Sie sind auf Seite 1von 6

ANO LETIVO DE 2016-2017

Duração: 90 minutos

Teste nº 4 de Português, 12º ano, Os Lusíadas e Mensagem


GRUPO I

Lê o texto seguinte. Se necessário, consulta as notas.

Vai César1 sojugando toda França

Vai César sojugando toda França


E as armas não lhe impedem a ciência;
Mas, nüa mão a pena e noutra a lança,
Igualava de Cícero2 a eloquência.
5 O que de Cipião3 se sabe e alcança
É nas comédias grande experiência.
Vocabulário Lia Alexandro4 a Homero5 de maneira
Que sempre se lhe sabe à cabeceira.
1 general romano; 2 grande Enfim, não houve forte Capitão
advogado e orador romano; 3
general romano que escreveu peças 10 Que não fosse também douto e ciente,
de teatro, comédias; Da Lácia6 , Grega ou Bárbara nação,
4 Alexandre o Grande, o mais
Senão da Portuguesa tão-somente.
famoso general e conquistador da Sem vergonha o não digo, que a rezão
Antiguidade, macedónio; 5 autor da De algum não ser por versos excelente
Ilíada e da Odisseia; 6 romana,
latina 15 É não se ver prezado o verso e rima,
Porque quem não sabe arte, não na estima.

Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de Emanuel Paulo Ramos,


Canto V, estâncias 96-97, Porto, Porto Editora, 1987, p. 217

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Esclarece a função da referência a várias personagens históricas da Antiguidade na primeira estância.

2. Explica a crítica que é feita aos portugueses nos primeiros quatro versos da segunda estância.

3. Refere o sentimento expresso pelo Poeta nos últimos quatro versos do texto e justifica-o.

1
B

Lê o poema de Mensagem.

Escrevo meu livro à beira-mágoa.


Meu coração não tem que ter.
Tenho meus olhos quentes de água.
Só tu, Senhor, me dás viver.

Só te sentir e te pensar
Meus dias vácuos enche e doura.
Mas quando quererás voltar?
Quando é o Rei? Quando é a Hora?
4. Descreve o estado de espírito do sujeito poético.
Quando virás a ser o Cristo
De a quem morreu o falso Deus, 5. Refere o que se espera do Encoberto.
E a despertar do mal que existo
A Nova Terra e os Novos Céus?

Quando virás, ó Encoberto,


Sonho das eras português,
Tornar-me mais que o sopro incerto
De um grande anseio que Deus fez?

Ah, quando quererás, voltando,


Fazer minha esperança amor?
Da névoa e da saudade quando?
Quando, meu Sonho e meu Senhor?
10-12-1928

GRUPO II

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas no final do texto.

E se as abelhas desaparecessem?

Portugal é dos países menos atingidos, mas de 2004 a 2007 morreram 3,5 mil milhões de abelhas no
País. A varroose é a culpada. Os espanhóis já arranjaram solução: fabricar «superabelhas».
As abelhas estão a desaparecer. Nos últimos anos, um pouco por todo o mundo, milhões de colmeias
têm sido dizimadas. O cenário é apocalítico1 para os insetos, mas também para a humanidade. Como disse
5 Albert Einstein: «Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem tem apenas quatro anos de
vida.» Mas porque estão as abelhas a desaparecer? «A causa é ainda desconhecida, o que os investigadores
sabem é que há vários fatores que podem ter causado esta situação», explica o professor universitário e
especialista nesta matéria Miguel Vilas Boas.
Apesar de as abelhas terem um inimigo sem rosto, há uma doença que os especialistas acreditaram ser
10 responsável por várias mortes: a varroose2. Considerada a «sida das abelhas», este vírus é provocado por
um ácaro3 – a varroa – que «enfraquece as abelhas e torna-as suscetíveis a outras doenças». Só no ano
passado em Espanha desapareceram nove mil milhões de abelhas. Para combater este voo para a extinção,
uma equipa de universitários de Córdoba decidiu criar aquilo a que chamaram «superabelhas». Neste
processo as rainhas são inseminadas e as abelhas nascem fortificadas, resistentes a ácaros. Em Portugal a
15 população de abelhas também tem vindo a diminuir, mas Vilas Boas acredita que «não houve nenhum

2
surto mortífero como nos outros países». Tal é confirmado por João Casaca, da Federação Nacional de
Apicultores (FNAP). «Em todo o País, foi-nos comunicada apenas uma situação de um apicultor que viu
as suas colmeias completamente dizimadas.»
Mas a varroose também preocupa os apicultores nacionais. Tendo em conta o boletim do Ministér io
20 da Agricultura, só entre 2004 e 2007 houve uma quebra de 3, 5 mil milhões de abelhas. O número
impressiona, mas é amenizado por especialistas que garantem que o número de apicultores também reduziu
significativamente. Ora, «menos apicultores, menos abelhas». Ainda assim, a varroose está presente em
Portugal. E os apicultores têm noção do perigo, pois é a doença que destrói mais colmeias no país. Aliás,
consciente desta situação, o Ministério da Agricultura chegou a distribuir gratuitamente produtos para
25 travar o flagelo. Agora, já não são doados, mas continuam a ser comparticipados. É talvez por isso que o
combate à varroose em Portugal se centre num único método. «O uso de acaricidas4», esclarece João
Casaca, que garante que por cá não se criam «superabelhas» como em Espanha. Tal também não está
previsto num futuro próximo. Isto porque, como explica Vilas Boas, «ninguém está a utilizar a
inseminação, o único programa que existe é de seleção das rainhas. Nada mais.» Em Portugal, os números
30 também não são tão catastróficos. «É um processo que tem custos, mas está controlado», explica Vilas
Boas. Além disso, o País tem a «bênção» de ter uma das poucas regiões do mundo onde a varroose não
existe, como é o caso de algumas ilhas dos Açores.
O perigo de extinção das abelhas é real. Nos EUA, a segunda potência da apicultura a seguir à
China, mais de 60% das populações de abelhas desapareceram em 24 estados. A crise é tal que o Congresso
35 aprovou um plano de emergência, como faz em tempo de guerra ou de crise económica. Aliás, sob o
pretexto económico, a secretária da Agricultura norte-americana lembrou que «sem abelhas deixa de existir
Coca-Cola». Como quem diz: senhores do capital mexam-se, que a coisa é séria. Os números na Europa
não são mais animadores. Segundo o diário espanhol El Mundo, em Itália, Bélgica e Alemanha metade das
abelhas desapareceram. A varroose não será o único problema e Vilas Boas acredita mesmo que «quando
40 descobrirem a causa real, ela vai variar de país para país». João Casaca lembra algumas das potenciais
causas em diferentes países: «Na Alemanha tem a ver com o cultivo de sementes, em França pensa-se que
seja a utilização de pesticidas nas culturas e em Espanha será a sobreprodução. Há apicultores a mais.»
Certo é que estes polinizadores5 continuam a desaparecer. E como seria o mundo sem abelhas? «Era
uma catástrofe», alerta Miguel Vilas Boas. «Todo o ecossistema seria alterado e Einstein, provavelme nte,
45 teria razão. Seria uma crise muito pior que a económica porque nós [a humanidade] ficaríamos sem
comida.» É por este cenário que muitos especialistas chegam a evocar o hino do Reino Unido. God Save
the Queen. Em português, Deus Salve a Rainha. A rainha das abelhas, entenda-se.
João Antunes, in http://www.dn.pt/ciencia/biosfera/interior/e-se-as-abelhas-desaparecessem-1279318.html
(texto adaptado, consultado em 18-01-2017)

Vocabulário

1 cenário de
destruição completa; 2 doença parasitária provocada pelo ácaro Varroa destructor; 3 animal de dimensões, normalmente,
microscópicas; 4 produto para destruir ácaros; 5 distribuidores de pólen

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

1. Este artigo de divulgação científica alerta para o desaparecimento progressivo das abelhas


(A) em Portugal e suas causas.

(B) em Portugal e suas consequências.

(C) no mundo e suas consequências.

(D) no mundo e suas causas.

2. O conector presente em «O cenário é apocalítico para os insetos, mas também para a humanidade.» (linha 4) é de natureza
(A) aditiva.
(B) causal.
(C) condicional.
(D) contrastiva.
3
3. Segundo um investigador científico, o motivo do desaparecimento das abelhas
 (A) já foi descoberto.
 (B) é incerto.
 (C) é desconhecido.
 (D) já foi combatido.

4. A varroose é uma doença responsável


 (A) direta do desaparecimento das abelhas.
 (B) indireta do desaparecimento das abelhas.
 (C) única do desaparecimento das abelhas.
 (D) possível do desaparecimento das abelhas.

5. Na frase «O número impressiona, mas é amenizado por especialistas […]» (linha 21), a expressão destacada, no contexto
em que ocorre, só pode ser substituída por
(A) é explicado.
(B) é suavizado.
(C) é realçado.
(D) é diminuído.

6. Atenta na frase “«O uso de acaricidas», esclarece João Casaca, que garante que por cá não se criam «superabelhas» como
em Espanha.” (linhas 26-27) e assinala a opção correta, no que concerne à classe da palavra sublinhada.
 (A) A palavra “que” é uma conjunção subordinativa completiva nos dois contextos.
 (B) A palavra “que” é uma conjunção subordinativa completiva, no primeiro caso, e um pronome relativo, no segundo.
 (C) A palavra “que” é um pronome relativo no primeiro contexto e uma conjunção subordinativa consecutiva no
segundo.
 (D) A palavra “que” é um pronome relativo na primeira vez em que surge, mas é uma conjunção subordinativa
completiva na segunda vez.

7. Refere a função sintática desempenhada pelo pronome sublinhado no constituinte “foi-nos comunicada apenas uma
situação” (linha 17).
 (A) Complemento do nome.
 (B) Complemento oblíquo.
 (C) Complemento direto.
 (D) Complemento indireto.

Responde, de forma correta, aos itens apresentados.

8. Identifica o antecedente do determinante possessivo “suas” (linha 18).

9. Indica a função sintática da expressão destacada em «[…] os apicultores têm noção do perigo […]» (linha 23).

10. Classifica a oração subordinada presente em «A crise é tal que o Congresso aprovou um plano de emergência […]» (linhas
34-35).

4
GRUPO III

Apesar dos alertas desde há muito lançados e apesar das campanhas de sensibilização realizadas, a
Humanidade continua a tratar a Natureza de modo errado, comprometendo assim o seu futuro.

Redige um texto de opinião, com um mínimo de cento e oitenta e um máximo de duzentas e sessenta palavras,
no qual comproves esta perspetiva, apresentando, pelo menos, dois argumentos e respetivos exemplos.

O teu texto deve estruturar-se em três partes lógicas: introdução, desenvolvimento e conclusão.

observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre
elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o
constituam (ex.: /2014/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto c om
extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

COTAÇÕES:
GRUPO I- 100 pontos GRUPO II- 50 pontos GRUPO III
50 pontos
1. 2. 3. 4. 5. 1 a 10
5 cada 50
20 20 20 20 20 ETD-30
(C12+F8) (C12+F8) (C12+F8) (C12+F8) (C12+F8) CL-20

BOM TRABALHO!!!!!!!!!!! A PROFESSORA: Lucinda Cunha

5
CENÁRIOS DE RESPOSTA

Teste de Português de 12º ano- Os Lusíadas e Mensagem

Aspetos de conteúdo (C) ................................................................................................................. 12 pontos

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


4 Responde, adequadamente. 12
3 Responde, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões. 9
2 Responde, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões. 6
OU
Responde, de modo incompleto ou com imprecisões.
1 Responde, de modo incompleto e com imprecisões. 3

• Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) ......................... 8 pontos


Estruturação do discurso (E) ............................................................ 4 pontos
Correção linguística* (CL)1................................................................ 4 pontos

Perguntas 1 a 3 (do Grupo I) e Grupos II e III-com pouca adaptações- retirados de um teste da Editora Asa, Manual Entre Palavras
12 (enviado por email aos professores)
CENÁRIOS DE RESPOSTA:
1. Os vários heróis presentes nesta estância são apresentados como gue rreiros e homens de cultura, são exemplos para os
guerreiros portugueses.
2. Os portugueses, contrariamente aos exemplos apresentados na estância anterior, que se definiam por aliar a arte da guerra e o
interesse pela cultura, caracterizam-se pela ignorância e pelo desinteresse pela cultura. O verso 4 da segunda estância apresenta
os portugueses como exceção.
3. O Poeta confessa ter «vergonha» (v. 13), desta situação de exceção dos portugueses; inicia a explicação deste sentimento com
a conjunção subordinativa causal «que» (v. 13): como os portugueses não se interessam pela cultura em geral e pela poesia
épica em particular (vv. 15 e 16), não há quem cante os nossos heróis (v. 13).

Perguntas 4 e 5 do Grupo I retiradas da página 163 do manual Outros Percursos 12, também da Asa.

4. Encontra-se triste, vazio, descrente e melancólico, embora estimulado pela presença do Sonho, o Encoberto, que o despertará
do adormecimento.
5. Espera-se a concretização do sonho, isto é, o ressurgimento da pátria ou edificação do império espiritual tão desejado por
Pessoa.

GRUPO II ............................................................................................................................................ 50 pontos

Item Resposta PONTUAÇÃO


1.1 C 5
1.2 A 5
1.3 C 5
1.4 B 5
1.5 B 5
1.6 D 5
1.7 D 5
2.1 Apicultor 5
2.2 Complemento do nome 5
2.3 Oração subordinada adverbial consecutiva 5

GRUPO III

Critérios específicos de classificação


•  Estruturação temática e discursiva (ETD) ....................................................................................................... 30 pontos
•  Correção linguística (CL)................................................................................................. ................................. 20 pontos

Das könnte Ihnen auch gefallen