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As forças do mal
Quando Lúcifer se rebelou contra Deus, levou
consigo um grande número de anjos, um terço deles
(Ez 28.18; Ap 12.4). É por isso que lemos sobre o
“Diabo e seus anjos” em Mateus 25.41. O fato é que
Satanás não está sozinho. Suas legiões são descritas
em Efésios 6.12:
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e
sim contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as
forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Paulo menciona pelo menos quatro níveis
hierárquicos: principados, potestades, dominadores e
forças espirituais do mal.
O primeiro nível são os principados. No original, a
palavra principado é arche, que significa
“magistrados, poderes e principados”. Certamente
são espíritos poderosos do primeiro escalão que se
revoltaram contra Deus. Hoje, eles são os que
formam o conselho governante de Satanás. Seria seu
“Gabinete de Ministros”. São também chamados
príncipes em Daniel 10.20.
E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a
pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis
que virá o príncipe da Grécia (Dn 10.20).
O segundo nível são as potestades. Potestade é
exousia e significa “autoridades que permitem ou
impedem”. Essas potestades têm poderes executivos.
A Palavra exousia denota não tanto a magistratura de
uma corte, mas o poder que governa, e ela é
sinônimo de arche (autoridade, trono, domínio ou
governo). Em 1 Coríntios 15.24 e Colossenses 2.15,
refere-se a todas as autoridades e poderes malignos,
que se opõem a Jesus Cristo.
E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao
Deus e Pai, quando houver destruído todo
principado, bem como toda potestade e poder (1 Co
15.24).
E, despojando os principados e as potestades,
publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles
na cruz (Cl 2.15).
O terceiro nível demoníaco são os dominadores deste
mundo. A palavra usada no original grego é
kosmocrator e significa “senhores do mundo”. Ela
vem de kosmos, isto é, mundo, e de krator, isto é,
governador. Fala do “sistema de governos”. Eles são
responsáveis por lutarem contra a verdadeira luz e
levar as pessoas às trevas, cegando-lhes os olhos e
enviando trevas às almas dos homens.
Quando oramos por aqueles que estão dominados
pela cegueira de Satanás e por aqueles em religiões
pagãs, estamos guerreando contra esse tipo de
inimigo. Eles governam sobre as nações através do
seu poder de cegar a mente dos homens. Exercem
também autoridade sobre diferentes sistemas de
governos no mundo.
E, finalmente, temos as forças espirituais do mal nas
regiões celestes. A palavra usada por Paulo aqui é
pneumatikos, que vem da palavra pneuma, e significa
“espírito”.
“Forças espirituais do mal nas regiões celestes” pode
significar o mal em si que opera e inspira esses
principados, autoridades e governadores das trevas.
Assim como a paz, o amor e a bondade motivam o
bem nos seres angélico-celestiais, o oposto é a marca
das hostes satânicas. Esse terrível mal espiritual
motiva e controla o mundo espiritual de Satanás. As
“forças espirituais do mal nas regiões celestes”
também fala da frente de batalha, dos soldados que
executam as atividades malignas demoníacas na vida
dos homens (Rm 8.38; 1 Co 15.24; Cl 1.16; 2.10,15).
A verdadeira luta
Paulo faz questão de enfatizar que nossa guerra não é
contra carne e sangue. Em outras palavras, nossa
guerra não é contra homens. Somos constantemente
tentados a pensar que as pessoas ao nosso redor são
nossos inimigos. Ainda que o Diabo possa usá-las
para nos atacar, precisamos guardar o entendimento
de que a nossa guerra é contra aquele que está por
trás delas.
Muitos casais vivem um matrimônio infeliz porque
nunca discerniram quem é o verdadeiro inimigo.
Lutam um contra o outro quando deveriam lutar
contra os principados e potestades.
Muitas igrejas se dividem e o rebanho se dispersa
simplesmente porque não há ninguém para mostrar
quem é o verdadeiro inimigo. Lutar contra homens é
perda de tempo. Nossa guerra é contra um inimigo
que só pode ser derrotado no Senhor e na força do
Seu poder operado em nós.
É importante notar que, embora tenhamos
autoridade sobre os demônios, não temos autoridade
sobre a vontade de outra pessoa. O discernimento no
espírito é um fator importante ao lidar com
demônios. Assim foi o caso da mulher que seguia
Paulo durante muitos dias, dizendo: “Estes homens
são servos do Deus altíssimo” (At 16). Paulo esperou
até que o Espírito de Deus lhe mostrasse como lidar
com o demônio.
Fortalecidos no Senhor
Efésios 6.10, diz que devemos ser fortalecidos no
Senhor e na força do Seu poder. Para subjugar o
Diabo e seus demônios, precisamos ser fortalecidos
com o mesmo poder que levantou a Cristo dentre os
mortos e O fez assentar-se nos lugares celestiais,
acima de todo principado e poder. O fato de
precisarmos ser fortalecidos no Senhor indica que
não podemos fazer batalha espiritual na força
natural. Sempre que agimos na força humana, nós
somos derrotados.
Não somos fortalecidos de forma passiva. Assim
como somos nós mesmos que nos enchemos do
Espírito, também precisamos exercitar nossa vontade
para sermos fortalecidos com poder.
Observe que antes de enfrentar a batalha espiritual
no deserto, o Espírito Santo veio sobre o Senhor
Jesus e Ele mesmo esteve jejuando por quarenta
dias. A maneira como somos fortalecidos no Senhor é
por meio do enchimento do Espírito e por meio da
oração e do jejum. O Senhor disse que certas classes
de demônios somente podem ser derrotadas com
jejum (Mt 17.21).
Permanecer firme
Precisamos nos revestir do poder de Deus e da
armadura espiritual para que possamos permanecer
firmes ou ficar de pé. Essa é uma expressão chave no
capítulo 6. No capítulo 2, vimos que estamos
assentados com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2.6),
e no capítulo 4, andamos em Seu corpo sobre a terra.
Então, no capítulo 6, nós devemos permanecer
firmes nas regiões celestes. Assentar-se com Cristo é
ser participante de tudo o que Ele conquistou. Andar
no corpo de Cristo é cumprir o propósito eterno de
Deus, mas permanecer firme é lutar contra o inimigo
de Deus.
O cinto da verdade
O primeiro elemento mencionado por Paulo é o cinto
da verdade. O cinto era usado para dar firmeza.
Quando somos cingidos, fortalecemos todo o nosso
ser. A verdade aqui se refere primeiramente a Cristo
em nós como a verdade. Quando estamos na verdade,
ficamos de pé para lutar.
Mas a verdade também certamente aponta para os
atos de justiça dos santos. Se temos uma vida abaixo
do padrão de santidade, nos sentimos inseguros e
amedrontados. Em vez de permanecermos firmes na
batalha, nós fugimos.
Só podemos pertencer ao exército de Deus com as
vestes de justiça. A visão de João, em Apocalipse,
mostra o exército de Jesus em trajes de linho branco,
o que fala dos atos de justiça dos santos (Ap
19.7,8,11,14).
Se não temos um viver santo diante de Deus, se não
andamos de acordo com a verdade do evangelho, não
temos firmeza para colocar a armadura de Deus e
nem coragem para sair ao combate.
A couraça da justiça
Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e
vestindo-vos da couraça da justiça (Ef 6.14).
A justiça de Cristo é a nossa couraça, e ela protege o
nosso coração de ser condenado pela nossa
consciência (1 Jo 3.19-22). A justiça nos dá confiança
diante de Deus. “Não ter condenação” significa ter
uma consciência pura (1 Tm 1.3), uma consciência
sem ofensa (At 24.16).
Quando lutamos, precisamos ter uma consciência
livre de acusação. Justiça é ser correto com Deus e
com os homens. Se temos questões não resolvidas
diante de Deus ou dos homens, Satanás nos acusará e
perderemos a ousadia na guerra. O que mais
enfraquece a nossa fé é a acusação, por isso
precisamos da couraça da justiça.
Paulo diz que nossa luta não é contra sangue e carne.
Se, por um lado, nossa luta não é contra o sangue, ela
certamente é pelo sangue de Jesus. O sangue é uma
cobertura para os nossos pecados. Ele traz a
purificação que comprova o fim do senhorio de
Satanás sobre nossas vidas. Ele não pode mais nos
acusar. O sangue nos garante a vitória.
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do
Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que
deram e, mesmo em face da morte, não amaram a
própria vida (Ap 12.11).
O escudo da fé
Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual
podereis apagar todos os dardos inflamados do
maligno (Ef 6.16).
O escudo da fé não é algo que vestimos, mas algo que
empunhamos para nos proteger contra as setas do
maligno. É interessante que a fé atua depois de
termos o cinto da verdade, a couraça da justiça e os
sapatos da paz. Sempre que há verdade, justiça e paz,
o resultado é uma fé poderosa.
Não podemos ter fé por nós mesmos, mas precisamos
da fé de Deus. O Senhor Jesus é o autor e
consumador da fé. Nossa fé deve estar em Deus. Em
primeiro lugar, nossa fé é no amor de Deus. Seu
coração para conosco é sempre bom. Sua vontade
não é nos ferir ou fazer sofrer, mas Ele tem
pensamentos bons a nosso respeito.
Em segundo lugar, precisamos crer na fidelidade de
Deus. Nós podemos mudar, mas Deus nunca muda
(Tg 1.17). Ele não pode mentir. Se prometeu,
certamente cumprirá Sua palavra. Ele é obrigado a
cumprir tudo aquilo que falou.
Em terceiro lugar, devemos crer no poder de Deus.
Ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que
tudo quanto pensamos ou sentimos.
Podemos crer no amor de Deus, na Sua fidelidade e
também no Seu poder. Precisamos crer que a Sua
vontade para conosco é sempre positiva.
A fé é liberada quando falamos. É certo que podemos
ter fé em silêncio, mas ela se torna operante contra o
inferno quando a proferimos. A palavra da fé é falar
com a fé de Deus (Mc 11.22).
Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque
em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este
monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no
seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim
será com ele (Mc 11.22,23).
A oração torna-se poderosa quando feita com a
palavra da fé. A ordem “eu mando”, ou “eu expulso”,
ou “eu proíbo” deve ser dada com a palavra da fé.
Os dardos inflamados do Diabo são as tentações, as
dúvidas, as questões, as mentiras e todo tipo de
ataque maligno. Todos esses dardos vêm como
pensamentos em nossa mente. Tais pensamentos
podem aparentar vir de nós mesmos, mas eles
procedem do Diabo.
O capacete da salvação
Nossa mente é um constante campo de batalha, mas
o apóstolo diz que temos “o capacete da salvação” (Ef
6.17).
Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios,
revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando
como capacete a esperança da salvação (1 Ts 5.8).
O capacete protege a cabeça. A palavra salvação
usada aqui é soteria no grego, que significa “bem-
estar físico e mental”. O inimigo procura injetar
constantemente pensamentos de ansiedade,
preocupação, medo e outras ideias que nos
enfraquecem. A salvação de Deus é a cobertura que
tomamos contra tudo isso.
O Senhor protege nossa mente em dias de ataque,
porque nossa esperança está na salvação de Deus.
Essa esperança guarda nossa mente em perfeita paz.
Essa paz é uma grande arma de proteção.
A espada do Espírito
No verso 17, Paulo diz que devemos “tomar também a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus”. A
Palavra de Deus é a nossa arma. Ela não é apenas
uma arma de defesa, mas principalmente de ataque.
Quando você libera a Palavra de Deus com fé, os
demônios são atingidos do mesmo modo que uma
bala pode nos atingir. Eles temem que você libere a
Palavra, pois ela é muito poderosa.
Nesse texto, a espada, a Palavra e o Espírito são o
mesmo. Os três são um. Sabemos que a Bíblia é a
Palavra de Deus. Mas, se essa palavra for apenas
letras impressas, ela não será Espírito e nem espada.
A expressão grega para palavra aqui é rhema. Logos é
a palavra escrita, mas rhema é a palavra avivada em
nós pelo Espírito.
Em João 6.63, o Senhor Jesus disse: “As palavras que
eu vos tenho dito são espírito e são vida”. Mais uma
vez a expressão usada no contexto é rhema. Isso
significa que a palavra instantânea falada a nós pelo
Espírito é que se torna a espada que destrói o
inimigo.
Precisamos sempre da Palavra e do Espírito. Tudo o
que Deus faz Ele o faz pela Palavra e pelo Espírito. É
da união entre a Palavra e o Espírito que temos a
espada para vencer o Diabo.
A maneira de tomarmos a espada é proferindo a
Palavra do Espírito. A Palavra é uma arma que não
funciona na mão, funciona na boca. Quando João viu
a Jesus no livro de Apocalipse, da boca de Jesus saía
uma espada afiada. Não pense que Jesus é um faquir
que engole espadas. A visão era um símbolo de que a
espada do Espírito deve estar colocada em nossa
boca. A Palavra em sua boca vai produzir o que ela
diz, vai gerar vida, e ainda mais, vai arrasar com o
Diabo.
Em Mateus 4, Jesus nos deu o exemplo de como se
deve usar a Palavra de Deus contra o Diabo. Jesus
esteve no deserto por quarenta dias jejuando e, ao
final, o Diabo veio para tentá-Lo. E o que fez Jesus?
Ele disse: “Está escrito!”. Aleluia! Ele apenas falou a
Palavra de Deus. E, a cada vez que o inimigo vinha,
Jesus dizia: “Está escrito! Está escrito!”.
Devemos derrotar o Diabo com a mesma arma que
Jesus usou: a Palavra de Deus. Jesus sabia do poder
da Palavra em Sua boca tanto para atacar como para
defender. Observe bem a atitude de Jesus diante da
persistência do inimigo. Ele não disse: “Parece que
isso não funciona. Eu confesso, o Diabo se vai, mas
depois torna a voltar. Preciso buscar outra
estratégia”. Jesus não desistiu porque o Diabo voltou.
Ele não voltou ao deserto para jejuar novamente
pensando que talvez não estivesse em condições
espirituais para enfrentar o Diabo. Ele permaneceu
firme apenas confessando a Palavra, dizendo: “Está
escrito!”.
Em Apocalipse 12.11, lemos: “Eles o venceram por
causa do sangue do Cordeiro e por causa da Palavra
do Testemunho que deram”. Você não pode derrotar
o Diabo com sua própria força, você precisa da
Palavra de Deus.
Lembre-se de que a Palavra de Deus é a verdade. A
verdade não é o que você vê, nem o que você sente; a
verdade é o que a Palavra de Deus diz. Ainda que
você não veja e nem sinta, mesmo assim confesse a
Palavra de todo o seu coração. A confissão vai gerar
fé em você, e esta, por sua vez, vai produzir a
realidade daquilo que a Palavra de Deus diz.
3. A bênção final
Os versos 23 e 24 são a bênção de Paulo: “Paz seja
com os irmãos e amor com fé, da parte de Deus Pai e
do Senhor Jesus Cristo. A graça seja com todos os
que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus
Cristo” (Ef 6.23,24). No início da carta, Paulo disse
apenas “graça e paz”; mas, no fim, ele acrescenta
também o “amor com fé”. Para sermos guardados em
paz, precisamos experimentar a graça e viver com
base no amor.
A expressão “em amor” é mencionada seis vezes em
Efésios, e, em Apocalipse, o Senhor tem contra uma
das igrejas o fato de ela ter abandonado o primeiro
amor (Ap 2.4).
Paulo diz que o amor é do Senhor Jesus Cristo, Ele é
a fonte. Contudo, o amor de Deus por nós se torna o
nosso amor por Ele.
É interessante que esse amor é com fé. Crer no
Senhor Jesus é uma questão de amor. Em Gálatas
5.6, Paulo diz que a fé atua pelo amor. Quanto mais
amamos o Senhor, mais forte será nossa fé. Nossa fé
é a resposta que damos ao amor de Deus.