Sie sind auf Seite 1von 13

Parte I

BIOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO
FERRAMENTAS METODOLÓGICAS
PARA O ESTUDO DE PROBLEMAS DE
1
BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Vera Lúcia da Silva Valente Gaiesky

Eletroforese ......................................................................................................................................................... 21
As tecnologias do DNA recombinante ............................................................................................................... 24
Hibridação in situ ................................................................................................................................................ 24
Reação em cadeia da polimerase (PCR) ............................................................................................................. 26
Vetores de clonagem e de expressão .................................................................................................................. 26
Transgenia ........................................................................................................................................................... 27
Outros métodos ................................................................................................................................................... 32

O avanço científico ocorrido na última metade do sé- ELETROFORESE


culo XX propiciou o desenvolvimento de muitas ferramen-
tas novas (técnicas e métodos) para o estudo da biologia do Surgida nos anos 60, a eletroforese de proteínas, enzi-
desenvolvimento. O avanço sem precedentes do conhecimen- máticas ou não, revolucionou o estudo da biologia do desen-
to nessa área tem permitido sondar os processos e as molé- volvimento, na medida em que favoreceu a avaliação do elenco
culas envolvidos na complexa rede de interações responsá- de proteínas que são expressas em cada tecido no mesmo mo-
vel pela regulação gênica do desenvolvimento dos embriões. mento ou em um mesmo tecido ao longo do processo de de-
Se, até a explosão das técnicas de biologia molecular, senvolvimento (Market e Ursprung, 1962). O princípio do
o embriologista deveria contentar-se em observar e des- método é que as macromoléculas (e aqui também estamos fa-
crever o aspecto do embrião em seus diferentes momentos, lando de ácidos nucléicos, além das proteínas) são eletrica-
novas estratégias metodológicas têm permitido o estabele- mente carregadas, de forma que podem migrar quando expos-
cimento das similaridades entre os estágios de vida de or- tas a um campo elétrico. Aplicadas em um meio suporte inerte
ganismos até então considerados muito distantes, com base (gel de amido, de poliacrilamida ou de agarose), preparado
na expressão de seus genes. O conhecimento da hierarquia com soluções-tampão capazes de estabelecer o pH que facili-
gênica e do incrível circuito de genes que ligam e desligam te a separação das moléculas que fazem parte de uma amostra
a atividade de centenas de outros em uma ordem extrema- (homogenado), vão migrar ou para o ânodo (eletródio positi-
mente precisa, além da caracterização de seus produtos, da vo) ou para o cátodo (eletródio negativo) de acordo com a sua
comparação de suas seqüências de bases e da maneira como carga elétrica livre. Assim, moléculas com carga negativa vão
são regulados, tem revolucionado a biologia moderna e migrar para o ânodo e moléculas com carga positiva vão migrar
aproximado, de forma definitiva, embriologistas, geneticis- para o cátodo, e quanto maior a carga elétrica de uma molécu-
tas, bioquímicos e evolucionistas. la, mais rápida será a sua movimentação no meio suporte.
Cada nova ferramenta apresenta vantagens e desvan- A mobilidade das moléculas, entretanto, pode ser afe-
tagens, sendo que a sua adequação ao problema a ser estu- tada por outras das suas propriedades ou das combinações
dado deve ser decidida pelo pesquisador, dadas as particu- de moléculas sob escrutínio. O tamanho, por exemplo, de-
laridades do organismo e o conhecimento da sua biologia. terminará que as moléculas maiores movimentem-se mais
22 Sonia Maria Lauer de Garcia e Casimiro García Fernández

lentamente que as menores, assim como algumas formas de ser detectadas por meio de coloração do gel resultante com
moléculas também vão determinar se a migração será mais corantes como o nitrato de prata, que revela um amplo es-
rápida ou mais vagarosa. pectro de proteínas de diferentes pesos moleculares (o que é
Uma vez introduzidas as amostras em ranhuras ou obtido por comparação do padrão de migração da amostra
em posições específicas do meio suporte, um campo elétri- com o de uma outra amostra-controle, cujos tamanhos dos
co é aplicado no gel e as moléculas começam a migrar atra- fragmentos são conhecidos). Por outro lado, essa abordagem
vés do meio, dentro de um período de tempo característico não permite avaliar per se se essas proteínas estão sendo
para cada tipo de amostra. Após esse tempo, sob condições sintetizadas no momento em que as amostras foram proces-
controladas de exposição ao campo elétrico, as moléculas sadas ou se já haviam sido formadas anteriormente; se têm
vão se separar ao longo da chamada zona eletroforética, diferentes meias-vidas ou diferentes taxas de síntese ou degra-
transversalmente ao ponto de aplicação, formando “zonas” dação tecido-específicas. Somente após o desenvolvimento
ou “bandas” distintas de acordo com o seu tamanho, forma de técnicas de marcação de proteínas com isótopos radioati-
e carga (Figura 1.1). vos que as proteínas nascentes naquele momento ou naquele
Quando as proteínas a serem estudadas são enzimá- tecido específico puderam ser detectadas por eletroforese.
ticas, sua revelação é feita usando-se uma solução histoquí- Por essa técnica, o animal ou o tecido isolado é expos-
mica colorante que contém o substrato da enzima acoplado to a uma solução contendo um aminoácido radioativamente
com um co-fator NAD e um sal de tetrazólio que, reduzido, marcado, como a metionina carregada com S35, que vai se
resultará na precipitação de formazan, permitindo a forma- integrar às cadeias polipeptídicas que estão se formando nos
ção de uma mancha ou banda. O substrato da enzima, na ribossomos, mas não às já formadas. Expondo o gel onde as
presença dessas substâncias, será oxidado, e o sal será redu- proteínas radioativamente marcadas migraram a um cassete
zido, formando uma mancha no local, para onde migraram contendo filme de raios X, que será posteriormente revelado
as bandas correspondentes à atividade enzimática. com reagentes comumente utilizados em fotografia, as bandas
Proteínas totais expressas em um determinado tecido aparecerão na região correspondente à sua migração devido
ou em um determinado estágio do desenvolvimento podem à impressão da radioatividade sobre os sais de prata do filme.

C. Localizando a enzima na superfície do gel

NITRO–BT H
(Formazan)
A. Inserção do homogenado PMS H

Piruvato DPN H

DPN
Lactato

D.
B. Eletroforese (+) Músculo cardíaco

DH-I
2
(–) 3

5
(–) -9 -5 -1 +12 +21 Adulto

Figura 1.1 Aplicação de amostras (homogenados de técidos ou órgãos) em gel para eletroforese de proteínas. A) Inserção de uma
amostra no gel. B) Migração das amostras em suas respectivas canaletas sob corrente elétrica. C) Localização da enzima na super-
fície do gel. D) Aspecto das zonas de migração ou “bandas” da lactato desidrogenase de camundongos. (Modificada de Markert e
Ursprung, 1971.)
Embriologia 23

Uma variante dessa técnica é a eletroforese em gel sob paradas por isoeletrofocalização. Entende-se por ponto isoelé-
condições desnaturantes (SDS-eletroforese), que é feita em trico (pI), o pH em que uma proteína é eletricamente neutra
géis de poliacrilamida contendo sódio dodecil sulfato (SDS). e, conseqüentemente, não migra. Com base nesse princípio
O tratamento do homogenado protéico é feito com SDS e simples, inicialmente uma amostra é submetida à eletrofo-
com um agente redutor como β-mecaptoetanol antes da cor- rese em um tubo fino contendo gel de poliacrilamida com
rida eletroforética. O β-mercaptoetanol reduz as pontes um gradiente de pH estável, menor no ânodo e maior no
dissulfídicas, dissocia as subunidades de polipeptídeos e cátodo. Assim, nessa primeira dimensão, as proteínas mi-
afrouxa a estrutura secundária das proteínas, enquanto o SDS gram no gradiente de pH sob corrente elétrica até que atin-
liga-se aos polipeptídeos, formando complexos que migram jam o seu pH, estagnado aí. O tubo com o gel é, então,
à medida que assumem formas uniformes, cuja carga é de- inserido em um gel de poliacrilamida e sujeito à eletroforese
terminada pelo próprio SDS. Submetidos a esse tratamento, horizontal, onde as proteínas, já separadas por ponto isoelé-
todos os polipeptídeos apresentarão proporções de carga/ trico, serão separadas de acordo com o seu peso molecular
massa similares, eliminando-se as diferenças de forma, de (Figura 1.3). Essa é uma técnica poderosa para identificar
modo que apenas o peso molecular é que determinará as proteínas estágio ou tecido-específicas de dentro de uma
diferenças de migração (Figura 1.2). O peso molecular das amostra muito heterogênea.
proteínas migradas é normalmente obtido por intermédio de Quando se está trabalhando com ácidos nucléicos (tan-
comparação das bandas da amostra com um marcador-pa- to DNA como RNA), a separação das suas diferentes fra-
drão colocado a migrar no gel em uma canaleta ao lado da- ções é feita por “filtragem molecular” (molecular sieving),
quelas que contêm as amostras sob estudo (Figura 1.2). já que a proporção carga/massa é praticamente a mesma
Um refinamento dessas técnicas foi desenvolvido poste- para todos os ácidos nucléicos. Assim, pequenas molécu-
riormente (O'Farrel, 1975) e corresponde à chamada eletrofo- las vão migrar mais rapidamente do que grandes molécu-
rese bidimensional. Esse método corresponde à submissão las. Nesse caso, pode-se usar tanto géis de agarose quanto
de uma amostra, que já foi sujeita à eletroforese, a uma se- de poliacrilamida como meios suporte, sendo que esses úl-
gunda migração efetuada sob um novo conjunto de condi- timos permitem uma separação mais acurada, às vezes até
ções e sob nova direção, perpendicular à da primeira dimen- propiciando a resolução de bandas que diferem em um úni-
são. Por esse protocolo, as proteínas são primeiramente se- co nucleotídeo.

KD neb tro wil equ ins pau

83

70

50

32
26

25 37 25 37 25 37 25 37 37 25 25 37

Temperatura (oC)

Figura 1.2 Aspecto de um auto-radiograma de um gel submetido à eletroforese (SDS-PAGE) de proteínas sintetizadas em diferen-
tes temperaturas (25o e 37o C) extraídas da glândula salivar de larvas de Drosophila nebulosa (neb), D. tropicalis (tro), D. willistoni
(wil), D. equinoxialis (equ), D. insularis (ins) e D. paulistorum (pau). As proteínas foram previamente marcadas por incubação das
glânulas com metionina -35S. Os pesos moleculares das proteínas após a migração foram obtidos por comparação com o marcador
de peso molecular aplicado na canaleta à esquerda. (Modificada de Bonorino et al., 1993.)
24 Sonia Maria Lauer de Garcia e Casimiro García Fernández

A IEF B
quer genomas, bem como pôde ser decifrada a organização
dos genes que as portam (por exemplo, se elas têm ou não
88 90
71
88 71 73 os sítios reconhecidos pelas enzimas de restrição conser-
73 vados em comparação com o genoma dos organismos ori-
60
ginais de onde o DNA foi extraído).
AC
SDS

AC 45 O estudo dessas homologias por hibridação (ou hibri-


dização) pode ser realizado tanto anelando a sonda desnatu-
rada (com a dupla hélice aberta) com o DNA-alvo extraído,
fragmentado pelas endonucleases de restrição e submetido
31
à eletroforese, quanto com células em suspensão com cor-
tes de tecidos em lâminas, ou com embriões inteiros (whole
mount). Naturalmente, a visualização da região homologa-
Figura 1.3 Auto-radiogramas de géis submetidos à eletroforese da com a sonda em cromossomos, tecidos e órgãos intactos
bidimensional, onde as amostras correspondem a proteínas de dos embriões é mais difícil do que com a amostra de DNA
estresse expressas em embriões de rato de mesmo estágio, em purificado, uma vez que, nesses casos, há inúmeros obstá-
condições controle (A) e submetidos a 42o C por 10 min (B). Os
embriões foram marcados com metionina [35 S] durante 60 min a
culos à hibridação representados pelas moléculas envolvi-
38o C, antes de serem submetidos ao choque térmico. As proteí- das na organização da cromatina, dos tecidos e dos órgãos
nas foram extraídas e separadas por isoeletrofocalização em uma para o encontro da sonda com a seqüência homóloga a ela.
dimensão e por SDS-PAGE na outra dimensão. O controle foi Assim, a hibridação da sonda com o DNA-alvo extraí-
mantido continuamente a 38o C. As setas indicam as diferenças do é mais facilmente estudada pela técnica conhecida como
de expressão das proteínas de estresse: hsps 71, 73 e 88 entre
as duas amostras e a manutenção do nível de expressão da actina
Southern blot (Southern, 1975), método este que consiste
(Ac). (Modificada de Walsh et al., 1991.) em submeter uma amostra de DNA isolado de um doador,
fragmentado com as enzimas de restrição apropriadas para
obtenção de fragmentos de diferentes tamanhos, à separa-
AS TECNOLOGIAS DO DNA ção por eletroforese em gel de agarose e coloração com bro-
RECOMBINANTE meto de etídeo (um composto que se intercala na dupla héli-
ce, emite fluorescência e é visualizado sob luz ultravioleta).
Foi no final da década de 70 e, principalmente, a partir O gel é fotografado e imerso em uma solução de hidróxido
da de 80, contudo, que ocorreu um avanço sem precedentes de sódio, que vai promover a desnaturação dos fragmentos
no acesso direto aos genes por meio do estabelecimento das de DNA, que serão transferidos por capilaridade para um
assim chamadas tecnologias do DNA recombinante. Suas pedaço de uma membrana de náilon ou de nitrocelulose. A
aplicações para o estudo de problemas de biologia do desen- sonda a ser utilizada será marcada radioativamente ou não e
volvimento foram imediatas. hibridada com o DNA desnaturado transferido para a mem-
Entre as principais ferramentas desenvolvidas destacam- brana. Após serem dadas as condições e o tempo para que a
se a obtenção, a caracterização e a comercialização das enzi- sonda encontre (ou não) a seqüência de bases a ela comple-
mas de restrição (ou endonucleases de restrição), que têm a mentar no DNA-hospedeiro, essa membrana é lavada para
potencialidade de cortar moléculas de DNA em pedaços cor- eliminação do excesso da sonda que não se ligou ao DNA.
respondentes a certas seqüências de bases específicas. Cerca O rigor com que essa membrana é lavada para eliminar mais
de duas centenas de enzimas de restrição já são conhecidas e ou menos seqüências com diferentes graus de homologia do
comercializadas de forma que, junto com o conhecimento DNA-teste com a sonda é denominada estringência. Se a
advindo do estudo da estrutura, da função e da especificidade sonda for marcada radioativamente ou com compostos que
das DNA-polimerases e das DNA-ligases, foi tornando-se pos- emitem luz, o padrão de hibridação na membrana será reve-
sível a manipulação das seqüências codificadoras e regula- lado por auto-radiografia (Figura 1.4).
tórias dos genes de interesse para o desenvolvimento. Uma variante dessa técnica, denominada Northern
O avanço teórico e o aperfeiçoamento técnico e instru- blot, usa como sonda uma seqüência de RNA e oportuniza
mental que facilitaram o estudo da complementaridade entre o rastreamento da existência de um transcrito processado,
as bases dos ácidos nucléicos (DNA e RNA), por sua vez, sendo expresso em uma amostra de DNA genômico.
favoreceu o uso em larga escala do pareamento de pedaços
de genes (ou genes completos) de um organismo para son-
dar a sua homologia com partes do genoma inteiro do mes- HIBRIDAÇÃO IN SITU
mo ou de diferentes organismos, mais ou menos relaciona-
dos, em ensaios de hibridação (ou hibridização) de ácidos Conseqüência natural do desenvolvimento das técnicas
nucléicos. Tais seqüências, aqui consideradas como son- de hibridação de ácidos nucléicos isolados foi o aperfeiçoa-
das (probes), puderam, então, ser encontradas em quais- mento das técnicas de hibridação in situ. Elas correspondem
Embriologia 25

Fragmentos de DNA clivados com enzimas de restrição

Gel
Ânodo

Separação dos fragmentos por tamanho por meio de


eletroforese em gel de agarose

Maior Cátodo

Menor

Tratamento do gel para desnaturar o DNA e transferên-


cia para uma membrana de náilon ou de nitrocelulose

Sonda marcada Membrana de náilon

Os fragmentos desnaturados são reanelados com uma


fita de DNA marcado e a membrana é exposta a um filme
de raios X

Cada banda revelada no filme corresponde a um frag-


mento de DNA que possui uma seqüência complemen-
tar à da sonda

Filme de raios X

Figura 1.4 Esquema dos passos seguidos para análise de moléculas de DNA de duas amostras pela técnica de Southern blot.
(Modificada de Berg e Singer, 1992.)
26 Sonia Maria Lauer de Garcia e Casimiro García Fernández

às ferramentas mais poderosas para rastrear os locais (célu- REAÇÃO EM CADEIA DA


las e campos presuntivos) de expressão gênica nos embriões. POLIMERASE (PCR)
Com essa ferramenta é possível entender de que modo a
atividade gênica está guiando o desenvolvimento, uma vez Depois de uma seqüência de DNA haver sido isolada,
que permite observar os padrões de atividade de genes de clonada e seqüenciada, o processo inverso àquele usado pelos
interesse no tempo (ao longo do desenvolvimento embrioná- métodos de hibridação também pode ser empregado. Assim,
rio) e no espaço (células, tecidos e regiões mais amplas do segmentos selecionados de DNA podem ser seletivamente
embrião). A hibridação in situ tem o poder de detectar o amplificados do genoma de um organismo-teste pelo método
local onde moléculas de mRNA estão sendo transcritas de conhecido como reação em cadeia da polimerase (PCR= poli-
genes em atividade. Por meio dessa técnica, uma sonda merase chain reaction). Esse método foi estabelecido no iní-
(probe) complementar ao RNA (cDNA) que está sendo cio dos anos 90 (Griffin e Griffin, 1993) e tornado possível
transcrito vai hibridar (isto é, parear-se fortemente) com pela descoberta do potencial de uso da DNA polimerase da
ele. Assim, a sonda servirá para indicar o local de ação do bactéria Thermus aquaticus, uma enzima Taq-DNA-polimerase
mRNA complementar na fatia do tecido ou no embrião com- termoestável, capaz de promover ciclos de replicação de DNA
pleto. Novamente aqui, no caso de a sonda ser marcada ra- sob condições desnaturantes, ou seja, sob altas temperaturas.
dioativamente, sua detecção será feita por auto-radiografia. A técnica de PCR propicia a obtenção in vitro de milhares ou
Quando se utilizam métodos não-radioativos como, por milhões de cópias de uma seqüência de bases presente em um
exemplo, corantes, o local de expressão dos genes de inte- DNA genômico em um curto período de tempo (horas).
resse é detectado como uma área, célula ou tecido de colora- Resumidamente, essa técnica requer uma amostra de DNA
ção diferente daquela de fundo, enquanto sondas marcadas genômico, primers (seqüências iniciadoras da replicação) das
enzimaticamente por meio de anticorpos compostos são re- regiões conservadas do gene que se quer identificar e amplifi-
veladas por uma mistura com o seu substrato e reveladas car no genoma de interesse para funcionarem como molde,
histoquimicamente (Figura 1.5). um aparelho denominado termociclador, programável para
indução de ciclos de replicação alternados de tempo e de
temperatura aos quais será submetida a amostra, além da enzima
Taq-DNA-polimerase, que irá promover a amplificação da-
br quela fração do DNA que possui homologia com o molde.
G1 ant Esses primers ou moldes são desenhados a partir de seqüênci-
int as conservadas de genes já descritos e disponíveis em bancos
G1 de dados, conhecidos como GenBank e sintetizados nos pró-
T1 prios laboratórios de biologia molecular ou sob encomenda
por empresas especializadas em biotecnologia (Figura 1.6).
Variantes desse método (como o RT-PCR quantitati-
T1 A1 vo) têm permitido avaliar diferenças quantitativas na expres-
são de certos genes em amostras coletadas ou em diferentes
momentos do desenvolvimento ou em diferentes tecidos e
G1
A1 órgãos nos mesmos estágios.

VETORES DE CLONAGEM E
A B C
DE EXPRESSÃO

Figura 1.5 Embriões de Tribolium em três estágios de desen- Para a obtenção de várias cópias de uma seqüência iso-
volvimento. As células estão expressando o gene engrailed lada, é necessário fazer uma clonagem molecular. Esse pro-
(hachureado) como uma faixa em cada segmento do corpo, à cesso envolve a ligação enzimática de pedaços do DNA iso-
medida que eles vão se formando. A) No estágio inicial, só par- lado do organismo de interesse com o DNA dos chamados
tes da cabeça são visíveis, como os segmentos gnatais (G1). B) vetores de clonagem (plasmídeos*, vírus e bacteriófagos)
No estágio intermediário, já se formaram os segmentos gnatais,
(G1), torácicos (T1) e abdominais (A1). C) No estágio tardio, to- dotados de seqüências capazes de promover a sua replicação
dos os segmentos já estão formados. br, ant e int correspondem, autônoma dentro das células hospedeiras onde são introdu-
respectivamente, a cérebro, antenas e segmentos intercalares. zidos (normalmente cepas modificadas da bactéria Esche-
(Modificada de Sulson e Anderson, 1996.) richia coli por meio de um processo chamado transforma-
ção). Os plasmídeos, além de se replicarem autonomamente

*Plasmídeo: molécula extracromossômica de DNA circular, que ocorre normalmente no genoma de bactérias e de algumas leveduras.
Embriologia 27

Segmento a ser amplificado

5' 3'
3' 5'
3' 5' 5' 3'

DNA desenrolado
5' + 5'
iniciadores Ciclo 1

5' 5'
3' 3'

DNA-polimerase

5' 5'
3' 3'
+ DNA desenrolado + +
Ciclo 2
3' iniciadores + 3'
5' DNA-polimerase 5'

5' 5'
3' 3'
+ +
3' 3'
5' 5'
+ DNA desenrolado + + Ciclo 3
3' iniciadores + 3'
5' DNA-polimerase 5'
+ +
5' 5'
3' 3'

3' 5' 5' 3'


5' 3' 3' 5'
+ + +
5' 3' 3' 5'
3' 5' 5' 3'
DNA desenrolado +
+ +
5' iniciadores + Ciclo 4
3' 3' 5'
3' 5' DNA-polimerase
5' 3'
+ +
3' 5' 5' 3'
5' 3' 3' 5'

Figura 1.6 Amplificação de segmentos de DNA através de reação em cadeia da polimerase. (Modificada de Berg e Singer, 1992.)

no genoma das bactérias, estão associados à resistência a E. coli e Bacillus subtilis são vetores adequados, assim como
antibióticos e, assim, o isolamento das bactérias transforma- leveduras cumprem bem a exigência de vetores para expres-
das das não-transformadas em placas de cultura é feito pelo são de genes eucarióticos. A existência de certas caracterís-
uso de antibióticos. As bactérias que não contêm plasmídeo ticas moleculares do plasmídeo, por exemplo, possuir uma
(não-transformadas), portanto sensíveis ao antibiótico, se- seqüência promotora forte, é fundamental para o sucesso da
rão eliminadas, restando e crescendo em cultura apenas aque- expressão do gene nele inserido (Figura 1.7).
las bactérias resistentes, que foram transformadas.
Quando além de se desejar clonar o gene, também quer-
se analisar o seu produto, são necessários os chamados veto- TRANSGENIA
res de expressão (pró e eucariotos, dependendo da natureza
e da complexidade da seqüência que foi clonada). Por exem- Animais (e plantas) geneticamente modificados pela
plo, para expressão em procariotos, normalmente as bactérias inclusão de um gene clonado de outro indivíduo (da mesma
28 Sonia Maria Lauer de Garcia e Casimiro García Fernández

A Origem da replicação

Gene para resistência a


um antibiótico

Inserto do gene
estranho

Gene estranho

Captura pela célula


hospedeira

Divisão celular

B
Promotor da
β-galactosidade cDNA do gene
que se quer
expressar

mRNA
Gene para
resistência à
ampilicina

Origem do
plasmídeo

Figura 1.7 Vetores de clonagem e de expressão. A) Plasmídeos bacterianos usados como vetores para multiplicação de insertos
de DNA estranho. B) Características de um vetor de expressão: a seta grande indica o gene estranho que se quer expressar.
(Modificada de Berg e Singer, 1992.)

espécie ou não) constituem os chamados organismos transgêni- O sucesso da transgenia depende de que a inserção de
cos. A transgenia, por sua vez, é uma maneira poderosa para um gene clonado em um embrião hospedeiro integre-se e se
se testar in vivo a função de seqüências gênicas as mais variadas replique nas sucessivas divisões celulares e passe a ser reco-
e a sua conservação funcional entre organismos diferentes, nhecido e regulado pela células hospedeiras. Se a transfor-
resolver problemas relacionados com a regulação da expressão mação (inserção bem-sucedida do gene estranho no DNA
de certos genes de interesse para o desenvolvimento, assim das células hospedeiras) ocorrer nas células que vão origi-
como para identificar suas seqüências regulatórias e codificado- nar a linhagem germinativa do embrião, o transgene passará
ras, além de sondar os domínios de expressão de vários genes. para as gerações seguintes. Cruzando-se o organismo transgê-
Embriologia 29

nico com outro organismo de uma linhagem que não porta o germinativa. As células-tronco embrionárias em cultura, por
transgene, pode-se monitorar o seu efeito no desenvolvimento sua vez, podem ser geneticamente manipuladas de forma a
das gerações subseqüentes. se induzir mutações nos genes de desenvolvimento sob escru-
Em camundongos, genes que condicionam mutações tínio, introduzir doses a mais ou a menos desses genes, além
no desenvolvimento são comumente introduzidos em um de produzir mutações que façam com que a seqüência original
embrião selvagem na fase de blastocisto para que venham a do gene perca completamente a sua função (nocaute ou knock
fazer parte de células tronco embrionárias. Essas células são out do gene original). Assim, a expressão do(s) transgene(s)
obtidas de culturas permanentes derivadas de embriões no embrião transformado (quimera*) vai depender de quantas
mutantes (muitos deles letais embrionários) e, quando intro- células transformadas se inserirem corretamente no embrião
duzidas em um embrião selvagem inicial, vão contribuir para hospedeiro, promovendo variações de natureza quantitativa
formar tanto os seus tecidos somáticos, quanto a sua linhagem na atividade desse gene (Figura 1.8).

Ovo fertilizado

DNA do gene de
interesse

Pró-núcleo
DNA microinjetado
no pró-núcleo

DNA integra-se no
genoma e os pró-
núcleos são
fusionados

Ovos injetados no oviduto


da mãe substituta
Ovo injetado

Camundongos
transgênicos

DNA isolado da cauda


da prole é digerido DNA injetado é
com enzimas de identificado com uma
restrição, submetido à sonda específica
eletroforese e analisa-
do por Southern blot

transplantes transplantes
sem sucesso bem-sucedidos

Figura 1.8 Produção de camundongos transgênicos. (Modificada de Berg e Singer, 1992.)

*Quimera é um animal constituído de células de duas ou mais fontes diferentes (pares de genitores diferentes), sendo, portanto, constituído de
uma mistura de células geneticamente diferentes.
30 Sonia Maria Lauer de Garcia e Casimiro García Fernández

Outra maneira de gerar camundongos transgênicos con- elas serão inseridas ao acaso no genoma hospedeiro, mas se
siste em injetar um fragmento de DNA contendo o gene cuja forem geneticamente engenheiradas para conterem, além do
função deseja-se conhecer diretamente no núcleo do ovo re- seu próprio gene de mobilização (que codifica uma enzima
cém-fertilizado. A vantagem de se trabalhar com células- chamada transposase), os genes de interesse que se quer es-
tronco embrionárias, entretanto, além da sua maior viabili- tudar por meio de um processo conhecido como transforma-
dade, é a possibilidade de se selecionar na cultura aquelas ção mediada por elemento P, o embrião produzirá uma mos-
células que foram previamente transformadas, aumentar seu ca transgênica (Figura 1.9). Se o elemento P geneticamente
número e, então, introduzi-las no estágio de blastocisto do modificado for inserido na parte posterior do embrião, para
embrião selvagem. onde muito cedo vão migrar as células polares que originarão
A construção de moscas transgênicas do gênero as gônadas, as células germinativas conterão o gene que se
Drosophila também tem contribuído de forma marcante para deseja estudar, transmitindo-o às gerações subseqüentes e
o progresso da biologia do desenvolvimento animal. Mos- permitindo o estudo da sua segregação. Freqüentemente, as
cas transgênicas do gênero Drosophila são construídas pela seqüências inseridas portam um gene marcador de uma carac-
inserção de uma seqüência de DNA conhecida diretamente terística morfológica visível, como o alelo selvagem white+,
nos cromossomos do embrião hospedeiro por meio de um que condiciona olhos vermelhos. A inserção do transgene
vetor, no caso uma seqüência genética móvel, ou transposon*. em um embrião mutante para esse gene (white-) que condi-
Essas seqüências, aparentadas com os vírus, ocorrem natu- ciona olhos brancos em homozigotos, por sua vez, pode ser
ralmente no genoma de certas linhagens e têm a notável ca- monitorada pelo aparecimento da cor vermelha (que indica
pacidade de mudarem de lugar ao longo dos cromossomos. que o inserto foi incorporado com sucesso) ou branca (que
Se introduzidas no genoma de linhagens que não os portam, indicará a não-incorporação do inserto) nos olhos das mos-

Gene clonado
com o elemento P

Elemento P

Microinjeção no
embrião da mosca

Cromossomos da mosca

Transferência do elemento P
portando o gene clonado

Cromossomo

Embrião da mosca portando


o gene em seu genoma

Figura 1.9 Produção de moscas transgênicas pela modificação da linhagem germinativa de embriões pela inserção de um ele-
mento P, portando um gene que se quer estudar. O gene carregado pelo elemento P é funcional e o do genoma hospedeiro é uma
forma mutante, não-funcional. O aparecimento da forma selvagem do gene na prole das moscas transformadas indica que o proces-
so foi bem-sucedido. (Modificada de Wolpert et al., 1998.)

*Transposon é uma seqüência de DNA que possui a capacidade de se inserir em um local diferente do cromossomo ou pela inserção de uma cópia
da seqüência original ou pela sua excisão e reinserção em outro local do genoma (mobilização).
Embriologia 31

cas adultas da geração seguinte. Com essa metodologia, pode efeitos de modificações bruscas da temperatura do meio) per-
ser avaliado o efeito de doses extras de genes, a sua expressão mite que se induza a expressão dos genes a ele adjacentes
sob influência de seqüências regulatórias selvagens ou mu- simplesmente aumentando a temperatura da câmara de cul-
tantes, além de o efeito de novos genes (ou genes cognatos tivo do organismo.
ao que se quer avaliar). O impacto causado pelo sucesso dos sistemas de trans-
Uma variante dessa técnica consiste em usar um gene ferência de genes em mamíferos e em leveduras também
marcador bioquímico acoplado ao elemento P engenheirado contribuiu para o desenvolvimento de tecnologias para pro-
que vai transformar o embrião hospedeiro. Esse marcador, dução de plantas transgênicas, cuja aplicabilidade ao ren-
também chamado de gene-repórter, vai ter sua expressão re- dimento das plantas de lavoura foi imediato.
velada por coloração histoquímica, indicando que o inserto As plantas, pela sua maior plasticidade desenvol-
ao qual ele está acoplado inseriu-se com sucesso no genoma vimental, oferecem muitas facilidades para a obtenção de
hospedeiro, sinalizando pela coloração revelada, a região, o embriões transgênicos. Vários métodos são atualmente dis-
tecido ou as células embrionárias onde o gene de interesse poníveis para transformação de plantas. A maneira mais
está se expressando (Figura 1.10). O uso de genes repórteres “natural” possível de obtenção de plantas transgênicas con-
tem sido amplamente utilizado em embriões de camundon- siste na transfecção de células vegetais em cultura com a
gos e de outros animais. bactéria Agrobacterium tumefasciens, que é capaz de for-
Entre os genes-repórteres mais freqüentemente empre- mar tumores em forma de galhas bem-conhecidas nas plan-
gados para a construção de animais transgênicos está o lacZ tas. Esse processo, que também ocorre na natureza, foi uti-
(que codifica a enzima bacteriana β-galactosidade). A reve- lizado pelos melhoristas para a produção controlada de plan-
lação da atividade enzimática desse gene marcador colore tas transgênicas à medida em que contém um plasmídeo-
de azul as células, os tecidos e os órgãos do embrião que ex- Ti, que possui os genes necessários à proliferação das célu-
pressam o transgene. las responsáveis pela formação do “calo” (callus). Se genes
Também tem sido comumente utilizada em Drosophila, de interesse agronômico, por exemplo o que confere resis-
a seqüência promotora de genes de resposta a estresses físi- tência a uma determinada doença, ou um gene importante
cos e químicos (heat shock), que são chamados de promoto- para o desenvolvimento precoce da floração de uma plan-
res “fortes”, pois induzem a expressão dos genes a eles adja- ta, for inserido no Ti e a bactéria que o porta for induzida a
centes sem a ajuda de seqüências enhancers (ou aumenta- infectar uma cultura de células vegetais, ele vai funcionar
doras), comuns em genes de eucariotos. O uso de transgenes como um vetor de transformação muito eficiente. Uma vez
acoplados a um promotor de heat shock (já que foram des- que células diferenciadas em culturas de tecidos vegetais
cobertos em genes condicionadores de proteção contra os podem originar uma planta adulta completa devido à con-
servação da sua totipotência, as células geneticamente mo-
dificadas podem originar plantas transgênicas com suas
células transformadas pela infecção com o Agrobacterium,
inclusive na sua linhagem germinativa, permitindo a ob-
tenção de cultivares transgênicos estáveis.
Cabe salientar, entretanto, que esse método tem a sua
potencialidade máxima para plantas dicotiledôneas, não
sendo o ideal para monocotiledôneas. Nesses casos, de-
vem ser feitos ajustes metodológicos ou usar outros méto-
dos de transformação (Draper e Scott 1991).
Outra abordagem bastante atual, entre várias outras dis-
poníveis para produzir plantas transgênicas, usa o recurso
da chamada biobalística, que consiste no bombardeamento
de células de plantas em cultura, com partículas recobertas
com seqüências do DNA que se quer inserir e estudar na
planta receptora. Essas partículas, que consistem de peque-
nas esferas de tungstênio ou ouro, são carregadas com DNA-
vetor (a “construção”) e espalhadas na superfície de uma
placa móvel ou de uma “bala” plástica (“macroprojétil”).
Submetido ao impacto de uma bomba de vácuo, o “ macro-
projétil” é disparado contra uma placa de retenção, permitindo
que seja desacelerado e que os “microprojéteis” (as esferas
Figura 1.10 Embrião de camundongo transgênico de 12 dias.
A parte hachureada corresponde à expressão do gene myoD, por com o DNA vetor) sejam arremessados contra a superfície
meio do gene repórter bacteriano β-galactosidade sob controle das células vegetais a serem transformadas, penetrando no
da seqüência enhancer nos mioblastos. (Modificada de Golhamer seu interior.
et al., 1995.)
32 Sonia Maria Lauer de Garcia e Casimiro García Fernández

O sucesso da transformação das plantas deve ser REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


monitorado da mesma forma como é feito nas células animais,
por meio do uso de marcadores genéticos (principalmente BERG, P.; SINGER, M. (1992). Dealing with genes: The language
locos enzimáticos), detectados pela sua expressão diferencial of heredity. Mill Valley: Blackwell Scientific publications.
em células transformadas ou não, ou por meio de genes-repór- BONORINO, C.B.C.; COUTO SILVA, T.; ABDELHAY, E.;
teres. Novamente, aqui, seqüências de locos enzimáticos VALENTE, V.L.S. (1993). Heat shock genes in the willistoni
(como o da lacZ bacteriana e outros), cuja detecção pode ser group of Drosophila: induced puffs and proteins. Cytobios,
colorimétrica ou histoquímica, podem ser utilizadas para v.73, p. 49-64.
BROWDER, L.; ERICKSON, C.A.; JEFFERY, W.R. (1991). Deve-
construir e detectar transgenes. Também tem sido bastante
lopmental biology. 3thed. Philadelphia: Saunders College
freqüente o uso de um loco enzimático bacteriano capaz de Publishing.
promover a expressão de luciferase, detectável por ensaios DRAPER, J.; SCOTT, R. (1991). Gene transfer to plants. In: Grierson,
de bioluminescência. As plantas transformadas, em que os D. (ed.) Plant genetic engineering. New York: Blackie Chapman
transgenes são acoplados ao loco da luciferase bacteriana, & Hall. v.1.
simplesmente “brilham” no escuro, da mesma forma que o GILBERT, S.F. (2000). Developmental biology. 4thed. Massachusetts:
fazem as bactérias de cujo genoma provém esse gene, reve- Sinauer Associates Inc. Publishers.
lando o sucesso da transformação. GOLDHAMER, D.J.; BRUNK, B.P.; FAERMAN, A. et al. (1995).
Embryonic activation of the myoD gene is regulated by a
highly conserved distal control element. Development, v.121,
OUTROS MÉTODOS n.3, p. 637-649.
GRIFFIN, H.G.; GRIFFIN, A.M. (1993). DNA sequencing.
Appl. Biochem. and Biotechnology, v.38, p. 147-159.
Além dos métodos já tradicionalmente utilizados, nos MARKERT, C.L.; URSPRUNG, H. (1962). The ontogeny of
últimos anos foram aperfeiçoadas novas metolodologias ba- isozyme patterns of lactate dehydrogenase in the mouse.
seadas no seqüenciamento dos genomas e na bioinformática Develop. Biol., v.5, p. 363-381.
(chips e microarranjos de DNA), o que propiciará, a curto MARKERT, C.L.; URSPRUNG, H. (1971). Developmental gene-
prazo, o acesso ao elenco de genes especificamente expres- tics. New York: Prentice-Hall. Englewood Cliffs.
sos em cada momento do desenvolvimento, mesmo que ainda O’FARRELL, P.H. (1975). High resolution two-dimensional elec-
desconhecidos. Por exemplo, pelo método de microarranjos trophoresis of proteins. J. Biol. Chem., v.250, p. 4009-4201.
de DNA, os mRNAs são isolados por fragmentos 3’ poly A SOUTHERN, E.M. (1975). Detection of specific sequences among
copiados em DNA complementar. Os cDNAs, que corres- DNA fragments separated by gel electrophoresis. J. Mol. Biol.,
pondem aos pedaços processados dos genes individuais, po- v.98, p. 503-517.
SULSTON, I.A.; ANDERSON, K.V. (1996). Embryonic patterns
dem ser clonados em plasmídeos e replicados várias vezes,
mutants in Tribolium castaneum. Development, v.122, n.3,
favorecendo a construção de bancos de dados. Por meio de p. 805-814.
seqüenciamento automatizado, será possível escolher os clo- WALSH, D.; Li, K.; CROWTHER, C.; MARSH, D.; EDWARDS,
nes de cDNA dos plasmídeos do banco que contêm os meno- M. (1991). Thermotolerance and heat shock response during early
res fragmentos de um gene (ESTs ou Expressed Sequence development of the mammalian embryo. In: HIGHTOWER, L.;
Tags), que serão amplificados por PCR, e decifrada a sua NOVER, L. (eds.) Heat shock and development. Berlin: Springer-
função no tecido ou no estágio do desenvolvimento de interes- Verlag, New York: Heidelberg.
se. Com essa estratégia, sítios contendo cDNA, ESTs ou oli- WOLPERT, L.; BEDDINGTON, R.; BROCKES, J.; JESSELL, T.;
gonucleotídeos presentes em uma amostra podem ser monito- LAWRENCE, P.; MEYEROWITZ, E. (1998). Principles of
rados por hibridação com a seqüência complementar previa- development. Oxford: Current Biology.
mente imobilizada em uma placa, a análise é feita base por
base e a sua identificação é possível porque o DNA da amostra
foi previamente marcado com substâncias fluorescentes.

Das könnte Ihnen auch gefallen