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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SAO PAULO


aróunãn ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA
AUUKLMUJ REGISTRADO(A) SOB N°

*02602409*
Vistos, relatados e discutidos estes autos de

APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n° 483.123-4/0-00, da Comarca de

ITATIBA, em que são apelantes GARCIA EMPREENDIMENTOS

IMOBILIÁRIOS S/C LTDA e OUTRO sendo apelados ANNA CELESTE

BIANCO CANALE e OUTROS:

ACORDAM, em Primeira Câmara de Direito Privado do

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a

seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, V.U.", de

conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

0 julgamento teve a participação dos

Desembargadores GUIMARÃES E SOUZA (Presidente, sem voto),

PAULO EDUARDO RAZUK e VICENTINI BARROSO.

São Paulo, 06 de outubro de 2009.

LU]JZ AttTâNftOXbfi G O D O Y
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO N° 16643
APELAÇÃO N° 483.123.4/0 - Itatiba
APELANTES Garcia Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. e
Cemitério Parque das Acácias Ltda.
APELADOS Anna Celeste Bianco Canale, Antônio Oliveira de
Sousa, Antônio Zuccon, Carlos André Batista, Elizete da Luz Castro
Haskel, Francisca Storarich de Carvalho, João Carlos Silvano, José
Darci de Morais, José Orlando de Lima, José Soares e Lauer Frigeri

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - Taxa


de manutenção e conservação de jazigo que
permaneceu inalterada desde 1995 - Descabida
a correção monetária tendo-se em conta nove
anos de reajustes, devendo aplicar-se somente o
índice atual - Inteligência do art. 111, do
Código Civil - Comportamento negativo que
implica manifestação de vontade contrária ao
disposto nos contratos - Boa-fé dos
concessionários caracterizada - Recurso
desprovido.

Trata-se de apelação da sentença de fls. 288/293 (declarada a fls. 301)


em que foi julgada procedente "ação de consignação em pagamento" (fls. 2) ajuizada
Anna Celeste Bianco Canale, Antônio Oliveira de Sousa, Antônio Zuccon, Carlos
André Batista, Elizete da Luz Castro Haskel, Francisca Storarich de Carvalho, João
Carlos Silvano, José Darci de Morais, José Orlando de Lima, José Soares e Lauer
Frigeri contra Garcia Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. e Cemitério Parque
das Acácias Ltda., para autorizar o levantamento pelas rés do depósito com força/de
pagamento da anuidade referente ao ano de 2005. Foram as rés condenadas na.
pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios. Inconfora^ádjaV
apelaram as vencidas, sustentando que, a título de taxa de manutenção, deveritfna os

ARTES GRÁFICAS - TJ 41.0035


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autores pagar o valor base de 1995 e 1996 atualizado monetariamente, tendo sido
justa a recusa do valor consignado. Alegaram que, por não terem sido apreciadas
todas as questões alegadas em defesa, poder-se-ia falar, até mesmo, de nulidade da
sentença. Providenciaram os autores o depósito judicial das prestações vincendas.
Oferecidas contrarrazões, foram os autos remetidos a esta Corte.
É o relatório, adotado, quanto ao restante, o da sentença apelada.
Para que se sepulte de vez a questão, de imediato, anota-se que, ao
contrário do que pretende fazer crer as apelantes, a sentença não padece de vicio
algum. Como bem observado pelo Juiz de Direito, não é obrigatório o exame de
todos os fundamentos suscitados pelas partes, se apenas um deles é suficiente para
decidir a lide, nos exatos termos do pedido. Aliás, definitivamente, "Não há
obrigação processual de serem esmiuçados todos os pontos erguidos nos arrazoados
das partes, por mais importantes pareçam ser aos interessados, bastando a
explicitação dos motivos norteadores do convencimento, sobreconcentrando-se no
núcleo das relações jurídico-litigiosas, com suficiência para o deslinde" (Embargos
de Declaração em Recursos Especial n° 39.870 - I a Turma do Superior Tribunal de
Justiça, v. un., Rei. Min. Milton Luiz Pereira, em 14/6/95, DJU de 21/8/95, pág.
25352).
Buscam as apelantes que, conforme a cláusula VI.3 dos contratos de
concessão onerosa de jazigo, sobre o valor da taxa de manutenção e conservação de
jazigos referente a 2005 fosse reconhecida a aplicação de correção monetária desde
1995.
Por sua vez, alegam os apelados que, embora houvesse previsão
contratual de reajuste anual, tal direito jamais teria sido exercido, tendo ar referida
taxa permanecido inalterada por cerca de nove anos, motivo pelo quarsornénte o(
índice de 2004 deveria ser aplicado. De qualquer forma, consideram queTOj^ealuste,
deveria ao menos respeitar a data de celebração de cada contrato. /

Apelação n" 438.123.4/0 - Itatiba - Voto n" 16643

ARTES GRÁFICAS-TJ 41.0035


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Há de se reconhecer que é mesmo injusta a recusa das apelantes em


receber os valores depositados pelos apelados.
Nos termos do art. 111, do Código Civil, "O silêncio importa
anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a
declaração de vontade expressa", certo que "Para que o silêncio opere
juridicamente, é preciso, consoante as conclusões de Serpa Lopes: a) a manifestação
da vontade mediante um comportamento negativo; b) que as circunstâncias sejam
concludentes; c) que a parte tenha o dever ou obrigação, bem como a possibilidade
de falar; d) a convicção da outra parte de haver no comportamento negativo uma
direção inequívoca e incompatível com a expressão da vontade oposta. Há, portanto,
exigência de boa-fé bilateraV (Nestor Duarte, Código Civil Comentado, Ministro
Cezar Peluso coord., São Paulo, Manole, 2007, pág. 85).
É esta a hipótese dos autos. O comportamento negativo das apelantes
implicou manifestação de vontade contrária ao disposto nos contratos. Nem se diga
ter havido má-fé por parte dos apelados, já que o caso é de evidente desídia das
apelantes.
Assim, outra conclusão não há senão aquela exarada na sentença: "se
o valor é R$ 80,00, o reajuste deve ser a variação do último ano e não a somatória de
todos os anos que, por desídia ou desnecessidade, deixou de aplicar./ Ora, se por
nove anos a contratante não reajustou o valor das anuidades porque não quis, não é
justo impor aos cessionários o reajuste cumulativo de todo o período de uma só vez e
ainda alterar unilateralmente a forma de pagamento" (fls. 29 W
Nessas circunstâncias, nega-se Brrjwus«ínjto ao recurso.

LUI^NTCWWDJE OQDOY

Apelação n" 438.123.4/0 - Itatiba - Voto n" 16643

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