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2) FILOSOFAR – O QUE É O CONHECIMENTO?

Devemos fazer notar duas ideias que fazem parte do que é o de


conhecimento. Primeiro, se João sabe que Maria gosta de chocolate (que uma
frase é verdadeira), então tem de acreditar que Maria gosta de chocolate.
Segundo, se João sabe que Maria gosta de chocolate, então Maria tem
realmente de gostar de chocolate. O conhecimento requer tanto a crença quanto
a verdade. Comecemos pela segunda ideia. As pessoas às vezes dizem que
sabem coisas que mais tarde se revelam falsas. Mas isto não é saber coisas que
são falsas, é pensar que se sabem coisas que, de na realidade, são falsas. O
conhecimento tem um lado subjetivo e um lado objetivo. Um fato é objetivo se a
sua verdade não depende de como é a mente das pessoas. É um fato objetivo
que a Serra da Estrela está 2 000 metros acima do nível do mar. Um fato é
subjetivo se não é objetivo. O exemplo mais óbvio de um fato subjetivo é uma
descrição do que acontece na mente de alguém. Se uma pessoa acredita ou não
que a Serra da Estrela está a 2 000 metros acima do nível do mar é uma questão
subjetiva, mas se a montanha tem realmente essa propriedade é uma questão
objetiva. O conhecimento requer tanto um elemento subjetivo como um elemento
objetivo. Para que João conheça algo, esse algo tem de ser verdadeiro e o
sujeito, João, tem de acreditar que esse algo verdadeiro.
Uma das coisas mais dinâmicas e poderosas que alguém pode ter é o
conhecimento. É o conhecimento que promove a mudança no mundo, que
transforma vidas e que faz com que gênios sejam descobertos. Existem várias
formas de conhecimento, dentre elas estão o conhecimento técnico e o
conhecimento prático. Você sabe o que significa cada um deles, querida pessoa?
E como cada um pode contribuir com o crescimento de profissionais e
empresas?
Você sabe qual a diferença entre conhecimento técnico e prático?
Conhecimento prático é aquele adquirido na prática: trata-se do conhecimento
popular obtido por meio das tentativas, erros e acertos. O conhecimento técnico,
por sua vez, está relacionado a um processo de fazer as coisas com
conhecimento obtido por meio da observação e realização de testes.
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O conhecimento prático não obedece a um padrão, sendo que não é


possível estabelecer sua estrutura. O conhecimento técnico, por outro lado, é
baseado na lógica. Enquanto o conhecimento prático tem a finalidade de atender
atividades simples, o conhecimento técnico se subdivide em conhecimento
explícito e tácito.
Um empreendedor tem que estar pronto para qualquer eventualidade,
assim como seus funcionários. O que muitas vezes acontece, porém, é que os
profissionais possuem apenas conhecimento técnico, faltando o conhecimento
prático do dia a dia — que é tão importante quanto a preparação lógica.
Quando há uma fusão destes dois conhecimentos, entretanto, o indivíduo
está pronto para enfrentar o mercado. Imagine, por exemplo, os conhecimentos
de um engenheiro formado, somados com a experiência de um pedreiro — tudo
isso em uma única pessoa.
O conhecimento técnico tem muita importância dentro de uma
organização, e nem mesmo o conhecimento prático pode superá-lo. Esse
conhecimento está nos manuais da empresa e serve como base para
treinamentos. Em termos organizacionais é sempre bom contar com alguém que
possui vasto know-how e que saiba movimentar um setor. Conhecimento é a
relação estabelecida entre sujeito e objeto na qual o sujeito apreende
informações a respeito do objeto. É a atividade do psiquismo humano que torna
presente à sensibilidade ou à inteligência um determinado conteúdo seja ele do
campo empírico ou do próprio campo ideal.
Podemos tentar “traduzir” esta definição nos seguintes
termos: Conhecimento é uma relação que se estabelece entre o sujeito humano
que conhece (sujeito cognoscente) e algum “objeto” passível de ser conhecido
(objeto cognoscível) na qual relação, o sujeito constrói ou produz explicações
significativas sobre o objeto possibilitando-lhe entendimento, esclarecimentos,
compreensão, sobre ele, e indicações de como relacionar-se com o mesmo.
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“Objeto”, aqui, deve ser entendido como qualquer coisa, fato, situação,
aspecto, atitude, ocorrência, etc. que possa ser conhecido (a) pelo ser humano.
Assim podem ser objetos de conhecimento: uma bola, um carro, uma situação
qualquer como um casamento, uma festa de aniversário, uma música, uma
reação química, um fenômeno da natureza, um fato histórico, uma paisagem, o
pôr do sol, a lua, uma emoção, uma operação matemática, a travessia de um rio,
um engano de nossa mente, o nosso próprio pensamento, o nosso próprio
conhecimento, etc.
Para qualquer “objeto de conhecimento” o ser humano busca
explicações, descrições e interpretações. Mas, não só: o conhecimento nos
ajuda na orientação de nossas ações em relação a qualquer um dos objetos
cognoscíveis. Tanto para mantermos nossas maneiras de agir em relação a
eles, quanto para modificarmos estas maneiras de agir, se for o caso.
Este último é um aspecto importante do conhecimento: quanto mais
pessoas puderem ter conhecimentos seguros, melhor elas podem estar
avaliando suas formas de agir e a forma de agir dos outros. Isso lhes dá mais
base para intervir na maneira de funcionar a sociedade, por exemplo.
Cabe ver aí, um aspecto político do trabalho com o
conhecimento: quanto mais pessoas puderem conhecer melhor a realidade,
menos elas poderão ser ludibriadas e mais elas poderão estar participando das
decisões de como as sociedades devem ser organizadas. Como diz a música de
Geraldo Vandré: quem sabe, faz a hora. Não espera acontecer. E quem não
sabe? Vai sempre esperar “acontecer” por parte dos que sabem? Por parte dos
históricos “sabidos” que sempre fazem acontecer na direção dos seus próprios
interesses, sem levar em conta os interesses legítimos de todos?
A luta pelo acesso ao conhecimento e pelo acesso à capacidade cada
vez melhor desenvolvida para produzir conhecimentos seguros é, com certeza,
uma luta política porque envolve a apropriação de um instrumento de poder.
Tudo que encerra possibilidade de poder dentro da sociedade é, por si mesmo,
político. O filosofar é incentivar o debate de ideias. Se o mundo do estudante de
Filosofia é limitado ao texto e ao modo técnico (estrutural) de analisá-lo, a
consequência é distanciar o aluno do filosofar. Mas temos que nos lembrar,
sempre, de que o mundo não é uma sentença para ser colocado entre
parênteses.
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2.1 RESUMO DE FIXAÇÃO:

Antônio era um cara pensativo. Às vezes, saía com os amigos e, no meio


do papo na mesa da lanchonete, começava a pensar em certas coisas e se
esquecia do restante. “Puxa, o que é que estou fazendo aqui? Qual é o sentido
de tudo isso?” Não que essas questões – e muitas outras – tirassem o seu sono
(Antônio era um cara “desencanado”), mas ele se divertia pensando nelas, pois
nunca conseguia chegar a uma conclusão.
Pensar nelas era uma diversão para ele, como conversar com amigos ou,
como para alguns é divertido jogar paciência ou montar um quebra-cabeça. Os
amigos, às vezes, se incomodavam um pouco com isso, mas curtiam demais o
Antônio para implicar com ele. Ficava tudo na brincadeira. Um dia, quando estava
lá, pensativo e distraído, Carlos lhe disse: “Pô, cara! Fica aí no mundo da lua, até
parece que está filosofando!” Antônio pensou “Mas será que isso que eu faço, ficar
pensando com calma nas coisas, é filosofia?”.
A primeira idéia que nos vem à cabeça quando tentamos definir a filosofia
é a de buscar uma razão histórica para sua existência. E como não temos a
intenção de defini-la, nem de localizar precisamente sua origem, preferimos
admitir a filosofia como “ato de filosofar” e, com base nisso, compreender o ho-
mem como um ser situado numa época em que ele se sente perplexo com a
realidade vivida e começa a interrogar-se sobre tal realidade, buscando uma
razão fundamental para tudo o que existe.
O melhor meio de que podemos nos valer para nos aproximarmos da
filosofia são as perguntas. Só que não são perguntas-questão, e sim, perguntas-
problema que, por sua vez, são de caráter reflexivo, ou seja, o pensamento
dentro de uma ação huma- na que permite uma tomada de atitude dos homens
diante dos acontecimentos da vida. Reflexão vem do termo latino reflectere, que
significa “voltar atrás”, ou seja, um repensar detidamente, prestar atenção,
analisar com cuidado e interrogar-se sempre a respeito das opiniões, impressões
e conhecimentos técnico-científicos e do próprio sentido da filosofia. É difícil
precisar o instante exato em que se iniciou a atividade filosófica na História ou
quando as perguntas-problema começaram a ser propostas pelas pessoas em
suas respectivas épocas.
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Para isso, precisaríamos saber em que momento o homem começou a se


questionar sobre si mesmo, sobre os outros homens, sobre o mundo em que vive.
Em suma, teríamos de determinar quando e por que os homens começaram a
pensar mais seriamente e profundamente sobre determinados fenômenos que
perturbavam sua existência. É claro que muitas explicações foram criadas para os
fenômenos naturais que os incomodavam, mas, em certo momento, alguns
começaram a duvidar dessas explicações.
A partir da dúvida, o ato de filosofar ganhou proporções importantes pois,
percebendo as contradições existentes nas diversas explicações dos
acontecimen- tos do mundo, o homem passou a questioná-las e colocá-las em
xeque, buscando respostas mais coerentes e concretas para suas interrogações.
A primeira experiência do ato de filosofar de que temos conhecimento deu-se na
Grécia antiga.
Com o nascimento da pólis, as cidades-estado gregas passaram a
expandir seu poder político, econômico e cultural para outras civilizações. Tal
expansão permitiu o desenvolvimento de aspectos importantes da cultura, das
formas de governo, da participação popular, influenciando o desenvolvimento
intelectual e provocando o surgimento de problemas reais sobre a existência do
cosmo (os gregos chamavam o mundo de kósmos, que significa “ordem, beleza,
harmonia”, em oposição ao caos, a desordem de quando ainda não havia sido
criado o mundo). Nesse momento aparece a figura do filósofo, ou seja, um
“amante da sabedoria”, alguém cujo objetivo é chegar à sabedoria. Por isso, o
pesquisador Jean-Pierre Vernant afirmou que “a filosofia é filha da cidade”.
O filósofo procura desvendar o saber. Não um saber pronto e acabado, mas
um saber que experiencia o não-saber, que faz o movimento da ignorância para o
saber; aquele que busca conhecer algo, que está sempre à procura de respostas e
da constante superação delas, pois a resposta que chega o pensador suscita inúmeras
outras perguntas, por isso, se definiu anteriormente a pergunta filosófica como uma
pergunta-problema.
O ato de filosofar começou a surtir efeito naquelas comunidades primitivas
que freqüentemente recorriam a mitos para explicar os fenômenos não
compreen- didos. O mito, em geral, era – e é até hoje – uma explicação que utiliza
elementos simbólicos e sobrenaturais para nos levar a entender o mundo e dar
sentido à vida, respondendo satisfatoriamente à nossa curiosidade.
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Muitos acreditavam e acreditam em certas explicações mitológicas sem a


fundamentação lógica de um saber racional e sem colocar em dúvida aspectos
dessas crenças. O mito não coloca em dúvida as explicações dadas – são
verdades absolutas a serem cegamente seguidas. Já a filosofia caracteriza-se
por sempre buscar algo a mais, por não se contentar com a primeira explicação
disponível.
A filosofia nasceu e nasce da nossa aspiração de estar em toda parte e,
em qualquer circunstância. É como o ar que respiramos e que nos coloca diante
de questões que exigem “atitudes” para a tomada de certas decisões que
preencham nossas aspirações. É por isso que a filosofia provavelmente jamais
terá fim, embora, em muitos momentos da história, filósofos tiveram a pretensão
de haver alcançado a sabedoria, isto é, o fim da própria atividade filosófica. Mas
tais idéias foram logo questionadas e essa pretensão terminou, seguindo a
filosofia, seu caminho de busca de um saber cada vez mais aprimorado.
Você está percebendo que a filosofia é uma atividade em constante
transformação: ela depende da cenografia de cada época e dos atores que sobem
ao palco (os filósofos) para tentar compreender a cena em que vivem. Desse modo,
é muito difícil definir o que é filosofia, pois ela assume diferentes feições. Para melhor
compreensão do assunto, falaremos um pouco de três grandes figuras do período
clássico grego que viveram entre os séculos 5 e 3 a.C. e de como viveram a
atividade filosófica.

Sócrates
Sócrates foi a figura de maior destaque da filosofia grega clássica. Ele
nada escreveu, mas andava pelas ruas de Atenas conversando com as pessoas.
Gostava de interrogá-las sobre suas crenças, levando-as a perceber o quão
transitórias essas verdades eram.

Platão
Platão foi discípulo de Sócrates e também cidadão ateniense. Era uma
pes- soa inteligente, de família rica, culta e produziu discursos e várias obras
filosóficas. Suas reflexões sobre a pena de morte vigente em Atenas
destacaram-se após a publicação do discurso que fez em defesa de Sócrates,
que havia bebido o cálice de cicuta.
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Platão inventou a forma de fazer filosofia: pegou emprestado de Sócrates o


método da conversação, do diálogo, para expressar suas idéias. Mas,
diferentemente de seu mestre, não ficava pelas ruas conversando com as pessoas,
ele pensava e tentava chegar a idéias cada vez mais perfeitas. Para comunicar
essas idéias aos outros, escrevia-as na forma de diálogo, com vários personagens
conversando entre si e defendendo idéias diferentes. Na maioria de suas obras,
Sócrates era o personagem principal, na boca de quem Platão colocava as idéias
que pretendia demonstrar.

Aristóteles
Aristóteles pertenceu à academia de Platão. Não era ateniense, mas da
cidade de Estagira, sendo filho de um médico-cientista. Sua formação e seu
interesse pela natureza fizeram-no divergir do mestre Platão (que não se
preocupou muito com o mundo dos sentidos), procurando ser também um
estudioso da natureza viva e de seus processos de mudanças e evoluções.
Aristóteles é considerado como aquele que, na cultura grega, organizou,
sistematizou e ordenou as várias ciências. Para Aristóteles, existem três formas
puras de governar o Estado: a monarquia (ou governo de um só), a aristocracia
(ou governo dos “melhores”) e a democracia (ou governo realizado por um
grande número de cidadãos). Segundo ele, essas três formas serão válidas e
justas somente se encontrarem um verdadeiro sentido de organização dos
cidadãos, em que necessidades básicas, como alimentação, trabalho, educação
e família, sejam colocadas no plano de convívio humano e de satisfação das
nossas necessidades vitais de existência, visando à promoção do bem de todos.
Diferentemente de Platão, Aristóteles escrevia na forma dissertativa,
procurando argumentar segundo as leis da lógica, inaugurando a forma pela
qual a escrita filosófica seria conhecida ao longo dos séculos.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO
 Fazer uma pesquisa nos livros de História Antiga sobre a Grécia no
período de surgimento da filosofia (século 7 a.C.) e dos filósofos
estudados nas aulas. Procure perceber as suas características
sociais, políticas e culturais.

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