Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
DISCIPLINA – FISÍCO-QUÍMICA III
ELETROQUÍMICA
✓ É o ramo da química que trabalha com o uso de reações
químicas espontâneas para produzir eletricidade e com o uso da
eletricidade para forçar as reações químicas não-espontâneas
acontecerem.
✓ Estudo da interação da eletricidade com as reaçõe s químicas.
CÉLULA ELETROQUÍMICA
Dispositivo constituído por dois eletrodos, ou condutores
metálicos, em contato com um eletrólito, ou contudor iônico
(solução, líquido ou sólido). O eletrodo metálico e o eletrólito
constituem o compartimento eletródico (P. Atkins, 2008).
Ag+ Ag+
Ago Cu2+
Célula Eletroquímica
Caminho 2: Separar os reagentes em um arranjo apropriado
e- e-
Ponte
Eletrodo de Cobre Salina
(KCl sat.) Eletrodo de Prata
e- e-
Oxidação Redução
(1) (2)
Elétrons deixam a célula galvânica no anodo (-), atravessam o circuito externo e
entram no catodo (+). A fonte de elétrons é a oxidação no anodo, no caso acima, do
Zn(s), que passam pelo circuito externo e causam redução no catodo, no caso acima,
do Cu2+ (aq). O circuito é completado na célula pela migração dos íons através de uma
parede porosa (1) ou de uma ponte salina (2).
Reação da célula
A reação que tende a processar-se espontaneamente numa célula é a soma
de uma reação espontânea de oxidação no ânodo (terminal negativo) e de
uma reação espontânea de redução no cátodo (terminal positivo).
Assim para a célula descrita no exemplo acima se tem a seguinte reação:
Matematicamente temos:
célula = cátodo - ânodo
onde: cátodo potencial de redução do cátodo
ânodo potencial de redução do ânodo
Potencial de Junção Líquida
CÉLULAS
ELETROQUIMICAS
CÉLULAS DE
CÉLULAS QUÍMICAS
CONCENTRAÇÃO
COM JUNÇÃO
LÍQUIDA CÉLULA DE CÉLULA DE
SEM JUNÇÃO LÍQUIDA
ZnZn2+Cu2+Cu CONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO
Pt|H2|H+,Cl-|AgCl|Ag
ELETROLÍTICA ELETRÓDICA
M → Mz+ + ze-
A diferença de potencial assim criada entre a solução e o metal tende a reduzir a velocidade
desta reação de oxidação e acelerar a reação inversa de redução:
Mz+ + ze- → M
Estabelecendo o equilíbrio
Mz+ + ze- → M
O eletrodo adquire um potencial de equilíbrio chamado potencial do eletrodo reversível, que
fica determinado pela dupla capa elétrica que se instala na interface metal-solução.
Dupla camada elétrica
O potencial do eletrodo depende não só da
natureza química das espécies em equilíbrio, mas
também da sua atividade (concentração) e da
temperatura.
Comparando o eletrodo de Zn com o de Cu, vê-se
que a tendência do Zn libertar íon Zn2+ na solução é
maior do que a do Cu libertar os íons Cu2+ nas
mesmas condições, ou seja, o Zn se oxida mais
facilmente do que o Cu. Portanto, concluímos que o
potencial do eletrodo é uma medida que expressa a
tendência da dupla redox de perder e-. Deve-se
salientar que é impossível conhecer o valor absoluto
do potencial do eletrodo. Entretanto, é possível
elaborar uma escala onde se coloca a afinidade por
e- das duplas redox. Escolhendo um padrão, ao qual
foi atribuído um potencial arbitrário, comparam-se
as demais duplas redox com ele.
Potenciais padrão do eletrodo (°)
CONDIÇÕES PADRÃO:
Célula
=Cátodo
−
Ânodo
A tensão produzida por um eletrodo não pode ser medida diretamente. O problema é
contornado medindo-se a tensão de um dado eletrodo em relação a um eletrodo de
referência ao qual se atribui um valor arbitrário. O eletrodo de referência escolhido por
consenso internacional é o eletrodo padrão de hidrogênio (EPH), cujo potencial atribuído
arbitrariamente é zero ( ). H = 0
2
ELETRODO PADRÃO DE HIDROGÊNIO:
Quando a célula é constituída com o eletrodo padrão de hidrogênio e mais um segundo eletrodo
padrão, o potencial medido é atribuído apenas ao segundo eletrodo.
Valores de potenciais padrões de eletrodos são tabelados como potenciais de redução padrão,
devido a um acordo internacional. Uma tabela de potencial padrão de redução pode ser
empregada para:
➢ calcular a tensão de uma célula galvânica padrão;
➢ predizer a espontaneidade de reação, entre outros.
ELETRODOS SECUNDÁRIOS DE REFERÊNCIA
Como a diminuição da energia livre (G) para um processo que se realiza a temperatura e pressão
constantes é igual ao trabalho máximo teórico, temos que:
− G = Wmax,elet = nF
No estado padrão temos:
G = G + RT ln Q
onde Q é um quociente apropriado de atividades. Para uma reação redox:
RT
− nF = −nF + RT ln Q ou = − ln Q
nF
Que é a equação de Nernst, para uma reação redox.
0,0257
= − ln Q
n
Potencial padrão e constante de equilíbrio
Para uma reação redox em equilíbrio temos = 0 e Q = K. Dessa forma a equação de Nernst
torna-se:
RT 0,0257
= ln K ou = ln K
nF n
onde K é a constante de equilíbrio da reação química.
Esta equação nos permite prever a constante de equilíbrio a partir do potencial padrão da
pilha.
Espécies de eletrodos
1.ELETRODO METAL – ÍON METÁLICO – consiste em um eletrodo metálico em contato com
uma solução contendo íons do metal.
Diagrama: Mn+|M
Equação de Nernst
RT 1
= − ln
nF a n+
M
2. ELETRODO GÁS – ÍON – consiste de um gás em contato com seu ânion ou cátion em solução.
O gás é borbulhado na solução e o contato elétrico é feito mediante um metal inerte (platina ou
ouro).
O diagrama deste equilíbrio quando funciona como cátodo é: H+ (aq) | H2 (g)| Pt (s).
RT f H 2
= − ln 2
2F a +
H
RT p H 2
=− ln 2
2F a +
H
Reação genérica: X+(aq) + e- → 1/2X2(g)
Diagrama: X +(aq)|X2(g)|Pt(s).
Equação de Nernst
RT f X1/ 2
= − ln 2
F aX +
Diagrama: X-(aq)|X2(g)|Pt(s).
Equação de Nernst
RT a X −
= − ln 1/ 2
F f X2
3. ELETRODO METAL – ÂNION DE SAL INSOLÚVEL - consiste num metal impregnado com
um sal insolúvel do metal e imerso numa solução que contém ânions do sal.
RT
= − ln a −
F Cl
Diagrama: X-(aq)|MX(s)|M(s)
Equação de Nernst RT
= − ln a −
F X
4. ELETRODO DE “ÓXIDO – REDUÇÃO” INERTES – consiste em um pedaço de fio metálico inerte
(platina), em contato com uma solução de uma substância em dois estados de oxidação
diferentes. Neste eletrodo, ambos os reagentes e produtos se encontram em solução.
A vírgula na representação do eletrodo indica que ambos os íons férrico e ferroso se encontram
na mesma fase, neste caso, a solução.
Equação de Nernst:
RT aFe2+
= − ln
F a 3+
Fe
Célula = Ag + | Ag − EPH
como
EPH = 0
tem-se que
Célula = Ag + | Ag
A reação da célula é: Ag+ + e- → Ag e a força eletromotriz é dada pela equação de Nernst
como:
RT 1 RT
= − ln ou = + ln a Ag +
F a + F
Ag
Numa solução iônica, a atividade de um íon pode ser representada pela atividade iônica média
a = γ m
Se a solução contém apenas íon nitrato, então, m = m
Dessa forma:
RT RT
ε = ε + ln m + ln γ
F F
Se as medidas forem realizadas em soluções suficientemente diluídas para que a lei limite de
Debye-Huckel, seja válida, então,
ln γ = Am1 2
onde A é uma constante. Assim, podemos reduzir a equação para :
RT RTA 1/ 2
ε− ln m = ε + m
F F
A partir das medidas de e m, o primeiro membro dessa equação pode ser calculado. O primeiro
membro é colocado em função de m1/2; a extrapolação da curva para m 1/2 = 0 fornece o valor de °
para o eletrodo prata – íon prata.
Determinação das atividades e dos coeficientes
de atividades a partir da fem de células
Seja por exemplo a célula : Pt|H2|H+,Cl-|AgCl|Ag
As reações dos eletrodos são:
½ H2 (g) →
H+ (aq) + e- (Pt)
AgCl (s) + e- →
Ag (s) + Cl- (aq)
Reação global:
RT a Ag aH + aCl −
ε = ε − ln
F a AgCl a1H2
2
Fazendo as atividades das fases sólidas iguais a unidade e escolhendo a pressão de hidrogênio
de modo que a H a =equação:
, obtemos 1
2
RT
ε = ε − ln a + a −
F H Cl
2 RT
ε = ε − ln a
F
Onde:
a = γ m = mγ
A equação do potencial fica:
2 RT 2 RT
ε = ε − ln m − ln γ
F F
Tendo-se determinado ° mediante a extrapolação descrita na seção anterior, vemos que os
valores de determinam os valores de para qualquer valor de m. Este método é importante
para se determinar dados precisos de coeficientes de atividade iônicos
Variação da fem da célula com a temperatura
G S
nF = − = S ou =
T T P T nF
H = −nF + nFT H = −nF − T
T P T P
Determinação do pH
"pH" é um termo que expressa a intensidade da condição ácida ou básica de um determinado
meio. É definido como o cologarítmo decimal da concentração efetiva ou atividade dos íons
hidrogênio.
pH = − log a
H+
Eletrodo de hidrogênio
Como eletrodo reversível aos íons hidrogênio, o mais natural é o próprio eletrodo de
hidrogênio. A célula tem como diagrama: Pt|H2(1atm)|H+(sol)||eletrodo de
referência, onde o eletrodo de referência é comumente um dos eletrodos de
calomelano.
A equação de Nernst para o eletrodo de hidrogênio a esta pressão é:
Determinação do pH
RT
H = ln a +
2 F H
célula = ref − H + j
2
Quando se interpõe uma fina membrana de vidro entre duas soluções com
diferentes concentrações de íons hidrogênio, os íons da solução mais
concentrada tendem a migrar através da membrana para a solução mais
diluída, originando-se uma fem cuja grandeza depende da diferença de pH
entre as duas soluções, segundo uma equação da forma:
a2
v = '+0,05916 log
a1
onde ’ é uma constante que depende das características individuais de cada eletrodo
de vidro.
Para medir o pH de uma solução-problema com o auxílio de uma membrana de vidro, a
atividade dos íons hidrogênio da outra solução deve ser mantida inalterável. A equação
fica, então,
célula = ref − v + j
O potencial padrão da pilha é nulo, pois a pilha não pode gerar corrente através de
um circuito esterno quando os dois compartimentos eletródicos forem idênticos.
Neste caso, a equação de Nernst para a reação da célula fica:
Células de concentração
RT a 2 RT a1
=− ln = ln
2F a1 2F a 2
Portanto, se a1 a2, a fem da célula será positiva e dependerá apenas da razão
entre as atividades do zinco nos eletrodos e não da atividade dos íons zinco na
solução. O fenômeno espontâneo, responsável pela fem da célula é
simplesmente a transferência do zinco do eletrodo em que sua concentração é
maior para o eletrodo em que sua concentração é menor.
Um outro exemplo de célula de concentrado do eletrodo é uma célula constituída
de dois eletrodos de um mesmo gás, a diferentes pressões, imersos num mesmo
eletrólito. A fem desta célula tem a sua origem na tendência do gás em transferir-
se da região de maior pressão para a região de menor pressão.
Células de concentração
½ H 2 (1atm) + AgCl → HCl + Ag
Duas destas células, diferindo apenas quanto à concentração do eletrólito, ligadas
em oposição, Fig. III.8, resultam numa célula de concentração de eletrólito sem
junção líquida, cuja diagrama é o seguinte:
½ H 2 (1atm) + AgCl → HCl( a1 ) + Ag ;
HCl( a2 ) + Ag → ½ H 2 (1atm) + AgCl ;
HCl( a2 ) → HCl( a1 )
Como se vê, o efeito líquido das reações da célula é a conversão de um mol de HCL
(sol) de atividade (a2) num mol de HCL (sol) de atividade (a1).
Células de concentração
RT a1 RT a2
ε=− ln ε= ln
F a2 F a1
Sendo o HCl um eletrólito forte e uni-univalente, a sua atividade é dada pelo
quadrado da atividade iônica média. Neste caso, a equação acima torna-se:
2 RT (a )2
ε= ln
F (a )1
Células de concentração deste tipo podem ser constituídas pela associação de
quaisquer células químicas sem junção líquida
Células de concentração
A fem desta célula é determinada pelos potenciais dos eletrodos e pelo potencial
de junção líquida. A reação global da célula é resultante das reações dos eletrodos
e do processo de transferência na junção líquida.
A passagem de um faraday de eletricidade pela célula é acompanhada das
seguintes reações:
Células de concentração
a) Nos eletrodos
+ +
½ H 2 (1atm) → H (a1 ) + e ; H (a2 ) + e → ½ H 2 (1atm) ;
_ _
+
H (a2 ) → H + (a1 )
b) Na junção líquida
1F
(a1) (a2)
t- Cl-
t+ H+
t - Cl (a2 ) →
- -
t - Cl (a1 ) ; +
t + H (a1 ) → t + H + (a2 )
Células de concentração
Somando-se os processos que acompanham a produção de um faraday, temos:
+
H (a2 ) + t - Cl (a2 ) − t + H (a2 ) → H + (a1 ) + t - Cl - (a1 ) − t + H + (a1 )
- +
+
(1 − t + ) H (a2 ) + t - Cl (a2 ) → (1 − t + ) H + (a1 ) + t - Cl - (a1 )
-
Como t+ + t- = 1, tem-se:
+
t − H (a2 ) + t - Cl (a2 ) → t − H + (a1 ) + t - Cl - (a1 )
-
Ou
t − HCl(a2 ) → t− HCl(a1 )
Células de concentração
Portanto, o processo eletroquímico global que acompanha a produção de um
faraday é a transferência de t- móis de HCl da solução em que sua atividade é (a2)
para a solução em que a atividade é (a1), sendo a2 a1.
A fem da pilha é dada então por:
t
RT a1 − RT a 2
=− ln = t− ln
F a2 F a1
Para um eletrólito uni-univalente, tem-se:
2 RT (a )2
= t− ln
F (a )1
Esta é a expressão da fem de qualquer célula de concentração com junção líquida,
cujos eletrodos são reversível ao cátion.
Células de concentração
Analogamente pode-se deduzir que a fem de uma célula de concentração com
junção líquida, cujos eletrodos são reversível ao ânion é dada por:
2 RT (a )1
= t+ ln
F (a )2
Neste caso, a1 deve ser maior do que a2 para que a reação seja espontânea. Exemplo
deste tipo de célula é: