Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ISBN 978-85-61839-00-0.
CDD 378.81
II Mostra Científica da ANPG
Data
12/07/2008
Local
Campinas: Faculdade de Engenharia Química da Unicamp
Diretoria da ANPG
Presidente: Allan Aroni
Diretor de Cultura e Eventos: Eric Calderoni
Diretor de Ciência e Tecnologia: Hugo Valadares Siqueira
Tesoureira Geral: Elisangela Lizardo de Oliveira
Diretora de Comunicação: Silvia Sarzano Barchiesi
Secretário Geral: Mateus Santiago Caetano
1º Diretor de Políticas Institucionais: André Guilherme Lemos Jorge
2º Diretor de Políticas Institucionais: Tiago Lopes Matsushita
Diretora de Relações Internacionais: Ana Maria Prestes Rabelo
Diretor de Instituições Particulares: Fabio Soares Gomes
Diretor de Instituições Públicas: Edson Luis Nunes
Vice-Presidente Regional Sul: Antonio Lopes
Vice-Presidente Regional Sudeste: Henrique Rabelo de Andrade
Vice-Presidente Regional de São Paulo: Camila Castanhato
Vice-Presidente Regional Centro-Oeste: César Lignelli
Vice-Presidente Regional Norte: Angélica Karlla Marques
Vice-Presidente Regional Nordeste: René Anísio da Paz
Diretor de Residência Médica: Francisco Mogadouro da Cunha
Comissão Organizadora
Eric Calderoni (presidente) – PUC-SP (Diretor de Cultura e Eventos da ANPG)
Hugo Valadares Siqueira – UNICAMP (Diretor de Ciência e Tecnologia da ANPG)
Elizangela Lizardo de Oliveira – PUC-SP (Tesoureira Geral da ANPG)
Gisele Alba Natali – PUC-SP (Secretária do XXI CNPG)
Comissão Científica
Prof Dr Aristônio Magalhães Teles (UFG)
Prof Dr Felipe Chiarello de Souza Pinto (UNIB)
Dr Leverson Farias Lamonier Costa (UNICAMP)
Publicação
Endereço eletrônico: www.anpg.org.br/not2008/anais2mostra.pdf
Data da publicação: 18/07/2007
ISBN: 978-85-61839-00-0
RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS
(1) Programa de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia Agrícola / Universidade Estadual de Campinas
(2) Faculdade de Engenharia Agrícola / Universidade Estadual de Campinas
INTRODUÇÃO: Como alternativa de controle e tratamento de água, o reuso era tratado como uma opção de
custo oneroso e inaplicável em pequenas comunidades sem acesso a água potável. Entretanto, atualmente
essa afirmação deve ser desconsiderada, já que existem novas técnicas de tratamento água e esgoto, que
possibilita alternativas práticas e de custo reduzido, que inclui tratamentos em grandes e pequenas escalas.
O uso da energia solar para desinfecção de águas (SODIS) vem sendo proposto para utilização em áreas
rurais de países em desenvolvimento, possibilitando a desinfecção de águas. No entanto, o SODIS tem se
mostrado ineficaz para combater contaminação química nas águas.
Para obtenção de melhores resultados no tratamento de efluentes, os processos oxidativos avançados
(POAs) têm se mostrado uma tecnologia promissora, como no caso da fotocatálise heterogênea, que
promove a oxidação/degradação de contaminantes orgânicos. O princípio da fotocatálise heterogênea ocorre
com a ativação de um semicondutor por luz ultravioleta (UV) solar ou artificial. No entanto, a utilização de
radiação UV artificial tem custo elevado para ser aplicado em comunidades rurais. A fotocatálise solar pode
ser uma alternativa viável, do ponto de vista técnico e econômico. Este trabalho tem como objetivo verificar a
eficiência do tratamento de um reator de fotocatálise heterogênea solar em relação aos principais parâmetros
de qualidade de água.
METODOLOGIA: O experimento será conduzido na cidade de Campinas/SP (Latitude 22º 49’ 05” e Longitude
47° 06’ 08”), no campo experimental da Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI) /UNICAMP, com
utilização do efluente secundário proveniente da estação de tratamento de esgoto da faculdade.
O reator fotocatalítico solar é constituído de garrafas de material PET (Politereftalato de etila). Será colocado
em cada garrafa 1000 mL do efluente de esgoto. Em duas dessas garrafas será lançada em suspensão uma
determinada massa do semicondutor dióxido de titânio (TiO2) – P25 (área superficial de 50m2.g−1) da marca
Degussa com aeração constante. Para as garrafas restantes, em uma ocorrerá somente aeração e a outra
terá apenas exposição solar (SODIS). Todas as garrafas serão colocadas sobre um concentrador solar
proposto pelo Instituto Mexicano de Tecnologia de Água (IMTA), para obter melhor aproveitamento da
incidência de radiação solar sobre a amostra.
Para avaliar condições ótimas do tratamento proposto, o sistema passará por uma fase de otimização
utilizando um estudo de planejamento fatorial 23, em função das variáveis: massa de TiO2, vazão de ar no
sistema e tempo de exposição solar; verificando a remoção de cor nesses ensaios.
Uma vez selecionada as variáveis otimizadas, os parâmetros de controle de qualidade de água para avaliar a
eficiência do tratamento, realizados no laboratório de saneamento da faculdade serão: pH, cor, DQO,
turbidez, série nitrogênio, fósforo e coliformes (E.Coli).
INTRODUÇÃO: Verifica-se, nas últimas duas décadas, o crescimento da violência urbana no Brasil e
especialmente no Rio de Janeiro. As políticas públicas de combate à criminalidade violenta têm se concentrado
exclusivamente no uso da força e orientando-se para uma localidade específica: as favelas. O discurso
dominante na cidade, que classifica os moradores destas localidades como inimigos da ordem social (associando
quase sempre os moradores como cúmplices dos grupos de criminosos lá enquistados), acaba os levando a
vivenciar cotidianamente situações de risco e insegurança o que lhes altera as suas rotinas de vida. O presente
trabalho pretende analisar a luta constituída por moradores de favela desta cidade contra a violência policial,
especialmente a articulada a partir da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, movimento social
que surgiu após a Chacina do Borel, favela situada na Zona Norte da cidade. Pretende também, apontar para o
repertório de ações que eles acionam no sentido da transformação do “luto em luta” e romper os limites que o
medo lhes impõem cotidianamente.
RESULTADOS PRELIMINARES: Como um dos primeiros resultados, podemos apontar que, um dos eixos de
atuação da Rede é o de tornar públicos casos de violação dos direitos humanos em favelas, assim como o de
acompanhar (pressionando por uma maior celeridade) os casos de mortes feitas por policiais nestes territórios. O
acompanhamento dos inquéritos e dos julgamentos de policiais envolvidos em crimes contra a vida de moradores
destas localidades é uma forma ao mesmo tempo de exigir justiça e reparação para os familiares que tiveram
parentes mortos por policiais, bem como de envolver os outros aparatos de Estado (como o legislativo e o
judiciário) na busca por soluções que possam contemplar as demandas desses familiares.
CONCLUSÕES PRELIMINARES: No entanto, embora muitos casos tenham sido levados às instanciais judiciais
e muitas vezes julgados, poucos foram aqueles condenados, o que evidencia as dificuldades com as quais se
deparam indivíduos provenientes das classes subalternas no acesso à justiça e ao Estado, mesmo aqueles que
se encontram mobilizados em movimentos organizados como a Rede e o arcabouço jurídico que esta possui. As
vítimas em geral da violência policial encontram na criminalização prévia dos moradores de favelas a forma pela
qual se articula a ação de Estado frente às queixas e exigências por justiça e reparações feitas por estes
moradores, respondidas de forma usual com desrespeito e descaso por parte das autoridades públicas.
INTRODUÇÃO: Há recentemente um aumento drástico e visível sobre o tema da desigualdade social. Nesse
debate, o primeiro elemento em destaque está sob o específico caso brasileiro, relacionado com a herança do
modelo de desenvolvimento excludente; no segundo aspecto, o problema de fundo e teórico, com a questão
do contratualismo e da legitimidade que marcam a relação do indivíduo com o Estado. Podemos destacar que
no período do final da década de 1990 e o início desta, houve: perda de empregos, desindustrialização,
aumento da pobreza, precariedade no trabalho, etc., gerando um agravamento da exclusão social1, sendo as
populações de rua2 um dos setores sociais mais afetados. Diante deste contexto, o presente trabalho
privilegia a perspectiva da Ciência Política, que abarca uma discussão sobre políticas públicas, o processo de
modernização excludente e a responsividade do Estado que marca a relação com a Sociedade Civil e numa
outra perspectiva, a Antropologia Social, que se foca na apreensão das categorias elegíveis por cada agente
que vivencia a experiência de cair na rua3, e como se dá a formação de redes de sociabilidade nas ruas e nas
instituições que os assistem. Assim, este trabalho propõe fazer um balanço e apontar para os entraves entre
a visão institucionalista, orientada por uma representação social específica sobre este segmento social e a
concepção êmica de suas situações, a recepção e significação dessas políticas públicas por parte das
populações de rua.
METODOLOGIA: Para realização desta pesquisa, foi feita uma revisão bibliográfica, em três focos: 1)
bibliografia levantada sobre o tema população em situação de rua, nas suas diversas áreas de estudos; 2)
bibliografia referente à relação Estado/Sociedade, Sociedade Civil, Concepções de Justiça, Política Públicas
e Instituições Políticas Governamentais; 3) bibliografia que discute o espaço urbano, a relação casa/rua e
público/privado, com ênfase nas etnografias que destacam a composição das relações sociais entre
populações de rua e suas relações com o espaço e o corpo.
Também foi realizada pesquisa de campo, novamente, buscando perspectivas diferenciadas: 1) para
apreensão dos discursos oficiais, nas instituições governamentais responsáveis pelo aparato assistencial à
população de rua, tais como, SOS Albergue Noturno, Secretaria de Assitência Social e Cidadania; 2) para
compreensão das redes sociais existentes para suprir demandas dessa população, foi realizado campo nas
organizações civis de São Carlos, sejam elas, Posto de Rua Eurípedes Barsanulfo, Pastoral da Rua,
Campanha do Pão Fraterno André Luiz; 3) etnografia realizada no espaço da rua, sendo esta o lugar primeiro
das relações sociais cotidianas das populações de rua, a fim de apreender a dinâmica dos trechos4 e as
diversas formas de se apropriar e se deslocar pelos espaços urbanos; 4) campo em São Paulo no espaço
Embora a situação de rua esteja fortemente relacionada com a exclusão social, estudos apontam para outros fatores relacionados a este processo.
Indicamos aqui estudos como: NASSER, A.C.A. Sair para o mundo: trabalho, família e lazer na vida dos excluídos. SP: Hucitec, Fapesp, 2001;
VIEIRA, M.A.C, BEZERRA, E.M.R., ROSA, C.M.M. População de rua: quem é, como vive, como é vista. 3ªed. SP: Hucitec, 2004; FRANGELLA, S. M.
Corpos urbanos errantes: uma etnografia da corporalidade de moradores de rua em São Paulo. Tese de doutorado, Departamento de
Antropologia -IFCH-UNICAMP, Campinas, 2005; STOFFLES, M. G. Os Mendigos na cidade de São Paulo. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1977.
2
Existem diversas nomenclaturas referentes a este segmento social: a ONU utiliza homeless, os documentos brasileiros oficiais utilizam população em
situação de rua, alguns pesquisadores apontam outros termos, a saber: mendigos (Stoffles, 1977), trecheiros (Justo e Nascimento, 2000), andarilhos
(Justo, 2000), nômade urbano (Magni, 1994), população de rua (Oliveira, 2006). Nós aqui, optamos por usar populações de rua, que, ao nosso ver,
aponta para a heterogeneidade desse segmento.
3
Termo utilizado pelas populações de rua, que indica o processo de rompimento dos laços familiares e empregatícios e o gradual processo de
socialização na rua.
4
Trecho é o termo êmico utilizado para designar os lugares públicos apropriados pelos trecheiros (itinerante) no qual eles pingam (transitam).
deliberativo Fala Rua, espaço privilegiado para perceber as relações entre as três perspectivas acima
descritas.
CONCLUSÕES: Como conclusões preliminares para essa discussão, podemos destacar que as não-
respostas estatais ao tema são supridas, em boa medida, pela sociedade civil e que estudos acadêmicos são
ainda incipientes, o que sinaliza para necessidade de mais estudos nas diversas áreas. No contexto atual,
tanto no enfoque acadêmico quanto no governamental, destacamos a relevância de estudos sobre esta
problemática. No primeiro enfoque, as orientações teóricas sinalizam a desmistificação do conceito de
situação de rua, que passa a ser entendido enquanto um processo que combina trajetórias de vidas
diferenciadas e, portanto, possuem variáveis explicativas múltiplas. No enfoque governamental, destacamos a
importância que o tema vem adquirindo, visto que o mesmo também se transforma em objeto da agenda
política e, portanto, reverterá em políticas públicas.
Agências de fomento: (1) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e (2)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorCAPES.
5
O termo grupo de referência faz menção aos sujeitos que compõem a rede de sociabilidade das populações de rua: companheiros de trabalho,
parentes, grupos de rua.
6
Categorias existentes no trabalho de VIEIRA, M.A.C, BEZERRA, E.M.R., ROSA, C.M.M. (2004).
7
Correria é um termo utilizado pelas populações de rua que diz respeito aos mecanismos de busca e aquisição de pinga, drogas, comida e
medicamentos, bem como o dinheiro necessário para a realização dessas trocas. Os mecanismos de aquisição são compreendidos em pedir dinheiro,
olhar carros, praticar furtos e eventualmente trabalhos informais.
SOCIOLOGIA
METODOLOGIA: No que diz respeito aos dados empíricos, será utilizado um banco de dados construído pela
pesquisa que deu origem a este trabalho. Inserida no Observatório da Educação e Cidade, a equipe de
pesquisa é formada por professores e pesquisadores oriundos do IPPUR (Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano e Regional), UFRJ (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e UERJ
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Foram estudadas dezesseis escolas municipais da cidade do Rio de Janeiro. Dentro de cada uma delas
foram coletadas informações a respeito da estrutura da escola, sua administração, e qualificação do corpo
docente. Em um segundo momento, elegemos uma turma de quarta série por escola, na qual aplicamos dois
testes de português e matemática para os alunos, e realizamos surveys com os responsáveis das crianças,
de onde extraímos dados sobre o perfil sócio-econômico das famílias e de sua relação com o local de
moradia e com o bairro da escola. Os dados dos bairros de moradia dos alunos foram complementados por
diversas informações do IBGE.
Pretende-se cruzar as variáveis referentes à localização sócio-espacial com o desempenho escolar a fim de
testar a hipótese de que um local de moradia segregado, ao dificultar o acesso a uma série de ativos,
dificultaria o aprendizado das crianças na escola e, conseqüentemente, suas possibilidades de ascensão
social, mesmo quando controlamos essa correlação pelo nível sócio-econômico da família e/ou pela
qualidade da escola.
CONCLUSÃO: A conclusão a que podemos chegar, através dos cruzamentos e regressões realizados, é de
que o local de moradia exerce influência significativa sobre o desempenho escolar, mesmo quando isolamos
os efeitos da família e da escola. Apesar das limitações de nossa amostra, que não nos permite divulgar
resultados definitivos, podemos dizer que chegamos ao nosso objetivo de averiguar a influencia dos bairros
de moradia sobre o desempenho escolar. Nossa analise empírica mostra que alunos provenientes de locais
mais afastados do centro, com menos capital cultural e econômico, tendem a possuir desempenho escolar
inferior àqueles que moram em bairros mais abastados.
Dentro do município do Rio de Janeiro, inseridos neste novo contexto presente há mais ou menos duas
décadas, onde há uma maior concentração espacial da pobreza urbana e sua conseqüente segregação, e
onde seus moradores estabelecem relações menos estáveis com o mercado de trabalho, os bairros de
moradia podem estar funcionando como fatores condicionantes de boa parte do desempenho escolar,
contribuindo assim para a reprodução das desigualdades sociais.
INTRODUÇÃO: No âmbito securitário, adotou-se a cultura da socialização dos riscos com finalidade de
proteção do patrimônio, da saúde, da vida ou outros interesses passíveis de seguro.
Nas sociedades modernas, verificamos o aumento gradativo dos chamados ‘riscos seguráveis’, o que
motivou o crescimento exponencial da prática dos seguros, dentre as quais destacamos a chamada
‘Medicina de Seguros’, criada especificamente para assegurar ao profissional médico, o exercício tranqüilo da
profissão, posto que o exercício da medicina envolve a proteção jurídica do maior bem: a vida.
No âmbito da cirurgia estética, tal proteção se faz ainda mais imperiosa, uma vez que se trata de pessoa
saudável que se submete a uma intervenção com intuito de melhorar sua aparência física, o que justifica que
grande parte da doutrina brasileira considere tal intervenção como ‘obrigação de resultado’.
Infere-se então, que o fato de estar ‘segurado’ empregaria a certeza de que o profissional em questão seria
detentor do conhecimento especializado na área, bem como seus auxiliares técnicos e infra-estrutura
estariam, rigorosamente, obedecendo aos critérios de segurança e qualidade.
Nesse sentido, o contrato de seguro na cirurgia plástica estética apresenta-se como instrumento de
pulverização dos riscos ínsitos ao exercício dessa modalidade profissional, conferindo maior segurança
jurídica ao proporcionar liquidez nos casos de erro médico.
CONCLUSÕES: No Brasil essa modalidade de seguro ainda não foi implementada e merece atenção
especial, uma vez que não há vedação de que médicos de áreas que não a cirurgia estética atuem nesse tipo
de intervenção, acarretando num enorme contingente de profissionais tecnicamente despreparados, atuando
livremente. Essa seria uma das motivações que justificariam a regulamentação e a proteção securitária do
profissional cirurgião estético, uma vez que as seguradoras, nos moldes do direito internacional, cuidariam da
proteção apenas dos profissionais especializados.
Outra vantagem seria a garantia de pagamento e liquidez para eventuais indenizações que pudessem vir a
sofrer os profissionais. Ademais, tais coberturas abragem as instalações e a equipe que acompanha as
intervenções.
Na presente pesquisa, pretendemos realizar uma investigação que aponte para soluções viáveis para tal
atividade securitária, considerando aspectos específicos da medicina estética, a regulamentação aplicável, a
característica dos litígios com destaque para aqueles que apresentarem maior incidência, traçando o perfil dos
riscos e apontando possibilidades de cobertura.
À luz do estudo do direito comparado, ao final pretendemos esboçar uma sugestão de lege ferenda que possa
servir de parâmetro para a implantação definitiva no país, dessa modalidade de seguro, inovando na
regulamentação de uma área que hoje se vê mercê de uma lacuna.
Este estudo pretende discutir a formação humana, tomando como ponto de partida a ontologia do ser social.
Perspectiva epistemológica perseguida por Marx, e, posteriormente, sistematizada e aprofundada por Lukács.
A perspectiva ontológica obriga-nos a apreender, radicalmente, a heterogeneidade presente em cada
complexo social, e suas relações e conexões, também heterogêneas, com outros complexos, e,
concomitantemente, com a totalidade social.
Este referencial leva-nos a suspeitar de qualquer tentativa de cristalização de modelos homogêneos
universais que, em geral, são representados pelo homem, branco e rico; especialmente em sociedades como
a brasileira, em que o regime escravocrata, dirigido por brancos europeus, jogou milhões de negros, que se
juntaram aos milhões de índios, em nossos territórios, e que são quase completamente ignorados como
elementos constitutivos da realidade brasileira. Tal situação acaba por produzir representações equivocadas,
plenas de lacunas acerca da realidade social.
Grandes intelectuais, em todas as áreas do conhecimento, foram acusados de ignorarem as mulheres no
desenvolvimento da história, como o inglês Edward P. Thompson, acusado por Joan Scott (1988), de não
atribuir o peso equivalente ao papel desempenhado pelas mulheres na história da classe operária inglesa, ou
em outras palavras, talvez não tenha sido capaz de apreender o patriarcado como elemento constitutivo da
realidade em estudo.
O patriarcado é um sistema social tão invasivo e extenso, que se torna difícil enxergá-lo como uma categoria
histórica. O fato de ele ser onipresente torna difícil isolá-lo como categoria social. Estamos completamente
submersos em seu metabolismo, em sua lógica, em seus valores. A prova inequívoca do êxito ideológico
deste sistema é o fato de nos fazer acreditar que o patriarcado seja uma categoria ontológica, portanto,
impossível de ser destruído.
Tal fenômeno aponta para lacunas, que nos impede de construir uma representação fidedigna da realidade.
Há o desprezo por uma categoria social, que, no mínimo, é responsável pela metade da população de
qualquer sociedade. Mesmo quando nos preocupamos com a apreensão das relações étnico-raciais, ainda
assim, corremos o risco de tomar os negros e os índios, pelas negras e índias, como se fossem categorias
sociais homogêneas. As mulheres e os homens, em todas as sociedades, apresentam graus substanciais de
diferenças, produzidas, em grande parte, pela própria estrutura social. Não podem ser ignoradas mesmo em
estudos, cujo objetivo consiste em buscar apreender os processos presentes e típicos da construção, do
assassinato e da reconstrução de subjetividades. E são muitas as que construímos, dada a continuidade
deste processo de (des)(re)construção ao qual são submetidas.
Por ser o sistema de poder mais antigo em funcionamento, e, principalmente, por não ter sido cindido em
nenhum momento de sua história, apesar de todas as lutas das mulheres e, também de parte dos homens,
pela emancipação concreta das mulheres, pode-se dizer que a história humana, nos últimos sete mil anos, é
a história do patriarcado. Evidentemente, é preciso considerar suas várias faces e as respectivas correlações
de força nos diferentes períodos históricos e nas diferentes culturas. O patriarcado, assim como qualquer
categoria histórica, não se apresenta sempre com o mesmo rosto. Ademais, as categorias sociais são
dominantes em determinados períodos históricos, podendo tornar-se subalternas, em outras fases do devir da
história.
Partindo da assertiva acima, pretendemos examinar a relação entre o patriarcado e a formação humana,
entendendo a última não como reflexo direto e mecânico da primeira, mas referida à primeira como complexo
heterogêneo, que, em suas conexões e relações dialéticas com a estrutura social, imprime significativas
mudanças ao patriarcado.
O fato de reconhecermos o patriarcado como categoria histórica, e não ontológica, não o diminui em
importância frente ao problema da formação de homens e mulheres, em especial em suas relações e
conexões com outros eixos de poder, como as relações de classe e as de raça-etnia. Para o problema
selecionado para este estudo, o da formação humana, tentaremos examinar as determinações que emanam
dos elementos da estrutura social, e que acabam por incidir sobre o indivíduo e, principalmente, sobre os
outros elementos da própria estrutura social.
INTRODUÇÃO: Este estudo compõe-se dos dados coletados sobre pobreza e segregação territorial em um
dos maiores complexos favelados da cidade do Rio de Janeiro, o complexo do alemão, na zona norte carioca.
Pela alta periculosidade do local e a presença da força nacional, que também será objeto de estudo mais
tarde, atemo-nos ao trabalho de campo nos locais de alta circulação de pessoas, nas grandes vias de acesso
às favelas, e, nas regiões onde há vida econômica formal e informal, não adentrando nas questões do
narcotráfico. A partir destas informações queremos analisar como os moradores se vêem enquanto
habitantes daquele local em relação com o todo da cidade, visto que muitos vivem sem sair deste ambiente
favelado, seja por razões de trabalho, vida pessoal ou, ainda, medo da violência e do crime. E ainda, neste
prisma, segue a questão de como a relação trabalho-salário contribuiu para a estabilização da vida dessas
pessoas nesses ambientes segregados.
DISCUSSÃO: O projeto de pesquisa ainda está em andamento e pretende-se alonga-lo, acompanhando suas
transformações, em estudos de mestrado e doutorado. O complexo do alemão foi escolhido também como o
objeto deste estudo por ter se instalado o Projeto de Aceleração de Crescimento – PAC. E um dos objetivos,
posto isto, é analisar o quanto este tipo de política pública pode afetar a comunidade favelada no sentido da
segregação a qual ela foi dizimada.
Estudar a segregação territorial como fruto da desintegração da relação trabalho-salário é fundamental para
compreendermos o processo do aumento da pobreza em determinada região e seus reflexos na vida
econômica e social dos cidadãos. É evidente que esta questão envolve dezenas de outros agravantes que
infelizmente não temos como abarca-los neste momento, como a questão da violência e do tráfico, mas que
várias pesquisas estão se realizando e se complementando para que tenhamos uma visão ampla para um
entendimento mais lúcido dos fenômenos sociais.
(1) Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica / Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo
(2) Departamento de Métodos e Técnicas em Psicologia / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
INTRODUÇÃO: Os sonhos intrigam a humanidade desde a antiguidade, tendo cada cultura desenvolvido
métodos para a busca de seu significado. Na psicologia contemporânea, diferentes abordagens teóricas
levam a diferentes métodos interpretativos. A fenomenologia existêncial de Medard Boss (1957; 1979) –
daseinsanalyse – baseia-se no retorno às coisas mesmas, para se desvelar a essência do sentido.
INTRODUÇÃO: A manga (Mangifera indica L) é uma das frutas tropicais mais procuradas no mundo,
originaria do Sul da Ásia, destaca-se pelo sabor e aroma agradáveis, junto com seu valor nutritivo, tais
como a vitamina A, B e C. A desidratação osmótica é um método de remoção parcial de água dos
alimentos e baseia-se na imersão dos alimentos em soluções hipertônicas de um ou mais solutos,
originando dois fluxos simultâneos e opostos: uma saída de água do produto para a solução e uma
migração de solutos da solução para o produto. O pré-tratamento de frutas por desidratação osmótica
pode ser uma técnica muito importante quando coadjuvante nos processos de secagem com ar quente,
vácuo ou liofilização, objetivando a obtenção de produtos finais com características específicas, de melhor
qualidade e, em certos casos, de menor custo. Em vista da importância e da necessidade de se
desenvolver tecnologias simples e de baixo custo, adaptadas às frutas nacionais que possibilitem por um
lado maior vida de prateleira em relação à fruta não processada, e por outro que garanta uma forte
similaridade com a fruta fresca, este trabalho teve como objetivo geral estudar o processo de desidratação
osmótica como primeira etapa da secagem convencional de manga Tommy.
RESULTADOS: Os fatores temperatura, concentração e tempo mostraram ter efeito significativo sobre a
perda de peso, perda de água e ganho de sólidos de manga desidratada. Verificou-se que dentro da faixa
experimental estudada de temperatura de 34 a 50°C, concentração de 40 a 60% e tempo de imersão de
90 a 240 min para o processo de desidratação osmótica em solução de sacarose, as condições
otimizadas no processo, isto é, as condições em que o produto perdeu mais água e adquiriu menos
sólido, foram em temperaturas em torno de 48 a 50°C e concentrações de 40% com duração de 90 a 120
min. Em relação à otimização do processo em solução de xarope de milho, o produto perdeu mais água e
ganhou menos sólidos em temperaturas de 38 a 48 °C, concentrações de 50 a 60% e tempos
intermediários de 160 a 220 min. O modelo de Page apresentou um bom ajuste aos dados experimentais
da secagem da manga desidratada em sacarose e xarope de milho.
CONCLUSÕES: Os três fatores estudados na desidratação osmótica mostraram efeito significativo quanto
à perda de água e ganho de sólidos de manga, dentro das faixas estudadas. A condição ótima encontrada
para desidratação utilizada como pré-tratamento para maior perda de água e menor ganho de sólidos, foi
temperatura de 50°C, concentração de 40% e tempo de imersão de 90 min. O aumento da temperatura
durante a secagem acelerou o processo e a manga pré-desidratada atingiu umidade de equilíbrio em
menor tempo que a manga in natura.
INTRODUÇÃO: A piraiba (Brachyplatystoma filamentosum) conhecida também como filhote é uma espécie de
peixe de couro (sem escamas) bastante encontrado na região amazônica. A desidratação osmótica a pulso
de vácuo (PVOD) consiste na imersão do alimento em soluções hipertônicas em condições de pressão sub-
atmosférica (pressões inferiores à atmosférica) durante certo período de tempo seguido de um período de
desidratação osmótica a pressão atmosférica que permite remover água dos sólidos. A desidratação osmótica
tem sido utilizada como pré-tratamento antes da secagem como um meio de reduzir a umidade dos produtos.
A secagem é um método utilizado para remoção de uma substância volátil (como água e outras substâncias)
de um produto sólido. A defumação líquida é um dos mais rápidos métodos de defumação sendo um
processo de imersão do pescado em soluções de extratos líquidos de fumaça. A presente proposta tem como
objetivo estudar a influência de dois tratamentos alternativos antes da secagem para a conservação e
obtenção de produtos a base de piraiba com melhores características sensoriais.
METODOLOGIA: O peixe utilizado no experimento será a piraiba adquirida no estado do Pará. As amostras in
natura e secas serão avaliadas quanto à detecção de Salmonella e contagem de Staphylococcus aureus. As
análises físico-químicas da amostras in natura e secas serão: umidade, cinzas, proteínas, lipídio, pH, cloretos
e atividade de água. A desidratação osmótica será realizada em desidratador osmótico a vácuo, usando como
agente desidratante NaCl e sacarose. Serão realizados ensaios preliminares de desidratação para determinar
a melhores faixas de temperatura, concentração de NaCl, concentração de sacarose, pressão e tempo de
pulso de vácuo em relação as resposta das amostras quanto à perda de peso (PP), perda de água (PA) e
ganho de sal (Gsal). A melhor condição de processamento de desidratação, como pré-tratamento de secagem,
será determinada utilizando Metodologia de Superfície de Resposta (RSM). As amostras in natura,
defumadas e desidratadas nas condições escolhidas serão secas em secador de fluxo contínuo nas
temperaturas de 40, 50 e 60ºC e, velocidade do ar de 1,5 m/s. A análise sensorial será realizada mediante
teste de aceitação (com uma escala hedônica não estruturada de 9cm) dos produtos de peixe quanto aos
atributos aparência, aroma, sabor, textura e impressão global.
RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se com este trabalho fornecer parâmetros para a otimização dos
processos de desidratação osmótica a vácuo, encontrar melhores condições para defumação líquida e
secagem e elaboração de produtos a base de piraiba com maior qualidade sensorial.
INTRODUÇÃO: A piraiba (Brachyplatystoma filamentosum) conhecida também como filhote é uma espécie de
peixe de couro (sem escamas) bastante encontrado na região amazônica. A desidratação osmótica a pulso
de vácuo (PVOD) consiste na imersão do alimento em soluções hipertônicas em condições de pressão sub-
atmosférica (pressões inferiores à atmosférica) durante certo período de tempo seguido de um período de
desidratação osmótica a pressão atmosférica que permite remover água dos sólidos. A desidratação osmótica
tem sido utilizada como pré-tratamento antes da secagem como um meio de reduzir a umidade dos produtos.
A secagem é um método utilizado para remoção de uma substância volátil (como água e outras substâncias)
de um produto sólido. A defumação líquida é um dos mais rápidos métodos de defumação sendo um
processo de imersão do pescado em soluções de extratos líquidos de fumaça. A presente proposta tem como
objetivo estudar a influência de dois tratamentos alternativos antes da secagem para a conservação e
obtenção de produtos a base de piraiba com melhores características sensoriais.
METODOLOGIA: O peixe utilizado no experimento será a piraiba adquirida no estado do Pará. As amostras in
natura e secas serão avaliadas quanto à detecção de Salmonella e contagem de Staphylococcus aureus. As
análises físico-químicas da amostras in natura e secas serão: umidade, cinzas, proteínas, lipídio, pH, cloretos
e atividade de água. A desidratação osmótica será realizada em desidratador osmótico a vácuo, usando como
agente desidratante NaCl e sacarose. Serão realizados ensaios preliminares de desidratação para determinar
a melhores faixas de temperatura, concentração de NaCl, concentração de sacarose, pressão e tempo de
pulso de vácuo em relação as resposta das amostras quanto à perda de peso (PP), perda de água (PA) e
ganho de sal (Gsal). A melhor condição de processamento de desidratação, como pré-tratamento de secagem,
será determinada utilizando Metodologia de Superfície de Resposta (RSM). As amostras in natura,
defumadas e desidratadas nas condições escolhidas serão secas em secador de fluxo contínuo nas
temperaturas de 40, 50 e 60ºC e, velocidade do ar de 1,5 m/s. A análise sensorial será realizada mediante
teste de aceitação (com uma escala hedônica não estruturada de 9cm) dos produtos de peixe quanto aos
atributos aparência, aroma, sabor, textura e impressão global.
RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se com este trabalho fornecer parâmetros para a otimização dos
processos de desidratação osmótica a vácuo, encontrar melhores condições para defumação líquida e
secagem e elaboração de produtos a base de piraiba com maior qualidade sensorial.
INTRODUÇÃO: O Estado de São Paulo é o maior produtor nacional de citros, sendo responsável por 80,4%
da produção. Na safra agrícola de 2004/2005, esta atividade agropecuária foi à terceira de maior expressão
no cenário econômico estadual.
A produção de mudas teve a sua demanda incrementada devido ao crescimento da citricultura, a renovação
dos talhões e ao aumento da densidade populacional por talhão. A portaria CDA-05, estabelece as normas de
produção de mudas cítricas no estado, com o objetivo de atingir melhor qualidade fitossanitária em campo.
No entanto, essa portaria não aborda especificações ou critérios que demonstrem preocupações com o
impacto ambiental provocado pelas técnicas de manejo hídrico e nutricional empregadas na irrigação e na
fertirrigação, durante o processo produtivo das mudas. Dessa forma, a maioria dos produtores de mudas
adota o sistema de irrigação que aplica a água por intermédio de “chuveiros” ou tubos perfurados, que se
caracterizam pela aplicação sem controle de volumes de água e/ou solução.
Dessa forma, o emprego de um sistema de irrigação que aplique água por meio do princípio da capilaridade
torna-se uma alternativa factível para a resolução de tal problemática, pois favorece uma produção racional e
ambientalmente correta. Com isso, o objetivo deste projeto é contribuir para o desenvolvimento de um
equipamento de irrigação a ser aplicado na produção de mudas cítricas na fase tubetes, que utilize o princípio
de capilaridade.
CONCLUSÃO: Os resultados preliminares obtidos indicam que as eficiências médias das irrigações
realizadas pelos produtores de mudas cítricas na fase de tubete, no estado de São Paulo, possuem um
desempenho insatisfatório. Com isso, se faz necessário o aprimoramento tecnológico da técnica de irrigação
aplicada neste setor produtivo. No entanto, torna-se relevante a realização de mais visitas técnicas para que
se obtenham resultados mais conclusivos. Conclui-se ainda que o volume de água perdido nesta atividade é
muito elevada e que devem ser tomadas medidas para a utilização racional da água.
RESULTADOS: Entre os resultados obtidos das pesquisas e discussões já realizadas, pode-se acentuar que
a democracia moderna está sendo construída, ao longo dos últimos séculos, entrelaçada com a questão da
cidadania. Porém, o processo de democratização (expansão quantitativa e qualitativa da democracia)
permanece como um processo inacabado, sobretudo nos países “em desenvolvimento”, diante dos desafios
postos pelas exigências de maior qualidade de vida colocadas pelas populações nos marcos legais dessa
mesma democracia e cidadania modernas. Contudo, o processo de desenvolvimento da sociedade brasileira,
cuja justificativa principal era justamente o de, em longo prazo, elevar a qualidade de vida da população,
“dividir o bolo” do crescimento – para usar uma metáfora da época da ditadura no Brasil – teve seu ápice em
um período de exceção, em que o processo de democratização permaneceu praticamente estanque. Como o
retorno do processo de democratização ocorreu em um período de profunda crise econômica, foi o processo
de desenvolvimento econômico, então, que ficou paralisado. Assim, o desafio político e teórico da
“modernidade” brasileira está posto pela incoerência da coexistência de um altíssimo nível de desigualdade
social em meio a instituições formalmente democráticas e uma economia relativamente avançada.
CONCLUSÕES: Tendo como ponto de partida a constatação da incompletude do processo de
desenvolvimento da sociedade brasileira, tomou-se como foco de análise, de um lado, a população em
situação de rua e, de outro, a proposta de reforma administrativa que, da década de 1990 em diante, visava
tornar o Estado brasileiro mais adequado para cumprir as tarefas a ele atribuídas no processo de retomada
da democratização, em contraposição aos esforços feitos nos tempos do “milagre econômico”, que visavam
dotar o Estado de capacidade administrativa para fomentar e elaborar estratégias e levantar recursos para
sustentar o processo de industrialização. Assim, analisando o discurso da população em situação de rua, que
está em um dos pontos extremos da desigualdade social brasileira, resultante em grande parte dessa
modernização “pela metade”, como foi a brasileira, e o discurso governamental, pode-se concluir,
preliminarmente, que o Brasil ainda está em vias de construir instituições políticas que atendam, de modo
satisfatório, as exigências postas pela retomada do processo de democratização e, ao mesmo tempo,
cumpram as promessas da modernização. Ou seja, apesar dos esforços e avanços recentes, a cidadania no
Brasil ainda carece de elementos constitutivos basilares.
Palavras-chave: população em situação de rua – políticas públicas – reforma administrativa
Agências de fomento: (1) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e (2)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
SOCIOLOGIA
TRABALHO FLEXÍVEL E CAPITAL SOCIAL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A AÇÃO DOS AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM ARARAQUARA
INTRODUÇÃO: O presente trabalho busca compreender as ações desenvolvidas pelos agentes comunitários
de saúde (ACSs) contratados para trabalhar no Programa de Saúde da Família (PSF) da prefeitura do
município de Araraquara. Entendemos que estes trabalhadores se inserem numa ampla realidade de
reestruturação do mundo do trabalho pautada na flexibilização de contratos, procedimentos e rotinas, e
desenvolvimento de “capital social”, para elevar o patamar de produtividade e de eficiência da gestão pública.
O ACS seria o elo que capaz de unir estes dois segmentos, governo e comunidade, incumbido de identificar
certas demandas, transmitir noções de saúde básicas e cidadania, e de estabelecer um vinculo e liderança
junto às famílias atendidas pela equipe de saúde. O contato se da através de visitas domiciliares. Nossa
intenção é avaliar: 1) o modo como esses trabalhadores estão inseridos nessa estratégia de atendimento em
saúde; 2) como compreendem o trabalho que desempenham. Distanciando-se das condições de trabalho do
serviço público, o ACS ocupa posto estratégico que é centro de inúmeras tensões. Deste modo, devemos
colocar em destaque as condições em que realiza seu trabalho, o que implica numa certa integração de
aptidões técnicas e preparos técnicos diferenciados. Fundem-se num mesmo ambiente de trabalho relações
contratuais distintas e tarefas prescritas diferenciadas. Pretende-se compreender quais conseqüências trazem
para os agentes e para saúde da população.
METODOLOGIA: Levantamento bibliográfico dos principais referenciais teóricos sobre o capital social, o
trabalho flexível, o Programa de Saúde da Família e a atuação do agente comunitário de saúde. Realização
de entrevistas semi-estruturadas dirigidas aos quatro segmentos diretamente relacionados ao trabalho do
agente comunitário: os próprios agentes; gestores e educadores da Secretaria Municipal de Saúde de
Araraquara; as enfermeiras coordenadoras e os médicos de cinco equipes de PSF; a população atendida.
Com relação a este último segmento, as entrevistas serão realizadas com 160 usuários/famílias
randomicamente escolhidos. O método adotado é qualitativo, sendo utilizada a estratégia do grupo focal com
os ACSs. O grupo focal é definido como uma forma de entrevista com grupos que se baseia na comunicação
e na interação entre os participantes da pesquisa para gerar dados. Ela permite apreender a dinâmica social
por atitudes, opiniões e motivações expressas em interações grupais.
As entrevistas com as demais categorias serão realizadas individualmente. Procuramos entrevistar primeiro
os outros profissionais que atuam na equipe de saúde da família e os gestores/técnicos da Secretaria
Municipal de Saúde, acreditando assim ter acesso a dados e informações que nos permitissem uma melhor
compreensão do objeto desta pesquisa. Ficou definido um roteiro de temas específico para cada categoria,
sendo que todos os profissionais das equipes do PSF e usuários estão vinculados às equipes estudadas.
RESULTADOS: O ACS é o trabalhador mais requisitado para a “educação permanente”, primeiramente para
que ele possa ser porta-voz das propostas do programa junto à comunidade atendida. Em segundo lugar para
que ele consiga, dentro dos limites de suas atribuições e competências, resolver ou dar encaminhamento aos
problemas que encontra. Dentro da equipe de saúde ele é o que detém menos conhecimento técnico.
Portanto o agente, dentro da distinção estabelecida por Arendt, executaria um “labor”, uma ocupação, e não
um “work”, um trabalho com o qual se pretende produzir ou realizar algo que permaneça por mais tempo do
que aquele despendido na sua própria realização. Evidentemente que esta distinção é questionável,
sobretudo se pensarmos que o trabalho do agente pode concretamente proporcionar qualidade de vida para
as pessoas. Este fato não é ignorado pelos agentes, pela equipe de saúde e pelos usuários, mas pode ser
ofuscado nas interações cotidianas entre os atores. Do ponto de vista do ACS, as atividades que executa de
certo modo se enquadram nesta condição por causa de sua repetição e de uma sensação de impotência
frente a muitos problemas levantados. Para alguns profissionais de saúde as dificuldades e o sentimento de
degradação em relação ao trabalho são em grande parte produto da incompreensão dos agentes sobre os
propósitos do PSF, sobretudo porque que eles têm “autonomia” para propor e realizar diversas atividades
junto à população.
CONCLUSÕES: A perspectiva aberta aos profissionais do PSF em Araraquara é de serem contemplados com
os aspectos positivos das mudanças em curso no mundo do trabalho. Claro que certas fórmulas envolvidas,
com ênfase no trabalho em equipe e estabelecimento vínculos de confiança e respeito entre os diversos
atores envolvidos visando satisfazer os usuários e conquistar sua adesão às ações do PSF, precisam ser
rediscutidas. Primeiro porque foram concebidos para um regime de acumulação que enfatiza o “curto prazo” e
que a partir do processo de individualização do trabalhador pretende encobrir relações de poder
estabelecidas, além de capturar a subjetividade dos empregados induzindo-o a assumir responsabilidade por
situações sobre as quais não tem controle. Em segundo, porque o capital social não pode ser acumulado ou
desenvolvido somente com o trabalho dos agentes ou a partir de políticas governamentais. Compreendemos
que este conceito pressupõe dos atores sociais a participação autônoma, o reconhecimento mútuo e a
solidariedade manifestada no assumir compromissos. No mais, se os ACSs foram selecionados por sua
capacidade de se relacionarem bem com as pessoas, e se detém um conhecimento razoável ainda que
superficial da realidade local, isso não significa que eles sejam necessariamente os “estabelecidos” nesta
comunidade. Nesse sentido, o elo criado pelo ACS não une coletividades ou grupos, mas envolve
predominantemente a identificação de necessidades individuais dos usuários.
INTRODUÇÃO: As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos (os vírus A, B,
C, D e E) que apresentam tropismo primário pelo fígado com características epidemiológicas, clínicas,
laboratoriais, imunológicas e patológicas distintas. Estas apresentam uma incidência cada vez maior,
constituindo uma preocupação de saúde pública. A hepatite A é uma doença transmitida principalmente por
via fecal-oral, apresentando distribuição mundial e suscetibilidade universal. O Brasil apresenta risco elevado
para a aquisição de hepatite A, devido às condições deficientes ou inexistentes de saneamento básico, nas
quais vive parte da população, inclusive nos grandes centros urbanos. A presente pesquisa teve por objetivo
estudar os casos de hepatite A no município de Campina Grande, estado da Paraíba, no período de 2001 a
2006.
METODOLOGIA: Considerou-se o sexo como aspecto epidemiológico acometido pela doença e verificou-se a
evolução dos casos de hepatite A com as demais hepatites virais. Este trabalho foi realizado através de uma
pesquisa descritiva por meio de levantamento bibliográfico e coleta de dados cedidos pela Secretaria de
Saúde do Município. Os dados obtidos foram analisados através de uma estatística descritiva básica.
RESULTADOS E CONCLUSÕES: Foram notificados 258 casos de hepatite A no período em que a pesquisa
foi realizada. Observou-se que entre os anos de 2003 e 2004, houve uma maior incidência da doença, 21%
em 2003 e 43,4% em 2004, fator que provavelmente está relacionado às condições sócio-econômicas e
higiênicas da população, pois esta possui uma característica de incidência que acompanha o grau de
desenvolvimento da região. No geral a transmissão pode acontecer por meio de água ou alimento
contaminado com fezes de pessoas infectadas. Quanto ao sexo mais acometido, notou-se que houve um
equilíbrio relativo entre as distribuições dos mesmos, com 50,39% no sexo masculino e 49,61% no sexo
feminino, já que a hepatite A é susceptível a todos os que são expostos ao vírus. O número dos casos
acometidos pelo vírus da hepatite A (31,34%) predominou quando comparada às demais hepatites virais,
uma vez que, esta é facilmente transmitida entre os contactantes através da água e dos alimentos
contaminados.
INTRODUÇÃO:
O interesse pelo desenvolvimento do presente tema decorre dos ensinamentos de José Afonso da Silva,
especialmente em sua análise sobre o artigo 170, IV da Constituição Federal. A visão sobre o tema é abordar
que a CF/88 estabelece o princípio com propósito finalista, pois, no texto constitucional está instituído que a
ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna, observado entre outros princípios, o da
livre concorrência.
METODOLOGIA:
O presente tema é baseado nos trabalhos realizados pelo Grupo de Estudos de Direito Econômico,
coordenado pelo Professor Doutor Ricardo Hasson Sayeg, idealizador da Doutrina Humanista de Direito
Econômico. Os trabalhos e estudos são fundamentados na doutrina humanista, que prioriza o
desenvolvimento econômico, social, político e cultural, e não apenas o direito do capital.
RESULTADOS:
O Princípio da Livre Concorrência é um sistema de limites que acaba por configurar a existência de
impossibilidade de abuso do Poder Econômico. Representa um conjunto de regras e normas que visam
estabelecer critérios de igualdade para o exercício de livre iniciativa na livre concorrência. Está inserido em
nosso ordenamento jurídico através do artigo 170, inciso IV da Carta Magna, como um dos princípios da
ordem econômica.
A Constituição Federal buscou uma segurança ainda maior para aplicação do referido princípio e consagrou
em seu artigo 173, § 4º, que “a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros”.
Posterior à Constituição Federal de 1988, a Lei 8884/94 criou o Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE) e veio com o intuito de cumprir o mandamento de livre concorrência em seu artigo 1º, que
“dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames
constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos
consumidores e repressão ao abuso do poder econômico”. Pode-se dizer que o CADE e a SDE (Secretaria
de Direito Econômico) apreciam qualquer ato que prejudique a livre iniciativa ou que resulte na dominação de
mercados de bens ou serviços.
CONCLUSÃO
O princípio constitucional da livre concorrência deve ser visto como um instrumento de finalidade da ordem
econômica. Esse fim, conforme art. 170, caput, da Constituição da República, visa uma ordem econômica
fundada na valorização do trabalho humano, assegurando consequentemente a dignidade da pessoa
humana.
Com base nos dispositivos constitucionais, esse princípio deve ser compreendido da forma que se a
sociedade tem a liberdade de escolha, paralelamente a busca por bens e serviços qualificados tendem a
aumentar e consequentemente os preços a se ajustarem. Sendo assim, a visão não é somente de
competição, mas, de uma “auto cobrança” de não cometimento de práticas anticoncorrenciais, em detrimento
do mercado e, por conseqüência da população.
INTRODUÇÃO: Esta análise, centrada na temática intitulada Impactos Ambientais na cidade de Manaus:
uma busca de compreensão, contribuirá para as discussões acerca da importância de uma gestão
compartilhada com ênfase na co-responsabilidade na gestão do espaço público e na qualidade de vida
urbana e que se estimule, crescentemente, ações preventivas, não descuidando da necessidade de lidar
com as ações corretivas. O modelo de desenvolvimento que caracteriza a nossa civilização nos dois últimos
séculos conduz irremediavelmente à situação de degradação ambiental atual nas nossas cidades. Este
estudo discute as implicações ambientais que atingem a cidade de Manaus, em conseqüência da não
preservação do espaço natural.
DISCUSSÃO: Para consolidar esta discussão, entendemos que o estudo, embora marcadamente ambiental,
não é uma visão ecológico-naturalista. Busca-se, a partir de uma reflexão lúcida da relação do espaço
urbano, compreender o processo de produção do urbano, sua relação com o ambiente natural onde o
homem se insere como um ser que produz culturas.
INTRODUÇÃO: O presente trabalho tem como proposta Analisar uma amostragem de três capas por ano da
revista G Magazine - do primeiro (1997) ao décimo ano (2007) - identificando elementos que contribuam para
apresentar e representar a virilidade masculina, levando em consideração que, mesmo sendo voltada para
homossexuais, a existência deste tipo de publicação não confere, automaticamente, um lugar de fala para o
tal grupo na sociedade. A existência de uma imprensa segmentada é um sinal ambíguo: de um lado, indica o
reconhecimento de uma identidade, o que significa que os homossexuais não precisam se esconder, não são
mais “indesejáveis”. Por outro lado, ainda é sinal da acentuação de diferenças, ou melhor, de desigualdades;
é preciso que haja uma publicação específica para eles, pois nas outras eles não encontram espaços, o que
significa que a sociedade reconhece a diferença, mas essa diferença está marcada e isolada em relação à
orientação heterossexual (auto) proclamada como dominante.
METODOLOGIA: Nossa pesquisa será de nível interpretativo e será constituído de pesquisa bibliográfica
sobre identidade e homoerotismo ligada à questão da virilidade seguida de uma análise das suas
representações apresentadas numa amostragem de três capas por ano da revista G magazine: de 1997
(primeiro ano de publicação da revista), a 2007 (décimo ano). Trabalharemos com reprodução de imagem, ou
seja, as capas das revistas serão escaneadas e salvas no primeiro momento em formato PSD e JPG. Pelo
recorte temporal vamos observar como a revista foi mostrando e representando a virilidade dos modelos,
como isso foi acontecendo e em qual contexto isso se deu ao longo de sua história, percebendo ainda, as
mudanças que foram ocorrendo no âmbito a mudanças de códigos sócio-culturais. Pressupondo que a
identidade masculina sempre esteve associada à força e à virilidade, antes da discussão sobre
representação, será feita um questionamento sobre masculinidade, estereótipos e virilidade o que dará
sustentação a nossa análise. Para a discussão sobre estereótipos e homoerotismo, utilizaremos como
pressuposto teórico, as considerações de Michael Foucault, João Silvério Trevisan, James Green, Denílson
Lopes, Pedro Paulo de Oliveira, Peter Fry, dentre outros. Para a análise das capas da G Magazine,
trabalharemos com História Visual e, quando necessário, a semiótica peirceana, tendo como base a idéia de
representação trazida por Roger Chartier que valoriza os signos não-verbais.
RESULTADOS: Com ajuda da semiótica peirceana e da idéia de representação trazida por Chartier
percebemos que há uma grande preocupação dos que fazem a revista e, em especial, as capas do ano
analisado na apresentação do corpo que deve ser admirado. Sendo construídos assim, corpos desejados e
desejáveis a partir de suas características físicas e comportamentais, estas sempre ligadas ou reforçando a
questão do ser viril, do ser másculo. O corpo mostrado nas capas é fisicamente atraente. A enunciação visual
ressalta determinadas características físicas a serem valorizadas nesse corpo, geralmente não nu, tais como
altura, peso, partes do corpo, abdômen, tórax, braços, coxas, formas e músculos. Essa caracterização ajuda
a definir o corpo másculo e viril, digno de ser admirado, mostrando que, na maior parte do tempo, é a beleza
física que merece ser representada e não outros aspectos como, por exemplo, a inteligência ou a formação
cultural dos modelos.
CONCLUSÕES: A imprensa especializada é um modo de circulação por meio do qual certo grupo se constitui
e se reconhece como uma comunidade discursiva. Ao definir diversas práticas discursivas, a imprensa
proclama e dita normas de ser, de dizer e, portanto, de se apresentar no mundo e de pertencer a uma
comunidade que partilha de interesses comuns. A necessidade de criar a imagem de um homem potente é,
ao mesmo tempo, a necessidade de renegar qualquer possibilidade de aproximação com a
homossexualidade, em especial, com a existência do estereótipo mais visível da homossexualidade, isto é, o
homossexual não másculo. Masculinidade e virilidade nas capas da G Magazine são sinônimos de
heterossexualidade e qualquer qualificação que ameace tal orientação sexual é desvalorizada. O fato de
desejar ser e de querer conquistar um homem viril tem a ver com o desejo de aceder à suposta
“normalidade”. A construção do ethos de um homem potente e másculo corresponde à antítese do
homossexual afeminado. Esse ethos valorizado e incorporado pelos modelos fotografados reforça a imagem
do homem considerado “normal”, isto é, o heterossexual, recusando os personagens mais visíveis e os que,
muitas vezes, são rejeitados pelos próprios homossexuais, os efeminados. O desejo de separar-se dessa
realidade pode traduzir um desejo de se afastar da própria realidade de ser homossexual, o que mostra que
os enunciadores são ainda prisioneiros dos lugares-comuns a respeito da aparência e da natureza dos
homossexuais.
INTRODUÇÃO: O presente trabalho nasce a partir de minha trajetória profissional e faz parte do meu projeto
de dissertação no Mestrado em Educação, pela Universidade Federal do Ceará e que ainda se encontra em
fase de construção. A problemática que guia essa pesquisa parte de meu interesse em tentar sistematizar a
trajetória dos educadores sociais. Pretendo ao final dessa investigação alcançar o objetivo principal de
identificar quem são os educadores sociais, como se organizam, suas principais conquistas, “bandeiras” que
defendem e necessidades de formação.
METODOLOGIA: O tipo de pesquisa que escolhi para conduzir esta investigação é o “estudo de caso
intrínseco”, ou seja, quando o pesquisador tem um interesse intrínseco naquele caso particular (Stake:1995).
O caso que será estudado é o da Associação dos Educadores e Educadoras Sociais do Ceará - AESC,
entidade sem fins lucrativos que iniciou suas atividades em 07 de janeiro de 2004, atualmente sediada na Av.
do Imperador, 192 – Centro- Fortaleza – CE. Como métodos de coleta de dados optei por analisar os
documentos da instituição como as atas de reuniões e audiências, jornais e entrevista semi-estruturada com
os principais dirigentes da mesma.
RESULTADOS PRELIMINARES: A AESC nasce com a missão de: “Mobilizar, articular e potencializar os
educadores e educadoras sociais do Estado do Ceará para a prática em Educação Social como construção e
promoção dos Direitos Humanos e outros valores universais em defesa da Vida”.E vem se organizando em
defesa dos seguintes objetivos: I - Mobilizar, organizar e articular os/as Educadores/as Sociais do Estado do
Ceará, potencializando o reconhecimento social e profissional dos mesmos, bem como, da Educação Social;
II - Formar parcerias com Universidades e outras entidades para a promoção da Educação Social no Estado
do Ceará, através de palestras, seminários, congressos, cursos de extensão universitária, cursos de
graduação e pós-graduação (ou qualquer evento que vise formação ou aperfeiçoamento);III - Promover a
interação social entre Educadores/as Sociais, através de atividades artísticas, esportivas, culturais e de lazer,
favorecendo a troca de experiências entre os mesmos; IV - Atuar junto aos poderes públicos e privados,
mídias, conselhos, fundações, entidades e outras formas de organização existentes na sociedade, dando-lhes
conhecimento das questões sociais e educacionais identificados pelos/as Educadores/as Sociais, pleiteando
as respectivas soluções; V - Organizar e implantar um “Código de Ética” que defina parâmetros éticos e de
qualidade na atuação dos/as Educadores/as Sociais, bem como, criar e manter uma Comissão para
fiscalização do cumprimento do referido Código; VI - Promover a Educação Social, nos âmbitos Municipal,
Estadual, Nacional e Internacional; VII - Promover a defesa dos interesses jurídicos, morais e psicológicos
dos/as Educadores/ras Sociais.
INTRODUCAO: O sistema financeiro pode ser considerado como um conjunto de mercados e instituições que
têm por sua principal função canalizar os recursos dos agentes superavitários para os agentes deficitários,
financiando assim seu capital de giro ou capital fixo. Existe uma necessidade da comunidade em adquirir
conhecimentos para gerir o dinheiro poupado. A partir dessa necessidade, percebida no cotidiano, este
trabalho apresenta informações e recomendações para os interessados a ingressar no mercado financeiro, de
forma a capacitá-los a escolher entre as alternativas de investimento qual seria a que mais se adequaria a
seu perfil de risco e disponibilidade financeira de investimento.
METODOLOGIA: Quanto aos fins a pesquisa é qualitativa do tipo exploratória, uma vez que visa a busca de
informações sobre as alternativas de investimento. A pesquisa é ainda do tipo descritiva, ou seja, coleta de
dados, e não preditiva, por isso considera-se que os dados coletados relatam os acontecimentos com total
veracidade.
Os dados foram coletados nos sites do Tesouro Nacional, Banco Real e Banco Central, assim como livros de
referência e materiais científicos. A pesquisa não contemplou todos os produtos oferecidos pelo mercado
financeiro, mas somente as identificadas como mais relevantes e com maior índice de liquidez, limitando-se à
análise dos fundos de investimento e CDI do Banco Real.
CONCLUSOES: São encontradas várias alternativas de investimento no mercado financeiro, mas nem todas
elas estão claras à população. A análise comparativa destas alternativas serve como subsídio para que um
investidor possa obter ganhos ao entrar no mercado financeiro, ponderando sempre a rentabilidade e a
liquidez dos diversos investimentos com os riscos que este investidor está disposto a correr.
Entretanto, por mais agressivo que seja um investidor e mais atraente que se mostrar um determinado
investimento, é preciso evitar-se "colocar todos os ovos na mesma cesta”, ou seja, é importante que o
investidor diversifique as suas aplicações, pois como o mercado é imprevisível e não há como se prever o
futuro, a diversificação é uma importante ferramenta de headge.
INTRODUÇÃO: Esta pesquisa é parte do Projeto de Pesquisa Saberes e práticas da educação popular nos
movimentos sociais em Mato Grosso, desenvolvido no Grupo de Pesquisa em Movimentos Sociais e
Educação (GPMSE). Estudo os acontecimentos relacionados à gratuidade nas inscrições dos vestibulares/97
e 98 da UFMT, ocorridos respectivamente em 1996 e 1997. Nesses dois anos o Ministério Público Federal
moveu ação civil pública contra a UFMT, alegando ser inconstitucional e ilegal a cobrança da taxa de
inscrição no vestibular e solicitando à Justiça Federal de Mato Grosso que a UFMT fosse impedida de realizar
tal cobrança. A liminar foi favorável ao MPF e a partir daí, verificou-se uma alta procura dos candidatos pelas
inscrições gratuitas. A UFMT recorreu, conseguindo posteriormente a cassação da liminar. Tais
acontecimentos foram inéditos na história dos vestibulares da UFMT e tiveram grande repercussão social e
política, sendo amplamente veiculados nos meios de comunicação locais e causando intensa mobilização dos
atores envolvidos, por conta de seu aspecto conflituoso e polêmico. Nesse sentido, resgato historicamente
tais fatos para refletir sobre o sentido e o significado da gratuidade na inscrição dos vestibulares,
compreendida neste estudo como um princípio de inclusão e garantia do direito à educação superior.
Problematizo, assim, a cobrança da taxa de inscrição nos vestibulares das IFES brasileiras.
METODOLOGIA: A pesquisa segue a perspectiva qualitativa, numa abordagem dialética com olhar
fenomenológico. Empiricamente, recorro aos seguintes procedimentos metodológicos: 1. Levantamento e
estudo bibliográfico relacionado à temática da pesquisa; 2. Pesquisa documental envolvendo: a) – Os autos
dos procedimentos administrativos do Ministério Público Federal, referentes às ações civis públicas de 96 e
97 que problematizaram, respectivamente, os vestibulares/97 e 98 da UFMT, b) – Reportagens veiculadas na
mídia impressa local e c) – Informações sobre os vestibulares/95 a 2008 da UFMT, disponíveis na
Coordenação de Exames Vestibulares da UFMT, atentando-me especialmente na questão dos programas de
isenção na inscrição dos vestibulares; 3. Entrevista semi-estruturada com os atores centrais dos fatos
estudados; 4. Estudo e compreensão das informações levantadas. Teoricamente, tenho refletido sobre a
gratuidade enquanto princípio da educação pública e sobre a educação enquanto direito fundamental.
(1) Programa de Pós Graduação em Engenharia de Processos / Universidade Federal de Campina Grande
(2) Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais / Universidade Federal de Campina Grande
(3) Aluno PIBIC da Unidade Acadêmica de Engenharia Civil / Universidade Federal de Campina Grande
INTRODUÇÃO: Neste artigo objetivou-se verificar a viabilidade da substituição do agregado miúdo por
percentuais de casca de arroz, resíduo agrícola abundante e poluente ambiental, objetivando avaliar o
desempenho de blocos de concreto para uso na construção civil, sem função estrutural, nos traços 1:2:2,
1:3:3 e 1:4:4 substituindo-se percentuais do agregado miúdo por casca de arroz, com a finalidade de avaliar
parâmetros de resistência à compressão simples, absorção de água e índice de vazios.
METODOLOGIA: Este estudo foi desenvolvido para períodos de cura de 28, 63 e 91 dias. A pesquisa
compreendeu uma avaliação prévia do fator água cimento com a aplicação da casca de arroz nos traços, uma
vez que a casca de arroz tem um elevado teor de absorção de água, sendo necessária uma correção.
L
Laura Jane Gisloti (1): lauragisloti@gmail.com
Angelo Pires do Prado (orientador) (2): apprado@unicamp.br
Pedro Strikis (3): strikis @uol.com.br
INTRODUÇÃO
Dentre as pragas da mandioca, a mosca-dos-brotos, N. perezi, é uma das mais observadas, atacando brotos
jovens e ocasionando brotamentos laterais na região atacada. Os trabalhos referentes á essa espécie de
lonqueídeo se apresentam escassos e são poucos os trabalhos publicados que avaliam os danos
ocasionados pela presença da larva da mosca na cultura da mandioca (GALLO et al., 1988).
Em um informe publicado pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), em 1977, foi apresentado
que as plantas atacadas pelas larvas de N. perezi podem reduzir a produção em 15 a 34%. Já em
experimentos simulando-se o dano da mosca mediante destruição das gemas terminais, verificou-se que os
danos ocasionados pela praga nos dois ou três primeiros meses de desenvolvimento das plantas podem
gerar uma redução na produção de material de propagação, mas não no rendimento das raízes (CIAT, 1981).
Da mesma forma, Schmitt (1984) concluiu que tal dano na cultura pode ocasionar perdas de 5% na produção
de sementes, nos três primeiros meses de idade da planta.
Por outro lado, a literatura não possui nenhum registro de parasitóide de N. perezi no Brasil e desta forma
este trabalho registra a primeira ocorrência do parasitóide D. areolatus parasitando larvas de N. perezi em
cultivar de mandioca em Mogi Mirim, SP.
METODOLOGIA
No município de Mogi Mirim (22°25’55’’S; 46°57’228’ W), SP, em maio de 2008, foi verificada infestação de N.
perezi em plantações de mandioca Manihot esculenta Crantz. As plantas apresentavam idade média de 90
dias após o plantio. Brotos de mandioca infestados foram levados para Laboratório de Entomologia do
Departamento de Parasitologia da Universidade Estadual de Campinas. As larvas de diversos ínstares foram
retiradas do interior dos brotos e mantidas placas de Petri contendo dieta especial para N.perezi, á base de
caseína, levedo de cerveja e papa de mandioca, mantidas á 24 ±1 ºC. Após três dias em dieta as placas com
as larvas foram transferidas para uma caixa de plástico contendo areia esterilizada como substrato para
empupamento. Após a emergência dos adultos e seus parasitóides os insetos foram transferidos para frascos
de vidro contendo etanol a 70%. A identificação do parasitóide foi feita pelo M. Sc. Pedro Strikis (Depto.
Parasitologia, UNICAMP, Campinas, SP). A porcentagem de parasitismo foi calculada através da relação
entre o número de parasitóides e o número total de larvas nas placas. O material utilizado no trabalho está
depositado na coleção do Departamento de Parasitologia, da Unicamp.
RESULTADOS
Foi coletado um total de 25 larvas de N. perezi, das quais emergiram 12 adultos da mosca e sete parasitóides
parasitismo total foi de 28%.
Os parasitóides foram identificados como Doryctobracon areolatus. Trata-se do primeiro registro de
parasitismo de larvas de N. perezi no país.
CONCLUSÕES
No Brasil, este é o primeiro registro da ocorrência de parasitismo de larvas de N. perezi em plantações de
mandioca. Estes resultados contribuem para o conhecimento dos parasitóides que ocorrem na cultura de
mandioca e assim, por se tratar de um grupo de inimigos naturais de pragas agrícolas, verifica-se a
possibilidade de sua utilização como agente de controle biológico nesta cultura.
CONCLUSÃO: O princípio abordado merece reflexão, pois deve-se levar em consideração o problema do
exagero no seu emprego, o que levaria a um “relaxamento” na aplicação da lei. Assim, é necessário o exame
do conteúdo do princípio da proporcionalidade, que se reparte em três “princípios parciais”, sendo: (i)
“princípio da proporcionalidade em sentido estrito” ou “máxima do sopesamento” – que deve estabelecer uma
correspondência entre o fim a ser alcançado por uma disposição normativa e o meio empregado, que seja a
melhor possível, para que, acima de tudo, não fira o “conteúdo essencial” de direito fundamental; (ii) “princípio
da adequação” – que determina que, dentro do faticamente possível, o meio escolhido se preste para atingir o
fim estabelecido, mostrando-se, assim, “adequado”; e, (iii) “princípio da exigibilidade” ou “máxima do meio
mais suave” – esse meio deve se mostrar “exigível”, o que significa não haver outro, igualmente eficaz, e
menos danoso a direitos fundamentais (p. 96-97). A aplicação correta do princípio deve levar em
consideração, assim, o exame da “adequação”, “exigibilidade” e “proporcionalidade”, a fim de que haja “o
maior benefício possível da comunidade com o mínimo sacrifício necessário de seus membros
individualmente” (p. 117). A possibilidade de enquadramento na CF/88 vem a consagrar o princípio da
proporcionalidade como princípio ordenador do direito.
INTRODUÇÃO: A dimensão teórica do conceito sustentabilidade se apresenta como uma questão ambiental
que aponta para novos paradigmas. Olhar para a natureza, dando um salto qualitativo ao transcender o seu
modelo predatório, para além da sua condição de “objeto”, é uma tarefa que requer esforços também no
trabalho na sala de aula, no ensino formal. Objetivos: promover a assimilação do conceito sustentabilidade
em microbacias hidrográficas urbanas, por meio da elaboração, teste e avaliação de atividades didáticas
relacionadas a geociências, como trabalhos de campo, confecção de maquetes e aulas teóricas e práticas.
Tendo o professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem, esta pesquisa procura desmistificar
a falsa noção de progresso e desenvolvimento presentes na gestão da ocupação urbana.
RESULTADOS PRELIMINARES: Apesar de ainda não termos concluído a pesquisa, as atividades tem
demonstrado proporcionar a reflexão crítica dos modelos de ocupação urbana e as suas conseqüências para
o meio ambiente e para a população. A análise detalhada dos dados obtidos será concluída no segundo
semestre de 2008.
CONCLUSÕES PRELIMINARES: A pesquisa tem evidenciado aos alunos as verdadeiras causas das
inundações na região onde moram, podendo assim pensar as soluções para os problemas ocorrentes no
processo de ocupação urbana, principalmente no que tange a preservação dos recursos hídricos. O professor
como mediador no processo de ensino-aprendizagem, demonstra o seu importante papel ao procurar
desmistificar a falsa noção de progresso e desenvolvimento presentes nos modelos de planejamento de
ocupação urbana, debatendo alternativas para o desenvolvimento sustentável e a atuação individual e
coletiva no crescimento das cidades.
INTRODUÇÃO: O objetivo da pesquisa é analisar o momento vivido pelo Brasil, a partir da década de 80, tanto
na perspectiva política quanto na perspectiva econômica. Relacionaremos essas esferas gerais,
respectivamente, ao contexto de acúmulo de direitos na esfera trabalhista e, ao processo de reestruturação
produtiva, para compreendermos as mudanças ainda em curso no país. Considero tanto o fortalecimento do
movimento sindical no processo de redemocratização nacional da década de 80, quanto o período posterior a
essa vitória, que, com o avanço do projeto neoliberal e a progressiva retração do papel do Estado, geram altos
índices de desemprego. Tudo isso virá a dificultar as formas de ação desse movimento que se depara ainda, a
partir daí, com um novo perfil de trabalhador, fruto das transformações no mundo do trabalho.
A mesma situação é também visualizada no âmbito da justiça onde, a pressão sobre sua desregulamentação se
segue a uma tentativa de extinção da própria Justiça do Trabalho. O projeto de predominância do “negociado”
sobre o “legislado” chega a ser aprovado na Câmara dos Deputados em 2001, em um contexto extremamente
desfavorável para os trabalhadores, e, esse projeto, só vem ser arquivado em 2003 no Senado Federal. No
entanto a aprovação da Reforma do Judiciário em 2004 traz novos elementos para esse cenário, principalmente
em relação à instauração dos dissídios coletivos, questão que pretendo analisar nessa pesquisa.
CONCLUSÕES: Esse projeto, que ainda se encontra em desenvolvimento, levanta alguns apontamentos em
relação ao impacto da Reforma do Judiciário para o cotidiano sindical. Considerando que o movimento continua
em fase de retração, a Justiça do Trabalho, que mantém uma estrutura particular no cenário judicial brasileiro
devido sua perspectiva de desigualdade entre as partes, se mostra um elemento fundamental de manutenção e
conquista de direitos. Um instrumento importante que não substitui a mobilização sindical, mas, permite o
acumulo de força desse movimento.
No entanto, as transformações em curso nessa Justiça desde a década de 90 por vezes tentam descaracterizá-
la, como no projeto de predominância do “negociado” sobre o “legislado” em 2001, por vezes tentam ampliar seu
âmbito de atuação, como na recente Reforma do Judiciário que tem como questão fundamental a ampliação de
sua competência, prevendo julgamento não só nas relações de emprego, mas também, em todas as relações de
trabalho. Porém, em relação à instauração dos dissídios coletivos, a Reforma carrega um retrocesso já que
institui a tendência – vinda desde os anos 90 - de diminuição dos dissídios coletivos, limitando o sindicato a atuar
principalmente na esfera da negociação coletiva. Isso se torna ainda mais prejudicial para o coletivo dos
trabalhadores em um momento que, apesar do crescente fortalecimento econômico, ainda mantém altas taxas de
desemprego, baixo poder de barganha política e, retração do movimento sindical.
RESULTADOS: O presente trabalho pode verificar o impacto das transformações ocorridas no mundo do
trabalho recentemente (analise preliminar compreendida durante o período do Plano Real 1994 - 2006) com a
dinâmica imobiliária das favelas cariocas, focando principalmente a relação da mobilidade urbana com o modelo
de transporte existente na cidade. Esse trabalho possibilita estabelecer uma conexão entre as escolhas
residenciais e a reprodução da força de trabalho que tem nos modelos clássicos de capital locacional a sua
origem.
CONCLUSÕES: A mobilidade residencial nas favelas estudadas apresenta similitudes no que tange a dinâmica
interna do mercado imobiliário informal, porém, quando realizamos uma análise mais minuciosa a respeito dos
motivos que orientam as escolhas locacionais observa-se que a questão do trabalho se constitui em uma variável
preponderante. Verificamos que as redes de solidariedade extrapolam o território intra-favela configurando um
complexo jogo de elementos que tem no trabalho (reprodução, mobilidade e acessibilidade) o seu ponto
nevrálgico.
O estudo do mercado imobiliário informal possibilita pra além da inegável contribuição a economia urbana
clássica (uma vez que não considera essa apenas como um sub-mercado ou como uma anomalia) uma
metodologia fundamental para inteligibilidade e o oficio do planejamento urbano (por realizar uma analise
abrangente do cotidiano).
RESUMO:
Mestrado em andamento.
HISTÓRIA
INTRODUÇÃO: O trabalho apresentado tem como tema a vadiagem no Rio de Janeiro, no período de 1888 à
1906. A problemática privilegia os diferentes olhares sobre a cidade e sua população: o Rio de Janeiro na
idiossincrasia das elites governantes e da população normalizada aos novos padrões de convívio (a quimera
da cidade “maravilhosa”, o imaginário do chic e do progresso, o discurso jurídico, médico e urbanístico, enfim,
a Belle Époque carioca); e o Rio de Janeiro na idiossincrasia da população estigmatizada como vadia pelo
artigo 399 do Código Penal de 1890 (o perfil dos supostos vadios, suas ocupações, moradia, a reação dos
mesmos à repressão e à normatização impostas pelas leis federais e municipais, pelas reformas urbanas e
higiênicas, pelos novos padrões de convívio).
METODOLOGIA: As fontes em análise são fotos de Marc Ferrez, fotógrafo da cidade na virada do século XIX
para o século XX; e processos criminais disponíveis no fundo OR, no Arquivo Nacional. A metodologia
adotada é a análise iconográfica e a análise de discurso das testemunhas e réus dos processos criminais.
RESULTADOS: Nos depoimentos dos presos por vadiagem e nas fotos da cidade e dos populares constata-
se a existência da dicotomia de uma cidade em processo de aburguesamento, cosmopolitismo e urbanização,
que, no entanto, está repleta de habitantes de costumes e práticas dissonantes a tal processo. Nesta
perspectiva, é possível restituir a coexistência - dentro de um mesmo espaço físico - de duas capitais da
República: de um lado, a capital que se esforçava em se tornar o cartão postal do país, seguindo o modelo
urbanístico parisiense, bem como dedicava-se a adaptar o centro da cidade às novas práticas econômicas; e,
por outro lado, a cidade dos populares que coexistia com a primeira, mas afirmava diferentes habitações,
ocupações e padrões de convivência.
CONCLUSÃO: Os “vadios” da Primeira República não atuaram como simples marionetes de um sistema
opressor e excludente. Eles, como sujeitos ativos na História, reagiram ao disciplinamento social e à
repressão impostos pelos novos padrões de convivência das sociedades capitalistas; resistiram à
transformação de seus valores e comportamentos. Através de diversos modos, impuseram sua presença,
marcaram e ocuparam seu espaço na capital do país, enfim, reinventaram a prática do convívio social na urbe
carioca.
CONCLUSÕES: Quando se é colocado frente ao manancial de Saber composto nos livros e nas pessoas nos
quais se relaciona na Universidade há um certo desestímulo, em primeiro lugar, por causa da longa
caminhada que ainda há para percorrer. Em segundo lugar, na medida em que se avançam as leituras e
relações essa busca, ou caminho, se torna necessário pela própria criação de necessidade que se cria. Essa
Pulsão consciente produzirá resultados que tanto poderão ajudar o autor, na compreensão de si mesmo,
como do leitor na compreensão dele e dos outros que compõem o universo acadêmico, principalmente os
alunos da graduação, assim também um pouco do desvelamento das práticas da Academia.
BOTÂNICA
(1) Programa de Pós-Graduação em Botânica / Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Botucatu
(2) Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba
(3) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru
INTRODUÇÃO: A família Leguminosae possui distribuição cosmopolita e é um dos grupos mais ricos em
espécies de angiospermas. No Brasil são conhecidos 200 gêneros e 1500 espécies que ocorrem em diversas
fisionomias vegetais. A família atualmente está constituída pelas subfamílias Caesalpinioideae, Faboideae e
Mimosoideae. O noroeste paulista recoberto principalmente por floresta estacional semidecídua e cerrado,
restringe-se hoje a 4% de sua área original, sendo uma das regiões mais desmatadas e fragmentadas do
estado. O projeto “Flora fanerogâmica do estado de São Paulo” apontou uma desigualdade amostral entre as
diferentes regiões e uma necessidade de maior direcionamento de coletas para a região noroeste.
Considerando a importância ecológica e a representatividade de táxons da família Leguminosae em estudos
diversos de vegetação o objetivo desse trabalho é inventariar os representantes desta família na região
noroeste paulista.
METODOLOGIA: Para isso foram realizadas coletas de todos os indivíduos da família Leguminosae em fase
reprodutiva e vegetativa nos fragmentos localizados no noroeste do estado de São Paulo. Para cada espécie
coletada sempre possível é feito o registro fotográfico do tronco, folhas, flores e frutos. As amostras do
material botânico de cada morfoespécie foram herborizadas pelos procedimentos usuais, para posterior
identificação e incorporação aos acervos dos herbários das instituições envolvidas no projeto.
Mestrado em andamento
INTRODUÇÃO: O recurso hídrico é abundante no Brasil, apesar de estar distribuído de forma desigual pelas
regiões do país, e devido ao aumento da demanda e da poluição, ele tem se tornado limitado em qualidade.
Para isso os centros urbanos adotaram sistemas de tratamento de água convencionais, que proporcionam à
população água de boa qualidade para o consumo. No entanto uma pequena parcela da população, a
residente em áreas rurais, não tem acesso a esses sistemas de tratamento e enfrentam dificuldades, por
exemplo, na obtenção de coagulantes químicos, quer pelo preço ou pela distância. Por isso é necessário
buscar por tecnologias que se ajustem a realidade dessa pequena parcela da população para o acesso à
água de boa qualidade, por métodos de simples concepção, operação e manutenção. A Filtração em
Múltiplas Etapas, constituído por Pré Filtro Dinâmico, Pré Filtro de Pedregulho e Filtro Lento, é tida como
alternativa para essas comunidades, e para aumentar a eficiência do tratamento tem-se estudado a aplicação
do coagulante natural extraído das sementes de Moringa oleifera, espécie conhecida como “Lírio Branco”, de
múltiplos usos pode ser produzida no local do tratamento, é de fácil manuseio e traz redução de custos
durante a operação. O objetivo do trabalho é estudar a viabilidade e a influência do coagulante natural
extraído das sementes de Moringa oleifera nas etapas do processo de tratamento da Filtração em Múltiplas
Etapas.
METODOLOGIA: A instalação piloto de Filtração em Múltiplas Etapas terá floculador, pré-filtro, pré-filtro
dinâmico e filtro lento, será montado no Laboratório de Saneamento da Faculdade de Engenharia Agrícola da
Unicamp, em Campinas, SP. Dois tipos de floculadores serão avaliados com relação à eficiência: granular e
de chicanas. Diferentes dosagens do coagulante (25, 200 e 500 mg/L) serão aplicadas antes do tanque de
sedimentação e antes do pré-filtro para análise. A solução coagulante será preparada manualmente através
da trituração das sementes sem casca e misturada com água destilada para se obter a concentração
desejada, baseada nas metodologias apresentadas por Ndabigengesere et al (1995), Muyibi & Okuofu (1995)
e Muyibi & Evison (1995), adaptadas para o presente estudo. Análises do afluente e efluente de cada etapa
do processo serão monitoradas através de parâmetros físico-químicos: pH, cor, turbidez, temperatura, sólidos
totais, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, de acordo com Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater, 20th Edition, 1998. Pretende-se operar o sistema por um período que caracterize no
mínimo três carreiras completas de filtração, medidas no filtro lento.
RESULTADOS: Os resultados esperados são: a gradativa remoção de impurezas através de cada etapa e
atenuação de picos de concentração de sólidos suspensos antes do filtro lento, conseqüentemente melhoria
da qualidade da água para consumo.
INTRODUÇÃO: O trabalho proposto visa apresentar reflexões preliminares, a partir das representações e
imagens do filme Quase Dois Irmãos (Lúcia Murat e Pulo Lins), a cerca do processo de violência e estigma
que constitui a prática da segregação sócio-espacial e atualiza o mito da marginalidade em torno das favelas
da cidade do Rio de Janeiro. O filme Quase Dois Irmãos narra as transformações políticas e sociais
ocorridas nos últimos 50 anos, no Rio de Janeiro, ao ritmo dos anos 50 período em que a classe média
romantiza as favela e os talentos do morro, pois, o morro não ameaça nem reclama seus direitos, aos anos
90 sob a ideologia da “satanização” as favelas são sinônimo de desordem, banditismo e responsável pela
histeria da violência urbana.
INTRODUÇÃO: O presente trabalho tem por objetivo trazer reflexões sobre as políticas de assistência à
infância pobre vinculadas à escolaridade, no contexto de Minas Gerais, especificamente da cidade de Juiz de
Fora, na Primeira República. A relevância do tema está em trazer contribuições para a historiografia da
Infância e da Assistência ao analisar a distinção de projetos existentes neste período, bem como de suas
relações com o poder público.
METODOLOGIA: consiste em mapear as práticas para, a partir delas, estabelecer relação com aspectos mais
generalizantes da nação, tendo por base as abordagens da História da Cultura e das Idéias. O levantamento
dos dados foi realizado no Arquivo Municipal – atas da Câmara - e no Arquivo da Igreja da Glória de Juiz de
Fora – documentos das escolas paroquiais.
CONCLUSÃO: ao longo do Império e da República, a causa da assistência parece ter sido objeto do discurso
e da ação de inúmeros atores públicos que tinham causas privadas e de atores privados que se empenhavam
na esfera estatal pela defesa de seus interesses privados. E ainda, há indícios de que a iniciativa privada e a
regulação pública fazem-se em colaboração estreita com a ordem privada, transferindo verba pública para
iniciativa particular.
(1) Programa de Pós Graduação em Sociologia / Universidade Estadual Paulista “Júlio De Mesquita Filho”
(2) Departamento de Sociologia / Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara / Universidade Estadual
Paulista “Júlio De Mesquita Filho”
INTRODUÇÃO: Inúmeras análises empreendidas pelo pensamento social brasileiro trazem a tona um
diagnóstico que denuncia uma sociedade na qual predominou, em seu processo de construção, um
relacionamento promíscuo da esfera pública (da ordem do Estado) com a esfera privada (do interesse
particularista). Em outras palavras, constata-se a conformação de uma organização social na qual as relações
informais, pessoais e de cunho afetivo foram sempre privilegiadas em detrimento às de caráter formal, regidas
por regras jurídicas e de rito social.
Estes teriam sido os moldes que marcaram a história do Brasil e, não obstante, a trajetória da formação social
de Franco da Rocha, refletindo na construção de sua vida política e na indistinção corrente dos limites entre o
Estado e a sociedade, entre o público e o privado. Considerando-se que este município nasceu no bojo da
fundação do Complexo Hospitalar do Juquery e se desenvolveu paralelamente a ele, a linha tênue que os
separava social, política, econômica e até geograficamente torna-se o ponto fulcral deste estudo. Logo, a
busca por indícios e caminhos elucidativos quanto à constatação da maneira como se reproduziu ordem
privada nesta localidade é feita pela análise dos desdobramentos da presença do “Juquery” em Franco da
Rocha.
METODOLOGIA: A proposta desta pesquisa é se debruçar sobre a análise da organização social e política
do município de Franco da Rocha - SP, dando ênfase aos desdobramentos de sua relação imbricada com o
Complexo Hospitalar do Juquery, relação esta marcada pelo entrelaçamento da ordem pública com a ordem
privada. O cruzamento de suas histórias (município e instituição psiquiátrica) sob a égide do privatismo
parece ter determinado a vida social e política da população local.
Primeiramente, o debate teórico existente no pensamento social brasileiro acerca da função e do peso da
“ordem privada” na formação social do país balizará a compreensão de como se deu o privatismo neste
município e o entrelaçamento da ordem pública com a ordem privada nas relações cotidianas, seja entre
indivíduos, seja entre instituições municipais (Prefeitura, Câmara e “Juquery”). Em seguida, faz-se a
interpretação de entrevistas substâncias com atores sociais participantes da emanciapação deste município
reunindo a análise do depoimento destas fontes com a observação de acervos pessoais. Em seguida, será
empreitada a análise de dados em registros históricos de instituições públicas (Prefeitura e Câmara Municipal,
Complexo Hospitalar Juqueri, CONDEPHAT, entre outros), os quais corroboram para a idéia da forte relação
simbiótica construída outrora entre “Juquery” e Franco da Rocha, fator determinante da configuração da vida
social e política desta última.
INTRODUÇÃO: Atualmente o tema da diversidade seja ela por cor, gênero, credo tem sido muito discutida,
bem como a relação de respeito às diferenças e luta contra o preconceito e a discriminação. Nesse sentido o
presente estudo aborda um grupo que ao longo dos anos vêm ganhando cada vez mais espaço e visibilidade
na sociedade, os homossexuais. Nesse trabalho os homossexuais serão enquadrados no conceito de tribo
urbana, e a partir disso tentaremos mostrar como essa tribo delimita e ocupa um território, tendo como
exemplo o território de convivência homossexual encontrado na Rua Farme de Amoedo em Ipanema – Rio de
Janeiro. É feita uma breve análise da tribo homossexual, descrevendo a mesma e o território em questão, a
fim de entender o seu campo simbólico. Aliado a isso é feito um pequeno histórico do bairro de Ipanema para
entender o fato de Ipanema acolher em seu interior um território de convivência homossexual. Por fim é
proposta também uma discussão sobre os conflitos envolvendo essa tribo, levando ao leitor uma reflexão
envolvendo preconceito e respeito às diferenças.
METODOLOGIA: Para tentativa de entendimento da questão foi levantada uma bibliografia que ajuda a
entender conceitos como o de tribos urbanas, identidade e territorialidade, que são conceitos-chave nesse
estudo. Para entendermos o conceito de tribos urbanas foi escolhido Michel Maffesoli (1995), onde para esse
autor, tribo seria todo grupo que partilha de um estilo próprio, semelhança de gostos, que podem ser
percebidos através do estilo de música ouvida, por exemplo, além da existência de formas próprias de
comunicação (gírias próprias). Será utilizado também o conceito de identidade desenvolvido por Stuart Hall
(2000), para nos ajudar a entender como cada grupo ao adotar determinado estilo, simbologia, está
delimitando e assumindo uma identidade, explicando também a participação do indivíduo em mais um
conjunto de outros grupos com identidades diferentes e que fazem parte da vida do indivíduo de forma
complementar, pois circulam por diversos grupos com identidades diferentes. Após o levantamento teórico
foram realizadas idas a campo para verificar como o território em questão se enquadra nesses conceitos,
observando a dinâmica desse espaço.
RESULTADOS: Esse artigo mostra uma parte dos resultados obtidos numa pesquisa feita para um trabalho
de conclusão de curso de graduação, que vêm sendo ampliado durante a pós graduação, onde se aponta a
existência de uma identidade homossexual, e da constituição de um grupo enquadrado nos moldes de uma
tribo urbana como define Michel Mafesolli (1995), bem como o fato dessa tribo conseguir delimitar e ocupar
territórios, como o avaliado em questão no Rio de Janeiro (Brasil).
Mas o principal resultado esperado é a tentativa de desmistificar o tema, trazendo esse debate para a esfera
acadêmica, quebrando tabus e tornando-o mais próximo dos indivíduos, independente de sua orientação
sexual, para que com isso possamos diminuir e acabar com os preconceitos que envolvem esse grupo,
contribuindo para a construção de uma sociedade mais igualitária.
CONCLUSÕES: Através desse estudo é possível de serem feitas algumas conclusões a respeito do grupo
escolhido, os homossexuais, nos levando a refletir sobre alguns temas além dos normalmente discutidos
quando se procura entender uma tribo. Além do campo simbólico e do território em si, o tema nos leva a
refletir sobre nossa sociedade atual, com seus tabus e preconceitos, tentando discutir formas de se amenizar
esse que ainda é um problema para muitos indivíduos, e que afeta a tribo em questão, sua maneira de agir e
a sociedade como um todo. Vemos que nessa tribo, além da busca de um campo simbólico que o faça ser
reconhecida por seus semelhantes, em muitos casos, usa esses códigos e procura nos territórios de
convivência uma forma de se esconder do restante da sociedade, pelo medo do preconceito, da rejeição,
medo esse que faz com que o território definido por essa tribo seja não só um local de convivência, mas
também um espaço de fuga, um refúgio, onde o indivíduo poderá exercer sua identidade de forma plena, sem
ser repreendido. Portanto é possível refletir sobre os preconceitos que perpassam a sociedade, revendo
posturas, para que todas as identidades sejam respeitadas, e que territórios como os de convivência
homossexual não sirvam mais como um abrigo, como esconderijo, mas como um local de convivência
pacífica, onde todos circulem sem medo do diferente, e principalmente, que essa diferença seja respeitada
também fora desses territórios, não havendo mais exclusões.
Mestrado em andamento.
INTRODUÇÃO: A pesquisa encontra-se em fase inicial. Investigará as múltiplas determinações que compõem as
experiências dos profissionais das instituições comunitárias de educação infantil, em um Município da Baixada
Fluminense, refletindo e superando sua cotidianidade reificada. Propõe-se conhecer suas trajetórias
profissionais, condições de trabalho e processos formativos. A relevância recai em serem estas pessoas
responsáveis pelo contato precoce das crianças mais pobres com os conhecimentos sistematizados. E, muitos
deles se inserem nessas instituições, na condição de parentes das crianças com quem trabalham, entrelaçando
papéis sociais distintos. Tais questões compõem uma totalidade a ser desvelada pois não se encontra
imediatamente manifesta, sendo necessário captar a relação existente entre o mundo fenomênico e a essência.
Para apreender o real e revelar suas mediações é necessário compreender as relações internas dos fenômenos
estudados, em uma perspectiva dialética que ruma do empírico para o abstrato e daí para o concreto pensado.
Isso possibilita compreender os fenômenos em suas determinações histórico-concretas, destruindo a aparente
independência das situações vividas e definições construídas socialmente, através das mediações. Vivemos em
muitos mundos. Cada um deles requer uma chave respectiva que possibilita se apropriar da realidade de uma
determinada forma e não de outra. Encontrar a chave correta é o desafio apresentado (Kosik,1976).
RESULTADOS: Os resultados ainda não foram obtidos. Mas, espera-se que a pesquisa contribua para a
melhoria da qualidade dos serviços oferecidos para a classe trabalhadora, em equipamentos sociais como
creches e pré-escolas comunitárias, contribuindo precocemente com a construção e o exercício pleno da
cidadania de uma parcela significativa de nossa sociedade.
CONCLUSÕES: Concluo, afirmando a crença na importância das pesquisas de campo, devendo as mesmas se
desenvolverem nas Universidades públicas, por serem as instituições que promovem o avanço do saber e do
saber fazer, além de serem os lugares da socialização do saber produzido. Ou seja, são espaços que devem
contribuir para que os impedidos de falar possuam vez e voz e sejam ouvidos.
INTRODUÇÃO: Este trabalho tem como finalidade a obtenção de resultados da avaliação bioclimatológica da
relação entre a morbidade Infecção Respiratória Aguda (IRA) e as variáveis meteorológicas visando verificar,
através da utilização de Análises de Componentes Principais, bem como de regressão linear multivariada em
conjunto com o pacote estatístico SPSS For Windows 9.0®, as possíveis correlações entre tais variáveis e o
clima. Foram utilizados os dados mensais dos casos de IRA, coletados no Programa Saúde da Família (PSF) do
Governo Federal vinculado a Prefeitura Municipal de Campina Grande, PB.
METODOLOGIA: As informações constam de morbidades observadas tanto por consulta aos postos do PSF,
como dos atendimentos domiciliares que são efetuados por médicos, enfermeiros e agentes de saúde, fazendo
com que, de certa forma, tais números sejam até mais contundentes de que os números dos Hospitais que
também recebem e fazem este tipo de atendimento as crianças. Para as análises das variáveis meteorológicas,
realizou-se a padronização dos dados para aplicar as técnicas estatísticas, considerando os métodos de Análise
de Componentes Principais (ACP), Suavização das Séries Através do Uso das Médias Móveis, Análise de
Regressão Linear Multivariada (ARLM), assim como a ferramenta estatística SPSS para Windows 9.0®.
CONCLUSÕES: Como resultado direto concluímos que incidência de IRA, é diretamente proporcional a umidade
relativa e a precipitação e inversamente proporcional a temperatura máxima, amplitude térmica e a velocidade do
vento. Assim fica evidenciada a importância à determinação dos períodos críticos das morbidades, para traçar
estratégias de combate por parte de médicos e virologistas que diminuam as conseqüências dessas infecções,
que em sua maioria atingem idosos e crianças. Sugere-se para trabalhos futuros, a obtenção de dados de
materiais particulados dispersos no ar, para correlacionar com as variáveis meteorológicas, e a utilização de
modelos estatísticos que possam prevenir a ocorrência de morbidades que tenham correlação com o clima.
INTRODUÇÃO: O objetivo deste trabalho é analisar de forma crítica os aspectos levantados por André Luiz
Marques no seu livro O HOMEM DE RUA – ASPECTOS JURÍDICOS E SOCIAIS. O livro aborda o caso de
Manoel Menezes da Silva, um morador de rua que foi internado pelo Estado no Hospital Psiquiátrico Pinel,
sendo alegado insanidade mental. Diante deste fato, o autor do livro em análise impetrou Habeas Corpus a
fim de conseguir-lhe a soltura. A partir da impetração do mandamus, o autor desenvolve sua tese, analisando
a situação do homem de rua e a precária cobertura pelo Estado de seus Direitos Fundamentais. Tem-se
como pontos fundamentais de análise o conceito stricto sensu de liberdade implícito no texto do autor e a
Constituição Federal de 1988 como programática no que diz respeito aos seus Direitos Fundamentais.
METODOLOGIA: Foi observado o conceito de Liberdade através de Locke, Luhmann, Habermas e Taylor
para identificar em qual se adequava aquela liberdade defendia na impetração do mandamus pelo autor do
livro em análise. Questionou-se a utilização de tal conceito no espaço e tempo atual, debatendo-se o modelo
ideal de liberdade buscada pela Constituição Brasileira de 1988. Foi também analisada a visão de
constituição programática do auto do Livro em comento e a consecução dos direitos fundamentais através da
interpretação pelo princípio da proporcionalidade.
Liberdade, de acordo com J. Locke, significa “não estar submetido às inconstâncias de um poder arbitrário; e,
principalmente, ser capaz de seguir a própria vontade podendo dispor e ordenar, mediante uso da razão A
razão é a condição necessária e primeira da liberdade.
Sobre qualquer ser humano submetido à 20 anos de mendicância, desnutrição, sujeira e desconforto extremo
estabelece-se a dúvida a despeito da possibilidade de raciocinar sobre os seus direitos e vontades.
Impossível de imaginar que alguém queira se impor tal condição ou até mesmo permanecer nela após saber
de seus direitos Constitucionais positivados a fim de protegerem sua liberdade no conceito mais amplo e
muito mais complexo que o próprio objeto do Habeas Corpus (ir e vir) se propõe a proteger – conceito este
também prejudicado, já que o “ir e vir” de Manoel Menezes fica limitado ao que o olfato e a visão da
população local entendem como suportável.
RESULTADO: O que o sistema capitalista, na sua mão invisível, conseguiu “desfazer” com a vida de Manoel
durante esses 20 anos, sem a devida intervenção do Estado neste sistema a fim de efetivar a proteção dos
seus direitos fundamentais tal como elencados na Carta Magna – aliás, direitos positivados de aplicabilidade
imediata - deveria ser imediatamente corrigido pelo próprio Estado. Disso concordamos com o autor. Agora,
um questionamento que deixou de ser levantado foi : Ciente de que este Estado não tem, apesar da LOAS,
com todas as críticas que lhe defere Aldaíza Esposati sendo eu solidário a elas sem exitar, nenhuma política
de reinserção do marginal ao sistema, combinando suporte psicológico, ocupação, alimentação, dormitório e
demais auxílios, o Pinel, infelizmente, acaba por se tornar uma triste opção. Nosso interesse maior é a
realização dos direitos que são fundamentais ao homem e a consecução da efetividade dos princípios
constitucionais com base no princípio da proporcionalidade (trazido ao Brasil por Willis Santiago Guerra Filho)
mas, neste caso concreto de opções limitadas, diante da inexistencia da acima já dita política pública, o
Habeas Corpus perde seu sentido e função.
CONCLUSÃO: Preliminarmente, em primeiro lugar, percebe-se que a forma com que o autor trata da
Constituição Federal de 1988 como programática há muito se mostrou ultrapassada. Tratar o artigo 5º,
parágrafo 1º da Constituição (As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação
imediata.) como letra morta é ignorar a própria Constituição e a observá-la de forma simplista, e incompleta,
sem a devida análise sistêmica. É claro que tais normas necessitam de normas inferiores para se efetivarem
no mundo do ser, porém a edição ou não destas normas não deve ficar submetida à discricionariedade do
legislador no que diz respeito ao momento da normatização.
Em segundo lugar, numa análise sistêmica da nossa Constituição e pela evolução do conceito de liberdade
até o presente, vê-se qual a liberdade que o Habeas Corpus teve como escopo proteger : a liberdade do
Manoel de, entre um gole e outro de querosene, se submeter à situação de subnutrição e de mendicância que
conviveu durante 20 anos de sua vida.
Assim, com certeza devemos buscar um sistema no qual não teremos de optar por absurdos como “pineis” ou
“praças”. Mas, diante de tal angustiante escolha, na péssima situação atual do Estado Brasileiro, vemos que a
opção do autor do livro em análise foi tão ou mais violenta quanto seria sua estadia no Pinel.
(1) Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais / Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(2) Departamento de Ciências Sociais / Universidade Federal do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO: O tema desta pesquisa é relações precárias de trabalho agrícola em áreas tecnologicamente
avançadas. A relevância de o estudo justifica-se porque as relações entre trabalhadores rurais, produtores e
agroindústrias, como parte de um contexto social mais amplo, de processos econômicos, tecnológicos, de
políticas públicas, mundos culturais e redes sociais não se esgotam pelos estudos de âmbito nacional. Há
lacunas no tema proposto a serem superadas, tanto pela imersão numa literatura mais especializada, como
pela execução de pesquisas para responder ao problema proposto. A problemática do trabalho pode ser
resumida na questão: Por que a produção de fruticultura irrigada, a qual usa técnicas modernas (do ponto de
vista tecnológico e empresarial), se apóia em relações de trabalho precárias? Dessa forma, pode-se afirmar
que o objetivo geral do trabalho é entender a lógica de reprodução de formas de assalariamento “espúrias” e,
portanto, precárias em processo tecnologicamente avançado de produção capitalista. Além disso, destacam-
se outros objetivos específicos, como: identificar o perfil dos trabalhadores rurais que desempenham o
trabalho agrícola de campo nas empresas na região do Baixo-Açu; verificar como os agentes
(empreendimentos patronais) vêm institucionalizando práticas nessa região; compreender a ótica dos
trabalhadores rurais quanto às práticas de trabalho a que estão submetidos e caracterizar as empresas e o
trabalho na fruticultura irrigada do Baixo-Açú.
METODOLOGIA: A fim de testar a hipótese de que, o binômio modernização/precarização não pode ser
explicado apenas pelas dinâmicas internas das cadeias agroalimentares, tendo que se considerar as
condições da dinâmica social, suas expressões jurídico-institucionais e as relações que se estabelecem e se
renovam continuamente entre o Estado, as empresas e a sociedade civil; a pesquisa elegeu alguns
procedimentos metodológicos: 1) pesquisa bibliográfica da literatura circunscrita dentro do tema de estudo,
sobretudo, no âmbito da sociologia rural e da sociologia do trabalho. 2) trabalho de campo, o qual constará de
uma pesquisa no Pólo de fruticultura irrigado do Vale do Açu, precisamente na região conhecida como Baixo-
Açu, através de entrevistas, semi-estruturada, e da aplicação de questionários a mediadores locais,
empresários, líderes sindicais, instituições e, aos trabalhadores rurais das empresas agrícolas que estão
envolvidos com o plantio e com a colheita das frutas irrigadas. Para tanto, pretende-se pesquisar dois
universos: primeiro, um grupo de trabalhadores rurais da empresa mais tecnologicamente desenvolvida ou
“moderna” da região do Baixo-Açu e, segundo, um grupo de trabalhadores rurais da empresa mais
denunciada no sindicato rural da região. 3) tabulação dos dados coletados (confecção de tabelas e gráficos)
através do uso do software Statistical Package for the Social Sciences - SPSS for Windows, versão 14.
RESULTADOS: Os resultados preliminares de cunho mais qualitativo são: primeiro, o trabalho agrícola na
fruticultura irrigada do Baixo-Açú revela uma flexibilização laboral com modalidades combinadas
(assalariados “puros”, trabalho temporário e contratos informais, entre outros), coexistindo trabalho precário e
degradante nas áreas modernas da produção. Segundo, as mudanças contemporâneas de expansão e
acumulação nas cadeias agroalimentares do Baixo-Açú e suas relações com os sistemas agrícolas nacionais
e regionais têm se moldado, através de forças diversas e contraditórias no âmbito local da região de
implementação do projeto de fruticultura irrigada. Terceiro, a organização do processo produtivo desenvolvido
em alguns setores da produção de frutas no Baixo-Açú combina formas diversas de métodos fordistas e
tayloristas, assim como sistemas paternalista de controle da força de trabalho.
METODOLOGIA: o guia para a busca de respostas às nossas indagações é a dialética materialista que
explicita os nexos e as mediações de uma forma de produção para outra. Contudo, dificuldades nos têm sido
criadas principalmente pela complexidade dos fenômenos atuais. Considerando a nova base produtiva
laboratorial estaremos diante de uma nova prática pedagógica, correspondente? Será esta emancipatória?
Adotaremos o procedimento de desvelar a prática pedagógica existente na materialidade capitalista,
admitindo o existente como a força produtiva materializada na máquina-ferramenta-automática de precisão
quântica. Em um primeiro momento daremos continuidade ao levantamento do “estado da arte” sobre o tema,
direcionando-o à produção acadêmica de conteúdo marxista produzida por pensadores da Educação. Em
seguida, valendo-nos das conclusões obtidas na dissertação de mestrado sobre o “sistema de laboratório”,
avançaremos no sentido de caracterizar a existência ou não de uma nova prática pedagógica emancipatória,
mediante um estudo de caso a ser desenvolvido no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS),
localizado na cidade de Campinas-SP. Finalmente, adotaremos a análise materialista histórica, pautada no
conhecimento teórico do processo de emancipação, contido na obra de Karl Marx e da prática pedagógica
emancipatória discutida por autores marxistas contemporâneos.
METODOLOGIA: Neste contexto, propõe-se para o presente trabalho, a composição de duas ferramentas
matemáticas para a obtenção de solução de uma classe de problemas difusivo-convectivos, tanto de natureza
elíptica como parabólica, de difícil solução. Mais precisamente, analisa-se o problema de escoamento
hidrodinamicamente desenvolvido e termicamente em desenvolvimento de fluidos Newtonianos no interior de
dutos cuja seção transversal apresenta um contorno de geometria não-convencional (setores anular e circular,
anular concêntrico e biparaboloidal). Para facilitar a aplicação das condições de contorno, procedeu-se uma
mudança de variáveis através de um sistema de coordenadas que seja resultado de uma Transformação
Conforme – TC. Este procedimento simplifica o tratamento dos operadores Laplacianos no novo sistema de
coordenadas. Para a obtenção de solução das equações diferenciais que caracterizam os problemas
hidrodinâmicos e térmicos utiliza-se a Transformada Integral. Esta metodologia permite um tratamento
analítico formal e elegante e os resultados numéricos podem ser obtidos rapidamente, através de
computadores pessoais comuns, com pouco esforço computacional.
(1) Programa de Estudos Pós-Graduados em Direito / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(2) Departamento de Direito das Relações Tributárias, Econômicas e Comerciais / Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo
METODOLOGIA: O presente trabalho visa, diante das incertezas de uma sociedade de risco decorrente da
globalização, contribuir na demonstração de qual tratamento deve ser dispensado pelo direito penal em face
da criminalidade globalizada para torná-lo efetivo. Para atingir o objetivo do presente trabalho, foi realizada
pesquisa sistematizada na legislação pátria e estrangeira, constitucional e infraconstitucional, além dos
tratados internacionais aplicáveis ao crime organizado. O presente trabalho, sob a perspectiva processual
penal, faz referência ainda aos novos mecanismos de combate ao crime organizado existentes. Em última
abordagem, o trabalho aponta com análise crítica sob o ponto de vista constitucional, se uma nova dogmática
aplicando conceitos diversos da dogmática tradicional estaria de acordo com o modelo democrático, bem
como, na adoção de novos mecanismos para o combate do crime globalizado.
METODOLOGIA: Inicialmente foi realizada a coleta de dados bibliográficos dos mais renomados autores
existentes no Brasil e no exterior. Feito a coleta, o material foi separado e devidamente analisado, afim de se
extrair a essência de cada um deles. Após essa criteriosa análise foram pontuados os núcleos do tema. Ao
final foi observada a importância do instituto para a comunidade científica e sua aplicação na vida prática da
sociedade.
CONCLUSÕES: Pelo nosso estudo, concluímos que o princípio do não retrocesso social está presente em
nosso ordenamento jurídico e é perfeitamente fundamentado em nossa Constituição Federal de 1988 em
vários dispositivos, dentre eles o preâmbulo, artigos 1º, 3º, 4º, 5º 6º 7º, 170 e 193. Esse princípio é
considerado um importante instrumento de consagração e proteção dos Direitos Fundamentais de segunda
dimensão e consequentemente também o Direito do Trabalho. Tal instituto ajudará a fundamentar os
instrumentos processuais que tenham como pano de fundo a consagração dos Direitos Fundamentais da
pessoa, mais especificamente no que diz respeito aos Direitos Fundamentais de segunda dimensão. Também
podemos afirmar que esse princípio vem se expandindo, aumentando sua aplicação a todos os Direitos
Fundamentais da Pessoa, consagrando assim, cada vez mais, os Direitos Fundamentais como um todo que
são.
(1) Programa de Pós-Graduação (lato sensu) em Sociologia Urbana / Universidade do Estado do Rio de
Janeiro
(2) Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional / Universidade Federal do Rio de Janeiro