação à sua quantidade, ou
seja, não especifica a quantidade exata de frutos nem por kg. aproximadamente nem por
nº de sacos que deveriam que Amélia deve entregar.

Concluímos assim que verificamos no caso em apreço os requisitos certeza e


exigibilidade, não estando no entanto o requisito de liquidez preenchido.

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