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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL
DECEENG - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA – CAMPUS PANAMBI

JONATAS FRITZ

SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO POR AGENTES LIMPOS:


INSTRUMENTAÇÃO E PROJETO

PANAMBI / RS
2015
JONATAS FRITZ

SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO POR AGENTES LIMPOS:


INSTRUMENTAÇÃO E PROJETO

Trabalho de Conclusão de Curso, para a


obtenção do Título de Engenheiro
Mecânico pela Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
– UNIJUÍ.

Professor Orientador: Prof. Me. Roger Schildt Hoffmann.

PANAMBI / RS
2015
JONATAS FRITZ

SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO POR AGENTES LIMPOS:


INSTRUMENTAÇÃO E PROJETO

Trabalho de Conclusão de Curso, para a


obtenção do Título de Engenheiro
Mecânico pela Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
– UNIJUÍ.

Professor Orientador: Prof. Me. Roger Schildt Hoffmann

Banca Examinadora

_____________________________
Prof. Me. Roger Schildt Hoffmann
Professor Orientador/Unijuí

_____________________
Prof. Manfred Litz
Docente Unijuí

Panambi/RS, 18 de novembro de 2015.


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aоs meus pais Nelson e Ana, as minhas irmãs Tatiane
e Tainara, a minha esposa Catiúsca, as minhas filhas Eduarda e Manuela е a todos
os demais familiares que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para
qυе еυ chegasse аté esta etapa dе minha vida.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por tornar tudo possível.


A meus familiares por estarem comigo e me apoiarem em todos os
momentos de minha vida.
Aos professores pelas orientações e por desprenderem do seu tempo para
auxiliar na elaboração da pesquisa.
A todos aquele que de alguma forma contribuíram para a realização deste
trabalho, dando a real importância aos assuntos discutidos.
RESUMO

No atual estágio tecnológico, sistemas fixos proteção contra incêndio por


agentes limpos se tornaram a melhor alternativa, para proteger ambientes que
alocam equipamentos de alto valor agregado, pois os agentes limpos são fluídos
que além de combater o fogo com eficiência, não conduzem eletricidades, não são
corrosivos, não poluem o meio ambiente, não danificam equipamentos, e não
deixam resíduos após seu uso, permitindo um rápido reinício das atividades do local.
O presente trabalho tem por objetivo principal o desenvolvimento de um projeto de
engenharia de um sistema fixos de proteção contra incêndio por agentes limpos,
para a sala do Data Center da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do
Sul (UNIJUI). O que motivou este estudo foi a necessidade de prevenir e combater,
com eficiência, incêndio em locais onde há o armazenamento e processamentos de
informações, que são locais de extrema importância, pois danos causados pelo fogo
nestes ambientes podem significar a paralisação das atividades, prejuízos materiais
de elevada monta e perda de informações vitais para as instituições e empresas. No
trabalho primeiramente será apresentando uma revisão bibliográfica sobre o tema
em estudo. Num segundo momento serão apresentados os principais componentes
do sistema, posteriormente será apresentada a metodologia seguida para a
elaboração do projeto. E por fim será realizado o dimensionamento do sistema em
questão.

Palavras-chave: Agentes limpos, proteção, incêndio, projeto, sistema fixo,


ABSTRACT

In the current technological stage, fixed systems fire protection for clean
agents have become the best alternative to protect environments that allocate high-
value equipment, because clean agents are fluids that in addition to fighting the fire
efficiently, do not lead electricity, not are corrosive, do not pollute the environment,
they do not damage equipment, and leave no residue after use, allowing rapid
resumption of site activities. This work has as its main objective the development of
an engineering project of a fixed system of fire protection for clean agents to the data
center room of the Regional University of Rio Grande do Sul Northwest (UNIJUI).
What motivated this study was the need to prevent and combat with fire efficiency in
places where there is the storage and processing of information, which are places of
extreme importance because damage caused by fire in these environments may
mean the interruption of activities, high material losses assembles and loss of vital
information. The work will be primarily presenting a literature review on the subject
under study. Secondly will present the main components of the system will be later
presented the methodology used for the preparation of the project. And finally there
will be the sizing of the system in question.

Keywords: Clean agents, protection, fire, design, fixed system


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tetraedro do fogo ............................................................................................... 20


Figura 2 – Transferência de calor por condução .............................................................. 22
Figura 3 – Fluxo de calor por convecção ........................................................................... 23
Figura 4 – Transferência de calor por convecção ............................................................ 23
Figura 5 – Transferência de calor por ondas de irradiação ............................................ 24
Figura 6 – Transferência de calor por irradiação .............................................................. 24
Figura 7 – Curva temperatura x tempo de um incêndio .................................................. 26
Figura 8 – Curva de evolução de um incêndio celulósico ............................................... 27
Figura 9 – Métodos de extinção do fogo: (a) resfriamento, (b) abafamento, (c)
isolamento e (d) química. ..................................................................................................... 29
Figura 10 - Isolamento obtido por parede corta-fogo....................................................... 40
Figura 11 - Extintor de incêndio portátil do tipo ABC ....................................................... 41
Figura 12 – Critério para instalação de extintores de incêndio portáteis ...................... 42
Figura 13 - Elementos e componentes do sistema de hidrantes e mangotinhos ....... 44
Figura 14 – Esquema de um sistema de hidrantes e mangotinhos .............................. 45
Figura 15 – Subsistema de distribuição de um sistema de hidrantes e mangotinhos 45
Figura 16 - Elementos do sistema de chuveiros automáticos ........................................ 47
Figura 17 - Chuveiro automático ......................................................................................... 48
Figura 18 - Sistema fixo de proteção contra incêndio por gases ................................... 49
Figura 19– Cilindro de armazenamento ............................................................................. 52
Figura 20– Válvula do cilindro ............................................................................................. 53
Figura 21 - Modelos de difusores, 90°, 180° e 360°. ....................................................... 56
Figura 22 – Área de ação dos difusores modelos 360°, 180° e 90°.............................. 57
Figura 23 – Área de ação dos detectores de fumaça pontual........................................ 58
Figura 24 – Sistema de detecção, alarme, atuação e controle ...................................... 59
Figura 25 – Atuador Elétrico da Válvula............................................................................. 60
Figura 26 – Atuador Manual da Válvula ............................................................................. 61
Figura 27– Layout de um sistema de supressão incêndio por agente limpo ............... 61
Figura 28 – Fluxograma para o desenvolvimento do projeto ......................................... 62
Figura 29 - Condições de distribuição da rede de distribuição ...................................... 67
Figura 30 – Planta baixa do ambiente a ser protegido .................................................... 76
Figura 31 – equipamentos eletrônicos ............................................................................... 77
Figura 32 - Layout da rede de distribuição. ....................................................................... 79
Figura 33– dimensões do cilindro de armazenamento.................................................... 80
Figura 34– Croqui da rede de distribuição......................................................................... 83
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Agentes abordados na NFPA 2001 ................................................................. 32


Tabela 2– Valores de NOAEL e LOAEL ............................................................................ 35
Tabela 3– Principais gases inertes ..................................................................................... 37
Tabela 4– Principais gases ativos....................................................................................... 38
Tabela 5 - Tipos de sistemas de hidrantes e mangotinhos ............................................ 43
Tabela 6– Capacidade de armazenamento de diferentes cilindros .............................. 51
Tabela 7 - Diâmetro do tubo vs. Vazão .............................................................................. 55
Tabela 8 - Concentrações mínimas de projeto e extinção das chamas ....................... 65
Tabela 9- Valores de W/V do agente limpo Novec™ 1230 (FK-5-1-12).. .................... 70
Tabela 10– Fatores de correção devido aos n° de T ....................................................... 72
Tabela 11– Fatores de correção devido altitude .............................................................. 72
Tabela 12– Dimensões internas dos ambientes............................................................... 75
Tabela 13– Dados dos volumes dos ambientes ............................................................... 78
Tabela 14– Vazão mássica na rede de distribuição ........................................................ 83
Tabela 15– Dimensionamento da rede de distribuição ................................................... 84
Tabela 16– Lista de materiais .............................................................................................. 85
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
1.1 Justificativa do Tema em Estudo......................................................................... 12
1.2 Objetivos ............................................................................................................. 14
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 14
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 14
1.3 Metodologia......................................................................................................... 15
1.4 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 16
2 REVISÃO BIBIOGRÁFICA ............................................................................... 18
2.1 A Dinâmica do Fogo ........................................................................................... 18
2.1.1 Definição de Fogo........................................................................................... 18
2.1.2 Definição de Incêndio ..................................................................................... 18
2.1.3 Transformações Químicas e Físicas Decorrentes do Fogo ............................. 19
2.1.4 Elementos Componentes do Fogo .................................................................. 19
2.1.5 Temperaturas Características .......................................................................... 20
2.1.6 Propagação do Fogo ....................................................................................... 21
2.1.7 Classes do Fogo/Incêndio ............................................................................... 25
2.1.8 Fases de Desenvolvimento do Fogo ............................................................... 26
2.1.9 Métodos de Extinção do Fogo ........................................................................ 28
2.1.10 Agentes Extintores .......................................................................................... 29
2.2 Agentes Limpos ................................................................................................... 31
2.2.1 Potencial de Agressão à Camada de Ozônio – ODP. ..................................... 33
2.2.2 Potencial de aquecimento global – GWP ....................................................... 33
2.2.3 NOAEL (No Observed Adverse Effects Level) ............................................... 34
2.2.4 LOAEL (Lowest Observed Adverse Effects Level) ........................................ 35
2.2.5 Classificações dos Agentes Limpos................................................................ 36
2.3 Sistemas de Proteção Contra Incêndio ................................................................ 39
2.3.1 Sistemas de Extintores de Incêndios............................................................... 40
2.3.2 Sistemas de Hidrantes e Mangotinhos ............................................................ 43
2.3.3 Sistema de Chuveiros Automáticos ................................................................ 46
2.3.4 Sistemas Fixos de Gases ................................................................................. 48
3 COMPONENTES DO SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIO POR AGENTES LIMPOS ........................................................................ 50
3.1 Cilindro................................................................................................................ 50
3.2 Válvula do Cilindro ............................................................................................. 52
3.3 Tubos e conexões ................................................................................................ 54
3.4 Difusores ............................................................................................................. 56
3.5 Detectores, Atuadores, Alarme e Central de Controle ........................................ 57
3.6 Configuração do sistema fixo de proteção contra incêndio por agentes limpos . 61
4 METODOLOGIA DE PROJETO ...................................................................... 62
4.1 Visita ao Ambiente .............................................................................................. 63
4.2 Verificação da Viabilidade .................................................................................. 63
4.2.1 Viabilidade Técnica ........................................................................................ 63
4.2.2 Viabilidade Econômica ................................................................................... 64
4.3 Coleta de Dados Principais.................................................................................. 64
4.4 Decisões de Projeto ............................................................................................. 64
4.5 Projeto Básico...................................................................................................... 66
4.6 Cálculos de Projeto .............................................................................................. 67
4.6.1 Cálculo da quantidade de agente limpo .......................................................... 67
4.6.2 Cálculo do volume de agente limpo ............................................................... 69
4.6.3 Cálculo da vazão mássica do agente ............................................................... 70
4.6.4 Cálculo da vazão volumétrica do agente ........................................................ 71
4.6.5 Fatores de correção ......................................................................................... 71
4.6.6 Dimensionamento da rede de distribuição ...................................................... 73
4.7 Projeto Executivo ................................................................................................ 73
5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 74
5.1 Visita ao Ambiente a ser Protegido ..................................................................... 74
5.2 Verificação das Viabilidades ............................................................................... 75
5.3 Coleta de Dados Principais.................................................................................. 75
5.4 Decisões de Projeto ............................................................................................. 77
5.5 Projeto Básico...................................................................................................... 78
5.6 Cálculos do Projeto ............................................................................................. 79
5.6.1 Cálculo da quantidade de agente limpo .......................................................... 79
5.6.2 Cálculo do volume de agente limpo ............................................................... 81
5.6.3 Cálculo da vazão mássica do agente ............................................................... 81
5.6.4 Cálculo da vazão volumétrica do agente ........................................................ 82
5.6.5 Fatores de correção ......................................................................................... 82
5.6.6 Dimensionamento da rede de distribuição ...................................................... 82
5.7 Projeto Executivo ................................................................................................ 84
5.7.1 Lista de Material ............................................................................................. 84
5.7.2 Inspeção e manutenção do sistema ................................................................. 85
CONCLUSÃO.................................................................................................................. 88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 90
ANEXO A – MEMORIAL DESCRITIVO DO SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO
CONTRA INCÊNDIO POR AGENTE LIMPO .......................................................... 92
ANEXO B – PLANTA BAIXA (Disposição do Sistema Fixo de Proteção Contra
Incêndio Por Agentes Limpos) ....................................................................................... 98
ANEXO C – VISTA DO CORTE AA............................................................................ 99
ANEXO D - VISTA ISOMÉTRICA DO SISTEMA INSTALADO NO AMBIENTE
A SER PROTEGIDO .................................................................................................... 100
11

1 INTRODUÇÃO

O fogo foi a maior conquista do ser humano na pré-história, sendo sua


utilização imprescindível para a sobrevivência de nossos antepassados pré-
históricos. Quando controlado o fogo pode trazer vários benéficos ao homem, como
preparo de alimentos, aquecimento, e é imprescindível em vários processos
industriais, como a fabricação do aço, fabricação do vidro, geração de vapor, entre
outros.
O problema ocorre quando o fogo escapa ao controle do homem e assume a
dimensão de um incêndio, mesmo que em sua fase inicial, descaracterizando-se dos
propósitos esperados, gerando medo e destruição. Quando isso acontece é
necessário a intervenção imediata de um sistema ou equipe com capacidade técnica
que impeça a sua propagação.
O mundo tem enfrentado ao longo da história diversas tragédias ligadas a
incêndios, onde muitas vidas foram ceifadas, muitos patrimônios foram destruídos
pelas chamas, trazendo perdas e prejuízos inestimáveis à sociedade.
Segundo Pereira (2009), os incêndios resultam em transtornos sociais
significativos, cerca de 20% das organizações atingidas pelo fogo desaparecem
definitivamente. Outras consequências são; o desemprego das pessoas que
exerciam atividade laboral nestas organizações, a restrição da vida social e laboral
das pessoas vítimas de queimaduras e o longo período de tratamento das mesmas.
Na área patrimonial, incêndio em lugares que possuem documentos e dados
importantes como bibliotecas, museus, órgãos públicos, bancos e outros locais do
gênero, além de causar prejuízo, podem gerar uma perda irreparável.
Quando se deseja combater incêndios em locais que possuem objetos de
alto valor agregado como Data Centers, salas de controle, centrais telefônicas,
laboratórios, bibliotecas e museus, têm que se pensar em substâncias extintoras
(agentes extintores), que além de combater o fogo com rapidez e eficácia, possam
também, minimizar a interrupção de serviços e o tempo de parada após o fogo, ou
seja, que não deixe resíduos e que não provoque destruição no ambiente protegido
após seu uso. Estas características são apresentadas pelas agentes extintores
classificados com limpos, que são substâncias extintoras que combatem o fogo com
eficiência, não danificam equipamentos e não deixam resíduos após seu uso.
12

Portanto, neste trabalho será abordado sobre o sistema fixo de proteção


contra incêndio por agentes limpos, suas principais características e os benefícios
da instalação deste sistema, para proteção das pessoas e do patrimônio.

1.1 Justificativa do Tema em Estudo

O mundo tem enfrentado ao longo da história diversas tragédias ligadas a


incêndios, onde muitas vidas foram ceifadas, muitos patrimônios foram destruídos
pelas chamas, trazendo perdas e prejuízos inestimáveis à sociedade.
Com isso, a necessidade de conhecer e prevenir o incêndio fez surgir o
conceito de Segurança contra Incêndio (SCI), que tem por objetivos primordiais a
proteção à vida humana e ao patrimônio.
Conforme Seito et al. (2008), internacionalmente, a SCI é encarada como
uma ciência, portanto uma área de pesquisa, desenvolvimento e ensino, e um
problema que merece investimentos pesados para diminuir as perdas devido a
incêndios.
Segundo Pereira (2009), os estudos relacionados à SCI devem ser
fundamentados em princípios fundamentais da física, química e matemática,
atuantes na origem do problema, ou seja, o fogo.
Conhecendo a dinâmica do fogo em todos os seus aspectos, como causas,
formação, consequências, pode-se buscar subsídios para a formulação de novos
produtos, processos e sistemas relacionados às atividades de prevenção, proteção e
combate a incêndio.
Estudando o fogo, descobriu-se também que nem todos os incêndios são
iguais e nem todos podem ser tratados da mesma maneira. Cada situação exige
uma maneira diferente para prevenir, proteger e combater incêndios. Um exemplo
disto é que para cada situação de fogo exige um tipo diferente de agente extintor. Os
agentes extintores são substâncias utilizadas em equipamentos ou sistemas de
proteção contra incêndio, cuja função é a extinguir o fogo.
Segundo Heldt (2014), o agente extintor mais apropriado para cada tipo de
incêndio depende do material que está queimando e o local onde a combustão está
ocorrendo, pois o uso de substâncias extintoras inadequadas pode aumentar o fogo,
causar danos a equipamentos e materiais que se deseja proteger ou ainda colocar
em risco a vida e a saúde de seu operador.
13

A água sempre foi uma das melhores formas de se combater incêndios, mas
à medida que a civilização foi se modernizando, surgem também novos materiais,
processos industriais, novos combustíveis, sistemas de informação, obrigando o
desenvolvimento de substâncias extintoras mais modernas, e com características
diferentes.
Com o avanço tecnológico, surge também a automação de sistemas de
informação, que utilizam computadores para o processamento de informações,
como em bancos, universidades, companhias de processamentos de dados, etc.
Incêndios nestes locais, além de causarem vitimas, podem causar a interrupção de
serviços, gerando prejuízos sociais e econômicos incalculáveis. Com isso, há a
necessidade de investir em segurança contra incêndio, buscando alternativas
eficientes, que possam prevenir e combater incêndio no menor tempo possível, caso
ele venha a acontecer.
Em maio de 2008, um problema elétrico na empresa americana de Data
Center The Planet causou um incêndio, atingindo o provedor da empresa,
provocando a parada de seu sistema e consequentemente as atividades da
empresa, afetando aproximadamente nove mil servidores e 7500 clientes.
No Brasil, um princípio de incêndio no Data Center da empresa Telefônica,
paralisou as operações da empresa, afetando milhares de pessoas.
Prevenir e combater incêndio em locais onde há o armazenamento e
processamentos de informações, além de proteger a vida das pessoas que ali
exercem suas atividades, protegem também a organização, pois danos causados
nestes ambientes podem significar a paralisação das atividades, prejuízos materiais
de elevada monta e perda de informações vitais.
A pesquisa por novas alternativas fez surgir recentemente o conceito de
agentes limpos, que são agentes extintores que apresentam as seguintes
características: não conduzem eletricidade, não prejudicam aparelhos eletrônicos,
não deixam resíduos, não requerem limpeza após uso o que permite rápido retorno
ás atividades operacionais, são eficazes, seguros para as pessoas e para o meio
ambiente.
Segundo Seito et al. (2008), no atual estágio tecnológico, os sistemas de
proteção contra incêndio por agentes limpos se tornaram a melhor alternativa, em
ambientes que alocam equipamentos de alto valor agregado, pois não conduzem
eletricidades, não são corrosivos, não poluem o meio ambiente, não danificam
14

equipamentos, sendo que após sua atuação é necessária somente uma adequada
ventilação no ambiente para o reinício das atividades no local.
Com isso, o sistema fixo de proteção contra incêndio por agentes limpos,
pode ser considerado, com uma técnica da área de proteção contra incêndio, criada
recentemente, que além de combater o fogo com rapidez e eficácia, possam
também:
- Salvar vidas;
- Proteger o patrimônio e equipamentos de alto valor;
- Minimizar a interrupção de negócios e o tempo de parada após o fogo;
- Prevenir-se de resíduos derivados do fogo proporcionando limpeza rápida;
- Minimizar a área requerida para instalação do sistema.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é realizar um estudo sobre sistemas fixos de


proteção contra incêndio por agentes limpos, elaborando um projeto de engenharia
do referido sistema, para sala do Data Center da Universidade Regional do Noroeste
do Rio Grande do Sul (UNIJUI), utilizando uma metodologia de projeto.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos propostos neste trabalho são:


- Divulgar as principais características do sistema;
- Comparar o método de extinção de incêndio por agente limpos, com os
demais agentes extintores existentes;
- Listar os componentes do sistema e suas funções;
- Apresentar os cálculos de dimensionamento do sistema;
- Seguir uma metodologia de projeto;
- Contribuir de maneira técnica na melhoria da segurança contra incêndio na
sala do Data Center da Universidade;
- Difundir o conceito de segurança contra incêndio na Universidade.
15

1.3 Metodologia

A forma de abordagem teórica utilizada na pesquisa foi o método de


abordagem dedutiva (do geral para o específico), partindo do conhecimento do fogo,
sua dinâmica (princípios físicos e químicos atuantes), partindo para a área da
segurança contra incêndio, demonstrando os meios de prevenção e proteção contra
incêndio, até a elaboração do projeto de um sistema de proteção contra incêndio por
agentes limpos.
As técnicas de pesquisa utilizadas para elaboração do trabalho foram:
- Revisão bibliográfica;
- Consulta de Normas especificas;
- Consulta com empresas especializadas na área sistema de proteção por
agentes limpos.
Para a elaboração deste trabalho foram utilizadas algumas obras da área da
SCI, as quais apresentam informações importantes sobre o tema em questão.
Dentre esta obras serão apresentados trabalhos acadêmicos, obras literárias,
artigos, manuais e normas regulamentadoras.
Como fonte de consulta principal, para a elaboração do projeto foi utilizada a
Norma NFPA 2001 – Padrão em sistemas de extinção de incêndio por agente limpo
(Standard on clean agent fire extinguishing systems), que é um dos mais completos
trabalhos referente aos agentes limpos, pois abrange todos os tipos de agentes
limpos, seus parâmetros de utilização, regulamentos e padronizações de uso e
definiu regras mais rígidas para proteção de pessoas e do meio ambiente.
A Norma NFPA 2001, edição 2012, mostra as principais especificações
técnicas dos agentes limpos, a padronização para implantação de sistemas,
limitações de projetos e quais os riscos de incêndios a ser atendido. A Norma
apresenta também algumas formas de cálculos para o dimensionamento de
sistemas, referente à concentração do agente de acordo com a área a ser protegida.
Nesta Norma são padronizados os requisitos para os equipamentos utilizados em
sistema de proteção contra incêndio.
Como os sistemas de supressão de incêndio por agentes limpos são uma
técnica recentemente criada na área de SCI, no Brasil ainda não foram formuladas
normas regulamentares para estes tipos de sistemas. Os órgãos responsáveis pela
fiscalização de sistemas contra incêndio no Brasil determinam que para a
16

implantação de sistema que utilizam agentes limpos devem seguir padrões definidos
pela NFPA-2001. O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo possui a Instrução
Técnica nº 26/2011 (IT 26/2011), a qual estabelece algumas exigências para as
instalações de sistemas fixos de gases para combate a incêndio em edificações e
áreas de riscos daquele Estado, sendo usado como modelo para outros estados, o
que é o caso do Rio Grande do Sul.
Seito et al. (2008), apresenta uma das maiores obras literárias brasileira,
referente à SCI, que serve de base para estudos nessa área. O livro é resultado do
esforço consagrado de vários profissionais da área de segurança contra incêndio. A
Obra descreve os principais sistemas de proteção contra incêndio, bem como suas
características. Apresenta um capítulo destinado aos agentes extintores gasosos,
abordando as principais característica e aplicações dos agentes limpos, não tendo
como objetivo ensinar a projetar, calcular ou instalar sistemas fixos de agentes
limpos, mas sim, apresentar os fundamentos da norma NFPA 2001, auxiliando no
seu entendimento e aplicação.
Brentano (2010), apresenta os principais tipos de sistemas de proteção
contra incêndio nas edificações, entre eles o sistema por agentes limpos. O livro
demonstra a importância da preocupação com a proteção contra incêndio desde o
início do projeto arquitetônico. Apresenta também, com detalhamento, os materiais,
dispositivos e equipamentos utilizados, na instalação de sistemas contra incêndios,
bem como suas formas de utilização, posicionamento, inspeções, testes e
manutenção. A obra apresenta também cuidados, observações e comentários sobre
normas e leis da área de prevenção de incêndios.
Dias (2011), propõe em seu trabalho uma metodologia de projeto para
instalação de sistema de supressão de incêndio com agentes limpos. A autora
descreve através de um fluxograma todos os passos a serem seguidos pelo
projetista para dimensionar e projetar o sistema, bem como cálculos, fatores de
correção, limites de projeto, seguindo padrões especificados pela norma NFPA 2001
e valores tabelados necessários para elaborar um projeto de sistema de combate a
incêndio que utiliza agente limpo, além de listar todos os documentos necessários
para produção de um projeto executivo.

1.4 Estrutura do Trabalho


17

O trabalho está estruturado em cinco capítulos, onde no primeiro capítulo é


feito uma introdução sobre o tema em estudo, bem como são apresentados os
objetivos do trabalho.
No segundo capítulo é realizada uma revisão bibliográfica em relação ao o
tema abordado, iniciando pela dinâmica do fogo, seguindo para os conceitos que
envolvem a segurança contra incêndio, até uma abordagem aprofundada sobre os
agentes limpos.
No terceiro capítulo são apresentados os componentes de um sistema fixo
de proteção contra incêndio por agentes limpos. No quarto capítulo é apresentada a
metodologia de projeto seguida para o desenvolvimento do projeto de engenharia.
No quinto e último capítulo foi apresentado um estudo de caso, referente ao
desenvolvimento do projeto do sistema fixo de proteção contra incêndio por agentes
limpos para a sala do Data Center da Universidade.
18

2 REVISÃO BIBIOGRÁFICA

2.1 A Dinâmica do Fogo

Os estudos relacionados à Segurança Contra Incêndios devem ser


fundamentados em princípios fundamentais da física, química e matemática,
atuantes na origem do problema, ou seja, o fogo. (PEREIRA, 2009).
Conhecendo a dinâmica do fogo em todos os seus aspectos, como causas,
formação, consequências, pode-se buscar subsídios para a formulação de novos
produtos, processos e sistemas relacionados às atividades de prevenção, proteção e
combate a incêndio.

2.1.1 Definição de Fogo

Segundo Brentano (2010), o fogo é uma reação química, que ocorre com a
oxidação rápida do material combustível com o ar, provocada por uma fonte de
calor, que gera chama, libera calor, emite fumaça, gases e outros resíduos.
O fogo pode ser denominado também como combustão, que é uma reação
exotérmica que consiste na combinação de material combustível com o comburente
(oxigênio do ar), que quando ativado por uma fonte de calor (chama, fagulha ou
contato com uma superfície aquecida), inicia uma reação química, ou seja, o fogo,
(BRENTANO, 2010).
A Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) n° 13860 da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conceitua o fogo como sendo um processo
de combustão caracterizado pela emissão de luz e calor.

2.1.2 Definição de Incêndio

Conhecendo a definição de fogo, bem como sua ciência, pode-se então


diferenciar o fogo e o incêndio propriamente dito.
Conforme a NBR 13860 (1997, p 06), “Incêndio é o fogo fora de controle”.
Segundo (SEITO et al, 2008, p 35): “Internacional ISO 8421-1: Incêndio é a
combustão rápida disseminando-se de forma descontrolada no tempo e no espaço”.
Conforme o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo- CBPM-
19

SP, “Incêndio é o fogo sem controle, intenso, o qual causa danos e prejuízos à vida,
ao meio ambiente e ao patrimônio”. (CBPM-SP, IT 003/2011, p 136).

2.1.3 Transformações Químicas e Físicas Decorrentes do Fogo

O fogo pode ter formas variadas, mas todas elas envolvem uma reação
química entre algum tipo de material combustível e o oxigênio, com a produção de
calor. Quando alguma matéria queima, o calor é gerado rapidamente e pode ser
dissipado, causando uma significativa elevação da temperatura. (BRASIL, 2014).
As transformações químicas e físicas quase sempre envolvem uma troca de
energia. A energia potencial de um material combustível é liberada durante a
combustão e é convertida em energia cinética.
Segundo Brasil (2014), as reações que liberam energia são chamadas de
exotérmicas. Assim o fogo é uma reação química exotérmica, também denominada
de combustão, que libera energia na forma de calor e luz.
Durante a reação de combustão são formados diversos produtos resultantes
da combinação dos átomos dos elementos reagentes. Estes produtos apresentam-
se na forma de vapores, gases e partículas finamente subdivididas (fumaça), sendo
a fumaça, constituída de gases, vapores e fuligem, o produto que apresenta através
de sua toxidade o maior perigo para vida humana em caso de um incêndio.

2.1.4 Elementos Componentes do Fogo

Conforme Brentano (2010), o fogo pode ser denominado também como


combustão, que é uma reação exotérmica, sendo que para que ocorra o fenômeno
do fogo, deve haver a ocorrência simultânea de quatro elementos essenciais, que
são:
- Combustível;
- Comburente (oxigênio);
- Calor;
- Reação em cadeia.

A combinação destes quatro elementos forma o chamado tetraedro do fogo,


como demonstrado na Figura 1, originando assim o fogo.
20

Figura 1 – Tetraedro do fogo

Fonte: Brasil, (2014)

- Combustíveis: são os materiais suscetíveis à queima, ou seja, o que irá


ser consumido pelas chamas, podendo ser sólidos, líquidos ou gasosos.
- Comburente: é o agente químico que ativa e conserva a combustão,
combinando-se com os gases ou vapores do combustível, formando uma mistura
inflamável. Em outras palavras, comburente é considerado o oxigênio presente no ar
atmosférico. Para manter a ocorrência do fogo, o percentual de oxigênio presente no
ambiente não pode ser menor que 14%, em volume.
- Calor: é a energia que dá início, mantém e incentiva a propagação do fogo.
É o agente provocador da reação química da mistura inflamável proveniente da
combustão do combustível e do comburente.
- Reação em cadeia: é a transferência de calor de uma molécula do
material em combustão para a molécula vizinha, ainda intacta, a qual irá aquecer e
entrar em combustão, assim sucessivamente, até que todo material esteja em
combustão.

2.1.5 Temperaturas Características

Outras propriedades importantes a serem observadas em relação ao estudo


do fogo são os pontos de temperaturas dos materiais. Segundo Brentano (2010), os
21

materiais combustíveis apresentam três temperaturas bem características e


especificas no processo de combustão, que são: ponto de fulgor, ponto de
combustão e ponto de ignição.
A Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) n° 13860 da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conceitua da seguinte maneira os pontos de
temperaturas dos materiais combustíveis:
“Ponto de fulgor: Menor temperatura na qual um combustível emite
vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na
região imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição
quando em contato com uma chama, e não mantê-la após a retirada da
chama”. (NBR 13860, 1997, p 08).

“Ponto de combustão: Menor temperatura na qual um combustível emite


vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na
região imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição
quando em contato com uma chama, e manter a combustão após a retirada
da chama.” (NBR 13860, 1997, p 08).

“Autoignição; ou ponto de autoignição: Menor temperatura na qual um


combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar uma
mistura com o ar na região imediatamente acima da sua superfície, capaz
de entrar em ignição quando em contato com o ar.” (NBR 13860, 1997, p
02).

2.1.6 Propagação do Fogo

Conforme Seito et al. (2008), uma vez iniciado o fogo, deve-se levar em
conta o mecanismo de transmissão de energia, ou seja, as forma de propagação do
fogo. As formas de propagação do fogo estão relacionadas com as formas de
transferência de calor.
Segundo Brasil (2014), o calor é um processo de transferência de energia
térmica produzida pela combustão ou originada pelo atrito dos corpos. Há três
processos de transmissão de calor:
- Condução;
- Convecção;
- Irradiação Térmica.

2.1.6.1 Propagação por Condução

O calor é transferido de molécula para molécula, pelo contato direto entre


dois corpos (objetos). Quando há fogo na extremidade de uma estrutura, o calor
22

será transmitido ao longo desta, até atingir algum material combustível de fácil
ignição que se encontra em contato com a estrutura ou próximo dela, aquecendo
este outro material, iniciando ignição do mesmo.
A Figura 2 ilustra a forma de propagação do fogo em um ambiente pelo
processo de transferência de calor por condução.

Figura 2 – Transferência de calor por condução

Fonte: Brasil, (2014)

2.1.6.2 Propagação por Convecção

O calor é transferido através do deslocamento de uma massa de ar


aquecida, do ambiente incendiado para outros locais, em quantidade suficiente para
iniciar outros focos de incêndio. Esta forma de propagação é característica dos
líquidos e dos gases e ocorre através da formação de correntes ascendentes e
descendentes no meio da massa de ar, devido à dilatação e a consequente perda de
densidade da porção de ar mais próxima da fonte de calor. (BRASIL, 2014).
Conforme Seito et al. (2008), os gases quentes como são menos densos
tendem a ocupar a atmosfera superior enquanto que os gases frios tendem a ocupar
a parte inferior do ambiente em chamas, originando assim o fluxo de calor por
convecção, na qual os gases quentes entram em contato com as demais estruturas,
transferindo o calor.
O fluxo de calor por convecção no interior de um ambiente pode ser
observado na Figura 3.
23

Já a Figura 4 ilustra a forma de propagação de fogo entre os ambientes de


uma edificação pelo processo de transferência de calor por convecção.

Figura 3 – Fluxo de calor por convecção

Fonte: Seito et al. (2008)

Figura 4 – Transferência de calor por convecção

Fonte: Brasil, (2014)

2.1.6.3 Propagação por Irradiação Térmica

O calor é transferido através do espaço, por meio de ondas


eletromagnéticas, sem utilizar qualquer meio material. Exemplo deste processo é o
24

calor irradiado do sol para a superfície do Planeta, outro exemplo é o calor que
sentimos no rosto quando se aproximamos do fogo.
A Propagação de calor através de ondas de irradiação no interior de um
ambiente pode ser observada na Figura 5.

Figura 5 – Transferência de calor por ondas de irradiação

Fonte: Seito et al. (2008)

O fogo pode ser propagado de uma edificação para outra, localizada em seu
entorno, pelo processo de irradiação de calor, como demonstrado na Figura 6.

Figura 6 – Transferência de calor por irradiação

Fonte: Brasil, (2014)


25

2.1.7 Classes do Fogo/Incêndio

Para Brentano (2010), os fogos/incêndios são classificados de acordo com o


material combustível, e podem ser descritos em cinco classes diferentes, que são: A,
B, C, D e K.
Os incêndios são classificados de acordo com o material combustível que
está sendo consumido pelo fogo. Conforme NBR 13860 (1997), as Classes de
Incêndios, é uma classificação didática na qual se definem fogos de diferente
natureza.
- Classe A: fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam em
superfície e em profundidade e, em razão de seu volume, deixando resíduos após a
combustão, como brasas e cinzas. A extinção se dá por resfriamento, principalmente
pela ação da água, que é o mais eficiente agente extintor, para esta classe de
incêndio, e por abafamento, como ação secundária. Fogo em madeira, papéis,
tecidos, plásticos, são exemplos de fogo da classe A.
- Classe B: fogo em líquidos e gases inflamáveis ou combustíveis sólidos,
que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície. A
combustão destes materiais caracteriza-se por não deixarem resíduos. A extinção se
dá por abafamento, pela quebra de reação química em cadeia e pela retirado do
material combustível. Para extinção de incêndios desta classe o melhor agente
extintor é a espuma mecânica, podendo utilizar também, pó químico seco e gases.
Fogo em gasolina, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), são exemplos de
fogo da classe B.
- Classe C: fogo em equipamentos e instalações elétricas energizadas, ou
seja, fogo em equipamento que estão sendo alimentados por corrente elétrica. Para
a extinção de incêndios desta classe devem-se usar agentes extintores não
condutores de energia elétrica. Sendo os gases, como os agentes limpos e o dióxido
de carbono (CO2) os melhores agentes para esta classe de incêndio. São exemplos
de fogo da classe C, fogo em computadores, centrais elétricas, centrais de
processamento de dados, televisores, desde que estejam energizados.
- Classe D: fogo em metais e materiais pirofóricos, que são metais
combustíveis, como o magnésio, titânio, zircônio, lítio. Estes materiais queimam
rapidamente e reagem com o oxigênio atmosférico, atingindo altas temperaturas.
Para extinção deste tipo de incêndio, exige-se técnica, equipamentos e agentes
26

extintores especiais. Sendo que a água pode reagir com alguns destes metais
combustíveis, como o magnésio por exemplo.
- Classe K: Brentano (2010), descreve ainda uma nova classe de incêndio, a
classe K, que se referem a fogo em óleos comestíveis, gorduras animais e graxas,
que são substâncias muito utilizadas em cozinhas industriais. Para extinção deste
tipo de incêndio, exigem-se agentes extintores que proporcionem uma ótima
cobertura em forma de lençol de abafamento.

2.1.8 Fases de Desenvolvimento do Fogo

Conforme Brentano (2010), o comportamento do fogo em um ambiente


depende de vários fatores, destacando-se o tipo de ocupação, os materiais de
revestimento e acabamento, da quantidade e tipo de mobiliário e equipamentos
presentes no ambiente, bem como da ventilação atuante no ambiente. Estes fatores
influenciam significativamente na forma de evolução do fogo, cujo início,
desenvolvimento e propagação, apresentam velocidades e intensidade
características.
O desenvolvimento genérico de um incêndio pode ser representado através
do gráfico Temperatura x Tempo, o qual representa a evolução da temperatura do
local sinistrado em função do tempo por meio de uma curva característica.
A teoria de incêndio difundida mundialmente analisa a curva, dividindo-a em
três fases distintas: ignição (primeira fase), fase de aquecimento e fase de
resfriamento (extinção), conforme ilustrado na Figura 7.
Figura 7 – Curva temperatura x tempo de um incêndio

Fonte: CBPM-SP/IT 02, 2011


27

Para Seito et al., (2008) a fase de aquecimento, pode ser dividida em duas
etapas, a fase crescente e a fase desenvolvida constituindo o gráfico temperatura x
tempo em quatro estágios distintos. A Figura 8 apresenta a curva de evolução do
fogo em um incêndio celulósico de uma edificação, onde estão apresentadas as
quatros fases definidas por Seito et al., (2008).

Figura 8 – Curva de evolução de um incêndio celulósico

Fonte: Seito et al. (2008)

- primeira fase (pré-ignição): apresenta uma combustão lenta, sem chama


e produção de pouco calor, mas com potencial para preencher o compartimento com
gases combustíveis e fumaça, é nesta fase que o sistema de detecção deve operar
dando início ao combate a incêndio, com isso extinção tem grande probabilidade de
sucesso, evitando danos.
- segunda fase (crescimento do fogo): nessa fase ocorre a ignição das
chamas e a propagação do fogo. A temperatura do compartimento aumenta na
razão direta do desenvolvimento do calor dos materiais em combustão. A elevação
constante da temperatura faz com que o ambiente seja tomado por gases e vapores
combustíveis desenvolvidos na pirólise dos combustíveis sólidos, favorecendo assim
28

para que ocorra a inflamação generalizada (flashover) que ocorre em torno dos
600ºC, fazendo com que o ambiente seja tomado por grandes labaredas.
- terceira fase (incêndio desenvolvido): é nessa fase que as temperaturas
do ambiente atingirão os maiores valores. Todos os materiais combustíveis do
ambiente entrarão em combustão. O fogo começa a se propagar para outros
compartimentos por meio das aberturas internas, fachadas e coberturas.
- quarta fase (extinção): caracterizada pela diminuição gradual da
temperatura do ambiente e das chamas, isso ocorre por exaurir o material
combustível.

2.1.9 Métodos de Extinção do Fogo

Conhecendo a dinâmica do fogo, ou seja, os elementos que são necessários


para a ocorrência do mesmo, e conhecendo ainda as classes de fogo/incêndio, se
deduz que, para extingui-lo, basta eliminar um dos três elementos que o compõe, ou
interromper a reação em cadeia.
Os métodos de extinção do fogo de acordo com os elementos que o compõe
e que se deseja neutralizar são:
- Extinção por isolamento: refere-se à retirada do material combustível.
- Extinção por abafamento: refere-se à retirada do comburente, ou seja,
evitar que o fogo seja alimentado por mais oxigênio do ar, ou reduzindo-o para uma
concentração menor que 14%.
- Extinção por resfriamento: refere-se à retirada do calor, um método muito
utilizado neste caso, é o uso da água como agente extintor, a qual absorve o calor
do material em combustão, evitando que este libera mais gás, eliminando a
combustão.
- Extinção química: refere-se à quebra da cadeia de reação química, onde,
pela dissociação de moléculas de determinados agentes extintores, devido ao
contato com o calor, formam átomos e radicais livres, e estes se combinam com os
gases ou vapor do material em combustão, formando outra mistura não inflamável.
Para este método de extinção utilizam-se determinados tipos de pó químicos como
agentes extintores.
A Figura 9 ilustra os quatros métodos de extinção do fogo, através
eliminação de pelo menos um dos elementos que o compõe.
29

Figura 9 – Métodos de extinção do fogo: (a) resfriamento, (b) abafamento, (c)


isolamento e (d) química.

Fonte: CBPM-SP/IT 02, 2011

2.1.10 Agentes Extintores

Segundo Brentano (2010), para extinguir o fogo é necessário eliminar, no


mínimo, um dos elementos que o formam. Para isso, utilizam-se substâncias
chamadas de agentes extintores, que atuam diretamente sobre um destes
elementos. Cada material combustível possui características de combustão
diferentes, o que exige formas especifica para eliminar o fogo. A escolha do agente
extintor a ser utilizado deve ser apropriada, para uma ação rápida e eficiente,
causando o mínimo de danos à vida das pessoas e ao patrimônio.
Os principais agentes extintores usados hoje são a água, pós-químicos,
espuma aquosa e os gases. Estes últimos destacando-se os estudos em cima dos
agentes limpos.
- Água: é uma das substâncias mais usadas como agente extintor de
incêndio, por ser uma substância abundante na natureza, e a mais efetiva no
combate a incêndio, isto devido ao seu grande poder de absorção de calor, sendo
um agente extintor seguro, não tóxico, não corrosivo, estável e econômico. Como
agente extintor a água age pelo método de resfriamento e abafamento,
30

simultaneamente, conforme seu estado físico. No estado líquido a água age sobre o
fogo por resfriamento, pois possui um elevado calor latente de vaporização,
absorvendo o calor radiante das chamas e se aquecendo até se transformar em
vapor. No estado de vapor a água age pelo método de abafamento, reduzindo a taxa
de oxigênio no ambiente e consequentemente a inflamabilidade. A água é o agente
extintor mais indicado para fogo/incêndio da classe A, ou seja, fogo em materiais
combustíveis sólidos. (BRENTANO, 2010).
- Pó Químico: conforme Brentano (2010) os pó químicos são compostos
principalmente por bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio, cloreto de
potássio, bicarbonato de potássio-uréia e o monofosfato de amônia, combinados
com aditivos que inibem a umidade e aglutinação do pó. É um agente extintor muito
utilizado, especialmente em extintores portáteis e móveis, tendo com principio de
extinção principal, a quebra da reação química em cadeia da combustão, atuando
também por abafamento e resfriamento. Há dois tipos de pó químico, o BC e o ABC,
correspondentes às classes de incêndio em que são eficazes.
- Espuma Aquosa: agente extintor cuja principal ação de extinção é de
abafamento e, secundariamente, de resfriamento. A espuma pode ser obtida através
do processo de mistura entre a água, um agente espumante específico (extrato),
também conhecido de Líquido Gerador de Espuma (LGE) e a aspiração simultânea
de ar atmosférico, através do uso de esguichos especiais. (BRASIL, 2014). A
Espuma é o agente extintor mais indicado para fogo/incêndio da classe B, ou seja,
fogo em líquidos inflamáveis. Como a espuma é mais leve, a mesma flutua sobre o
líquido combustível, extinguindo o fogo por abafamento e por possuir água em sua
formação, extingue também por resfriamento.
- Agentes Gasosos: os agentes gasosos se dividem em dois grupos, os
químicos ou inertes (agentes limpos) e dióxido de carbono (CO2). São gases não
combustíveis nem comburentes, não conduzem eletricidade e não deixam resíduos
após sua aplicação. São utilizados em sistema fixos ou portáteis de proteção contra
incêndio, instalados em locais onde se deseja proteger ativos de elevado valor
agregado, onde é inviável o uso de agentes extintores que deixam resíduos, são
adequados para incêndios classe A, B ou C.
O principio de extinção dos agentes gasosos está baseado na redução de
oxigênio de um compartimento (abafamento), atuando também na retirado da
31

energia térmica presente no incêndio (resfriamento) e na interrupção da reação


química em cadeia do processo de combustão.

2.2 Agentes Limpos

Com o banimento do agente extintor Halon, após o Protocolo de Montreal


em 1987, por se tratar de uma sustância destruidora da camada de ozônio, surgiu à
necessidade de desenvolvimento de novas substâncias que pudessem combater
incêndios com rapidez e eficiência e que acima de tudo não prejudicassem o meio
ambiente.
A pesquisa passou a ser orientada de forma constante, onde diversos
programas foram criados, destacando-se o SNAP (Significant New Alternative
Polices) criado pela EPA (Environmental Protection Agency), agência de proteção
ambiental dos Estados Unidos, com o objetivo de encontrar um elemento que capaz
de satisfazer as propriedades funcionais do agente extintor Halon, adicionado à
satisfação de novas exigências de proteção ambiental. Com isso surgiu o conceito
de agente limpo.
Segundo o Copo de Bombeiros do Estado de São Paulo (CBPM-SP, IT
003/2011), define:
“Gás limpo: agentes extintores na forma de gás que não degradam a
natureza e não afetam a camada de ozônio. São inodoros, incolores, maus
condutores de eletricidade e não corrosivos. Dividem-se em compostos
halogenados e mistura de gases inertes. Quando utilizado na sua
concentração de extinção, permite a respiração humana com segurança”.
(CBPM-SP, IT 003/2010, p 134).

A National Fire Protection Association (NFPA) desenvolveu a Norma NFPA


2001 – Standard on clean agent fire extinguishing systems, que é um dos mais
completos trabalhos referente aos agentes limpos, pois abrange todos os tipos de
agentes limpos e seus parâmetros de utilização, regulamentos e padronizações de
uso. A referida norma define os agentes limpos como: “Agente extintor de incêndio
gasoso, não condutor de eletricidade, volátil, e que não deixa resíduo após
evaporação.” (NFPA 2001, 2012).
Baseado em suas definições os Agente Limpos são gases que apresentam
as seguintes características:
a) Não conduzem eletricidade;
b) Vaporizam rapidamente e não deixam nenhum resíduo;
32

c) São adequados para incêndios classe A, B ou C;


d) Após a extinção, permitem o reinício imediato das atividades do local.
e) Não afetam a camada de ozônio.

Os agentes limpos são utilizados em sistema fixos de proteção contra


incêndio, instalados em locais onde se deseja proteger ativos de elevado valor
agregado, onde é inviável o uso de agentes extintores que deixam resíduos.
A Tabela 1 apresenta os agentes que atendem aos critérios abordados na
NFPA 2001.

Tabela 1 - Agentes abordados na NFPA 2001

Nome NFPA Nome Químico Fórmula Química

Dodecafluoro-2-
FK-5-1-12 CF3CF2C(O)CF(CF3)2
methylpentan-3-one
Dichlorotrifluoroethane
CHCl2CF3
HCFC-123 (4.75%)
Chlorodifluoromethane
CHClF2
HCFC-22 (82%)
HCFC Blend A Chlorotetrafluoroethane
HCFC-124
(9.5%)
CHClFCF3
Isopropenyl-1-
methylcyclohexene
(3.75%)
HCFC-124 Chlorotetrafluoroethane CHClFCF3
HFC-125 Pentafluoroethane CHF2CF3
HFC-227ea Heptafluoropropane CF3CHFCF3
HFC-23 Trifluoromethane CHF3
HFC-236fa Hexafluoropropane CF3CH2CF3
FIC-13I1 Trifluoroiodide CF3I
IG-01 Argon Ar
IG-100 Nitrogen N2
Nitrogen (52%) N2
IG-541 Argon (40%) Ar
Carbondioxide (8%) CO2
Nitrogen (50%) N2
IG-55
Argon (50%) Ar
Tetrafluoroetano (86%) CH2FCF3
HFC Blend B Pentafluoroethane (9%) CHF2CF3
Carbondioxide (5%) CO2
Fonte: NFPA 2001 (2012)
33

Conforme Seito et al., (2008), para o perfeito entendimento e aplicação dos


agentes limpos, é essencial o conhecimento das seguintes definições:
- Potencial de agressão à camada de Ozônio (ODP – Ozone Depletion
Potential);
- Potencial de aquecimento global (GWP - Global Warming Potential);
- NOAEL (No Observed Adverse Effects Level);
- LOAEL (Lowest Observed Adverse Effects Level).

2.2.1 Potencial de Agressão à Camada de Ozônio – ODP.

Índice que fornece uma medida relativa do efeito de uma substância sobre a
camada de ozônio, ou seja, é a capacidade de uma determinada substância de
provocar danos à camada de ozônio. Este índice é calculado em relação ao
composto R11 ou CFC-11 (Tricloromonofluormetano), que possui um valor fixo de
referência igual a 1 (um). Quanto maior o índice de ODP, mais agressiva será a
substância.
O índice ODP pode ser calculado a partir da Equação 1

à ã
ODPi = (1)
à ã

2.2.2 Potencial de aquecimento global – GWP

Parâmetro que fornece uma medida relativa ao possível impacto de


determinada substância sobre o clima, principalmente sua atuação como um gás de
efeito estufa. As duas principais características que podem determinar se uma
substância poderá contribuir para o aquecimento global é a sua absorção de energia
infravermelha (IV) e a sua persistência na atmosfera. (3M RESUMO TÉCNICO,
2014).
Todos os compostos orgânicos absorvem energia infravermelha, sendo que
as substâncias que contém ligações de carbono-flúor apresentam alta absorção de
energia IV. Caso estas substâncias possuírem longa vida útil na atmosfera
apresentarão um alto GWP.
34

Conforme apresentado pela empresa 3M em seu Resumo Técnico (2014) o


potencial de aquecimento global de uma composto segue a Equação 2, proposta
pelo Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC –
Intergovernamental Panelon Climate Change), onde o GWP é calculado como a
força radiativa integrada, resultante da liberação de 1 kg do composto, referente ao
aquecimento gerado por 1 kg de CO2 durante um determinado tempo – horizonte de
tempo de integração (ITH – Integration time horizon).

/*0 )
1
!".$"% &'( ,-.
= /*0
*+
(2)
1
!2%3.$2%34.5-.

Onde:
F: Força radiativa por unidade de massa de um composto (a alteração no
fluxo de radiação através da atmosfera devido à absorbância de infravermelho desse
composto);
C: Concentração atmosférica de um composto;
T: Vida útil na atmosfera de um composto;
t: Tempo;
x: Composto sob análise;
CO2: Dióxido de carbono.

O ITH estima o tempo de vida do composto na atmosfera. Possui índices de


efeitos de curto prazo (20 anos), prazo padrão (100 anos) e longo prazo (500 anos).
Os agentes limpos seguem uma cinética de pseudo primeira ordem, com
decaimento exponencial da taxa de concentração do composto na atmosfera.
(GABRIEL, 2014).

2.2.3 NOAEL (No Observed Adverse Effects Level)

Segundo NFPA 2001 (2012), NOAEL representa a concentração mais alta


de um composto em que não foi observado efeito toxicológico ou fisiológico adverso.
Para Seito et al., (2008), é a maior concentração de um determinado agente,
onde não se observa nenhuma reação, efeito adverso ou sintomas em seres
humanos submetidos a essa atmosfera.
35

2.2.4 LOAEL (Lowest Observed Adverse Effects Level)

O LOAEL representa o mais baixo nível onde se observa efeitos adversos,


ou seja, a menor concentração em que foram observados efeitos fisiológicos ou
toxicológicos adversos. (NFPA 2001, 2014).
É a menor concentração de um determinado agente, na qual pode se
observar qualquer reação, efeito adverso ou sintoma em seres humanos submetidos
a essa atmosfera. (SEITO et al., 2008).
Segundo a NFPA 2001 (2012) para os agentes limpos abordados na norma,
o NOAEL e LOAEL são baseados no efeito toxicológico conhecido como
sensibilização cardíaca. Esta sensibilização ocorre quando um produto químico
provoca um aumento da sensibilidade do coração à adrenalina, uma substância
natural produzida pelo corpo durante períodos de estresse, levando ao aparecimento
súbito de batimentos cardíacos irregulares e possivelmente ataque cardíaco.
A Tabela 2 apresenta os valores de NOAEL e LOAEL dos diversos agentes
limpos aprovados pela NFPA 2001.

Tabela 2– Valores de NOAEL e LOAEL


NOAEL LOAEL
Agent
(%) (%)
FK-5-1-12 10.0 >10.0
HCFC Blend A 10.0 >10.0
HCFC-124 1.0 2.5
HFC-125 7.5 10.0
HFC-227ea 9.0 >10.5
HFC-23 30 >50
HFC-236fa 10 15
HFC Blend B* 5.0* 7.5*
IG-01 43.0 52.0
IG-100 43.0 52.0
IG-541 43.0 52.0
IG-55 43.0 52.0
Fonte: NFPA 2001, 2012

A NFPA 2001 (2012), determina que para proteção de ambientes habitados


a máxima concentração de agente permitida é o NOAEL, ou seja, concentração que
não oferece risco toxicológico as pessoas, mas mesmo assim a norma estabelece
36

um tempo máximo de permanência no local, quando acionado o agente, de 5


minutos.

2.2.5 Classificações dos Agentes Limpos

Devido à existência de agentes limpos que utilizam diferentes processos


físico-químicos no combate a incêndios, a norma NFPA 2001 classifica os agentes
limpos em dois grupos distintos. (SEITO et al., 2008).
a) Gases Inertes;
b) Gases Ativos.

2.2.5.1 Gases Inertes

Os Gases Inertes combatem incêndios pelo principio do abafamento,


reduzindo a concentração de oxigênio presente no ar até 12% em volume, onde
segundo a norma NFPA 2001, é a mínima concentração de O2 sem riscos para a
vida humana. Os gases inertes são formados basicamente por uma composição de
argônio e nitrogênio, e são comercializados pelos produtos Argonite (IG-55), Argon
(IG-01) e Inergen (IG-541). (SEITO et al., 2008).
As principais características dos gases inertes são:
- Não conduzem eletricidades;
- Não deixam resíduos;
- São armazenados como gases comprimidos, o que implica em um maior
número de cilindros;
- Não afetam o meio ambiente;
- Não geram subprodutos de decomposição;
- Atuam pelo processo de retirada do oxigênio do ambiente.

Por atuarem por um princípio físico (redução do nível de oxigênio) e não


químico, na extinção de incêndio, os gases inertes necessitam de uma concentração
mínima de projeto superior a 35%, o que acarreta uma grande quantidade de gás
para proteger um ambiente em relação aos gases ativos.
A Tabela 3, apresenta os principais gases inertes existentes no mercado,
destacando sua principais características.
37

Tabela 3– Principais gases inertes


NOME COMERCIAL INERGEN ARGON ARGONITE
NFPA-2001 IG-541 IG-01 IG-55
Nome químico Argônio/nitrogênio Argônio Argônio/nitrogênio
52% nitrogênio
50% argônio
Fórmula química 40% argônio 100% argônio
50% nitrogênio
8% CO2
Pressão cilindro 2.175 psi 2.370 psi 2.222 a 4.443 psi
Pressão no redutor 1.000 psi 975 psi 950 psi
Concentração mínima
37,50% ~ 37,5% ~ 37,5%
de projeto
NOAEL 43% ~ 43% ~ 43%
Tempo de descarga 60 s 60 s 60 s
Uso em áreas ocupadas
Sim Sim Sim
(NFPA)
ODP Zero Zero Zero
Toxicidade Não tóxico Não tóxico Não tóxico
Somente os Somente os Somente os
Produtos de
gerados gerados gerados
decomposição
no incêndio no incêndio no incêndio
Fonte: SEITO et al., (2008)

2.2.5.2 Gases Ativos

Os Gases Ativos, também conhecidos como Halocarbonos ou Halogenados,


que contém como componentes principais um ou mais compostos orgânicos
contendo elementos como flúor, cloro, bromo ou iodo. O princípio de funcionamento
não é a redução de oxigênio, mas atua na retirada da energia térmica presente no
incêndio e na interrupção da reação química em cadeia do processo de combustão.
A NFPA 2001 (2014), divide os gases ativos em 5 grupos distintos: os
hidrofluorcarbonetos (HFC), os hidroclorofluorcarbonos (HCFC), os
perfluorcarbonos (PFCs ou SFB), os fluoroiodocarbons (FICs), e os fluoroketones
(FKS).
Os agentes ativos são formados por diversas famílias químicas não
restringidas no Protocolo de Montreal (1987). Atualmente, existem diversos tipos de
agentes ativos, sendo que os principais são comercializados pelos produtos FM-200
(HFC), FE-227 (HFC) e o Novec 1230 (FKS).
Conforme Seito et al. (2008), os gases ativos são um grupo de agentes
limpos, oriundos da mistura de elementos químicos, não asfixiantes, que combatem
38

incêndios inibindo a reação química entre combustível e comburentes, além de sua


ação resfriadora no incêndio.
As principais características dos gases ativos são:
- Não conduzem eletricidades;
- Não deixam resíduos;
- São armazenados como líquido ou gases liquefeitos, o que implica em um
menor numero de cilindros;
- Afetam a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global;
- Sua descarga deve ser efetuada em no máximo 10 segundos, para diminuir
a formação de subprodutos de decomposição.

A Tabela 4, apresenta os principais gases ativos existentes no mercado,


destacando sua principais características.

Tabela 4– Principais gases ativos


GREAT LAKES
FABRICANTE E.I. DUPONT CHEMICAL 3M
Nome comercial FE-13 FM-200 Novec 1230
NFPA-2001 HFC-23 HFC-227ea FK-5-1-12
Dodecafluoro-2-
Nome químico Tri-fluor-metano Hepta-fluor-propano
methylpentan-3-one
Fórmula química CHF3 CF3CHFCF3 CF3CF2C(O)CF(CF3)2
Pressão critica 700 psi 424 psi 270 psi
Concentração mínima
16,80% 7,00% 4,20%
de projeto
NOAEL 30% 9% 10%
Tempo de descarga < 10 s < 10 s 10 s
Uso em áreas
Sim Sim Sim
ocupadas (NFPA)
ODP Zero Zero Zero
GWP 14800 3220 1
Vida Útil na Atmosfera
260 34,4 0,014
(anos)
Toxicidade (LC50) >65% >80% >10%
HF e os
Produtos de HF e os gerados HF e os gerados
gerados
decomposição no incêndio no incêndio
no incêndio
Densidade máxima de
54 72 90
enchimento (lbs/ft³)
Fonte: SEITO et al., (2008)
39

A NFPA 2001 (2012) apresenta uma restrição no uso dos agentes limpos,
conforme a norma os agentes limpos não devem ser utilizados em incêndios que
envolvem os seguintes materiais:
a) Certos produtos químicos ou misturas de produtos químicos, tais como o
nitrato de celulose e pólvora, que são capazes de rápida oxidação na ausência de
ar;
b) Metais reativos, tais como lítio, sódio, potássio, magnésio, titânio, zircônio,
urânio e plutônio;
c) Hidretos de metal;
d) Produtos químicos capazes de sofrer decomposição autotérmica, tais
como certos peróxidos orgânicos e hidrazina.

2.3 Sistemas de Proteção Contra Incêndio

Os sistemas de proteção contra incêndio e pânico são classificados em duas


categorias distintas:
- proteção passiva;
- proteção ativa.

As edificações em geral, de acordo com as suas características construtivas,


apresentam algumas medidas de proteção contra incêndio que não dependem de
ação inicial para seu funcionamento, e que servem para proteger as pessoas em
caso de incêndio. Essas características construtivas são consideradas mediadas
passivas de proteção a incêndio e pânico.
A Secretaria Nacional da segurança pública, através do curso de segurança
contra incêndio, conceitua proteção passiva como:
“Conjunto de medidas incorporado ao sistema construtivo do edifício, sendo
funcional durante o uso normal da edificação que reage passivamente ao
desenvolvimento do incêndio, não estabelecendo condições propícias ao
seu crescimento e propagação. Garante a resistência ao fogo, facilita a fuga
aos usuários, a aproximação e o ingresso no edifício para o
desenvolvimento das ações de combate.” (BRASIL, 2014).

Assim, através deste conceito, são considerados exemplos de proteção


passiva:
- Paredes resistentes ao fogo;
- Compartimentação vertical;
40

- Compartimentação horizontal;
- Saídas de emergência;
- Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.

A Figura 10 ilustra uma forma de isolamento de risco por compartimentação


horizontal obtido através de uma parede corta-fogo.

Figura 10 - Isolamento obtido por parede corta-fogo

Fonte: CBPM-SP/IT 02, (2011)

Proteção Ativa são medidas ou sistemas de proteção existentes em uma


edificação que estão diretamente relacionadas à intervenção imediata destes
sistemas em caso de um princípio de incêndio e, necessariamente, dependem de
acionamento manual ou automático.
São exemplos de proteção ativa contra incêndio:
- Sistemas de extintores de incêndio;
- Sistemas de hidrantes e Mangotinhos;
- Sistema de chuveiros automáticos;
- Sistemas fixos de gases.

2.3.1 Sistemas de Extintores de Incêndios

Extintores de incêndio são equipamentos de acionamento manual, portáteis


ou sobre rodas, constituídos de recipientes e componentes, contendo um agente
extintor específico, destinado a combater princípios de incêndio. (BRASIL, 2014).
41

Os extintores de incêndio portáteis representam os sistemas de proteção


contra incêndio mais utilizado nas edificações. São classificados conforme normas
técnicas, de acordo com o agente extintor que contém, sendo classificados como:
- Extintor de pó químico;
- Extintor de água;
- Extintor de CO2;
- Extintor de espuma mecânica.

A Figura 11 apresenta um extintor de incêndio portátil de pó químico do tipo


ABC, um tipo de extintor mais utilizado atualmente.

Figura 11 - Extintor de incêndio portátil do tipo ABC

Fonte: Brasil, (2014)

A NBR 12693 (1993), fixa as condições exigíveis para projeto e instalação


de sistemas de proteção por extintores portáteis e/ou sobre rodas, sendo aplicada a
riscos isolados que necessitem de sistema de proteção por extintores portáteis e/ou
sobre rodas, para a salvaguarda de pessoas e o patrimônio.
Segundo a NBR 12693 (1993), os extintores devem ser instalados de
maneira que:
a) Não haja probabilidade de o fogo bloquear seu acesso;
b) Estejam localizados em locais de fácil visualização;
c) Estejam protegidos contra intempéries e danos físicos em potencial;
d) Não fiquem obstruídos;
e) Esteja junto ao acesso dos riscos;
42

f) Sua remoção não seja dificultada por suporte, base, abrigo, etc.;
g) Não fiquem instalados em escadas;
h) Sua alça de transporte deve estar no máximo a 1,60m do piso;
i) O fundo deve estar no mínimo a 0,10m do piso, mesmo que apoiado em
suporte.
A figura 12 apresenta os critérios a serem observados na instalação de um
extintor portáteis de incêndio.

Figura 12 – Critério para instalação de extintores de incêndio portáteis

Fonte: Brasil, (2014)

Os extintores de incêndio possuem uma determinada capacidade extintora,


que é a medida do poder de extinção de fogo de um extintor, obtida em ensaio
prático normalizado.
O raio de ação do extintor ou a distância máxima a ser percorrer pelo
operador até o extintor, é determinado conforme sua capacidade extintora, a classe
de risco a ser protegida e a classe de fogo, parâmetros este apresentados pela NBR
12693.
43

2.3.2 Sistemas de Hidrantes e Mangotinhos

Os hidrantes são sistemas de proteção ativa, caracterizados por


canalizações que conduzem água desde os reservatórios (elevados ou
subterrâneos) até seus terminais, com determinada pressão e vazão, em uma
edificação, assegurando seu funcionamento por determinado tempo. (BRASIL,
2014).
Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes da edificação, um meio de
combate aos princípios de incêndio nos quais os extintores portáteis se tornam
insuficientes, até a chegada do corpo de bombeiros, auxiliando também os serviços
destes no combate a incêndio, no recalque de água, em especial, em edificações
altas.
A NBR 13714 (2000), fixa as condições mínimas exigíveis para
dimensionamento, instalação, manutenção, aceitação e manuseio, bem como as
características, dos componentes de sistemas de hidrantes e de mangotinhos para
uso exclusivo de combate a incêndio. A norma divide os sistema hidráulicos de
combate a incêndio sob comando, em sistemas de mangotinhos (Tipo 1) e sistema
de hidrantes (Tipo 2 e 3).
A Tabela 5 apresenta os três tipos de sistema hidráulicos de combate a
incêndio sob comando, com os principais requisitos especificados pela NBR 13714,
(2000).

Tabela 5 - Tipos de sistemas de hidrantes e mangotinhos


Mangueiras
Comprimento Vazão
Tipo Esguicho Diâmetro Saídas
máximo L/min
mm
m

1 Regulável 25 ou 32 30 1 80 ou 100

Jato compacto
2 40 30 2 300
∅16 mm ou regulável
Jato compacto
3 65 30 2 900
∅25 mm ou regulável
NOTAS
1 Os diâmetros dos esguichos e das mangueiras são nominais.
2 As vazões correspondem a cada saída.
Fonte: ABNT - NBR 13714, (2000).
44

Segundo a NBR 13714 (2000), os sistemas de hidrantes e mangotinhos são


compostos por reserva de incêndio, bombas de incêndio (quando necessário), rede
de tubulação, hidrantes ou mangotinhos e outros acessórios como esguicho, chave
de mangueiras, abrigo ou caixa de mangueira.
Segundo Seito et al., (2008), os sistemas de hidrantes e de mangotinhos
apresentam seus componentes organizados em três subsistemas: reservação,
pressurização e comando, conforme ilustra a Figura 13.

Figura 13 - Elementos e componentes do sistema de hidrantes e mangotinhos

Fonte: Seito et al., (2008)

O sistema de reservação é composto pelos reservatórios, que podem ser


inferiores ou superiores, e possuem a função reservar um volume de água destinado
exclusivamente ao combate de incêndio.
O sistema de pressurização possui a função de fornecer energia a água,
para que a mesma possa ser fluir pelo sistema com vazão e pressão adequada até
atingir o material em combustão a uma determinada distância. É composto
geralmente por bombas, podendo operar ainda por gravidade ou tanque de pressão.
(SEITO et al., 2008).
Para sistemas pressurizados por bombas, o sistema de comando é
composto geralmente por uma chave de fluxo, a qual aciona o sistema através do
deslocamento de água na tubulação, devido à abertura de um hidrante, onde o
pressostato aciona as bombas de incêndio devido a uma variação de pressão
hidráulica na tubulação.
O sistema de distribuição é composto pela tubulação, hidrantes e
mangotinhos. A tubulação é responsável pela distribuição da água ao longo do
45

sistema. Os hidrantes correspondem ao ponto de tomada de água, contendo as


saídas com válvula angular e seus respectivos adaptadores, tampões, mangueira de
incêndio, esguicho e requinte. O mangotinho é o ponto de tomada de água com uma
simples saída contendo válvula de abertura rápida, mangueira semirrígida
acondicionada em carretel axial, esguicho regulável e demais acessórios. (SEITO et
al., 2008).
A Figura 14 ilustra um esquema de um sistema de hidrantes em uma
edificação com seus principais componentes.

Figura 14 – Esquema de um sistema de hidrantes e mangotinhos

Fonte: Seito et al., (2008)

A Figura 15 apresenta um modelo do subsistema de distribuição de um


sistema de hidrantes e mangotinhos do tipo 1.

Figura 15 – Subsistema de distribuição de um sistema de hidrantes e mangotinhos

Fonte: Brasil, (2014)


46

2.3.3 Sistema de Chuveiros Automáticos

O sistema de chuveiros automáticos é um sistema fixo de combate a


incêndio caracterizado por entrar em operação automaticamente, pois o sistema é
ativado pelo próprio incêndio, em seu início, liberando água em uma densidade
adequada ao risco do local que visa proteger e de forma rápida para extingui-lo
ainda em seu estágio inicial, não permitindo seu desenvolvimento. (SEITO et al.,
2008).
O objetivo do sistema é confinar o fogo na área de aplicação controlando ou
extinguindo o foco do incêndio em sua fase inicial, por meio da descarga automática
de água. O sistema de chuveiros automáticos opera como uma espécie de
compartimentação, agindo na área restrita ao foco do incêndio, evitando a
propagação do fogo. Assim quanto menor for o tempo decorrido entre a detecção e
o combate ao incêndio maior será a eficácia do sistema.
É um sistema dotado de alarme, sendo que, assim que um foco de incêndio
é detectado, os chuveiros também conhecidos como "sprinklers", são acionados e é
emitido um aviso aos ocupantes da edificação, ou seja, este sistema realiza
automaticamente três funções básicas:
1) Detectar o fogo;
2) Ativar o alarme sonoro e identificar o setor da edificação atingida;
3) Controlar e extinguir o fogo.

Conforme a NBR 10897 (1990), os sistemas de chuveiros automáticos


classificam-se em:
a) Sistema de tubo molhado: Emprega chuveiros automáticos ligados aos
ramais de uma rede de tubulação fixa contendo água sobre pressão. Recomendado
para locais onde não há risco de congelamento da água na tubulação.
b) Sistema de tubo seco: Consiste em uma rede de tubulação fixa
contendo ar comprimido ou nitrogênio sobre pressão, na qual estão instalados
chuveiros automáticos em seus ramais. Quando detectado o fogo pelos chuveiros
automáticos, os mesmos liberam o gás contido na tubulação e devido a
despressurizarão do sistema uma válvula admite automaticamente a água
pressurizada na tubulação. Recomendado para locais onde há risco de
congelamento da água na tubulação.
47

c) Sistema de ação prévia: Diferencia-se do sistema de tubo seco por


possuir uma válvula especial, a qual é acionada pela operação automática de um
sistema de detecção de incêndio e não pela abertura de um chuveiro.
d) Sistema dilúvio: rede de tubulação seca com ramais, onde estão
instalados os chuveiros automáticos abertos, sem elementos termos-sensíveis e
nenhum tipo de obstrução. O sistema entra em operação através da válvula-dilúvio,
que admite água pressurizada na tubulação, depois de detectado o fogo pelo
sistema de detecção.
e) Sistema combinado de tubo seco e ação prévia: Constituído de uma
rede de tubo seco contendo ar comprimido, com ramais onde estão instalados os
chuveiros automáticos, possuindo um sistema suplementar de detecção de incêndio
muito mais sensível que os chuveiros automáticos, instalado na mesma área dos
chuveiros.
Segundo Seito et. al., (2008) os sistemas de chuveiros automáticos estão
organizados em quatro subsistemas: abastecimento de água, pressurização, válvula
de governo e alarme e distribuição.
Os sistemas de chuveiros automáticos apresentam os elementos e
componentes, apresentados na Figura 16.

Figura 16 - Elementos do sistema de chuveiros automáticos

Fonte: Seito et al., (2008)

A Figura 17 apresenta um modelo de sprinkler de bulbo. No interior do bulbo


existe um líquido, que se expande a uma determinada temperatura de maneira que
48

a cápsula seja rompida, quando um incêndio for iniciado, liberando a água para
atuar no combate.
Figura 17 - Chuveiro automático

Fonte: CBPM-SP/IT 02, (2011)

2.3.4 Sistemas Fixos de Gases

Os sistemas fixos de combate a incêndio por agentes gasosos são aplicados


em locais onde o emprego da água, ou outros agentes extintores, é desaconselhável
em virtude de riscos decorrentes de sua utilização ou para aqueles locais cujo valor
agregado dos objetos ou equipamentos é elevado, tais como: CPDs, salas de
controle, centrais telefônicas, salas-cofre, arquivo de dados, laboratórios, bibliotecas
e museus de arte.
Segundo Seito et al., (2008), quando o ambiente a ser protegido possuir
equipamentos de alta tecnologia, alto valor agregado, sensíveis, de reposição
complicada ou essenciais à continuidade das operações do local, a escolha de um
sistema de extinção de incêndios se dá a favor dos agentes gasosos os quais
podem ser empregados em uma ampla gama de incêndios, sejam eles das classes
A, B ou C.
Segundo o CBPM-SP/IT 02, (2011), conforme o tipo de aplicação do agente
gasoso, os sistemas fixos de gases podem atuar de duas maneiras:
“Sistema de inundação total: sistema desenhado para aplicação do
agente extintor no ambiente onde está o incêndio, de forma que a atmosfera
obtida impeça o desenvolvimento e manutenção do fogo.” (CBPM-SP/IT 02,
2011)
“Sistema de aplicação local: sistema desenhado para aplicação do agente
extintor diretamente sobre o material em chamas.” (CBPM-SP/IT 02, 2011).

Os sistemas em questão são classificados também de acordo com o tipo de


agente extintor, sendo os mais utilizados os sistema fixos de CO2 e os sistemas de
49

agentes limpos, onde cada um apresenta suas características de projeto


normatizadas.
As principais normas que regularizam a instalação se sistema fixo de gases
são:
- NFPA 12 – Standard on carbon dioxide extinguishing systems.
- NFPA 2001 – Standard on clean agent fire extinguishing systems.
- NBR 12232/2005 – Execução de sistemas fixos automáticos de proteção
contra incêndio com gás carbônico (CO2) por inundação total para transformadores e
reatores de potência contendo óleo isolante.
- Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros Militares. Destacando-se a
IT 26/2011 - Sistema fixo de gases para combate a incêndio, do CBPM-SP.
Os sistemas fixos de combate a incêndio por agente gasoso poderão ser de
acionamento manual ou automático. Os sistemas de acionamento automático na
maioria das vezes são formados por um conjunto de equipamentos, entre eles:
vasos de pressão contendo gás extintor, tubulação, difusores de gás, detector de
incêndio e alarme.
A Figura 18 apresenta os equipamentos constituintes de um sistema fixo
automático de proteção contra incêndio por gases: 1 - cilindro de gás, 2 - Painel de
controle, 3 - Coletor de gás, 4 - Circuito de Extinção, 5 - Circuito de detecção de
incêndio, 6 - Detector de incêndio e 7 - Difusores de gás.

Figura 18 - Sistema fixo de proteção contra incêndio por gases

Fonte: INSIDE Engenharia de Incêndio


50

3 COMPONENTES DO SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO


POR AGENTES LIMPOS

O presente capítulo tem por objetivo listar os principais componentes que


formam o sistema fixo de proteção contra incêndio por agentes limpos, bem como
suas características de projeto e funções dentro do sistema.
Estes tipos de sistemas fixos de proteção contra incêndio praticamente
apresentam os mesmo tipos de equipamentos, pois todos seguem os padrões
apresentados pela NFPA 2001, sendo o que diferencia um sistema do outro é o tipo
de agente extintor utilizado.

3.1 Cilindro

O cilindro é o componente responsável pelo armazenamento do agente


limpo. Este componente deve ser projetado de maneira que possa manter as
especificações técnicas do agente extintor, mantendo o mesmo armazenado sob
pressão e temperatura constante. Os recipientes de armazenagem devem possuir
uma placa de identificação ou marcação permanente, indicando, no caso dos gases
ativos, o agente, peso bruto, tara do cilindro e nível pressurização. No caso dos
gases inertes deverá indicar o agente, o nível de pressurização do recipiente, e
volume nominal do agente.
Os cilindros devem possuir também um meio de indicação da pressão
interna de armazenamento, esta indicação é feita geralmente por manômetros
presentes nas válvulas dos cilindros. O interior do recipiente deve ser de material
compatível com o gás de extinção utilizado, não podendo sofrer corrosão ou outra
ação química (NFPA 2001, 2014).
Atualmente no mercado existe uma gama de cilindros para armazenamento
de agente limpo em sistemas de extinção de incêndio, com capacidade mássica que
varia de 05 lb (10 Kg) até 1000 lb (453,6 Kg) de gás. Cada fabricante possui uma
faixa de variação de massa de agente por modelo de cilindro disponibilizado.
A Tabela 6 apresenta uma serie de cilindro para agentes limpos,
disponibilizados no mercado, com seus tamanhos nominais e capacidades de
enchimento.
51

Tabela 6– Capacidade de armazenamento de diferentes cilindros

Capacidade de Enchimento
Peso Vazio
Tamanho Nominal
Série Mínimo Máximo
do Cilindro

lb Kg lb Kg lb Kg

40 lb 22 10 43 19,5 36 16,3

Sv 80 lb 41 18,6 81 36,7 65 29,5

130 lb 66 29,9 131 59,4 77 35

250 lb 126 57,2 252 114,3 213 96,6


Mv
420 lb 211 95,7 422 191,4 279 126,6

600 lb 304 137,9 607 275,3 346 157

Lv 900 lb 455 206,4 910 412,8 471 213,6

1000 lb 619 280,8 1000 453,6 766 346,5

Fonte: Manual Argus/SeriesJanus Fire Systems

Um modelo de cilindro para armazenamento de agente limpo em sistemas


de supressão de incêndio, disponível no mercado pode ser observado na figura 19,
a qual apresenta também os principais componentes do cilindro. O indicador do
líquido tem a função de indicar a quantidade de líquido presente dentro do cilindro,
este componente está presente em cilindro com capacidade superior a 130 lb. Já o
disco de ruptura é um dispositivo de segurança para casos de aumento excessivo de
pressão e pode estar presente na válvula do cilindro (cilindros de 40 lb a 420 lb) ou
instalado no próprio cilindro (cilindros de 600 lb a 1000 lb).
Referente à instalação os cilindros devem estar fixados em local de fácil
acesso, livre de danos mecânicos, influências de produtos químicos e intempéries. O
local de instalação de ser de fácil acesso, de modo que a inspeção, teste, recarga
entre outras atividades de manutenção seja facilitadas e a interrupção do sistema
seja minimizada. Os recipientes devem ser instalados de acordo com o manual do
fabricante. (NFPA 2001, 2012).
Segundo a NFPA 2001 (2014), o agente extintor nos sistemas de extinção
de incêndio por agentes limpos pode ser armazenado em um cilindro primário
52

(apenas um cilindro de armazenagem) ou em múltiplos cilindros (bateria de cilindros)


contendo um cilindro primário e os demais escravos. Estas configurações dependem
da quantidade de agente extintor necessário para a inundação total do ambiente
protegido.

Figura 19– Cilindro de armazenamento

Fonte: Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011)

3.2 Válvula do Cilindro

A válvula do cilindro é um dispositivo metálico de corpo cilíndrico, instalada


por meio de rosca no orifício de saída da parte superior do cilindro. Sua função é
liberar o agente extintor para o sistema de distribuição no momento do acionamento
do sistema.
Segundo a NFPA 2001 (2012), as válvulas devem ser construídas com
materiais compatíveis com o agente limpo e devem ser protegidas contra possíveis
danos mecânicos e químicos.
A Figura 20 apresenta uma vista em corte e uma vista superior de um
modelo de válvula utilizado em sistemas de supressão por agentes limpos, com suas
respectivas características conforme manual do fabricante.
53

Figura 20– Válvula do cilindro

Fonte: Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011)

Conforme o Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011) a válvula do


cilindro possui as seguintes características:
a) Conexão de Atuação da Válvula: uma conexão de rosca localizada no
topo da válvula do cilindro serve como ponto de conexão para o atuador elétrico
(primário) ou pneumático (escravo) da válvula.
b) Manômetro: a NFPA 2001 exige um manômetro para cada cilindro como
um método de monitorar visualmente a condição da pressão interna do conjunto do
cilindro. O manômetro é acoplado à válvula do cilindro e não pode ser substituído
sob pressão.
c) Chave Supervisora de Baixa Pressão: monitora continuamente a
pressão do cilindro. Caso a pressão do cilindro caia para abaixo dos limites
especificados pelo fabricante, os contatos da chave fecharão, transmitindo um sinal
ao painel de controle do sistema. Ela é acoplada à válvula do cilindro e não pode ser
substituída sob pressão.
d) Disco de Ruptura: um disco de ruptura frangível acoplado ao corpo da
válvula do cilindro funciona como um dispositivo de alívio de emergência em caso de
pressão excessiva dentro do cilindro. Seu ponto de ruptura está entre 850 psi (58,6
bar) e 1000 psi (68,9 bar).
e) Saída de Descarga: uma conexão FNPT de 1 1/4 pol. (32 mm) serve
como ponto de conexão para a tubulação de descarga.
54

3.3 Tubos e conexões

Os tubos e conexões são elementos responsáveis pelo transporte do agente


extintor do cilindro de armazenagem até os difusores. A tubulação deve ser de
material não combustível, e resistente à corrosão, além de possuir características
físicas e químicas que garantem sua integridade estrutural com segurança. Tubo de
ferro fundido, tubos de aço em conformidade com ASTM A120, ou tubo não metálico
não devem ser utilizados em sistemas de agentes limpos. Porém, quando for
necessário utilizar tubos flexíveis ou mangueiras, incluindo conexões, os mesmos
deverão ser de material e pressões aprovadas. (NFPA 2001, 2012).
A espessura da tubulação deve ser calculada de acordo com a ASME B31.1,
onde a pressão interna na tubulação não deve ser inferior a maior a pressão de
carga normal no recipiente do agente a 70° F (21° C) ou a 80% da máxima pressão
no recipiente do agente a uma temperatura máxima de armazenamento de pelo
menos 130° F (55° C), utilizando a densidade máxima de preenchimento permitido
pelo fabricante do equipamento. (NFPA 2001, 2012).
Segundo Gabriel (2014) o comprimento da tubulação de um sistema de por
agentes limpos depende da arquitetura do local a ser protegido, porém o diâmetro
da tubulação é dimensionado em função da vazão mássica de agente requerida no
sistema. Alguns fabricantes oferecem diâmetros de tubulações tabelados de acordo
com a vazão mássica mínima na tubulação e seguindo um modelo padrão adotado
referente à espessura da tubulação, o modelo Schedule 40 e 80.
Para o dimensionamento da tubulação de sistema de supressão por agentes
limpo os fabricantes utilizam software de cálculo onde o fator de atrito do tubo
incorporado na equação de conservação de energia utilizada para calcular a queda
de pressão para o fluxo de duas fases em sistemas de proteção contra incêndios é
baseado na premissa de que o fluxo altamente turbulento é presente na linha de
tubulação. Além disso, um elevado grau de turbulência deve ser mantido em seções
de tubo próximo aos pontos de divisão. Porém taxas de fluxo baixas como 60% das
taxas mínimas podem usada em ramais que levam diretamente aos bocais, sem
elementos de divisão de fluxo presentes. Assim o diâmetro do tubo que pode ser
utilizado para uma dada taxa de fluxo é, portanto, baseada na taxa de fluxo mínima
necessária para manter a turbulência completa, que manterá a mistura das fases do
agente. (KIDDE NOVEC 1230, 2005).
55

Embora o dimensionamento da rede de tubulação for realizado por softwares


de cálculos, a Tabela 7 pode ser utilizada como um guia para estimar o
dimensionamento da rede de distribuição, onde os diâmetros dos tubos estão
dimensionados em função da vazão mássica mínima do agente limpo necessária
para manter a turbulência no interior da tubulação, levando em conta o padrão de
espessura da tubulação.

Tabela 7 - Diâmetro do tubo vs. Vazão

Tubo de Schedule 40 Tubo de Schedule 80

Diâmetro Vazão mínima Vazão mínima


Nominal para todas 60% da Vazão para todas 60% da Vazão
do Tubo as seções mínima para as seções mínima para
(mm) Levando a um todas as seções Levando a um todas as seções
T terminando com T terminando com
(Kg/s) um bocal (Kg/s) um bocal
(Kg/s) (Kg/s)
9 0,31 0,19 0,14 0,08
10 0,70 0,42 0,48 0,29
15 1,17 0,70 0,88 0,53
20 2,05 1,23 1,67 1,00
25 3,31 1,98 2,76 1,65
32 5,75 3,45 4,91 2,95
40 7,92 4,75 6,83 4,10
50 13,53 8,12 11,78 7,07
65 19,99 11,99 17,47 10,48
80 32,36 19,42 28,56 17,13
90 44,60 26,76 39,67 23,80
100 58,64 35,18 52,56 31,53
125 93,31 55,99 84,96 50,98
150 129,97 77,98 119,19 71,51
Fonte: (KIDDE NOVEC 1230, 2005)

No momento da instalação o interior das tubulações deve estar livre de


partículas ou qualquer outro material que possa vir a entupir ou danificar os
difusores. O sistema de tubulação deve ser firmemente apoiado tendo em conta as
forças de empuxo do agente, expansão térmica, e contração, e não devem estar
sujeitos à mecânica, química, vibração, ou outro tipo de dano.
56

3.4 Difusores

Os difusores, também chamados de bocais de descarga, são dispositivos


instalados no final da rede de distribuição e sua função é distribuir uniformemente o
agente extintor no ambiente protegido, mantendo o padrão de concentração
predefinido do agente. O bocal de descarga é montado de maneira a permitir que o
agente seja descarregado sobre um eixo horizontal. Devem assegurar que o agente
seja descarregado dentro de 10 segundos e seja adequadamente dispersado por
toda a área protegida. Para isto, no momento da escolha do difusor devem ser
observadas as características de fluxo, área de cobertura, limites de altura e
pressões mínimas. (NFPA 2001, 2012).
Os difusores devem ser fabricados com material que seja resistente à
corrosão do agente utilizado e da atmosfera na aplicação pretendida.
Em locais onde há possibilidade de obstrução dos orifícios dos difusores por
materiais estranhos, os mesmos deverão ser equipados com disco de ruptura,
tampas ejetoras ou outros dispositivos apropriados, sendo projetados de maneira
que durante a liberação do agente forneçam uma abertura desobstruída do difusor, e
de modo que no momento da liberação não cause acidentes. (NFPA 2001, 2012).
A área de atuação dos difusores de agentes limpos é função do modelo de
difusor que pode ser 90° 180° e 360°, sendo que os valores de raios de atuação
variam de acordo com o fabricante. A Figura 21 apresenta uma série de difusores
disponíveis no mercado.

Figura 21 - Modelos de difusores, 90°, 180° e 360°.

Fonte: Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011)


57

Ambos os modelos de difusores apresentados na Figura 21, foram


projetados para a inundação total do agente limpo no ambiente a ser protegido.
Os modelos de 360° são instalados no teto do ambiente e possuem uma
área de ação representada por um quadrado de 11,89 m de lado, sendo um raio de
8,41 m. Os modelos 180° são instalados a partir das paredes laterais do ambiente,
respeitando uma distância de no máximo 305 mm da parede, sua área de ação é
representada por um quadrado com as dimensões iguais ao do modelo de 360°. Já
os difusores modelo 90° são instalados a partir dos cantos do ambiente, respeitando
uma distância de no máximo 305 mm das paredes, sua área de ação é representada
por um quadrado 7,32m de lado, sendo um raio de 10,34m. Estas características
podem ser observadas na Figura 22.

Figura 22 – Área de ação dos difusores modelos 360°, 180° e 90°

Fonte: Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011)

A altura máxima para instalação do difusor em um espaço protegido é de


5,59 m por camada de difusor. Camadas adicionais são necessárias para alturas
maiores que 5,59 m.

3.5 Detectores, Atuadores, Alarme e Central de Controle

Os dispositivos de detecção automática, atuadores, alarme e central de


controle, formam um subsistema, os quais são responsáveis pela automatização do
sistema de proteção contra incêndio por agentes limpos. Estes dispositivos devem
possuir uma fonte de alimentação reserva com capacidade de fornecer energia a
58

estes equipamentos por no mínimo 24 horas. Todos os dispositivos devem ser


concebidos para funcionar corretamente a partir de -20°F a 130°F (-29°C a 54°C) ou
marcados para indicar limitações de temperatura. Quanto a instalação deve-se
observar para que os mesmos não fiquem sujeitos a danos mecânicos, químicos ou
outros danos que os tornariam inoperantes. (NFPA 2001, 2012).
A detecção automática deve ser feita por dispositivos capazes de detectar e
indicar calor, chama, fumaça, vapores combustíveis, ou uma condição anormal que
represente perigo, tais como problemas no processo, que capazes de produzir fogo.
(NFPA 2001, 2012).
Os detectores automáticos mais utilizados em sistema de supressão por
agentes limpos são os de fumaça e gás, os quais apresentam sensibilidade ás
substâncias voláteis, que ficam dispersas no ar na ocasião de um inicio de queima,
podendo ser detectadas antes mesmo do aparecimento das chamas.
Segundo a NBR 17240 (2010), detectores automáticos de fumaça pontual
são dispositivo destinado a atuar quando ocorre presença de partículas e/ou gases,
visíveis ou não, e de produtos de combustão, no ponto da instalação. A área máxima
de ação destes detectores é de 81 m², para instalação em tetos planos, com altura
de instalação de até 8 m. Sendo a área de ação um quadrado de 9 m de lado
inscrito em um círculo cujo raio será igual 6,3 m, conforme Figura 23.

Figura 23 – Área de ação dos detectores de fumaça pontual

Fonte: NBR 17240 (2010)

O painel de controle é o dispositivo responsável por controlar e monitorar


todas as funções dos detectores, atuadores e alarme de incêndio. Estes dispositivos
59

são baseados em microprocessador com hardware e integração de software


projetado para garantir a confiabilidade.
Os dispositivos de alarmes de incêndio são dispositivos sonoros e/ou visuais
responsáveis de alertar as pessoas da ocorrência de incêndio, para que as mesmas
possam evacuar o local. Os agentes limpos em concentrações abaixo do NOAEL
não representam risco aos seres humanos, mas a NFPA 2001, determina que
deverá ser emitido um alarme de pré descarga, o qual permitirá a evacuação das
pessoas do ambiente a ser inundado, e este tempo servirá de confirmação por parte
dos dispositivos da ocorrência de fogo. Outra forma de alerta para a evacuação do
ambiente em caso do acionamento do alarme é a utilização de placas indicativas, as
quais informam que o ambiente está protegido por sistema fixo de gás por
inundação e em caso de incêndio deverá ser evacuado.
Além do alarme de incêndio, o sistema deverá possuir alarme que indicam
problemas ou falha nos componentes do sistema em geral.
Os sistemas automáticos de proteção contra incêndio por agentes limpos
devem possuir dispositivos que possibilitam o acionamento manual, quando por
algum motivo o sistema automático deixar de operar. Devem possuir ainda
dispositivos manuais que abortam ou interrompam a descarga de agente extintor,
quando da ocorrência de um alarme falso.
A Figura 24 apresenta os componentes do sistema de detecção, alarme,
atuação e central de controle.

Figura 24 – Sistema de detecção, alarme, atuação e controle

Fonte: Manual Argus / Notifier RP-2002(E)


60

Segundo a NFPA 2001 (2012) o acionamento automático do sistema poderá


ser realizado pela ação de dispositivos de atuação mecânica, elétrica ou
pneumática. O atuador elétrico é o dispositivo de acionamento automático mais
utilizado em sistemas automáticos de supressão de incêndio, e estes geralmente
são projetados juntamente com a válvula do cilindro.
O atuador elétrico da válvula conecta-se ao cilindro primário na conexão de
atuação da válvula e sua função é abrir automaticamente a válvula do cilindro após
receber de um sinal do painel de controle.
A Figura 25 apresenta um modelo de atuador elétrico construído em aço
com uma porca giratória serrilhada em latão e um pino de atuação em aço inoxidável
que afunda o miolo da válvula quando energizado. Este modelo opera entre 17 e 30
Vcc e consome 500 mA (0,5 A) a 24 Vcc nominal com uma corrente de supervisão
máxima de 30 mA (0,03 A).

Figura 25 – Atuador Elétrico da Válvula

Fonte: Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011)

Este modelo de atuador elétrico possui um dispositivo de segurança


instalado em sua parte superior, onde em caso de falha no acionamento automático
do sistema o mesmo poderá ser acionado manualmente, conforme requisitado pela
NFPA 2001, sendo que a força e o movimento necessários para acionar este
dispositivo não poderão ser superiores respectivamente a 178 N e 356 mm.
O atuador manual da válvula é composto por um corpo em latão, um pino de
atuação em aço inoxidável e um pino anelado de segurança em aço, conforme
apresentado na Figura 26.
61

Figura 26 – Atuador Manual da Válvula

Fonte: Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011)

3.6 Configuração do sistema fixo de proteção contra incêndio por agentes


limpos

Após análise dos equipamentos e dispositivos que compõem um sistema


fixo de proteção contra incêndio por agentes limpos, um layout do sistema com
todos seus componentes devidamente alocados no ambiente a ser protegido pode
ser observado na Figura 27.

Figura 27– Layout de um sistema de supressão incêndio por agente limpo

Fonte: Manual Argus / Series Janus Fire Systems (2011)


62

4 METODOLOGIA DE PROJETO

O presente capítulo tem por objetivo apresentar uma metodologia de projeto


de engenharia desenvolvida por Dias (2011) a qual segue os parâmetros e
orientações abordados na norma NFPA 2001.
Segundo Dias (2011) a metodologia serve como um guia para o
desenvolvimento de um sistema se supressão de incêndio por agentes limpos. A
metodologia é apresentada em forma de fluxograma, conforme a Figura 28, o qual
organiza os passos a serem seguidos durante o projeto.

Figura 28 – Fluxograma para o desenvolvimento do projeto

Fonte: Dias (2011)

Esta metodologia foi desenvolvida para o dimensionamento do sistema de


supressão de incêndio propriamente dito, ou seja, dimensionamento de cilindros,
tubulações e difusores, sendo que a mesma não apresenta métodos para o
desenvolvimento do projeto do sistema de detecção, alarme e controle.
63

4.1 Visita ao Ambiente

A visita ao ambiente a ser protegido por um sistema de supressão de


incêndio é o primeiro passo para o desenvolvimento do projeto do sistema. Na visita
ao ambiente serão verificados os seguintes aspectos:
- Atividades desenvolvidas no ambiente;
- Se o ambiente é ocupado por pessoas;
- Tipos de materiais existentes;
- Características construtivas do ambiente;
- Se há no ambiente proteção passiva e/ou ativa contra incêndio.

4.2 Verificação da Viabilidade

Com a realização da visita “in loco” onde foram verificadas as características


do ambiente a ser protegido e de posse das informações, parte-se então para
questão da verificação viabilidade técnica e econômica da instalação do sistema de
fixo de proteção contra incêndio por agente limpo no referido ambiente.

4.2.1 Viabilidade Técnica

Na viabilidade técnica será verificado se o ambiente apresenta as condições


técnicas necessárias para o bom funcionamento do sistema, como:
- Se o ambiente apresenta características construtivas adequadas para
instalação do sistema.
- Se o ambiente processa materiais que restringem o uso de agentes limpos.
- Se o ambiente será fechado na ocorrência de incêndio, pois conforme a
NFPA 2001, no momento da liberação do agente limpo não deverá haver entrada de
ar externo, em excesso no ambiente protegido.
- Análise da concentração do agente limpo necessária para combater o
incêndio no ambiente, de acordo com os materiais combustíveis existentes no local,
sendo que está concentração não deverá ser maior que o valor do NOAEL dos
agentes limpos.
Caso uma destas condições não for atendida, o ambiente não apresenta
condições técnicas para a instalação do sistema.
64

4.2.2 Viabilidade Econômica

A viabilidade econômica refere-se à análise dos valores agregados


existentes no ambiente e do custo da instalação do sistema de supressão de
incêndio por agentes limpos, chegando a uma relação de custo-benefício. Ficando o
cliente em optar ou não pela instalação do sistema.

4.3 Coleta de Dados Principais

Conforme Dias (2011) depois de confirmada a viabilidade de instalação do


sistema, o passo seguinte será a coleta de dados técnicos do ambiente a ser
protegido, sendo os principais:
- Dimensões do ambiente: comprimento, largura, pé direito;
- Materiais existentes no local: equipamentos, mobília, materiais
combustíveis;
- Características construtivas;
- Média de temperatura do ambiente;
- Presença de obstáculos que possam interferir na distribuição correta do
agente extintor;
- Locais para instalação dos cilindros de armazenamento.

4.4 Decisões de Projeto

Conforme Dias (2011) a quarta etapa refere-se às decisões de projeto, as


quais servirão de base para o desenvolvimento do layout inicial dos componentes do
sistema. Nesta etapa serão definidos:
- Classes de incêndio existentes no ambiente: com as informações
referentes aos tipos de materiais existentes no ambiente a ser protegido, é possível
determinar as classes de incêndio.
- Escolha do agente limpo: para a escolha do agente limpo devem-se
observar algumas características apresentadas pelos agentes, como a concentração
de mínima de projeto, os valores de NOAEL, ODP, GWP, princípio de extinção.
- Concentração de projeto do agente limpo: a concentração de extinção
do agente limpo é determinada de acordo com a classe de incêndio existentes no
65

ambiente a ser protegido, sendo que para classe de incêndio B o valor da


concentração varia de acordo com o combustível. Esta concentração representa a
porcentagem em volume do agente presente no ambiente, necessária para extinguir
o incêndio. Para questão de segurança e eficiência, em locais que apresentam mais
de uma classe de incêndio, deverá ser aplicado o valor da classe que requeira maior
concentração de agente. Os valores das concentrações de extinção de cada agente
limpo estão especificados na NFPA 2001, sendo que em alguns casos os valores de
concentrações estão especificados também nos manuais de fabricantes.
A NFPA 2001 (2012) apresenta ainda um fator de segurança de projeto, o
qual deve ser multiplicado ao valor da concentração mínima de extinção das chamas
(MEC), sendo que o valor final de concentração de agente a ser aplicado no projeto,
não deverá ser superior ao valor de NOAEL do agente limpo. Os valores dos fatores
de segurança determinados pela norma são:
- Classe A – 1,2
- Classe B – 1,3
- Classe C – 1,35
A tabela 8 apresenta as concentrações mínimas de projeto de alguns agentes
limpos.

Tabela 8 - Concentrações mínimas de projeto e extinção das chamas

Concentrações Mínimas para Projeto (%)


MEC
MEC
Agente Classe A e C
Classe B(%) Classe A Classe B Classe C
(%)
(fs 1,2) (fs 1,30) (fs 1,35)

FK-5-1-12 3,5 4,5 4,2 5,9 4,72

HFC-125 6,7 8,7 8 11,3 9

HFC-227ea 5,2 - 5,8 6,7 6,25 - 7 8,7 7,02 - 7,8

IG-541 28,5 31,25 34,2 40,6 38,5

IG-55 31,6 30,1 37,9 39,1 42,7


* MEC - Concentração mínima de extinção.
* Os valores da Classe B referem-se ao combustível heptano.
* fs – fator de segurança para projetos.
Fonte: NFPA 2001 (2012), adaptada pelo autor.

- Local de Instalação dos cilindros de armazenamento: neste momento


deve-se observar um local para instalação dos cilindros que atendem os requisitos
66

solicitados pelo NFPA 2001, apresentados no item 3.1 deste trabalho, bem como os
manuais de instalação dos fabricantes.
- Forma de instalação da rede de distribuição: a instalação da rede de
tubulação poderá ser sob o piso, sobre o teto ou mista (piso e teto), dependendo das
possibilidades apresentadas pela edificação.

4.5 Projeto Básico

A etapa do projeto básico tem por objetivo criar um layout inicial, ou seja, um
croqui do ambiente a ser protegido, com a disposição dos componentes do sistema,
com foco em obter um melhor traçado para rede de tubulação. Sendo que para esta
etapa o projetista deverá observar os seguintes itens:
- Seleção dos difusores: conhecendo as dimensões e os elementos
construtivos do ambiente a ser protegido, poderá ser determinado o tipo e a
quantidade de difusores necessários para a cobertura total do ambiente. Para a
seleção, referente ao tipo de difusor (90°, 180° ou 360°), deverá ser analisada uma
disposição que resultará numa menor quantidade de difusores e um menor
comprimento da rede de tubulação. (DIAS, 2011).
- Distribuição dos difusores: deverão ser observados os raios de ação dos
difusores, bem como detalhes de instalação. Estas informações estão contidas nos
catálogos dos fabricantes, sendo que algumas estão apresentadas no item 3.4,
deste trabalho.
- Divisão e distribuição da rede de tubulação: para o projeto da rede de
distribuição do agente extintor, devem ser respeitadas algumas condições referente
a divisão e distribuição da rede, as quais determinarão a quantidade máxima e
mínima de agente a ser destinada para as diferentes ramificações.
Uma destas condições é a Bulltee, na qual há um T instalado no final da
linha de distribuição, onde ambos os lados receberão uma quantidade de 50% da
vazão mássica do agente. A configuração Bulltee aceita ainda uma distribuição de
75% e 25% de vazão mássica do agente.
A outra configuração é a SideTee, nesta a ramificação instalada a 90° da
linha de distribuição receberá uma variação de 10% a 35% da vazão mássica do
agente. A ramificação que ficará concentricamente a linha de distribuição receberá
de 65% 90% da vazão mássica do agente.
67

A Figura 29 apresenta as duas condições de distribuição da rede de


distribuição.

Figura 29 - Condições de distribuição da rede de distribuição

Fonte: (KIDDE NOVEC 1230, 2005)

4.6 Cálculos de Projeto

Segundo Dias (2011) nesta etapa do projeto serão realizados os cálculos


para o dimensionamento do sistema. Para realização dos cálculos deverão ser
conhecidas fórmulas, fatores de correções e valores tabelados, dados estes
apresentados pela NFPA 2001, além de valores fornecidos por fabricantes.

4.6.1 Cálculo da quantidade de agente limpo

Para o cálculo da quantidade de agente limpo necessário para proteger o


ambiente, sendo que está quantidade deverá inundar 95% do ambiente em 10
segundos, serão utilizadas as equações apresentada pela NFPA 2001 (2014), sendo
a equação 3 para gases inertes e a equação 4 para os gases ativos.
68

- Equação para determinar a quantidade de agente inerte:

??
V = 2,303 ( , log ? ( ?? , (3)

Onde:
X - volume de gás inerte adicionada, em condições normalizadas de 1,013
bar, 21°C por volume do ambiente protegido, [m³];
vs - volume específico de agente gás inerte a 21°C e 1,013 bar, [m³/Kg];
s - volume específico de gás inerte, sob 1 atmosfera e temperatura, t [m³/kg];
C - concentração de projeto de gás inerte [%].

- Equação para determinar a quantidade de agente ativo:

A
W = .( , (4)
??

Onde:
W – massa de agente limpo, [Kg];
V – volume do ambiente protegido, [m³];
s – Volume específico de vapor superaquecido do agente limpo, em função
da temperatura, [m³/Kg];
C – concentração em volume do agente limpo (%), já acrescido o fator de
segurança.

Para o cálculo do “s” que representa volume especifico de vapor


superaquecido do agente limpo em função da temperatura, a norma NFPA 2001
apresenta uma equação para cada tipo de agente limpo as quais estão dispostas
nas tabelas A.5.5.1 (a-r). As referidas tabelas apresentam os valores da massa de
agente requerida por volume do ambiente “W/V”, valores estes estimados em função
da temperatura e da concentração de projeto.
69

A equação 5 apresenta a fórmula para calcular o volume específico do


agente limpo Novec™ 1230, apresentado pela NFPA 2001 (2012) como FK-5-1-12.

s = 0,0664 + 0,0002741. t (5)

Onde:
s – Volume específico de vapor superaquecido do agente limpo, em função
da temperatura t, [m³/Kg];
t – temperatura de projeto do ambiente protegido, [°C].

As tabelas A.5.5.1 (a-r), apresentam os valores do volume especifico de


vapor superaquecido “s” dos diversos tipos de agentes limpos apresentados pela
norma, já calculados em função a temperatura.

4.6.2 Cálculo do volume de agente limpo

Após o cálculo da quantidade de agente necessário, é possível calcular o


volume de agente limpo necessária proteger o ambiente, através da equação 6.

V = W. (6)
I/A

Onde:
V – volume de agente limpo, [m³];
W – massa de agente limpo, [Kg];
W/V – massa requerida do agente por volume do ambiente protegido agente,
a determinada temperatura, [kg/m³].
Os valores da massa do agente requerida por volume do ambiente são
obtidos nas tabelas A.5.5.1 (a-r) da NFPA 2001 (2012). A Tabela 9 apresenta os
valores de W/V do agente limpo Novec™ 1230 (FK-5-1-12).
70

Tabela 9- Valores de W/V do agente limpo Novec™ 1230 (FK-5-1-12)..

Fonte: NFPA 2001, (2012)

4.6.3 Cálculo da vazão mássica do agente

Para o cálculo da vazão mássica do agente limpo necessária para inundar


95% do ambiente a ser protegido num tempo de 10 segundo, será utilizada a
equação 7. O valor da vazão mássica será utilizado para o dimensionamento da
rede de tubulação do sistema.

mL = W. (7)
M
71

Onde:
ṁ – vazão mássica de agente, [Kg/s]
t – tempo para inundação, [s]

4.6.4 Cálculo da vazão volumétrica do agente

Para o calculo da vazão mássica do agente limpo necessária para inundar


95% do ambiente a ser protegido num tempo de 10 segundo, será utilizada a
equação 8. O valor da vazão volumétrica também poderá ser utilizado para o
dimensionamento da rede de tubulação do sistema, pois alguns fabricantes
apresentam o dimensionamento da tubulação em função da vazão volumétrica.

Qv = mL. (8)
I/A

Onde:
Qv – vazão volumétrica, [m³/s];
ṁ – vazão mássica de agente, [Kg/s];
W/V – massa requerida do agente por volume do ambiente protegido agente,
a determinada temperatura, [kg/m³].

4.6.5 Fatores de correção

Após a realização dos cálculos de vazão, deverão ser verificados alguns


fatores de correção, devido a condições que influenciam na perda de vazão do
agente na tubulação. Os fatores de correção a serem verificados, os quais deverão
ser multiplicados aos valores da vazão mássica, são:
- Fator de correção devido ao n° de T;
- Fator de correção devido à altitude.

Os valores de correção devido ao n° de T e devido à altitude estão


apresentados nas tabelas 10 e 11, respectivamente.
72

Tabela 10– Fatores de correção devido aos n° de T


Nº T Fator de Correção
0-4 0
5 0,01
6 0,02
7 0,03
8 0,04
9 0,05
10 0,06
11 0,07
12 0,07
13 0,08
14 0,09
15 0,09
16 0,1
17 0,11
18 0,11
19 0,12
Fonte: NFPA 2001, (2012)

Tabela 11– Fatores de correção devido altitude

Altitude Equivalente Fator de Correção


(m) Atmosférica

-0,92 1,11
-0,61 1,07
-0,3 1,04
0 1
0,3 0,96
0,61 0,93
0,91 0,89
1,22 0,86
1,52 0,82
1,83 0,78
2,13 0,75
2,45 0,72
2,74 0,69
3,05 0,66
Fonte: NFPA 2001, (2012)

Segundo a NFPA 2001 (2012) o fator de correção devido à altitude deve ser
aplicado para ajustar perdas de pressão, quando as pressões ambientais variarem
73

mais de 11% em relação ao nível do mar, ou seja, quando o ambiente a ser


protegido estiver a uma diferença de ±3000 pés (915 m) em relação ao nível do mar.

4.6.6 Dimensionamento da rede de distribuição

Com os valores das vazões calculados e acrescidos dos fatores de


correções caso seja necessário, pode-se realizar o dimensionamento da tubulação e
dos difusores. Uma estimativa do dimensionamento da rede de distribuição poderá
ser feito por meio de tabelas fornecidas pelos fabricantes, as quais apresentam
diâmetros de tubos em função das vazões de agente limpo.

4.7 Projeto Executivo

Para Dias (2011) na fase do Projeto Executivo será confeccionado a


documentação do projeto. A documentação referente ao sistema fixo de proteção
contra incêndio por agente limpo deverá seguir o que está solicitado pela NFPA
2001.
Outro fator a ser observado nesta fase refere-se à documentação solicitada
pelos órgãos locais responsáveis pela fiscalização de sistemas de prevenção contra
incêndio, sendo que na maioria dos Estados brasileiros está responsabilidade cabe
ao Corpo de Bombeiro Militar.
Os documentos que deverão fazer parte do projeto são:
- Desenhos técnicos;
- Memorial descritivo contendo as características do sistema;
- Memorial de cálculos;
- Lista de materiais;
- Manual de operação e manutenção do sistema.
74

5 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso tem por objetivo a elaboração do projeto de


engenharia de um sistema fixo de proteção contra incêndio por agente limpo. O
ambiente para o qual o sistema foi projetado é a sala onde se encontra instalado o
Data Center da uma Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul - UNIJUI.
Para a elaboração do projeto do referido sistema foram observadas as
características e especificações técnicas dos equipamentos que compõe o sistema,
bem como dos agentes limpos, seguindo as etapas da metodologia de projeto
apresentada.
A metodologia seguida é focada no dimensionamento de cilindros,
tubulações e difusores, não apresentado métodos para o desenvolvimento do
projeto do sistema de detecção, alarme e controle. Assim, este estudo focou-se
apenas no dimensionamento sistema de supressão de incêndio. Em relação ao
sistema de alarme, detecção e controle, por se tratar de um sistema mais complexo,
necessitando de um estudo mais aprofundado, serão apenas alocados seus
componentes no projeto em questão, apresentando suas características principais.

5.1 Visita ao Ambiente a ser Protegido

O Data Center da Universidade encontra-se instalado no prédio do Núcleo


de Suporte ao Usuário e Núcleo de Rede e Banco de Dados, no campus de Ijuí.
Com a visita ao local onde se encontra instalado o Data Center da UNIJUI, pode-se
observar as seguintes características do ambiente a ser protegido:
- O ambiente a ser protegido restringe-se basicamente em abrigar o Data
Center da instituição.
- A sala recebe presença de pessoas para a execução de atividades
rotineiras e também durante a manutenção de equipamentos.
- O local é mantido com janelas e portas fechadas devida a climatização,
sendo que por se tratar de um ambiente com acesso restrito, a abertura da porta é
feita através de leitura biométrica.
- As salas laterais são ocupadas por pessoas, as quais exercem atividades
laborais diárias.
75

- A sala possui um extintor de CO2, carroçável de 10 Kg, com capacidade


extintora de 5 BC.
Durante a visita ao ambiente foi verificada a existência de uma sala onde
estão alocados os No-breaks e os bancos de baterias. Esta sala está localizada ao
lado do ambiente a ser protegido, podendo também ser protegida pelo sistema.

5.2 Verificação das Viabilidades

Com as informações coletadas durante a visita ao ambiente a ser protegido,


pode-se concluir que o local apresenta as condições técnicas necessárias para a
instalação do sistema de proteção contra incêndio por agentes limpos.
Em relação a viabilidade econômica, embora não possuindo a informação
real do valor para a instalação do sistema, pode-se considerar viável a instalação do
referido sistema, pois além do alto valor dos equipamentos existentes no ambiente,
existe também a questão do valor das informações da instituição, as quais se
encontram armazenadas no local. Sendo que o ambiente possui apenas um extintor
de CO2, como equipamento de prevenção contra incêndio, e em caso da ocorrência
de um sinistro será necessária atuação de uma pessoa para operar o equipamento.
Contudo a instalação do sistema além de proteger as pessoas que ocupam
o local protege também os equipamentos e as informações, evitando prejuízo de
elevada monta, além de reduzir ao máximo a interrupção das atividades da
instituição em caso de sinistro.

5.3 Coleta de Dados Principais

Os ambientes a serem protegidos apresentam os seguintes dados técnicos:


- Dimensões dos ambientes a serem protegidos, conforme Tabela 12:

Tabela 12– Dimensões internas dos ambientes


Comprimento Largura Pé Direito Área Volume
Local
(m) (m) (m) (m²) (m³)
Sala Data Center 5,8 4,9 3,10 28,42 88,10
Sala No-breaks 3,8 3,3 2,85 12,54 35,74
Fonte: Autor
76

- Materiais existentes no local: Equipamentos eletrônicos dispostos em


racks, No-breaks, cabos elétricos, armários em madeira, baterias.
- Características construtivas: As salas apresentam paredes e piso em
alvenaria, o forro em PVC, a cobertura em telhas de amianto e as portas em
madeira.
- Média de temperatura do ambiente: Entre 18ºC e 22ºC
- As salas não apresentam obstáculos que possam interferir na distribuição
correta do agente extintor quando injetado no ambiente.
- Ambas as salas apresentam locais, tanto internos como externo, para a
instalação dos cilindros de armazenamento.
A planta baixa do local a ser protegido pode ser observada na Figura 30.

Figura 30 – Planta baixa do ambiente a ser protegido

Fonte: Autor

Já a Figura 31 apresenta os equipamentos eletrônicos existentes no


ambiente a ser protegido pelo sistema. Os equipamentos encontram-se dispostos
em raks de metal, com uma altura de aproximadamente 2 m, altura esta que não
interfere na distribuição correta do agente limpo no ambiente.
77

Figura 31 – equipamentos eletrônicos

Fonte: Autor

5.4 Decisões de Projeto

- Classes de incêndio existentes no ambiente: De acordo com os


materiais existentes em ambos os ambiente a serem protegidos, verifica-se a
existência de classe de incêndio A e C.
- Escolha do Agente Limpo: Observando as características dos ambientes
a serem protegidos e as características dos agentes limpos, conforme as Tabelas 3
e 4, o agente limpo escolhido para o sistema foi o Novec™ 1230 da 3M, por ser um
agentes extintor que requer baixa concentração de projeto, e por se tratar de um
agente limpo com maior conformidade com as exigências ambientais atuais.
- Concentração de projeto do agente limpo: Conforme Tabela 8, a
concentração mínima de extinção das chamas para NOVEC™ 1230 é de 3,5 % para
riscos A e C, ao qual deverá ser considerado um fator de segurança para projeto de
1,35 para classe de incêndio C, sendo assim, necessária uma concentração mínima
de projeto de 4,725%. A concentração de projeto a ser utilizada será arredondada
para 5%, devido a valores tabelados para esta concentração.
- Local da Instalação dos cilindros de armazenamento: Os cilindros
serão instalados no interior da sala do Data Center, assim como os demais
componentes do sistema, ficando os mesmos protegidos pelo próprio sistema em
caso de incêndio, seguindo as orientações dispostas no manual do fabricante.
78

- Forma de instalação da rede de distribuição: A rede de tubulação será


aérea, sobre o forro dos ambientes a serem protegidos. Fixada em estrutura rígida
através de abraçadeiras para tubos.

5.5 Projeto Básico

Após análise da geometria dos ambientes a serem protegidos e dos dados


obtidos até então, foi criado um layout inicial, da rede de tubulação, sendo
observados os seguintes itens:
- Seleção dos difusores: Para a cobertura total dos ambientes a serem
protegidos serão utilizados dois tipos de difusores, conforme segue:
a) Sala do Data Center: difusor de 360º (raio de ação máximo 8,41m).
b) Sala No-breaks: difusor de 90º (raio de ação máximo 10,34m).
- Distribuição dos difusores: Para a distribuição dos difusores foram
observados os raios de ação máxima de cada modelo, de acordo com a Figura 22,
ficando os mesmos distribuídos no ambiente da seguinte forma:
a) Sala Data Center: Instalado de forma centralizada no forro da sala (2,90m
x 2,45m), a uma distância de 0,05m abaixo do forro.
b) Sala No-Breaks: Instalado no canto direito oposto a porta de entrada da
sala, observando uma distância de 0,05m abaixo do forro e 0,15m de afastamento
das paredes laterais.
- Divisão e distribuição da rede de tubulação: Para o projeto da rede de
distribuição do agente extintor foi levando em consideração a quantidade de agente
extintor destinado a cada ambiente a ser protegido, ou seja, foi projetada em função
da porcentagem que representa o volume de cada sala, estes dados estão
apresentados na Tabela 13.

Tabela 13– Dados dos volumes dos ambientes


Volume Total a ser Volume do ser Vazão mássica de
Volume
Local protegido protegido Agente
(m³)
(m³) (%) (%)
Sala Data Center 88,10 71,14 71,14
123,84
Sala No-breaks 35,74 28,86 28,86

Fonte: Autor
79

De acordo com os dados da tabela anterior se pode observar que a sala do


Data Center, por ser maior, requer assim uma quantidade maior de agente extintor.
A sala do Data Center deverá receber 71,14% da vazão mássica do agente limpo, já
a sala dos No-breaks deverá receber 28,86% da vazão mássica.
Assim para distribuição da rede de tubulação foi optado pela configuração do
tipo SideTee, onde a ramificação instalada a 90° da linha de distribuição (sala No-
breaks) receberá uma variação de 28,86% da vazão mássica do agente. A
ramificação que ficará concentricamente a linha de distribuição (sala Data Center)
receberá 71,14% da vazão mássica do agente. Conforme ilustrado na Figura 32.

Figura 32 - Layout da rede de distribuição.

Fonte: Autor

5.6 Cálculos do Projeto

Para realização dos cálculos foram utilizadas fórmulas, fatores de correções


e valores tabelados, de acordo com NFPA 2001, além de valores fornecidos por
fabricantes.

5.6.1 Cálculo da quantidade de agente limpo

Para o cálculo da quantidade do agente Novec™ 1230 necessário para


proteger o ambiente, sendo que está quantidade deverá inundar 95% do ambiente
em 10 segundos, foi utilizada a equação (4).
80

Sendo:
V = 123,84 m³;
C = 5%;
s = 0,0719 m³/Kg (conforme tabela 9, para 20 °C);

Assim, calculando a quantidade necessária de agente, tem-se:

123,84 Q³ 5
= .4 5
0,0719 Q³/ST 100 V 5

W = XY, Z[ \]

Com este valor é possível determinar através da tabela 6 a quantidade e o


tipo dos cilindros utilizados para o armazenamento do agente limpo. Sendo que,
após análise dos resultados foi optado pelo uso de um cilindro de do tipo 250 lb,
carregado com 90,65 Kg de Novec™ 1230, o qual apresenta as dimensões
conforme apresentado na Figura 33.

Figura 33– dimensões do cilindro de armazenamento

Fonte: Manual Argus / Serie Janus Fire Systems (2011)


81

5.6.2 Cálculo do volume de agente limpo

Após o cálculo da quantidade de agente necessário, é possível calcular o


volume de agente limpo necessário para proteger o ambiente, através da equação
(6).
Sendo:
W = 90,65 Kg;
W/V = 0,7322 m³/Kg (conforme Tabela 9, para 20 °C e concentração de 5
%).
Assim, calculando o volume necessário de agente, tem-se:

1
^ = 90,65 ST.
0,7322 ST/Q³

_ = `ab, c d³

5.6.3 Cálculo da vazão mássica do agente

Para o cálculo da vazão mássica do agente limpo necessária para inundar


95% do ambiente a ser protegido num tempo de 10 segundo, foi utilizada a equação
(7).
Sendo:
W = 90,65 Kg
t = 10 s

Assim, calculando a vazão mássica do agente, tem-se:

1
QL = 90,65 ST.
10 e

dL = X, YZ[ \]/f
82

5.6.4 Cálculo da vazão volumétrica do agente

Para o cálculo da vazão volumétrica do agente limpo necessária para


inundar 95% do ambiente a ser protegido num tempo de 10 segundo, será utilizada
a equação (8).

Sendo:
ṁ = 9,065 Kg/s;
W/V = 0.7322 kg/m³.

Assim, calculando a vazão volumétrica do agente, tem-se:

1
gh = 9,065ST/e.
0,7322 ST/Q³

jk = Z, Zl d³/f

5.6.5 Fatores de correção

Para a aplicação das vazões do agente no sistema de distribuição foram


verificados os fatores de correção abaixo:
- Fator de correção devido ao n° de T: Não há, pois a rede de distribuição
possui apenas um T.
- Fator de correção devido a altitude: Considerando que a cidade deIjuí/RS
está localizada a 328 m acima do nível do mar, não será necessário aplicar o fator
de correção devido a altitude, pois a cidade encontra-se dentro da faixa dos 11%
(911 m) de diferencial de pressão.

5.6.6 Dimensionamento da rede de distribuição

A rede de distribuição do agente extintor NOVEC 1230, possuirá uma rede


de tubulação principal e duas ramificações, sendo estas distribuídas pelo formato
SideTee, onde a ramificação instalada a 90° da linha de distribuição (sala No-
breaks) receberá uma quantidade de 28,86% da vazão mássica do agente. A
83

ramificação que ficará concentricamente a linha de distribuição (sala Data Center)


receberá 71,14% da vazão mássica do agente. A Tabela 14 apresenta vazão
mássica de agente limpo em cada seguimento da rede de distribuição.

Tabela 14– Vazão mássica na rede de distribuição


Vazão mássica Vazão mássica
Segmento da rede
(%) (Kg/s)
Rede principal 100 9,065
Ramificação 1 - (sala Data Center) 71,14 6,449
Ramificação 2 (sala No-breaks) 28,86 2,616
Fonte: Autor

Com o layout e configuração da rede de distribuição já definidos e com os


valores das vazões calculados foi realizado o dimensionamento da tubulação e dos
difusores. Uma estimativa do dimensionamento da rede de distribuição foi feito com
o auxilio da Tabela 7, fornecida pelo fabricante, a qual apresenta diâmetros de tubos
em função das vazões de agente limpo.
A Figura 34 apresenta um croqui da rede de distribuição com seus
segmentos numerados, para um melhor entendimento do dimensionamento da rede.

Figura 34– Croqui da rede de distribuição

Fonte: Autor
84

A Tabela 15 apresenta os resultados do dimensionamento da rede de


distribuição do Sistema de Fixo de Proteção Contra Incêndio por Agentes Limpos.

Tabela 15– Dimensionamento da rede de distribuição

Ponto Ponto Comprimento Diâmetro Tipo Taxa de


Conexões
Inicial Final (m) (mm) (Schedule) Fluxo (Kg/s)

1 2 2,20 40 40 90° 9,065

2 3 1,30 40 40 90° 9,065

3 4 1,75 40 40 T 9,065

4 5 0,70 32 40 90° 6,449

4 6 3,20 20 40 90° 2,616

5 101 0,20 32 40 6,449

6 102 0,48 20 40 2,616


Fonte: Autor

5.7 Projeto Executivo

A documentação referente ao sistema fixo de proteção contra incêndio por


agente limpo foi elaborada conforme padrões apresentados pela NFPA 2001 e pela
Instrução Técnica n° 026 do Corpo de Bombeiros de São Paulo, sendo está última,
adotada como norma pelos Corpos de Bombeiros de vários estados, incluindo o
Corpo de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul, que é a instituição
responsável pela fiscalização de sistemas de proteção contra incêndio no Estado.
Os documentos que deverão fazer parte do projeto são:
- Memorial descritivo do sistema. (Anexo A);
- Desenhos técnicos. (Anexo B e C);
- Lista de materiais;
- Manual de operação e manutenção do sistema

5.7.1 Lista de Material

Para a implantação do sistema fixo de proteção contra incêndio por agentes


limpos, serão necessários os materiais apresentados na Tabela 16.
85

Tabela 16– Lista de materiais


Item Descrição dos Componentes Quantidade Unidade
Conjunto cilindro-válvula, fluído Novec 1230, 250 lb
1 (Capacidade de 126 a 252 lb / 57,2 a 114,3 Kg), saída de descarga 1 Und
Ø 40 mm.
2 Carga de fluído Novec 1230 90,65 Kg
3 Conjunto de suporte do cilindro (250 lb) 1 Und
4 Atuador elétrico da válvula 1 Und
5 Atuador manual da válvula 1 Und
6 União ranhurada (Ø 40 mm) 2 Und
7 Cotovelo ranhurado (Ø 40 mm) 1 Und
8 Niple ranhurado x MNPT(Ø 40 mm) 2 Und
9 Tubo de aço carbono, SCH 40 T(Ø 40 mm) 5,25 m
10 Tubo de aço carbono, SCH 40 T(Ø 32 mm) 0,90 m
11 Tubo de aço carbono, SCH 40 T(Ø 20 mm) 3,68 m
12 Conexão 90° de aço carbono, SCH 40 T (Ø 40 mm) 2 Und
13 Conexão 90° de aço carbono, SCH 40 T (Ø 32 mm) 1 Und
14 Conexão 90° de aço carbono, SCH 40 T (Ø 20 mm) 1 Und
15 Conexão T de aço carbono, SCH 40 T (Ø 40/32 mm) 1 Und
16 Redução aço carbono, SCH 40 T (40/32 mm) 1 Und
17 Redução aço carbono, SCH 40 T (32/20 mm) 1 Und
18 Difusor fluído Novec 1230, em latão Ø 32 mm (fluxo 6,442 Kg/s) 1 Und
19 Difusor fluído Novec 1230, em latão Ø 20 mm (fluxo 2,616 Kg/s) 1 Und
20 Painel de controle de liberação de agente limpo (220 Vca/12 Vcc) 1 Und
21 Acionador manual de ação dupla com interruptor de suspensão 1 Und
22 Dispositivo de alarme de incêndio sonoro visual (tipo autofalante) 2 Und
23 Detector de fumaça pontual 2 Und
24 Placa indicativa de ambiente protegido por agente extintor limpo 2 Und
Fonte: Autor

5.7.2 Inspeção e manutenção do sistema

Para assegurar o perfeito funcionamento do sistema, este deve ser


periodicamente inspecionado por pessoal treinado, utilizando um esquema de
procedimentos, onde qualquer anomalia deverá ser imediatamente e corrigida por
pessoal competente.
A finalidade da inspeção periódica é assegurar que o sistema se encontre
em perfeitas condições de funcionamento. Serve também para identificar problemas
86

devidos ao desgaste, danos acidentais, manipulação não autorizada, alterações das


configurações dos locais a proteger, eventuais aberturas criadas nestes locais não
previstas no projeto inicial e em geral a identificar toda e qualquer situação que afete
negativamente a eficiência do sistema de proteção contra incêndios.
Qualquer anomalia observada deve ser registrada e documentada, sendo
que a ação corretiva deve ser tomada tão cedo quanto possível. Deve tomar-se um
especial cuidado na manutenção dos sensores e do painel de controle, bem como a
verificação do correto funcionamento dos dispositivos de controle de fugas
(manômetros, indicador de líquido, sistemas de pesagem permanente ou outros),
que devem fornecer uma informação continua.
Assim para execução das inspeções periódicas deve ser adotada a seguinte
rotina de manutenção:

a) Inspeção diária (operador)


- Verificar se o painel de Controle está indicando condição normal de
funcionamento.
- Verificar os dispositivos de controle de fugas do agente (manômetro,
indicador de líquido), observando a pressão e a quantidade de líquido no interior do
cilindro;

b) Inspeção mensal (operador)


- Realizar uma inspeção visual de todos os componentes do sistema,
verificando se os mesmos não sofreram avarias e se estão bem fixados;
- Verificar se os cabos elétricos estão firmemente conectados nos
dispositivos;
- Verificar se as conexões e válvulas visíveis estão corretamente
conectadas;
- Verificar se os difusores estão com os bocais desobstruídos.
- Verificar se os acionadores manuais se encontram devidamente lacrados.

c) Inspeção Anual (equipe técnica)


- Verificar todos os registros de anomalias verificadas no sistema e tomar as
ações necessárias para repor o sistema em operação correta;
87

- Verificar se o acesso às áreas de risco, botoeiras, comandos manuais,


cilindros e difusores apresentem um acesso livre sem obstruções;
- Realizar uma inspeção geral a todos os cilindros;
- Confirmar a correta fixação de todo o sistema de tubagens e cilindros, bem
como de todos os cabos, com eventuais apertos;
- Verificar a pressão interna dos cilindros;
- Verificar as funções de monitoramento de anomalias do painel de controle;
- Quando permitido, acionar a comunicação de alarme ao corpo de
bombeiros ou central receptora de alarmes;
- Operar pelo menos um sensor em locais distintos, para testar se o painel
de controle recebe e exibe o sinal correto, soa o alarme e aciona qualquer outro
sinal de aviso ou dispositivo auxiliar, estando com o disparo do agente extintor
bloqueado;
- Verificar eventuais mudanças estruturais ou ocupacionais que possam ter
afetado os requisitos para a localização dos sensores e dos difusores;

d) Inspeção Trienal (equipe técnica)


- Realizar todas as ações descritas na inspeção anual:
- Verificar o estado geral da tubagem e a correta colocação de difusores, os
quais devem estar de acordo com o projeto inicial;
- Verificar estado da pintura dos cilindros e tubagem;
- Verificar estado dos selos de segurança nos comandos manuais;
- Verificar a existência de instruções para a atuação manual do sistema, e se
são legíveis e resistentes;
- Comprovar que o sistema de pesagem (caso exista) indica “carga correta”
e testar manualmente o seu funcionamento;
- Comprovar continuidade no sistema elétrico de alimentação;

Observação: Para a realização da inspeção anual e Trienal por questão de


segurança o sistema deverá ser inibido de forma evitar a descarga acidental durante
o processo devendo retornar o funcionamento automático após a inspeção.
Geralmente deve ser feito um acordo entre o proprietário e o fabricante ou
fornecedor, referente ao serviço de inspeção, assistência técnica e reparação do
sistema.
88

CONCLUSÃO

A realização do trabalho contribuiu de maneira significante para formação


acadêmica na área da engenharia mecânica. O trabalho proporcionou o
conhecimento aprofundado na área de segurança contra incêndio aplicada em locais
que possuem objetos de alto valor agregado como é o caso de ambiente onde se
encontram instalados os Data Centers de empresas e instituições.
O estudo possibilitou entender a dinâmica do fogo, em todos os seus
aspectos, como causas, formação, consequências e métodos de extinção. Sendo
estes aspectos baseados em princípios fundamentais da física, química e
matemática, atuantes na origem do problema, ou seja, o fogo.
O trabalho proporcionou um estudo aprofundado sobre sistemas fixos de
proteção contra incêndio por agentes limpo, conhecendo seus principais
componentes e suas funções dentro do sistema. Foi possível também, compreender
as principais características dos agentes limpos existentes no mercado, que são
substâncias químicas que combatem incêndio de maneira eficiente e que não
danificam equipamentos e não deixam resíduos no ambiente após o combate ao
fogo. Sendo um sistema de proteção contra incêndio ideal para ambientes que
abrigam Data Centers.
O principal objetivo alcançado com trabalho foi a elaboração do projeto de
engenharia de um sistema fixo de proteção contra incêndio por agente limpo,
dimensionado para proteger o ambiente que abriga o Data Center e a sala dos No-
breaks da UNIJUI. Para o desenvolvimento do projeto seguiu-se uma metodologia
elaborada conforme padrões exigidos pela norma NFPA 2001 onde o agente
escolhido foi o Novec™ 1230, por ser o que requer baixa concentração de projeto, e
por se tratar de um agente limpo com maior conformidade com as exigências
ambientais atuais.
Para o dimensionamento do sistema observou-se que os principais
parâmetros utilizados realização dos cálculos são:
- Volume do ambiente a ser protegido;
- concentração de projeto do agente limpo;
- massa requerida do agente por volume do ambiente protegido agente, a
determinada temperatura.
89

De posse destes dados foi possível calcular a quantidade de agente limpo


necessária para inundar o ambiente em caso de ocorrência de incêndio. O valor
importante calculado foi o valor da vazão mássica do agente, o qual contribuiu para
o dimensionamento da rede de tubulação do sistema.
Com isso foi possível dimensionar todos os componentes do sistema, o qual
irá proteger o ambiente para o qual foi protegido de maneira eficaz, durante as 24
horas do dia. Sendo uma alternativa eficiente, que possa prevenir e combater
incêndio no menor tempo possível, caso ele venha a acontecer.
Assim Prevenir e combater incêndio em locais onde há o armazenamento e
processamentos de informações, além de proteger a vida das pessoas que ali
exercem suas atividades, protegem também a organização, pois danos causados
nestes ambientes podem significar a paralisação das atividades, prejuízos materiais
de elevada monta e perda de informações vitais.
90

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 12693. Sistemas de


proteção por extintores de incêndio.. Rio de Janeiro, 1993.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 13714. Sistema de


hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.. Rio de Janeiro, 2000

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13860. Glossário de


termos relacionados com a segurança contra incêndio. Rio de Janeiro: 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 17240. Sistemas de


detecção e alarme de incêndio. Projeto, instalação, comissionamento e
manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos. Rio de
janeiro, 2010.

Argus/Janus Fire Systems. Sistema de Extinção de Incêndio por Agente Limpo


Novec™ 1230. Manuais Séries Mv, Lv e Sv, 2011. Disponível em <http://www.argus-
engenharia.com.br/site/sistemas/sistema-de-gas/supressao-por-novec-1230/>.
Acesso em 08 de setembro de 2015.

Argus/Notifier . Painel de controle de liberação de agente. Manual RP-2002(E)


Disponível em <http://www.argus-engenharia.com.br/site/deteccao-e-
alarme/sistema-convencional-de-deteccao-e-alarme/>. Acesso em 08 de setembro
de 2015.

BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional da segurança pública. Curso de


segurança contra incêndio. Brasília, 2014.

BRENTANO, Telmo. A proteção contra incêndio no Projeto de Edificações. 2ª.


Ed. Porto Alegre, 2010. 632 p.: it. Color.

CBPM-SP, Instrução Técnica nº 02- Conceitos básicos de segurança contra


incêndio. São Paulo-SP: CBPM-SP, 2011.

CBPM-SP, Instrução Técnica nº 03 - Terminologia de segurança contra incêndio.


São Paulo-SP: CBPM-SP, 2011.

CBPM-SP, Instrução Técnica nº 04 – Símbolos gráficos para projeto de


segurança contra incêndio. São Paulo-SP: CBPM-SP, 2011.

CBPM-SP, Instrução Técnica nº 26 – Sistema fixo de gases para combate a


incêndio. São Paulo-SP: CBPM-SP, 2011.

DIAS, Fabrícia Ribeiro. Sistema de supressão de incêndio com agente limpo:


Proposta de uma metodologia de projeto. 2011, 98 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Curso superior em Engenharia Mecânica) – Universidade de Brasília,
Brasília, 2011. Disponível em:
91

<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/3422/1/2011_FabriciaRibeiroDias.pdf>.
Acessado em 3 de setembro de 2014.

HELDT, Gustavo. Substâncias extintoras. Revista Emergência. Ed 59, Novo


Hamburgo-RS, 2014. p. 36-41.

GABRIEL, Vitor Silva. Estudo de Sistema Fixo de Combate a Incêndio por


Agente Gasoso. Rio de Janeiro: UFRJ/EQ, 2014. Disponível em
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INSIDE Engenharia de Incêndio. Sistema de Gás contra Incêndio. FM 200-Gás


Contra Incêndio. Sistemas contra incêndio – Inside Engenharia. Disponível em:<
http://www.insideengenharia.com.br/sistema-de-gas/125-fm-200-gas-contra-incendio
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KIDDE Novec™ 1230. Kidde Engineered Fire Suppression System Designed for
use with 3M™ Novec™ 1230 Fire Protection Fluid. Design, Installation, Operation
and Maintenance Manual. Ano de publicação 2005.

NFPA – NATIONAL FIRE PROTECION ASSOCIATION. Standart on clean agente


fire extinguishing system. NFPA 2001, Mass, USA, 2012.

PEREIRA, Anderson Guimarães. A segurança contra incêndio. O ensino de


ciências e matemática para o exercício das atividades. Revista Engenharia. Ed.
596 p.108-115,2009. Disponível em:
<http://www.brasilengenharia.com/portal/images/stories/revistas/edicao596/Art_Cons
trucao-civil.pdf>, acesso em 22 de outubro de 2014.

SEITO, Alexandre Itiu, et al. A Segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo:
Projeto Editora, 2008. 496 p.

3M RESUMO TÉCNICO. 3M Novec™1230 Fluido para Combate a Incêndio.


Propriedades Ambientais do Fluido Novec™ 1230. 3M (2014). Disponível em:
<http://multimedia.3m.com/mws/media/802366O/3mtm-novectm-1230-fire-protection-
fluid-bulletin.pdf?fn=Novec%201230%20Product%20Info%20Bulletin>. Acesso em
acesso em 03 de setembro de 2014.
92

ANEXO A – MEMORIAL DESCRITIVO DO SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO


CONTRA INCÊNDIO POR AGENTE LIMPO

1. Finalidade do Sistema:

O Sistema Fixo de Proteção contra Incêndio por Agente Limpo tem por
finalidade detectar e extinguir automaticamente o fogo em seu principio, prevenindo
assim o risco de incêndio no ambiente que abriga o Data Center e os No-breaks da
UNIJUI.
Sendo a melhor alternativa para proteger ambientes que possuem
equipamentos com alto valor agregado e sensíveis ao uso de agentes extintores
normais, pois além de combater o fogo com rapidez e eficácia, o sistema tem por
objetivo minimizar a interrupção de serviços e o tempo de parada após o fogo, pois o
agente extintor utilizado não deixa resíduo e não provoca destruição no ambiente
protegido após seu uso.

2. Dados do Ambiente Protegido:

• Área Total: 40,96 m².


• Volume Total: 123,84 m³
• Média de temperatura do ambiente: 20 °C
• Características Construtivas: As salas apresentam paredes e piso em
alvenaria, o forro em PVC, a cobertura em telhas de amianto e as portas em
madeira.
• Materiais existentes no local: equipamentos eletrônicos dispostos em racks,
no-breaks, cabos elétricos, armários em madeira, baterias.
• Classe de Risco de Incêndio: A e C.
• População: O ambiente não é habitado por pessoas, restringe-se
basicamente em abrigar o Data Center da instituição.

3. Referências Normativas Utilizadas no Desenvolvimento do Projeto

• NFPA 2001 – Standard on clean agent fire extinguishing systems;


93

• Instrução Técnica nº 26/2011 – Sistema fixo de gases para combate a


incêndio.

4. Especificações Técnicas do Agente Extintor Limpo Empregado.

O agente extintor limpo utilizado no sistema é o Novec™ 1230 da 3M, listado


pela NFPA 2001, como FK-5-1-12. Quimicamente o agente é uma cetona fluorada
(CF3CF2C(O)CF(CF3)2), que em condições normais é um líquido pressurizado e
armazenado com nitrogênio e quando liberado no ambiente assuma a forma de gás.
É um fluído incolor, inodoro, não condutor de eletricidade e não deixa resíduos após
o uso. Demais informações sobre o agente limpo Novec™ 1230 estão apresentadas
na Tabela 1 deste memorial.

Tabela 1 – Informações do Novec™ 1230.


Fabricante 3M
Nome comercial Novec™ 1230
NFPA-2001 FK-5-1-12
Dodecafluoro-2-
Nome químico
methylpentan-3-one
Fórmula química CF3CF2C(O)CF(CF3)2
Pressão critica 270 psi
Concentração mínima de projeto 4,20%
NOAEL 10%
LOAEL > 10%
Toxicidade (LC50) >10%
Tempo de descarga 10 s
Uso em áreas ocupadas (NFPA) Sim
ODP Zero
GWP 1
Vida Útil na Atmosfera (anos) 0,014
HF e os gerados no
Produtos de decomposição
incêndio
Densidade máxima de enchimento 90 lbs/ft³
94

4.1 Mecanismo de Extinção do Novec™ 1230.

O Novec™ 1230 extingue o incêndio por resfriamento e interferência química


em virtude de ser um excelente condutor térmico. O agente reduz a energia térmica
do incêndio a um ponto em que a reação de combustão não consegue se sustentar.

4.2 Concentração de Projeto Adotada.

A concentração do agente Novec™ 1230 adotada no projeto é de 5% (valor


este já acrescido de um fator de segurança de 1,35). Como o NOAEL – No observed
adverse effectlevel (nível de efeito adverso não observado) do agente utilizado é de
10%, a concentração de projeto utilizada encontra-se dentro do limite de segurança.

4.3 Condições de Armazenagem do Novec™ 1230 no Sistema.

O agente extintor Novec™ 1230 ficará armazenado em um cilindro


fabricado em aço com parede simples e junções soldadas de acordo com os
requisitos para gases comprimidos, com capacidade máxima de enchimento de 250
lb (114,3 Kg) de agente. O cilindro armazena o fluído Novec™ 1230 em estado
líquido, carregado a uma densidade de enchimento entre 561 kg/m³ e 1121 kg/m³.
Para assegurar o desempenho ideal, cada cilindro é superpressurizado com
nitrogênio seco a 360 psi (24,8 bar) a 70°F (21°C). Uma etiqueta de identificação é
afixada ao corpo do cilindro indicando a quantidade de enchimento do fluido
Novec™ 1230, a pressão de carga, a data do enchimento e a estação de
enchimento.

5. Dimensionamento do Sistema.

• Volume do ambiente protegido:


- Sala do Data Center: 88,10 m³
- Sala No-breaks: 35,74 m³
- Volume Total: 123,84 m³
• Concentração de projeto do Agente Limpo: 5 %;
• Tempo de descarga do Agente Limpo: 10 s:
95

• Quantidade total de Agente Limpo: 90,65 Kg;


• Quantidade de agente direcionado para a sala do Data Center: 64,49 Kg;
• Quantidade de agente direcionado para a sala dos No-breaks: 26,16 Kg;
• Quantidade de cilindro para armazenamento do agente Limpo: 1 cilindro;
• Capacidade de máxima de armazenamento do cilindro: 114,3 Kg;
• Área ocupada pelo cilindro de armazenamento: aproximadamente 0,20 m²;
• Altura do cilindro (cilindro, válvula e atuador): 1,38 m;
• Vazão mássica do Agente Limpo: 9,065 K/s;
• Dimensionamento da rede de distribuição:
A rede de distribuição do Agente Limpo, possuirá uma rede de tubulação
principal e duas ramificações, sendo estas distribuídas pelo formato SideTee, onde a
ramificação “B” instalada a 90° da linha de distribuição (sala No-breaks) receberá
uma vazão de 2,616 Kg/s (28,86%). A ramificação “A” que ficará concentricamente a
linha de distribuição (sala Data Center) receberá uma vazão de 6,449 Kg/s (71,14%).
A tubulação será de aço carbono preto, com os seguintes diâmetros
internos:
- diâmetro interno da rede principal: 40 mm;
- diâmetro interno da ramificação “A”: 32 mm;
- diâmetro interno da ramificação “B”: 20 mm;
• Distribuição dos Difusores:
- Sala Data Center: difusor de 360º (raio de ação máximo 8,41m), instalado
de forma centralizada no forro da sala (2,90m x 2,45m), a uma distância de 0,05m
abaixo do forro.
- Sala No-Breaks: difusor de 90º (raio de ação máximo 10,34 m), instalado
no canto direito oposto a porta de entrada da sala, observando uma distância de
0,05m abaixo do forro e 0,15m de afastamento das paredes laterais.
• Local de instalação dos componentes do sistema: Os componentes do
sistema serão instalados dentro do ambiente a ser protegido, ficando o sistema
mantido a temperatura do ambiente, além do motivo de seus componentes ficarem
protegido pelo próprio sistema em caso de ocorrência de incêndio.
• Sinalização: Os ambientes protegidos pelo sistema possuem em seu interior,
placas de advertências, com o seguinte texto: “ATENÇÃO – Ambiente protegido por
agente gasoso. Em caso de alarme evacue o local”.
96

6. Sistema de Controle, Detecção e Alarme

6.1 Painel de Controle

O Painel de controle de liberação de agente é o dispositivo com a função


monitorar a condição do atuador elétrico, detectores, dispositivos de aviso, pressão
do cilindro e de qualquer acionador manual de disparo e chave de bloqueio. Todos
os dispositivos elétricos ou eletrônicos devem se conectar ao painel de controle para
funcionar. Tensão de alimentação de 220 V CA, sendo que no caso de falta de
energia elétrica, passa a atuar através de uma fonte de alimentação de 24 V CC,
com autonomia de 24 horas.

6.2 Alarme de Incêndio

Dispositivos de alarme do tipo sonoro e visual. O visual será pulsante com


frequência entre 1 e 6 Hz e intensidade luminosa entre 15 e 300 cd. O sonoro com
som diferenciado de todos os demais sons dos ambientes do estabelecimento e em
intensidade audível nas condições normais de trabalho do local, sem prejudicar a
comunicação verbal (15 dBA acima do nível médio de som do ambiente ou 5 dBA
acima do nível máximo de som do ambiente, medidos a 3 m da fonte). Sendo
utilizadas duas unidades de alarme de incêndio, Instaladas a 2,25 m, sobre a porta
de entrada dos ambientes.

6.3 Detectores de Incêndio

Dispositivos de detecção de incêndio automáticos do tipo: detector pontual


de fumaça e gás destinado a atuar quando há presença de partículas e/ou gases,
visíveis ou não, oriundos da combustão. O sistema possuirá um total de dois
detectores de fumaça pontuais, instalados no forro de cada ambiente a ser
protegido.

6.4 Acionador Manual


97

O sistema contará com um dispositivo de acionamento manual do agente


limpo. O mesmo possui uma alavanca do tipo empurre e desloque para baixo, que
possibilitam o acionamento manual, quando por algum motivo o sistema automático
deixar de operar.
O acionador manual possui ainda um interruptor que aborta a descarga de
agente extintor, quando da ocorrência de um alarme falso.

7. Descrição do Funcionamento do Sistema

O sistema fixo de proteção contra incêndio por agente limpo projetado atuará
de maneira automática, na forma de inundação total, onde em caso de ocorrência de
fogo a sistema o ambiente protegido será inundado pelo agente limpo num tempo
não superior a 10 segundos.
Para o acionamento do sistema em caso de ocorrência de fogo, seguirá os
seguintes passos: primeiramente o fogo, em seu estágio inicial, é detectado pelos
sensores, através da presença de substâncias oriundas da combustão presentes no
interior do ambiente protegido, o qual transmitira um sinal para central de controle e
esta por sua vez acionará o dispositivo de alarme de incêndio do tipo áudio visual,
indicando a ocorrência de incêndio, para que caso o ambiente esteja ocupado seja
evacuado. Seguidamente, em trono de 7 segundos após detectado o fogo a central
irá acionar o atuador elétrico da válvula do cilindro de armazenagem, iniciando a
descarga do agente extintor limpo, o qual flui pela canalização do sistema sendo
despejado no interior do ambiente protegido, através dos difusores, suprimindo o
fogo.
Em caso de falha no sistema de detecção, o sistema possui ainda um
atuador manual, onde através de uma alavanca poderá ser emitido um sinal para a
central de controle para liberação do agente. Este dispositivo possui ainda um
interruptor que aborta a descarga de agente extintor, quando da ocorrência de um
alarme falso.
Caso houver alguma falha na liberação do agente extintor, a válvula do
cilindro de armazenagem possui um dispositivo de emergência o qual possibilitará a
liberação do agente limpo de maneira manual.
98

ANEXO B – PLANTA BAIXA (Disposição do Sistema Fixo de Proteção


Contra Incêndio Por Agentes Limpos)
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ANEXO C – VISTA DO CORTE AA


100

ANEXO D - VISTA ISOMÉTRICA DO SISTEMA INSTALADO NO AMBIENTE A


SER PROTEGIDO

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