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Universidade Federal da Grande Dourados

A COMPULSÃO ALIMENTAR NO AMBIENTE ACADÊMICO1


Mônica Aparecida Fernandes*
Fernanda Mendes Resende**

RESUMO: O presente trabalho levan- BES. Como resultado, em uma amostra


tou dados estatísticos para averiguar de 422 estudantes, 43 deles apresenta-
se existe Compulsão Alimentar em es- ram Compulsão Alimentar moderada
tudantes universitários ingressantes, ou grave. A prevalência de Compulsão
dentre uma das psicopatologias que Alimentar entre estudantes novatos foi
poderiam surgir no meio acadêmico. de aproximadamente 10,19%. Este ín-
Segundo Vitolo, Bortolini e Horta dice foi maior na área das Ciências da
(2005), a Compulsão Alimentar é ca- Saúde e entre o público feminino da
racterizada como um período de inges- população estudada. Assim, torna-se
tão de grande quantidade de comida premente o planejamento de estratégias
(que ocorre em até duas horas, em mé- interdisciplinares a fim de acolher o es-
dia) seguido do sentimento da perda de tudante universitário em seu momento
controle sobre quais os alimentos e suas de fragilidade.
respectivas quantidades são ingeridos.
O instrumento utilizado neste estudo Palavras-chave: transtorno da alimen-
foi o questionário Binge Eating Scale – tação; estudantes; gênero.

BINGE EATING IN THE ACADEMIC ENVIRONMENT

ABSTRACT: This study, resulting in used and 422 subjects were involved. As
statistical data, was developed to de- a result, moderate or severe binge eat-
termine the presence of binge eating ing presented itself in 43 participants,
among freshmen university students approximately 10,19%. This index
as a psychopathology that may arise in was more prevalent in female individu-
the academic environment. According als and the ones from Health Sciences
to Vitolo, Bortolini and Horta (2005), disciplines. Therefore, it turns out to
binge eating is characterized as the in- be necessary to plan interdisciplinary
gestion of a large amount of food (in strategies in order to support university
2 hours, average) followed by the feel- students in a moment of weakness.
ing of loss of control of the kind and
amount of food ingested. The Binge Keywords: Binge eating. Compulsive
Eating Scale – BES questionnaire was eating. University students.

*
Graduada em Psicologia pela PUC Minas e pós-graduada em MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela Faculdade Pitágoras.
**
Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas, 1997) e Mestrado em
Educação: Conhecimento e Inclusão Social, pela Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG, 2002). É doutoranda
na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP).

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INTRODUÇÃO

Atualmente, podemos encontrar das Perturbações Mentais (DSM-IV),


no cenário social, várias associações o Transtorno da Compulsão Alimentar
entre o conceito de magreza e sucesso, enquadra-se como TA não-especifica-
resultando na preocupação exagerada do. Nota-se, portanto, a necessidade de
das pessoas sobre a construção e ma- mais estudos que possam elucidar a di-
nutenção de um corpo perfeito. Devi- nâmica deste problema.
do às dificuldades de se encaixar neste
padrão estético ditado socialmente, Quanto às características da CA, Vi-
algumas pessoas começam a ter distor- tolo, Bortolini e Horta (2006) afirmam
ções de suas próprias imagens corpo- que este transtorno é caracterizado por
rais (IDA; SILVA, 2007). maior ingestão de comida (em média,
no tempo de duas horas), onde a pes-
Este pode ser o contexto para o soa sente perda de controle sobre quais
desenvolvimento de vários transtornos os alimentos são ingeridos, assim como
alimentares. Segundo Cordás (2004), suas respectivas quantidades. A pessoa
os Transtornos Alimentares (TA) são que apresenta estes episódios comporta-
doenças que ocorrem, em sua maioria, mentais no mínimo dois dias por sema-
adolescentes e adultos jovens do sexo na (dentro de um período de seis meses)
feminino, causando notáveis prejuízos é caracterizada como portadora de uma
psicológicos e sociais. A pessoa com TA síndrome denominada Transtorno de
sofre comorbidades diversas, podendo Compulsão Alimentar (TCA).
até mesmo correr risco de vida, como é
observado mais comumente entre os ca- Ainda são necessários três ou mais
sos de Anorexia Nervosa (AN). Por esta dos seguintes sintomas para que a pes-
razão, de acordo com ao autor citado, soa possa ser caracterizada como por-
os Transtornos Alimentares aumentam tadora de TCA: comer de forma mais
o crescimento do índice de morbidade rápida que o esperado; comer até sen-
e mortalidade no país. tir-se desconfortavelmente satisfeita; no
horário das refeições a pessoa está so-
Dentre os vários desvios de com- zinha por vergonha de seu descontrole
portamento que caracterizam um alimentar; e sentimentos de depressão e
Transtorno Alimentar, a Compulsão culpa após os episódios de compulsão
Alimentar (CA) chama a atenção pela (SOUZA; OLIVEIRA; MOTA, 2006).
descrição das condições psicológicas
que uma pessoa pode ter, pois estudos Porém, Grilo citado por Azevedo,
apontam que o indivíduo portador des- Santos e Fonseca (2004), afirma que
te transtorno sente vergonha por causa existem variações comportamentais dos
de seu descontrole alimentar, depressão comedores compulsivos (tanto durante
e culpa decorrentes de sua compulsão os episódios quanto durante os interva-
(VITOLO; BORTOLINI; HORTA, los). Segundo este autor, o comporta-
2006). Ainda segundo os autores, no mento destas pessoas foi caracterizado
manual de Diagnóstico e Estatística como caótico, comparando-se com os

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comportamentos de bulímicos e obesos estresse na vida da pessoa e o desenvol-


sem TCAP. Há variações em relação à vimento da Compulsão Alimentar. Por
hora que o comportamento compulsi- exemplo: Gluck, citado por Azevedo,
vo alimentar ocorre acompanhado da Santos e Fonseca (2004), afirma que
sensação de perda de controle, quan- o estresse pode aumentar o número
do tal comportamento ocorre sem esta de ocorrência das compulsões alimen-
sensação e quando o compulsivo ali- tares. Durante os eventos estressantes,
mentar sente perda de controle, porém a produção de cortisol aumenta e este
sem grande ingestão de alimentos. fato estimula a ingestão de alimentos e
o ganho de peso. Em consonância com
Em relação à imagem corporal das esta perspectiva, alguns autores afir-
pessoas que comem compulsivamente, mam, veementemente, que o estresse
este demonstrou ser um fenômeno que é um fator que aumenta as chances de
ainda não está suficientemente explana- predispor a pessoa ao desenvolvimento
do. Contudo, alguns estudos apontam da CA. Isto pode estar relacionado à ca-
que mulheres portadoras deste transtor- racterística da pessoa portadora de CA
no sentem maior insatisfação corporal e utilizar a comida como mecanismo de
avaliaram sua aparência de modo mais compensação (BERNARDI; CICHE-
negativo do que as mulheres não-por- RELO; VITOLO, 2005; OLIVEIRA;
tadoras. Referindo-se às características FONSECA, 2006; ALMEIDA; SA-
psicológicas componentes do transtor- VOY; BOXER, 2011; AZEVEDO;
no, geralmente, os indivíduos com CA SANTOS; FONSECA, 2004).
preocupam-se muito com sua aparência
corporal e possuem auto-estima mais Sobre os instrumentos para rastre-
baixa em relação às pessoas que estão ar a Compulsão Alimentar, podemos
acima do peso, mas não são portadoras citar: Questionnarie on Eating and Wei-
do transtorno (ZWANN apud AZE- ght Patterns – QEWP; Binge Scale – BS;
VEDO; SANTOS; FONSECA, 2004). Binge Eating Scale – BES (Freitas, Go-
renstein & Appolinario, 2002). Segun-
Desta forma, de acordo com Oli- do Vitolo, Bortolini e Horta (2006), o
veira e Fonseca (2006), é possível com- questionário Binge Eating Scale – BES
preender que a pessoa que come im- possui 16 itens que avaliam comporta-
pulsivamente possui dois elementos: mentos, sentimentos e cognições típi-
o subjetivo e o objetivo. O primeiro cos da Compulsão Alimentar. Os re-
refere-se ao sentimento de perda de sultados são agrupados de acordo com
controle e o segundo está relacionado três categorias: ausência de CAP (escore
à quantidade da comida que é ingeri- menor ou igual a 17), CAP moderada
da. Alguns fatores psicológicos foram (escore entre 18 e 26) e CAP grave (es-
identificados no desencadeamento das core igual a 27).
compulsões, como: frustração, solidão,
Ainda segundo os autores, a Es-
raiva, tédio e ansiedade.
cala de Compulsão Alimentar Periódi-
Nesta perspectiva, alguns trabalhos ca – ECAP – é utilizada para rastrear a
buscaram dados que correlacionem o Compulsão Alimentar Periódica (sendo

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que o ponto de corte é 17). Os autores sões correspondem ao período escolar


afirmam que o teste possui todos os parâ- do adolescente. O início da adolescên-
metros psicométricos para sua validação, cia refere-se às últimas séries do ensino
mas, por ser um questionário baseado no fundamental, os meados da adolescên-
auto-relato do sujeito de pesquisa, são cia referem-se ao ensino médio e o final
necessárias avaliações clínicas posteriores desta fase remete-se à faculdade.
para confirmação dos resultados. Algo,
porém, deve ser observado: o artigo de Segundo Papalia e Olds (2000), a
Freitas, Lopes, Coutinho e Appolinario escolha satisfatória da ocupação é um
(2001), consta que a validação do teste dos fatores que auxiliam a formação
ocorreu através da aplicação da versão fi- da identidade do adolescente. De um
nal do ECAP em um grupo de 32 pesso- modo geral, homens e mulheres pas-
as obesas (que possuíam critérios para o sam pelas mesmas transições em suas
TCAP e que buscavam emagrecer). Visto respectivas estruturas de vida no início
o número pequeno desta amostra, torna- da idade adulta (aproximadamente dos
-se necessário aplicar o mesmo teste em 17 aos 22 anos). O ingresso em uma
uma amostra maior de pessoas que pos- instituição, como a faculdade, atenua a
suem critérios para o TCAP para observar transição da adolescência para a plena
se os resultados estarão em aquiescência condição de vida adulta e os jovens que
com o que apresenta a literatura do tema. possuem alguns problemas para cons-
tituir sua identidade ocupacional são
Uma parcela da população que po- mais vulneráveis a terem comportamen-
deria contribuir para indicar os fenôme- tos que tragam consequências negativas.
nos envolvidos no desenvolvimento da
CA seria o público universitário. De acor- De acordo com Cole e Cole
do com Vitolo, Bortolini e Horta (2006), (2004), para almejar um emprego bem
as estudantes universitárias representam remunerado, exige-se do jovem que ele
um grupo vulnerável ao desenvolvimento passe maior tempo na escola, o que pos-
deste e de outros transtornos alimentares. terga maior tempo à sua independência
Tal afirmação dos autores está baseada no financeira. Coté e Allahar, citados pelos
fato de que os universitários estão inseri- autores acima, afirmam que essa con-
dos no período de transição da adolescên- dição de dependência econômica sig-
cia para a fase adulta, exigindo novas ade- nifica, para muitos adolescentes, que
quações individuais e sociais. É conspícuo a plena transição para a vida adulta irá
que existe vulnerabilidade neste processo, demandar um tempo mais prolongado
o que pode levar este público à adesão de e isto traz consequências sociais e psico-
condutas sociais por causa da pressão so- lógicas incomuns.
cial sofrida.
Desta forma, o estudante está no
De acordo com Cole e Cole constante movimento de adaptação às
(2004), existem três subestágios na atividades próprias da faculdade. Se-
adolescência: seu início (11 a 14 anos), gundo Almeida e Soares (2003), a en-
sua fase intermediária (15 a 18 anos) trada na Universidade provoca a quebra
e seu final (18 a 21 anos). Estas divi- de muitas ilusões ingênuas e irrealistas

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que o estudante portava até então. Em Visto o exposto acima, pode-se


decorrência disso, frequentemente du- afirmar que o estudante universitário
rante o primeiro ano do curso, o alu- deve ser compreendido como um gru-
no possui elevado nível de estresse e po diferenciado e inúmeros trabalhos
de ansiedade, o que pode prejudicar o sobre o tema estão eclodindo na lite-
ajustamento do mesmo na instituição ratura recentemente. Os que serão co-
ou pode ser um fator de vulnerabilida- mentados adiante reportam, de alguma
de às psicopatologias. Porém, segundo forma, aos transtornos alimentares em
Polydoro e Primi (2003), o efeito dos estudantes universitários.
fenômenos ocorridos na faculdade irá
Bohne (2010) constatou em seu
depender das características próprias do
trabalho intitulado “Impulse-control di-
estudante, ou seja, vai depender de sua
sorders in college student” que este públi-
percepção e avaliação pessoal sobre o
co apresentou um percentual de 3,5%
que a experiência significa para ele.
de distúrbios de comportamento (como
De acordo com Oliveira (1999), o uso de álcool e outros comportamen-
o período da faculdade representa uma tos específicos, como a cleptomania),
fase de transitoriedade rumo à vida sendo que este percentual demonstrou-
profissional ou representa até mesmo -se como predominantemente masculi-
a prerrogativa da manutenção do em- no. A pesquisa utilizou a aplicação de
prego. Para isto, os jovens se sacrificam vários questionários em uma amostra
para obter sua independência (através expressiva de universitários (n=571).
do trabalho) e cursar a faculdade. Isto
Como resultado de outra pesquisa
faz com que eles negligenciem a impor-
intitulada “Unwanted sexual experien-
tância do lazer e do descanso.
cies, depressive symtoms and disordered
Loreto, citado por Oliveira (1999), eating among college students”, Capitai-
afirma que os problemas emocionais ne, Rodgers e Chabrol (2011) alegam
comuns dos estudantes podem ser agra- que existe uma correlação entre a expe-
vados pela condição não-satisfatória de riência sexual indesejada e o transtorno
vida que eles podem ter. Por uma ques- alimentar, ambos no público feminino
tão de saúde mental, deveria existir um e que os sintomas depressivos permeiam
programa sócio-econômico que pudes- a relação entre estes fatores.
se garantir o cumprimento das tarefas
Em outro trabalho com estudan-
da graduação. Ainda segundo o autor,
tes universitários, Hoyt e Ross, citados
exigiria, além disso, uma reforma por Reyes-Rodríguez et al. (2010),
lenta e progressiva do espírito e dos afirmam que os transtornos alimenta-
métodos do ensino superior que per-
mitisse à Universidade integrar a ta-
res em universitários representam um
refa de transmissão de informações e grave problema e representam um as-
técnicas dentro de um trabalho mais sunto de saúde mental ainda não com-
amplo e mais profundo de formação preendido. Os autores também afir-
global da personalidade dos estudan- mam que esta população está sob risco
tes (LORETO apud OLIVEIRA,
de desenvolvimento destes transtornos
1999, p. 22 - 23).

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por uma série de fatores, dentre eles, as todos experimentais. Quanto à pers-
influências ambientais. pectiva do método compreensivo, ain-
da segundo o autor, é a interpretação
É cada vez mais evidente o fato do
simultânea da análise dos dados, o que
estudante encontrar-se em condição de
possibilita a revisão de hipóteses.
vulnerabilidade no período de gradua-
ção, o que pode levar, segundo Vitolo, A população da pesquisa do pre-
Bortolini e Horta (2006), à adesão de sente trabalho foi constituída pelos
condutas normativas sociais por causa estudantes universitários regularmente
da pressão social de adequação ao pa- matriculados no segundo período em
drão de beleza. As pesquisas com este uma universidade particular.
público também poderiam contribuir
Foi utilizado o questionário auto-
para apontar intervenções específicas
-aplicável denominado Escala de Com-
que visem a minimizar o sofrimento do
pulsão Alimentar Periódico. Trata-se
sujeito portador deste problema.
de um questionário desenvolvido para
Por fim, Ades e Kerbauy (2002) avaliar as características da Compulsão
salientam que os profissionais da área Alimentar na primeira etapa, verificar a
da saúde (inclusive o psicólogo) preci- gravidade de tais sintomas na segunda
sam conscientizar as pessoas sobre uma etapa e correlacionar esta gravidade a
forma de alimentação mais saudável alguns critérios externos na terceira eta-
e também afirmar que existem outras pa (FREITAS et al., 2001).
formas de gratificação, além da comi-
da. Desta forma, um desafio é apresen-
tado aos profissionais que trabalham RESULTADOS
com a incidência dos Transtornos Ali- Ao final da coleta de dados, 422
mentares, pois é necessário compreen- estudantes universitários (alunos e alu-
der como ocorre a interação dos vários nas) participaram desta pesquisa. Desta
fatores para o desenvolvimento de tais população, aproximadamente 10,19%
transtornos em cada caso clínico. apresentaram CA (moderada ou grave).
O escore mais alto que o questioná-
rio ECAP rastreou foi 40. De acordo
METODOLOGIA
com Freitas et al. (2001), altos escores
Este trabalho utilizou os princí- na ECAP indicam associações entre al-
pios da pesquisa descritiva como mé- guma psicopatologia e a CA (e não so-
todo. De acordo com Turato (2003), a mente a CA grave de forma isolada).
pesquisa descritiva é baseada em pro-
A área das Ciências da Saúde com-
cedimentos prefixados, utiliza questio-
porta o maior número de estudantes
nários fechados, procura por amostra
com Compulsão Alimentar (Fi = 44%).
representativa de uma população, faz
O curso de Fisioterapia possui o maior
uso de técnicas estatísticas, busca de
número de alunos portadores de CA
confirmação ou refutação das ideias
grave (fi = 4) e o curso de Pedagogia,
e generalização dos resultados, dentre
pertencente à área das Ciências Huma-
outros conceitos importantes dos mé-

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nas, possui o maior número de alunos referentes aos estudantes universitários


portadores de CA moderada (fi = 7). portadores de CA moderada, porta-
O curso de Engenharia Elétrica foi o dores de CA grave e os estudantes que
único a não apontar nenhum caso de não apresentaram indícios de CA estão
estudante portador de CA. Os dados apresentados abaixo:

Tabela 1 - Compulsão Alimentar entre universitários – análise por área de estudo

Área de estudo Estudantes sem CA Estudantes com CA moderada Estudantes com CA grave
Humanas 82 (86,218) 14 (7,279) 0 (2,502)
Saúde 137 (140,104) 10 (11,829) 9 (4,066)
Exatas 160 (152,677) 8 (12,890) 2 (4,431)

Fonte: dados da pesquisa


Legenda: Tabela 2 - CA entre estudantes universitários –
Números em azul - valor observado análise por gênero
Números em vermelho - valor esperado
CA Mulheres Homens
A partir dos dados, foi realizado Moderada 28 (18,871) 4 (13,128)

o teste Qui-Quadrado para analisar as Grave 11 (6,487) 0 (4,512)


incidências dos dados nesta tabela. O sem
191 (204,641) 156 (142,358)
incidência
valor da estatística de teste encontrado
Fonte: dados da pesquisa
para esta tabela foi S ≈ 19. Como o va- Legenda:
lor encontrado não corresponde ao va- Números em azul - valor observado
Números em vermelho - valor esperado
lor crítico da tabela (que a 95% é 9,48),
a hipótese nula deve ser rejeitada.
Quanto à incidência de CA a par- O resultado encontrado através da
tir da análise por curso, é interessante aplicação do teste Qui-Quadrado nes-
notar que os cursos que apresentaram ta última tabela foi S ≈ 21 e o grau de
as frequências mais altas, são cursos liberdade desta tabela de contingência
predominantemente femininos: ex.: é igual a 2. O valor crítico da tabela, a
Pedagogia e Enfermagem. Dos 100% 95%, é 5,99. Uma vez que não há rela-
dos questionários que conseguiram ras- ção de probabilidade entre os valores da
trear a CA moderada, 87% eram alunas estatística de teste e do grau de liberda-
e 13% eram alunos. Considerando os de, deve-se rejeitar a hipótese nula.
dados acima, tornou-se necessária, por-
tanto, a aplicação do teste Qui-quadra-
ANÁLISE DOS RESULTADOS
do para investigar a incidência de CA
entre estudantes a partir da análise do A pesquisa deste trabalho utilizou
gênero (masculino ou feminino) do es- o questionário de autopreenchimento
tudante. A tabela abaixo contém os va- para avaliar a incidência de Compulsão
lores referentes a esta análise: Alimentar (ECAP). Para validar os es-

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cores encontrados por cada questioná- Em outro estudo similar (porém


rio, seria necessária a utilização de ou- realizado em Porto Rico), intitulado
tras técnicas, como a entrevista clínica “Eating Disorder Symptomatology: pre-
(REYES-RODRÍGUEZ et al., 2010). valence among latino college freshmen
Portanto, os dados levantados através students” os autores Reyes-Rodríguez et
da aplicação do ECAP devem ser utili- al. (2010) encontraram um percentual
zados como índices estatísticos que de- de 3,24% de estudantes que relataram
mandam contínuas pesquisas. sintomas associados à Bulimia Nervosa
e 9,59% relataram outros sintomas de
O índice de CA rastreado neste es-
distúrbios alimentares. Nota-se que o
tudo, 10,19%, demonstra que tal fenô-
último percentual encontrado se apro-
meno ainda sem diagnóstico preciso de
xima bastante do percentual encon-
Transtorno Alimentar é relativamente
trado no presente trabalho referente à
comum no meio acadêmico. O número
incidência de CA entre os estudantes
de estudantes portadores de CA (mo-
universitários (Fi ≈ 10,19%). De forma
derada ou grave) poderia, até mesmo,
análoga, o estudo destes autores incluiu
representar uma sala de aula completa:
uma amostra expressiva de universitá-
43 alunos. Tal analogia nos mostra a
rios de ambos os sexos (n = 2.163, sen-
gravidade que este fenômeno represen-
do 1.429 mulheres e 722 homens).
ta no meio acadêmico.
Sobre o alcance das questões pre-
Um estudo similar intitulado “pre-
sentes no ECAP, pode-se perceber que
valência de compulsão alimentar entre
há uma limitação própria do questioná-
universitárias de diferentes áreas de es-
rio: ele não avalia o tempo de ocorrên-
tudo”, dos autores Vitolo, Bortolini e
cia dos episódios de CA para categori-
Horta (2006), demonstra que há alta
zar o sujeito da pesquisa como portador
incidência deste distúrbio alimentar
ou não do Transtorno da Compulsão
entre as mulheres no meio acadêmico:
Alimentar (TCA). Segundo Vitolo,
18%. Vale ressaltar, porém, que a sele-
Bortolini e Horta (2006), para a pes-
ção para a amostra desta pesquisa levou
soa apresentar indícios de ser portadora
em consideração somente o público fe-
deste transtorno, seus episódios de CA
minino. Em contrapartida, a pesquisa
devem ocorrer pelo menos 2 dias por
do presente trabalho considerou ambos
semana em um período de 6 meses.
os sexos. O presente trabalho pode con-
tribuir, então, para trazer mais dados Por esta razão, a pesquisa do pre-
para a literatura do tema, uma vez que sente trabalho aponta a possibilidade
existem poucos estudos que se direcio- de um questionário que rastreou CA
nam aos universitários, baseando-se em (moderada ou grave) ser de uma pessoa
amostras variadas. Por exemplo, Reyes- que apresenta tais sintomas compulsi-
-Rodríguez et al (2010) citam os estu- vos, sem ser portadora do TCA. Isto
dos de Aruguete et al (2005), Hoerr et ocorre porque o universitário pode es-
al (2002), Mintz et al (1997), como al- tar passando por uma fase estressante
guns dos poucos autores que trabalha- no momento em que ele respondeu o
ram com a temática. questionário, tanto em relação às exi-

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gências no meio acadêmico, quanto às questões que devem ser compreendidas


dificuldades em sua vida pessoal (ou até em futuros estudos.
mesmo uma associação entre os dois
O presente trabalho demonstrou
âmbitos). Neste caso, a comida pode
que a Compulsão Alimentar é um fenô-
ser compreendida como uma forma de
meno presente no meio acadêmico, pos-
alívio de angústia.
suindo potencial para interferir no ren-
Em relação à incidência de CA se- dimento acadêmico do aluno, causando,
gundo a área de estudo, tornou-se evi- assim, sofrimentos psicológicos imen-
dente que a CA é relativamente mais suráveis. Novos estudos são necessários
comum na área das Ciências da Saúde. para apontar, qualitativamente, como o
Ao agrupar as incidências de CA por psicológico do aluno é afetado por esta
curso, notou-se grande prevalência do questão e quais as limitações sofridas no
transtorno entre os cursos predominan- dia-a-dia de quem sofre deste transtorno
temente femininos (como Enfermagem alimentar no meio acadêmico.
e Pedagogia). De acordo com a análise
A maioria do material encontrado
dos dados para a realização da presente
para a pesquisa do presente trabalho
pesquisa, pode-se concluir que realizar a
pertencente à literatura da CA possui
análise de CA entre estudantes a partir
características de estudos epidemiológi-
dos cursos é, também, realizar a mesma
cos e descritivos. A função de tais pes-
análise a partir do gênero do estudante,
quisas é chamar a atenção da sociedade
pois as duas variáveis estão entrelaçadas.
para determinado fenômeno e chamar a
Por fim, visto o que foi exposto aci- atenção da comunidade científica, para
ma, torna-se clara a necessidade de se re- que os profissionais reflitam sobre pos-
alizar mais pesquisas para serem relacio- síveis intervenções junto aos indivíduos
nadas com os resultados encontrados no que sofrem com o fenômeno estudado.
presente trabalho e compreender melhor
É por esta razão que o presente tra-
este fenômeno no meio acadêmico.
balho pode servir como um convite aos
psicólogos para se pensar nas dificulda-
CONSIDERAÇÕES FINAIS des pessoais que os estudantes univer-
sitários vivenciam e que podem refletir
Em relação à utilização do ECAP, o diretamente em seus estados de saúde
presente estudo permitiu a comparação mental, podendo deixá-los mais vulne-
entre as pesquisas com objetivos simila- ráveis ao desenvolvimento de inúmeras
res realizadas no Brasil e a literatura inter- psicopatologias (como a CA). Novas
nacional referente a CA. Tal comparação estratégias de intervenção interdiscipli-
é afirmada por Freitas et al. (2001) como nar devem ser pensadas para compor o
uma importante fonte de dados propor- quadro de funcionários do próprio es-
cionada através da aplicação do ECAP. A paço institucional das Universidades, a
descrição dos resultados e a análise dos fim propiciar espaço de acolhimento do
dados da pesquisa puderam encontrar sofrimento psicológico dos alunos, em
pontos em comum com a literatura do seus momentos de fragilidade. Medidas
tema, mas também apontaram algumas

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desta natureza poderiam evitar o desen- AZEVEDO, A.P; SANTOS, C.C; FON-
volvimento/agravamento de psicopato- SECA, D.C. Transtorno da Compulsão
logias em alguns casos, valendo-se como Alimentar Periódica. Revista de Psi-
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