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CRISE DE ATENCAO OU NOMOFOBIA - OS DESAFIOS DA EDUCACAO NA ADOLESCENCIA? Marcos Bells Caetano# Sandro Rodrigo Steffens? RESUMO A facilidade de acessos & internet estéfazendo com que as pessoas passem cada vez mais tempo em atividades virtuas, usando esse recurso excessivamente e de forma intensa, o que reflete em diversos aspectos dos seus convivios familia- res, escolares e sociais, © intuito com este trabalho de pesquisa foi avalar, examinar e compreender, por meio de um estudo qualitativo e quantitativo, o impacto do uso da internet no dia a dia de estudantes do ensino médio de escolas particulares do Muniefpio de Sio Miguel do este, SC. Aparentemente estas vivéneias tém provocado um aumen- to crescente de influéncias negativas, principalmente vinculadas 3s dificuldades de aprendizagem, mas também aos problemas de relacionamentos ¢ a outros indicadores de mal-estar social. A coleta de dados fot realizada por meio de questionsrios semiestruturados. Visou-se desenvolver¢ intensificar as reflexdes em torno desse miedo de ficar sem esses contatos tecnolégicos para tentar entender um pouco mais sobre esses contites, visiambrando, a0 menos, o alcance de uma comunicacio mais transparente e sandavel entre todos. Concluin-se que ha uma necessidade de conscientizacio € adesio do acesso a informagées mais atualizadas ¢ concretas sobre a nomofobia por parte dos alunos, pais e professores Palavras-chave: Psicologia escolar. Psicologia educacional. Nomotobia. Teenologias. LINTRODUCGAO © intuito com este trabalho de pesquisa foi avaliar, examinar e compreender, por meio de um estudo quabita- 0 e quantitativo, o impacto do uso da internet no dia a dia de estudantes do ensino médio de escolas particulares do ‘Municipio de Sio Miguel do Oeste, SC. A facilidade de acesso 4 internet esta fazendo com que os adolescentes passem. cada vez mais tempo conectados em atividades virtuais, usando esse recurso excessivamente de forma intensa, 0 que causa reflexos em diversos aspectos dos seus convivies familiares, escolares ¢ socias. Buscamos relacionar esses fatos 3 auséncia de mia consciéncia ¢ equuilibrio por parte dos individuos que estioy diretamente envolvides com esses meios tecnolégicos, principalmente em virtude do surgimento/desenvolvimento de uuma nova classificacio para esses grupos. A palavra nomofobia € uma palavra do mundo modemo, ela nao veio do latim ou do grego, pois foi preciso a existéncia dos computadores, dos telefones celulares e dos transtornos decorrentes da utilizacio deles para a sua eriagio (KING: NARDI; CARDOSO, 2015), Aparentemente essas vivéncias tém provocado tm atumento crescente de infhuéncias negativas, principalmente em relagio as dificuldades de aprendizagem, mas também aos problemas de relacionamentos ¢ a outros indicadores de rmal-estar social. Visamos desenvolver reflexes para tentar entender os conflitos em tomo desse medo de ficar sem os contatos tecnolégicos, vislumbrando, a0 menos, 0 alcance de uma comunicagio mais ransparente e sandavel entre todos. Até recentemente (2008) nio havia um termo que denominasse os sentimentos e sensagdes causados pela impossibilidade de comunicagio por meio do telefone celular ou do computador, sequer se compreenderia a relagio [igo sprevenado vo Curso de Peco, Ares dst Cini da Vid, da Unieredide do Oeste de Santa Catarina de Sio Miguel do Oxst, como equisto pareal para a cbtengio da gradungio em Pscologa Gaduado om Psicologia pela Universidade do Oeste do Estado de Santa Catarina de So Miguel do Oeste mareos.cactano(@unaese edu br » Mestre sm Desenvelvimente, Organizagier « Cidadani: Proftscr de Cuno de Pecaloga da Universidade do Oeste de Santa Catarina de So Miguel do Oeste e Pinalzinho; Pacsoge;sandroseffens Guncescedubr [Unoeae & Cigncia- ACHS Joagba. 8m. 1p. 37-50, jana, 2017 38 Marcos Belle Catt, Sandra Rodrigo Steffens de dependéncia patol6gica do ser huumano com esses aparelhos. Agora existe esse termo: nomofobia (KING; NARDI, CARDOSO, 2015) Amualmente, e aparentemente, o quadro geral do ambiente escolar é preocupante, pois observamos de imediato que a maioria das pessoas que fazem parte desse contexto nio tem conscigncia da gravidade das situages que envolvem suma relagio de dependéncia patolégiea dos adolescentes com esses aparelhos, fazendo com que essa visio de mundo se apresente de uma forma irresponsével dentro do cenario atual, dando abertura para 0 surgimento de diversos contflitos, que acaba resultando em isolamento e deterioragio das relagbes sociais. (Os mimeres ji nao sensibilizam, pois, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia ¢ Estatstica (IBGE, 2013), com informagées obtidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domictlio (PNAD) realizada entre 2005 e 2011, € possivel notar 0 creseimento constante do 10 dos aparelhos eletrénicos no Brasil. © mais relevante é a popularizagio deles: entre os anos da pesquisa, o crescimento do uso pessoal do celular por brasileiros com mais de 10 anos de idade foi de 107.2%, Para efeitos de comparagio, o aumento do niimero de acessos & internet foi um pouco maior, 143.8% Em 2005, o mimero de consumidores era de 55,7 milhées;jé em 2011 eram 115.4 milhées os brasileiros que possuiam celular, o que representa 69,1% da populacio com mais de 10 anos de idade (IBGE, 2013). ‘Em contrapartida, imtimeras outras pesquisas afirmam e reforgam os beneficios das novas teenologias, frzendo ‘nos questionarmos se jé houve ou ainda ha realmente um uso saudavel, principalmente da internet, por ter se tornado ‘uma ferramenta de amplo uso e de forma irrestrita Entretanto, temos como dever analisar constantemente os impactos comportamentais, soiais, clinicos e cogni- tivos que estio sendo produzidos nas pessoas, resultados da presenca diria desses aparelhos eletrénicos em suas vidas, para estarmos aptos a observar € a compreender suas reacBes¢ respostas. A relaci da pessoa com as teenologias de come puragio ¢ telefonia altera¢ influencia o comportamento ambienral, familiar, social ¢ individual. Torna-se fundamental acompanhar essas mudancas para nos mantermos Iticidos, atualizados e preparados para lidar com as consequéncias tanto positivas quanto negativas (KING; NARDI, 2014s apud MAZIERO, 2016) Interessamo-nos em trabalhar com essa realidade atual ndo com perspectivas de descobrir uma solugio ou um, antidote, mas, talvez, como uma medida de aprofiandamento reflexive que possbilite a prevengio dos constantes casos que estio surgindo, interrompenddo esses circulos viciosos € que, possivelmente, estio relacionados aos problemas e 3s dificuldades psicolbgicas e emocionais. E vilido colocar também que as discusses em torno desse asstinto ainda sio recentes, apresentando auséncia de bibliografias especiticas, principalmente no Brasil, o que desperta ainda mais a necessidade do surgimento de novos cestudos mais aprofimdados Segundo Bauman (2001, p. 8, grifo do antor), (Os fluidos se movern ficilmente. Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam”, “transbor- dam, “yazan”, “mmindam”, “bomtim', “pingam"; slo “filrados", “desnladoe”; diferentememte dos slidos, nio sio faelmente contidos — contormam certas obsticulos, dissolve outros e invadem ou snundam seu caminbo [..] Associamos leveza ou auséncia de peso 4 mobilidade e 3 inconstincia: sabemos pela pritica que quanto mais, leves viajamos, com maior ficilidade e rapidez nos movemes. Assim, neste trabalho apresentamos uma anise e a possibilidade de trabalharmos com reflexdes que envolvam, a prevengio das situagées que envolvem uma relagio de dependéncia patolégica dos adolescentes com os aparelhos cletrénicos, com adolescentes do ensino médi, pois sio imimeros os desafios nos quais eles estio envolvidos, em uma fase na qual surgem diversos fendmenos subjetivos e situagSes contlituosas, que, possivelmente, colocardo em prova a sua capacidade de interagire de se relacionar com os demais a sua volta sta pesquisa tem algumas questBes norteadoras: como 0 uso excessivo ¢ inconsciente das tecnologias tem atrapalhado nos estudos, na escola ¢ na familia? Quais as dificuldades? Qual o prejuizo para os alunos? Unoese 6 Ciéncia-ACHS Joagaba, 8m. 1p. 37-50,jandjun. 2017 (Cees de steno on nomofebis— 0 desafie da educa ma adleecncia 2 FUNDAMENTAGAO TEORICA 2.1 AVANCOS TECNOLOGICOS Thata-se, na verdad, de um provesso relativamente longo e gradative, ou seja, que vai ocorrendo aos poucos, com o passar dos anos. Assim, considerando que a Terceira Revolucio Industrial €a mais recente dinamica de transfor- ‘magio dos sistemas produtivos, podemos dizer que ela ainda esti sendo vivenciada nos dias atuais. Cada novo aparelho tecnolégico descoberto e langado no mercado €, dessa forma, um novo capitulo desse episédio histérico. A Teceira Revolugio Indusmal — também chamada de Revolugio Técnico-Cientifica-Informacional —imiciou-se em meados do século XXe corresponden ao processo de inovagées no campo da mformitica e suas aplicagaes nos campos da producio ¢€ do consumo. As grandes realizagées desse Perfodo sio o desenvolvimento da chamada quimica fina, a biotecnologia, a escalada espacial, a robética, a genética, entre outros importantes avangos (PENA, 2016) ARevwolugio Técnico-Cientifica Informacional também foi responsivel pela total integracio entre a ciéncia,atec~ nologia ¢ a produgio. Figje, as descobertas cientificas encontram-se, em grande parte, voltadas ao mercado. Quando uma inovagio ¢ realizada, especula-se como poderé transformar o cotidiano das pessoas: quando um novo aparelho é mventa- do. ji se contamas horas para que ele esteja nas prateleiras para consumo, Dessa forma, entres as principais consequéncias da Terceira Revolugio, podemos destacar: os répidos avangos ¢ desenvolvimento nos setores de Cigncia e Tecnologia a consolidacio do sistema capitalistafinanceiro: a formacio e a expansio das multinacionais ou empresas globais; a relaiva descentralizagio industrial (no hé mais a necessidade de as indtistrias estarem uma do lado da outta, apesar de isso ainda ser comum): a flesbilizacio do trabalho on Toyotismo: ¢ a terciaizaco da economia (PENA, 2016) (© que se pode notar, dessa forma, é que as transformagées tecnolégicas nio modificam somente as indhistrias e cos meios de producio, mas também o proprio espago geogritico e as relagGes humanas, seja em Ambito estrurural, seja em Ambito cultural. Além do mais, podemos dizer gue a Revolugio Técnico-Cientifica Informacional é, sem diividas, © grande motor da globalizagio na atualidade (PENA, 2016) 2.2 CONCEITO DE NOMOFOBIA (© termo nomofobia se originou na Inglaterra a partir da expresso no-mobile, que significa sem celular. Essa espressio uniu-se & palavra foes, do grego, que significa fobia, medo. A associacio das palavras resultou no temo no- mofobia (WIKIPEDIA, 2016). © mundo modemo vin anecessidade de criar uma nomenclatura especifica que pudesse representar os sentimentos ¢ sensagbes que estavam sendo observados nos individuos, relacionados 3s novas tecno- logias. Portanto, a palavra nomofobia encontrou o seu Ingar para designar o desconforto ou a angtistia causados pelo ‘medo de ficar imcomunicivel ou pela impossibilidade de comunicagio por intermédio do telefone celular, computador ‘ow internet (medo de ficar offline) (KING; NARDI; CARDOSO, 2015, p. 4) Em 2008 o Laboratorio de Panico e Respiragio (Labpr) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que atende pacientes com transtornos de ansiedade, inicion © desenvolvimento de um estudo pioneiro tendo como foro a nomofobia ¢ a dependéncia patolégica relacionada 3 internet, computadores, telefones celulares, redes sociais, ete (KING: NARDI; CARDOSO, 2014e apud MAZIERO, 2016, p. 19). (Os profissionais do Labpr, que atualmente constituem um grupo esper fico denomiinado Desintoxicagio de ‘Teenologi@s (Delete), foram os pioneiros em produzir estudos cientificos sobre o tema Novus fcuolgias ineferindo no comportamento human € ainiciarem a compreender e relatar as alteragbes comportamentais, cognitivas e clinicas obser~ vadas e deseritas pelos pacientes com transtomnes de ansiedade produto dessa relagio. A equipe de profissionais tem como objetivo apresentar, de acordo com aspectos éticos¢ legais, 0 conceito de nomofobia, sua origem e prtica clinica ¢ aprimorar novas metodologias, capazes de intervir de forma positiva na melhora da qualidade de vida da comuidade em geral. A equipe multidisciplinar tem como intuito orientar profissionais e pacientes para o tratamento adequado ¢ chamar a atengio para o diagnéstico principal que pode apontar os sintomas nomofibicos. A finalidade é acrescentar comhecimento a formagio profissional, possibilidade de estudos fururos e aprimorar o atendimento aos pacientes na rea da satide mental (KING; NARDI, 2014b apud MAZIERO, 2016, p. 20) Unoese & Ciéncia- ACHS Joagba. «8, m1 p37 39 40 Marcos Belle Catt, Sandra Rodrigo Steffens Nos tiltimes anos a dependéncia de celular tem sido tema recorrente na midia leiga e ver despertando a aten- Gio de pesquisadores e clinicos do mundo todo. Ainda que os estudos inicias focassem no abuso do uso do telefone celular como meio primério de communicagio, 4 medida que esse aparelho agrupon fimgSes que antes eram apenas dos computadores, a dimensio dos comportamentos desadaptativos comiegou a muudar de forma expressiva (COSTA; GOES; ABREU, 2013 apud MAZIERO, 2016, p. 4) (O fato de um tipo de comportamento constituir ou nao uma dependéncia abarca uma discussio conceitual im portante que deve ser considerada quando se trata da questio da dependéncia de telefones celulares ¢ da nomofobia. O termo dependéncia nao € uma construgio estivel ou antiga, mesmo no que se refere ao uso de substincias psicoativas,€ sua histéria pode colaborar para a definicio de categorias 20s comportamentos contemporsineos, como & 6 caso do uso da intemet, do celular e dos videogames (CRUZ, 2014 apud MAZIERO, 2016, p. 8). Mais adequado do que considerar a nomofobia um novo transtomo seria vé-la como uma nova expresso de velhas alteragées psicopatolégicas, como a atual fobia e as compulsdes. Sem diivida a tecnologia tem ocasionado 0 surgimento de novos comportamentes nos individuos; porém esses compertamentos novos demonstram nao serem diversos dos mais antigos, sejam eles norma, sejam patolégicos (CHENIAUX, 2014 apud MAZIERO, 2016, p. 8). (Os profissionais de satide mental devem estar atentos 20s casos de dependéncia 20 telefone celular e3 interne, cenfim, 3 dependéncia aos meios de comunicagio virtual, pois essa conchicio esti, com frequénca, associada a um trans- tomo mental (CHENIAUX, 2014 apud MAZIERO, 2016, p. 8), Segundo Bauman (2001), as intimeras esferas da sociedade contemporinea (ida publica privada e 05 rela- ionamentos humanos) passam por uma série de transformagées cujas consequéncias esgargam 0 tecido social. Tais alteragdes, de acordo com 0 socilogo polonés, fazem com que as insttuigbes sociais peream a solide2e se liquefacam, tomando-se amorfas, paradaxalmente, como os liquidos. A modemidade liquida, assim, é tempo do desapego, da pro- visoriedade e do processo da individualizaclo: tempo de liberdade 20 mesmo tempo em que é o de inseguranca 2.3 DEPENDENCIA NORMAL VERSUS DEPENDENCIA PATOLOGICA Considera-se dependéncia normal aquela que nos permite aproveitar todas essas inovagSes tecnolégicas para os relacionamentos sociais, trabalho, crescimento pessoal, entre outros. Embora o uso do computador e/ou do teletone celular seja dio e por varias horas, nio se configura dependéncia patologica. Para ser determinada a dependéncia pa- tolégica, ela precisa estar acompanhada de uma inadequacio e apresentar sintomas em seu histérico (KING etal, 2014 apud MAZIERO, 2016, p. 7) A dependéncia patol6gica se manifesta em individos que, quando ficam sem sen objeto de dependéncia, no «aso, 0 telefone celular ou o computador, para poderem se comunicar,acabam apresentando sintomas ¢ alteragées emo- ionais e comportamentais. Os sintomas observados mais frequentemente nessas situagSes sio: angtstia, ansiedade, nervosismo, tremores, shor, entre outros, que esto relacionados 3 impossibilidade de uso imediato do telefone celular cou do computador e sio conhecidos como sintomas nomofdbicos (KING etal, 2014 apnd MAZIERO, 2016, p. 7) 3 METODOLOGIA. Unilizou-se no desenvolvimento deste estudo uma anilise qualitativa dos dados, por meio de uma exploracio bibliografica. Estudos qualitativos tém como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, visando tor- né-lo mais explicito ou a constiuir hipéteses, tendo como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de inruigdes. Sen planejamento €, portanto, bastante flesivel, de modo que possibilite a consideragio dos mais variados aspectos relatives 20 fato estudado (GIL, 2010). Usiliza-se essa perspectiva qualitativa para o desenvolvimento do trabalho proposto, pois seu objeto de estudo trabalha com significados, motivos, aspiragées, valores e aitudes, questes muito particulares que, geralmente, no sio possiveis de traduzir em mimeros (MINAYO, 2005), ‘Essa primeira parte, posteriormente, serviu de base para conffontarmos ¢ refletirmos em comparagio a outra investigacio, mas quantitativa, a campo, em que foram coletados dados ¢ materiais de forma pritica, e que, segundo Gil (2010), é desenvolvida por meio de entrevistas com os participantes que tiveram experiéncias priticas com o problema Unoese& Ciéncia-ACHS Joagaba, 8 mp. 37-50,jandjun. 2017 (Cees de steno on nomofebis— 0 desafie da educa ma adleecncia pesquisado, de forma a obter as explicagdes e interpretagdes do que ocorre no grupo, tendo o pesquisador contato direto com este Participaram da presente pesquisa 29 alunos do 3° ano do ensino médio de uma escola particular localizada no Manicfpio de Sie Miguel do Oeste, SC, constituinco-se uma amostra por conveniéncia, Foram escolhides por indica io ¢ aproximacio dos seguintes critérios de inclusio: facthidade de contato dos alunos com os meios tecnolégicos em virtude de maior poder aquisitivo; ¢ tempo disponivel em suas rotinas dias Ambos os critérios, aparentemente, propiciam excesso de contato com os meios tecnoligicos. Foram excluidos da amostra 15 individuos de um total inicial de 44, que nao puderam participar da pesquisa ou por no terem trazido o termo de consentimento, entregue no dia anterior (maioria tinha menos de 18 anos), com 4 assinatura dos pais/responséveis, on por auséncias que aconteceram no dia da aplicacio do primero questionério, Foram aplicados dois questionsries semiestrururados a esse piiblico-alvo, em busea de exploragées que podiam validar este estado, tentando constrnir sintonia, similaridade e fidedignidade entre todos os apontamentos, descobertas ¢ anilises que estdo presentes no decorrer desta pesquisa Assim, foram utilizados: um formulirio de caracterizagio de dados, como idade, quantidade aproximada de hhoras por dia que passa na internet e género, adaptado a partir do Teste de Dependéncia da Internet do Instituto Delete Essa foi a primeira forma validada e credivel para medira dependéncia da utilizacio da intemet. O teste é um questio- rio com 20 perguntas que mede os niveis baixo, moderado e grave de dependéncia da internet (Questionstio n. 1); € ‘uma versio resumida e adaptada da Mobile Phone Problems Usage Scate,escala elaborada por Adriana Bianchi e James G. Philips (Monash University Australia) que € utiizada especificamente para verificar nfveis de dependéncia de celular (nomofobia) (Questionsrio n. 2). A partir do consentimento ¢ da autorizagio da gestio escolar, foi realizado uum contato presencial com os par ticipantes, no qual foi explicada a proposta e os objerivos da pesquisa ¢informado também sobre o Termo de Consen- timento Livre ¢ Esclarecido (TCLE) e sobre a liberdade que cada um teria de participar ou nio dela, Posteriormente foram utilizados os dois questionérios anteriormente citados, em dois momentos diferentes, ambos agendades, 0 pri- ‘meiro para clasificar os perfis que se enquadram na utilizagio mais intensa de internet e excluir os que nio se enqua- dram, ¢ 0 segundo, mais especifico, para verificar se hé a presenga de t1agos relacionados 3 nomofobia nesses perfis. 4 ANALISE E DISCUSSAO DOS RESULTADOS (Os dados foram coletados nas depencléncias da escola, em um espago concedido pela gestio responsavel, com a presenga das professoras que estavam em sala de aula nos momentos das aplicagoes. © surgimento da nomofobia é acompanhado de uma lista de clasificagSes pertinentes aos possiveistranstor- nos que poderio ser desenvolvides futuramente no que diz respeito aos objetos de desejo, os quas sio os telefones celulares ¢ 0s computadores (KING; NADI, 2014b apnd MAZIERO, 2016). ‘Tabela 1 Génera dos participantes Frequéncia Porcentagem valida Poreemeager Feminine B 8 Total 29 100,0 - Fonte or autores, [A Tabela 1 expressa os dados pessoais dos participantes, mostrando que 55% dos participantes sio do género ‘masculino e 45% do género feminino. No que se refere a faisa etéria, 76% situam-se entre 16 17 anos ¢ 24%, entre 18 ¢ 19 anos, Jé se observarmos a quantidade aprosimada de horas que passam na internet por dia, 41% dos entrevistados apontaram quatro horas, 21%, seis horas, 11%, sete horas, 11%, 12 horas, 7%, cinco horas, 3% indicaram 15 horas, 3%, horas e 3%, cite horas. Unoese & Ciéncia- ACHS Joagba. «8, m1 p37 4a 2 Marcos Belle Catt, Sandra Rodrigo Steffens 4.1 APLICAGAO DO QUESTIONARIO N. 1 Conforme mencionado anteriormente na metodologia deste trabalho de pesquisa, © intuito da aplicagao do (Questionério n. 1 (Teste de Dependéncia de Internet do Instituto Delete) foi principalmente para observacio ¢ reflexio de alguns pontos especiticos (Tabela 2 3 Tabela 14) e também para uma posterior selecio dos pertis que se enquadram ¢ exclusio dos que nio se enquadram nos critérios preestabelecidos. © Teste de Dependéncia de Internet do Instituto Delete foi a primeira forma validada e credivel de medir a dependéncia da utilizagio da internet, O teste é um questionsrio com 20 perguntas que mede os niveis baiso, moderado ¢ grave de dependéncia da internet, dentre as quais foram selecionadas 13 (Tabela 2 4 Tabela 14) para serem verificadas ‘mais profindamente. Depois de respondidas todas as questdes, com os ntimeros selecionados para cada resposta se obtém uma pon- ‘uagio final. Quanto mais alta for a pontuagio, maior é o nivel de dependéncia ¢ os problemas que © uso da internet provoca. A seguir esté a escala geral utilizada para medir a pontuagio obtida e sua desericio: 2) 20-49 pontos: vocé € um utilizador médio. Por vezes poder até navegar na intemet um pouco demiais, no entanto, tem controle sobre a sua utilizagio: 1b) 50-79 pontos: voce comeca a ter problemas ocasionais on fiequentes em 1azi0 do uso da internet. Deve con- siderar o impacto na sua vida por ficar ligado & internet com frequéncta;, ©) 80-100 pontos: a utiizagio da internet esté causando problemas significativos na sua vida, Deve avaliar as, consequéncias desses impactos ¢ aprender a lidar com a internet de modo mais saudivel e produtivo. A partir da anilise ¢ escolha do material que seria utilizado ma aplicacio do Questionario n. 1, ficou definido «que seriam selecionados para aplicagio do Questionario n. 2 todos aqueles que atingissem uma pontuacio superior a50 pontos, enquadrando-se nas classificag6es maderada (> 50 pontos e < 79 pontos) ou grave (> 80 pontos). também se ba- seando nas descrigSes ¢ orientagdes da escala geral relacionando as possiveis dificuldades que ja podiam estar surgindo. [A seguir sio apresentadas algumas tabelas consideradas importantes para serem analisadas e que condizem especificamente a algumas das perguntas contidas no Questionstio n. ‘Tabela 2 - Com que frequencia voot acha que passa mais tempo er-tine do que pretendia? Frequéncia __Porcentual Porcentagem valida Porcentagem acusmulativa Nio se aplica| 1 34 34 34 Raramente 2 69 69 103 Asveres 4 BS BS 24 ‘Vilida Frequentemente 9 310 310 552 (Geralmente 8 276 276 m8 Sempre 5 172 172 1000 Tora 2 1000 1000 Fonte os aurores Observamos que 22 dos 29 individuos responderam a todas as questées afirmativamente de modo superior & média,representando aproximadamente 76% do total de participants, que apontam para certa perda do controle tem poral quando em contato com meios tecnolégicas que dio acesso A internet. ‘Tabela 3 — Com que frequencia voce nepligencia ae tarefie domésticas para pats maie tempo olin? Trequincla —Porcental — Poeentagem alia _Foretagom cumulaiva Ruanene é = 27 27 Ieee o a6 Be 2s vido Bequcrenene 38 3s ey Galina 2 8. @ sco Sa 3 000 Fone os aurores Unoese 6 Ciéncia-ACHS Joagaba, 8m. 1p. 37-50,jandjun. 2017 (Cees de steno on nomofebis— 0 desafie da educa ma adleecncia Em relagio & neghigéncia de tarefas domésticas, que sio consideradas importantes no processo de amadureci- mento e criagio de uma consciéncia de responsabilidad perante quaisquer atividades que exijam comprometimento € dedicagéo, tanto em ambito familiar quanto no social, verficon-se que 17 dos participantes (aproximadamente 59%) cescolheram a alternativa is vezes,signilicando certo descaso em relagio a essas atividades, talvez as negligenciando por optar passar mais tempo on-line: seguidos de quatro participantes (aproximadamente 14%) que responderam fiequente- ‘mente, ¢ dois (aprosimadamente 7%) que responderam gendmente (O telefone celular eas demais novas tecnologias, sem chivida, vieram para facilitar 0 dia a dia e podem ser fian- damentais em momentos de emergéncia, quando precisamos encontrar alguém imediatamente ou quando estamos em algum lugar isolado e queremos que nos encontrem. Contudo, é preciso bom senso para que 0 uso nlo se tome um abuso ¢ traga consequéncias fisicas e mentais. Precisamos estar atentos para que sejamos capazes de dosar essa prética no cotidiano, a fim de que nio deixemos de praticar hébitos saudiveis, como exercicios fisicos ¢ atividades ao ar livre para ficar conectados nas tecnologias grande parte do dia a fim de que tenhamos uma vida social satisfatéria (KING; NARDI; CARDOSO, 2015, p. 15). Dessa forma, é possivel afirmar que esse seria um dos pontos em destaque, pois deisando de lado atividades que exijam responsabilidade acabamos criando uma tendéncia a ter reflexos em comportamentos que se estendam ex- teriormente, em atividades escolares,fisicas e de lazer, por exemplo. Tabela 4 ~ Com que frequencta voot prefere a emocio da intemer intimidade com sew/ua parcelto? Frequéncia Porcentual __Poreentagem valida Porcentagem acunmulativa Nis oe aplica| a 379) 379 379 Raramente 9 310 310 690 Vilido As vezes Ge- 8 26 276 966 ralmente 1 34 34 1000 Toul a 1000 1000 Fonte oe autores, Pelo fato de serem adolescentes, estima-se que a maioria nio deve ter desenvolvido algum relacionamento sério e de compromisso, mesmo assim, oito dos participantes (aprosimadamente 28%), responderam que as vezes pre- ferem a emogio da internet 3 intimidade com o parceiro. A utilizagio do telefone celular, diante da diversidade e quantidade de recursos que apresenta, vem sendo discutida por educadores, pas, psiquiatas, psicorerapeutas e, ainda, por outros profissionais de diversas éreas (MALA; MACHADO; CARDOSO, 2014 apud MAZIERO, 2016, p. 21) ‘Tabela 5 - Com que frequeéncta ourras pessoas em sua vida se queixam a voot sobre a quantidade de tempo que voce pasta on-line? Frequéncia _ Poreentual Porventagem valida Poreentagem acumulativa Nao se aplica| 1 34 34 34 Raramente 6 207 207 2d Asveres 7 Dat Dat 483 Vilido Frequentemente 7 241 2a Ra Cersimente 2 63 63 793 Sempre 6 207 20,7 1000 Toul 2» 1000 1000 Fone ov autores, esse caso, observa-se um mimero alto de participantes respondendo que outras pessoas em sua vida se quei- sam sobre a quantidade de tempo que passam on-line, sendo freuentemente (7), genalmente (2) e sempre (6). Fechando em aproximadamente 52% do toxal dos participantes, Obviamente, é necessério um bom senso tanto por parte dos utilizadores quanto por parte daqueles que se colocam como espectadores ¢ acabam se preocupando com a intensidade e as frequéncias dos acessos internet, de pais para filhos, de irmos, amigos ou namorados, ete. Porém esse ntimero alerta para algo desenfreado, que além de pos- Unoese & Ciéncia- ACHS Joagba. «8, m1 p37 Marcos Belle Catt, Sandra Rodrigo Steffens sivelmente estar afetando a pessoa que esté diretamente envolvida, passa também a ser uma preocupagio de terceitos, estrapolando a singularidade dos efeitos para atingir 0 ambito social, ‘bela 6—Com que fraquinca ss nots ou tree da eco ica prejudieadse por causa da quancidade da tempo que voct passa onlin? Frequéncia Porcentual Porcentagem vilida Porcentagem acumulativa Niose aplica 2 69 69) 69 Raramente 7 241 241 310) Asveres " 379 379) @0 Valido Frequente- 3 103 103 793. mente 2 69 69 862 Geralmente 4 BS BS 1000 Sempre 28 1000 100.0 Total Fonte oe autores, Este € um dos pontos-chave da pesquisa, no qual podemos observar que nove individuos (31% dos participan- tes) escolheram afimmativas (requentemente, erabmente sempre) quando questionades sobre a influéncia negativa que a internet tem causado no desenvolvimento das tarefas escolares, causando diminuigées de empenho e comprometimen- to, o que & constatado por meio de notas baisas nas avaliagdes Além disso, 11 dos participantes (38%) responderam que as vezes sofrem em suas notas ou tarefas escolares por causa da quantidade de tempo que passam on-line, Isso faz levantarmos alguns questionamentos, principalmente se compararmos 2 neghigéncia de tarefas domésticas (Tabela 3) as negligéncias de tarefas/estudos escolares, que repre- sentam um niimero significative, © que demonstra que a internet tem, sim, causado prejuizos nos desempenhos dos adolescentes, apesar de aparentemente de uma forma moderada. ‘Tabela 7 Com que frequénciawoeé checa seu e-mail (ou rede socal) antes de qualquer outra coisa que voeé precise fazer? Frequéncia Porcentual _Porcentagem valida Porcentagem acumulativa Vilido Niowe 7 Dad 24d 2d splica 8 276 26 SLT Raramente 3 103 103 QI Asvezes 5 172 m2 793. Frequente- 1 3 34 28 mente 5 172 172 1000 Geralmante 2» 1000 1000 Sempre Total ‘Fate ee murores Aprosimadamente 38% dos participantes responderam com afirmagées quando questionados se checam 0 e- -nuil ou a rede social antes de qualquer outra coisa que precisem fazer, apontando para a importineia que grande parte dos envolvidos nesta pesquisa despendem para verificar contetides on-line antes mesmo de realizarem atividades ou responsabilidades mais urgentes. ‘Tabela 8 - Com que frequinca seu devempenho ou produtividade no trabalho cofre por cauea da internet? Frequéncia —-Porcentusl —Porcentagemvatida Po*sentgem acu Nios pie 8 448 4s 44s Baramente 5 172 0 eA Acveres 7 2d 2d 862 Vide Frequense: 2 63 68 oa see Sa Sa 266 Genimene 1 Ba Ba 1009 Sempre 29 10900 1009 Toa Fonte oe autores, Unoese& Ciéncia-ACHS Joagaba, 8 mp. 37-50,jandjun. 2017 (Cees de steno on nomofebis— 0 desafie da educa ma adleecncia ‘Torna-se observivel de uma forma Sbvia nesse ponto que 25 dos participantes, aproximadamente 86%, respon- deram com negativas quando questionados se sofriam alguma influéncia negativa no desempenho ou produtividade no trabalho em razio da internet, pots ainda nio trabalham ou no tém contato com atividades de responsabilidade que ino sejam as escolares. ‘Tibela 9 - Com gue frequéncia voct blogueia pensamentes perturbadores sobre sta vida com pensamentos leves da internet? Frequénsia Porcenual —-Porcontayenvilida _‘reemtagem Nios plies 4 BS Bs BS Rarimenwe 3 sp S10 Hs As vezes: 7 ad ad 69,0 ‘Valido Frequentemente 3 103 103 793 Gentinene 6 207 207 1099 Tol 2 1000 1000 Foner os autores Neste questionamento, 30% dos participantes responderam afirmando que fieguenterente (3) e geralmente (6) Dloqueiam pensamentos perrurbadores sobre sua vida com pensamentos considerados leves (das redes sociais, por exemplo) de internet, © que pode acabar se tornando tum hibito (vicio), impedindo-as de vivenciarem todas as situacSes de uma forma plena, independente de serem positivas ou negativas, incluindo nesse ponto a fuga de responsabilidades, {Ji que acabam priorizando contetidos e atividades superficiais, quando talvez estejam com outras questées mais urgen- tes ainda pendentes. “Tabela 10 Com que frequéncia voct se pega pensando em quando voce vaifcar on-line novamente? Frequéncia ——Porcenual—-Porcentagem vétidaPoFeemtagems acumula- Now aplca + Bs 238 Be Rarmence 7 24 2 As vezes 9 31,0 310 69,0 Valido ——Frequeme- 6 207 207 897 mente 1 34 3 931 Geralmente 2 « “9 1000 Sempre 2» 100.0 1000 Teal Fonte or autores, ‘Ao serem questionados sobre a frequéncia que se pegam pensando em quando vio ficar on-line novamente, nove dos participantes responderam com afirmagées (frequentemente (6). geralmente (I) e sempre (2)), representando 31% do total, mostrando um ponto que preocupa, pela atencio, importincia e intensidade com que esses pensamentos em tomo de um novo acesso, de uma conferéncia de mensagem, da postagem de alguma nova foto surgem etalvez acabam influenciando os adolescentes a um modelo de vivéncia com ciclos repetitivos e vicantes. Tabela 11 — Com que fiequincia voct teme que a vida em a internat seria chata, vasa e sem graga? ancl didn PoFeeatagem acu- Frequéncia Porcentual __Porcentagem valida ence Nise aplica 1 34 34 34 Raramente 8 26 276 310) Asveres 8 26 276 586 Vilido Frequente- 3 403 103 690 mente 4 B38 138 328 Geralmente 5 72 72 1000 Sempre 2» 100.9 1000 Teal Fonte oe autores, Unoese & Ciéncia- ACHS Joagba. «8, m1 p37 46 Marcos Belle Catt, Sandra Rodrigo Steffens Nesse ponto, percebemos que 12 participantes, aproximadamente 41% do total, optaram por alternativas afi ‘mativas, despertando um pouco de preocupagio ao percebermos que, para muitos, mesmo com as intimeras oportuni- dades ¢ acessos ao lazer, que envolvem o desenvolvimento e a manutengio de relacionamentos reais, a vida sem acesso 4 internet se tornaria “chata, vazia e sem graga.” (informacio verbal) ‘Young ¢ Nabuco (2011) deicam claro que quando nos referimos 3 internet incluimos todas as tecnologias di- gitais possibilitadas por ela. A internet nio ¢ algo completamente novo. Nao € novo porque mio €a primeira atividade facilmente acessfvel barata, capaz de distorcer o tempo, interativa, anénima ¢ prazerosa & qual fomos expostos. O que € novo, todavia, €a intensidade, a acessibilidade e a disponibilidade com que todas essas caracterfsticas sio urilizadas nos recursos possibiltados pela internet, Para esse fim, a maionia das atividades (comportamentos) e substincias que produzem efeitos prazerosos tende a ser repetida. E muiro natural que as pessoas aumentem 0 uso (¢ daf o abuso) de internet em razio da sua nanureza prazerosa e estrunura de reforgo (YOUNG; NABUCO, 2011, p. 170). “Tabela 12 - Com que fiequéncia voct dorme pouco por ficarlogado até tarde da noite? Freguéscia —-Porcentual —-Povcentagem vada Povsentagem acre Now aplics 3 12 72 Raramence 3 m2 172 Asvezes 10 34S M45 Vio Fragma: 1 3 3 mente 4 38 Bs Gentmente 4 Bs Bs Sempre » soa 1000 Tal Fouter oe autores Sabe-se que as horas de sono sio um fator extremamente importante quando o assunto é a qualidade de vida das pessoas, ¢ que, se nao cumpridas de uma forma equilibrada, de uma forma que seja suprida a necessidade natural, isso pode refletir de modo negativo no dia a dia e na rotina, nesse caso, dos adolescentes. Diante disso, 10 dos partici- pantes (34%) responderam que as vezes dormem pouco por ficarem logados até tarde da noite. Além disso, ¢ 0 que aca- ba chamando um pouco mais a atencio, prineipalmente ao pensarmos em equilfbrio, os jovens deveriam ter ao menos ito horas didrias de sono; nove deles (31%) responderam com afirmativas, alertando para um mimero alto de possiveis ‘momentos em que acabam deixando de lado o sono para fiearem realizando atividades virtuais. ‘Tabela 13 — Com que ffequéncia voct oe pega dizendo “sé mas algune minutor” quando ext on-line? Frequincia Porcentwal __Porcentagem vilida Porcentagem acumulativa Niowe plies 2 69 69 69 Raramence 4 Bs Bs 207, Asvezes 4 38 BS 343, ‘Validea Fraquente- 4 13s. BS 483 mente 6 207 207 0 Geralmente 2 310 310) 1000 Sempre 2 1000 1000 Toul Fone os autores Esse é um dos pontos que nio necessitaria de uma andlise descritiva, pois visivelmente e explicitamente perce- bbemos que aprosimadamente 69% dos participantes, um ntimero considerado extremamente alto, optaram porafirma- tivas (fnquentemente 4, geralente 6, sempre 9) a0 serem questionados sobre a frequéncia que se pegam dizendo “s6 mais alguns minutos” quando est2o on-line, apontando para uma falta de controle que reaparece confirmando isso de uma forma bem visivel na Tabela 14a seguir, Unoese& Ciéncia-ACHS Joagaba, 8 mp. 37-50,jandjun. 2017 (Cees de steno on nomofebis— 0 desafie da educa ma adleecncia Tabela 14 — Com que frequéncia vooé tenta diminuir a quantidade de texapo que fica en-line e no consegue? Porcentagem acumula- Frequéncia Porcentwal _-Porcentagem vilida cm Niose aplica 2 69 69 69 Rarsmente 6 207 207 278 Asvezes 8 28 276 532 Valigo Frequente- 2 69 69 el mente 3 103 103 RA Geralmente 8 276 26 1000 Sempre 2 1000 1000 Toad ‘Fonte ce autores, Novamente apontando para uma falta de controle (imaginando uma utilizagio saudével da intemet), podemos observar que 13 participantes (aproximadamente 45%) selecionaram afirmativas quando questionados sobre a frequén- cia com que tentam diminuir a quantidade de tempo que ficam on-line e nio conseguem, confirmando 0 apontamento da Tabela anterior que traz uma compreensio bastante similar. Também, oito participantes (aprosimadamente 25%) coptaram pela resposta as rezes, totalizando 73%, e dentro do nosso ponto de vista acabam sendo prejudicados pela preocupacio e importincia, is vezes inconsciente, tentando realizar algo que seja de sua vontade, mas dominados pela influéncia que o meio tecnolégico jé esta desempenhando em suas vidas. 4.2 ADOLESCENTES SELECIONADOS E APLICAGAO DO QUESTIONARIO N. 2 Fosteriommente, apés realizarmos a corregio e fazermos a anilise de todo © material, por intermédio das funcionalidades do programa SPSS Statistics, conseguimos observar alguns pontos importantes desenvolvendo as tabe- las referentes as questdes do primeiro questionsrio, os quais julgamos de grande valia para a construgio de um enten- ddimento mais concreto das situagdes que estamos presenciando e vivenciando atualmente; além disso as tabelas que es- pecificam a selegio ea porcentagem dos indivicuios escollhidos foram extremamente relevantes para fim de comparacio, ‘Tabela 15 ~ Individuos com pontuagies < 50 (Nio selecionados) ¢ > 30 (Selecionados) Frequéncia __Porcentual _Porcentagem vilida_Povsentagem acu ‘io selec (< 50) 2 Ba Ba Vilido Selecionados (> 30) 3 78 76 r009 Toul a 100.0 1000 Fonte oe autores ‘Apés a observacio e a escolha dos oito participates, que representam aproximadamente 28% do mtimero total, enquadrados nos critérios estipulados (moderado ou grave), realizou-se, em um segundo momento previamente agen- dado também nas dependéncias da escola, a aphicagio do Questionarto n. 2, que, conforme jf citado na Metodologia do presente artigo, é uma versio resumida e adaptada da Mobile Phone Problem Usage Scale, escala elaborada por Adriana Bianchi ¢ James G. Philips (Monash University Anstralia) utilizada especificamente para verificar niveis de dependéncia de celular (nomofobia) ssa escala apresenta 17 questbes espectficas, com possibilidade de respostasaltemadas entre positivas (sim) € negativas (no), dispomibilizando posteriormente um classificagio, que ajuda a medi a pontuacio obtida, Os resulta- dos apresentam tés enquadramentes, nivel baiso (até sete respostas positivas), com a descrigio “Cuidado, voce pode estar perdendo o controle do uso do seu aparelho celular”; nivel moderado (de oito a L1 respostas positivas): “E posstvel que 0 uso do celular jf esteja provocando problemas. Consicere buscar ajuda profissional”; e nivel grave (de 12 a 17 respostas positivas): *Vocé perdeu o controle do uso do celular em sua vida. Busqne ajuda imediatamente” ‘Ap6s feita a anilise e a corregio desse material, mesmo com a exclusio de um dos participantes selecionados, por motivo de auséncia, chegamos a um niimero total de sete participagées (aprosimadamente 24% do total dos 29 individuos que iniciaram a pesquisa) na aplicagio do Questionsrio n. 2. Unoese & Ciéncia- ACHS Joagba. «8, m1 p37 ,jn.jun, 2017 a 48 Marcos Belle Catt, Sandra Rodrigo Steffens Posteriormente, verificamos que entre esses sete participantes, 100% dos selecionados para o segundo mo- ‘mento, seis, ou aproximadamente 86%, obtiveram o nfvel maximo (grave), com 12, 13, 14 (3) ¢ 15 respostas positivas, ‘Apenas um individuo nao se enquadrou nesse grau de utiizacio do celular, representando aproximadamente 14%, porém mesmo assim se encaixou em um nivel de utibizacio (moderado), que, em nosso ponto de vista, merece Esses sintomas ¢ sensag6es, quando relacionados aos referidos parelhos, sio chamados de nomofébicos. ¢ os comportamentos nomofdbicos sio os sinais que os olhos experientes dos profissionais da area da Satide Mental preci- sam para identificaralgum transtorno da ansiedade primério no paciente e encaminbi-lo para o tratamento. A nomo- fobia € apenas um sinal para alertar a presenga de um transtorno primério (KING: NARDI; CARDOSO, 2015, p. 5) © que se observa é uma falta de controle, um uso abusive que pode desenvolver severas complicagses no dia a dia de milhdes de usuarios. Essa problemitica do ambiente escolar tem atingido a todos, ¢, a partir disso, é necessério que se adote uma postura cada vez mais critica ¢ investigativa, principalmemte visando a conscientizagio para novas tomadas de atitudes. 5 CONSIDERAGOES FINAIS Constatamos que ha uma necessidade de conscientizagio ¢ adesio do acesso a informagées mais atualizadas € coneretas sobre a nomofobia, seja por parte dos alimos, dos pais e dos professors, seja da sociedade como um todo, Cabe aos envolvidos reduzir a intensidade das utilizagdes, Jé a nés, devemos seguir analisando cada vez mais profundamente o refleso de algumas dessas irresponsabilidades conjuntas no dia a dia de todo ambiente social, prin- cipalmente em relagio ao desenvolvimento da aprendizagem, da persomalidade e do futuro das criangas e adolescentes que vivenciam diariamente isso também dentro do contexto escolar. Verifica-se que 0 comportamento dos adolescentes tem apresentado gradativamente uma postura diferente talvez sendo refleso de um cenario geral que enfrentam alguns individuos desequilibrados emocionalmente, por influ- €éncia desses acessos constantes ¢ pela auséncia de uma eduucacio, orientagoes e estimulos que possam ocorrer simulta- rneamente em busca de um equilibric. Porém, conforme King, Nardi e Cardoso (2015), para que seja diagnosticada uma dependéncia patoligica das novas teenologias, primeiramente se faz necessirio que 0 individuo seja um usuario abusive do telefone celular, come purador on interner, ¢ essa simacio precisa estar prejudicando a vida familiar, social e pessoal dele. A dependéncia pa- tolégica acompanha uma inadequacio comportamental, sociale pessoal e precisa apresentar sintomas em seu histérico para que seja determinada. © comportamento nomofbico (sensagio de angtstia,ansiedade, desconforto ¢ nervosismo quando incomunicével por meio desses aparelhos eletrSnicos) serve de sinal para a possibilidade de haver um transtor~ no que deve ser investigado e wratado, Vieram a tona mnitos questionamentos sobre como se encontra a qualidade das relagdes com as pessoas ¢ com © mundo, e, diante disso, conseguimos realizar uma pequena andlise de como estio se desenvolvendo os contatos € relacionamentos dessa classe de individnos, 0s adolescentes, pois & um dos perfodlos mais complicados, em relagio a0 seu desempenho no ambiente escolar ao seu desenvolvimento humano presente ¢ faturo, Dentro do proposto, acreditamos que neste estdo conseguimos atingir a meta, respondendo as drividas pre- viamente estabelecidas e, a0 mesmo tempo, proporeionando algumas observagies ¢ reflexdes importantes, que trazetn 4 tona algumas colocagies ¢ principalmente o surgimento de novos questionamentos. (© que fazer com a tecnologia que esta aqui? Negi-la? Ou incorpori-la de forma consciente ¢ construtiva para que possamos avangar acumulando e criando um conhecimento capaz de nos ajudara transformar o mundo atval. Ou, ainda, seré que estamos sendo escravos da tecnologia de informagio sem chegarmos a lugar algum? Outro questionamento surgido durante observacées no periodo das aplicagbes dos questionsrios é disponibi- lidade de acesso A internet (rede Hf) de forma aberta para os alimos dentro das dependéncias da escola, fazendo-nos refletir sobre se isso é positive ou negativo, principalmente por nao ter investigado mais fuundo quais as reais ntencBes ¢ também quais as formas de controle para se manter um equilibrio (utilizagio saudivel) mesmo durante os horérios de aula Unoese 6 Ciéncia-ACHS Joagaba, 8m. 1p. 37-50,jandjun. 2017 (Cees de steno on nomofebis— 0 desafie da educa ma adleecncia Assim, ha muitos motivos para preocupacio, mas nao para desespero, A sua pergunta sobre se — dadas as presses, os modismos e as peculiaridades aparentemente irresistiveis que hoje prevalecem — ainda podemos ter a ex- pectativa om a esperanga de que nossos filhos ¢ akanos se comportem diferentemente da maneira como a matoria hoje se comporta, minha resposta é sim. Se for verdade (¢ é) que cada conjunto de circunstincias contém algumas oportuc nnidades e seus perigos, também é verdade que cada qual esté repleto tanto de rebeliio quanto de conformismo. Nio nos esquegamos de que toda maioria comegou como uma pequenina, invisivel ¢ imperceptivel minoria. E que mesmo carvalhos centenstios desenvolveram-se a partir de bolotas ridiculamente mintisculas (BAUMAN, 2015. p. 28) Portanto, neste momento € necessério promover a compreensio do ambiente social escolar como parte inte- grante do cotidiano ¢ do desenvolvimento pleno dos adolescentes, sensibilizando todos os envolvidos sobre a impor tancia de agir com consciéncia e responsabilidade diante das crescentes interferéncias teenolégicas, que na maior parte das vezes ocorrem de forma equivocada e irresponsivel E assim caminha a humanidade, do fogo ao isqueiro, da pélvora a bomba atémica e da roda aos carros. Tanto para o bem quanto para o mal, as tecnologias podem evoluir. Dessa forma, torna-se fundamental o constante acom- panhamento ¢ estudos cientiticos sobre essa evolucio, com o intuito de que possamos estabelecer regras e normas de uso das tecnologias ¢ construir um senso critico, Temos o dever de nos ajustar ao contexto contemporineo para que no comramos 0 risco de ficar obsoletos dentro dessa evolugio (KING; NARDI, 2014a apud MAZIERO. 2016, p. 22). A demanda & urgente e solicita um novo olhar, um passo inicial na construsio de novos valores que possam ser viabilizados ma vida pritica dos envolvidos, objetivando a melhoria da qualidade de vida com o desenvolvimento de ‘uma sintonia que se fortalega, tanto de casa para a escola quanto da escola para a conmunidade em geral, Care crisis or nomophobia ~ the challenges of education in adolescence Abstract The simplicity of internet aces is casing people to spend mone and more tne in virtual atvtes. People are using them excessively and intensely which i afecting various spel ofc emily, school and socal gatherings. The parpse with this researis to vals, sanine ad understand the inspactof hig schol students dey intrnet sage through a qualitative aed quantitative std the student being studied attend the private schols in Sto Miguel do Oxse, SC. Apparently, these experiences have led to an increasing number of negative ingluences which are many linked with leaning dicts, but also wo problems in relationships and other indicators of axial disomfort. Data cletion was conducted through semi-structured questionnaires. This stay is aimed to develop aed intensify the reflections around the fear of being without these technological contat. Iwill also help t understand a litle mor about these conics, _linpsing atthe scope of more transparent and healt communication between everyone. We conclude that there ia wed for aware- ness ard monitoring aces 0 the most up to date and practical information on Nomophobia, whether by studens, parents and teachers zywords: School poehology. Educational poyholegy. Nomophobia, Telmologics REFERENCIAS BAUMAN, Z. Modernidade Kguiida, Rio de Janeiro: Zahar, 2001 BAUMAN, Z. Sobre educacao o juventude, Rio de Janeiro: Zalsar 2013. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. Sio Paulo: Atlas, 2010. INSTITUTO DELETE. Teste de Dependéncia de Internet. Disponivel em: . Acesso em: 29 jul. 2016. KING, A. LS NARDI, AE; CARDOSO, A. O que é Nomofobia? Histérico ¢ Coneeito. In: KING. A. LS. NARDI, A. E; CARDOSO, A. (Org.). Nomofobia: dependéncia do computador, internet, redes sociais? Depen- déncia do celular? 1. ed. Sio Paulo: Atheneu Editora, 2015, MAZIERO, M. B, Nomofobia: uma revisio bibliografica, Sio Miguel do Oeste, 2016 MINAYO, M. C. de S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 24. ed. Petrépolis: Vozes, 2005, Unoese & Ciéncia- ACHS Joagba. «8, m1 p37 ,jn.jun, 2017 4 Marcos Belle Catt, Sandra Rodrigo Steffens MOBILE PHONE PROBLEM USADE SCALE (MPPUS). Electronic Interests and Behaviours Associated with (Gambling Problem, Interuational Journal of Mental Health and Addiction, v. 4 1. , jan, 2006, PENA, R. F.A. Terceira Revolucio Industrial, Brasil Escola, Disponivel em: . Acesso em: 16 maio 2016. YOUNG, K. $; NABUCO, C. de A. Dependéncia de Internet: Manual e Guia de Avaliagio e Tratamento, Porto Alegre: Arcmed, 2011 Unoese 6 Ciéncia-ACHS Joagaba, 8m. 1p. 37-50,jandjun. 2017

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