Sie sind auf Seite 1von 1

Para Espinoza, a vida é um conjunto de singularidades que se unem em busca de um somatório de potencias “A multidão é composta de um conjunto de singularidades, e como

e singularidades, e como singularidades e com singularidades queremos nos


para se manterem, para Negri, esse conjunto de singularidades forma a MULTIDÃO, cujo maior poder está na
comunicação entre essas singularidades. referir aqui a um sujeito social cuja diferença não pode ser reduzida e uniformidade, uma diferença que se mantém dife-
No mundo contemporâneo, construímos forças de trabalho e lutas sociais em estruturas cooperativas e descen- rente.(...) a multidão embora múltipla não é fragmentada, anárquica ou incoerente.”NEGRI
tralizadas, as relações não são mais de grandes massas homogêneas buscando uma mudança estrutural, mas
de pequenas células que em comunicação formam redes de produção. Sendo assim, devemos repensar que “A rigor a pólis não é a cidade –estado em sua localização física: é a organização da comunidade que resulta do agir e falar
novas espacialidades podem ser produzidas de forma a potencializar esse novo sistema de redes de trabalho e conjunto, e seu verdadeiro espaço situa-se entre as pessoas que vivem juntas com tal propósito, não importa onde este-
relações sociais que surgem.
jam. ”ARENDT. “Os pobres são fortemente ativos na esfera comunicacional ” SANTOS, Milton
Surge assim a proposta de uma intervenção no complexo da maré que traga a Maré para dentro de si, e que
leve a maré para o mundo.

Partindo disto encontramos , como já demonstrado no trabalho redes na Maré - arquitetura na produção do

DO LOCAL
capital cognitivo , a produção de comunicação como sendo a grande ferramenta de visibilidade possivel de ser
implementada e utilizada como potencialidade para o complexo da maré.
das de um a da
Sendo assim o projeto parte de duas estratégias: inserir equipamentos urbanos que produzam o interesse da
população em estar no local, e somados a tais equipamentos uma estrutura onde possa valorizar ações estra-
tégicas de produção e visibilidade do complexo da maré, proporcionando o uso a diversas singularidades, or-
ganizadas em diversos núcleos de relações sociais; onde“o que precisamos, portanto, entender é a inteligencia
coletiva que pode surgir da comunicação e da cooperação dentro de uma mutiplicidade tão variada” (NEGRI,
2004). MULTIMÍDIA
O trabalho em arquitetura, não deve voltar-se apenas para
o povo como o povo é , mas para o povo como o povo pode
vir a ser, sendo assim um trabalho biopolítico na medida
em que seu produto é para a vida.
Em contraponto a comunicação da indústria cultural e da Desde o seu princípio, a arquitetura esteve ligada ao poder
JORNAL POPULAR COMUNICAÇÃO CRÍTICA
mídia de massa, vemos surgir com o advento das organiza- e sua representação no mundo. Hegel busca como o
ções em rede como formas dominantes de organização princípio mais remoto da arquitetura a habitação e o
uma nova forma de relação e produção de comunicação templo, caracterizando-os como meios com vista a uma
descentralizada. exteriorização do homem. A habitação é a necessidade e o

TEATRO E BAILE
templo o desejo de transcendencia.

DE
As organizações em redes nos permitem através da dis-
solução de uma centralidade única e hierárquica produzir O homem se relaciona com o espaço como formador de

ADE DO RI O JANEI
D R
sem líderes, a partir de redes e células ou mesmo da ação vivência espacial, o espaço é produzido e está em constante
individual coralizada. produção como um sistema de relações sociais que constro-

A CI O
M
em seu significado.

O
Através das hipermídias o usuário é ao mesmo tempo
divulgador ,produtor, questionador das informações, po- O espaço está além de suas questões técnico-funcionais,
CINECLUBISMO XO C
E
dendo constituir um verdadeiro campo de militância, con- visto haver questões relativas a construção de uma subje-
struindo blogs, sites, redes sociais, webradios, por onde tividade que devem ser consideradas. O caráter simbólico

MP L
O
podem ser divulgados para o mundo toda uma produção do projeto é a exteriorização de um discurso onde o espaço
cultural que antes não teria acesso aos espaços de divulga-
ção das mídias tradicionais.
é a síntese entre os aspectos objetivos e subjetivos da vida,
os afetos que trarão ao espaço um determinado sentido.
DO C
A arquitetura como discurso de contra-poder pode se ropor

EXÃO
N
Fred Evans cita que a internet ajudou a perceber que as um estranhamento em relação a visão da cultura de assas,
comunidades são trocas dialógicas entre vozes, e que essas possibilitando constituir-se como um objetivo representativo

DE CO
LI NHA AMARELA - PONTO
ressoam umas nas outras. Nesse ressoar que constrói as da multidão mas deve realizar-se pelos processos constituí-
subjetividades que formam as culturas habita o que Negri dos por ela. Como arte deve expressar este conteúdo não
denomina de inteligencia negando sua relação intrínseca com a forma, como já cita-
de enxame, uma forma de inteligencia cuja organização se va Adorno. Não podemos negar a estética da forma, assim
baseia fundamentalmente na comunicação em redes. como não podemos negar que a arte deve abranger não só
a consciência mas o sentimento dos homens.

COMÉRCIO PRODUÇÃO GRÁFICA


No mundo contemporâneo as redes sociais virtuais possi-
bilitam ao homem a construção de vínculos sociais para A favela não é um espaço de luta contra um poder por uma
além dos limites físicos, constituindo assim uma nova lei- nova cartilha, por uma nova organização social. O desejo
tura espacial, o espaço de fluxos apresentado por Castells, hegemônico hoje não só na favela, mas no mundo não é

RÁDIO COMUNITÁRIA
para Castells as redes virtuais surgem como complemen- necessariamente o de construir uma sociedade nova, mas
tares as relações espaciais físicas por permitirem transpas- afirmar-se como representatividade de poder dentro da
sar os limites do espaço-tempo, visto que hoje um conjunto mesma. Lembramo-nos que dentro de um processo de
de informações pode atravessar continentes de forma guerra global, a luta de forças deixa os locais mais oprimi-

ESPAÇOS DE CONVERSAÇÃO HABITAÇÃO


AO GLOBAL
instantânea. dos como um ponto a parte, cujos desejos destes se espel-
ham em ser como os das classes que os oprimem.
“Pegando carona nessa onda tecnológica, os comunitários,
sem deixar de lado a tradição, têm novos planos para po- A favela carioca contemporânea já não é mais o espaço
tencializar e disseminar as informações da Maré. Para o homogêneo da pobreza das habitações provisórias da falta
próximo semestre “O Cidadão” estará lançando seu pri- de forças produtivas, mas sim é o retrato de uma multiplici-
meiro site e pretende formar uma lista com os números de dade de singulares cuja identidade é representada não
celulares de moradores e não moradores para receberem apenas pelas condições econômicas, mas primeiramente
via SMS informações do bairro.” - Viviane Oliveira - pela ausência da ação do estado, a favela é representada
www.vivafavela. pelo que não é. Apesar de ser uma multiplicidade, é como
org - vila do joão conjunto de favelas da maré 06/2010 . comunidade que a favela ganha espaço e consegue compe-
tir por bens políticos, sociais e econômicos.

ADVERTÊNCIA

O trabalho aqui apresentado é livre de toda estrutura do mercado


cultural, qualquer tipo de reprodução, utilização ou pirataria do ma-
terial aqui contido é totalmente incentivado pelo autor, que entende
que qualquer produção intelectual não é formada a esmo mas parte
de todo um processo cognitivo.

O trabalho a seguir está sob licença do creative commons, onde é


permitida a sua utilização parcial e total, remixagem citação, desde
que cite a autoria e desde que não seja utilizado para fins lucrativos.

A MARÉ FALA – ARQUITETURA PRODUZINDO COMUNICAÇÃO


TFG -2010-02
al. Rodrigo Bertamé
orientador:Solange Carvalho

Das könnte Ihnen auch gefallen