Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Resumo
O presente trabalho, como parte integrante de um estudo de doutorado, se propõe a contribuir
com a discussão do federalismo e a sua relação com a política educacional. Considerando a
criação de Fundos – FUNDEF e FUNDEB no tocante ao financiamento da educação básica e as
proposições da Conferência Nacional de Educação (CONAE) no que se refere ao regime de
colaboração e financiamento. A pesquisa bibliográfica e documental permeia o processo
metodológico a partir de um referencial teórico de alguns estudos de especialistas educacionais,
e documentos governamentais. Os estudos preliminares apontam para a construção do Sistema
Nacional de Educação, enquanto mecanismo que dará efetividade ao regime de
colaboração entre os sistemas educacionais, no caso específico, ao financiamento. Nessa
perspectiva, do financiamento, a proposição da CONAE é ampliar o investimento em
educação pública em relação ao PIB, na proporção de, no mínimo, 1% ao ano, de forma a
atingir, no mínimo, 7% do PIB até 2011 e, no mínimo, 10% do PIB até 2014, respeitando a
vinculação de receitas à educação definidas e incluindo, de forma adequada, todos os tributos.
Torna-se, ainda, como diretriz política a normatização do Custo Aluno Qualidade (CAQi)
como referencial à uma educação básica de qualidade.
1. Introdução
1
Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte
2
Profª Drª do Departamento e do Programa de Pós-Graduação de Educação da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte.
ANPED/ GT 5 (Estado e Políticas Educacionais)
Intercâmbio: “Federalismo e Políticas educacionais na efetivação do direito à educação no Brasil”
Curitiba, 12 e 13 de agosto de 2010
A educação pública de acordo com as normas legais vigentes deve ser realizada
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, que tem a
responsabilidade e competência pela manutenção e expansão do sistema de ensino. Para
viabilizar os gastos, foi estabelecida uma estrutura de financiamento assim explicativo.
A União deve aplicar recursos na execução de alguns programas, que caracterizam
ações próprias, além de transferir recursos para os sistemas estaduais e municipais. Na
composição de suas receitas, os estados somam os recursos recebidos da União aos
provenientes de suas fontes, os quais são utilizados na manutenção e expansão de seus
sistemas de ensino. Na composição dos recursos destinados à manutenção e expansão
de suas redes de ensino, os municípios recebem recursos da União e dos Estados, os
quais são somados aos seus recursos próprios (ABRAHÃO, 2005).
Assim, guiados pela norma legal, o regime de financiamento entre os entes
federados deve se pautar pela colaboração, pela ação supletiva e distributiva da União e
dos Estados. Porém, está condicionada à plena capacidade de atendimento e esforço
fiscal de Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Ao analisar a política de financiamento da educação básica no Brasil, a partir
dos anos de 1990, (FARENZENA, 2006 apud FRANÇA, 2007) aponta as seguintes
diretrizes: a) a descentralização como sendo a transferência ou a ampliação de
competências e responsabilidades de planejamento, gestão e controle dos recursos
financeiro; b) O regime de colaboração no financiamento, por meio do
compartilhamento de responsabilidades no aporte de recursos financeiros entre a União,
os Estados e os Municípios. A estabilidade relativa do volume de recursos disponível
para a educação define o atual ordenamento podendo, assim, ser caracterizados: pela
vinculação à manutenção e ao desenvolvimento do ensino de percentuais da receita
resultante de impostos de cada esfera de governo e pela instituição do salário-educação
e, devido a forte predominância dessas, com fontes de financiamento da educação
escolar brasileira.
Em sequência à análise das diretrizes políticas para o financiamento, a autora
citada expõe, ainda: a) a hierarquização da alocação de recursos financeiros, conforme
as responsabilidades e prioridades de cada esfera de governo na garantia dos direitos a
educação e à natureza das despesas e instituições a quem se destinam os recursos; b) a
ANPED/ GT 5 (Estado e Políticas Educacionais)
Intercâmbio: “Federalismo e Políticas educacionais na efetivação do direito à educação no Brasil”
Curitiba, 12 e 13 de agosto de 2010
(IPVA, ITCM, IR dos servidores estaduais e municipais, ITR e dívida ativa dos
impostos). Os percentuais serão de 5%, 10% e 15%, respectivamente, no primeiro,
segundo e terceiro anos, chegando aos 20% só no quarto ano. Na composição do
FUNDEB, não entram os impostos municipais (IPTU, ISS, ITBI e dívida ativa destes
impostos).
A complementação federal para o FUNDEB só será feita quando o valor por
matrícula de cada nível e modalidade de ensino do Fundo de cada Estado não alcançar o
valor mínimo nacional. Esse Fundo é gerido por Conselhos Gestores formados por
representação do poder executivo, estadual e municipal e por representantes da
sociedade civil, na forma da lei complementar. Ele definirá também a distribuição de
responsabilidades e recursos para a educação básica entre o Estado e os Municípios e
ainda, a complementação da União para atendimento das crianças e adolescentes entre 0
e 17 anos de idade somada a população de Jovens e Adultos que não teve acesso à
educação em idade própria. Essa complementação está definida da seguinte forma: 2,0
bilhões de reais em 2007; 3,0 bilhões de reais em 2008; 4,5 bilhões de reais em 2009 e
10% do valor do Fundo a partir de 2010. A Emenda Constitucional nº 53/2006, que
criou o FUNDEB, estabeleceu um prazo de 14 anos a partir da sua promulgação. E
ainda:
3
Sobre o CAQi ver publicação da Campanha Nacional pelos Direitos Humanos, de 2009.
ANPED/ GT 5 (Estado e Políticas Educacionais)
Intercâmbio: “Federalismo e Políticas educacionais na efetivação do direito à educação no Brasil”
Curitiba, 12 e 13 de agosto de 2010
Considerações Finais
Referências